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A HIPERSSEXUALIZAÇÃO E OBJETIFICAÇÃO DA MULHER VISTA

POR MEIO DA OBRA LOLITA, DE VLADIMIR NABOKOV

Jéssica Natália Anjos Silva

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo construir uma análise teórica e social da obra
Lolita, do escritor russo Vladimir Nabokov, com base na teoria da Estética da
Recepção, analisando como tal processo identifica de que maneira o autor/tradutor
aborda o tema central da trama: o polêmico envolvimento sexual de um homem
adulto com sua
enteada pré-adolescente. Por meio dos diferentes pontos de vista dos leitores, busca
se compreender os aspectos sociológicos, tratando assuntos como objetificação,
erotização da mulher e exploração sexual de crianças e adolescentes. A partir do
estudo realizado, é possível perceber que a exploração sexual infantil- tema
considerado tabu-, abordado por meio da trama na obra, pode apresentar para o
leitor um caráter romântico.

Palavras-chave: Lolita. Estética. Recepção.

INTRODUÇÃO

Desde que o patriarcado foi instaurado, a mulher sempre foi vista de forma
inferior ao homem. Isso expressa-se na Bíblia, quando Eva é moldada da costela de
Adão para ele não se sentir só, forjando então a igualdade de gênero, vindo não de
forma independente, sendo um ser humano individual, mas como coadjuvante na
história. Durante muitos anos, a mulher tinha a ideia de que, para ser bem vista na
sociedade, deveria aprender etiqueta, cozinhar, bordar para então casar-se e ter
muitos filhos, além de sempre estar bonita para seus esposos.

O sexo feminino, considerado frágil, fez a mulher tornar-se inferior em muitos


papéis importantes na sociedade. Esse comportamento sexista recusa a igualdade
de direitos e dos gêneros, sempre colocando os interesses dos homens acima dos
interesses das mulheres. Essa ideologia sexista não está somente enraizada nos
aspectos sociais, mas também nos econômicos e políticos. Com a entrada no
mercado de trabalho, no séc. XX, a mulher passa a não ser apenas o objeto de uso
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do patriarcado, se torna autônoma e começa a competir por seu espaço no mercado
de trabalho, passa a ter seus direitos em “igualdade” com os dos homens. Porém,
infelizmente, esse processo é lento e sofreu regresso, como o direito ao voto
feminino na Constituição de 1934, mas a proibição do divórcio, anos depois, na Carta
Magna de 1946.

Para se ter um entendimento sobre Lolita, é importante ter esses fatos em


mente a respeito da identidade da mulher, como a obra foi recebida pelos leitores e
críticos na época em que foi publicada e como ela é vista atualmente. A base teórica
usada neste estudo foi a Estética da Recepção e como a presença do narrador
marca a mediação que ele proporciona ao espectador, além de como o leitor
constrói sua própria opinião ao fim da leitura.

1. A OBRA

Lolita é um livro cheio de polêmicas. Vladimir Nabokov escreve a história de


“amor” entre um Humbert Humbert, professor de meia idade, e Dolores, uma criança
de 12 anos. Pelo olhar obsessivo de Humbert, Lolita- como ele a chama
carinhosamente- é uma ninfeta, figura diabólica que seduz homens mais velhos e
geralmente sente mais prazer do que amor.

Pela manhã ela era Lô, não mais que Lô, com seu
metro e quarenta e sete de altura e calçando uma
única meia soquete. Era Lola ao vestir os jeans
desbotados. Era Dolly na escola. Era Dolores
sobre a linha pontilhada. Mas em meus braços
sempre foi Lolita.

