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ESBOÇO Nº 1
A)INTRODUÇÃO AO TRIMESTRE
Feliz 2012!
INTRODUÇÃO
I – O LIVRO DE NEEMIAS
- Neste último trimestre letivo de 2011, somos convidados a estudar mais um livro
do Antigo Testamento, desta feita, o livro de Neemias, que, na ordem que
adotamos na Bíblia Sagrada, é o décimo sexto livro das Escrituras, o último dos
chamados “livros históricos”.
- O livro de Neemias, no cânon judaico, i.e., na ordem estabelecida pelos judeus (a
chamada “Bíblia Judaica” ou Tanach), primitivamente, constituía apenas um livro,
sob o nome de "Ezra”. Na Septuaginta (que é a primeira versão da Bíblia — na
época apenas o Antigo Testamento — para um outro idioma, no caso, o grego), foi
dividido e recebeu o nome de “Segundo Livro de Esdras", assim aparecendo na
Vulgata (a tradução da Bíblia para o latim, a língua falada por Roma e que é, até
hoje, a versão oficial da Igreja Católica Apostólica Romana). Nas edições impressas
da Bíblia a partir de 1525, quando se deu a chamada “edição de Bomberg”,
passaram a ser apresentados separadamente e o segundo livro denominado de
"Neemias", o que foi adotado até pelos judeus. "Neemias" significa "Javé consola",
“Javé conforta” ou “Deus é o meu deleite”.
OBS: Na síntese própria dos poemas, a poetisa potiguar Maria do Céu Guedes
assim resume o livro de Neemias: “Depois, Esdras e Neemias, um testemunho de
fé.…” (GUEDES, Maria do Céu. O Antigo Testamento. In: A Bíblia Sagrada em rima
e poesia, p.30).
- A autoria do livro é atribuída ao próprio Neemias, razão pela qual, aliás, foi dado
o seu nome ao livro quando da separação dos dois livros que, primitivamente, eram
unidos no cânon judaico. O texto bíblico é claro ao afirmar, logo no início do livro,
que se trata de “as palavras de Neemias, filho de Hacalias” (Ne.1:1).
- Alguns críticos bíblicos (cuja tarefa quase sempre é tentar criar impedimentos
para que seja aceito o texto sagrado tal qual se encontra), ao analisar o livro,
questionam esta autoria, baseados no fato de que, na redação do livro, temos a
circunstância de que o narrador se expressa em primeira pessoa, como
personagem participante da narrativa, entre os capítulos 1 e 7. Entretanto, há uma
modificação nesta narrativa entre os capítulos 8 e 12:26, quando a narração passa
a ser feita em terceira pessoa, ou seja, o autor não se apresenta como participante,
sendo, então, retomada a narrativa em primeira pessoa no trecho de Ne.12:27-43,
para novamente se ter uma narrativa em terceira pessoa em Ne.13:1-3,
retomando-se a narrativa em primeira pessoa de Ne.13:4 até o final do livro
(Ne.13:31).
- Com base nestas circunstâncias, alguns críticos criaram a teoria de que o livro foi
escrito pela mesma pessoa que escreveu os livros de Crônicas e o livro de Esdras,
alguém que teria compilado, anos depois dos acontecimentos referentes à
reedificação de Jerusalém (dizem alguns até cerca de 100 anos depois dos fatos),
ou seja, reunido os escritos históricos existentes, inclusive o que seriam as
“memórias de Neemias”, que teria sido o autor apenas dos trechos em que a
narrativa se dá em primeira pessoa (Ne.1-7; 12:27-43 e 13:4-31). Há, ainda, quem
considere que os trechos em terceira pessoa sejam da autoria de Esdras, que teria
compilado as “memórias de Neemias”. Esta é a posição do Talmude (o segundo
livro sagrado do judaísmo), que atribui a autoria do livro a Esdras.
