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Contextualização da autora:
Em seu ensaio “Prazer visual e cinema narrativo”, Laura Mulvey se propõe a utilizar
a psicanálise em sua teoria crítica e feminista do cinema como instrumento político,
buscando compreender como “o inconsciente da sociedade patriarcal estruturou a forma do
cinema.” (MULVEY, p. 437).
Busca-se, a partir daí, desenvolver uma análise sobre o cinema como sistema de
representação da ordem patriarcal dominante contida no inconsciente, as formas de ver e o
prazer no olhar e, ainda, interligar o significado do prazer erótico no cinema com relação ao
lugar ocupado pela imagem da mulher, com o objetivo de “destruir” o prazer e a beleza
contidos na história do cinema como satisfação e reforço do ego masculino.
Dos prazeres que o cinema pode oferecer, a autora destaca a escopofilia, definida
por Freud como um prazer ao submeter, objetificar e sujeitar outra(s) pessoa(s) ao seu olhar
fixo, curioso e controlador, muito relacionado a atos voyeuristas.
A forma feminina exposta com o único intuito de ser apreciada pelo jugo masculino,
se torna objetificada, exposta, sexualizada, mas ao decorrer da narrativa, ao se apaixonar
pelo protagonista e tornar-se propriedade dele, perde todas suas características que antes a
erotizavam e a subjugavam para o personagem masculino. Identificando-se com o
protagonista, o espectador possui a oportunidade de satisfazer seu prazer de possuí-la
também.
Principais exemplos:
Mulvey utiliza como exemplo filmes de Hitchcock e Sternberg. Como em “Um corpo
que cai”, onde a câmera subjetiva é utilizada fortemente para fazer predominar o imaginário
de que o protagonista possui o controle da narrativa.
Principais argumentos:
Posicionamento pessoal:
Dimitri B. Wittkopf
11.09.2019