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PREFEITURA DE SÃO PAULO

Bruno Covas
Prefeito da Cidade de São Paulo

Ana Claudia Carletto


Secretária Municipal de Direitos Humanos e Cidadania

Juliana Armede
Secretária-Adjunta

Luiz Orsatti Filho


Chefe de Gabinete

Vinicius Duque
Coordenador de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente

Ana León Boaz Mukuna Kupuko


Bryan Sempertegui Rodas Diego Ferreira
Luciana Elena Vázquez Gabriela Mika Tanaka
Marina Luna Estagiárias/os
Assessoras/es

Apoio Técnico, Metodológico e de Redação

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL PARA AS ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS


MIGRAÇÕES (OIM) PARA REFUGIADOS (ACNUR)

Stéphane Rostiaux - Chefe de Missão no José Egas - Representante ACNUR Brasil


Brasil
Federico Martinez – Vice-Representante ACNUR
Guilherme Arosa Prol Otero - Coordenador Brasil
de Projeto
Maria Beatriz Bonna Nogueira - Chefe do
Isadora da Silveira Steffens - Escritório de Campo do ACNUR em São Paulo
Coordenadora de Projeto
Sílvia Corradi Sander – Associada de Proteção
do Escritório de Campo do ACNUR em São Paulo
CONSELHO MUNICIPAL DE IMIGRANTES
Secretaria Municipal de Subprefeituras
Organizações da Sociedade Civil (SMSP)
Associação Senegalesa do São Paulo Secretaria Municipal de Cultura (SMC)
(Asensp) Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Presença América Latina (PAL) Econômico e Trabalho (SMDET)
Missão Paz Secretaria Municipal de Assistência e
Desenvolvimento Social (SMADS)
Cáritas Arquidiocesana de São Paulo
Secretaria Municipal de Educação (SME)
Centro de Apoio e Pastoral do Migrante
(CAMI) Secretaria Municipal de Habitação
(SEHAB)
África do Coração
Secretaria Municipal de Saúde (SMS)
Bibli-ASPA Centro de Cultura e Pesquisa

Pessoa Física Observadores


Nour Massoud Coordenadoria de Relações
Internacionais (CRI)
Tang Wei
Organização Internacional para
Yoo Na Kim
Migrações (OIM)
Keder Lafortune
Alto Comissariado das Nações Unidas
Ngalula Lorenzo Freddy para Refugiados (ACNUR)
Tanya Tshisuaka Organização Internacional do Trabalho
René Barrientos (OIT)
Hortense Mbuyi Mwanza Câmara Municipal de São Paulo (CMSP)
Elisa Jung Defensoria Pública da União (DPU)
Defensoria Pública do Estado de São
Poder Público Paulo (DPE)
Secretaria Municipal de Direitos Ministério Público do Trabalho (MPT)
Humanos e Cidadania (SMDHC)
Este documento é a versão final do I Plano Municipal de Políticas para Imigrantes,
elaborado e diagramado pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e
Cidadania a partir do apoio técnico prestado à Prefeitura da Cidade de São Paulo
pela Organização Internacional para Migrações (OIM) e pelo Alto Comissariado das
Nações Unidas para Refugiados (ACNUR). O Plano é instrumento de planejamento,
implementação, monitoramento e avaliação da Política Municipal para a População
Imigrante de São Paulo e terá vigência entre os anos de 2021-2024.

O I Plano Municipal de Políticas para Imigrantes foi instituído oficialmente na


forma do Decreto Municipal nº 59.965, de 07 de dezembro de 2020, publicado
no Diário Oficial da Cidade em 08 de dezembro de 2020.

Agradecemos o apoio técnico prestado pela Organização Internacional para


Migrações (OIM) e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para
Refugiados (ACNUR), a contribuição dedicada das Secretarias Municipais e a
participação ativa do Conselho Municipal de Imigrantes (CMI).
SUMÁRIO
1 – Notas Institucionais ........................................................................................................................ 6
São Paulo, Uma Cidade Aberta Ao Imigrante ............................................................................................................ 6
Nota Institucional – Conselho Municipal De Imigrantes .......................................................................................... 8
Nota Institucional Conjunta Do Acnur E Da Oim Em Apoio Ao 1º Plano Municipal De Políticas Para A
População Imigrante De São Paulo............................................................................................................................. 9
2 - Introdução ....................................................................................................................................... 11
3 – Histórico da Política Municipal para a População Imigrante de São Paulo ..................... 13
4 – Marcos normativos e orientadores ........................................................................................... 18
4.1 - Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável ................................................................. 18
4.2 - Tratados, Acordos e Pactos Internacionais .................................................................................................... 20
4.3 - Brasil: Lei de Refúgio e Lei de Migração......................................................................................................... 24
5 - Notas Metodológicas e Conceituais ........................................................................................... 26
5.1 Dos Eixos ................................................................................................................................................................ 26
5.2 Dos Objetivos Estratégicos .................................................................................................................................. 27
5.3 Das Ações .............................................................................................................................................................. 27
5.4 Dos Indicadores e Linhas de Base ..................................................................................................................... 28
5.5 Das Metas .............................................................................................................................................................. 29
5.6 Dos Responsáveis e Parceiros para a Execução do Plano ............................................................................ 29
5.7 Das Referências da PMPI e da 2ª Conferência ................................................................................................ 30
5.8 Do Processo Participativo de Elaboração do Plano ........................................................................................ 30
6 – 1º Plano Municipal de Políticas para Imigrantes (2021-2024): ......................................... 32
EIXO I: Participação Social e Protagonismo Imigrante na Governança Migratória Local ................................ 32
EIXO II: Acesso à assistência social e habitação .................................................................................................... 35
EIXO III: Valorização e Incentivo à Diversidade Cultural ........................................................................................ 40
EIXO IV: Proteção aos direitos humanos e combate à xenofobia, ao racismo, à intolerância religiosa e a
quaisquer formas de discriminação ......................................................................................................................... 43
EIXO V: Mulheres e população LGBTI+: acesso a direitos e serviços .................................................................. 45
EIXO VI: Promoção do trabalho decente, geração de emprego e renda e qualificação profissional ............. 48
EIXO VII: Acesso à educação integral, ao ensino de língua portuguesa para imigrantes e respeito à
interculturalidade ........................................................................................................................................................ 52
EIXO VIII: Acesso à saúde integral, lazer e esporte ................................................................................................ 57
7 – Monitoramento e Avaliação ....................................................................................................... 61
8 - Referências Bibliográficas ........................................................................................................... 63
ANEXO I - Parceiros Sugeridos ou Potenciais ................................................................................ 66
LISTA DE ABREVIATURAS
ACNUR: Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados
CMI: Conselho Municipal de Imigrantes
CPMigTD: Coordenação de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho
Decente
CRI: Coordenadoria de Relações Internacionais
DPE: Defensoria Pública do Estado
DPF: Departamento da Polícia Federal
DPU: Defensoria Pública da União
GCM: Pacto Mundial para uma Migração Segura, Ordenada e Regular
GCR: Pacto Global para Refugiados
LGBTI+: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais
MGI: Indicadores da Governança Migratória
ODS: Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
OEA: Organização de Estados Americanos
OIM: Organização Internacional para as Migrações
OIT: Organização Internacional do Trabalho
ONU: Organização das Nações Unidas
PMPI: Política Municipal para a População Imigrante de São Paulo
SECOM: Secretaria Especial de Comunicação
SEHAB: Secretaria Municipal de Habitação
SEME: Secretaria Municipal de Esportes e Lazer
SG: Secretaria Municipal de Gestão
SGM: Secretaria do Governo Municipal
SMADS: Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social
SMC: Secretaria Municipal de Cultura
SMDET: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Trabalho
SMDHC: Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania
SMDU: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano
SME: Secretaria Municipal de Educação
SMIT: Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia
SMS: Secretaria Municipal da Saúde
SMSU: Secretaria Municipal de Segurança Urbana
SMSUB: Secretaria Municipal das Subprefeituras
SMT: Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes
SPTRANS: São Paulo Transportes
SVMA: Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente
1 – Notas Institucionais
SÃO PAULO, UMA CIDADE ABERTA AO IMIGRANTE
A cidade de São Paulo é escolhida como destino de acolhida por muitos imigrantes,
sendo reconhecida nacional e internacionalmente pelo seu caráter aberto e diverso.
Está em nosso DNA a diversidade dos povos que aqui chegaram e ajudaram a
construir essa metrópole. A própria história desse território está misturada com os
povos que escolheram esse lugar para viver.

Ainda assim, é preciso reconhecer que aqueles que migram podem se deparar com
uma série de barreiras em seu processo de integração: a xenofobia, o racismo, o
idioma, o desconhecimento dos serviços existentes e a dificuldade em se obter
documentação são exemplos do que pode afetar o exercício pleno de seus direitos.

Para enfrentar desigualdades e promover mudanças, são necessárias políticas


públicas efetivas. E para construí-las precisamos conhecer profundamente a
realidade que desejamos transformar. É imprescindível que as ações
governamentais dialoguem de maneira contínua com as demandas e dinâmicas da
população que busca abarcar. É necessário que se compreenda essa população
como agente ativo nas transformações da cidade em suas diversas esferas. Desse
modo, a construção de espaços de participação social é de suma importância para
garantir esses pontos de acesso socioestatais.

Para tornar tudo isso possível é necessário desenvolver espaços de diálogo,


participação social e transparência, a fim de ouvir e conhecer as demandas da
população que se deseja atingir.

A compreensão da pessoa imigrante como sujeito de direitos e sua participação


efetiva na tomada de decisões da Política Municipal é um dos pilares da Política
Municipal para a População Imigrante, tornando São Paulo uma cidade reconhecida
nacional e internacionalmente por sua governança migratória local.

É para construir essa cultura de escuta ampla que a Prefeitura de São Paulo, por
meio de sua Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, criou uma
cadeira extraordinária para imigrantes nos Conselhos Participativos da cidade,
instituiu e elegeu o Conselho Municipal de Imigrantes, bem como realizou duas
Conferências de Políticas para Imigrantes (2013 e 2019).

Este ano temos o prazer de publicar o I Plano Municipal de Políticas para Imigrantes,
presente neste documento, como fruto da cristalização das 78 propostas finais
aprovadas na 2a Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes. O Plano traz as
diretrizes para o desenvolvimento da Política Municipal para a População Imigrante
nos próximos quatro anos (2021-2024), contando com 80 ações intersetoriais,
intersecretarias e interseccionais.

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Aqui em São Paulo, a crença de que a participação política dos imigrantes é
fundamental para construir uma cidadania verdadeiramente universal, não é apenas
discurso de retórica. É realidade.

Bruno Covas
Prefeito de São Paulo

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NOTA INSTITUCIONAL – CONSELHO MUNICIPAL DE IMIGRANTES
A Política Municipal para a População Imigrante na cidade de São Paulo tem, entre
seus objetivos, o fomento à participação social e o trabalho conjunto à sociedade
civil para a garantia de direitos e acesso aos serviços públicos pelos imigrantes na
cidade. O compromisso de fazer efetiva a participação social e democrática implica
a criação e institucionalização de mecanismos e ferramentas de controle social, por
meio dos quais, associações, coletivos e instituições de imigrantes ou de apoio a
imigrantes, assim como as lideranças das comunidades, possam discutir, propor,
monitorar e avaliar os rumos das políticas voltadas para essa população.

O Conselho Municipal de Imigrantes, ao longo desses anos, vem trabalhando e se


consolidando para que as demandas e pautas dos imigrantes, sejam incluídas no
aprimoramento da PMPI, na atuação dos 32 representantes da Sociedade Civil e do
poder público. Em 2019, o CMI junto à Comissão Organizadora, realizaram a 2ª
Conferência Municipal, a qual definiu cinco objetivos esperados, entre esses: definir
propostas prioritárias de execução municipal e promover as bases para a construção
de um Plano Municipal. Vista como um todo, 4 pré-conferências regionalizadas, 18
conferncias livres validadas, 3 dias de discussão e deliberação das 78 propostas
finais, a participação social desses encontros foram a ante sala para o Plano ser
concretizado em 2020.

Com o início da definição e bases para o plano, o Conselho levou em diante o grande
desafio de pensar a transformação das propostas em ações exequíveis para os
próximos 4 anos e que contou com o apoio técnico da ACNUR e a OIM. Para tanto,
foi criado um Grupo de Trabalho (Plano Municipal) para liderar esse processo, que
se deu em um contexto, sobretudo, desafiador, marcado pelas demandas advindas
da pandemia causada pelo coronavírus e suas circunstâncias, atravessando todo o
desenvolvimento de elaboração e publicação do Plano. Por meio das discussões, foi
demonstrado o compromisso para aprimorar esta importante ferramenta, que
permitirá endereçar as políticas para imigrantes de forma transversal, intersetorial e
participativa.

Cabe a nós, membros e representantes deste espaço institucional participativo,


acompanhar a execução, monitorar e validar o estabelecido neste documento, e
fazer com que nos próximos anos se concretizem os avanços pela garantia dos
direitos de todos os imigrantes.

Conselho Municipal de Imigrantes

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NOTA INSTITUCIONAL CONJUNTA DO ACNUR E DA OIM EM APOIO
AO 1º PLANO MUNICIPAL DE POLÍTICAS PARA A POPULAÇÃO
IMIGRANTE DE SÃO PAULO
O papel dos governos locais, em especial os municipais, têm sido cada vez mais
destacado no debate internacional sobre refúgio e migrações. Existe um crescente
consenso entre gestores públicos, acadêmicos e especialistas que os desafios da
integração desta população são enfrentados de forma mais efetiva com a
participação ativa da esfera municipal de governo, pela sua proximidade com os
problemas concretos da cidade e seu escopo de competência nas áreas de saúde,
educação, assistência social, desenvolvimento econômico e outros. Ademais, a
participação direta de refugiados e migrantes no desenvolvimento e implementação
das políticas públicas é facilitada no âmbito local, gerando uma sinergia positiva
entre o poder público e a população interessada. Este diagnóstico está contido nos
dois acordos internacionais mais recentes sobre a temática, o Pacto Global para
Refugiados, e o Pacto Mundial para uma Migração Segura, Ordenada e Regular,
ambos firmados em 2018.

A Prefeitura de São Paulo, por meio de sua Secretaria Municipal de Direitos Humanos
e Cidadania (SMDHC), é líder nesta área no Brasil, sendo o primeiro município
brasileiro a estabelecer uma Política Municipal para a População Imigrante (Lei
Municipal n° 16.478/2016). Sua experiência de desenvolvimento e implementação
de políticas públicas de forma participativa é divulgada e fortalecida tanto pelo Alto
Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) quanto pela Organização
Internacional para as Migrações (OIM), nacional e internacionalmente.

A OIM e a SMDHC têm colaborado em diversas iniciativas para a promoção de uma


melhor governança migratória local. Em 2019, São Paulo foi destaque no
desenvolvimento do relatório Indicadores da Governança Migratória Local (MGI, na
sigla em inglês), sendo uma das três cidades globais selecionadas para esta
iniciativa inovadora, ao lado de Accra e Montreal. A OIM teve também a oportunidade
de apoiar a 2ª Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes de 2019, bem
como desenvolver em parceria o projeto MigraCidades, que reúne gestores públicos
de diversas cidades brasileiras.

O ACNUR financia e desenvolve projetos na cidade de São Paulo desde 1989 por
meio de organizações parceiras e em retaguarda às políticas públicas locais de
assistência a grupos com necessidades específicas, educação, saúde e inclusão
socioeconômica. Em reconhecimento ao protagonismo de São Paulo, desde 2014 o
ACNUR dispõe de Escritório de Campo na cidade e, em 2018, reconheceu São Paulo
internacionalmente como Cidade Solidária aos refugiados. O ACNUR igualmente tem
apoiado a Prefeitura de São Paulo em iniciativas diversas, a destacar a elaboração
da Lei Municipal nº 16.478/2016, a criação do Conselho Municipal de Imigrantes
(CMI), a realização da 1ª e da 2ª Conferências Municipais de Políticas para
Imigrantes, o desenvolvimento de protocolos operacionais de atendimento a
refugiados e migrantes em equipamentos públicos e a formação continuada de
servidores.

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Sob essa cooperação continuada, ambas as agências foram chamadas a apoiar
tecnicamente o desenvolvimento do Plano Municipal para a População Imigrante,
respeitando o processo participativo e em estreita colaboração com a SMDHC e o
CMI. Uma vez mais, vemos a Cidade de São Paulo na vanguarda das políticas
municipais para refúgio e migrações no Brasil, razão pela qual as duas agências têm
a grande satisfação de contribuir com esta iniciativa. Seguiremos juntos aos ao
governo municipal e à sociedade civil para concretizar este Plano.

Cordialmente,

Sr. José Egas Sr. Stéphane Rostiaux


Representante ACNUR Brasil Chefe de Missão OIM Brasil

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2 - Introdução
A Política Municipal para a População Imigrante de São Paulo (PMPI), instituída pela
Lei Municipal n° 16.478/2016 e regulamentada pelo Decreto Municipal n°
57.533/2016, define os princípios e diretrizes para a atuação da administração
pública voltada à população imigrante em âmbito municipal. Conforme a definição
da PMPI, a população imigrante se refere a “todas as pessoas que se transferem de
seu lugar de residência habitual em outro país para o Brasil, compreendendo
imigrantes laborais, estudantes, pessoas em situação de refúgio, apátridas, bem
como suas famílias, independentemente de sua situação imigratória e documental”
(Art. 1º, Parágrafo Único, Lei Municipal n° 16.478/2016). Esta política foi se
consolidando desde o ano de 2013, quando foi criada a atual Coordenação de
Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente (CPMigTD), dentro da
Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo (SMDHC), que
coordena a PMPI.

