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LOLITA – Vladimir Nabokov

Vladimir Nabokov conta em “ Lolita “ a história de uma menina


vítima de pedofilia, por parte de um professor universitário Humbert
Humbert, futuro padrasto. Muitos leitores não gostam desta obra, mas
eu não partilho da mesma opinião. Embora seja repugnante a forma
que Humbert, futuro padrasto de Lolita, vê a menina, é precisamente
esta mentalidade que me atrai para a leitura. Um homem fora do
normal, cujo prazer preside no crime e no nojo, não passa de mais um
exemplo do que são os animais da nossa sociedade. Através da leitura
desta obra pude fazer uma análise psicológica mais aprofundada do
perfil de um criminoso, o que me fez sentir mais segura e contribuiu
para o meu conhecimento. No entanto, aquilo que mais me cativou foi
o facto do escritor, começar por denunciar o futuro de Humbert,
característica pouco usada pelos escritores portugueses. Esta
antecipação de acontecimentos futuros ( prolepse ) fez com que a
minha vontade de descobrir como se desenrolou a ação principal
aumentasse.
O momento que menos gostei foi a parte em que Lolita e Humbert
viajam após a morte da mãe da mesma e ficam juntos num quarto,
onde o professor devora a rapariga com os olhos. Esta cena deixou-
me extremamente desconfortável e pouco à vontade para prosseguir a
leitura da narrativa.
Por fim, não recomendo este livro a qualquer pessoa, apenas àqueles
com um estômago forte que possa aguentar a monstruosidade da
personagem principal masculina. Além disso, ler isto como uma
mulher defensora dos direitos das crianças e da proteção às vítimas de
violência sexual e física, fez-me mais pensativa e consciente sobre os
perigos que existem no mundo.

278 PALAVRAS

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