- O capítulo 11, por sua vez, é uma relação dos habitantes de Jerusalém, ou seja,
trata-se de uma transcrição de algum documento mandado elaborar por Neemias,
motivo pelo qual a sua inclusão no livro bem explica porque está narrado em
terceira pessoa, pois não é um documento da autoria de próprio punho de
Neemias. A primeira parte do capítulo 12, também, nitidamente se trata da
transcrição de outro documento pelo autor do livro, desta feita, a relação dos que
voltaram do cativeiro, o que, também, explica o uso da terceira pessoa. Por fim, o
início do capítulo 13, é a narrativa da leitura da lei e das atitudes decorrentes desta
leitura quanto à mistura com os gentios (os casamentos mistos), que serve de base
para o relato das atitudes tomadas por Neemias quando de seu retorno a
Jerusalém, o que também explica o uso da terceira pessoa, precisamente para
mostrar que as ações tomadas por Neemias tinham respaldo na lei de Moisés e já
haviam sido tomadas anteriormente.
- Além do mais, como esclarece o biblista Shemaryahu Talmon, da Universidade
Hebraica de Jerusalém, Neemias é uma “narração em prosa direta (…) gênero (…)
deliberadamente cultivado pelos escritores hebraicos, que o julgaram mais
adequado para o registro de eventos históricos do que o gênero épico, ou os anais
que predominavam nas culturas vizinhas do antigo Oriente Próximo, especialmente
na Mesopotâmia.(…). O relato histórico em Esdras-Neemias é diferenciado
completamente por características estilísticas que contribuem para uma narração
em prosa bíblica vívida, e acentuam sua superioridade em comparação com os
anais mesopotâmicos semelhantes a listas. A ação predomina sobre a descrição: os
verbos muitas vezes excedem em número os substantivos, adjetivos e advérbios. O
efeito dramático resultante é intensificado pelos limites temporais e espaciais
estreitos, que circunscrevem a cena da ação…” (Esdras e Neemias. In: ALTER,
Robert e KERMODE, Frank. Trad. de Raul Fiker. O guia literário da Bíblia, pp.387-8).
Tais peculiaridades também servem de, ao menos, desconfiança das assertivas dos
críticos bíblicos.
- Vemos, portanto, que não há motivo razoável para não se creditar a Neemias a
autoria do livro, a não ser, logicamente, a dureza de coração dos críticos, que,
repetimos, quase sempre querem desacreditar as Escrituras e nada mais do que
isto.
- A questão da autoria também envolve a questão da data do livro. Se seu autor foi
Neemias ou Esdras, o livro deve ter sido escrito na Judeia em algum tempo após o
segundo retorno de Neemias para Jerusalém, ou seja, depois do 32º ano do
reinado de Artaxerxes, isto é, depois de 433 a.C., o que torna o livro de Neemias o
penúltimo livro do Antigo Testamento a ser redigido, só menos recente que o livro
de Malaquias. Para os críticos, porém, o livro pode ter sido redigido até uns cem
anos depois disto, ou seja, cerca de 333 a.C.
No livro de Neemias, vemos que Deus zelou para que Seu povo estivesse -
estabelecido e organizado, após o término do cativeiro da Babilônia, a fim de que
não perdesse a sua identidade. Como afirmam os defensores da “Teoria da Bíblia
como uma roda”, o livro de Neemias, o 16º do cânon, está relacionado com a 16ª
cujo significado é “olho”. O relato de , (— ” – עletra do alfabeto hebraico (“Ayin
Neemias mostra como Deus atentou para a oração do seu servo e abriu os Seus
olhos para a situação calamitosa de Seu povo (Ne.1:6), providenciando, através do
a vitória para o Seu ,(” — עדהe do testemunho ( “edah ( ” – עשהtrabalho (“asah
.povo
- Assim como Esdras, Neemias é uma figura de Cristo, mostrando que Jesus é o
nosso Restaurador, o Reedificador da comunhão entre Deus e os homens. Em
Neemias, Cristo é o reconstrutor de tudo o que está destruído.
OBS: " O Livro de Neemias ante o Novo Testamento - Este livro registra o
cumprimento de todos os passos básicos da restauração do judaísmo pós-exílico,
passos estes necessários à vinda de Cristo no início da era do NT. Teve lugar a
reconstrução de Jerusalém e do templo, a restauração da lei, a renovação do
concerto e a devida preservação da linhagem davídica. Exteriormente, tudo estava
em condição para a vinda do Messias (cf. Dn.9.25). O período retratado em
Neemias termina com a esperança profética de que o Senhor em breve viria ao Seu
templo (Ml.3.1). O NT começa com o cumprimento dessa expectativa e esperança
pós-exílica."(BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, p.728-9).”
