Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CONCEITOS DE PROCESSO E
EQUIPAMENTOS DE SECAGEM
http://www.feagri.unicamp.br/ctea/projpesq.html
SUMÁRIO
NOMENCLATURA...................................................................................................................................................... i
I. INTRODUÇÃO .................................................................................................................................................. 1
II. MATÉRIA PRIMA ............................................................................................................................................ 3
2.1 COMPORTAMENTO BIOLÓGICO ..................................................................................................................... 3
2.1.1 Respiração Aeróbica .............................................................................................................................. 3
2.1.2 Respiração anaeróbica .......................................................................................................................... 4
2.1.3 Fatores que afetam a intensidade da respiração ................................................................................... 4
2.1.3.1 Umidade.................................................................................................................................................................5
2.1.3.2 Temperatura...........................................................................................................................................................5
2.1.3.3 Umidade versus Temperatura...............................................................................................................................6
2.1.3.4 Microorganismos ..................................................................................................................................................6
2.1.3.5 Outros Fatores .......................................................................................................................................................6
2.1.4 Conseqüências do processo Respiratório .............................................................................................. 7
2.1.4.1 Umidificação e Aquecimento...............................................................................................................................7
2.1.4.2 Quebra Técnica .....................................................................................................................................................7
2.2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS ALIMENTOS ...................................................................................................... 8
2.3 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS .......................................................................................................................... 9
2.3.1 Peso Hectolitro....................................................................................................................................... 9
2.3.2 Ângulo de Repouso............................................................................................................................... 10
2.3.3 Porosidade ........................................................................................................................................... 11
2.3.4 Condutividade Térmica ........................................................................................................................ 12
2.3.5 Higroscopicidade ................................................................................................................................. 12
2.4 LIMPEZA ................................................................................................................................................. 13
2.5 DETERMINAÇÃO DE UMIDADE.................................................................................................................... 13
2.6 MÉTODOS PARA A DETERMINAÇÃO DE UMIDADE ....................................................................................... 14
2.6.1 Métodos Diretos ................................................................................................................................... 14
2.6.1.1 Método da estufa.................................................................................................................................................14
2.6.2 Métodos Indiretos................................................................................................................................. 15
2.7 CONTEÚDO DE UMIDADE ................................................................................................................... 15
III. TRATAMENTOS DO AR .......................................................................................................................... 17
3.1 PSICROMETRIA........................................................................................................................................... 17
3.1.1 Introdução ............................................................................................................................................ 17
3.1.2 Propriedades do Ar - Vapor de água ................................................................................................... 17
3.1.2.1 Temperatura de Bulbo Seco ...............................................................................................................................17
3.1.2.2 Umidade Absoluta ..............................................................................................................................................17
3.1.2.3 Umidade Relativa................................................................................................................................................18
3.1.2.4 Grau de Saturação ...............................................................................................................................................19
3.1.2.5 Temperatura de Orvalho ou Ponto de Orvalho .................................................................................................19
3.1.2.6 Entalpia................................................................................................................................................................19
3.1.2.7 Temperatura de Saturação Adiabática ...............................................................................................................20
3.1.2.8 Temperatura de Bulbo Úmido............................................................................................................................21
3.1.2.9 Volume Específico..............................................................................................................................................21
3.1.3 Construção da Carta Psicrométrica .................................................................................................... 23
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
NOMENCLATURA
i
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
SUBSCRITOS
0 inicial
a ar seco
b barométrica
bs base seca
bu base úmida
cr crítico
eq equilíbrio
m monocamada
or orvalho
s superfície
sat saturação
sc seco
t total
v vapor de água
w água
ii
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
I. INTRODUÇÃO
O objetivo máximo de qualquer processamento é a manutenção das qualidades do
produto. Portanto, para o dimensionamento e controle ótimos de processos e equipamentos de
processamento é necessário quantificar a deterioração de qualidade do material que está sendo
manuseado.
A qualidade de um produto depende no uso final do produto que, por sua vez, dirá qual a
característica necessária da qualidade que deverá ser conservada. Assim, é o critério de
conservação de qualidade que dita o nosso processo de secagem.
A secagem de sólidos é uma das mais antigas e usuais operações unitárias encontradas
nos mais diversos processos usados em indústrias agrícolas, cerâmicas, químicas, alimentícias,
farmacêuticas, de papel e celulose, mineral e de polímeros. É também uma das operações mais
complexas e menos entendida, devido à dificuldade e deficiência da descrição matemática dos
fenômenos envolvidos de transferência simultânea de calor, massa e quantidade de movimento no
sólido. Assim a secagem é um conjunto de ciência, tecnologia e arte, ou seja, um know-how
baseado em extensiva observação experimental e experiência operacional (MENON &
MUJUMDAR, 1987).
As razões para a secagem são tantas quantos são os materiais que podem ser secos. KEEY
(1978) descreve que um produto tem que estar capacitado para um processo subseqüente ou para
ser vendido. Assim, existem materiais que necessitam de uma determinada umidade para
poderem ser prensados, moídos ou peletizados. Pós necessitam ser secos a baixos conteúdos de
umidade, permitindo um armazenamento satisfatório. Custos de transportes também são
reduzidos pela remoção de grande parte de água contida no produto. Vegetais desidratados
possuem um sabor enriquecido e são também utilizados em pratos rápidos (fast food) e caros
(PAN et al., 1997).
Segundo KEEY (1972), a secagem durante muitos séculos foi realizada com métodos
totalmente sem técnica. Durante a Revolução Industrial na França foi descrita uma das primeiras
técnicas de secagem de papel em folhas em uma sala com circulação de ar. Um século depois,
outra técnica foi descrita em Londres na “Grande Exibição”, também para a secagem de papel em
cilindros aquecidos. Leite e vegetais também eram secos através de um pequeno aquecimento.
