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A cada dia que passa, a humanidade descobre novas necessidades e alcança novos
objetivos. Estas transformações ocorrem em todas as áreas do conhecimento humano, e
entre elas, na ciência jurídica.
Dentro dos ramos do Direito, encontramos no Direito Penal o exemplo fiel e legítimo de
adaptação social. De forma brilhante o Prof. MAGALHÃES NORONHA presenteou o
Direito Penal brasileiro com uma frase memorável que merece ser relembrada: "A história
do direito penal é a história da humanidade. Ele surge com o homem e o acompanha
através dos tempos, isso porque o crime, qual sombra sinistra, nunca dele se afastou."
Realmente, ele atravessa os séculos tal qual um camaleão, alterando suas cores (seus
comportamentos), não para se aproveitar de seus semelhantes, como ocorre no "stelius
nato"; mas, para estudar seus anseios, suas revoltas, seus atos violentos, a criminalidade.
Bem como, encontrar formas de prevenir e combater a criminalidade através da aplicação
justa de uma penalidade.
O próprio conceito de "crime" evoluiu no passar dos séculos. Como muito bem lembra o
Prof. Heleno Fragoso: "a elaboração do conceito de crime compete à doutrina". Pois, o
próprio Código Penal vigente, com suas alterações oriundas da Lei nº7.209/84 que
reformulou toda a Parte Geral do Código de 1940, não define o que é "crime", embora
algumas de nossas legislações penais antigas o faziam. O Código Criminal do Império de
1830 determinava em seu artigo 2º, parágrafo 1º: Julgar-se-á crime ou delito toda ação ou
omissão contrária às leis penais. E, o Código Penal Republicano de 1890 assim se
manifestava em seu artigo 7º: Crime é a violação imputável e culposa da lei penal.
Um homem, em determinado dia, encontrou um rapaz baleado e sem vida, com ferimento
em região letal, esticado no meio da rua. Um leigo certamente afirmaria tratar-se de um
homicídio. Para os juristas, entretanto, essa conclusão seria, naquele momento,
impossível. É lógico que existiria uma ideia, um indício da existência de um homicídio, mas
pode-se ponderar que a morte violenta dada àquele homem, poderia, por exemplo, estar
justificada, e, evidentemente, não haveria crime (legítima defesa ou outra excludente de
ilicitude). Para que exista crime, há necessidade de se percorrer um caminho, passando
por todas as características que o delito deve apresentar, para, só depois, chegarmos a
uma conclusão: realmente trata-se de um homicídio.
Posteriormente, adotou-se uma definição material de crime, cujo nascimento foi atribuído a
IHERING. Passou-se a definir o crime como sendo o fato oriundo de uma conduta humana
que lesa ou põe em perigo um bem jurídico protegido pela lei.
O crime portanto, passou a ser definido como: - Crime é toda a ação ou omissão, típica,
antijurídica e culpável.
a) Ação ou omissão: Significa que o crime sempre é praticado através de uma conduta
positiva (ação), comissiva. Ou, através de de uma conduta negativa (omissão). É o não
fazer. A inércia. Tanto é criminoso o fato do marginal esfaquear uma pessoa até matá-la
(ação), como o fato de uma mãe, por preguiça ou comodidade, não retirar de cima da
mesa de sua casa (omissão) o veneno para matar baratas, que foi posteriormente ingerido
pelo seu filho de três anos, provocando-lhe a morte, enquanto aquela, assistia sua novela
preferida.
b) típica: Significa que a ação ou omissão praticada pelo sujeito, deve ser tipificada. Isto é,
descrita em lei como delito. A conduta praticada deve se ajustar a descrição do crime
criado pelo legislador e previsto em lei. Pois, pode a conduta não ser crime, e, não sendo
crime, denomina-se: conduta atípica (não punida, tendo em vista que não existe um
dispositivo penal que a incrimine).
Mas, cumpre lembrar, que uma conduta atípica como crime, pode ser tipificada como
contravenção penal. Não se pode confundir de modo algum, crime com contravenção
penal. Esta, como definia o mestre HUNGRIA, é um "crime anão", é menos grave que o
delito (ou crime) e possui legislação própria (Decreto-lei n.º 3.688/41), com tipificação e
características próprias.
c) antijurídica: Significa que a conduta positiva ou negativa, além de típica, deve ser
antijurídica, contrária ao direito. É a oposição ou contrariedade entre o fato e o direito. Será
antijurídica a conduta que não encontrar uma causa que venha a justificá-la. Nas palavras
do Prof. Damásio de Jesus: "A conduta descrita em norma penal incriminadora será ilícita
ou antijurídica quando não for expressamente declarada lícita. Assim, o conceito de
ilicitude de um fato típico é encontrado por exclusão: é antijurídico quando não declarado
lícito por causas de exclusão da antijuridicidade (CP, art. 23, ou normas permissivas
encontradas em sua parte especial ou em leis especiais)."
Desta forma, uma pessoa pode ser morta, e se constatar, a título de exempllificação, que:
1º) Ela foi morta injustificadamente. Portanto foi vítima de um homicídio (art. 121 CP).
2º) Ela foi morta justificadamente, porque estava de posse de uma pistola carregada e
prestes a matar seu desafeto, quando foi morto por este, que agiu em legítima defesa (art.
23, II do CP), uma excludente de ilicitude (antijuridicidade).
3º) Ela foi morta justificadamente, porque mesmo não estando armado, ele havia
ameaçado de morte seu desafeto, que, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supôs que na realidade estivesse armado, vindo a matá-lo. Tendo, desta
forma, agido em legítima defesa putativa (uma excludente de culpabilidade, art.20,
parágrafo 1º).