Também em 2013 foi realizada a 1ª Conferência Municipal de Políticas para


Imigrantes, que estabeleceu o diálogo entre o poder público e a sociedade civil que
viria a caracterizar a gestão municipal ao longo dos anos. A participação social tem
sido, desde então, objetivo e diretriz centrais da gestão pública local no
desenvolvimento da política, incluindo a realização das conferências municipais
como marco fundamental de garantia de participação da população imigrante na
elaboração e revisão contínua da política pública migratória na cidade de São Paulo.
Neste espírito, no ano de 2017 foi também instituído o Conselho Municipal de
Imigrantes (CMI) e em 2019 foi realizada a 2ª Conferência Municipal de Políticas
para Imigrantes de São Paulo, cumprindo as determinações definidas na PMPI. O
processo participativo da 2ª Conferência, que resultou em documento contendo 78
propostas prioritárias para a gestão municipal, agora fornece as bases para este I
Plano Municipal de Políticas para Imigrantes de São Paulo (doravante, “Plano”).

O Plano foi elaborado com o apoio técnico solicitado pela SMDHC ao ACNUR e à OIM.
O conteúdo do Plano foi discutido e avaliado entre as equipes de ambas as agências,
da SMDHC, das demais Secretarias Municipais de São Paulo, e pelos membros do
CMI entre os meses de fevereiro a junho de 2020.

O Plano foi construído com base no documento final da 2ª Conferência Municipal,


dentro dos marcos da PMPI e de outras normativas relevantes internacionais e
nacionais, conforme explicitado nas seções metodológicas abaixo. O I Plano define
80 Ações Programáticas dentro de 8 Eixos, e terá vigência de 4 anos, de 2021 a
2024, alinhado ao ciclo político municipal. Seu monitoramento, a cargo do CMI, deve
ser contínuo e transparente, utilizando-se das metas, indicadores e linhas de base
definidos no próprio Plano. Após os dois primeiros anos de vigência, o Plano prevê a
realização de prestação de contas e revisão parcial junto à sociedade sobre a
implementação de suas Ações, de forma a garantir transparência e permitir
eventuais correções ou adaptações necessárias à consecução de seus objetivos. Ao
final de sua vigência em 2024, o Plano prevê, igualmente, a realização de avaliação
final junto à sociedade, que deverá pautar a construção do segundo Plano de
Políticas para Imigrantes. Os termos, datas e formato destas etapas participativas de

11
monitoramento e revisão estão definidos a seguir neste documento, e poderão ser
adaptados e detalhados pelo Poder Executivo Municipal, em consulta com o
Conselho Municipal de Imigrantes, ao longo dos quatro anos de sua vigência.

Por fim, conforme explicitado na PMPI e em acordo à prática de gestão em curso pela
Prefeitura de São Paulo, este Plano é de responsabilidade da gestão municipal, mas
deve ser implementado e monitorado com a colaboração de outros atores sociais,
incluindo organizações não-governamentais, população imigrante em toda sua
diversidade, outros entes federativos, os Poderes Legislativo e Judiciário, agências e
organizações internacionais e o setor privado. O engajamento do todo da sociedade
e das capacidades e perspectivas dos diversos setores sociais constitui marco
fundamental a uma boa governança migratória e, em última instância, à realização
dos direitos da população imigrante.

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3 – Histórico da Política Municipal para a
População Imigrante de São Paulo
A cidade de São Paulo é reconhecida historicamente por ter sido construída por
imigrantes de diversos países ao longo de seu processo de formação, fenômeno que
ainda é presente e tem influência no seu processo de urbanização e de organização.
É devido a esse fluxo de pessoas de diferentes regiões do mundo que São Paulo é
considerada uma cidade aberta e prestigiada por sua diversidade. Dessa forma,
fazem-se necessárias políticas públicas que reconheçam as especificidades da
população imigrante.

O crescimento da população na cidade e, consequentemente, o crescimento da


população imigrante atrelado à acelerada urbanização, atribuiu a importância do
papel das cidades na governança migratória. Embora a política migratória esteja
inserida na competência do âmbito federal, o poder público municipal é um dos
principais agentes institucionais para a promoção de políticas públicas para
imigrantes, com atuação local à altura dos desafios colocados pelas especificidades
dessa população. A criação da PMPI na capital do estado de São Paulo constitui,
portanto, um marco para a cidade na demonstração de compromisso com a
população imigrante, e tem destaque por promover o respeito à diversidade, o
combate à xenofobia e às violações de direitos, e a participação social desta
população na política pública. A cidade de São Paulo passa a ser, então, uma
referência nacional e internacional no tema.

Em 2013 é criada a Coordenação de Políticas para Migrantes 1, atualmente


denominada Coordenação de Políticas para Imigrantes e Promoção do Trabalho
Decente (CPMigTD), com o objetivo de transversalizar a pauta migratória na
administração pública e elaborar políticas para a população imigrante da cidade de
forma intersetorial e participativa. Em 8 de julho de 2016, foi promulgada na cidade
de São Paulo a Lei Municipal n° 16.478, que institui a PMPI. Consta nesta Lei que
a PMPI deve ser implementada de forma transversal às políticas e serviços públicos,
garantindo, assim, o acesso aos direitos sociais e aos serviços públicos à população
imigrante. No mesmo ano, a Lei Municipal foi regulamentada por meio do Decreto
57.533, de 15 de dezembro de 2016, atribuindo às Secretarias Municipais as
competências necessárias para a implementação de políticas voltadas para a
população imigrante.

O último levantamento realizado em 2019 pela Polícia Federal considera que a


cidade de São Paulo conta com uma população de mais de 360 mil imigrantes de
diversas nacionalidades. É possível observar a presença de migrações que se deram
de maneira mais acentuada no século XX (de países como Portugal, Itália, Espanha
e Japão), bem como de fluxos mais recentes (como China, Bolívia, Haiti e Angola).
Atualmente, São Paulo recebe imigrantes de mais de 200 nacionalidades.

1
Criada pelo artigo 242 da Lei Municipal 15.764, de 27 de maio de 2013.

13
Figura 1: Número de pessoas imigrantes registradas em São Paulo por
país de origem, junho de 2019

Fonte: OIM. Perfil 2019 da Cidade de São Paulo: Indicadores da Governança Migratória Local
(MGI). Genebra, 2019.

Quanto ao recorte específico de pessoas em situação de refúgio, São Paulo possui,


igualmente, destaque no cenário nacional como cidade de destino dessa população.
Entre 1993 e maio de 2020, 52.571 pessoas de mais de 100 diferentes
nacionalidades solicitaram refúgio perante a Polícia Federal no estado de São Paulo,
em sua maioria, na capital.

Figura 2: Número acumulado de solicitações de refúgio realizadas no


estado de São Paulo (1993 - 2020)

Fonte: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. CONARE. “Solicitações de reconhecimento da condição de


refugiado ativas e inativas até 31 de maio de 2020”, disponível em:
https://www.justica.gov.br/seus-direitos/refugio/refugio-em-numeros, acesso em 31 de
maio de 2020.

14
No que se refere a pessoas já reconhecidas como refugiadas e registradas na cidade
de São Paulo, dados do Comitê Nacional para Refugiados (CONARE) de maio de 2020
indicam 5.407 pessoas provenientes de mais de 80 nacionalidades:

Figura 3: Número acumulado de refugiados reconhecidos com solicitações


realizadas na cidade de São Paulo (1993 - 2020)

Fonte: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. CONARE. “Tabela com decisões sobre pedidos de


reconhecimento da condição de refugiado - ACNUR (1993-1997) e Conare (1998 a maio de
2020)”, disponível em: https://www.justica.gov.br/seus-direitos/refugio/refugio-em-
numeros, acesso em 31 de maio de 2020.

Uma das principais ações da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania


(SMDHC) foi a criação do Centro de Referência de Atendimento para Imigrantes
(CRAI) em novembro de 2014, equipamento público onde é ofertado apoio
especializado e multilíngue para imigrantes.

Através dos atendimentos realizados pelo CRAI à população imigrante referentes a


regularização de documentos, acesso à informação e a serviços públicos, é possível
coletar dados que tornam viável realizar diagnósticos sobre a situação desta
população na cidade de São Paulo, incluindo, por exemplo, se encontram-se em
situação de refúgio e se possuem documentação regular ou não.

A coleta e análise dessas informações são importantes para a compreensão das


demandas dessa população, de maneira a construir políticas públicas e ações
embasadas em evidências. A partir dos dados de atendimento do CRAI também é
possível identificar regiões com presença significativa de imigrantes na cidade de
São Paulo, como demonstra o seguinte mapa:

15
Figura 4: Pessoas imigrantes atendidas pelo CRAI (2014-2019), segundo
distrito de moradia

Fonte: Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, 2019

A PMPI é, desde sua gênese, uma política a ser implementada de forma transversal,
intersetorial e intersecretarial, proposta considerada pioneira no país. Para tanto,
fica a cargo da CPMigTD o permanente diálogo com outras Secretarias Municipais a
fim de transversalizar a pauta em todos os órgãos municipais e promover o acesso
igualitário aos serviços públicos de saúde, educação, lazer, trabalho, habitação e
assistência social na cidade.

Nesse sentido, uma das ações prioritárias é a formação permanente de


servidoras/es públicos municipais para o aprimoramento do atendimento à
população imigrante. Referida ação se dá, por exemplo, por meio do curso Somos
Tod@s Migrantes, realizado conjuntamente pela CPMigTD e pela Escola Municipal de
Administração Pública de São Paulo (EMASP).

Além disso, a PMPI tornou possível a construção de políticas para atender


necessidades específicas da população imigrante. Aqui vale destacar o projeto
“Portas Abertas: Português para Imigrantes”, instituído pela Portaria Intersecretarial
SMDHC/SME nº 002/2017, que promove o acolhimento linguístico de imigrantes por
meio da oferta de ensino da língua portuguesa de forma capilarizada no território da
cidade, em parceria com a Rede Municipal de Ensino vinculada à Secretaria
Municipal de Educação.

16
Outro eixo importante da PMPI é a promoção da participação social da população
imigrante, considerada um exercício cidadão fundamental à integração local. Neste
sentido, em 2017 foi criado o Conselho Municipal de Imigrantes (CMI), órgão
consultivo composto por 32 conselheiros, sendo 16 titulares e 16 suplentes, que tem
como objetivo participar da formulação, implementação, monitoramento e avaliação
da PMPI. A composição do CMI é paritária entre representantes do poder público e
da sociedade civil: 8 secretarias municipais previstas no Decreto, e 8 membros da
sociedade civil eleitos dentro de três categorias: (I) coletivos, associações e
organizações de imigrantes; (II) coletivos, associações e organizações de apoio a
imigrantes e (III) pessoas físicas imigrantes. O CMI conta, ainda, com 8 membros
observadores: ACNUR, OIM, Organização Internacional do Trabalho (OIT),
Coordenadoria de Relações Internacionais (CRI), Câmara Municipal de São Paulo,
Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPE), Defensoria Pública da União (DPU)
e Ministério Público do Trabalho (MPT).

Em 2019, a SMDHC, o CMI e a Comissão Organizadora da Conferência (COM)


realizaram a 2ª Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes: Somos tod@s
Cidadãos com o objetivo de promover a participação social da população imigrante
por meio da discussão ampla, intersetorial e interinstitucional sobre a PMPI. À
realização da Conferência precederam 4 Pré-Conferências em cada região do
município de São Paulo, além de 18 Conferências Livres organizadas por coletivos,
grupos, associações e organizações de forma independente, e dentro das diretrizes
propostas pela COM. No CMI foram definidos oito eixos temáticos a fim de organizar
a forma como os debates seriam realizados durante a Conferência. Dentre outros
objetivos, coube à 2ª Conferência propor as bases para a criação de um Plano
Municipal. Conforme será explicitado no Capítulo 5 deste documento, os mesmos
oito eixos orientadores da 2ª Conferência foram utilizados na organização temática
deste I Plano Municipal de Políticas para Imigrantes.

O presente Plano foi inspirado, ainda, em outros planos de gestão de políticas


municipais de São Paulo, planos de gestão nacionais e planos-modelo de gestão
utilizados em cidades de outros países.

Para a elaboração deste instrumento estratégico, contou-se com o apoio técnico da


OIM e do ACNUR, que contribuíram com o desenvolvimento e revisão minuciosa do
Plano. Destaca-se, igualmente, que o CMI participou durante todas as etapas do
processo de elaboração e revisão do Plano. O documento contou, por fim, com a
revisão e contribuição das Secretarias Municipais a serem engajadas na
implementação conjunta das ações, conforme detalhado no tópico 5.6 a seguir.

O Plano Municipal de Políticas para Imigrantes finca, portanto, mais um marco na


construção de uma governança migratória local, assim como fortalece de maneira
estratégica a implementação da PMPI, possibilitando a construção de políticas
públicas sob uma perspectiva de escuta e diálogo com a população imigrante, e
evidenciando o compromisso com o respeito à diversidade, com a garantia dos
direitos de imigrantes, e com um processo migratório digno e uma cidadania
universal.

17
4 – Marcos normativos e orientadores
O I Plano Municipal de Políticas para Imigrantes de São Paulo é resultado de contínuo
processo participativo que se iniciou com a 1ª Conferência Municipal de Políticas
para Imigrantes de 2013, e culminou na priorização de 78 propostas na 2ª edição
da Conferência, realizada em dezembro de 2019. Neste ínterim, foi aprovada e se
iniciou a implementação da PMPI.

Como explicado na seção anterior, referidos processos foram construídos de forma


participativa, incluindo o amplo diálogo com centenas de pessoas imigrantes de
dezenas de nacionalidades diferentes, bem como gestores públicos, sociedade civil
organizada, organizações internacionais, órgãos do sistema de justiça e membros do
Poder Legislativo e representantes da iniciativa privada. A PMPI, sua lei e decreto
regulamentador, e o documento final da 2ª Conferência compõem, nesse contexto,
o núcleo orientador deste Plano.

Não obstante, estes documentos, seus princípios e diretrizes dialogam e estão


alinhados com uma série de normas, tratados internacionais e legislação nacional
sobre migrações, refúgio e direitos humanos. Ainda, a comunidade internacional tem
crescentemente reconhecido através de pactos, agendas e tratados o papel
fundamental das cidades na governança das migrações, bem como a relevância da
temática da migração e do refúgio para o planejamento estratégico e gestão
municipais. Tais marcos normativos e orientadores fortalecem a Política e o Plano
municipais, e os localizam dentro das mais atuais práticas e orientações globais
sobre o tema da mobilidade humana. Nesta seção, apresenta-se uma síntese dos
principais marcos normativos e orientadores, do âmbito global ao municipal.

4.1 - Agenda 2030 e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável


A “Agenda 2030” foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (Resolução
70/1) em 2015, e é composta por 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODS). Estes 17 ODS abrangem desde os temas de sustentabilidade ambiental à
promoção da paz e da justiça, passando pela erradicação da pobreza, trabalho
decente e desenvolvimento econômico. Todos os ODS estão pautados pelo
imperativo ético de que “ninguém será deixado para trás”, expresso no parágrafo 4
da Agenda. Na prática, esse princípio orienta países a trabalhar em favor dos ODS
de modo assegurar que populações mais afetadas por pobreza extrema,
desigualdades, discriminação, violência e deslocamento possam realizar seus
direitos e gozar dos progressos do desenvolvimento. Populações imigrantes,
refugiadas e apátridas estão dentre aquelas que, por meio de políticas públicas,
normas e ações programáticas, a “Agenda 2030” conclama que sejam “alcançadas
em primeiro lugar” e, consequentemente, tenham a oportunidade de realizar seu
potencial máximo.

Cada ODS possui metas próprias, totalizando 169, que devem ser cumpridas até o
ano de 2030. A “Agenda 2030” é, assim, um plano de ação que deve orientar a
comunidade internacional e seus membros para atingir estes objetivos definidos

18
conjuntamente. Os ODS são objetivos interdependentes e transversais, mas alguns
deles tratam especificamente de temas ligados à mobilidade humana e dialogam de
forma direta, portanto, com a PMPI e as propostas da 2ª Conferência. A seguir estão
elencados os principais objetivos e metas dos ODS que serão objeto de contribuição
direta pela cidade de São Paulo por meio da implementação do I Plano Municipal de
Políticas para Imigrantes:

● Objetivo 4.: Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade,


e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para
todas e todos.
● Objetivo 5.: Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as
mulheres e meninas.
● Meta 8.7.: Tomar medidas imediatas e eficazes para erradicar o
trabalho forçado, acabar com a escravidão moderna e o tráfico de
pessoas, e assegurar a proibição e eliminação das piores formas de
trabalho infantil, incluindo recrutamento e utilização de crianças-
soldado, e até 2025 acabar com o trabalho infantil em todas as suas
formas.
● Meta 8.8.: Proteger os direitos trabalhistas e promover ambientes de
trabalho seguros e protegidos para todos os trabalhadores, incluindo os
trabalhadores migrantes, em particular as mulheres migrantes, e
pessoas em empregos precários.
● Meta 10.2: Empoderar e promover a inclusão social, econômica e
política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência,
raça, etnia, origem, religião, condição econômica ou outra.
● Meta 10.7.: Facilitar a migração e a mobilidade ordenada, segura,
regular e responsável das pessoas, inclusive por meio da
implementação de políticas de migração planejadas e bem geridas.
● Objetivo 11: Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos,
seguros, resilientes e sustentáveis.
● Meta 16b: Promover e fazer cumprir leis e políticas não discriminatórias
para o desenvolvimento sustentável.
● Objetivo 17.: Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a
parceria global para o desenvolvimento sustentável.
● Meta 17.18 Aumentar significativamente a disponibilidade de dados de
alta qualidade, atuais e confiáveis, desagregados por renda, gênero,
idade, raça, etnia, status migratório, deficiência, localização geográfica
e outras características relevantes em contextos nacionais.
A principal referência à migração na Agenda 2030 diz respeito à Meta 10.7 dos ODS,
que fala em “políticas de migração planejadas e bem geridas”. Para apoiar os
governos a implementarem ações e verificarem seus avanços nesse sentido, foram
desenvolvidos os Indicadores de Governança Migratória (MGI), uma ferramenta para
fomentar o diálogo sobre a migração e identificar áreas bem desenvolvidas e áreas

19
com potencial para desenvolvimento futuro nos países. Os MGI estão baseados no
Marco de Governança das Migrações (MiGOF), que estabelece os elementos
essenciais da “boa governança migratória” que, se respeitados e cumpridos,
garantiriam uma migração humana, segura e ordenada, que beneficia os migrantes
e as sociedades.