Fornos simples eram usados para a secagem de amido e porções de sal.
A partir daí uma série de novos métodos de secagem foram surgindo, devido à crescente
necessidade de métodos mais eficientes e rápidos. Apesar desta evolução na arte da secagem,
métodos complexo de secagem começaram a ser propostos só no fim do século 19, como por
exemplo patentes de secador a radiação térmica e secador à vácuo. Estas inovações foram
gradualmente sendo proliferadas e incorporadas pela indústria.
A secagem é a remoção de uma substância volátil (comumente, mas não exclusivamente,
água) de um produto sólido. E a quantidade de água presente no sólido é chamada de umidade.
Esta definição de secagem exclui a concentração de uma solução e a remoção mecânica de água
por filtragem ou centrifugação. Exclui também métodos térmicos relatados à destilação.
Durante a secagem é necessário um fornecimento de calor para evaporar a umidade do
material e também deve haver um sorvedor de umidade para remover o vapor água, formado a
partir da superfície do material a ser seco (Figura 1).
1
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Fonte de Sorvedor de
Calor Umidade
Transferência Transferência
de Calor de Massa
Material a
ser seco
É este processo, de fornecimento de calor da fonte quente para o material úmido que
promoverá a evaporação da água do material e em seguida a transferência de massa arrastará o
vapor formado.
Do ponto de vista de fornecimento de calor, os mecanismos básicos de transferência de
calor empregados indicam os possíveis equipamentos necessários. A retirada do vapor de água
formado na superfície do material é analisada do ponto de vista de movimento do fluido,
indicando também os possíveis equipamentos para esta finalidade.
Assim, observa-se que dois fenômenos ocorrem simultaneamente quando um sólido
úmido é submetido à secagem:
Transferência de energia (calor) do ambiente para evaporar a umidade superficial. Esta
transferência depende de condições externas de temperatura, umidade do ar, fluxo e direção
de ar, área de exposição do sólido (forma física) e pressão.
Transferência de massa (umidade), do interior para a superfície do material e sua subseqüente
evaporação devido ao primeiro processo. O movimento interno da umidade no material sólido
é função da natureza física do sólido, sua temperatura e conteúdo de umidade.
2
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
3
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Pela equação acima, para cada volume de oxigênio absorvido há um volume desprendido
de dióxido de carbono.
A razão destes dois volumes é denominada de quociente respiratório. No presente caso da
glicose temos o quociente respiratório igual a 1.
Para os valores médios de quociente para os substratos mais comuns temos: 0,7 a 0,8 para
lipídios; 0,8 a 0,9 para protídios e 1,3 a 1,5 para ácidos orgânicos.
Por exemplo, apresentando a oxidação de um lipídeo temos:
4
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
2.1.3.1 Umidade
O conteúdo de umidade do produto determina o tempo de conservação de acordo com o
ambiente em que está armazenado.
Grãos armazenados secos com 11% de umidade respiram pouco. Se tiverem com mais de
13%, a respiração é acelerada consideravelmente.
A respiração aumenta exponencialmente, com o acréscimo da umidade. E este processo
causará deterioração do grão e em caso de sementes, com alto conteúdo de umidade perdem o
poder germinativo e vigor.
Como exemplo, Tabela 1, temos a variação da velocidade respiratória (mg CO2/100g
24h) de grão de trigo com vários teores de umidade.
Tabela 1: Intensidade do processo respiratório e colônias de fungos a diferentes níveis de
umidade do trigo.
Para frutas e hortaliças, a conservação está associada ainda com o tipo de respiração:
aquelas em que o amadurecimento e envelhecimento ocorrem com grande demanda de energia,
responsável pela alta taxa de respiração (climatéricos) ou aqueles que necessitam um longo
período de amadurecimento (não-climatéricos).
Os produtos perecíveis, por conter altos valores de conteúdo de umidade, necessitam de
processamentos que diminuam esta quantidade de água para permitir uma conservação por maior
tempo sem a necessidade de conservação a frio ou de atmosfera modificada.
2.1.3.2 Temperatura
A respiração aumenta rapidamente para o aumento da temperatura, e decresce nas
temperaturas altas. Este decréscimo é explicado pela inativação das enzimas a altas temperaturas.
No entanto, altas temperaturas causam injúrias na matéria prima.
5
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
A influência da temperatura sobre a respiração da soja com alto teor de umidade (18,5%)
e sob condições de aeração é mostrada na Tabela 2.
2.1.3.4 Microorganismos
A possibilidade de deterioração microbiana cessa para ambientes de umidades relativas
menores que 60%.
As bactérias são usualmente mais exigentes quanto à disponibilidade de água livre em
relação a bolores e leveduras.
6
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
7
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
8
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
9
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
O peso hectolitro tem várias aplicações práticas, entre eles a mais conhecida é a fixação
do preço mínimo de trigo feito para um peso hectolitro de 78 com 13% de umidade.
10
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
2.3.3 POROSIDADE
É o espaço vazio ocupado pelo ar existente dentro de uma massa de grãos. A porosidade
influi na facilidade de escoamento do ar, além de influenciar na capacidade do silo.
A porosidade de uma massa de grãos varia de 30 a 50%, conforme tipo, teor de umidade e
quantidade de grãos quebrados.
A Tabela 8 mostra alguns valores de porosidade.
11
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
k = 0,0564 + 0,000858M
sendo que k é obtida na unidade de (Btu/h péoF) e M variou de 1,0 a 22,5% de umidade
na base úmida.
