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SUBPROJETO DE PESQUISA

- Formulário para Cadastramento -

TÍTULO DO PROJETO DE PESQUISA:

Direito da Natureza

COORDENADOR GERAL DO PROJETO:

GINA VIDAL MARCILIO POMPEU


ORIENTADOR DO SUBPROJETO:

GINA VIDAL MARCILIO POMPEU

CENTRO DE CIÊNCIAS:

Centro de Ciências Jurídicas - CCJ

GRUPO DE PESQUISA (vigente na UNIFOR)


Relações econômicas, politicas, jurídicas e ambientais na América Latina REPJAAL -
CELA

LINHA DE PESQUISA (vigente na UNIFOR)

Direito Constitucional Econômico PPGD UNIFOR

PRAZO PREVISTO PARA O DESENVOLVIMENTO DO SUB-PROJETO:


Início: 01 / 08 / 2021 Término: 01 / 08 / 2022

Palavras Chaves (3 a 6):

Direito ambiental. Direito da natureza. Crise ambiental. Crescimento econômico.


Desenvolvimento humano

OBJETIVOS GERAIS DO PROJETO:


Analisar a condição da Natureza como sujeito de direitos e como acontece sua
proteção diante do ordenamento brasileiro no contexto da América Latina. Além disso,
busca-se apresentar a crise ambiental, a qual surgiu nos anos 60, e seus reflexos diante
da proteção ambiental da natureza em cenário marcado pelo capitalismo e o consumo
exacerbado.

Pesquisar acerca do Direito da Natureza e propor a necessidade de se ter uma


interpretação do texto constitucional que vai além do ser humano, o qual ocupa a posição
central no antropocentrismo. Dessa forma, propõe-se estudar sobre a mudança de uma
visão antropocêntrica, centrada na natureza como a fonte para suprir a necessidades do
homem, para uma ideologia que valoriza a natureza e a coloca como requisito para o
bem-estar dos seres humanos e para um meio ambiente ecologicamente equilibrado.

Faz-se análise do princípio da sustentalidade, o qual surgiu como uma limitação


aos comportamentos humanos e também como um sinal de reorientação dos seres
humanos, diante da crise econômica.

Conhecer os dispositivos normativos que regem os direitos da natureza e como


ocorre a proteção de direitos perante o Direito brasileiro. Além disso, busca-se estudar
o papel do Poder Público e da comunidade diante da proteção do direito da natureza.

OBJETIVOS GERAIS DO SUBPROJETO:

Pesquisar acerca dos direitos da Natureza e como estes estão previstos no


ordenamento brasileiro;

Investigar o impacto da crise ambiental diante do crescimento econômico e a


influência dos direitos da natureza nesse contexto'

Estudar a mudança de Natureza-coisa para Natureza sujeito e os seus reflexos na


esfera dos direitos humanos, o qual foi marcado pela corrente do Antropocentrismo;

Estudar a importância de expandir a interpretação do texto constitucional para a


natureza, evitando uma interpretação centrada apenas no ser humano.
Pesquisar acerca do papel do Estado diante da necessidade de se garantir o direito
da Natureza, antes vista como uma coisa e utilizada fonte para servir os seres
humanos.

Estudar as inter-relações entre Estado, Constituição, Economia, Sociedade e Meio


Ambiente;

Pesquisar sobre a importância de se ter direito da natureza garantido por um


ordenamento jurídico com o escopo de consolidar tais prerrogativas, começando pela
constituição com o escopo de propor políticas fortes de sustentabilidade e que busque
mitigar os efeitos dos impactos;

JUSTIFICATIVA DA PESQUISA DO PROJETO (identificação do problema,


fundamentação teórica e, se pertinente, enunciado das hipóteses):