OBS: “…O ofício do copeiro real era um posto de grande honra na corte persa.
Estando na presença diária do rei e assistindo-o em seus momentos de descanso, o
copeiro tinha muitas oportunidades de ganhar a boa vontade do monarca e obter
muitos favores que eram negados a outros. Copeiros eram geralmente eunucos.
Eram representados frequentemente em monumentos assírios, segurando um copo
na mão esquerda e um abanador feito de folhas de palmeiras na mão direita. Um
grande guardanapo, ricamente bordado e ornamentado, ficava sobre o seu ombro
esquerdo para o rei enxugar os lábios com ele.…” (BÍBLIA DE ESTUDO DAKE,
p.782, com. Ne.1.1b).
- Tudo indica, portanto, que Neemias pertencia a uma família de judeus que não
havia emigrado para a Palestina com o final do cativeiro da Babilônia, ou seja, um
grupo de judeus que preferiu as benesses do exílio a retornar à Terra que Deus
havia dado a Israel, benesses, aliás, que só tinham aumentado durante o reinado
de Xerxes I, antecessor de Artaxerxes I, que reinou de 486 aC. até 465 a.C. e onde
se deram os fatos relatados no livro de Ester, quando os judeus, após a ameaça de
serem destruídos, acabaram alcançando a proeminência na corte persa.
- Entendem alguns que Hanani, como era irmão de Neemias, também morava em
Susã, então a capital da Pérsia e tinha resolvido fazer uma viagem até a Palestina
e, ao chegar lá, pôde verificar a situação deplorável em que se encontravam os
judeus, apesar da ida de Esdras treze anos antes para lá (Ed.7:7) e, confiante de
que Neemias, diante da situação privilegiada que tinha na corte persa, pudesse
ajudar nesta situação, retornou a Susã, fazendo-se acompanhar de alguns judeus.
- Diante daqueles que vêm ao nosso encontro procurando uma saída, um conselho,
uma solução, não podemos, de modo algum, externar desespero, perplexidade e,
assim, trazer mais embaraço ou confusão a quem nos busca guarida. Como servos
de Deus e, portanto, dotados de esperança (Rm.5:2; 8:24), não podemos externar
desespero a quem nos procura, mas temos de ouvir seus relatos e, se for o caso,
em privado chorar nossas misérias e perplexidade.
- Neemias ouviu as notícias e, em privado, demonstrou seu grande amor para com
o seu povo. Apesar de nunca ter morado em Jerusalém, de pertencer ao grupo de
judeus que resolveu não retornar à Palestina, ele teve compaixão de seu povo,
demonstrou ter fé nas promessas de Deus. O fato de viver em Susã não fez com
que ele viesse a menosprezar ou desconsiderar seus compatriotas, mas mostrou
que, apesar de sua posição, ele se sentia um judeu, alguém que, tal como Moisés,
estava disposto a deixar a sua “zona de conforto”, a sua posição para participar da
realização das promessas divinas.
- Sem que sintamos a compaixão seja por nossos irmãos, seja pelos homens em
geral, não podemos jamais ser eficazes no serviço cristão, na obra do Senhor. Se
Neemias não tivesse sentido compaixão pelos seus compatriotas, não tivesse
sentido a mesma coisa que os judeus miseráveis e desprezados de Jerusalém
estavam a sentir, não se disporia a abandonar o conforto da corte de Artaxerxes
para enfrentar os desafios que se lhe apresentavam em Judá. Temos tido
compaixão do nosso próximo? Temos nos disposto a deixar a “zona de conforto”
para fazermos a obra do Senhor? Pensemos nisto!
- Mas Neemias não se limitou a se assentar e chorar. Sabendo que sua condição de
copeiro do rei, se era uma posição vantajosa e que permitia pleno acesso ao rei da
Pérsia, era assaz insuficiente para resolver a questão. Por isso, sabendo que nada
poderia ser feito senão pela intervenção divina,Neemias não se limitou a chorar e
lamentar, mas resolveu jejuar e orar ao Senhor (Ne.1:4).