Em 2019, considerando o relevante papel das cidades nas políticas migratórias e


procurando oferecer uma imagem mais abrangente do cenário de governança de
migração, o MGI foi adaptado para o nível local. O Município de São Paulo foi
selecionado, ao lado de Accra (Gana) e Montreal (Canadá), a participar da rodada
piloto dos Indicadores da Governança Migratória Local. A seleção refletiu um
reconhecimento global do pioneirismo da cidade na gestão e inovação nas políticas
para os imigrantes, bem como seu comprometimento com a Meta 10.7 dos ODS. O
exercício foi realizado através de parceria entre a Prefeitura de São Paulo, a OIM e a
Unidade de Inteligência da The Economist.

4.2 - Tratados, Acordos e Pactos Internacionais


A Convenção das Nações Unidas relativa ao Estatuto dos Refugiados2 foi
formalmente adotada em 28 de julho de 1951 para resolver a situação de êxodo
forçado de pessoas refugiadas na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Esse
tratado global define o reconhecimento de pessoas como refugiadas e esclarece os
direitos e deveres entre essas pessoas e os países que as acolhem. A Convenção
consolida instrumentos legais internacionais prévios e estabelece padrões básicos
para o tratamento dessas pessoas sem, no entanto, impor limites para que os
Estados possam desenvolver esse tratamento. Ao passo que antigos instrumentos
legais internacionais somente eram aplicados a certos grupos, a definição do termo
“refugiado” no Artigo 1º da Convenção foi elaborada de forma a abranger um grande
número de pessoas. No entanto, a Convenção só abrangia eventos ocorridos antes
de 1º de janeiro de 1951. Com o tempo e a emergência de novas situações geradoras
de conflitos e perseguições, tornou-se crescente a necessidade de providências que
colocassem os novos fluxos de refugiados sob a proteção das provisões da
Convenção. Assim, um Protocolo relativo ao Estatuto dos Refugiados3 foi preparado
e submetido à Assembleia Geral das Nações Unidas em 1966. O Protocolo entrou
em vigor em 4 de outubro de 1967 e, com a sua ratificação, os países foram levados
a aplicar as provisões da Convenção de 1951 para todas as pessoas refugiadas
enquadradas na definição da carta, mas sem limite de datas e de espaço geográfico.
Ambos os instrumentos foram assinados e ratificados pelo Estado brasileiro,
configurando-se, portanto, como vinculantes a todas as esferas do Poder Público,
incluindo a municipal.

2
BRASIL, Decreto no 50.215, de 28 de janeiro de 1961. Brasília, DF. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D50215.htm .
3
BRASIL, Decreto no 70.946, de 7 de agosto de 1972. Brasília, DF. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1970-
1979/D70946.htm#:~:text=PROTOCOLO%20SOBRE%20O%20ESTATUTO%20DOS%20REFUGIADOS,-
O%20Estados%20partes&text=Considerando%20que%20a%20Conven%C3%A7%C3%A3o%20sobre,1%C2%BA%20de%
20janeiro%20de%201951.

20
A Declaração de Cartagena4 é um instrumento regional não vinculante, aprovado por
um grupo de especialistas governamentais de vários estados, como Belize,
Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua,
Panamá e Venezuela. Esta aprovação foi um dos resultados do Colóquio sobre
Proteção Internacional dos Refugiados na América Central, México e Panamá,
celebrado em Cartagena das Índias, Colômbia, em novembro de 1984. A importância
da Declaração de Cartagena como ferramenta de proteção regional tem sido
reiterada pelas Nações Unidas (ONU) e pela Organização de Estados Americanos
(OEA). Esse instrumento regional tem por base a prática generosa de
reconhecimento da condição de refugiado nas Américas e reitera importantes
normas e princípios do Direito Internacional dos Refugiados. A Declaração de
Cartagena estabelece uma série de recomendações para o trato humanitário e
soluções duradouras para aquelas pessoas necessitadas de proteção internacional,
sendo internacionalmente conhecida por sua recomendação de ampliar a definição
de refugiado aplicável na região, a qual consta na legislação nacional de catorze
países, dentre eles, o Brasil.

Em dezembro de 2014, ministros dos governos de toda a América Latina e o Caribe


se reuniram para reafirmar a cooperação internacional e a solidariedade regional
como respostas humanitárias efetivas a pessoas refugiadas, deslocadas e apátridas
na região. O encontro, realizado em Brasília, concluiu o processo de comemorações
do 30º aniversário da Declaração de Cartagena para Refugiados – melhor conhecido
como Cartagena+305. Os compromissos assumidos pelos países participantes,
incluindo o Brasil, foram reunidos na Declaração e Plano de Ação do Brasil6. Os
documentos reconhecem novas realidades na América Latina e no Caribe que
forçam pessoas a fugir de seus países em busca de proteção. Como respostas a
estas necessidades, os países desenharam novas estratégias para fortalecer as
oportunidades de integração local, reassentamento, repatriação voluntária e
mobilidade laboral. Dentre essas estratégias, o Plano de Ação do Brasil salienta de
forma explícita “o papel fundamental das autoridades locais a nível municipal” para
impulsionar a integração local das populações refugiadas.

Em 19 de setembro de 2016, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou, ainda,


um conjunto de compromissos para melhorar a proteção de refugiados e migrantes.
Esses compromissos são conhecidos como a Declaração de Nova York sobre
Refugiados e Migrantes7. A Declaração de Nova York baseia-se no reconhecimento
de que o mundo está enfrentando um nível sem precedentes de mobilidade humana,

4
DECLARAÇÃO DE CARTAGENA: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES. Cartagena, Colômbia, 1984. Disponível em:
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrumentos_Internacionais/Declaracao_de_Car
tagena.pdf.
5
AGÊNCIA DA ONU PARA REFUGIADOS (ACNUR). Memória do trigésimo aniversário da Declaração de Cartagena sobre
Refugiados / 1984-2014. Quito, Equador, 2015. Disponível em: . https://www.acnur.org/portugues/wp-
content/uploads/2018/02/Mem%C3%B3rias-do-Trig%C3%A9simo-Anivers%C3%A1rio-da-Declara%C3%A7%C3%A3o-
de-Cartagena-sobre-refugiados_ACNUR2015.pdf.
6
DECLARAÇÃO DO BRASIL: Um Marco de Cooperação e Solidariedade Regional para Fortalecer a Proteção Internacional
das Pessoas Refugiadas, Deslocadas e Apátridas na América Latina e no Caribe. Brasília, DF, 3 de dezembro de 2014.
Disponível em: https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/BDL/2014/9866.pdf.
7
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Pacto Global sobre os Refugiados (GCR) de 17 de dezembro de 2018, Nova
York. Disponível em: https://www.unhcr.org/gcr/GCR_English.pdf.

21
a maioria positiva, enriquecedora e voluntária. Contudo, o documento reconhece que
o número de pessoas que se movem para escapar de conflitos armados, pobreza,
insegurança alimentar, perseguição, terrorismo ou violações e abusos dos direitos
humanos, bem como dos efeitos adversos das mudanças climáticas e de desastres
naturais, está em um nível historicamente alto. Uma grande parte desse contingente
de refugiados e migrantes estão se movendo em circunstâncias que colocam suas
vidas em risco e agravam situações de vulnerabilidade.

Ao adotar a Declaração, todos os 193 Países-membros das Nações Unidas


manifestaram profunda solidariedade com as pessoas forçadas a se deslocar,
reafirmaram suas obrigações de respeitar plenamente os direitos humanos dos
refugiados e migrantes independentemente do status migratório, e prometeram
apoio concreto aos países afetados por grandes movimentos transfronteiriços. Os
Estados concordaram, ainda, que proteger e apoiar refugiados e migrantes são
responsabilidades internacionais compartilhadas que devem ser sustentadas da
forma mais igualitária e previsível. A Declaração de Nova York deu origem a dois
acordos: um sobre refugiados, o Pacto Global sobre Refugiados, e outro sobre
migrantes, o Pacto Mundial para uma Migração Segura, Ordenada e Regular. No
processo de elaboração de ambos os Pactos, foram realizadas amplas consultas a
governos e a outras partes interessadas em todo o mundo, incluindo a participação
da cidade de São Paulo.

Na Consulta da América Latina e Caribe como Contribuição Regional para o Pacto


Global sobre Refugiados, realizada pelo ACNUR em fevereiro de 2018, São Paulo,
então representada pela SMDHC, foi a única cidade a participar do evento e
compartilhar a perspectiva da gestão municipal sobre a matéria. Na ocasião foi
destacado o papel das cidades no enfrentamento e eventual superação de desafios
a partir da experiência paulistana. Desta rodada de consultas globais e regionais
resultou a adoção, em 17 de dezembro de 2018, do Pacto Global sobre Refugiados8
(“GCR, na sigla em inglês), instrumento não-vinculante considerado uma
oportunidade única para fortalecer a resposta internacional, regional e local a
grandes movimentos de refugiados e a situações prolongadas de refúgio. Seus
quatro objetivos principais são: (I) Diminuir a pressão em países de acolhimento; (II)
Aumentar a autossuficiência de pessoas refugiadas; (III) Expandir o acesso a
soluções de países terceiros; e (IV) Apoiar condições nos países de origem para
retorno com segurança e dignidade.

O Pacto Global sobre Refugiados inclui o Marco Integral de Resposta aos Refugiados
(CRRF, em inglês), conforme acordado pelos Estados-membros na Declaração de
Nova York, bem como um programa de ação baseado no CRRF que estabelece
medidas para que os Estados e outras partes interessadas compartilhem
responsabilidades e cooperem mais efetivamente na resposta aos movimentos de
refugiados em grande escala e às situações prolongadas de refúgio. O programa de
ação fornece um plano para apoiar países e comunidades de acolhimento a garantir,
por exemplo, que pessoas refugiadas tenham melhor acesso a saúde, educação e
meios de subsistência, e possam se integrar às comunidades de acolhimento desde
8
ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Resolução da Assembleia Geral da ONU. Relatório do Alto Comissariado
das Nações Unidas para Refugiados. Parte II: pacto global sobre refugiados A/RES/73/12. Nova York, 17 de Dezembro de
2018. Disponível em: https://www.unhcr.org/gcr/GCR_English.pdf .

22
o início. O instrumento contempla uma ampla gama de interessados, como
autoridades locais e nacionais; organizações internacionais e regionais e instituições
financeiras; parceiros da sociedade civil (incluindo setores religiosos, acadêmicos,
imprensa e privado); e as próprias pessoas refugiadas.

Nesse sentido, Pacto Global sobre Refugiados inaugura o que convencionou-se


chamar de “abordagem de toda a sociedade” para o trabalho com populações
refugiadas. O conceito orienta que, para além da atuação de governos centrais,
múltiplos atores públicos e privados, em diferentes níveis, devem agir de forma
coordenada para a garantia de direitos e de soluções duradouras ao refúgio. O
engajamento das cidades ganhou destaque nessa abordagem, tendo o GCR
reconhecido que autoridades locais geralmente são as primeiras a responder aos
grandes fluxos de refugiados por meio da oferta de serviços e de estruturas públicas
municipais. O fortalecimento da infraestrutura local, assim como o
compartilhamento de boas práticas municipais, foram mencionados como
importantes compromissos a serem alcançados pelos países na implementação do
GCR.

O Pacto Mundial para uma Migração Segura, Ordenada e Regular (“GCM”, na sigla
em inglês), adotado em 19 de dezembro de 2018 também como fruto da Declaração
de Nova York sobre Refugiados e Migrantes, é, por sua vez, o primeiro acordo
negociado de forma intergovernamental, preparado sob os auspícios das Nações
Unidas, que cobre todas as dimensões da migração internacional de maneira
holística e abrangente. É um documento não-vinculante, que respeita o direito
soberano dos Estados, e demonstra compromisso com a cooperação internacional
em mobilidade humana. O GCM é estruturado de maneira consistente com a meta
10.7 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, na qual os Estados
Membros se comprometem a cooperar internacionalmente para facilitar a migração
segura, ordenada e regular através de 23 Objetivos abrangentes e relacionados
entre si, e com os ODS. O Pacto foi projetado para apoiar a cooperação internacional
em governança da migração internacional; fornecer um leque abrangente de opções
para os Estados, a partir dos quais eles podem selecionar opções de política para
abordar algumas das questões mais prementes da migração internacional; e dar aos
Estados espaço e flexibilidade para prosseguir na implementação com base em suas
próprias realidades e capacidades.

O GCM reconheceu o papel das cidades na governança migratória, buscando engajar


municípios desde a fase preparatória; destacando a necessidade de esforços
concentrados em todos os níveis, inclusive no nível municipal, para implementação
efetiva do Pacto; e incluindo o acompanhamento de progresso nos níveis local,
nacional, regional e global em seu mecanismo de monitoramento e revisão. O
Município de São Paulo participou da Conferência Intergovernamental que levou à
assinatura do Pacto Mundial para Migração em Marrakesh, Marrocos, em 2018. Na
ocasião, foi apresentada a Declaração de Prefeitos “Cidades Trabalhando Juntas
para Migrantes e Refugiados”, elaborada dias antes no 5º Fórum de Prefeitos sobre
Mobilidade Humana, Migração e Desenvolvimento, também em Marrakech. Neste
sentido, a maior parte dos 23 Objetivos inclui ações relevantes para o contexto
municipal e para a PMPI paulistana, considerando os limites desta esfera de governo
na governança migratória. Aqui destacamos sete deles pela relação mais próxima

23
que possuem com diversas propostas da 2ª Conferência e com os objetivos da PMPI
em geral.

● Objetivo 1: Coletar e utilizar dados precisos e desagregados como base


para políticas baseadas em evidências.
● Objetivo 3: Fornecer informações precisas e oportunas em todos os
estágios da migração.
● Objetivo 6: Viabilizar recrutamento ético e justo e assegurar condições
que garantam o trabalho decente.
● Objetivo 7: Tratar e reduzir as vulnerabilidades na migração.
● Objetivo 5: Incrementar a disponibilidade e flexibilidade das vias de
regularização migratória.
● Objetivo 15: Providenciar acesso de migrantes a serviços básicos.
● Objetivo 16: Empoderar migrantes e sociedades para alcançarem
inclusão completa e coesão social.
● Objetivo 17: Eliminar todas as formas de discriminação e promover um
discurso público baseado em evidências para influenciar a percepção
sobre as migrações.

4.3 - Brasil: Lei de Refúgio e Lei de Migração


Lei de Refúgio
A Lei nº 9.474, de 22 de julho de 19979, constitui pilar do regime protetivo de
pessoas refugiadas no Brasil e é considerada exemplo regional por adotar um
conceito ampliado para o reconhecimento de refugiados, alinhado àquele previsto
na Declaração de Cartagena. Para além da definição clássica estabelecida na
Convenção de 1951, a lei brasileira também reconhece como refugiadas todas as
pessoas que buscam proteção diante de situações de grave e generalizada violação
de direitos humanos.

A Lei nº 9.474/1997 garante às pessoas solicitantes de refúgio e refugiadas a


proteção contra a devolução involuntária ao país de origem, bem como prevê a não-
penalização por entrada irregular no Brasil. A Lei permite, ainda, o pleno acesso à
documentação; o exercício de direitos econômicos, sociais, culturais, e de alguns
direitos políticos; a proteção contra discriminação e violências; a assistência jurídica
gratuita e o acesso à justiça; e a reunião familiar, dentre outros. Isto inclui o direito
de acessar trabalho formal e todos os serviços públicos de saúde, assistência social,
educação, trabalho e seguridade social. A Lei nº 9.474/1997 prevê, ainda, o direito

9
BRASIL. Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997.
Define mecanismos para a implementação do Estatuto dos Refugiados de 1951, e determina outras providências.
Brasília, DF. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9474.htm.

24
ao livre trânsito pelo território brasileiro e a flexibilização nas exigências de
apresentação de documentos do país de origem.

A responsabilidade de proteção e integração de pessoas refugiadas compete, no


marco da Lei nº 9.474/1997, primariamente ao Estado brasileiro, incluindo os
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário nas instâncias federal, estadual e
municipal.

Lei de Migração
A Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017), sancionada em 24 de maio de 2017, é o
principal marco normativo para questão da migração no país, e base orientadora
para qualquer política ou plano que se vise estabelecer em território nacional na área
de migrações. Embora recente, sua aprovação foi resultado de um longo processo
de construção de uma lei que viesse a substituir o Estatuto do Estrangeiro (Lei nº
6.815/1980), adequando a legislação brasileira de migração à Constituição de 1988
e às normativas internacionais sobre o tema, bem como incorporando inovações
trazidas por portarias e decretos nas últimas décadas. A PMPI de São Paulo foi
aprovada em 2016, período em que já estavam em curso as discussões e
negociações para a construção da Lei de Migração nacional, estando alinhadas em
seus princípios e diretrizes.