A constante busca capitalista pelo lucro, pela produtividade e pelo consumo


exacerbado promove efeitos na seara ambiental, tais consequências refletem no modo de
vida, na saúde, no bem-estar do meio ambiente e nas relações sociais e econômicas.
Nesse sentido, evidencia-se a relevante influência que a corrente do antropocentrismo
puro teve nesse cenário, uma vez que a Natureza é interpretada como uma fonte para
satisfazer as necessidades dos seres humanos.
As pegadas humanas deixaram marcas na degradação ambiental. Ressalta-se,
ainda, que há um uso descontrolado das fontes da natureza com o intuito de satisfazer
a vida das elites, panorama que afeta diretamente com o Direito da Natureza e que
contribui com os problemas sociais, econômicos e ambientais, uma vez que estes três
setores se completam. A crise ambiental se tornou evidente a partir dos anos 60, diante
da irracionalidade ecológica dos padrões dominantes de produção e de consumo.

A crise ambiental veio questionar a racionalidade e os paradigmas


teóricos que impulsionaram e legitimaram o crescimento
econômico, negando a natureza. A sustentabilidade econômica
aparece como um critério normativo para a reconstrução da ordem
econômica, como uma condição para a sobrevivência humana e
um suporte para chegar a um desenvolvimento duradouro,
questionando as próprias bases de produção (LEFF, 2004, P.15).

Nesse sentido, observa-se a necessidade de se estender a interpretação do texto


constitucional para além do ser humano, visto que a Natureza é verificada como a fonte
da vida no planeta e essa carece de uma proteção adequada diante do contexto
hodierno com o escopo de beneficiar todos os seres vivos de um meio ambiente
ecologicamente equilibrado.

Nesse contexto, Carducci (2020, p. 1367) afirma que a "relação jurídica que altera o
clima" regida por lei não é uma relação apenas entre estados e ou entre cidadãos e
estados, antes de tudo, é uma relação entre ações humanas que, ao alterar os
componentes da atmosfera, prejudicam as gerações presentes e futuras, ou seja,
prejudicam os direitos humanos. Desse modo, há a necessidade de evitar esse uso
desenfreado dos recursos naturais e ambientais para frear as consequências e as futuras
tragédias que venham afetar a vida em sociedade e tornar os direitos mais distantes da
prática. A exposição de Carducci diretamente ligada com o que apresenta Hardin Garret
em sua obra "A Tragédia dos Comuns", a qual propõe que a tragédia acontece quando a
população utiliza os recursos de modo insustentável, situação que contribui com o
esgotamento das fontes dos bens.

Nesse contexto, as universidades não podem ficar inertes diante da necessidade do


Direito da Natureza, visto que tal tema se propõe como um elemento crucial para a
continuidade da vida no planeta, posto que as consequências do uso descontrolado dos
recursos naturais tende a prejudicar a presente e as futuras gerações. Além disso, todo
o planeta faz parte de uma grande cadeia coesa e que precisa está em harmonia
comos outros setores, sendo, portanto, alvo das consequências ocasionadas pela
busca incessante do capitalismo para suprir as necessidades das elites e para
promover o consumo exacerbado. Diante disso, a analise sobre o contexto hodierno e a
condição do Direito da Natureza faz-se necessário não só para que se entenda a
importância de se expandir a interpretação constitucional para a seara do direito da
natureza e conheça melhor a relação entre direito e meio ambiente, mas também para
compreender os reflexos que a ausência desse nos impactos ambientais e na crise
ambiental.

Dessa forma, a presente pesquisa fará uma relação entre Direito Ambiental, Direito
Constitucional, Teoria do Estado e Direitos Humanos, evidenciando a importância de se
ter o Direito da Natureza e a necessidade do Poder Público e da comunidade de agir
em prol da proteção e da defesa da Natureza, uma vez que tal panorama necessário
deve ser reforçado por meio de instrumentos normativos acerca do tema, começando
pela proteção jurídica e tratamento adequado na Constituição com o intuito de se
propor e impulsionar políticas públicas focadas na sustentabilidade e no equilíbrio
ecológico do meio ambiente.
RELEVÂNCIA DO PROJETO (benefícios da pesquisa para a Ciência, Sociedade e
Universidade):