(NABOKOV, 2012, p.11)

A obra é, em sua totalidade, bem descritiva, as paisagens e os personagens são


bem detalhados, e algumas partes até podem chocar o leitor, porque são fortes e têm
cunho sexual. O livro pode ser dividido em duas fases. A primeira conta a infância de
Humbert na França, seu primeiro relacionamento e um casamento fracassado. As
circunstâncias o fazem seguir viagem para os Estados Unidos, em busca de uma
herança de um tio distante. Ele tenta arrumar emprego e algum conforto. Passado
algum tempo, ele se encontra hóspede da casa dos Haze, que está lhe servindo de
pensão, conhece a adorável e geniosa Dolores, filha da anfitriã Charlote, e resolve
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permanecer na casa para aproximar-se da menina. Humbert se apaixona pela


criança e, longe dos olhos da mãe, os dois começam a trocar carícias e escondem a
relação proibida.

Estava fingindo uma súbita dor de dentes


para explicar os intervalos na minha tagarelice –
mas sem nunca desviar um olho interno, de
maníaco, da minha distante e dourada meta.
(NABOKOV, 2012, p. 94)

No verão, Dolly vai para um acampamento para meninas e Charlotte, morando


sozinha com Humbert, confessa seus sentimentos pelo hóspede. O professor aceita
casar-se com ela, pois pretende, com essa união, ficar mais próximo de sua amada.
Mas, enquanto a menina se diverte, de férias, Humbert atura sua esposa, a qual não
tem nada a ver com ele. A mãe de Lolita morre num acidente de carro e Humbert
assume, oportunamente, a posição de guardião da menina e então começa a
segunda fase.

Os dois caem na estrada, viajando por todo país e, de cidade em cidade, Humbert vai
conhecendo cada vez mais características de sua amada. Mesmo que ele a ame com todas
suas forças e ela seja mais que uma menina comum, Dolores ainda é uma criança com todas
as características típicas da idade e ele continua um homem de quase quarenta anos que
não concorda ou se irrita com seu comportamento. Durante a viagem é revelado como o
amor que ele sente por Lo não é recíproco, visto que ela se mostra indiferente em muitas
vezes. Depois, Lolita e Humbert se instalam numa cidade universitária onde a menina passa
a frequentar uma escola. O ciúme de Humbert começa a crescer enquanto moram por lá,
porque ela faz amizade com várias meninas e meninos, dos quais ele a desconfia. Esse
sentimento de desconfiança vai se desenvolvendo ao decorrer do livro até se tornar doentio
de modo que até cega o professor do que realmente se passa ao seu redor.

Eles começam a brigar e durante uma viagem, ela foge com Clare Quilty, o qual
promete a ela que vai torná-la uma atriz famosa, mas na verdade ele não passa de
um produtor de filme pornográfico. Humbert fica 3 anos sem ver Dolores, até que
recebe uma carta na qual relata estar grávida, casada e passando por dificuldades
financeiras, por isso pede sua ajuda. Ele então lhe dá uma quantia em dinheiro e
pede pra que ela volte com ele, e nesse momento tudo desmorona para o professor:
sua amada revela que não irá, porque nunca foi apaixonada realmente por ele,
deixando o homem triste e sem esperança. Por isso, ele vai até o Sr. Quilty e o
assassina,
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depois entrega-se para a polícia. O livro tem um desfecho no qual dá a entender que
Dolores morre, assim como ele, que morre na prisão antes de ser julgado.

A meio de composição, porém, compreendi que


não poderia exibir a Lolita viva.

(NABOKOV, 2012, p. 522)

A obra foi adaptada para o cinema duas vezes, uma em 1962 e outra em 1997. A
primeira versão foi bem criticada, visto que usou uma atriz menor de idade para
interpretar Dolores Haze. A segunda contém algumas constrições, como por exemplo
o temperamento de Humbert, que tende a ser ameaçador e humilhante, mas no filme
ele parece ser calmo, generoso e totalmente influenciado pela menina. Por essa e
outras razões, ela teve mais críticas negativas.

1.1O AUTOR E A OBRA.

Vladimir Nabokov foi um escritor russo nascido em 1899 em São Petesburgo.