A Lei de Migração é caracterizada pela abordagem da migração a partir de um


enfoque de direitos, tendo entre seus princípios e diretrizes a universalidade,
indivisibilidade e interdependência dos direitos humanos e o repúdio a quaisquer
formas de discriminação, garantindo a igualdade de tratamento e oportunidade aos
migrantes e seus familiares. Isso inclui o acesso igualitário e livre do migrante a
serviços, programas e benefícios sociais, bens públicos, educação, assistência
jurídica integral pública, trabalho, moradia, serviço bancário e seguridade social, em
conformidade com o Art. 5º da Constituição Federal de 1988. Destaca-se na
legislação a primazia dos direitos humanos em relação ao status documental ao
estabelecer uma série de direitos e garantias aos migrantes independentemente da
situação migratória, e ao estabelecer como princípio a não-criminalização da
migração. Outra garantia importante estabelecida na nova Lei é o direito de reunião
e de associação, bem como o princípio do diálogo social na formulação, execução e
avaliação de políticas migratórias e promoção da participação cidadã do migrante.

Cabe, por fim, destacar que a Lei de Migração também dispõe sobre instituto
protetivo especial do apátrida, alinhando a legislação brasileira à Convenção sobre
o Estatuto dos Apátridas10 e demais tratados internacionais de direitos humanos
sobre o tema. A lei afirma que o apátrida residente terá os mesmos direitos dos
migrantes conforme a lei, além de definir os procedimentos para o reconhecimento
da condição de apátrida e para naturalização facilitada.

10
BRASIL. Decreto no 4.246, de 22 de maio de 2002. Brasília, DF. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4246.htm.

25
5 - Notas Metodológicas e Conceituais
A matriz do Plano está composta por (I) Eixos, (II) Objetivos Estratégicos, (III) Ações,
(IV) Indicadores (incluindo Linha de Base), (V) Meta, (VI) Responsáveis, (VII)
Referências legais da Política Municipal para Imigrantes e da 2ª Conferência de
Políticas para Imigrantes. Referida estrutura foi inspirada em outros planos de gestão
de políticas municipais de São Paulo11, planos de gestão nacionais12 e planos-
modelo de gestão utilizados em cidades de outros países13.

Neste capítulo serão apresentadas as diretrizes metodológicas adotadas na


construção de cada seção da matriz do Plano Municipal de Políticas para Imigrantes
em São Paulo.

5.1 Dos Eixos


A PMPI define que ela “será implementada com diálogo permanente entre o poder
público e a sociedade civil, em especial por meio de audiências, consultas públicas
e conferências”. Nesse sentido, a 2ª Conferência Municipal de Políticas para
Imigrantes, realizada em novembro de 2019, constitui marco central na garantia de
participação social da população imigrante em São Paulo. Dentre outros objetivos,
coube à 2ª Conferência “Propor as bases para a criação de um Plano Municipal” 14,
razão pela qual as deliberações realizadas em seu âmbito constituem a base
democrática para a elaboração do I Plano Municipal.

Os 8 Eixos temáticos indicados no Plano Municipal adotam como parâmetro,


portanto, a estrutura deliberada pelo Conselho Municipal de Políticas para Imigrantes
para a realização da 2ª Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes:

● Eixo 1: Participação Social e Protagonismo Social Migrante na


Governança Migratória Local;
● Eixo 2: Acesso à assistência social e habitação;
● Eixo 3: Valorização e Incentivo à Diversidade Cultural;
● Eixo 4: Proteção aos direitos humanos e combate à xenofobia, racismo,
intolerância religiosa e outras formas de discriminação;
● Eixo 5: Mulheres e população LGBTI+: acesso a direitos e serviços;
● Eixo 6: Promoção do trabalho decente, geração de emprego e renda e
qualificação profissional;

11
Como o Plano Diretor de 2014 e o Plano Municipal de Saúde de São Paulo 2018-2021.
12
Principalmente o Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3) de 2009.
13
A principal referência utilizada foi o Plano Municipal para Integração de Imigrantes de Lisboa 2018-2020.
14
Conforme descrito no Regimento Interno da 2ª Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes de São Paulo, de
2019.

26
● Eixo 7: Acesso à educação integral, ensino de língua portuguesa para
imigrantes e respeito à interculturalidade;
● Eixo 8: Acesso à saúde integral, lazer e esporte.
A 2ª Conferência contou, ainda, com 4 eixos transversais relativos ao aprimoramento
do atendimento à população imigrante; à definição de fluxos especializados de
atendimento; à atenção específica a recortes populacionais historicamente
vulnerabilizados (e.g. mulheres, LGBTI+); e ao acesso à justiça (conforme seu
Regimento Interno). Considerou-se que os referidos eixos transversais foram
contemplados no teor das Ações incluídas sob cada Eixo temático.

5.2 Dos Objetivos Estratégicos


Cada Eixo temático está guiado por um ou mais Objetivos Estratégicos orientadores
das respectivas Ações programáticas. Referidos Objetivos refletem o horizonte
pretendido pela gestão pública municipal na implementação do Plano, e foram
elaborados a partir do disposto na PMPI e em seu Decreto Regulamentador. Nos
casos em que as referidas normativas não continham objetivos, diretrizes ou
princípios diretamente relacionados aos eixos ou propostas da 2ª Conferência,
buscou-se derivar o Objetivo Estratégico a partir da nomeação do próprio eixo ou de
propostas correlatas.

5.3 Das Ações


As Ações contidas em cada eixo temático da matriz têm caráter prático-operativo
orientado à concretização dos Objetivos Estratégicos respectivos. Referidas Ações
foram elaboradas a partir das 78 propostas finais aprovadas na 2ª Conferência,
procurando-se respeitar ao máximo a redação original das propostas em observância
ao processo participativo norteador do Plano. A conformação das propostas em
Ações requereu, em alguns casos, alterações textuais realizadas segundo os
seguintes critérios:

● Desmembramento: Propostas cujo teor continham mais de uma ação e


não podiam ser agrupadas em outras ações dentro do Plano foram
desmembradas, seja em mais de uma ação, ou como uma única ação
contendo diferentes indicadores e metas.
● Agrupamento: Propostas contidas em um mesmo Eixo que dispunham
sobre conteúdos muito semelhantes ou diretamente complementares
foram agrupadas em uma única ação, sem prejuízo ao conteúdo
operativo original das propostas.
● Adaptação: Propostas cuja redação apresentavam inadequações
gramaticais (e.g. ortografia de palavras, pontuação ou orações
excessivamente extensas que dificultam a compreensão) foram
adaptadas, sem prejuízo ao conteúdo original da proposta, de forma a
conferir maior precisão à Ação pretendida. Quanto ao gênero das
palavras, foram priorizadas expressões sem flexão de gênero e, quando
necessário, foram empregadas as flexões “a(s)/o(s)/e(s)”. Padronizou-

27
se a referência à população lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual
e intersexual através da expressão LGBTI+, abrangendo também outras
orientações sexuais, identidades e expressões de gênero através do
símbolo (+), seguindo a mesma orientação definida pela 2ª Conferência.
Igualmente, quanto ao termo “imigrante” foi mantida a menção original
constante das propostas, nos termos da PMPI.
● Supressão no todo ou em parte: Como regra geral, não foram
suprimidas quaisquer propostas. Entretanto, foram excepcionalmente
sugeridas, de forma evidenciada na matriz para permitir a análise da
SMDH e do CMI, supressões relacionadas a propostas consideradas
inexequíveis juridicamente em vista da divisão de atribuições
federativas no poder público, ou em decorrência de circunstâncias
fáticas supervenientes à 2ª Conferência que tornaram sem objeto a
medida pretendida.
Consequentemente, o Plano resultou em 80 Ações, número decorrente da
desagregação e sistematização finais realizadas a partir das propostas da 2ª
Conferência e por meio de amplo processo participativo envolvendo o CMI, as
secretarias municipais e o apoio técnico das Agências da ONU. Outras decisões sobre
agrupamento e desagregação de propostas foram deliberadas em conjunto pela
SMDHC e CMI.

5.4 Dos Indicadores e Linhas de Base


A mensuração dos resultados de cada Ação pretendida constitui exercício essencial
para subsidiar o acompanhamento da evolução da política pública por parte da
gestão municipal e das instâncias de monitoramento. Nesse sentido, foram
sugeridos Indicadores de desempenho para cada Ação, tomando-se como referência
os Indicadores de Governança Migratória Local (MGI Local), indicadores constantes
em planos-modelo de gestão pública, e indicadores de performance e impacto
utilizados pelo ACNUR e OIM na gestão de seus projetos. De forma complementar,
foi sugerido o estabelecimento de Linhas de Base correspondentes a cada Indicador,
a serem definidas a partir de valores ou cenários apurados ao momento da
elaboração do plano para futura comparação aos valores-meta ou cenários-meta
pretendidos.

Procurou-se, ainda, relacionar no máximo dois Indicadores para cada Ação. Sempre
quando possível, foi recomendada a adoção de um Indicador único por Ação, de
forma a conferir maior exatidão e clareza no monitoramento, e a facilitar o exercício
do controle social sobre a implementação do Plano. Nas hipóteses em que a Ação
(derivada de uma ou mais propostas da 2ª Conferência) não pôde ser devidamente
contemplada em até dois indicadores, a Ação foi desagregada ou incluiu-se mais
indicadores.

Quanto aos tipos de Indicador recomendados para cada Ação, foram adotados os
seguintes critérios:

● Indicadores absolutos: adotados para Ações cujos resultados podem ser


quantificáveis de forma absoluta, e não proporcional, em valor numérico

28
(e.g. número — doravante indicado por “#” — de espaços disponíveis, #
de novos serviços disponibilizados, # de pessoas capacitadas/os/es ou
contratadas/os/es; # de encontros realizados).
● Indicadores percentuais: adotados para Ações que incidem sobre um
universo já existente e conhecido e cuja análise de efetividade demanda
quantificação proporcional ou amostral (e.g. % de vagas específicas
para pessoas imigrantes em centros de acolhida municipais; % de
servidoras/es públicas/os imigrantes atuando na rede pública).
● Indicadores-Marco (Sim/Não’): adotados para Ações de caráter
dicotômico (e.g. existência ou não de determinado serviço;
estabelecimento de fluxos de atendimento).

5.5 Das Metas


Dado que a consultoria oferecida por OIM e ACNUR teve caráter técnico e não
permeou, portanto, deliberações políticas acerca de questões orçamentárias ou
outras que incidem na estipulação de Metas, as decisões sobre as Metas para cada
Ação foram tomadas em diálogo com a SMDHC, e em consulta com o CMI e com as
outras Secretarias Municipais envolvidas. Excepcionalmente, a consultoria técnica
recomendou valores para Metas em duas circunstâncias: (i) Metas consideradas
como implícitas nas propostas originárias (e.g. Criar 1 centro cultural; realizar 12
encontros mensais em 1 ano); e (ii) Metas-padrão de 80% ou 100% para os
Indicadores percentuais, seguindo boas práticas adotadas por ambas as Agências
da ONU, ou de 25% de ampliação em relação ao ano imediatamente anterior quando
se trata de meta que pretende mensurar o crescimento proporcional ao longo de
todo o período.

Em alguns casos, em decorrência da falta de dados consolidados ou da dificuldade


de compilação de tais informações no prazo definido, não foi possível definir linhas
de base e metas. Nestes casos, foram adotados os seguintes padrões: (i) “Não”,
indicando que o indicador não possui precedentes; (ii) “A definir”, indicando que a
linha de base será calculada no momento da implementação da ação; e (iii)
“Desconhecida”, quando o dado não existe.

Cabe destacar que algumas metas contém uma periodicidade auto-evidente (e.g.:
produção de 1 relatório por ano), conforme decidido nas discussões entre a
consultoria técnica, o CMI e a gestão municipal. Quando tal periodicidade não está
explícita, entende-se que o valor indicado (seja absoluto ou percentual) deve ser
alcançado até o final do período de vigência do Plano, ou seja, em até 4 anos.

5.6 Dos Responsáveis e Parceiros para a Execução do Plano


Buscando-se preservar o caráter transversal e intersecretarial na implementação
conjunta da PMPI, foram indicadas como “Responsáveis” em cada Ação as
Secretarias Municipais diretamente implicadas nas respectivas áreas, nos termos
previstos na PMPI. As Secretarias envolvidas no Plano são, portanto: Secretaria
Municipal de Subprefeituras, Secretaria Municipal de Gestão, Secretaria Municipal

29
de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Secretaria Municipal de Assistência e
Desenvolvimento Social, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de
Habitação, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Cultura,
Coordenadoria de Relações Internacionais, Secretaria Municipal de Inovação e
Tecnologia, Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes e Secretaria Municipal
de Esportes e Lazer.

Optou-se por não incluir na matriz parceiros externos, como sociedade civil,
organizações internacionais, ministérios ou secretarias de outras esferas
governamentais e seus órgãos. Esta opção se deu pela necessidade prévia de
consulta a estes atores antes de sua inclusão em Plano que será instituído por
decreto, sob o risco de normatizar obrigações não previamente pactuadas. Avaliou-
se que o prazo previsto para finalização do Plano não permitiria tempo hábil para a
referida pactuação. Desta forma, optou-se por inserir como Anexo I uma lista não
exaustiva destes potenciais parceiros externos, assim como das organizações da
sociedade civil que compõem o CMI no período de elaboração do Plano.

5.7 Das Referências da PMPI e da 2ª Conferência


A cada Ação do Plano foram indicadas, na coluna “Referências da PMPI / 2ª
Conferência”, a base legal respectiva no âmbito da PMPI, sua lei e decreto
regulamentador, assim como a(s) proposta(s) originária(s) da 2ª Conferência.

5.8 Do Processo Participativo de Elaboração do Plano


A elaboração do Plano, como instrumento de planejamento, execução e
monitoramento de ações pelo Poder Executivo, deve estabelecer uma estreita
relação com seu caráter participativo e democrático. O desenho metodológico do
Plano Municipal se constituiu sobre os princípios de transparência e participação
social, refletivos no amplo processo participativo desenvolvido entre os anos de
2019 e 2020, e subdivido em cinco etapas principais:

I. Discussão e aprovação das 78 propostas finais na 2ª Conferência


Municipal de Políticas para Imigrantes, conforme já mencionado.15
II. Sistematização da matriz de ações, indicadores, linhas de base e metas
com o apoio técnico do ACNUR e da OIM. Esta etapa consistiu na fase
fundamental de organização e adequação das 78 propostas finais da
Conferência sob a forma de ações operativas.
III. Revisão contínua da CPMigTD/SMDHC para o acompanhamento e
aprimoramento estratégico das ações, e delimitação das atribuições
municipais.

15
Acesse o relatório final da 2ª Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/direitos_humanos/imigrantes_e_trabalho_decente/confer
encia_imigrantes/index.php?p=280479.

30
IV. Revisão e aprovação, pelo CMI, no âmbito de Grupo de Trabalho
específico (GT Plano) e de reuniões Ordinárias e Extraordinárias do
colegiado. Referido processo incluiu a definição dos princípios, diretrizes
e objetivos necessários para a estruturação do Plano. O envolvimento
do CMI foi transversal em todas as fases, dado que o órgão tem o papel
de monitorar a execução e resultados do Plano ao longo dos 4 anos de
vigência (2021-2024), e incluiu a validação, ao longo do processo, das
mudanças que permitiram chegar até sua versão final.
V. Revisão pelas Secretarias Municipais a serem envolvidas na execução
das ações.
As etapas (II) à (V) acima descritas foram realizadas entre os meses de fevereiro e
julho de 2020 e incluíram mais de 30 (trinta) reuniões de discussão, revisão e
aprovação das metodologias e conteúdos que deram origem à matriz disposta a
seguir. Quanto à construção e discussão do documento junto à sociedade civil e a
membros do Conselho, foram realizados, no total, 9 encontros: em 30 de abril e 14
de maio de 2020 no âmbito do GT Plano; e em 18 de fevereiro, 17 de abril, 19 de
maio, 27 de maio, 16 de junho, 28 de julho e 06 de agosto de 2020 no âmbito de
reuniões ordinárias e extraordinária do CMI.

Cabe registrar que as condições decorrentes da pandemia pelo COVID-19, que


impossibilitaram a realização de encontros presenciais para a discussão do Plano
entre os diferentes atores envolvidos em sua construção, constituiu um grande
desafio. Entretanto, foram realizadas as adaptações necessárias junto ao CMI para
que se enfrentasse com sucesso tal contingência.

31
6 – I Plano Municipal de Políticas para Imigrantes (2021-2024)
EIXO I: Participação Social e Protagonismo Imigrante na Governança Migratória Local
Objetivo estratégico: Fomento à participação social e ao desenvolvimento de ações coordenadas com a sociedade civil,
objetivando a participação efetiva e o protagonismo dos movimentos sociais e da pessoa imigrante na tomada de decisões
do poder público e o encaminhamento de demandas.

Referências da
Nº Ação Indicador (com linha de base) Meta Responsáveis
PMPI/Conferência

Reconhecer, visibilizar e garantir a # de encontros anuais em 05 encontros por CMI Lei 16.478/2016
participação efetiva das pessoas imigrantes e subprefeituras distintas ano SMDHC
dos movimentos sociais, organizações, Linha de Base: 0 Propostas 1 e 7 da
associações e coletivos na tomada de 108 participantes 2ª Conferência
decisões, promovendo a articulação entre # de participantes por encontro por encontro
1 poder público e sociedade civil através de Linha de Base: 60 participantes
diálogos periódicos, audiências públicas,
devolutivas e encontros com a população
imigrante envolvendo equipamentos públicos
distribuídos pela cidade de São Paulo,
incluindo regiões periféricas.