Quando a agressão física contra uma pessoa é praticada, poderemos ter a morte ou a
ofensa à integridade física deste indivíduo, ocorrendo então um crime de homicídio
(art.121 CP); ou um crime de lesão corporal (art.129 CP). Mas, se a agressão foi praticada,
estando o agente acobertado por uma das excludentes de ilicitude previstas pelo artigo 23
do Código Penal (estado de necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento do dever
legal ou exercício regular de direito) deixa de existir crime. O referido dispositivo legal, é
bem claro: "Não há crime quando o agente pratica o fato: I) em estado de
necessidade; ..."; assim sendo, houve uma agressão que resultou em morte ou lesão
corporal em uma pessoa, porém, não houve crime.
Além do mais, o crime não pode ser considerado como um "fato jurídico", o crime nada
mais é do que um ato (criminoso) que provoca um fato jurídico que vem a alterar; criar ou
extinguir direitos. O fato, ou situação existente após a prática do crime, é a consequência
do ato criminoso. (Ex: o ato de agredir violentamente alguém, resulta no fato dela possuir
hematomas, que caracterizam o crime de lesão corporal. Assim, o crime é a ação, que
resultou naquele hematoma produzido (um fato).
Ela poderia ter desejado um resultado criminoso qualquer (agiu com dolo direto); ele
poderia ter assumido o risco de produzir um resultado criminoso (agiu com dolo indireto
eventual); ou, não desejava aquele resultado criminoso, mas deu causa à ele por
imprudência, negligência ou imperícia (agiu com culpa).
A culpabilidade portanto, é a culpa em sentido amplo, que abrange o dolo (artigo 18, inciso
I; CP); e a culpa em sentido estrito (artigo 18, inciso II; CP).
Por outro lado, ela resulta ainda, da união de três elementos: imputabilidade, consciência
efetiva da antijuridicidade e exigibilidade de conduta conforme ao Direito. Ou seja: deve o
autor do delito ser imputável; ter conhecimento ou possibilidade de conhecimento da
antijuridicidade de sua conduta; e ter condições de, no momento da prática daquele ato
criminoso, ter agido de modo diverso do qual agiu.
Neste caso, o legislador empregou expressões como: "é isento de pena" (artigos 26,
caput; e 28, parágrafo 1º do CP); ou de forma indireta: "só é punível o autor da coação ou
da ordem", dando a entender que o autor do fato não é punível (art. 22 do CP). Entre estas
excludentes de culpabilidade, encontramos como destaque, a menoridade (art. 27 CP).
Entretanto, existem autores que não aceitam esta definição. Enquanto alguns pretendem
retirar um dos seus elementos, outros, desejam acrescentar novos elementos. Sobre este
assunto, o Prof. Luiz Alberto MACHADO esclarece que "o conceito analítico do crime vem
sofrendo profundo reexame do mundo jurídico-criminal. A mais ou menos pacífica e
tradicional composição tripartida (tipicidade, antijuridicidade, culpabilidade) tem trazido
inquietações, seja pela estrutura interna desses elementos, com a transposição de fatores
de um para outro, seja pela atual tentativa de retorno a uma concepção bipartida."
O maior expoente da teoria finalista da ação em nosso meio, Prof. Damásio Evangelista de
JESUS, sustenta que a culpabilidade não é elemento ou requisito do crime. Ela somente
funciona como pressuposto da pena; e que o juízo de reprovabilidade não incidiria sobre o
fato, mas sim sobre o sujeito. Não se tratando de fato culpável, mas de sujeito culpável.
Culpabilidade seria um juízo de reprovação que recairia sobre o sujeito que praticou o
delito, desta forma, a culpabilidade seria uma condição de imposição de pena.
Não comungo com tal ideia. A pena a ser aplicada ao autor do crime, uma vez condenado,
é uma consequência do crime, e não parte integrante do crime.
Nas palavras do Prof. MAGALHÃES NORONHA, "a pena não integra o delito, por ser este
seu pressuposto. Tê-la como constitutiva do crime é considerar como elemento da causa o
efeito.".... "A pena vem a ser, então, um efeito do delito. É sua consequência ou resultado."
E, realmente, este é o entendimento da doutrina dominante.
Art. 48. A Polícia Militar da Paraíba é instituição permanente, força auxiliar e reserva do
Exército, organizada com base na hierarquia e na disciplina, cabendo-lhe executar:
Parágrafo único. A Polícia Militar será comandada por oficial da ativa da corporação, do
último posto, com título e posicionamento de Secretário de Estado, obedecido o disposto
na legislação federal.
Da Justiça Militar
Art. 115. A Justiça Militar do Estado reger-se-á pela legislação vigente, respeitado, no que
couber, o disposto na lei penal orgânica e processual militar da União.
Parágrafo único. Qualquer modificação na constituição e organização da Justiça Militar
dependerá de proposta do Tribunal de Justiça.
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados
pelo Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal,
sendo três dentre oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército,
três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da
carreira, e cinco dentre civis.
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez
anos de efetiva atividade profissional;
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da
Justiça Militar.
Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.
Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á
presente no local do litígio.
Da Segurança Pública
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens,
serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional
e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas
áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;(Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
Art. 329. Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
Pena – detenção, de dois meses a dois anos.
§ 1o. Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
Pena – reclusão, de um a três anos.
§ 2o. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
É essencial para a configuração do crime que o agente use violência física ou ameaça.
“Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de
resistência ou de tentativa de fuga do preso.”(grifo nosso)
Assim, será essencial para a configuração do crime que o agente use violência física ou
ameaça.
Se o policial, executor de uma prisão empregar a força na dosagem certa, não excedendo
o limite do indispensável, estará praticando o fato em estrito cumprimento do dever legal,
que constitui excludente de ilicitude prevista em lei.