- Quantos de nós temos agido desta maneira? Neemias, como copeiro do rei,
poderia, ao saber das notícias, ter aproveitado a primeira ocasião que tinha para se
lamentar diante do rei, que, afinal de contas, era a maior autoridade do mundo
naquela época (a Pérsia era a potência mundial do momento). No entanto,
Neemias sabia que Artaxerxes, apesar de todo seu poder, era apenas um homem e
que há um Deus que é o Senhor de todas as coisas. Temos esta mesma confiança
no Senhor, ou temos procurado outros “deuses”? Corramos aos pés de Jesus,
amados irmãos!
- Neemias relata, então, qual foi a sua oração. Antes de analisarmos esta oração,
observemos que Neemias fez contínua oração, que durou, como já dissemos, cerca
de quatro meses. Muitos se confundem e dizem que a “oração de Neemias” é uma
oração rápida, instantânea, porque se lembram de citar tão somente Ne.2:4,
quando Neemias é interpelado pelo rei, mas isto se deu em Nisã, depois que, em
privado, Neemias já havia orado quatro meses. Não há dúvida de que Deus
responde a orações emergenciais, mas Neemias não é exemplo disso e, sim, deve
ser um exemplo de que precisamos manter uma vida de contínua oração.
- Na oração, devemos, antes de tudo, lembrar quem é Deus e quem somos nós.
Não podemos orar corretamente senão nos apercebemos de que estamos entrando
diante da presença do Senhor, d’Aquele que é o dono de todas as coisas, a quem
não temos o direito de nos dirigir, mas que, pelo Seu infinito amor, quer manter um
relacionamento conosco.
- Neemias, ao contrário dos falsos arautos da teologia da confissão positiva, não se
apresentou diante de Deus para Lhe “cobrar” a fidelidade a Suas promessas, muito
menos para dizer que o Senhor era “obrigado” a trazer prosperidade a Jerusalém e
ao povo de Judá, diante de Suas promessas. Bem ao contrário, identificou a Deus
como o Senhor, o Deus dos céus, o Deus grande e terrível. Precisamos reconhecer
a nossa pequenez e nos humilharmos diante do Senhor quando a Ele nos dirigimos.
Como ensinava Charles Spurgeon (1834-1892), príncipe dos pregadores britânicos,
“…a humildade é a atitude apropriada de um orante…” (SPURGEON, Charles
Haddon. Humildade: a amiga do orante. Disponível
em:http://bible.org/seriespage/humility-friend-prayer-no-1787 Acesso em 11 set.
2010) (texto em inglês). Temos feito isto?
- Ao mesmo tempo em que Neemias fazia memória de seus pecados e dos pecados
de seu povo, também fazia memória das promessas divinas. Sua confiança em
Deus lhe permitia não só assumir suas culpas e as dos filhos de Israel, pois sabia
que Deus era misericordioso e grandioso para perdoar (Is.55:7), como também de
trazer à memória as promessas de restauração, que também estavam presentes na
lei de Moisés (Dt.30:1-10).
- Se isto se deu com um homem que viveu na dispensação da lei, com muito maior
razão deve ser uma tônica para os que, como nós, vivem debaixo da graça. Não
podemos nos deixar esmorecer com nossos fracassos e percalços, mas, se
sinceramente pedirmos perdão pelos nossos pecados e não os confessarmos, mas
deixá-los, igualmente alcançaremos a misericórdia divina (Pv.28:13).
- Neemias não fez qualquer “cobrança” a Deus, mas, assim como confiava no
Senhor e sabia do Seu acerto em ter retirado Judá da sua terra, agora pedia ao
Senhor a mesma fidelidade no tocante à restauração, uma vez existindo a
conversão do povo. Neemias punha-se à disposição do Senhor para efetuar esta
conversão e, assim, obter a restauração completa de Judá, como havia sido
prometido, mostrando sua fé em Deus. Deus não estava “obrigado” a coisa alguma,
mas, sim, ele, Neemias, juntamente com o povo, estava pronto a se converter e,
assim, ser alvo da benignidade do Senhor.