Ampliar e aprimorar a divulgação sobre os # de distritos atendidos pelo 15 distritos SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
serviços prestados pelo município para serviço itinerante do CRAI atendidos por 1º Inciso I
garantir a disseminação e o acesso à Linha de Base: a definir semestre
2 informação oportuna, incluindo para aqueles Proposta 2 da 2ª
que residem em regiões periféricas. Site SMDHC atualizado Sim Conferência
mensalmente: Sim/Não
Linha de Base: Não

Fortalecer os canais de comunicação entre % relatórios, documentos e atas 100% dos CMI Lei 16.478/2016: Art.
os movimentos sociais, a população da CPMigTD e CMI divulgados documentos SMDHC 1º Inciso IV; Art. 3º
imigrante e a Coordenação de Políticas para Linha de Base: 100% divulgados Inciso V, VIII e IX;
3 Imigrantes e Promoção do Trabalho Decente Art. 5º
(CPMigTD), por meio do Conselho Municipal
de Imigrantes (CMI), através da divulgação
das instâncias de participação social,

32
atividades e serviços prestados, incluindo o Propostas 5 e 6 da
processo eleitoral do CMI, dentre outros. 2ª Conferência

Promover a participação e representação de % de órgãos de participação e 50% dos órgãos SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
pessoas imigrantes nos conselhos, comitês e representação social abertos à de participação 1º Inciso IV; Art. 3º
órgãos colegiados sob responsabilidade do participação da população social do VIII e IX
município, reconhecendo estas pessoas imigrante município abertos
4
como sujeitos de direitos e trabalhando sob a Linha de Base: a definir à participação e Proposta 8 da 2ª
perspectiva de gênero, interculturalidade e representação da Conferência
interseccionalidade, de forma população
descentralizada. imigrante

Facilitar a participação da população % de membros do CMI que 100% de CMI Lei 16.478/2016: Art.
imigrante em encontros, reuniões, necessitam de auxílio para membros do CMI SMDHC 1º Inciso IV; Art. 3º
seminários, conferências e toda forma de participação apoiados por ano que necessitam VIII e IX
mobilização política promovida pelo Linha de Base: 0 de auxílio Proposta 9 da 2ª
município sobre questões migratórias e afins, apoiados Conferência
5
oferecendo vale transporte, alimentação e % de eventos com a
espaços de atenção às crianças, filhos/as/es participação facilitada, por ano 80% dos
de participantes. Linha de Base: 0 encontros com a
participação
facilitada por ano

Incentivar, através das instâncias # ações de diálogo 02 ações anuais CMI Lei 16.478/2016: Art.
responsáveis, a realização da Conferência interinstitucional na esfera SMDHC 1º Inciso IV; Art. 3º
Estadual sobre a temática migratória, assim estadual para a participação Sim VIII e IX
como a retomada da realização da social imigrante
Conferência Nacional sobre Migrações e Linha de Base: 0 50% de Proposta 10 da 2ª
Refúgio (COMIGRAR) por meio da ação do ampliação Conferência
6 Conselho Municipal de Imigrantes (CMI), Mapeamento bianual sobre
bem como advogar pelo direito ao voto dos participação política da
imigrantes junto às instâncias municipais, população imigrante no Brasil
estaduais e federais. (Sim/Não)
Linha de Base: Não

# de pessoas imigrantes

33
apoiadas nos pedidos de
naturalização
Linha de Base: a definir

Assegurar a possibilidade de participação de # de pessoas imigrantes # de pessoas SMG Lei 16.478/2016: Art.
imigrantes nos concursos para acesso a contratadas na administração imigrantes SMDHC 1º, 2º e 3º
cargos e empregos públicos, nos termos da pública direta contratadas na
Lei Municipal 13.404/2002, seja na Linha de Base: a definir administração Propostas 4,29, 54,
Administração Direta ou Indireta, e fomentar pública direta 60 e 74 da 2ª
7 a contratação dos mesmos pelas entidades Publicação de marcos triplicado Conferência
parceiras, em especial nas seguintes áreas: regulatórios que prevejam a
educação, saúde, assistência social, cultura contratação de imigrantes na Sim
e trabalho e desenvolvimento econômico. administração pública direta e
indireta (Sim/Não) Linha de
Base: Não

Designar e capacitar mediadores/as culturais # de mediadores/as 32 mediadores/as SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
nos equipamentos públicos com maior afluxo contratados/as/es e contratados/as/es 4º Inciso IV
de imigrantes, com a competência de capacitados/as/es
promover o acesso da população imigrante Linha de Base: 0 Decreto
aos serviços oferecidos, articular a 57.533/2016: Art. 10º
8 comunicação entre profissionais e Parágrafo Único
usuárias/os e promover a efetivação do
princípio da interculturalidade, com prioridade Propostas 4, 29, 54,
para as áreas de: educação, saúde, 60 e 74 da 2ª
assistência social, cultura e trabalho e Conferência
desenvolvimento econômico.

Realizar a capacitação e sensibilização # de pessoas capacitadas por 400 pessoas SMDHC Lei 16.478/2016:
periódica de equipes técnicas de ano capacitadas por Artigo 4º, Inciso I
equipamentos que atuam com a população Linha de base: 300 anualmente ano
imigrante, conselheiras/os/es tutelares e Decreto
funcionárias/os/es de entidades conveniadas 57.533/2016, Artigo
9
sobre direitos, atendimentos culturalmente 10º
sensíveis e especificidades da população
imigrante, contemplando sua diversidade e Propostas 17, 19 e
recortes de gênero, idade e deficiência, 35 da 2ª Conferência
dentre outros.

34
EIXO II: Acesso à assistência social e habitação
Objetivo Estratégico: Promoção do direito da população imigrante à assistência social, assegurando o acesso aos mínimos
sociais e ofertando serviços de acolhida à pessoa imigrante em situação de vulnerabilidade social

Referências da
Nº Ação Indicador (com linha de base) Meta Responsáveis
PMPI/Conferência

Disponibilizar material com informações # de exemplares do material 7.000 exemplares SMADS Lei 16.478/2016: Art.
sobre serviços públicos disponíveis nas distribuídos anualmente distribuídos/ano SMDHC 3º, Inciso V
várias áreas (saúde, transporte, educação, Linha de base: 5.000 SME
cultura, lazer, trabalho, moradia, exemplares em 2016 e 14.000 SMS Proposta 11 da 2ª
assistência jurídica, entre outras) em cada em 2017. SMSUBS Conferência
10
território, traduzido em diversos idiomas, e
divulgá-lo amplamente em locais
estratégicos para a população imigrante e
através de meios de comunicação
impressos e portais digitais, entre outros.

Realizar levantamento, análise e # de relatórios produzidos 02 relatórios no SMADS Decreto


georreferenciamento de dados sobre o Linha de base: 0 período de 04 anos 57.533/2016: Art. 8º
acesso da população imigrante à rede SECOM
11
socioassistencial municipal de serviços e Proposta 12 da 2ª
benefícios, incluindo informações sobre SMDHC Conferência
pessoas imigrantes em situação de rua.

Ampliar o atendimento descentralizado do # de atendimentos itinerantes 25% de ampliação SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
Centro de Referência e Atendimento para realizados pelo CRAI Móvel por ano 6º
Imigrantes (CRAI), incluindo por meio de Linha de base: 377
unidade(s) móvel(is) ou unidade(s) fixa(s), atendimentos realizados nos 4 02 unidades Decreto
mediante identificação de territórios primeiros meses do serviço móveis 57.533/2016: Art. 9º
12
prioritários. disponibilizadas
# de unidade(s) móvel(is) Proposta 19 da 2ª
disponibilizada(s) Conferência
Linha de base: 01 unidade
móvel

35
Ampliar o número de vagas nos serviços de # de vagas disponíveis nos 827 vagas SMADS Lei 16.478/2016:
acolhimento destinadas à população Centros de Acolhida para disponibilizadas Artigo 7º, Inciso I
imigrante, de acordo com a demanda Imigrantes
observada. Linha de base: 572 vagas Decreto
13 disponibilizadas 57.533/2016: Artigos
11º e 12º

Propostas 17 e 19 da
2ª Conferência

Implantar um Centro de Acolhida Especial Centro de Acolhida Especial Sim SMADS Lei 16.478/2016: Art.
24h para Famílias destinado à população para Famílias destinado à 7º, Inciso I
imigrante, de acordo com a demanda população imigrante criado
observada, assegurando o atendimento (Sim/Não) Decreto
14 emergencial. Linha de base: Não 57.533/2016: Art. 11º
e 12º

Propostas 17 e 19 da
2ª Conferência

Assegurar acolhimento às crianças e Protocolo para aprimoramento SMADS Lei 16.478/2016:


adolescentes imigrantes do atendimento a crianças e Sim
desacompanhadas/os/es e/ou adolescentes Propostas 17 e 19 da
15
separadas/os/es. desacompanhadas/os/es e/ou 2ª Conferência
separadas/os/es (Sim/Não)
Linha de base: Não

Equipar os espaços lúdicos dos Centros de % de CAs Especial para 100% de CAs SMADS Lei 16.478/2016: Art.
Acolhida Especial para mulheres e para mulheres e para famílias que Especial para 7º, Inciso I
famílias que atendam imigrantes com atendam imigrantes equipados mulheres e para
materiais que contemplem a com materiais que contemplem famílias que Decreto
interculturalidade e a diversidade. a interculturalidade e a atendam imigrantes 57.533/2016: Artigos
16
diversidade equipados com 11 e 12
Linha de base: 0 materiais que
contemplem a Propostas 17 e 18 da
interculturalidade e 2ª Conferência
a diversidade

Fomentar a participação das pessoas Protocolo da SMADS Sim SMADS Lei 16.478/2016: Art.
17 imigrantes acolhidas nas discussões sobre direcionado aos CAs sobre 7º, Inciso I
como fomentar a participação

36
os regimentos internos dos serviços e na de pessoas imigrantes nas Decreto
formulação dos respectivos cardápios. discussões sobre os regimentos 57.533/2016: Artigos
internos dos serviços e na 11 e 12
formulação dos respectivos
cardápios. (Sim/Não) Propostas 17 e 18 da
2ª Conferência
Linha de base: Não

% de novos protocolos e 100% dos SMADS Lei 16.478/2016: Art.


Assegurar que a população imigrante seja instrumentais que contemplam protocolos e 7º, Inciso I
expressamente contemplada nos expressamente a população instrumentais
protocolos de atendimento e respectivos imigrante. Decreto
instrumentais de toda a rede 57.533/2016: Artigos
18
socioassistencial, incluindo aqueles Linha de base: a definir 11 e 12
referentes a crianças e adolescentes,
mulheres, população LGBTI+, pessoas Propostas 17 e 18 da
idosas, pessoas com deficiência e pessoas 2ª Conferência
convalescentes.

Disponibilizar atendimento psicológico # de parcerias firmadas para 04 parcerias SMADS Lei 16.478/2016: Art.
continuado à população imigrante em ofertar atendimento psicológico firmadas SMS 7º, Inciso I
situação de vulnerabilidade com horários continuado para pessoas
flexíveis em serviços da assistência social. imigrantes em serviços da Decreto
19 assistência social. 57.533/2016: Artigos
Linha de base: 0 11 e 12

Proposta 18 da 2ª
Conferência

Criar a tipologia de Centro de Acolhida Tipologia de Centro de Acolhida Sim SMADS Lei 16.478/2016: Art.
Especial para Imigrantes na rede Especial para Imigrantes criada 7º, Inciso I
socioassistencial municipal. (Sim/Não)
Decreto
20
Linha de base: Não 57.533/2016: Art. 11

Proposta 17 da 2ª
Conferência

Promover políticas de subsídio para o Política de subsídio criada Sim SMDHC Decreto
21 transporte público para pessoas imigrantes (Sim/Não) SMT 57.533/2016: Artigo
em situação de vulnerabilidade social Linha de base: Não 7º, Inciso I

37
acolhidas em equipamentos da rede
socioassistencial. Proposta 16 da 2ª
Conferência

Fomentar a participação da população # de imigrantes participantes Linha de base SMADS Lei 16.478/2016:
imigrante, produzindo divulgação nas Conferências Municipais de duplicada Artigo 7º, Inciso I;
direcionada, nas Conferências Municipais Assistência Social bianuais, Artigo 3º, Inciso VIII
de Assistência Social bianuais, incluindo incluindo suas etapas
22 suas etapas preparatórias. preparatórias Decreto
Linha de base: a definir 57.533/2016: Art. 12

Proposta 20 da 2ª
Conferência

Objetivo Estratégico: Promoção de acesso da população imigrante a programas habitacionais, viabilizando o seu direito à
moradia digna, seja provisória, de curto e médio prazo ou definitiva

Referências da
Nº Ação Indicador (com linha de base) Meta Responsáveis
PMPI/Conferência

Produzir o levantamento, mapeamento e a # de relatórios produzidos por 01 relatório por SEHAB Lei 16.478/2016: Art.
análise de dados sobre o acesso à semestre semestre com SMDHC 7º, Inciso VI
habitação da população imigrante, incluindo Linha de base: 0 informação de
dados desagregados por nacionalidade e famílias atendidas Decreto
23
gênero. desagregada por 57.533/2016: Art. 22º
nacionalidade e
gênero produzido Proposta 12 da 2ª
Conferência

Promover espaços de diálogo periódico e % de ocupações com 80% das SEHAB Lei 16.478/2016: Art.
acesso à informação sobre o direito à residentes imigrantes ocupações com SMDHC 7º, Inciso VI
moradia junto à população imigrante contempladas com espaços de residentes
residente em ocupações, em articulação diálogo promovidos pela imigrantes. Decreto
24
intersetorial com as secretarias municipais Prefeitura. 57.533/2016: Art. 22º
e a sociedade civil.
Linha de base: a definir Proposta 12 da 2ª
Conferência

38
Assegurar o acesso de imigrantes aos % de população imigrante 60% da população SEHAB Lei 16.478/2016: Art.
programas de moradia, aquisição e/ou pleiteante incluída em imigrante atendida 7º, Inciso VI
locação sociais, com especial atenção para programas de moradia por ano. por ano
mulheres vítimas de violência, Decreto
25
considerando as diversas formações Linha de base: a definir 57.533/2016: Art. 22º
familiares e as características da
população, e a legislação específica em Propostas 13 e 15 da
vigor (Decreto 57.533/16). 2ª Conferência

Apoiar e articular espaços de discussões Material de informação e Sim SEHAB Lei 16.478/2016
junto à SMDHC e ao Conselho Municipal de sensibilização para o setor SMDHC
Imigrantes sobre o acesso da população imobiliário disponibilizado 01 espaço de
imigrante ao mercado imobiliário, por meio (Sim/Não) diálogo realizado Proposta 12 da 2ª
de espaços de diálogo, materiais Linha de base: Não por ano Conferência
26 informativos e sensibilização voltados ao
setor imobiliário para flexibilização # de espaços de diálogo com o
documental e facilitação da inclusão de setor imobiliário para
pessoas imigrantes. sensibilização sobre imigrantes
realizados por ano
Linha de base: 0

Articular diálogo junto à Defensorias Parceria estabelecida com a Sim SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
Públicas do Estado e da União, com o Defensoria Pública do Estado. SEHAB 7º, Inciso VI
objetivo de garantir o acesso à informação (Sim/Não) Sim Decreto
e orientação sobre direitos e deveres de Linha de base: Não. 57.533/2016: Art.
27 locação e compra de imóveis para pessoas 22ºProposta 14 da 2ª
imigrantes. Parceria estabelecida com a Conferência
Defensoria Pública da União.
(Sim/Não)
Linha de base: Não.

Fomentar a participação da população # de pessoas imigrantes Mínimo de 60 SEHAB


imigrante na Conferência Municipal de participantes nas Conferências pessoas imigrantes SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
Habitação, incluindo suas etapas Municipais de Habitação, participantes 7º, Inciso VI; Art. 3º,
preparatórias, por meio de divulgação incluindo suas etapas Inciso VIII
direcionada. preparatórias
28
Linha de base: desconhecida Decreto
57.533/2016: Art. 22

Proposta 20 da 2ª
Conferência

39
EIXO III: Valorização e Incentivo à Diversidade Cultural
Objetivo Estratégico: Promoção do direito à cultura, à cidadania cultural, a uma cultura de valorização da diversidade e à
interculturalidade

Referências da
Nº Ação Indicador (com linha de base) Meta Responsáveis
PMPI/Conferência

Destinar um palco específico para pessoas # palcos específicos na Virada 01 palco e/ou SMC Lei 16.478/2016: Art.
imigrantes na região central da cidade - Cultural por ano estrutura 1º Inciso II; Art. 7º
Palco Imigrante - na programação da Linha de Base: 0 permanente na Inciso V
Virada Cultural, garantindo a visibilidade e Virada Cultural
29
participação de artistas de diferentes anualmente Proposta 21 da 2ª
nacionalidades, contemplando diversas Conferência
linguagens artísticas e com curadoria
imigrante.