Direitos humanos derivam da dignidade e valor inerente à pessoa humana, e esses são
universais, inalienáveis e igualitários. Isto significa que são inerentes a cada ser humano,
não podem ser tirados ou alienados por qualquer pessoa; e todos têm os direitos humanos
em igual medida – independente do critério de raça, cor, sexo, idioma, religião, política ou
outro tipo de opinião, nacionalidade ou origem social, propriedades, nascimento ou outro
status qualquer.
Eles são melhor entendidos como aqueles direitos constantes nos instrumentos
internacionais: Declaração Universal dos Direitos Humanos, O Pacto Internacional sobre
os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, O Pacto Internacional sobre os Direitos Civis
e Políticos, tratados regionais de direitos humanos, e instrumentos específicos lidando com
aspectos da proteção dos direitos humanos como, por exemplo, a proibição da tortura.
Não, isto significa que quando um direito é expresso por um código ou instrumento legal,
os limites ou fronteiras devem ser definidos. Por exemplo, o direito à liberdade da pessoa
pode ser limitado pelo exercício dos poderes legais de detenção ou prisão.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos e os dois Pactos dela decorrentes têm
aplicação global. Os Pactos são obrigatórios aos Estados que os ratificaram, mas também
existem tratados regionais tais como a Carta Africana de Direitos Humanos; a Convenção
Americana de Direitos Humanos, e a Convenção Europeia de Direitos Humanos.
A distinção surgiu, em primeiro lugar, pelo modo que os direitos neles constantes foram
abordados na teoria. Em primeiro lugar, os direitos humanos foram considerados como
clamor pela não intervenção dos governos na vida dos cidadãos. A primeira geração dos
direitos veio a ser conhecida como direitos civis e políticos. Estes incluem o direito à vida,
o direito à liberdade e segurança da pessoa; a proibição da tortura e tratamentos
degradantes; direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; o direito à
liberdade de opinião e expressão; o direito à liberdade de reunião pacífica e de livre
associação. Pode-se facilmente verificar que direitos dessa natureza afetam diretamente e
são afetados pelo trabalho policial.
Em seguida foi solicitado uma participação e intervenção positiva dos governos para
promover a justiça social, que também deveriam ser considerados como direitos humanos.
Esta segunda geração de direitos veio a ser conhecida como os direitos econômicos,
sociais e culturais. Estes incluem o direito à seguridade social; direito ao trabalho; direito à
educação; o direito à participação na vida cultural de sua comunidade. A relação entre o
trabalho policial e esta categoria de direito é menos óbvia, mas existe.
5. Uma das razões que policiais são tão reservados a respeito do conceito
de direitos humanos é que, quando se fala em direitos humanos parece
que estão mais voltados à proteção dos criminosos que às vítimas. Você
considera que isto reduz o valor dos direitos humanos?
Não. A razão principal dos direitos humanos é lidar com um tipo específico de violação –
oabuso de poder pelo Estado. Os padrões internacionais de direitos humanos têm o
objetivo de prevenir que as pessoas se tornem vítimas desse abuso, assegurá-las e
protegê-las caso isto aconteça. Algumas violações de direitos humanos são atos
criminosos por si só – tortura, por exemplo, e execuções ilegais por funcionários do
Estado.
Os criminosos também têm direitos humanos, por exemplo, têm direito a um julgamento
justo e a um tratamento humano quando detidos. Uma vez sentenciados por uma corte de
justiça pelo cometimento de uma ofensa criminal, eles perderão o direito à liberdade
durante o tempo de cumprimento da sentença.
No que se refere aos policiais, estes devem entender que enquanto estiverem
investigando um crime, estão lidando com suspeitos e não com pessoas que foram
condenadas pelo cometimento de um ato criminoso (que está sendo investigado). Apesar
de um policial acreditar que a pessoa realmente cometeu o crime, somente a justiça
poderá considerar a pessoa culpada. Este é um elemento essencial para um julgamento
justo, prevenindo que pessoas inocentes sejam condenadas por crimes que não tenham
cometido.
A violação de direitos humanos somente pode ser cometida por uma pessoa com a
autoridade e poder conferida pelo Estado e a exercê-la em seu nome. Nenhum criminoso
ou terrorista tem essa dignidade ou esse poder. Quando criminosos ou terroristas ferem ou
matam pessoas eles cometem atos criminosos, mas não cometem violações de direitos
humanos. Isto não reduz o mal que fizeram e devem ser punidos pela lei pelos crimes
cometidos.
Este ponto também pode ser ilustrado considerando-se a ação de um policial. Se este
policial, durante seu trabalho, agride fisicamente um suspeito durante uma entrevista ou
depoimento, intimidando essa pessoa a confessar um crime, essa ação seria considerada
criminosa (lesão corporal ou tortura), mas também seria uma violação aos direitos
humanos (proibição de tratamento degradante ou tortura). Mas, se por outro lado um
policial não estando de serviço, agindo por conta própria venha a agredir alguém, esta
ação seria criminosa, mas não uma violação dos direitos humanos.
Em ambos os casos apresentados o policial deverá ser punido pela lei criminal de seu
país, mas, no primeiro exemplo, a vítima tem o direito de proteção e indenização do
Estado.
Com respeito à prevenção contra tortura, identificação e punição das pessoas que a
cometeram, os instrumentos internacionais estenderam a noção de responsabilidade para
esta violação específica dos direitos humanos.
Não. A relação entre polícia e direitos humanos está centrada nas noções
de proteção erespeito, e pode ser uma relação muito positiva.
De fato é função da polícia a proteção dos direitos humanos. Ela faz isso de maneira
genérica, mantendo a ordem social, de modo que todos os direitos humanos, de todas as
categorias possam ser gozados. Quando há uma quebra na ordem social, a capacidade e
habilidade do Estado em promover e proteger os direitos humanos são consideravelmente
diminuídos ou destruídos.