2.3.5 HIGROSCOPICIDADE
12
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
2.4 LIMPEZA
13
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Observação: os métodos normalmente utilizados mensuram apenas a água livre pela faixa de
temperatura prevista nos mesmos.
Neste método, a umidade corresponde à perda de peso sofrida pelo produto quando
aquecido em condições nas quais a água é removida. O aquecimento direto da amostra a 105ºC é o
processo mais usual.
No caso de amostra de alimento que se decompõe, ou sofre transformações a esta
temperatura, devem ser aquecidas em estufas a vácuo, onde se reduz a pressão atmosférica e se
mantém a temperatura de 70ºC.
14
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Exemplo:
Em um armazém tem-se 1.000 ton de milho, com 20% de umidade, e deseja-se armazená-lo
com 12% de umidade. Qual a quantidade de água a ser retirada na secagem?
Mt = 1.000 ton {( 200 ton => Mw) e (800 ton => Msc - cte)}
Mw Mw
X bu = ⋅ 100 ⇒ 12 = ⋅ 100
M w + M sc M w + 800
Mw = 109 ton
Portanto : retirar na secagem: 200 - 109 = 91 ton água
Utilizações comuns:
Xbu: designações comerciais, armazenamento, etc.
Xbs: em trabalhos de pesquisa, equações de secagem.
15
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
MUDANÇA DE BASE
a) Passar de BU para BS
X bu (%)
X bs (%) = ⋅ 100 (3)
100 − X bu (%)
b) Passar de BS para BU
X bs (%)
X bu (%) = ⋅ 100 (4)
100 + X bs (%)
16
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
III. TRATAMENTOS DO AR
3.1 PSICROMETRIA
3.1.1 INTRODUÇÃO
É a relação entre a massa de vapor de água e a massa de ar seco num mesmo volume de
mistura.
Alguns autores referem-se a esta umidade absoluta como sendo a razão de umidade ou
umidade específica.
Em condições de pressão atmosférica, a mistura de ar seco e vapor de água pode ser
considerada ideal, portanto, podemos aplicar a lei para gases ideais.
17
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Pb = P a + P v (5)
PV = nRT (6)
V 1 Ma 1
Pa = RT ou Pa = RT (7)
M a PM a V PM a
V 1 Ma 1
Pv = RT ou Pv = RT (8)
M v PM v V PM v
Dividindo os termos um pelo outro, temos:
Pv M v PM a
=
Pa M a PM v
Define-se como sendo a relação entre a fração molar do vapor de água na mistura e a
fração de vapor de água numa mistura saturada à mesma pressão e temperatura.
Como sabemos que a mistura ar-vapor de água à pressão atmosférica (considerada de
baixa pressão) pode ser considerada um gás perfeito, definimos a umidade relativa como sendo a
razão entre a pressão parcial do vapor na mistura (Pv) e a pressão do vapor saturado (Psat) à
mesma temperatura.
18
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
P
UR (%) = v ⋅ 100 ( 11 )
Ps
A umidade relativa mostra a capacidade que o ar possui de absorver a umidade. Isto é,
quanto menor a umidade relativa, maior a capacidade do ar em absorver a umidade.
O ar está saturado quando sua umidade relativa é de 1 (ou 100%).
A umidade relativa é um dos parâmetros que influem no conforto das pessoas e além
disso é um parâmetro importante no ar de secagem.
Pv
0 . 62
X real Pb − Pv P P − Ps P − Ps
Ψ = = = v b = UR b ( 12 )
X sat Ps Ps P b − Pv Pb − Pv
0 . 62
P b − Ps
3.1.2.6 Entalpia
H = m a h a +m v h v ( 14 )
H m
= h = ha + v hv ( 15 )
ma ma
19
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Resultando em:
h = Cp ar úmido ⋅ T + 597 ⋅ W ( 20 )
Ar úmido Ar Saturado
Água a T2
T1, W1 e Pb T2, W2 e Pb
Considere um duto suficientemente longo que recebe o ar úmido não saturado a pressão
Pb, a temperatura T1 e a umidade absoluta W1, sendo o duto suficientemente longo, de forma a
conseguir o equilíbrio termodinâmico no processo; o ar na saída estará saturado a temperatura T2
com a umidade absoluta W2. Isolando-se termicamente o duto, a temperatura da saída (T2)
denomina-se temperatura de saturação adiabática (Tsat).
Fisicamente, tudo se passa como se o ar se resfriasse fornecendo o calor para a água que
se evapora saturando o ar.
Para que esta situação ocorra, a temperatura da água deve estar perto de Ts, mas pode-se
supor que em equilíbrio a temperatura da água tenha atingido a temperatura limite de T2.
Efetuando o balanço temos:
(Entalpia da entrada do ar) + (Entalpia de H20) = (Entalpia de saída ar)
(ha1 + W1hv1) + (hL2(W2 - X1)) = ha2 + W2hv2)
W1h1 - W1hL2 = (ha2 - ha1) + W2hv2 - W2hL2
20
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
h a1 + W1 ⋅ h v1 = h a 2 + W2 ⋅ h v 2 ( 22 )
É a temperatura indicada por um termômetro cujo bulbo está coberto por uma mecha de
pano embebido em água.
Deve-se fazer passar sobre o bulbo úmido um fluxo de ar com a velocidade ao redor de
4,5 m/s. Quando o ar úmido não saturado escoa através da mecha de pano embebido em água,
esta se evapora. E para que ocorra esta evaporação, há a necessidade de calor latente da
vaporização de água. Esta necessidade de calor é fornecida pelo ar insaturado na forma de calor
sensível, que por sua vez faz com que a temperatura indicada pelo termômetro do bulbo úmido
seja inferior à temperatura do bulbo seco.