Promover e apoiar as feiras de populações # de novas feiras regularizadas 08 feiras CRI Lei 16.478/2016: Art.
imigrantes, por meio de sua regularização Linha de Base: 04 regularizadas SMC 1º Inciso II; Art. 7º
em espaços amplos, seguros e SMDET Inciso V
confortáveis, cadastramento de feirantes e SMDHC
suas atividades, desburocratização para SMSUB Decreto
30
participação em eventos promovidos pela 57.533/2016: Art. 17
Prefeitura, e divulgação das feiras. § 2º; Art. 21 Inciso I

Proposta 22 da 2ª
Conferência

Mapear, de forma participativa, os # de mapeamentos realizados, 01 mapeamento de CRI Lei 16.478/2016: Art.
espaços/grupos culturais de pessoas traduzidos e divulgados a cada espaços/grupos/fes SMC 1º Inciso II; Art. 7º
imigrantes existentes e suas demandas, dois anos tividades realizado SMDET Inciso V
incluindo as datas festivas da população Linha de Base: 0 e traduzido a cada SMDHC
imigrante, tornando este mapeamento dois anos SMSUB Decreto
31 acessível, traduzindo-o em diversos 57.533/2016: Art. 17
idiomas e assegurando sua ampla § 2º; Art. 21 Inciso I e
divulgação. IX

Propostas 23 e 28 da
2ª Conferência

40
Destinar recursos e insumos aos espaços, # de 02 CRI Lei 16.478/2016: Art.
grupos e festividades culturais da espaços/grupos/festividades espaços/grupos/fes SMC 1º Inciso II; Art. 7º
população imigrante previamente apoiados tividades apoiadas SMDHC Inciso V
mapeados. Linha de Base: 0
Decreto
32 57.533/2016: Art. 17
§ 2º; Art. 21 Inciso I e
IX

Propostas 23 e 28 da
2ª Conferência

Criar e manter um centro cultural de # de centros criados 01 centro criado SMC Lei 16.478/2016: Art.
referência e memória sobre imigração, Linha de Base: 0 SMDHC 1º Inciso II; Art. 7º
observando especialmente os novos fluxos Inciso V
migratórios, que (1) promova a atuação de
diversas vertentes artísticas e culturais de Proposta 26 da 2ª
diferentes origens; (2) seja um espaço Conferência
aberto para ensaios e realização de
33 eventos; (3) tenha laboratórios de criação
artística e salas de projeções; (4) institua
um centro de estudos multidisciplinares
migratórios que produza conteúdo e
pesquisa na área cultural; (5) seja cedido e
mantido pelo poder público, idealizado e
gerido por imigrantes de forma
independente.

Criar e organizar espaços culturais seguros # de equipamentos públicos 16 equipamentos SMADS Lei 16.478/2016: Art.
permanentes dentro dos equipamentos com espaços culturais para públicos com SMC 1º Inciso II; Art. 7º
públicos existentes, sob curadoria pessoas imigrantes espaços culturais SMDHC Inciso V
imigrante, bem como ampliar o acesso a Linha de Base: 0 para pessoas SME
esses locais, onde possam ser imigrantes SMSUB Proposta 27 da 2ª
34 desenvolvidas manifestações culturais, # de ações culturais com Conferência
ensaios, oficinas, palestras, concertos, arte curadoria de pessoas imigrantes 48 ações com
de rua e residências artísticas das pessoas realizadas curadoria de
imigrantes voltados ao público em geral. Linha de Base: 0 pessoas imigrantes
realizadas

41
Estruturar uma política municipal de % de editais culturais traduzidos 80% de editais CRI Lei 16.478/2016: Art.
valorização da contribuição artística e e acessíveis à população traduzidos e SMC 1º Inciso II; Art. 7º,
cultural trazida pela população imigrante, imigrante acessíveis SMDHC Inciso V
com especial destaque para os novos Linha de Base: 0 Decreto
fluxos migratórios, por meio de: adequação 100% dos editais 57.533/2016: Art.
e tradução, em diferentes idiomas, de % de editais voltados à voltados à 21Propostas 24 e 25
editais, chamamentos e projetos às população imigrante acessíveis população da 2ª Conferência
35 especificidades dessa população (auto e traduzidos imigrante
declaração de residência, aceitação de Linha de Base: 0 traduzidos e
projetos em outros idiomas, acessíveis
desburocratização de procedimentos como Documento orientador para
a exigência de CNPJ, entre outras); editais da SMC elaborado e Sim
inclusão de ações afirmativas para divulgado (Sim/Não)
população imigrante nos editais culturais, Linha de Base: Não
chamamentos e projetos.

Fortalecer a participação na política Representante do CMI incluído Sim SMC Lei 16.478/2016: Art.
municipal de valorização da contribuição em comissões de editais SMDHC 1º Inciso II; Art. 7º
artística e cultural da população imigrante públicos (Sim/Não) Sim Inciso V
por meio de: participação de um/a/e
Linha de Base: Não
representante do CMI na avaliação dos Sim Decreto
projetos; inclusão de pessoas imigrantes 57.533/2016: Art. 21
nas comissões de elaboração, avaliação e Imigrantes incluídas/os/es em
36 seleção de editais públicos de cultura; comissões de editais públicos Propostas 24 e 25 da
criação de canais que promovam (Sim/Não) 2ª Conferência
orientação e formação de pessoas Linha de Base: Não
imigrantes interessadas em participar de
editais culturais. Linha de Base: Não
Canais de orientação e
formação criados (Sim/Não)
Linha de Base: Não

Contratar educadoras/es imigrantes para # educadora/es imigrantes 02 educadoras/es SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
trabalhar no Centro de Referência e contratadas/os imigrantes 1º Inciso II; Art. 7º
Atendimento de Imigrantes (CRAI) para Linha de Base: 0 contratadas/os Inciso V
capacitar as pessoas imigrantes
37 interessadas em atuar na área cultural, Decreto
incluindo cursos de agente cultural visando 57.533/2016: Art. 21
remuneração.
Proposta 29 da 2ª
Conferência

42
EIXO IV: Proteção aos direitos humanos e combate à xenofobia, ao racismo, à intolerância
religiosa e a quaisquer formas de discriminação
Objetivo Estratégico: Combate à xenofobia, ao racismo, ao preconceito e a quaisquer formas de discriminação

Referências da
Nº Ação Indicador (com linha de base) Meta Responsáveis
PMPI/Conferência

Criar programas de conscientização sobre # de campanhas desenvolvidas 02 campanhas CMI Lei 16.478/2016: Art.
direitos da população imigrante e combate por ano desenvolvidas por 2º, Inciso IV
à xenofobia, racismo, intolerância religiosa Linha de base: 02 ano SMDHC
e outras formas de discriminação, Proposta 32 da 2ª
considerando o recorte de gênero, idade, # de materiais produzidos por 06 materiais SME Conferência
diversidade e idioma, bem como programas ano produzidos por ano
38
de facilitação do acesso a documentação, Linha de base: 06 SMS
trabalho, serviços públicos, e visando
efetivar o reconhecimento da validade das
documentações de imigrantes junto a
entidades públicas e privadas.

Apoiar a realização de estudos # de estudos sobre o tema 04 estudos CMI Lei 16.478/2016: Art.
interdisciplinares, em parceria com as apoiados apoiados CRI 2º, Inciso IV
comunidades imigrantes e as Linha de base: a definir SMDHC
universidades, sobre o tema da xenofobia, Proposta 38 da 2ª
39 racismo, intolerância religiosa e outras Conferência
formas de discriminação, no intuito de
embasar a elaboração de políticas
transversalizadas e conscientizar a
sociedade através de ampla divulgação.

Aprimorar os canais de denúncia existentes % de atendentes 80% atendentes SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
para casos de xenofobia, racismo, capacitados/as/es capacitados/as/es SMIT 4º, Inciso IV
intolerância religiosa e outras formas de Linha de base: a definir
discriminação (Portal de Atendimento SP Atendimento Propostas 33 e 34 da
40 156 e Ouvidoria de Direitos Humanos) por # de idiomas de atendimento disponibilizado em 2ª Conferência
meio de capacitação de atendentes e do disponibilizados nos canais de pelo menos 03
fortalecimento da atuação, tornando-os denúncia idiomas além do
mais acessíveis a imigrantes através da Linha de base: 0 português
ampliação do atendimento disponível em

43
diferentes idiomas e garantindo o # de relatórios sobre as 01 relatório
encaminhamento, monitoramento e denúncias recebidas publicados publicado por ano
respostas efetivas para denúncias por ano
recebidas. Linha de base: 0

Criar um canal de denúncias para casos de Protocolo para recebimento, Sim CMI Lei 16.478/2016: Art.
xenofobia, racismo, intolerância religiosa e encaminhamento e SMDHC 4º, Inciso IV
outras formas de discriminação de forma monitoramento de denúncias
41
direta e explícita através da SMDHC, que pela SMDHC criado (Sim/Não) Propostas 33 e 34 da
receberá denúncias e realizará o Linha de base: Não 2ª Conferência
monitoramento e acompanhamento ativo.

Sistematizar junto às instituições # de relatórios publicados por 01 relatório SMDHC Decreto


competentes e divulgar dados relativos a ano publicado por ano SMS 57.533/2016: Art. 8º
violações de direitos humanos coletados Linha de base: 0 CMI
nos canais de denúncia disponíveis, Sim Proposta 34 da 2ª
42 especialmente em situações de morte Divulgação anual das Conferência
violenta, divulgando-os amplamente em informações do relatório em
diferentes idiomas. pelo menos 3 idiomas além do
português (Sim/Não)
Linha de base: 0

Ampliar o acesso à justiça por imigrantes, # de parcerias e iniciativas 04 parcerias e SMADS Lei 16.478/2016: Art.
com especial atenção a recortes de gênero implementadas pela Prefeitura iniciativas SMDET 2º; Art. 3º, inc. V.
e de raça, por meio do estabelecimento de São Paulo para a ampliação SMDHC
e/ou fortalecimento de parcerias entre do acesso à justiça por 25% de ampliação Decreto
poder público e sociedade civil voltadas ao imigrantes por ano 57.533/2016: Art. 11;
desenvolvimento de ações que assegurem Linha de Base: 02 Art. 20, inc. I; Art. 13;
43 maior equidade no processo judicial, tais Art. 16.
como a facilitação do contato familiar e o # de pessoas imigrantes
acesso a centros de acolhimento atendidas nas iniciativas de Proposta 47 da 2ª
especializado. promoção de acesso à justiça Conferência.
Linha de base: 373
atendimentos realizados pela
parceria DPU-CRAI em 2019

44
EIXO V: Mulheres e população LGBTI+: acesso a direitos e serviços
Objetivo Estratégico: Afirmação da igualdade de direitos das mulheres e da população imigrante LGBTI+ com a população
nativa por meio do acesso integral à educação, à saúde, a trabalho e geração de renda, e a redes de proteção para mulheres
e pessoas LGBTI+ imigrantes.

Referências da
N° Ação Indicador (com linha de base) Meta Responsáveis
PMPI/Conferência

Criar, implementar, monitorar e avaliar fluxo Fluxo especializado de Sim SMADS Lei 16.478/2016: Art.
especializado no atendimento e atendimento e SMDHC 4º; Art. 6º
acompanhamento multilíngue a mulheres acompanhamento multilíngue Sim SMS
imigrantes em situação de violência no implementado. (Sim/Não) Decreto
acesso a serviços protetivos Linha de Base: Não. 57.533/2016: Art. 11,
socioassistenciais e de saúde, com inc. II; Art. 13
respeito às particularidades linguísticas e Publicação anual de dados
44
migratórias, envolvendo, dentre outros sobre o atendimento de Proposta 39 da 2ª
equipamentos e serviços, o Centro de mulheres imigrantes vítimas de Conferência
Referência e Atendimento a Imigrantes violência atendidas nos serviços
(CRAI), o Centro de Referência da Mulher de assistência social e proteção
(CRM), o Centro de Cidadania da Mulher às mulheres. (Sim/Não)
(CCM), as Delegacias da Mulher, e os Linha de base: Não.
Centros de Acolhida (CAs).

Criar, implementar, monitorar e avaliar fluxo Fluxo especializado de Sim SMADS Lei 16.478/2016: Art.
especializado no atendimento e atendimento e SMDHC 4º; Art. 6º
acompanhamento multilíngue a pessoas acompanhamento multilíngue Sim SMS
LGBTI+ imigrantes no acesso a serviços implementado. (Sim/Não) Decreto
protetivos e socioassistenciais, envolvendo, Linha de Base: Não. 57.533/2016: Art. 11,
dentre outros, o Centro de Referência e inc. II.
45
Atendimento de Imigrantes (CRAI), os Publicação anual de dados
Centro de Cidadania LGBTI+ (CLGBTI+) e sobre o atendimento a pessoas Proposta 40 da 2ª
o Centro de Referência da Diversidade LGBTI+ imigrantes nos serviços Conferência
(CRD). de assistência social, saúde e
direitos humanos. (Sim/Não)
Linha de base: Não.

45
Ampliar a realização de campanhas # de campanhas multilíngues de 04 campanhas SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
multilíngues de informação e sensibilização informação e sensibilização multilíngues por 2º; Art. 3º, inc. V.
em equipamentos públicos e espaços realizadas anualmente. ano
frequentados pelas comunidades Decreto
imigrantes, incluindo a disponibilização de Linha de Base: a definir 57.533/2016: Art. 14,
materiais e a participação de coletivos e inc. IV e V; Art. 20,
organizações da sociedade civil com inc. I; Art. 13, inc. I e
atuação na temática, direcionadas a: (1) II.
informar mulheres e população LGBTI+
imigrante sobre (a) acesso à política Propostas 42 e 43 da
pública para imigrantes e às políticas 2ª Conferência
públicas de saúde sexual, reprodutiva e
mental; (b) direitos sexuais e reprodutivos;
46
(c) regularização migratória e direito ao
refúgio fundado em perseguição por
orientação sexual e identidade de gênero;
(d) direito ao casamento e união estável
homoafetivos; (e) proteção legal contra
xenofobia, LGBTfobia e violência contra a
mulher, incluindo informações sobre canais
de denúncia e serviços protetivos
especializados; (2) sensibilizar homens e
meninos imigrantes para a prevenção da
violência de gênero contra a mulher e a
população LGBTI+, bem como sobre a
responsabilização familiar paterna.

Capacitar servidoras/es públicos e equipes # de profissionais da rede 100 profissionais SMADS Lei 16.478/2016: Art.
técnicas dos serviços da rede socioassistencial e de saúde da rede SMDHC 2º; Art. 3º, inc. V.
socioassistencial e de saúde para capacitados/as/es no socioassistencial e SMS
promover o atendimento humanizado não atendimento humanizado, não de saúde Decreto
cisheteronormativo às mulheres e à cisheteronormativo e capacitados por 57.533/2016: Art. 14,
população LGBTI+ imigrante, garantindo- culturalmente sensível às ano inc. IV e V; Art. 20,
47
se, ainda, o respeito à diversidade cultural, mulheres e à população LGBTI+ inc. I; Art. 13, inc. I e
religiosa e a práticas tradicionais de imigrantes. II.
autocuidado em saúde.
Linha de Base: 0 Propostas 42, 43 e
44 da 2ª
Conferência.

46
Ampliar ações e projetos de geração de % de pessoas imigrantes 3% do total de SMDET Lei 16.478/2016: Art.
trabalho, emprego e renda voltados para inscritas em projetos voltados a vagas disponíveis SMDHC 2º; Art. 3º, inc. V.
mulheres e população LGBTI+ imigrante, geração de trabalho, emprego e ocupadas por
incluindo, dentre outros, a realização de renda para mulheres e pessoas pessoas imigrantes Decreto
parcerias com empresas para a LGBTI+ 57.533/2016: Art. 14,
48 contratação dessas populações, a inc. IV e V; Art. 20,
incidência para a ampliação da Linha de Base: desconhecida inc. I; Art. 13, inc. I e
disponibilidade de linhas de crédito II.
específicas, e a divulgação e ampliação do
Programa Transcidadania para a Proposta 45 da 2ª
população imigrante. Conferência.

Criar e implementar programas sociais e Programas e protocolos de Sim SMADS Lei 16.478/2016: Art.
protocolos específicos para o apoio a atendimento específico a SMDHC 2º; Art. 3º, inc. V.
imigrantes gestantes e/ou em contexto de imigrantes gestantes e/ou em SMS
monoparentalidade, incluindo a ampliação contexto de monoparentalidade Decreto
da oferta de centros de acolhida criados. (Sim/Não) 57.533/2016: Art. 14,
49 especializados para esse público. Linha de Base: Não inc. IV e V; Art. 20,
inc. I; Art. 13, inc. I e
II.

Proposta 46 da 2ª
Conferência.

Fomentar a contratação de mulheres e # de mulheres e de pessoas # de mulheres e SMADS Lei 16.478/2016: Art.
pessoas LGBTI+ imigrantes nos serviços LGBTI+ imigrantes contratadas pessoas LGBTI+ SMDET 1º, 2º e 3º.
públicos municipais. na gestão e nos serviços imigrantes SMDHC
públicos municipais triplicados SME Decreto n.
Linha de base: a definir SMG 59.252/2020
# de ações para SMS
50
# ações para a promoção da promoção da Proposta 3 da 2ª
contratação de mulheres e contratação de Conferência
pessoas LGBTI+ imigrantes nos mulheres e
serviços públicos. pessoas LGBTI+
Linha de base: a definir imigrantes
duplicado por ano

47
EIXO VI: Promoção do trabalho decente, geração de emprego e renda e qualificação profissional
Objetivo Estratégico: Fortalecimento do direito de imigrantes ao trabalho decente por meio da igualdade de tratamento e de
oportunidades em relação aos demais trabalhadores, da inclusão da população imigrante no mercado formal de trabalho e
do fomento ao empreendedorismo.