Ainda, é parcialmente por meio da atividade policial que o Estado atinge suas obrigações
legais de proteger alguns direitos humanos específicos – o direito à vida, por exemplo.
Os direitos que derivam desses princípios fornecem mais regras de comportamento do que
de relacionamento. No que concerne à atividade policial, esses são requisitos positivos –
respeitar o direito à liberdade e segurança da pessoa, ou conduzir investigações de um
crime de modo que o direito a um julgamento justo seja assegurado.
Ainda existem procedimentos especiais em relação à ONU. Pode consistir em uma pessoa
“Special Rapporteur” ou pode consistir em um Grupo de Trabalho. Esses procedimentos
especiais são de duas categorias: 1) procedimentos temáticos e, 2)procedimentos
específicos a países.
Este são apenas alguns exemplos que existem de mecanismos de aplicação das normas.
Outros ainda existem dentro do sistema das Nações Unidas e estabelecidos por meio de
tratados.
São condutas ilícitas que nascem do mal uso do poder (excesso) que é conferido a
servidores civis ou militares, destacando-se o dolo de praticar perseguições e injustiças.
Consequências: de índole administrativa, civil e penal. (art. 3o, 4o e 6o ) Instrumento de
notícia : Representação – Observe a representação nesse caso não constitui condição de
procedibilidade para a ação penal, que é pública incondicionada, não podendo ser obstada
pela ausência da representação (art. 1o da Lei 5.249/67). Assim, a representação tem
natureza de notícia do fato criminoso. (exercício do direito de petição)
Sujeito Ativo – autoridade (civil ou militar) – art. 5o (sentido amplo). Oobserve que o
particular pode responder pelo crime na forma dos artigos 29 e 30 do cpb.
Sujeito Passivo – estado – sujeito passivo mediato. sujeito passivo imediato é o titular da
garantia constitucional violada.
Sanções : multa, detenção, perda do cargo (sempre foi considerado como pena principal)
e proibição de trabalhar no município pelo prazo de até 05 anos.
Autor: Gustavo Plech
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato
constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do
acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver.
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído
pela Lei nº 6.657,de 05/06/79)
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou
função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem
remuneração.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta
dias, com perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento
de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código
Penal e consistirá em:
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo
de um a cinco anos.
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar.
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação
por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o
ofendido ou o acusado poderá:
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei,
será admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa,
repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo,
interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação
como parte principal.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, proferirá
despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora
para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente.
dentro de cinco dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à
audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será
acompanhado da segunda via da representação e da denúncia.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de
justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o
perito, o representante do Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e
o advogado ou defensor do réu.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os
presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não
dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do
Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver
presente.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará
imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo
que conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os
requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a
observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre
motivadamente, até o dobro.
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo Penal,
sempre que compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
Comandante-Geral
Subcomandante-Geral e Chefe do EMG
5ª Seção do EMG
Corregedoria PMPB
1º Batalhão de Polícia Militar
2º Batalhão de Polícia Militar
3º Batalhão de Polícia Militar
4º Batalhão de Polícia Militar
5º Batalhão de Polícia Militar
6º Batalhão de Polícia Militar
Centro de Ensino e Diretoria de Ensino
Diretoria de Finanças
Diretoria de Pessoal
Diretoria de Apoio Logístico
Diretoria de Saúde
Entidades de Classe da PMPB
Caixa Beneficente de Oficiais e Praças
Clube dos Oficiais
Clube dos Subtenentes e Sargentos
Associação dos Cabos e Soldados
Associação dos Inativos
Excludentes de Criminalidade
Conceito de ilicitude
estado de necessidade;
legítima defesa;
estrito cumprimento do dever legal;
exercício regular de direito.
Estado de Necessidade
Para o Código, em seu art. 24, age em estado de necessidade “quem pratica o fato para
salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo
evitar, direito próprio ou alheiro, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-
se”.
No caso último, vemos que ambas as condutas são lícitas. O ordenamento jurídico, sendo
idêntico ou similar o valor atribuído a cada bem jurídico, não toma partido, e espera o fim
da contenda, sem que considere criminoso o comportamento de quem salva o seu direito.
Legítima Defesa
A agressão não precisa ser criminosa. O termo “injusta” indica contrariedade com o
ordenamento jurídico. Mas terá de ser atual ou iminente. Se passada, ou remota, a atitude
será considerada criminosa.
A provocação por parte do agredido não lhe tira o direito de defender-se, salvo quando a
provocação, em si, é considerada uma agressão, ou quando ele, adredemente, planejou a
situação, de modo a forjar uma situação de legítima defesa para mascarar sua ação
criminosa.
O Código não conceitua o estrito cumprimento do dever legal, mas a doutrina o entende
como a obediência à norma legal escrita, que impõe ao indivíduo uma obrigação de
praticar uma conduta típica. Embora se enquadre nos elementos do tipo penal, a conduta
não se confrontaria com o ordenamento jurídico, já que dele partiria a obrigação.
Encontra-se em estrito cumprimento do dever legal, por exemplo, o policial que prende em
flagrante o autor de um crime, ou o inferior hierárquico que obedece a uma ordem legal de
seu superior.
O exercício do dever há de ser estrito, ou seja, extrapolando das obrigações que lhe são
cometidas, o agente responderá pelo excesso.
O exercício regular de direito pressupõe uma faculdade de agir atribuída pelo ordenamento
jurídico (lato sensu) a alguma pessoa, pelo que a prática de uma ação típica não
configuraria um ilícito.
Em qualquer caso, não se pode ultrapassar os limites que a ordem jurídica impõe ao
exercício do direito. Caso os pais, a pretexto de corrigir os filhos, incorram em maus-tratos,
responderão pelo crime.