Exilou-se com a família na França e Alemanha durante a Revolução Russa.
Começou a escrever em russo ainda na Alemanha, até 1940, quando partiu para os
Estados Unidos, onde adquiriu nacionalidade americana 5 anos depois. Então
passou a escrever suas obras em inglês a fim de levar suas convenções culturais e
posturas perante o sexo. Morreu em 1977, tendo Lolita como sua principal obra.

O autor russo levou em consideração a força da censura (inclusive a moral


religiosa) nos Estados Unidos, como estratégia no sentido de melhor planejar a
apresentação de seu romance ao público norte-americano. Primeiro pensou em
publicá-lo com um pseudônimo, mas depois decidiu ir à frente colocando seu nome
verdadeiro. Dessa maneira, sua busca por uma editora compatível com suas
expectativas estendeu-se por algum tempo. Por fim, após negociações promissoras e
frustradas com diferentes editoras, Lolita foi publicado em agosto de 1958 pela
alçando rapidamente o patamar de best seller. Daí em diante, Lolita foi considerado
um clássico da literatura contemporânea e Nabokov foi capaz de ultrapassar ao
preconceito relativo às suas origens russas enquanto autor, sendo considerado o
mais importante romancista americano vivo à época, além de um grande escritor
russo.
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2. A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO

A Estética da Recepção analisa a literatura numa relação entre obra, autor e


leitor. Nela, são observados aspectos de produção, recepção e comunicação. Assim,
essa estética trabalha com uma dimensão não somente mostrada pelo
autor/narrador, mas estabelece uma dimensão histórica. Com isso, o receptor da
obra terá dois campos de propagação de pensamento: a mostrada pela obra e a
projetada por ele próprio. Essa teoria trabalha não somente na dimensão histórica,
mas social e cultural.
Dessa forma, como afirma Mirian Hisae:
A partir de novas abordagens da linguagem
(pragmática, teoria da enunciação, análise do
discurso), que passaram a considerar mais
enfaticamente a relação linguagem-sociedade,
o texto deixou de ser mera organização
linguística que "carrega" ou que "transmite"
pensamentos, informações ou ideias de seu
produtor.
(HISAE, 2012, p.189)

Então, de acordo com a teoria, a partir de novas abordagens da linguagem


(pragmática, teoria da enunciação, análise do discurso), que passaram a considerar
mais enfaticamente a relação linguagem-sociedade, o texto deixou de ser mera
organização linguística que "carrega" ou que "transmite" pensamentos, informações
ou ideias de seu produtor.

Os autores mantêm o foco a partir do qual estudam a literatura, o de sua


recepção, pois se por um lado podem ser colocados sob a rubrica de autores de uma
teoria recepcional, por outro seus pontos de vista sobre o que enfocar da recepção
parecem ter suas particularidades. Representando um dos diversos ramos da teoria
literária, as teorias orientadas para o aspecto recepcional valorizam a figura do leitor,
fazendo da leitura ou dos mecanismos ou atividades que ela pressupõe uma forma
de desvendamento do texto literário e de compreensão da literatura e de sua
história.

2.1 A RECEPÇÃO DE LOLITA

Seu manuscrito foi recusado por diversas editoras, que chegaram a tratar sua
criação como lixo pornográfico. No ano de 1955, Nabokov conseguiu assinar um
contrato com a produtora Olympia Press e publicou seu manuscrito sob seu próprio
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nome. Embora todos os exemplares de Lolita tenham se esgotado e apesar do livro


ter ficado na lista dos 5 melhores romances do ano de 1955, a recepção do romance
pelos críticos não foi positiva. John Gordon, editor da época, afirmou ser: “o mais
imundo livro que eu já tenha lido, pura pornografia desenfreada."; Lionel Trilling, um
dos críticos, defendeu que: “Lolita é sobre amor, quase cada página expõe uma
emoção erótica explícita e ainda assim é sobre amor”. Essa é a grande questão da
recepção da obra: tratar uma vítima de pedofilia como um símbolo sexual e defender
toda essa história utilizando-se do amor como razão para as ações abusivas e
pedófilas de Humbert.
E ela tampouco é a frágil criança de um
romance feminino. O que me enlouquece é a
dupla natureza desta ninfita-de todas as
ninfitas talvez, - uma terna infantilidade
sonhadora e uma espécie de misteriosa
vulgaridade.
(NABOKOV, 2012, p. 70)