A diferença entre a temperatura de bulbo seco e a temperatura de bulbo úmido
denomina-se depressão de bulbo úmido. Como esta depressão é de calor sensível, a transferência
de calor por mecanismo de radiação deve ser desprezível.
Quanto menor a umidade relativa do ar, maior será a depressão do bulbo úmido.
Considerando o ar saturado, a depressão do bulbo úmido é nula.
Para a mistura do ar-vapor de água submetida á pressão próxima da atmosférica e à
temperatura inferior a 100ºC (caso geral), as temperaturas de saturação adiabática e de bulbo
úmido são coincidentes.
Normalmente nos referimos à temperatura de saturação adiabática como sendo a
temperatura do bulbo úmido termodinâmico e, temperatura do bulbo úmido como sendo a
temperatura de bulbo úmido psicrométrico.
Define-se como sendo o volume ocupado pela mistura por unidade de massa de ar seco.
A densidade específica é igual ao inverso do volume específico.
21
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Da Equação 7 temos:
Ma 1 V RT
Pa = RT − = ( 23 )
V PM a Ma PM a Pa
Ou, da Equação 8:
Mv 1 V RT
Pv = RT − P v = ( 25 )
V PM v Mv PM v
Sabemos que:
V V V V 1
W = ∴ =
M v Ma M v Ma W
ou seja:
RT RT
W +
PM v PM a
ν = ( 26 )
Pb
22
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
W (kgw/kga)
T (ºC)
23
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
3.1.4.1 Identificação
a) A temperatura do bulbo seco do ar úmido é de 26ºC. Levando-se em conta que a pressão é a
pressão atmosférica e que a temperatura do orvalho é de 16ºC, calcule:
1) A pressão parcial do vapor de água
2) A pressão parcial do ar seco
3) A umidade relativa
4) A umidade absoluta
Solução:
1) Tbs = 16ºC
W = 0,0114 kgw/kga.
24
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Pv Pv
W = 0 , 62 = 0 , 62
Pb − Pv 760 − P v
Pv
3) UR = no presente caso Pv = Psat a 16ºC
Psat
Psat = Psat a 26ºC
25
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Pv 13,6
UR = = = 0,54 (confere com a carta)
Psat 25,2
Pv
W = 0,62 ⋅ utilizando Pv = PS a 16oC
Pb − Pv
13,6
W = 0,62 ⋅ = 0,0114 (kgw /kga)
760 − 13,6
b) Para uma certa quantidade de ar úmido, temos a temperatura de bulbo seco de 30ºC e a
temperatura de bulbo úmido de 20ºC. Se a pressão barométrica é de 1 atm, determine a
temperatura de orvalho, a umidade absoluta e a umidade relativa.
Solução:
UR = 40%
Tor = 14,8ºC
W = 0,0105 kgw /kga
26
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
h gráfico = 14,5
h calculado = 10,1
h gráfico - h calculado = 4,4
27
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
3.1.4.2 Processos do ar
a) Aquecimento
O aquecimento do ar é indicado para aqueles tratamentos que aumentam a temperatura do
ar úmido sem alterar o conteúdo de umidade absoluta.
Este aquecimento é feito através de trocadores de calor indireto.
b) Resfriamento
É o tratamento inverso do anterior, isto é, em vez de aquecer o ar, o trocador resfria o ar
sem alterar o conteúdo de umidade absoluto do mesmo.
28
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Para que esta situação ocorra, devemos ter cuidado com a temperatura da superfície do
trocador, que deve ser maior que a temperatura do orvalho (é evidente que a temperatura da
superfície do trocador deve ser menor que a temperatura do bulbo seco do ar) para que não haja
condensação da água na superfície do mesmo.
A quantidade de calor retirado do ar será:
& ⋅ (h 2 − h1 ) = m
q=m & ⋅ Cp ⋅ (T2 − T1 ) ( 28 )
Baseado no mesmo esquema utilizado no item anterior, no presente caso o ar passará do
estado 2 para o estado 1.
W1
W2
W3
29
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
A razão da massa de ar que não entra em contato em relação à massa total do ar define o
nosso estado 2 (FBP = o fator de "by pass" do trocador), isto é:
m nãocontato W2 − Xs h − hs
FBP = = = 2 ( 29 )
m total W1 − X s h1 − h s
Percebemos facilmente que quanto menor o FBP, mais próximo o estado 2 estará do
estado (s).
O calor retido neste processo será: q = m (h1 - h2)
É importante perceber que apesar do aumento da umidade relativa do ar, neste processo,
ele sofreu desumidificação (W2 < W1).
Se a temperatura da superfície for maior que 0ºC, a superfície do trocador estará coberta
com água (ex: ar condicionado).
Se a temperatura da superfície for menor que 0ºC, a superfície do trocador estará coberta
com gelo (ex: geladeira).
d) Resfriamento Evaporativo
Este processo é conhecido também como sendo o processo de umidificação adiabática ou
umidificação do bulbo úmido.
Quando fazemos com que o ar entre em contato com a água através de pulverização da
mesma, a umidade relativa e a umidade absoluta do ar aumentam; ao passo que a sua temperatura
diminui. Como neste processo ocorre entalpia constante, a temperatura de água tenderá à
temperatura do bulbo úmido.
O ar dificilmente atinge 100% de umidade relativa em virtude de não conseguirmos um
contato ideal de ar-água na prática.