Ofendículos: a predisposição de aparatos defensivos da propriedade (cacos de vidro no
muro, cercas de arame farpado, maçanetas eletrificadas etc.), embora sejam
consideradas, por parte da doutrina, como legítima defesa, são, na verdade, exercício
regular de um direito, pois faltaria o elemento subjetivo da defesa à agressão.
O policial militar trabalha com segurança quando possui conhecimento da lei em nível
adequado ao desempenho da sua função, em patamar acima da média do cidadão
comum, com especialização em atividades de segurança pública. E ele deve ser
preparado para esse plano de atuação. Necessário, primeiramente, conhecer a
competência da Instituição da qual é parte integrante, para exercer a autoridade policial
inerente à sua condição, agindo em nome do Estado e no limite de suas atribuições,
capacitando-se a tomar decisões que se reconheçam corretas porque razoáveis e
cobertas pelo manto da legalidade e da moralidade administrativa.
Tal como os demais operadores do direito, deve ser capaz de organizar-se mentalmente,
formulando um raciocínio jurídico sobre o fato concreto. E deve decidir com amparo na
fundamentação legal que dê legitimidade à sua ação, eis que, via de regra, o policial atua
na sensível faixa da limitação das liberdades individuais, no exercício do denominado
poder de polícia, condição que o distingue.
Sobre esse diferencial de sua função, faz-se oportuno destacar o ensinamento sempre
atual de Álvaro Lazzarini: "A Polícia é a realidade do Poder de Polícia, é a concretização
material deste, isto é, representa em ato a este. O Poder de Polícia legitima a ação e a
própria existência da Polícia. Ele é que fundamenta o poder da polícia. O Poder de Polícia
é um conjunto de atribuições da Administração Pública, indelegáveis aos particulares,
tendentes ao controle dos direitos e liberdades das pessoas, naturais ou jurídicas, a ser
inspirado nos ideais do bem comum, e incidentes não só sobre elas, como também em
seus bens e atividades"1.
O policial militar não pode simplesmente tratar o poder de polícia como algo etéreo,
construído pela doutrina ou aceito como legítimo em razão de que ninguém questionou
sua decisão diante de um caso prático... É obrigação do profissional de polícia conhecer a
natureza jurídica dessa sua autoridade exteriorizada nas mais variadas situações,
normalmente diante de conflitos sociais ou manifesta no contexto da prevenção, quase
sempre caracterizada pela adoção de medidas cogentes. Certo que na esfera da
segurança pública, é a Polícia Militar a detentora principal do conjunto de atribuições da
Administração Pública chamado poder de polícia.
Enquanto ao cidadão comum é permitido movimentar-se no vazio deixado pela lei, ou seja,
ele pode fazer em regra tudo o que não lhe seja vedado em mandamento legal, de outro
lado, os integrantes da Administração Pública devem fazer apenas o que a lei permite, em
face da observância aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e, ainda, eficiência, nos termos do artigo 37, também da Carta Magna. O raciocínio aplica-
se não somente ao exercício da atividade fim, mas também à gestão dos recursos
necessários, no âmbito das atividades de suporte essenciais à realização da "polícia
ostensiva" e da "preservação da ordem pública", característicos da Administração Militar
Estadual. Nesse contexto, o gestor da coisa pública, no exercício de suas atribuições, é
autoridade administrativa, com poderes, deveres e responsabilidades próprios.
Significa dizer que o ato de polícia encontra seus limites também no mandamento legal.
Os fins, a competência do agente, o procedimento (sua forma) e também os motivos e o
objeto são limites impostos ao ato de polícia, ainda que a Administração disponha de certa
margem de discricionariedade no seu exercício, conforme adverte Maria Sylvia Zanella Di
Pietro, em elucidativa exposição:
"Quanto aos fins, o poder de polícia só deve ser exercido para atender o interesse público.
Se o seu fundamento é precisamente o princípio da predominância do direito público sobre
o particular, o exercício desse poder perderá a sua justificativa quando utilizado para
beneficiar ou prejudicar pessoas determinadas; a autoridade que se afastar da finalidade
pública incidirá em desvio de poder e acarretará a nulidade do ato com todas as
consequências nas esferas civil, penal e administrativa. A competência e o procedimento
devem observar as normas legais pertinentes. Quanto ao objeto, ou seja, quanto ao meio
de ação, a autoridade sofre limitações, mesmo quando a lei lhe dê várias alternativas
possíveis. Tem aqui aplicação um princípio de direito administrativo, a saber, o da
proporcionalidade dos meios aos fins; isto equivale a dizer que o poder de polícia não deve
ir além do necessário para a satisfação do interesse público que visa proteger; a sua
finalidade não é destruir os direitos individuais, mas, ao contrário, assegurar o seu
exercício, condicionando-o ao bem-estar social; só poderá reduzi-los quando em conflito
com interesses maiores da coletividade e na medida estritamente necessária à
consecução dos fins estatais"4.
Para não incidir em prática de ato arbitrário, que consiste em posicionamento antagônico à
prática de ato discricionário, o policial militar deve ter a noção exata dos contornos legais
da discricionariedade. Ora, não existe outra forma senão estudar as leis, conhecer a
doutrina e, ainda, tomar contato com a jurisprudência, como faz um bom operador do
direito. Por outro lado, não se pretende que o policial militar transporte na viatura todos os
códigos e manuais disponíveis, ou que dele seja exigido o bacharelado em Ciências
Jurídicas; importante, sim, que ele receba uma boa formação técnico-jurídica para que se
sinta preparado e, por consequência, encontre-se seguro ao tomar decisões, sob o peso
da responsabilidade de quem representa o próprio Estado e, nessa condição, é o primeiro
normalmente a tomar contato com situação de conflito, adotando providências imediatas -
e imprescindíveis - para o restabelecimento da ordem.