As universidades detêm a tarefa de conciliar a doutrina e a teoria com a realidade


fática, por meio da pesquisa e do estudo acadêmico É de suma importância analisar e
avaliar os acontecimentos com o escopo de prever os seus reflexos na esfera local,
fazendo, assim, uma interligação entre os cenários. Os pesquisadores estudarão o tema
em análise

As constituições trazem dispositivos normativos que colocam o ser humano como


um ponto central em relação ao meio ambiente, o qual trata a natureza como fonte infinita
de todas as suas necessidades. No entanto, a crise ambiental e a ausência de
sustentabilidade no cenário mundial atrelada aos problemas que afetam o contexto social
demonstram que tal posição central do homem é equivocada. Assim, as ocorrências
demonstram a importância do direito da natureza estar assegurado por dispositivos
normativo, passando de uma visão antropocêntrica, uma interpretação restrita e presa ao
ser humano, para uma interpretação centrada na hermenêutica constitucional, a qual
coloca a natureza e o planeta em uma posição central.

Nesse sentido, a atuação do Estado, como agente capaz de propor alterações ao


texto constitucional, faz-se necessária para propor alterações normativas no âmbito do
direito da natureza, uma vez que cabe ao Poder Público e a Comunidade atuar na
proteção desse bem. Com o uso desenfreado dos recursos naturais baseado nos
interesses do capitalismo, tem-se impactos na esfera ambiental, política, social e
econômica. Dessa forma, evidencia-se a necessidade de se ter uma harmonia entre tais
esferas com o escopo de mitigar a ocorrência de impactos ambientais.

Tal pesquisa mostra-se relevante ao provocar uma interpretação sistemática entre o


Direito Ambiental e o Direito Constitucional, por meio da análise de múltiplos aspectos que
possam garantir a proteção do direito da natureza e o benefício que interesse do
Constituinte Originário, observando a legitimidade de tais Poderes para determinadas
decisões e demarcando limites às suas competências.
METODOLOGIA DO SUBPROJETO (descrição dos métodos e técnicas a serem
adotadas e justificativas dos respectivos equipamentos/materiais indispensáveis):

A metodologia utilizada na pesquisa será realizada por meio de um estudo


descritivo-analítico, desenvolvido por intermédio da análise do processo histórico da
natureza como sujeito de direito e pesquisa acerca dos reflexos e dos impactos
derivados da falta de um ordenamento que expresse o direito da natureza, o qual vá
além da proteção dos seres humanos e estabeleça a natureza como um ente detentor
de direito. Ressalta-se, ainda, que é de suma importância avaliar o cenário social e
econômico com o escopo de compreender como esse influe na crise ambiental e na
ausência de um desenvolvimento sustentável. A pesquisa bibliográfica e documental
por meio da leitura tem o objetivo de delimitar o conhecimento alcançado e sintetizar os
resultados obtidos sobre o Direito da Natureza.
I. Quanto ao tipo a pesquisa será bibliográfica: será feito explicações por meio de
pesquisa interdisciplinar, com orientação epistemológica na teoria crítica, a congregar teoria e
práxis na articulação do Direito Constitucional, Ambiental e da Economia, com as técnicas de
análise documental e de revisão bibliográfica, buscando dar explicações embasadas em
trabalhos publicados sob a forma de livros, revistas, artigos, publicações
especializadas, imprensa escrita e dados oficiais publicados na Internet, que abordem
direta ou indiretamente o tema em análise.

II. Quanto à utilização e abordagem dos resultados: pura, à medida que terá como
fim a ampliação dos conhecimentos. Qualitativa, buscando apreciar a realidade do tema
na esfera global, mas com foco especial no Brasil sobre a questão da análise
constitucional de políticas econômicas de desenvolvimento e promoção humana.

III. Quanto aos objetivos: tem o escopo de descrever, explicar, classificar,


esclarecer o problema apresentado. Além disso, busca-se explorar o assunto por meio
de análises bibliográficas para aprimorar as ideias em relação ao direito na natureza e
seu reflexo em outros âmbitos, a exemplo, econômico, social e político.