O fluxo de água evaporada, ou seja, a quantidade de água a ser fornecida ao ar, será
representado por:
m & ⋅ (W2 − W1 )
& água = m ( 31 )
Esta mesma situação pode ser vista em secagem de materiais considerados muito úmidos.
O ar que entra em contato com o material muito úmido sofrerá processo descrito acima (ex:
secagem de roupa).
A secagem de materiais de baixa umidade será enfocada em aulas sobre o referido tópico.
30
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
3) A entalpia do ar 3 será:
m
& 3 ⋅ h3 = m
& 1 ⋅ h1 + m
& 2 ⋅h2 ( 34 )
& 1 ⋅ (w 3 − w 1 ) = m
m & 2 ⋅ (w 2 − w 3 )
31
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
& 1 w 2 − w3 w3 − w2
m
= = ( 35 )
m
& 2 w 3 − w1 w1 − w 3
& 1 h2 − h3 h3 − h2
m
= = ( 36 )
m
& 2 h 3 − h1 h 1 − h 3
3) Ou seja:
& 1 w 2 − w3 h 2 − h3 w3 − w 2 h3 − h2
m
= = = = ( 37 )
m
& 2 w 3 − w 1 h 3 − h1 w 1 − w 3 h1 − h 3
W2
W3
W1
A equação 37 pode ser colocada em termos dos segmentos das retas, isto é:
m
& 1 32
=
m
& 2 13
32
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
m
&2 m
& 13 13
= 2 = = ( 39 )
m
&1+m &2 m
& 3 13 + 32 12
& 1 ⋅ (w 1 − w 2 ) + w 2 ⋅ (m
m & 2)= m
&1+m & 3 ⋅ w3
& 1 ⋅ (w 1 − w 2 ) + w 2 ⋅ m
m &3 =m
& 3 ⋅ w3
& 1 ⋅ (w 1 − w 2 ) = m
m & 3 ⋅ (w 3 − w 2 )
& 1 w3 − w2
m
= ( 40 )
m
& 3 w1 − w 2
Ou podemos obter m
&2 m
& 3 da seguinte maneira:
m & 2 ⋅ w 2 + (m
& 1 ⋅ w1 + m & 2 ⋅ w1 ) = m
& 2 ⋅ w1 − m & 3 ⋅ w3
& 2 ⋅ (w 2 − w 1 ) = m
m & 3 ⋅ (w 3 − w 1 )
& 2 w 3 − w1
m
= ( 41 )
m
& 3 w 2 − w1
33
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
m
&1 B m
&2 A m
&1 B m
&2 A
= ; = ; = ; =
m
&2 A m
&1 B m
&3 C m
&3 C
f) Tratamento Alternativo
1) O processo de resfriamento com desumidificação pode ser obtido através da pulverização da
água gelada no ar.
2) Quando se deseja aumentar o conteúdo de umidade do ar sem alterar sua temperatura, utiliza-
se a injeção de vapor no ar.
Em muitos casos o ar que dispomos (estado 1) não consegue atingir o estado que
queremos, através de um simples processo. Exigindo pois mais de um tratamento para obtermos
êxito.
A escolha do (s) processo (s) baseia-se essencialmente em dois pontos de vista, a saber:
34
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Solução:
W2
W1
w1 = 0,0102 kgw/kga
w2 = 0,0247 kgw/kga
1.0247 m = 1.000
m = 976 (kga/h)
q = m (h2 – h1) = 976 (26,4 - 15,3)
q = 10.834 kcal/h
35
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Solução:
W2
W3
W1
ar 1 w1 = 0,0055 kgw/kga
ar 2 w2 = 0,0140 kgw/kga
m
&2
w 3 = w1 + ⋅ (w 2 − w 1 )
m
&3
15
w 3 = 0,0055 + ⋅ (0,0140 − 0,0055)
25
m
&3=m
&1+m
& 2 = 10 + 15 = 25 (kga/h)
36
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
m
& 2 13 13 15
= = ∴ 13 = 7,5 ⋅ = 4,5cm
m
& 3 12 7,5 25
C) O gerente de uma firma solicitou a instalação de um túnel de mistura de 2 ares visando obter
um ar com a vazão de 18.234 kg ar úmido/h, 23,5oC de temperatura de bulbo seco e 18oC de
temperatura de orvalho. O engenheiro encarregado desta instalação dispunha dos seguintes
ares com vazões limitadas de:
ar 1: 30ºC de temperatura de bulbo seco e 20 g água/kg ar seco
ar 2: 21ºC de temperatura de bulbo seco
Pergunta-se:
a) quais foram as vazões do ar 1 e ar 2?
b) o engenheiro afirmou que a temperatura do bulbo seco do ar 2 era suficiente para seu projeto.
Sua afirmação estava correta? Por que?
Solução:
Pela carta 1) w3 = 0,00130 kgw/kga
m
& 3 :m
& 3 ⋅ 0,013 + m
& 3 = 18234
m
& 3 = 18.000 (kga/h)
m
&1+m
&2 =m
& 3 = 18000 kga/h
37
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
12 = 8cm
13 = 6cm
m
&1 2 1
= =
m
&2 6 3
Substituindo temos:
13 = 6cm
m
& 1 + 3⋅ m
& 1 = 18000
m
& 1 = 4.500 kga/h
m
& 2 = 13.500 kga/h
Verificando:
38
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
39
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
40
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
25
Feijão
20 Amendoim
Arroz
Trigo
15 Soja
10
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Umidade Relativa (%)
41
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
80
Maça
Uvas
60 Banana
Espinafre
Menta
40
20
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Umidade Relativa (%)
42
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
(X m ⋅ C ⋅ a w ) ⋅ (1 − (n + 1) ⋅ a w n + n ⋅ a w n +1 )
X eq = ( 43 )
(1 − a w ) ⋅ (1 + (C − 1) ⋅ a w − C ⋅ a w n +1 )
43
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Sua análise é baseada no período transiente da secagem e está limitada a situações em que
a difusão é o principal modo de transporte de massa (CHEN, 1971).
