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Prova 1 mecânica da fratura

Tensão crítica para rompimento da coesão atômica: σ c =



π x0 √
=
E γs
x0

A tensão real para rompimento de materiais geralmente fica em torno de 3 a 4 ordens de


grandeza a menos que essa.

 Inglis (1913)

(
Tensão na ponta da trinca: σ A= 1+

trinca.
2a
b ) (
=σ 1+2
a
ρ √)
. Onde ρ é a curvatura da ponta da

σA
Fator concentrador de tensão:
σ

Quando a se torna muito maior que b : σ A=2 σ


√ a
ρ
Para uma trinca de acuidade atômica: σ A=2 σ
√ a
x0

Existe um grande gradiente de tensão na trinca, então a tensão na ponta não governa a
fratura.

Mesmo em uma situação ideal de uma trinca de acuidade atômica, a tensão infinita ocorre
apenas em uma distância infinitesimal da ponta da trinca, logo a falha de uma estrutura sob
um carregamento finito aplicado não é inevitável.

 Griffith (1920)

Abordagem energética (1º lei da termodinâmica) da abertura de uma trinca.

O crescimento da trinca só irá ocorrer se houver energia potencial elástica suficiente para
superar a energia de superfície do material.
Como a fratura envolve quebra de ligações atômicas, a tensão em nível atômico deve alcançar
ou exceder a tensão coesiva.

O modelo de Griffith não considera, explicitamente, o raio da ponta da trinca.

O modelo de Griffith implica que a tensão de fratura é insensível a ρ .

De acordo com a análise de tensão de Inglis entretanto, para que σ c seja atingido na ponta da
trinca, σ f deve variar com 1/ ρ .
A aparente discrepância entre o critério de tensão crítica e o critério de energia baseado na
termodinâmica pode ser resolvida vendo a fratura como um processo de nucleação e
crescimento.

Quando a tensão global e o tamanho da trinca satisfazem o critério de energia de Griffith, há


força motriz termodinâmica suficiente para o crescimento a trinca mas a fratura deve primeiro
ser nucleada.

Em um sólido idealmente frágil, uma trinca pode ser formada apenas pela quebra de ligações
atômicas, assim, γ s reflete a energia total de ligações quebradas por unidade de área de
superfície criada.

Quando uma trinca se propaga através de um metal, no entanto, o movimento de


discordâncias ocorre nas proximidades da ponta da trinca, resultando em dissipação de
energia adicional.

 Irwin (1956)

Modelo equivalente ao de Griffith, porém mais conveniente para resolução de problemas de


engenharia.

A taxa de liberação de energia (G ) é uma medida da energia disponível para o aumento do


−dΠ
tamanho da trinca: G= .
dA
Também é chamada de força motriz da abertura da trinca.

π σ2 a
Para a placa de Griffith, a taxa de liberação de energia é: G= .
E
d WS
A fratura vai ocorrer quando G atingir um valor crítico: Gc = =2 w f
dA
w f é a energia de fratura.

Π=U −F
U é a energia de deformação estocada no corpo e F é o trabalho feito por forças externas.

P∆
Em uma estrutura controlada por carga: F=P ∆ e U =∫ Pd ∆=
0 2

Quando a estrutura é controlada pelo deslocamento: F=0 e Π=U .


Compliance (flexibilidade) é o inverso da rigidez: C= .
P
A taxa de liberação de energia é a mesma, tanto para controle por carga quanto para controle
2
P dC
por deslocamento: G= .
2 B da

A relação ( dUda ) =−( dUda ) é mostrada nos 2 gráficos acima.


P ∆
No controle por carga o aumento da trinca resulta em um aumento da energia de deformação
dP ∆
por causa da contribuição da força externa P: ( dU )P=Pd ∆−
2
Quando o deslocamento é fixado, a variação infinitesimal da força é 0 e a energia de
dP ∆
deformação diminui: ( dU )∆= , onde dP é negativo.
2
Quando se plota 𝑅 (resistência à propagação da trinca) em função do tamanho da trinca,
temos uma curva conhecida como curva de resistência ou curva R.

Analogamente, se plotarmos 𝒢 em função do tamanho da trinca, temos a curva de força


motriz.

d G dR
Crescimento estável da trinca: ≤ .
da da
d G dR
Crescimento instável da trinca: > .
da da
Assim, podemos ver que um material com defeitos falhará quando a curva de força motriz for
tangente à curva R. Porém, esse ponto de tangente depende do formato da curva de força
motriz, que depende da configuração da estrutura.

Alguns materiais apresentam uma curva R crescente, alguns apresentam uma curva R
decrescente, enquanto outros apresentam uma curva plana.

O formato da curva R depende do comportamento do material e da configuração da estrutura


trincada.

A curva R para um material idealmente frágil é plana porque a resistência à propagação da


trinca é basicamente a energia superficial e, a energia de superfície é uma propriedade
invariante do material.