Referências da
N° Ação Indicador (com linha de base) Meta Responsáveis
PMPI/Conferência

Criar comissão para incidência e Comissão criada, incluindo Sim Lei 16.478/2016: Art.
acompanhamento de processos de mapa de atores participantes, SMDET 7º, inc. III
revalidação de diplomas de nível superior, plano de atuação e cronograma SMDHC
médio ou técnico, que deverá debater os de reuniões periódicas. SME Decreto
custos e estratégias para a simplificação (Sim/Não) 57.533/2016: Art. 14,
51
dos processos, produzir material Linha de Base: Não. inc. III e IV; Art. 18,
informativo sobre o tema, e promover a inc. I.
ampliação da oferta e divulgação de
serviços de auxílio na revalidação. Proposta 49 da 2ª
Conferência

Promover o aumento da oferta de vagas # de pessoas imigrantes 25% de ampliação Lei 16.478/2016: Art.
gratuitas em cursos de qualificação concluintes de cursos de por ano, incluindo SMDET 7º, inc. III
profissional diversificados e em horários qualificação profissional, mínimo de 50% de SMDHC
adequados às necessidades da população incluindo recorte de gênero. mulheres. SME Decreto
52 imigrante, especialmente de mulheres Linha de base: a definir 57.533/2016: Art. 16,
imigrantes, incluindo a ampliação e inc. II.
divulgação de parcerias com o sistema "S"
e outras instituições por meio de convênios Proposta 50 da 2ª
e acordos. Conferência

48
Incentivar o reconhecimento das # de mutirões de contratação 01 mutirão Lei 16.478/2016: Art.
experiências laborais de imigrantes nos implementados. realizado por ano SMDET 7º, inc. III
países de origem para fins de contratação Linha de base: 1 SMDHC
por empresas no Brasil, incluindo durante a 2.000 pessoas SME Decreto
intermediação de vagas de trabalho por # de pessoas imigrantes imigrantes 57.533/2016: Art. 14,
agências de apoio a trabalhadores/as, encaminhadas por serviços encaminhadas por inc. III e IV; Art. 18,
dentre outras frentes de incidência. públicos municipais ano inc. I.
Linha de Base: 549
200 pessoas Proposta 51 da 2ª
# de pessoas imigrantes imigrantes Conferência
contratadas a partir do contratadas por
53 encaminhamento de serviços ano
públicos municipais
Linha de Base: 37 Sim

Capacitação anual de
funcionários dos CATes para
atendimento qualificado à
população imigrante, incluindo
sobre como considerar
experiências anteriores nos
países de origem (Sim/Não)
Linha de base: Não

Promover e garantir ações de incentivo a % de beneficiárias/os/es de 3% de SMDET Lei 16.478/2016: Art.


empreendedoras/es imigrantes, incluindo, iniciativas da Prefeitura de beneficiárias/os/es SMDHC 7º, inc. III
dentre outras: (a) promoção do acesso a microcrédito e crédito que sejam atendidas/os/es
microcrédito e crédito para imigrantes. sendo imigrantes Decreto
empreendedoras/es imigrantes, Linha de base: a definir 57.533/2016: Art. 17.
assegurando a aceitação de documentação 2.000 pessoas
migratória válida, em iniciativas da # de pessoas imigrantes imigrantes Proposta 52 e 53 da
Prefeitura e de parceiros; (b) ampliação e atendidas por serviços de atendidas por ano 2ª Conferência
54 aprimoramento dos serviços de orientação para
atendimento e orientação presenciais empreendedorismo. Sim
quanto ao procedimento de formalização Linha de base: a definir
de empresas de pequeno, médio e grande
porte, incluindo atendimento multilíngue; (c) Elaboração de material
adequação dos editais e programas multilíngue para a população
voltados ao empreendedorismo às imigrante sobre os editais e
especificidades da população imigrante, programas voltados ao
incluindo disponibilização de informações empreendedorismo. (Sim/Não)

49
multilíngue nas plataformas digitais da Linha de base: Não
prefeitura de São Paulo.

Promover campanhas de conscientização # de campanhas anuais SMDET Lei 16.478/2016: Art.


sobre o trabalho análogo ao escravo e a territorializadas realizadas. SMDHC 7º, inc. III
discriminação contra imigrantes no Linha de Base: 0.
trabalho, com observância de questões de 01 campanha Decreto
gênero, voltadas ao poder público, à realizada por ano 57.533/2016: Art. 14,
iniciativa privada, à sociedade civil e à inc. III e IV; Art. 18,
55 população imigrante, em canais oficiais e inc. I.
em pontos estratégicos de grande
circulação de pessoas, incluindo palestras Propostas 55 e 56 da
territorializadas em diferentes horários e 2ª Conferência
equipamentos públicos e a distribuição de
materiais informativos que divulguem
canais de denúncia.

Ampliar os canais de denúncia e # de pessoas imigrantes 25% de ampliação SMDET Lei 16.478/2016: Art.
assessoria jurídica continuada para casos atendidas sobre orientações por ano SMDHC 7º, inc. III
de violação do direito do trabalho. trabalhistas.
Linha de base: a definir Sim Decreto
57.533/2016: Art. 14,
Serviço de acolhimento de inc. III e IV; Art. 18,
56 denúncias e assessoria jurídica inc. I.
continuada sobre violações
trabalhistas oferecido a à Propostas 55 e 56 da
população imigrante, incluindo 2ª Conferência
por meio de parcerias.
(Sim/Não)
Linha de base: Não

Prever membro titular e suplente do CMI na Membros titular e suplente do Sim SMDETSMDHC Lei 16.478/2016: Art.
COMTRAE. CMI empossados na 7º, inc. III Decreto
COMTRAE. (Sim/Não) 57.533/2016: Art. 14,
57
Linha de Base: Não inc. III e IV; Art. 18,
inc. I.Propostas 55 e
56 da 2ª Conferência

50
Ampliar o acesso de imigrantes % de inscritos em SMDET Lei 16.478/2016: Art.
vendedoras/os/es ambulantes e credenciamentos de comida de 3% do total de SMDHC 7º, inc. III
empreendedoras/es a espaços públicos rua, feiras gastronômicas e inscritas/os/es SMSUB
seguros para a sua atuação, por meio do outros programas de apoio a sendo imigrantes Decreto
diálogo permanente com associações de empreendedoras/es 57.533/2016: Art. 17.
comerciantes e cooperativas, do aumento gastronômicos que sejam 02 espaços de
de ofertas acessíveis de locais para imigrantes. diálogo anuais. Propostas 57 e 58 da
comércio e de participação em feiras Linha de base: a definir. 2ª Conferência
gastronômicas, artesanais e outras 25% de ampliação
58 realizadas no município de São Paulo. # de espaços de diálogo com por ano
associações de comerciantes e
cooperativas com participação
de pessoas imigrantes.
Linha de base: a definir.

# de pessoas imigrantes
inscritas em programas de apoio
a artesãos e manualistas.
Linha de base: 59

Fortalecer o acesso da população imigrante # de pessoas imigrantes 1.350 pessoas SMDET Lei 16.478/2016: Art.
à política de regularização do comércio de regularizadas para comércio de imigrantes SMDHC 7º, inc. III
rua, incluindo serviço de orientação e rua. regularizadas. SMSUB
auxílio em processos de regularização do Linha de base: a definir Decreto
59 uso de espaços para venda e a 100 agentes 57.533/2016: Art. 17.
sensibilização de agentes de fiscalização # de agentes fiscalizadores sensibilizadas/os/e
sobre a temática migratória. sensibilizadas/os/es sobre s anualmente. Propostas 57 e 58 da
temática migratória. 2ª Conferência
Linha de base: 0

51
EIXO VII: Acesso à educação integral, ao ensino de língua portuguesa para imigrantes e respeito
à interculturalidade
Objetivo Estratégico: Garantia do direito à educação a todas as crianças, adolescentes, jovens e pessoas adultas imigrantes
por meio do acesso, permanência e terminalidade na rede de ensino público municipal

Referências da
Nº Ação Indicador (com linha de base) Meta Responsáveis
PMPI/Conferência

Ampliar e institucionalizar a qualificação % de profissionais do ensino 50% dos SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
continuada de profissionais atuantes em público municipal profissionais SME 7º, inc. IV
todos os níveis e cargos do sistema de capacitadas/os/es para o capacitadas/os/es
ensino público municipal sobre métodos atendimento à população Decreto
de educação, didáticas e pedagogias imigrante. 01 capacitação por 57.533/2016: Art. 19
relacionadas aos temas de migração e Linha de Base: a definir semestre, por DRE e Art. 20
direitos da população imigrante,
incentivando a participação por meio de # de capacitações semestrais, 13 DRE Proposta 59 da 2ª
60
certificação da prefeitura e/ou por por DRE, de profissionais do anualmente Conferência
universidades, inclusão de pontuação sistema de ensino público capacitadas
para plano de progressão de carreira e municipal para o atendimento à
oferta da modalidade de ensino população imigrante.
presencial e a distância. Linha de Base: a definir

# DRE anualmente capacitadas


Linha de Base: a definir

Promover iniciativas voltadas à % de estudantes alcançados/es 100% de SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
conscientização de estudantes sobre o com iniciativas sobre o respeito estudantes SME 7º, inc. IV
respeito à diversidade. à diversidade. alcançadas/os/es
Decreto
61 Linha de Base: 1.039.196 57.533/2016: Art. 20,
estudantes matriculadas/os/es inc. I e II
em junho de 2020).
Proposta 59 da 2ª
Conferência

Sistematizar e divulgar informações, em Informações sobre sistema de Sim SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
62 diferentes idiomas, acerca do sistema de ensino na cidade de São Paulo SME 3º, inc. V; Art. 7º, inc.

52
ensino na cidade de São Paulo, incluindo sistematizadas e publicizadas IV
dados e referências atualizados sobre em 7 ou mais idiomas.
equivalência escolar, formas de inserção (Sim/Não) Decreto
escolar no Brasil, mapeamento e Linha de Base: Não 57.533/2016: Art. 19;
georreferenciamento de escolas Art. 20
municipais.
Proposta 61 da 2ª
Conferência

Ampliar a articulação entre as Secretarias # de mapeamentos anuais 01 mapeamento SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
de Educação municipal e estadual para o realizados sobre instituições de realizado por ano SME 7º, inc. IV
mapeamento de instituições de ensino ensino municipais e estaduais
públicas atuantes na educação básica, da educação básica, técnica e Sim Decreto
técnica e superior no município de São superior que possuam 57.533/2016: Art. 19;
Paulo que possuam alunas/os/es alunas/os/es imigrantes Art. 20
63 imigrantes, e promover o Linha de Base: 0
compartilhamento de boas práticas, Proposta 62 da 2ª
incluindo, dentre outros temas, aqueles Fluxo estabelecido para Conferência
relacionados a cursos de português para compartilhamento periódico de
população imigrante, programas de boas práticas. (Sim/Não)
formação de servidoras/es e demais Linha de Base: Não
atividades de mediação educacional.

Disponibilizar EJA e CIEJA, dentre outros Oferta de EJA e CIEJA, dentre Sim SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
cursos, nas escolas públicas da rede outros cursos, aos finais de SME 7º, inc. IV
municipal aos finais de semana no intuito semana (Sim/Não)
de promover a inclusão da população Linha de base: Não. Decreto
64 imigrante. 57.533/2016: Art. 19;
Art. 20

Proposta 63 da 2ª
Conferência

Fortalecer os canais de diálogo com # de pessoas imigrantes 80% de ampliação SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
instituições de ensino públicas e privadas matriculadas no sistema de SME 7º, inc. IV
para a sua sensibilização e adoção de ensino público municipal Sim
ações afirmativas que ampliem o ingresso Linha de Base: 7.287 Decreto
65
facilitado, a permanência e a conclusão 57.533/2016: Art. 19;
de pessoas imigrantes nos diversos níveis Estudo realizado sobre a Art. 20
do sistema educacional, incluindo ensino permanência de estudantes nos
técnico e superior, com especial atenção diversos níveis do sistema

53
às populações imigrantes em situação de educacional. (Sim/Não) Proposta 64 da 2ª
vulnerabilidade. Linha de Base: Não Conferência

Fortalecer a política municipal de Programa de acolhimento de Sim SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
acolhimento de estudantes imigrantes por estudantes imigrantes no SME 7º, inc. IV
meio da: (1) oferta de acompanhamento ambiente escolar criado. 100% das unidades
das aprendizagens de português para (Sim/Não) de ensino Decreto
imigrantes no contraturno da educação Linha de Base: Não municipais que 57.533/2016: Art. 19;
básica; (2) oferta de aulas de idiomas possuem Art. 20
para promover a aproximação cultural; (3) % de unidades de ensino estudantes
promoção de atividades de mediação municipais com estudantes imigrantes Proposta 65 da 2ª
cultural e de valorização da língua imigrantes que dispõem de Conferência
materna; (4) contratação de projetos de acolhimento no
professoras/es de Português como ambiente escolar
66
Língua de Acolhimento (PLAc) itinerantes Linha de Base: a definir
para atuação em escolas com maior
concentração de estudantes imigrantes;
(5) garantia de espaços de diálogo nas
escolas públicas municipais para
promoção e integração de estudantes
imigrantes; e (6) oferta de apoio
psicológico e socioassistencial e de
canais de denúncia de casos de violência
para estudantes imigrantes.

Aprimorar o "Programa Portas Abertas" Programa Portas Abertas Sim SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
por meio de: (1) oferta de aulas de ofertado aos finais de semana. 7º, inc. IV
português em centros de acolhida para (Sim/Não) Sim SME
imigrantes e outros locais; (2) Linha de Base: Não Decreto
disponibilização da metodologia do Sim 57.533/2016: Art. 19;
programa e de suporte técnico para a sua Centros de Acolhida para Art. 20
utilização por atores externos; (3) imigrantes com aulas de 25% de ampliação
67 formação continuada de professora/es em português disponibilizadas. por ano Propostas 66 e 67 da
Português como Língua de Acolhimento (Sim/Não) 2ª Conferência
(PLAc), incentivando a contratação de Linha de Base: Não Sim
professoras/es imigrantes e propondo
parceria com universidades; (4) oferta de Metodologia do Programa 25% de ampliação
ensino de português avançado e para fins Portas Abertas divulgada em por ano
específicos, como acadêmicos e site da Prefeitura de São Paulo.
profissionais, dentre outros; (5) oferta de (Sim/Não) Linha de Base: Não Sim

54
material complementar para estudantes;
(6) institucionalização por lei com vínculo # de professoras/es Sim
aos programas de auxílio transporte, formadas/os/es em Português
certificação de curso profissional e como Língua de Acolhimento
regimes de cursos para estágio (PLAc)
remunerado; (7) ampliação de locais de Linha de Base: 48
oferta a partir do mapeamento das professoras/es formadas/os em
demandas da população imigrante; (8) 2019.
flexibilização dos horários, especialmente
para o período noturno e finais de Cursos de português avançado
semana, incluindo a observância de e para fins acadêmicos e
demandas de públicos específicos, como, profissionais disponibilizados
por exemplo, de mães imigrantes e suas (Sim/Não)
necessidades de flexibilização de Linha de Base: Não
horários, de apoio para as/os filhas/os/es
e de acesso a informações sobre seus # de estudantes atendidas/os/es
direitos; (9) ampliação da divulgação do pelo Programa.
curso; (10) fortalecimento da qualidade Linha de Base: 871 estudantes
técnica do curso; (11) oferta de atendidas/os/es em 2019
modalidade de Ensino a Distância, com
emissão de certificado por meio de Programa Portas Abertas
parcerias com universidades públicas. institucionalizado por lei,
incluindo auxílio transporte,
certificação profissional e
regimes para estágio
remunerado. (Sim/Não)
Linha de Base: Não

Curso ofertado na modalidade


Ensino a Distância (Sim/Não)
Linha de Base: Não

Elaborar documento orientador para Documento orientador SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
promover a inclusão de entidades elaborado e divulgado. Sim SME 7º, inc. IV
especializadas no atendimento à (Sim/Não)
população imigrante na gestão de Linha de Base: Não Decreto
68 Centros de Educação Infantil - CEI. 57.533/2016: Art. 19;
Art. 20

Proposta 68 da 2ª
Conferência

55
Promover a expansão do acesso a # de crianças imigrantes 80% de ampliação SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
creches e/ou a criação de rede pública matriculadas em creches e/ou ao final de quatro 4º; Art. 6º
comunitária de cuidado a filhas/os/es de serviços públicos de cuidado anos SME
imigrantes, garantindo o atendimento infantil. Decreto
humanizado e multilíngue. Linha de Base: 1587 crianças 50% das/os 57.533/2016: Art. 11,
imigrantes matriculadas em profissionais inc. II.
junho de 2020
Sim Proposta 41 da 2ª
% de profissionais atuantes em Conferência
creches e/ou serviços públicos
de cuidado infantil
69
capacitadas/os/es sobre a
temática migratória e infância
imigrante.Linha de Base: a
definir

Disponibilização de atendimento
multilíngue em creches e
serviços públicos de cuidado
infantil que atendem crianças
imigrantes. (Sim/Não)
Linha de Base: Não

56
EIXO VIII: Acesso à saúde integral, lazer e esporte
Objetivo Estratégico: Fomento do acesso à saúde culturalmente adequado para toda a população imigrante,
independentemente de sua situação imigratória e documental

Referências da
N° Ação Indicador (com linha de base) Meta Responsáveis
PMPI/Conferência

Consolidar e ampliar ações de prevenção # de campanhas e programas # de campanhas e SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
e promoção à saúde por meio de implementados para a programas SMS 3º, inc. V; Art. 7º, inc.
campanhas, programas permanentes e informação da população duplicado II
canais de comunicação voltados para a imigrante sobre serviços
população imigrante e implementados em públicos de saúde. Decreto
articulação com a sociedade civil, Linha de Base: a definir 57.533/2016: Art. 14,
70 incluindo informações sobre os serviços e Sim inc. I e III
a universalidade do Sistema Único de Canais de comunicação diretos
Saúde (SUS). e acessíveis à população Proposta 69 e 70 da
imigrante implementados. 2ª Conferência
(Sim/Não)
Linha de Base: Não

Implementar e consolidar, no âmbito da Grupos de Trabalho sobre Sim SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Saúde da População Imigrante SMS 3º, inc. V; Art. 7º, inc.
grupos de trabalho sobre "saúde da em funcionamento (Sim/Não) II
população imigrante", incluindo a Linha de Base: Não.
71 participação de gestoras/es, profissionais 04 reuniões Decreto
de saúde e população imigrante, com o # de reuniões realizadas realizadas por ano 57.533/2016: Art. 14
objetivo de promover a formação, anualmente para a promoção da
sensibilização e desburocratização no saúde da população imigrante. Proposta 72 da 2ª
acesso a serviços públicos de saúde. Linha de Base: 0 Conferência

57
Promover a participação de pessoas Marco normativo publicado Sim SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
imigrantes no Conselho Municipal de prevendo a participação de SMS 3º, inc. V; Art. 7º, inc.
Saúde, bem como nos Conselhos pessoas imigrantes como Sim II
Gestores das Unidades Básicas de membros, suplentes,
Saúde (UBS). eleitoras/es e observadoras/es Decreto
no Conselho Municipal de 57.533/2016: Art. 3º
Saúde. (Sim/Não) e Art. 14
Linha de Base: Não
Proposta 72 da 2ª
72
Material informativo Conferência
disponibilizado para população
imigrante, traduzido em
diferentes idiomas, sobre a
participação no Conselho
Municipal de Saúde, bem como
nos Conselhos Gestores da
UBS. (Sim/Não)
Linha de Base: Não

Manter e consolidar a Saúde da Família % de territórios com alta 80% dos territórios SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
como estratégia prioritária da atenção concentração de população atendidos. SMS 7º, inc. II Decreto
básica em territórios habitados por imigrante atendidos pela ESF. 57.533/2016: Art.
população imigrante, incluindo o Linha de base: a definir. Sim 14Proposta 73 da 2ª
estabelecimento de fluxos especializados Conferência
73 de atendimento e referenciamento no Protocolos Operacionais Padrão
âmbito dos serviços públicos de saúde. especializados no atendimento
e referenciamento de pacientes
imigrantes implementados.
(Sim/Não)
Linha de Base: Não

Promover a capacitação permanente das % de profissionais atuantes nos 50% dos SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
equipes de saúde atuantes em todos os equipamentos, serviços e profissionais de SMS 7º, inc. II
níveis de atenção para garantir estruturas da política de saúde saúde
atendimentos culturalmente sensíveis às na cidade capacitadas/os/es capacitadas/os/es. Decreto
especificidades da população imigrante, sobre especificidades no 57.533/2016: Art. 14
74
em especial no que diz respeito a atendimento à população
questões de gênero, orientação sexual e imigrante. Propostas 75 da 2ª
saúde mental. Conferência
Linha de base: a definir.