[ (
a w = exp k + A ⋅ exp B ⋅ X eq )] ( 46 )
CHEN & CLAYTON (1971), tentaram relacionar a dependência das isotermas com a
temperatura obtendo a equação :
[ (
a w = exp − A ⋅ T B ⋅ exp − C ⋅ T D ⋅ X eq )] ( 47 )
44
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Este modelo é baseado na premissa que a variação na energia livre para a adsorção está
relacionada com o conteúdo de umidade (CHUNG & PFOST, 1967).
A
Ln (a w ) = − ⋅ exp[−B ⋅ X eq ] ( 48 )
R ⋅T
Ou
X eq = E − F ⋅ Ln[(− T + C ) ⋅ Ln (a w )] ( 49 )
Um dos modelos mais usados para a predição de isotermas é a equação empírica (ASAE,
1991.b):
[(
1 − a w = exp − k ⋅ X eq n )] ( 52 )
ou sua modificação:
[(
1 − a w = exp − k ⋅ T ⋅ X eq n )] ( 53 )
45
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Com
1 1
Y= − −1
380,5 T
X eq = k1 ⋅ a w n 1 + k 2 ⋅ a w n 2 ( 55 )
46
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
V. TEORIA DE SECAGEM
A secagem tem a finalidade de eliminar um líquido volátil contido num corpo não volátil,
através de evaporação. Portanto, a secagem de nosso interesse é caracterizada pela evaporação da
água do material biológico.
Durante a secagem é necessário um fornecimento de calor para evaporar a umidade do
material e também deve haver um sorvedor de umidade para remover o vapor água, formado a
partir da superfície do material a ser seco.
Este processo, de fornecimento de calor da fonte quente para o material úmido que
promoverá a evaporação da água do material e em seguida a transferência de massa arrastará o
vapor formado.
Do ponto de vista de fornecimento de calor, os mecanismos básicos de transferência de
calor empregados indicam os possíveis equipamentos necessários.
Ao passo que a retirada do vapor de água formado na superfície do material é analisada
do ponto de vista de movimento do fluido (mecânica dos fluidos), indicando também os possíveis
equipamentos para esta finalidade.
Finalmente, as considerações sobre como água é transportada do interior do sólido à
superfície fundamentam as teorias existentes na secagem.
SUPERFÍCIE DE SECAGEM
INTERIOR DO MATERIAL
47
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
No entanto estamos longe de estabelecer uma única relação teórica que possibilite
generalizações para tratamentos na secagem.
Existência da contribuição do soluto durante a secagem. Por exemplo, o soluto como açúcar
da ameixa encontra-se depositado na superfície durante a secagem, formando uma crosta que
diminui a velocidade de secagem. Outro exemplo é uma experiência com a beterraba
açucareira mostrando que a mesma seca mais rapidamente quando é desaçucarada antes da
secagem.
Os produtos biológicos são células vivas exibindo portanto, um comportamento específico
onde a célula é distendida pelo líquido contido nele e, em conseqüência, a parede celular é
submetida a tensão e o líquido contido nela é submetido a compressão. Este fenômeno é
conhecido como "turgor". Conforme procede a secagem, com a retirada de água, estamos
diminuindo a pressão que o líquido exerce contra a parede celular. Os fenômenos associados
a esta diminuição de pressão são tratados como conseqüência do encolhimento do material. O
fenômeno de encolhimento do material não causaria muito problema durante a secagem se
não fossem os efeitos colaterais que os mesmos causam no material. Conforme o material
encolhe durante a secagem, a superfície do material endurece ("case hardening") por sofrer o
impacto da secagem primeiramente, sendo assim o material deforma-se e fissura-se. Um
exemplo seria a fissura durante a secagem do macarrão. Outro exemplo seria a fissura de
arroz durante a secagem.
48
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Os produtos são muito diferentes entre si, devido a sua composição, estrutura, e suas
dimensões.
As condições de secagem são muito diversas, de acordo com as propriedades do ar de
secagem e a forma como se faz o contato ar-produto: por exemplo, secagem com ar quente na
superfície de um leito de partículas é um caso (a água estando situada dentro das partículas), ou
outro caso é a suspensão de uma partícula em um fluxo de ar.
Uma vez que o produto é colocado em contato com ar quente, ocorre uma transferência
do calor do ar ao produto sob o efeito da diferença de temperatura existente entre eles.
Simultaneamente, a diferença de pressão parcial de vapor d'água existente entre o ar e a
superfície do produto determina uma transferência de matéria (massa) para o ar. Esta última se
faz na forma de vapor de água.
Uma parte do calor que chega ao produto é utilizada para vaporizar a água.
A evolução destas transferências simultâneas de calor e de massa no decorrer da operação
de secagem faz com que esta seja dividida esquematicamente em três períodos que nós
descreveremos a seguir.
Na Figura 9, são mostradas as curvas de evolução do teor de água do produto (X), de sua
temperatura (T) e da velocidade de secagem (dX/dt), também chamada de taxa de secagem, ao
longo do tempo, para um experimento utilizando ar de propriedades constantes.
49
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
X
(kgw/kgms)
Temperatura
do produto
dX/dt
(kgw/kgmss)
a) Evolução do
conteúdo de
umidade c) Evolução da
temperatura
do produto
b) Cinética de
secagem
0 1 2
t
Figura 9: Curva de secagem exemplo.