Quando a curva R é plana, podemos definir um valor crítico de taxa de liberação de energia,
Gc .
Mas quando o comportamento não-linear do material acompanha a fratura, a curva R pode
assumir formas não-lineares.

Por exemplo, a fratura dúctil em metais geralmente resulta em uma curva R crescente.

Uma zona plástica na ponta da trinca aumenta em tamanho à medida que a trinca cresce.

A força motriz deve aumentar em tais materiais para manter o crescimento da trinca.

Se o corpo trincado é infinito (ou seja, a zona plástica muito pequena em relação ao corpo), o
tamanho da zona plástica e o valor de R eventualmente encontrarão um estado estacionário
e, então a curva R se torna plana.

Alguns materiais podem apresentar uma curva R decrescente.

Quando um metal falha por clivagem, por exemplo, a resistência do material é dada pela
energia de superfície e a dissipação plástica local.

A clivagem ocorre nos planos e nas direções menos densos e, dessa forma necessita de menos
energia para ocorrer. Por isso ocorre de forma muito rápida.

O material perto da ponta da trinca é sujeito a taxas de deformação muito altas, que
suprimem a deformação plástica.

Assim, a resistência ao rápido crescimento de uma trinca de clivagem é menor do que a


resistência no início da fratura.

O tamanho e a geometria da estrutura fraturada podem exercer alguma influência sobre o


formato da curva R.

Uma trinca em uma folha fina tende a produzir uma curva R mais acentuada que uma trinca
em uma chapa espessa porque existe um menor grau de tensão triaxial na ponta da trinca na
folha fina enquanto o material próximo à ponta da trinca na chapa espessa pode estar em um
estado plano de deformação.

Embora a força motriz (G ) seja a mesma, tanto para o controle de carga quanto para o
controle de deslocamento, a taxa de variação da curva de força motriz depende de como a
estrutura é carregada.

considere uma estrutura com uma trinca sujeita a um carregamento P3 e um deslocamento ∆ 3


.
Se a estrutura é controlada pelo carregamento, ela está no limite da instabilidade, onde a
curva de força motriz é tangente à curva R.

No controle de deslocamento, entretanto, a estrutura é estável porque a força motriz diminui


com o crescimento da trinca.

O deslocamento tem que ser aumentado para a trinca continuar crescendo.

Quando uma curva R é determinada experimentalmente, o corpo de prova é, geralmente,


testado em controle de deslocamento. A maior estabilidade no controle por deslocamento
está relacionada ao fato de a estrutura se comportar como uma mola infinitamente rígida
(compliance tende a zero).

Já quando o ensaio é controlado por carga, o material se aproxima de uma mola infinitamente
flexível (compliance tendendo ao infinito), o que dificulta a análise da estrutura.

 Westergaard, Irwin, Sneddon e Williams – Análise das


tensões na ponta da trinca

Os termos de ordem superior dependem da geometria, mas a solução para qualquer


1
configuração contém um termo principal que é proporcional a .
√r
O deslocamento, próximo à ponta da trinca, varia com √ r .

1
Singularidade: ; r →0 . O termo principal tende ao infinito, mas os outros termos
√r
continuam finitos ou tendendo à zero.
1
A singularidade será produzida na ponta da trinca, independentemente do modo de
√r
carregamento, MAS a constante de proporcionalidade k e a função f ij dependem do modo de
carregamento.

Fator Intensidade de Tensão: K=k √ π .


Um campo de tensões singular no plano da trinca (θ=0) no modo I de carregamento será:

Quando θ=0, a tensão de cisalhamento é igual a zero, o que significa que o plano da trinca é
um plano principal para o carregamento puramente no Modo I.

KI 1
A relação σ xx =σ yy = só é valida próxima à ponta da trinca, onde a singularidade
√ 2 πr √r
domina o campo de tensões.

O fator de intensidade de tensão K define a amplitude da singularidade da ponta da trinca.

As tensões próximas à ponta da trinca aumentam, proporcionalmente, a K .

Além disso, o fator de intensidade de tensão define completamente as condições da ponta da


trinca.

Se K for conhecido, é possível resolver todos os componentes de tensão, deformação e


deslocamento em função de r e θ .

Para uma placa de Griffith, como a tensão remota, σ , é perpendicular ao plano da trinca,
temos puramente o modo I de carregamento.

Em materiais elásticos todos os componentes de tensão, em qualquer local, aumentam de


maneira proporcional às forças aplicadas remotamente.

Assim as tensões na ponta da trinca devem ser proporcionais às tensões remotas, e K I é


proporcional a σ : K I =σ √ πa.
Há menos material ao redor para conter a abertura da trinca.
Na placa infinita, a linha de força a uma distância W do centro tem componentes em x e y. Na
placa finita, a força em x deve ser zero na superfície livre, fazendo as linhas de força serem
comprimidas.
O princípio da superposição diz que, para materiais linearmente elásticos, os componentes
individuais de tensão, deformação e deslocamento são aditivos:

A taxa de liberação de energia, G , descreve um comportamento global da propagação da


trinca, pois está relacionada à energia (termodinâmica), enquanto o fator intensidade de
tensão, K , é um parâmetro local, pois está relacionado ao campo de tensões na ponta da
trinca.