A formação jurídica do policial militar vem sendo prestigiada nos diversos cursos de
formação e de aperfeiçoamento da Polícia Militar. Praticamente metade da carga horário
dos cursos no âmbito da Instituição é composta por matérias voltadas à Ciência do Direito,
com ênfase na sua aplicação durante a atividade policial.
A afinidade com tais matérias e o reconhecimento de sua importância faz com que
diversos policiais militares, destacadamente os oficiais, busquem o aperfeiçoamento
pessoal concluindo o bacharelado em Direito, vez que as Faculdades aproveitam as
matérias ministradas na Academia de Polícia Militar do Barro Branco e vários concluem,
ainda, cursos de pós-graduação. Mesmo sem um levantamento completo sobre essa
formação acadêmica de iniciativa individual, é possível afirmar que bem mais da metade
dos Oficiais da Polícia Militar possui bacharelado em Ciências Jurídicas e vários são,
inclusive, pós-graduados.
Polícia Militar
São denominadas polícias militares no Brasil as forças de segurança pública das
unidades federativas que têm por função primordial a polícia ostensiva e a preservação da
ordem pública nos Estados brasileiros e no Distrito Federal (artigo 144 da Constituição
Federal de 1988). Subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores
dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios (art. 144 § 6º da Constituição Federal de
1988). São forças auxiliares e reserva do Exército Brasileiro e integram o Sistema de
Segurança Pública e Defesa Social brasileiro. Seus integrantes são denominados militares
dos Estados (artigo 42 da CRFB), assim como os membros dos corpos de bombeiros
militares. Cada Polícia Militar é comandada por um oficial superior do posto de coronel e
é denominadoComandante-Geral.
Histórico
As Polícias MILITARES brasileiras têm sua origem nas Forças Policiais criadas durante o
período em que o Brasil era Imperio e que foram extintas na chamada Revolução de 64,
objetivando estabelecer rígido controle sobre as corporações policiais armadas,o governo
militar extinguiu as Guardas Civis e regulamentou as normas fiscalizadoras do Exército
sobre as Polícias Militares, inclusive, nomeando oficiais do Exército para comandá-las em
todos os Estados. A Corporação mais antiga é a do Estado do Rio de Janeiro, com origens
na Guarda Municipal, criada no reinado de D. Pedro I. Guarda Real de Polícia criada em
1809 por Dom João VI, Rei de Portugal. Na época D. João havia transferido sua corte de
Lisboa para a cidade do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), em virtude das Guerras
Napoleônicas que assolavam na Europa.
Estrutura
Os alunos das academias de polícia militar, responsáveis pela formação de oficiais, são
denominados Alunos-Oficiais ou então Cadetes. Os alunos dos cursos de formação de
praças recebem a denominação de Aluno-Soldado, Soldado de 2ª Classe ou Soldado de
Classe C.
Atualmente, a maior Corporação Policial Militar é a Polícia Militar do Estado de São Paulo
que conta com cento e trinta mil integrantes depois o Corpo de Bombeiros Militar de São
Paulo é subordinado a PMESP, seguida da Polícia Militar de Minas Gerais, tendo logo
após a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, esta última com cerca de trinta e oito
mil integrantes.
Áreas de Atuação
motorizado;
montado (à cavalo, búfalo, etc);
com cães;
de trânsito;
rodoviário;
ferroviário;
de choque;
ambiental;
aéreo;
de bicicleta;
ostensivo a pé
lacustre,
marítimo e outros.
motocicletas
A necessidade residiria no fato de que suas ações são desenvolvidas apenas localmente,
ou, no máximo, regionalmente, havendo uma perda do sentido de segurança em caráter
nacional, uma vez que os crimes, doravante praticados em uma área, direta ou
indiretamente, têm ligações com organizações ou facções de outros estados (em redes
intercorrelacionadas nacionalmente, ou até mesmo transnacionalmente).
Embora a Guarda Nacional não seja uma ideia simpática a muitas Polícias Militares, a
atual Força Nacional, formada por integrantes das Polícias Militares e dos Corpos de
Bombeiros Militares, pode estar caminhando no sentido da formação dessa nova
instituição, que, à despeito da vontade de alguns, poderá ser, eventualmente, convertida
em uma Guarda Nacional. Tal conversão não aconteceria por um capricho político, mas,
por um imperativo da sociedade na demanda por segurança, em razão de que as Polícias
Militares muito deixam a dever, apesar dos bons serviços prestados.
A hierarquia comum das Polícias e Corpos de Bombeiro Militares estaduais segue como
especificado abaixo:
Polícia Militar da Paraíba (PMPB)
A Polícia Militar do Estado da Paraíba(PMPB) tem por função primordial o policiamento
ostensivo e a preservação da ordem pública do Estado da Paraíba.
É forças auxiliar e reserva do Exército Brasileiro e integra o Sistema de Segurança Pública
e Defesa Social brasileiro
Seus integrantes são denominados militares dos Estados (artigo 42 da CRFB), assim
como os membros dos corpos de bombeiros militares.
As Origens
Criada ainda no tempo do Império, a Polícia Militar é, atualmente, o mais antigo órgão
público em atividade no Estado da Paraíba. Para que se possa avaliar a importância dessa
instituição no contexto histórico estadual e nacional, vamos apresentar uma síntese.
Por esse motivo, teve início, em todo país, uma série de movimentos revolucionários,
como a Balaiada, (Maranhão) a Sabinada, (Bahia) e a Guerra dos Farrapos (Rio Grande
do Sul), entre outros. Além de representar perigo para a manutenção do Império e para a
integridade territorial brasileira, esses movimentos também comprometiam a ordem
pública, o que ocorria com mais intensidade no Rio do Janeiro, Capital do Império. Por
conta dessa situação, o Ministro da Justiça, Padre Antônio Diogo Feijó, propôs à Regência
que fosse criado, no Rio de Janeiro, um Corpo de Guardas Municipais Permanentes,
destinado a manter a ordem pública naquela Província. A proposta de Feijó foi acolhida, e
no dia 10 de outubro de 1831, através de Decreto Regencial, foi criado o Corpo de
Guardas Municipais Permanentes do Rio de Janeiro. No mesmo documento, os
respectivos Presidentes das demais Províncias foram autorizados a também criarem suas
Guardas.