É fato que Apesar de Lolita dar título à obra, não se pode tratá-la como personagem
principal. A história, infelizmente, é sobre a paixão e o desejo de Humbert pela
garota. O foco não é Dolores, mas paixão e o interesse que ela desperta. A
sexualidade do narrador é mais significativa que os próprios desejos de Lolita,
evidenciando mais uma vez a objetificação feminina. Evidentemente o romance de
Vladimir causou grande conflito de opiniões desde a sua publicação. Com a
visibilidade que os problemas
referentes à pornografia infantil ganharam, a obra causou ainda mais impacto e
controvérsia, dividindo as opiniões de acordo com as ideologias que cada leitor tinha:
uns afirmando que ela seria sobre amor, outros, afirmando que a obra tratava de
abuso, anulando, assim, qualquer relação de amor entre os personagens.
3. A VILANIA DE HUMBERT

Humbert foi um vilão em potencial, não há como negar. Ele transgrediu não somente
em relação aos seus desejos, como também, a lei, em diversas partes da obra. A
obra recebe muitas críticas quanto ao final, porque ele morre em decorrência de uma
trombose antes de seu julgamento. Os leitores queriam um desfecho melhor, como o
acontecimento concreto de sua condenação, visto que o desejo de vingança e de
pagamento de dívidas são interesses naturais do leitor que eventualmente
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participa de uma trama perturbadora e envolvente, mostrando assuntos


mundialmente discutidos com temas que se fazem presentes no mundo atual.

O casamento e envolvimento sexual entre homens e crianças, há algumas


décadas atrás, era comum e aceitável. Nos dias atuais, felizmente, essa prática
tornou-se ultrapassada devido a um ramo de discussões que visam à integridade
física e moral da criança e do adolescente. Contudo, é inegável que, mesmo com
toda a modernidade, ainda há incontestáveis abusos seguidos de impunidade, e
mesmo casos de casamentos com meninas ainda na adolescência.
Lo era uma criança de apenas 12 anos. A sensualidade que H. visualizava era fruto
de seu subconsciente doentio. Lolita, no máximo, possuía apenas uma curiosidade
sexual natural e altamente compreensível da chegada da puberdade. Como toda a
obra é narrada por ele, é fácil ser manipulado quanto às investidas de Lolita, assim
como é fácil perceber que a garota se submeteu a várias situações traumáticas por
medo e por sentir-se ameaçada.

Infelizmente, hoje nos encontramos em uma cultura sexista que observa a


mulher como objeto de desejo e prazeres, assim como acontecera com Dolores.
Essa ideia está diretamente ligada à erotização e a hiperssexualização do corpo
feminino, criando, assim, uma cultura observada nos dias atuais: a cultura do
estupro. Lolita tornou-se tão símbolo mundial, que o seu nome foi dado para se
referir a alguns mitos sobre sexualidade que circulam na nossa cultura. No Brasil,
tem a campanha contra a exploração sexual de crianças e adolescentes, o “Maio
laranja”. O ‘’Efeito Lolita‘’ é o nome que se dá às manifestações midiáticas que
ocorrem no mundo quando crianças e adolescentes são vítimas de algum abuso
sexual e, ao invés de o evento ser encarado como consequência da cultura do
estupro, é visto como uma questão comportamental a ser mudada. Ou seja, a mídia
e a cultura patriarcal empurram na direção da vítima o motivo da agressão, assim
como é visto na obra de Nabokov, onde Dolores, a vítima, é vista como a aliciadora e
sedutora e Humbert, o abusador, é visto como alguém que foi tomado por toda a
sedução de Dolores.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Levando-se em consideração a obra Lolita, ela se tornou mundialmente


conhecida por colocar em evidência assuntos antes não trabalhados. Ao
reconsiderar os receptores em relação ao tempo e espaço nos quais eles estão,
Vladimir Nabokov optou por deixar referências mais românticas à relação tabu entre
as personagens principais e atribuir à Dolores uma característica mais
manifestamente sedutora, quem sabe para driblar uma maior censura que poderia
incorrer sobre sua produção.