Para materiais lineares elásticos, G e K são unicamente relacionados. A partir da combinação


π σ2 a
das duas equações já vistas ( K I =σ √ πa e G= ), em uma condição de estado plano de
E
tensão, chegamos a:
2
KI
G=
E
' E
Para um caso geral, E=E = 2
ν
Em uma trinca de comprimento igual a a+ ∆ a, deslocamento de abertura u y , sujeita ao modo
I de carregamento, com origem a uma distância ∆ a atrás da ponta da trinca e com espessura
unitária é aplicado um campo compressivo de tensão. Esse campo é aplicado de entre x=0 e
x=∆ a e tem magnitude suficiente para fechar a trinca nessa região.
O trabalho necessário para o fechamento da trinca é relacionado com a taxa de liberação de
energia:

G= lim
∆ a →0
( ∆∆Ua ) P

O trabalho de fechamento é uma soma das contribuições de x=0 até x=∆ a:


x=∆ a
∆U= ∫ dU (x )
x=0

A variação infinitesimal de U é:

1
dU ( x )=2 F y ( x ) u y ( x )=σ yy ( x ) u y ( x ) dx
2
O valor do deslocamento de abertura u y é obtido da tabela 2.2 com θ=π . E a tensão em y é a
tensão requerida para o fechamento da trinca e relacionada com a trinca depois do
fechamento.

Combinando todas essas equações e resolvendo para G , chagamos em:

K 2I
G=
E
Mas essa relação é para o modo I de abertura. Quando os outros modos também estão
presentes, o princípio da superposição é utilizado juntamente com as equações análogas para
os modos II e III:
2 2 2
K I K II K III
G= + +
E' E' 2μ

A análise de tensão linear elástica na ponta de trincas de acuidade atômica prevê tensões
infinitas na ponta da trinca. Em materiais reais, porém, a tensão é finita porque o raio da ponta
da trinca tem que ser finito. Em materiais inelásticos, a deformação leva a uma relaxação das
tensões na ponta da trinca.

Correções simples podem ser feitas quando há um escoamento moderado na ponta da trinca.

O tamanho da zona de escoamento na ponta da trinca pode ser estimado por duas
abordagens: A de Irwin e a de Dugdale e Barenblatt.

Abordagem de Irwin: Para um estado plano de tensão, o escoamento ocorre quando σ yy=σ YS,
a tensão de escoamento uniaxial do material. Substituindo a tensão de escoamento na
equação abaixo (já vista),

KI
σ xx=σ yy =
√ 2 πr
Temos:

( )
2
1 KI
r y=
2 π σ YS

Se negligenciarmos o endurecimento por deformação, a distribuição de tensão para r =r y


pode ser representada por uma linha horizontal em σ yy=σ YS. A singularidade da tensão é
truncada pelo escoamento na ponta da trinca.

Quando o escoamento ocorre, as tensões tem que se redistribuir de modo a satisfazer o


equilíbrio. A região hachurada representa forças que estariam presentes em um material
elástico, mas que não podem existir em um material elastoplástico porque a tensão de
escoamento não pode ser excedida. A região de zona plástica tem que aumentar em tamanho
para acomodar essas forças. Com matemática, chegamos que a nova zona plástica, de raio r p ,
é:

( )
2
1 KI
r y=
π σ YS

Ou seja, duas vezes maior que que a estimativa de primeira ordem.

Na zona plástica, o material carrega menos tensão do que suportaria se o material fosse
elástico.

Irwin considerou o material mais macio na zona plástica definindo um comprimento de trinca
efetivo, a eff , um pouco maior que o comprimento da trinca.

a eff =a+r y

( )
2
1 KI
Para um estado plano de tensão: r y =
2 π σ YS

Para um estado plano de deformação, o escoamento é suprimido pelo estado triaxial de

( )
2
1 KI
tensão e a zona plástica é diminuída por um fator de 3: r y =
6 π σ YS

A intensidade de tensão efetiva, K eff , é obtida colocando-se a eff na expressão de K para a


geometria de interesse:

K eff =Y (a eff )σ √ π aeff


Com a introdução de tamanho efetivo da trinca no fator de correção de geometria, Y ,
geralmente é necessária uma solução iterativa para resolver o valor de K eff .

Uma interpretação do ajuste da zona plástica de Irwin é a de uma flexibilidade (compliance)


efetiva, C eff .

∆2
C eff =
P
Comparando o comportamento carregamento-deslocamento de dois materiais trincados, um
puramente elástico e um que apresenta uma zona plástica na ponta da trinca, vemos que o
segundo apresenta desvio do puramente elástico com o aumento da carga. Já, para uma dada
carga, o deslocamento do material que apresenta uma zona plástica na ponta da trinca é maior
que o puramente elástico.

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