OBS: “…Irmãos, fará mal qualquer um de nós que usar a linguagem do mérito
diante de Deus, pois mérito algum temos e, se tivéssemos algum, não
precisaríamos orar. Foi bem observado por um antigo teólogo, que o homem que
pleiteia seu próprio mérito não ora, mas cobra o seu crédito. Se eu peço a alguém
que me pague sua dívida, eu não sou alguém que pede, mas alguém que está a
exigir os seus direitos. A oração de um homem que pensa que tem méritos é como
se estivesse a entregar uma letra ao Senhor: ele não está apresentando um pedido,
mas emitindo uma cobrança. O mérito, com efeito, diz: “Pague-me o que você
deve”. Pouco um homem deste obterá de Deus, pois se o Senhor apenas pagar
para nós o que Ele nos deve, o lugar além de tormento será nossa rápida herança.
Se durante a vida aqui nós recebermos não mais do que nós merecemos, nós
seremos rejeitados e abandonados. O mais vil dos mendicantes obterá mais do que
estes banidos. Até mesmo a vida, ela própria, é um presente do Criador, ‘De que se
queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um da punição dos seus pecados’.
Vamos nos manter numa posição de inferioridade tanto quanto podemos, pois nós
ainda temos de reconhecer que ‘As misericórdias do Senhor são a causa de não
sermos consumidos; porque as Suas misericórdias não têm fim’. Qualquer outra
atitude que não a de humildade seria muito mal-vinda e presunçosa na presença
do Altíssimo.…” (SPURGEON, Charles Haddon. Humildade: a amiga do orante.
Disponível em: http://bible.org/seriespage/humility-friend-prayer-no-1787Acesso
em 11 set. 2010) (tradução nossa de texto original em inglês) (destaque original).
- Ao longo dos meses de oração, Neemias recebeu da parte do Senhor uma
convicção: a solução estava nele próprio. Era ele quem Deus havia escolhido para
mudar aquela situação em Judá e em Jerusalém. Por isso, sua oração já finalizava
com o pedido de bom êxito diante do rei da Pérsia: “Ah! Senhor, estejam, pois,
atentos os Teus ouvidos à oração do Teu servo e à oração dos Teus servos que
desejam temer o Teu nome; e faze prosperar hoje o Teu servo e dá-lhe graça
perante este homem” (Ne.1:11). Neemias chegou à conclusão, certamente pelo
Espírito de Deus, de que era ele quem deveria levar o caso até o rei Artaxerxes e
pedia que Deus moldasse o coração do monarca para que fosse obtido o bem-estar
de Judá.
- Somente através de uma vida de oração contínua e de intimidade com Deus
poderemos saber qual é a Sua vontade a fim de podermos cumpri-la. Muitos, na
atualidade, permanecem desorientados e sem saber o que fazer simplesmente
porque não têm uma vida de íntima comunhão com o Senhor. Esta íntima
comunhão somente se dará mediante a meditação nas Escrituras e uma vida de
contínua oração. Estabelecendo-se um diálogo com o Senhor por meio da oração
(acompanhada, por vezes, do jejum) e da meditação nas Escrituras, poderemos
nos transformar a nós mesmos, termos a renovação do nosso entendimento e,
desta maneira, experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus
em nossas vidas (Rm.12:1,2).
- Neemias tinha amplo conhecimento das Escrituras, tanto que, em sua oração,
mostra como tinha consciência do que Deus havia falado ao Seu povo por
intermédio da lei de Moisés. Vivia, também, em contínua oração, intensificada que
foi após ter sabido da triste notícia da miséria e do desprezo dos judeus em
Jerusalém. Por isso, em resposta a esta íntima comunhão com o Senhor, teve
condições de identificar que era vontade do Senhor que deixasse aquela posição
confortável no palácio de Artaxerxes para ir enfrentar os desafios nos muros
fendidos e portas queimadas a fogo de Jerusalém. Precisava, porém, de uma
oportunidade para obter a autorização do rei para tal obra. Como isto se daria? É o
que veremos na próxima lição.