50
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Período 1
Consiste no período de velocidade (taxa) constante de secagem. Durante este período,
como no anterior, a quantidade de água disponível dentro do produto é bem grande. A água
evapora-se como água livre. A pressão de vapor de água na superfície é constante e é igual à
pressão de vapor de água pura à temperatura do produto. A temperatura do produto, por sua vez,
é também constante e é igual à temperatura de bulbo úmido, característica do fato de que as
transferências de calor e de massa se compensam exatamente (lembre-se da psicrometria). A
velocidade de secagem é, por conseguinte, constante.
Este período continua enquanto a migração de água do interior até a superfície do produto
seja suficiente para acompanhar a perda por evaporação de água na superfície.
É bom ressaltar que para os materiais biológicos é difícil a existência deste período, pois
as condições operacionais de secagem são tais que, as resistências de transferências de massa
encontram-se essencialmente no interior do produto, fazendo com que a taxa de evaporação da
superfície ao ambiente seja bem superior à taxa de reposição de umidade do interior à superfície
do material.
Período 2
Consiste no período de velocidade (taxa) decrescente de secagem. Desde o momento em
que a água começa a ser deficiente na superfície, a velocidade de secagem diminui.
Apesar de alguns autores definirem o valor de teor de água do produto no ponto de
transição entre os períodos 1 e 2 como sendo o teor de água crítico (Xcr), seria conveniente
denominar este ponto como o ponto de inflexão de taxa constante à taxa decrescente de secagem,
pois este ponto, longe de ser uma propriedade física do material, é um ponto que depende
inclusive das condições operacionais de secagem. Durante este período, a troca de calor não é
mais compensada, conseqüentemente, a temperatura do produto aumenta e tende
assintoticamente à temperatura do ar. Durante todo este período o fator limitante é a migração
interna de água. Esta redução da taxa (ou velocidade) de secagem é às vezes interpretada como
uma diminuição da superfície molhada no período 2, mas a interpretação mais freqüente é pelo
abaixamento da pressão parcial de vapor de água na superfície. No final deste período o produto
estará em equilíbrio com o ar (X = Xeq) e a velocidade de secagem é nula.
VAN BRACKEL (1980) resumiu e classificou em doze categorias, um grande número de
curvas experimentais de taxa de secagem, publicadas na literatura. Este trabalho reproduzido na
Figura 10, ilustra a diversidade das formas das curvas de secagem em relação aos casos típicos.
51
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
I. e II. Leito de bolas de vidro ; de areia ; de argila ; de areia com argila ; de calcário ; de silicagel
III. Evaporação de um líquido orgânico a partir de um leito bolas de vidro a) benzeno ; b) n-pentanol.
IV. Leito de bolas de poliestireno
V. Areia ; argila com plástico ; cerâmica ; lac-tose
VI. Particulados (casos especiais de I)
VII. caso (I) com diferentes curvaturas no período decrescente, exemplo: silicato de alumínio para diferentes
temperaturas ou areia e papel para diferentes espessuras.
VIII. Madeira
IX. a) papel, lã, estearato de alumínio ; b) batata, tapioca, farinha
X. a) pão de centeio, fermento (leveduras) ; b) manteiga, margarinas
XI. a) grãos de trigo ; b) e c) continuação da secagem depois de uma interrupção
XII. a)calcário impregnado de água ; b) de água e sal ; c) tijolo de argila
52
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Para as categorias de I a VII e XII, que se referem sobretudo a produtos não biológicos,
pode-se observar geralmente um período 1 bem marcado. Porém é bem raro que a velocidade de
secagem seja rigorosamente constante. VAN BRACKEL (1980) indica os fenômenos de
superfície que acarretam uma ligeira diminuição de velocidade (ou taxa) de secagem durante este
período.
As categorias VIII a XI, referem-se à secagem de produtos biológicos, e só o período de
secagem a taxa decrescente está presente.
A transição do período 1 ao período 2 é freqüentemente pouco nítida e a determinação do
teor de água neste ponto é delicada. Por outro lado, o teor de água do ponto de inflexão varia de
acordo com a natureza do material, sua espessura e a velocidade de secagem inicial (que depende
das condições de secagem).
Conforme pode ser notado, para a interpretação da cinética de secagem deve-se utilizar a
curva (b) em vez da curva (a).
53
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
que governam a secagem e fixam a velocidade de secagem, enquanto que no segundo caso são as
transferências INTERNAS que são limitantes.
Para o período 1, apresentamos abaixo, o método de cálculo da velocidade de secagem
geralmente admitido. Seu interesse é permitir a determinação da velocidade de secagem ótima
para as condições dadas.
Ela poderia ser aplicada também ao período 2 (dois), se fosse possível predizer de
maneira simples a atividade de água e a temperatura na superfície do produto.
As equações definindo as transferências de calor e de massa na interface ar-produto são
estabelecidas fazendo referência a uma noção de condutância de superfície interpretada por um
fenômeno de camada limite: se forma uma fina camada de ar em escoamento laminar ao redor da
partícula e há um equilíbrio de temperatura e umidade entre o ar e a superfície desta partícula. As
relações mais simples que dão uma boa concordância com a experiência são:
Já que durante este período, o calor fornecido é igual ao calor necessário para evaporar a
água, pode-se calcular o fluxo de massa N e obter a taxa de secagem pela seguinte equação:
N = β ⋅ (T∞ − Ts ) H v ( 58 )
As equações existentes para a avaliação de (h) ou (β) são empíricas, isto é, são avaliados
através de dados experimentais. No entanto, esta última equação é geralmente utilizada, uma vez
que a determinação do coeficiente de transferência de calor é mais precisa e mais fácil que a
determinação do coeficiente de transferência de massa.
