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16/03/2023, 08:47 A Maçonaria e o Pelicano

O PELICANO
Examinando as páginas do Grande Dicionário Enciclopédico da Maçonaria de Nicola Aslan, vamos encontrar a seguinte
descrição sobre o Pelicano: "símbolo maçônico representado pelo pelicano derramando sangue pelos seus filhotes a que foi
adotado pela maçonaria, na antiga arte cristã, o Pelicano era considerado emblema do salvador".

Este simbolismo tem por base uma antiga superstição, cuja falsidade foi demonstrada, mas, enquanto se acreditava nela, o
Pelicano foi adotado como símbolo do Cristo, derramando o seu sangue pela Igreja e pela Humanidade.

A esta interpretação teológica, os místicos aplicaram, porém, outro significado, considerando o Pelicano como símbolo do
próprio sacrifício, indicando que na medida em que damos , nossas posses, as nossas aquisições intelectuais, as nossas
habilidades, alimentamos a nossa vida, desenvolvemos o nosso caráter e a nossa personalidade, sendo que, à medida que os anos
passam, o nosso sacrifício se reflete em boas ações que perduram além da nossa vida, como que lembrando os sacrifícios que
fizemos.

Entre os alquimistas, o Pelicano foi um utensílio que utilizaram para suas operações, e um símbolo.

Tratava-se de um alambique de vidro circular, de uma só peça, com o bojo encimado por um capitel tubulado, do qual partiam
dois tubos opostos e encurvados, formando asa.

Estes tubos voltavam a entrar lateralmente no bojo, de modo que o líquido destilado recaía constantemente dentro dele. Não se
sabe bem se o nome de Pelicano foi aplicado pelos alquimista ao aparelho por causa de sua forma que se parecia com esta ave, ou
pela função do aparelho, destinado a alimentar constantemente e manter a vida, com o produto de suas entranhas, o "franguinho"
do alquimista, ou seja, a "obra" que ele procurava realizar.

Nas várias fases por que passava a grande "obra", a matéria tomava diferentes cores, tornando-se sucessivamente preta,
branca, verde, amarela, arco-íris, etc., simples transições entre as cores principais. Estas tinham os seus símbolos: o preto
simbolizava um cadáver, um esqueleto, um corvo, etc.: o branco geralmente por um cisne; o vermelho, a rubificação, como o
chamavam, por um fênix, um Pelicano ou um jovem rei coroado encerrado no Ovo Filosófico.

O Pelicano é sempre representado no momento em que se abre as suas entranhas para alimentar
seus filhotes, sempre em números considerados sagrados: 3-5-7. A Maçonaria vê no Pelicano o DEUS
alimentando o seu Cosmos com a própria substância.

Por isso na Jóia dos Cavaleiros "Rosa-Cruzes" o Pelicano é visto embaixo da rosa-cruz e do
compasso, que apóia as suas pontas sobre o quarto círculo que sustenta o seu ninho.

No simbolismo maçônico, o Pelicano é o emblema mais característico da caridade.

É como tirar de suas entranhas o alimento de seus filhotes. Muitos vêem no Pelicano o mais lindo
símbolo do amor materno.

Entre os antigos Egípcios, o Pelicano era tido como ave sagrada, era um emissário do Espírito
Santo, porque apresentava certas qualidades que faziam com que os nativos de então se
surpreendessem pelos esplendores da ave.

O Espírito Santo bafejava sobre o povo, assim como a pomba nos evangelhos representa o Espírito Santo, tal como naquela
passagem quando Cristo foi batizado nas águas do Rio Jordão. Saindo das águas, o céu se abriu e desceu o Espírito Santo na

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forma de uma pomba.

Seria Lenda?

Superstição?

Seria Verdade?

Não podemos questionar.

E isso porque o pássaro era o símbolo da maternidade mais augusta, da maternidade elevada ao seu grau máximo.

Então, o Pelicano possui uma espécie de bolsa, logo depois do bico, descendo para o papo. E, na forma de regurgitação,
deposita ali os alimentos para os filhos. Quando necessitando desse trabalho, enfiava o bico pela bolsa e retirava o alimento que
ali estava, servindo assim seus próprios filhos.

A ave procedia dessa forma para a manutenção dos filhotes, mas acreditavam piamente, os daquela época, que o Pelicano
arrancava parte do próprio corpo para alimentar a prole, ou extraísse o próprio sangue que alimentava os rebentos.

O Pelicano não serve de sua carne, não serve de seu sangue para alimentar os filhotes, pelo processo que era vedado aos
primitivos notarem, devido à distância em que ficavam. E a semelhança ficou, o símbolo permaneceu. E o Pelicano é para nós,
realmente o emblema mais extraordinário de nossa própria Ordem, quando a mãe comum realiza todos os sacrifícios para
amparar os filhos, para alimentar seus rebentos para propagar a própria espécie.

Não estranha, pois, que a Maçonaria dos Altos Graus, tenha adotado este símbolo do Pelicano para o Grau de Cavaleiro Rosa
Cruz, 18, grau alquímico por excelência e eminentemente Cristão, fazendo-o, outrossim, o símbolo do amor paterno e materno.

CARLOS ARMANDO MOLINARI – 33º


Presidente do Conselho de Kadosh 66
Piracicaba/São Paulo

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Abel Tolentino

Atualização 07/06/2021

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