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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO

DISCIPLINA: TELEVISÃO, HISTÓRIA E TÉCNICA


DOCENTE: ANA PAULA GOULART
ALUNA: REBECA CHIROLI 118145611

RIO DE JANEIRO
2023
No artigo "O INFOTAINMENT NA TELEVISÃO", Itania Maria Mota Gomes aborda
o conceito de infotainment, que é um neologismo que reflete a fusão entre informação e
entretenimento, e como esse fenômeno tem sido objeto de debate e investigação no campo da
Cultura Midiática. A autora destaca que a expressão infotainment surgiu há pelo menos duas
décadas e é usada tanto no contexto das engenharias da computação e da indústria
automobilística, para se referir a aplicações multimídia digitais em tempo real, quanto no
contexto das Ciências Sociais, especialmente na Comunicação, para se referir ao
embaralhamento de fronteiras entre as áreas da cultura midiática, informação e
entretenimento.

No entanto, a autora aponta que o infotainment tem sido mais debatido e criticado do
que propriamente investigado. Ela argumenta que a expressão se tornou uma muleta para
críticos apressados, sem que haja definições sistemáticas, clareza sobre suas razões de
existência e avaliação de suas potencialidades. A maior parte do debate parece expressar o
espanto diante da invasão do entretenimento em áreas que não se imaginava poder
proporcionar diversão. Portanto, a autora propõe uma abordagem mais aprofundada e uma
compreensão mais precisa do fenômeno, concentrando-se na televisão.

A autora explica que o infotainment pode ser explicado pelas grandes mudanças
ocorridas no sistema global de comunicação, resultado da consolidação do neoliberalismo
como opção política dominante no final do século XX e da ampliação das possibilidades
tecnológicas de produção, distribuição e consumo da cultura midiática. Essas mudanças
levaram à globalização da cultura midiática e à transnacionalização das indústrias culturais.

No contexto específico da televisão, a autora destaca quatro tendências básicas:


desregulamentação, ampliação da concorrência, convergência de tecnologias e globalização.
Ela ressalta que a televisão, que antes era uma indústria nacional, agora enfrenta novos
desafios e oportunidades. As emissoras comercializam formatos de programas que podem ser
adaptados às culturas nacionais ou regionais dos países compradores, e o licenciamento de
formatos tornou-se uma das atividades mais lucrativas da indústria midiática.

Entretanto, a autora enfatiza que o termo infotainment não é um conceito em si, mas
sim uma junção das expressões informação e entretenimento. Ela alerta para o fato de que o
termo é utilizado de forma ampla e, muitas vezes, inadequada, abrangendo produtos que não
têm relação direta com o jornalismo. Embora a discussão sobre o infotainment esteja
frequentemente relacionada às estratégias de captação de audiência utilizadas nos programas
jornalísticos, a autora ressalta que nem sempre essas estratégias podem ser consideradas
como entretenimento.

Em suma, o artigo de Itania Maria Mota Gomes proporciona uma visão introdutória
sobre o infotainment e destaca a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa e
aprofundada para compreender as relações entre informação e entretenimento na televisão. A
autora argumenta que o infotainment é um fenômeno complexo, influenciado por mudanças
políticas, econômicas e tecnológicas, e que seu estudo requer uma análise crítica mais
detalhada.

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