58
Promover ações extramuros para % de UBS com ações 100% das UBSs SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
atendimento especializado, em caráter extramuros realizadas em SMS 7º, inc. II
itinerante e em horários alternativos, em bairros com grande presença de
bairros com grande presença de população imigrante. Decreto
75
população imigrante. Linha de Base: a definir 57.533/2016: Art. 14

Proposta 75 da 2ª
Conferência

Aprimorar a gestão da política municipal % de Sistemas públicos 80% dos Sistemas SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
de saúde por meio da incorporação da municipais de informação em públicos municipais SMS 7º, inc. II
temática da imigração aos sistemas saúde, sob gerenciamento da de informação
públicos de informação, em ambas as SMS, que contemplem recortes Decreto
escalas municipal e inframunicipal, bem específicos relacionados à Sim 57.533/2016: Art. 14
como da publicização periódica de dados população imigrante.
e da divulgação de fundos públicos Linha de base: 0 Sim Proposta 76 da 2ª
municipais e estaduais destinados a Conferência
pesquisas e ações em saúde. Material informativo para
76 divulgação sobre fundos
públicos municipais destinados
à pesquisa e ações em saúde.
(Sim/Não) Linha de base: Não.

Relatório sobre o acesso da


população imigrantes à rede
municipal de saúde publicizado
pela Prefeitura de São Paulo.
(Sim/Não) Linha de base: Não.

Promover ações de educação e % de servidoras/es 50% das/os/es SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
sensibilização permanentes para públicas/os/es e demais atores servidoras/es SMS 7º, inc. II
servidoras/es públicas/os/es e demais relevantes capacitadas/os/es relevantes
atores relevantes acerca do parto e/ou sensibilizadas/os/es capacitadas/os/es. Decreto
77 humanizado e da assistência pré-natal 57.533/2016: Art. 14,
em consideração à diversidade de Linha de Base: a definir inc. IV
culturas e costumes das mulheres
imigrantes. Proposta 77 da 2ª
Conferência

59
Promover e divulgar cursos para doulas Cursos de formação de doulas Sim SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
imigrantes aos finais de semana para a ofertados com vagas reservadas SMS 7º, inc. II
ampliação do acesso à assistência pré- a imigrantes (sim/não).
natal e ao parto humanizado Linha de base: não. Decreto
78 culturalmente sensíveis por parte de 57.533/2016: Art. 14,
gestantes imigrantes. inc. IV

Proposta 77 da 2ª
Conferência

Instituir aplicativo multilíngue e canal de Canal instituído para a Sim SMDHC Lei 16.478/2016: Art.
interlocução remota entre a pessoa interlocução remota entre SMIT 3º, inc. V; Art. 7º, inc.
imigrante e intérprete especializado para pessoas imigrantes e intérpretes SMS II
garantir a padronização de abordagem especializados no apoio em
intercultural nos serviços de atendimento atendimentos em saúde física e Decreto
79
em saúde física e mental. mental. (Sim/Não) 57.533/2016: Art. 14,
inc. I e III
Linha de Base: Não
Proposta 78 da 2ª
Conferência

Objetivo Estratégico: Inclusão da população imigrante nos programas e ações de esportes, lazer e recreação e garantia de
acesso aos equipamentos esportivos municipais.

Promover e garantir o acesso a espaços Programa de inclusão da Sim SEME Lei 16.478/2016: Art.
gratuitos, seguros e adequados para o população imigrante em ações SMDHC 7º, inc. VII
lazer, festividades e práticas esportivas de esporte, lazer e recreação
pelas comunidades imigrantes, incluindo criado. (Sim/Não) Decreto
80 o mapeamento da ocupação territorial dos 57.533/2016: Art. 23
espaços e equipamentos públicos de Linha de Base: Não.
esporte e lazer por essas comunidades. Proposta 71 da 2ª
Conferência

60
7 – Monitoramento e Avaliação
A implementação do Plano Municipal de Políticas para Imigrantes de São Paulo
será, ao longo dos seus 4 (quatro) anos de vigência, coordenada pela
CPMigTD/SMDHC. O seu modelo de governança pressupõe, contudo, a
colaboração e envolvimento de todas as entidades que intervêm ou têm
responsabilidade na garantia de acesso a direitos por parte da população
imigrante em São Paulo. Este modelo de aproximação e envolvimento de todos
os setores sociais na implementação e monitoramento do Plano busca ampliar a
participação e potencializar esforços rumo ao aprimoramento da proteção e
integração da população imigrante na cidade.

O monitoramento contínuo da implementação do Plano será, portanto, realizado


pelo CMI e, de forma complementar, pelos órgãos, instituições, grupos e
indivíduos com atribuição legal e/ou interesse na matéria, tais como aqueles
vinculados ao Sistema de Justiça, à esfera Legislativa, a outras instâncias do
Poder Executivo e à sociedade civil.

No que tange ao CMI, a referida estrutura consultiva e de participação,


aglutinadora dos interesses e das políticas do município nas questões afetas à
imigração, constituirá a principal instância de monitoramento e avaliação da
implementação do Plano. Para tanto, poderá ser instituído Grupo de Trabalho
específico, conforme deliberação em plenária do CMI.

O monitoramento deverá se pautar na matriz do Plano, que, conforme descrito no


capítulo 5 deste documento, está subdividida em (I) Eixos, (II) Objetivos
Estratégicos, (III) Ações, (IV) Indicadores (incluindo Linha de Base), (V) Meta, (VI)
Responsáveis, e (VII) Referências legais da Política Municipal para a População
Imigrante e da 2a Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes. A cada ação
do Plano correspondem, portanto, indicadores (absolutos, percentuais ou
marcos), metas e responsáveis por sua implementação no intuito de permitir que
os resultados de sua operacionalização sejam mensuráveis e exigíveis de forma
específica.

As metas indicadas a cada ação dizem respeito ao período total de 4 (quatro)


anos de vigência, devendo serem assim consideradas ao longo do monitoramento
e avaliação.

A periodicidade do monitoramento será definida pelo CMI, que deverá pactuar


cronograma detalhado considerando a multiplicidade de instrumentos que
podem apoiar neste processo, tais como: (I) a realização de reuniões periódicas
internas do CMI para apresentação de atualizações sobre a implementação do
Plano, (II) elaboração e publicização de relatório executivo, com aspectos
quantitativos e qualitativos acerca das ações executadas pelo poder público; (III)
realização de audiências públicas para monitoramento. A seguir, apresenta-se
sugestão de cronograma durante o período de vigência do Plano.

61
Jul/21 Dez/21 Jul/22 Dez/22 Jul/23 Dez/23 Jul/24 Dez/24
Reunião interna do
GT/CMI
Publicação de relatório
de implementação
Apresentação de
resultados em
audiência pública

Após os dois primeiros anos de vigência, o Plano prevê, conforme cronograma


acima, a realização de prestação de contas e revisão parcial em audiência pública
junto à sociedade sobre a implementação de suas Ações, de forma a garantir
transparência e permitir eventuais correções ou adaptações necessárias à
consecução de seus objetivos. Eventuais revisões ou atualizações no teor do
Plano ao longo dos quatro anos de sua vigência apenas poderão ser realizadas
mediante processo participativo que inclua apresentação, justificação e
deliberação do CMI. Por fim, cabe destacar que a implementação de cada ação
prevista no Plano Municipal de Políticas para Imigrantes de São Paulo implica a
mobilização de instituições e entidades parceiras na execução e na alocação dos
recursos necessários.

62
8 - Referências Bibliográficas
AGÊNCIA DA ONU PARA REFUGIADOS (ACNUR). Memória do trigésimo
aniversário da Declaração de Cartagena sobre Refugiados / 1984-2014. Quito,
Equador, 2015. Disponível em: https://www.acnur.org/portugues/wp-
content/uploads/2018/02/Mem%C3%B3rias-do-Trig%C3%A9simo-
Anivers%C3%A1rio-da-Declara%C3%A7%C3%A3o-de-Cartagena-sobre-
refugiados_ACNUR2015.pdf
BRASIL, Decreto no 50.215, de 28 de janeiro de 1961. Brasília, DF.
BRASIL, Decreto no 70.946, de 7 de agosto de 1972. Brasília, DF.
BRASIL. Constituição (1988), Constituição da República Federativa do Brasil:
promulgada em 5 de outubro de 1988. Brasília, DF.
BRASIL. Lei Federal 9.474, de 22 de julho de 1997. Brasília, DF.
BRASIL. Decreto no 4.246, de 22 de maio de 2002. Brasília, DF. BRASIL. Lei
Federal 13.445, de 24 de maio de 2017. Brasília, DF.
BRASIL. Decreto 9.199 de 20 de novembro de 2017. Brasília, DF.
DECLARAÇÃO DE CARTAGENA: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES. Cartagena,
Colômbia, 1984. Disponível em:
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BD_Legal/Instrum
entos_Internacionais/Declaracao_de_Cartagena.pdf
DECLARAÇÃO DO BRASIL: Um Marco de Cooperação e Solidariedade Regional
para Fortalecer a Proteção Internacional das Pessoas Refugiadas, Deslocadas
e Apátridas na América Latina e no Caribe. Brasília, DF, 3 de dezembro de
2014. Disponível em:
https://www.acnur.org/fileadmin/Documentos/BDL/2014/9866.pdf
LISBOA (Portugal), Câmara Municipal de Lisboa. Plano Municipal para
Integração de Imigrantes de Lisboa 2018-2020. Disponível em:
https://www.am-lisboa.pt/documentos/1532870274J5vHC1jb4El74BW6.pdf
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. CONARE. “Solicitações de reconhecimento da
condição de refugiado ativas e inativas até 31 de maio de 2020”. Disponível
em: https://www.justica.gov.br/seus-direitos/refugio/refugio-em-numeros.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. CONARE. “Tabela com decisões sobre pedidos de
reconhecimento da condição de refugiado - ACNUR (1993-1997) e Conare
(1998 a maio de 2020)”, disponível em: https://www.justica.gov.br/seus-
direitos/refugio/refugio-em-numeros.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), Pacto Global para uma Migração
Segura, Ordenada e Regular (GCM) de 19 de dezembro de 2018, Nova York.
Disponível em: https://undocs.org/en/A/CONF.231/3

63
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração de Nova York sobre
Refugiados e Migrantes de 19 de setembro de 2016, Nova York. Disponível
em:
https://www.un.org/en/development/desa/population/migration/generalass
embly/docs/globalcompact/A_RES_71_1.pdf
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Pacto Global sobre os Refugiados
(GCR) de 17 de dezembro de 2018, Nova York. Disponível em:
https://www.unhcr.org/gcr/GCR_English.pdf
ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Resolução da Assembleia Geral
da ONU. Relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados.
Parte II: pacto global sobre refugiados A/RES/73/12. Nova York, 17 de
Dezembro de 2018. Disponível em:
https://www.unhcr.org/gcr/GCR_English.pdf
ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL PARA AS MIGRAÇÕES (OIM). Perfil 2019 da
Cidade de São Paulo: Indicadores da Governança Migratória Local (MGI).
Genebra, 2019. Disponível em:
https://brazil.iom.int/sites/default/files/Publications/mgi-layout-
sao%20paulo%20copy_PT_for%20print_updated.pdf
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, Plano Municipal de Saúde de São
Paulo 2018-2021. Disponível em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/saude/arquivos
/projeto-plano-municipal-saude-Versao-Final_FINAL.pdf>;
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO, Plano Municipal para Erradicação do
Trabalho Escravo. Disponível em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/direitos_human
os/PMETE(1).pdf
SÃO PAULO (SP), Lei Municipal 16.478 de 8 de julho de 2016.
SÃO PAULO (SP), Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo – Lei
Municipal 16.050 de 31 de julho de 2014. Disponível em:
https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/marco-regulatorio/plano-diretor/>;
SÃO PAULO (SP), Secretaria do Governo Municipal, Decreto Municipal 57.533
de 15 de dezembro de 2016.
SECRETARIA ESPECIAL DOS DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA
REPÚBLICA. Terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). 2009.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2009/decreto/d7037.htm
SECRETARIA MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DE SÃO PAULO
(SMDHC) e CONSELHO MUNICIPAL DE IMIGRANTES (CMI). Regimento Interno
da 2a Conferência Municipal de Políticas para Imigrantes, São Paulo, 2019.
Disponível em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/direitos_human

64
os/participacao_social/CONSELHOS/CONSELHO%20IMIGRANTES/CONFEREN
CIA/VF%20regimento.pdf
SECRETARIA MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DE SÃO PAULO
(SMDHC) e CONSELHO MUNICIPAL DE IMIGRANTES (CMI). Caderno da 2a
Conferência de Políticas para Imigrantes, 2019. Disponível em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/direitos_human
os/participacao_social/CONSELHOS/CONSELHO%20IMIGRANTES/CONFEREN
CIA/Caderno%20Conf.pdf
SECRETARIA MUNICIPAL DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DE SÃO PAULO
(SMDHC) e CONSELHO MUNICIPAL DE IMIGRANTES (CMI). Relatório Final da 2a
Conferência de Políticas para Imigrantes, 2020. Disponível em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/direitos_human
os/participacao_social/CONSELHOS/CONSELHO%20IMIGRANTES/CONFEREN
CIA/Versao%20Completa.pdf
SECRETARIA MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO URBANO. Imigrantes na
cidade de São Paulo: cinco anos de atendimento do Centro de Referência de
Atendimento para Imigrantes - CRAI. In: Informes Urbanos, 2019. Disponível
em:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/Informes_Urban
os/41_IU_IMIGRANTES_final.pdf

65
ANEXO I - Parceiros Sugeridos ou
Potenciais
Conforme descrito na Seção 5.6, instituições e organizações externas ao Poder
Executivo Municipal não foram incluídas como responsáveis diretas pela
implementação das Ações Programáticas previstas no Plano Municipal.
Entretanto, devido à sua relevância para a temática e competências legais, optou-
se por incluir neste Anexo I aquelas instituições consideradas como
especialmente relevantes para a implementação e monitoramento deste Plano,
muitas delas indicadas durante a 2ª Conferência Municipal e discussões com a
SMDHC e o CMI. Adotou-se, ainda, o critério de que todas as instituições que
compõem o CMI no período de elaboração do Plano (2019 - 2020) constituem
parceiros “naturais” à sua implementação, incluindo aquelas que acompanharam
o processo na condição de observadoras.

A lista abaixo não é, portanto, exaustiva. As instituições aqui indicadas tampouco


estão vinculadas a apoiar a execução deste Plano. Este anexo é um documento
vivo, e outras instituições podem ser agregadas ou retiradas conforme
manifestação de interesse e deliberação da SMDHC e do CMI.

Organizações da Sociedade Civil


África do Coração
Associação Senegalesa de São Paulo (Asensp)
Bibli-ASPA Centro de Cultura e Pesquisa
Cáritas Arquidiocesana de São Paulo
Centro de Apoio e Pastoral do Migrante (CAMI)
Centro de Direitos Humanos e Cidadania do Imigrante (CDHIC)
Missão Paz
Presença da América Latina (PAL)

Organismos Internacionais
Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR)
Organização Internacional do Trabalho (OIT)
Organização Internacional para as Migrações (OIM)

66
Instituições ligadas aos Poderes Legislativo e Judiciário
Câmara Municipal de São Paulo (CMSP)
Defensoria Pública da União (DPU)
Defensoria Pública do Estado de São Paulo (DPE)
Ministério Público do Trabalho (MPT)

Poder Executivo Estadual e Federal

67
68

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