IV. Serão expostos dados estatísticos relacionados ao assunto em que se busca


pesquisar com o objetivo de consolidar as informações e obter resultados condizentes e
satisfatórios.

EQUIPE DO SUB-PROJETO (coordenador / orientador e demais pesquisadores,


com respectiva titulação e função no projeto, bem como carga horária semanal
dedicado ao desenvolvimento do mesmo):

Nome Função Titulação Bolsa/Benefício


Gina Marcílio Pompeu Coordenadora Doutora

Paula Ellen Cruz Pinto Pesquisadora(12 Graduanda PROBIC-FEQ


horas)

CRONOGRAMA DO SUBPROJETO (de execução do projeto):

Atividades Data Início Data Fim

01/08/2021 31/08/2021

Análise do tema do projeto, pesquisando e delimitando os objetivos inerentes a serem


estudados. Elaboração de Sumário do artigo científico.

01/09/2021 30/09/2021

Pesquisa bibliográfica e documental em bibliotecas, arquivos e acervos. Fichamento e


crítica das fontes e da documentação identificadas.

01/10/2021 31/01/2022

Tomada de conhecimento acerca do direito da natureza e do processo histórico acerca


desse tema. Além disso, faz-se análise sobre como o tema é tratado nos dispositivos
normativos e quão importante são tais prerrogativas no contexto social e econômico
hodierno e diante de uma crise ambiental. Realiza-se pesquisa em relatórios estatísticos
de órgãos nacionais e internacionais sobre as compatibilidades e incongruências no que
consiste ao desenvolvimento econômico e social.
01/02/2020 28/02/2022

Sistematização e análise das fontes e materiais obtidos viabilizando a elaboração um


Relatório Parcial do andamento dos trabalhos.

01/03/2022 31/04/2022

Desenvolvimento do texto escrito do projeto em pesquisa.

01/05/2022 30/06/2021

Escrita de artigo científico que será encaminhado para publicação em revistas e para
participar de debates em seminários. O artigo dará publicidade aos resultados
preliminares da pesquisa.

01/07/2022 01/08/2022

Correções finais e conclusões do artigo científico.

BIBLIOGRAFIA DO SUBPROJETO (ABNT):

ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito ambiental. 19. ed. Rio de Janeiro: Atlas, 2017.

BENJAMIN, Antonio Herman. A natureza no direito brasileiro: coisa, sujeito ou nada.


NOMOS: Revista do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFC, Fortaleza, v.31,
n.1, 2011, p.79-96.

CARDUCCI, Michele. La ricerca dei caratteri differenziali della “giustizia climatica”.


DPCE Online, [S.l.], v. 43, n. 2, july 2020. ISSN 2037-6677. Available at:
<http://www.dpceonline.it/index.php/dpceonline/article/view/965>. Acesso em: 26 junho
2021.
COLÔMBIA. Sala Civil Especializada En Restitución de Tierras del Tribunal Superior del
Distrito Judicial de Bogotá. Súmula nº STC15084-2018. Relator: Luis Armando Tolosa
Villabona. Corte Suprema da Justicia. Colômbia, 20 nov. 2018.

HARDIN, Garrett. The tragedy of the commons. Science, New Series, v. 162, n. 3859

LEFF, Enrique. Saber Ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade


poder. Tradução Lucia Mathilde Endlich Orth. 3 ed. rev. e aumentada. Pedtrópolis: Vozes,
2004.

MILARÉ, Edis. Direito do ambiente: a gestão ambiental em foco: doutrina, jurisprudência e


glossário. 7. ed. Rev. atual. e reform. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011.

PADILHA, Norma Sueli. Fundamentos constitucionais do direito ambiental brasileiro. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2010.

POMPEU, Gina Vidal Marcílio; POMPEU, Randal Martins (Orgs) . A Racionalidade do Saber
Ambienta, o Diálogo dos Saberes e o Papel da Universidade. Porto Alegre: Fundação Fênix,
2020.

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