A Polícia Militar
Ao longo dos seus atuais 170 anos de existência, a Polícia Militar da Paraíba, teve
marcante participação nos mais importantes momentos históricos do Brasil e da Paraíba.
Foram situações em que a Corporação foi empregada para ações típicas de tropa de
Exército. Uma parte desses acontecimentos foi registrada durante o período Imperial.
Vejamos os mais importantes.
Em janeiro de 1849 ocorreu em Recife um movimento armado que ficou conhecido como a
Revolução Praieira, e que objetivava depor o Presidente daquela Província. Em maio do
ano anterior, quando o movimento ainda estava se organizando, um grupo de rebeldes,
baseados em Goiana/PE, tencionava invadir a Vila de Pedra de Fogo, na Paraíba.
Informado dessa ameaça, o Dr. João Antônio, Presidente da Paraíba enviou para aquela
localidade um efetivo de 40 Homens da Força Policial, comandados pelo Capitão Genuíno
Antônio Athayde de Albuquerque e um contingente da Guarda Nacional, além de Tropas
de Primeira Linha, que era a denominação do Exército na época. Todos os deslocamentos
de tropa nessa época, eram feitos a pé. Depois de mais de seis meses de espera, a
invasão ocorreu no dia 13 de dezembro, quando se deu uma violenta luta, com registros
de mortes e feridos, saindo a tropa legalista derrotada. Foi a batismo de fogo da Força
Policial. No ano seguinte, os revolucionários, depois de derrotados em Recife, invadiram a
Paraíba, se alojando em Areia, de onde foram expulsos por Tropas de Primeira Linha.
O Ronco da Abelha
Em 1850, o Brasil passou a adotar o registro de nascimento e de óbito, através da lei 586
de 6 de setembro daquele ano. A população interiorana não foi bem informada dessas
exigências e passou a interpretar que o governo estava levantando dados para escravizar
o povo. Por conta disso, no interior da Paraíba, ocorreu em 1852, começando pela Vila de
Ingá, uma revolta que ficou conhecida como O Ronco da Abelha. Centenas de pessoas
invadiam os cartórios, queimavam todos os papéis, quebravam os móveis e ameaçavam
os moradores. A revolta se espalhou por várias outras Vilas no brejo paraibano. Todo
efetivo da Força Policial sediado na Capital foi deslocado para o interior a fim de serenar
os ânimos. Depois de cerca de três meses de intensa atividade, a Força Policial pacificou
o movimento.
A Guerra do Paraguai
A Revolta do Quebra-Quilo
As Lutas no Século XX
Durante as três primeiras décadas deste Século, a Polícia Militar teve também destacada e
positiva participação em acontecimentos de elevado valor histórico nos contextos estadual
e nacional. Ainda empregada como pequeno Exército, essa Corporação travou lutas no
território paraibano e em outros Estados como Pernambuco, Rio do Grande do norte e São
Paulo.
Lutas no Cariri
A primeira luta contra grupo armado que a Polícia Militar, na época denominada de Força
Policial, enfrentou nesse século, foi em 1912, na região do cariri paraibano. Um grupo de
homens armados, na região polarizada por Monteiro, sob as lideranças de João Santa
Cruz, Promotor de Justiça, e Franklin Dantas, proprietário rural e grande líder da região de
Teixeira, por razões políticas, pretendia provocar um clima de desordem no interior do
Estado que justificasse uma intervenção Federal, e a consequente deposição do
Presidente do Estado, Dr. João Machado. Para combater esse movimento, a Força Pública
deslocou um grande efetivo, que ficou inicialmente destacado em Campina Grande, de
onde partiu para os combates. Ocorreram lutas em Sumé, Monteiro, Taperoá, Patos e São
João do Cariri. Ainda foi invadida, pelo bando armado, a cidade de Santa Luzia e
ameaçadas de invasão as cidades de Soledade e Teixeira. Nessas lutas a Polícia obteve
muitas vitórias, e sofreu alguns revezes, mas impediu que os objetivos dos rebelados
fossem alcançados. Pela forma corajosa como se comportaram, destacaram-se nesses
confrontos o então Alferes Elísio Sobreira, que veio depois a se tornar o patrono da Polícia
Militar, o Ten Rangel Farias e o Sargento Pedro Medeiros, além de Luiz Riscão, um
Aspençada, graduação entre Soldado e Cabo.
O Movimento de Princesa
Mas uma vez a Força Pública foi acionada, e um grande efetivo foi mobilizado para
enfrentar os rebeldes sertanejos, que recebiam ajuda do Governo Federal. Foram mais de
quatro meses de violentos combates, em que foram registradas muitas mortes de ambos
os lados. Foi criado um Batalhão Provisório, na Força Pública, só para reforçar o
contingente empregado na luta.
A Revolução Paulista
A Briosa
Policiamento Ostensivo
O policiamento ostensivo, como o próprio nome já designa deve ser o mais visível
possível. Ele se realiza através da polícia ostensiva, por um conjunto de processos, de
tipos e de modalidades.
O policiamento ostensivo tem como função principal realizar a prevenção dos crimes,
contravenções penais e de violações de normas administrativas em áreas específicas,
como o trânsito, meio ambiente, poluição sonora entre outras. O policiamento ostensivo se
constitui em medidas preventivas e de segurança, para evitar o acontecimento de delitos e
de violações de normas.