Quanto à pedofilia, compreende-se que é um assunto bastante preocupante e


ainda latente na sociedade atual, sendo assim, impossível uma análise unilateral,
afinal, ainda vivemos em uma sociedade machista, sexista e preconceituosa. Porém,
ainda sim, é importante trabalharmos esse assunto, pois a literatura, assim como
todo tipo de cultura, tem como dever o comprometimento social para uma sociedade
mais igualitária. Por isso, além da campanha do “Maio Laranja” que deveria ser
durante todo o ano; é também imprescindível a abordagem da educação sexual nas
escolas desde a educação infantil, conscientizando os alunos, conforme suas
idades, e expondo a importância que existe sobre elas não permitirem serem tocadas
em suas partes íntimas, e caso isso ocorra, que receberão apoio psicológico e serão
acolhidas. Além disso, deixá-las cientes também sobre a diversidade de gênero,
visto que se sentir livre sobre seu corpo e sua sexualidade é mais importante que
todo e qualquer padrão.

Devemos lutar para que haja menos “Lolitas” e para que a caminhada para o
progresso aconteça a passos largos. No que se diz respeito à objetificação e
hiperssexualização da mulher, a obra vai ainda mais fundo, pois utiliza um tema
polêmico relacionado a outro: objetificação de um corpo infantil. Todos esses temas
se devem à cultura patriarcal machista e opressora. A obra é completa, afinal,
conseguimos trabalhar todos os temas atuais decorrentes em uma única narrativa.

REFERÊNCIAS

ANJOS, Jéssica. Estética da recepção: Abordagens teóricas. Universidade


Federal do Maranhão. São Luís. 2021.

LOLITA. Direção de Adrian Lyne, Dominique Piat e Leslie Park. Carolina do Norte:
The Samuel Goldwyn Company, 1997. (2h17min.40s.)

LOLITA. Direção de Stanley Kubrick. Estados Unidos: Motion Picture Association of


America. 1962. (2h34min.)

Em foco: Vladimir Nabokov. Portal da Literatura: o portal da Literatura em


Português. Disponível em:
https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=1381

NABOKOV, Vladimir. Lolita. Tradução: Editora Objetiva Ltda. Rio de Janeiro, 2012.
Edição Kindle.

Raridades sobre Lolita, de Vladimir Nabokov. Letras in.verso e re.verso. 16 de


setembro de 2015. Disponível em: http://www.blogletras.com/2015/09/raridades
sobre-lolita-de-vladimir.html

TAVARES, RENATA CORBETTA. A tradução de Lolita de romance para roteiro


cinematográfico: uma análise da retextualização da temática tabu presente na
obra de Vladimir Nabokov. Orientadora: Profa. Dra. Karine Simoni. Co-orientador:
Prof. Dr. Pedro Heliodoro de Moraes Branco Tavares. 2016. Dissertação (Mestrado
em Estudos da Tradução). Universidade Federal de Santa Catarina –PGET/UFSC.
Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/171458. Acesso
em: 30 mai. 2021.
Teoria Literária: Abordagens Históricas e tendências contemporâneas.
Organizadores: Thomas Bonnici e Lúcia Osana Zolin. Maringá, 2009. Editora da
Universidade Estadual de Maringá. p.189-198

Vladimir Nabokov on Lolita: Just Another Great Love Story?. Open Culture. The
best free cultural & educacional media on the web. August 16th, 2011. Disponível em:
https://www.openculture.com/2011/08/vladimir_nabokov_lionel_trilling_on_lolita.html

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