A presença real se caracteriza pelo contato direto da comunidade com o policial, ao passo
que a potencial se dá pela sensação da presença. O policiamento preventivo tem que ser
multipresencial, para dar à comunidade a sensação de presença real da polícia ao seu
lado o tempo todo. É como a coleta de lixo: todas as ruas da cidade são atendidas, todas
as ruas em dias alternados da semana recebem a visita da coleta. Conforme afirma
DUTRA:
1. a correção de atitude;
2. a obediência pronta às ordens dos superiores hierárquicos;
3. a dedicação integral ao serviço;
4. a colaboração espontânea à disciplina coletiva e à eficiência da instituição;
5. a consciência das responsabilidades;
6. a rigorosa observância das prescrições regulamentares.
Prisão em Flagrante
(Art. 301 e seguintes do CPP)
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
É uma prisão que consiste na restrição da liberdade de alguém, independente de ordem
judicial, possuindo natureza cautelar, desde que esse alguém esteja cometendo ou tenha
acabado de cometer uma infração penal ou esteja em situação semelhante prevista nos
incisos III e IV, do Art. 302, do CPP. É uma forma de autodefesa da sociedade.
Espécies de Flagrante
Irá ocorrer naquela hipótese em que o agente é perseguido logo após o crime em situação
que faça presumir ser ele o autor da infração penal.
A expressão logo após não significa 24 horas, mas sim um período de tempo.
(jurisprudência entende que é até 6 a 8 horas após o crime) razoável para haver a colheita
de provas sobre quem é o autor e iniciar a perseguição. Tempo e lugar próximos da
infração penal.
Irá ocorrer no caso em que o agente é encontrado logo depois com objetos, armas, que
façam presumir ser ele o autor da infração penal.
Nesse caso, o agente não é perseguido, mas encontrado logo depois, sendo que, segundo
ajurisprudência, essa expressão significa até 10, 12 horas após o crime, havendo um
maior elastério de horas. Neste caso hão houve perseguição, sendo que o agente é
encontrado logo depois.
Qualquer pessoa do povo poderá realizar a prisão em flagrante, estando, nesse caso, no
exercício regular de um direito, tratando a hipótese de um flagrante facultativo.
Nota de Culpa
É o instrumento pelo qual é dada ciência ao preso do motivo de sua prisão, bem como de
quem o prendeu. É um requisito extrínseco do APF (Ação de Prisão em Flagrante),
sendo fque a sua falta irá ocasionar o relaxamento da prisão:
Segundo o Art. 306 do CPP, o prazo será de 24 horas, daí que a jurisprudência vem
entendendo que aplica-se, por analogia, o Art. 306 à hipótese prevista no Art. 5º, LXII , da
CF que diz que toda prisão deverá ser comunicada imediatamente ao Juiz.
Art. 306. Dentro em 24 (vinte e quatro) horas depois da prisão, será dada ao preso nota
de culpa assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das
testemunhas.
Parágrafo único. O preso passará recibo da nota de culpa, o qual será assinado por duas
testemunhas, quando ele não souber, não puder ou não quiser assinar.
OBS: É importante na realização do A.P.F (auto de prisão em flagrante) a observância do
Art. 304 do CPP, devendo ser ouvido inicialmente o condutor, as testemunhas e por último
o preso, sendo que apesar do código falar testemunhas,a jurisprudência admite a hipótese
de haver apenas UMA testemunha, sendo que o condutor servirá também como
testemunha da realização do ato (Lavratura do Auto)
Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e as
testemunhas que o acompanharam e interrogará o acusado sobre a imputação que Ihe é
feita, lavrando-se auto, que será por todos assinado.
§ 2º A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas,
nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam
testemunhado a apresentação do preso à autoridade.
§ 3º Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de
prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que Ihe tenham ouvido a leitura
na presença do acusado, do condutor e das testemunhas.
OBS: Art. 5º, LXV da CF/88 Ú Na hipótese de haver prisão em flagrante ilegal haverá o
relaxamento da mesma, sendo que se o juiz não relaxar será cabível o Habeas Corpus,
junto ao tribunal.
Salienta-se que o A.P.F.;(auto de Prisão em flagrante) neste caso, perderá sua força
coercitiva, mas servirá como peça de informação a possibilitar o ajuizamento da ação
penal.
Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a
falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões
que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967)
Outros tipos de Flagrante
Em relação a este tema, aplica-se a Súmula 145 do STF, que diz que não há cime
quando a preparação do flagrante pela autoridade policial torna impossível a sua
consumação. A jurisprudência entende que esta Súmula também se aplica no caso de o
flagrante ter sido preparado pelo particular.
É importante observar que para ser aplicada a Súmula deve haver a Preparação e ao
mesmo tempo a Adoção de Providências para que o crime não venha a se consumar,
ocorrendo, no caso, um crime impossível ou putativo (imaginário), por obra do agente
provocador.
Temos como exemplo clássico desta situação a hipótese em que o patrão desconfiado da
sua secretária, coloca alguns objetos sobre a cristaleira, ao mesmo tempo em que coloca
policiais atrás da porta para que no momento em que a secretária subtraia as joias ocorra
a prisão, sendo que no caso não haverá crime.
O saudoso ministro Nelson Hungria entende que no caso do flagrante preparado ocorre
um crime de ensaio ou de experiência, sendo que os protagonistas participaram na
verdade de uma comédia.
II - Flagrante Forjado: Irá ocorrer no caso, por exemplo, em que um policial, de forma
leviana, coloca drogas no carro de alguém a fim de prende-lo em flagrante. O flagrante
forjado não é válido.
III - Flagrante Esperado: Irá ocorrer na hipótese em que a polícia tendo conhecimento de
que irá ocorrer um crime, espera que o mesmo aconteça e realiza a prisão em flagrante do
agente que o praticou, não há preparação. É um flagrante válido