Os trabalhos relacionados à engenharia química tratam longamente desta determinação.
Para as transferências em convecção forçada, o coeficiente é obtido a partir de uma relação
adimensional de semelhança tendo geralmente a seguinte forma:
Nu = a ⋅ Pr b ⋅ Rec ( 59 )
54
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Esta teoria se apóia exclusivamente sobre a lei de FICK, que expressa que o fluxo de
massa por unidade de área é proporcional ao gradiente de concentração de água. Utilizando a lei
de FICK na equação de balanço de massa de água no interior do produto, vem:
∂X
= ∇ ⋅ (D ef ⋅ ∇X ) ( 60 )
∂t
Esta forma de FICK é simplificada, já que ela despreza a interdifusão, mas esta hipótese é
justificada, uma vez que a água migra dentro de uma matriz fixa.
Independentemente dos trabalhos sobre secagem, CRANK (1975) apresentou um grande
número de soluções da equação de difusão para condições iniciais e de contorno variados.
Entretanto, estas soluções se aplicam aos sólidos de formas geométricas simples (corpos semi-
infinitos; placas, cilindros e esferas). E quando a difusividade é constante:
X − X eq ∞ 1 Def ⋅ π 2
= α⋅ ∑ Exp − (2 ⋅ i + 1)2 ⋅ ⋅ t ( 61 )
X o − X eq 2 2
i =0 (2 ⋅ i + 1)
l
A taxa de secagem pode ser calculada diferenciando estas equações. A solução destas
equações é mostrada na Figura 11.
55
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Ca − Ce X − X eq
Onde 1 − = 1−
Co − Ce X o − X eq
Hipóteses:
1. A difusividade da água é constante. Esta suposição é levada em consideração pela maioria das
publicações, que afirmam que a secagem se faz de maneira isotérmica e que a difusividade da
água é independente do teor de água.
2. O produto é homogêneo: tem uma forma regular simples e simétrica. Em geral, os autores
fazem relação a uma esfera ou a uma placa; eles calculam a dimensão característica (l e/ou r)
considerando o mesmo volume para o produto e a forma escolhida.
3. As dimensões do produto permanecem constantes ao longo do tempo, o que é completamente
falso para os produtos biológicos, pois os mesmos encolhem durante a secagem. A mais
freqüente dimensão característica é calculada a partir do volume do produto depois da
secagem. O movimento da água resulta de um gradiente do teor de água dentro da partícula,
onde é assumido um perfil linear de concentração de umidade do material.
4. A superfície do produto se põe imediatamente em equilíbrio com o ar de secagem, Xs = Xeq.
O teor de água Xeq é o teor de água de equilíbrio do produto com o ar; ele deve então poder se
deduzir de uma curva de sorção do produto.
5. O conteúdo de umidade do material tende para a umidade de equilíbrio.
56
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Krischer & Kröll (citado por DAUDIN, 1983) expõem em detalhe a teoria do movimento
capilar de água líquida dentro de sistemas simples constituídos de alguns tubos capilares e dentro
de sistemas complexos como os corpos porosos. O princípio é o seguinte: para um tubo capilar
isolado, a pressão de sucção e então a ascensão da água dentro do capilar, é proporcional à tensão
superficial da água e inversamente proporcional a seu raio. Admitindo-se que a tensão capilar é
finalmente associada ao teor de água, estes autores estabelecem uma lei geral na qual o fator de
potencialidade é o gradiente de teor de água. Os autores também agregam a este fluxo de água
líquida, um fluxo de vapor de água que se teria dentro dos poros depois da retirada do líquido.
Entretanto, estudando a cinética de secagem da batata, LABUZA & SIMON (1970)
demonstram a fraca importância da migração capilar para os produtos vegetais.
Não sendo o material biológico um material capilar, esta teoria não poderia ser aplicada
para estes materiais no senso estrito. No entanto, não se pode esquecer que esta teoria fornece
ferramentas poderosíssimas para fundamentar as equações fenomenológicas de transferência
simultânea de calor e de massa.
Assumir o fluxo de transferência de massa como sendo função somente do gradiente de
concentração é simplificar muito, apesar deste gradiente ser o mais importante contribuinte na
transferência de massa.
LUIKOV & MIKHAYLOV (1965) e LUIKOV (1966) redigiram os primeiros trabalhos
concernentes à aplicação do formalismo de termodinâmica dos processos irreversíveis ou
termodinâmica de não-equilíbrio às transferências simultâneas de calor e de massa dentro de
meios porosos.
Estes dois autores calcularam as soluções analíticas do sistema de equações, estabelecido
por esta teoria para numerosas condições limites e iniciais, mas sempre para coeficientes
constantes.
Como nós já havíamos destacado, uma dificuldade importante do enfoque "teórico" reside
na determinação da difusividade da água no produto.
Nós apresentamos neste parágrafo alguns métodos. Este problema deu lugar a numerosos
trabalhos no quadro da Liofilização; infelizmente, as condições (pressão e estado congelado do
produto) tornam estas medidas não-utilizáveis no caso da secagem por ar quente.
Esta técnica consiste em fixar o perfil de Umidade no material, impondo a ele uma
transferência de água unidirecional; isto pode ser realizado secando o produto de um lado e
pondo água de outro lado.
57
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Uma amostra de produto de teor de água inicialmente fixo é posto numa atmosfera com a
umidade controlada. O coeficiente de difusão é calculado por meio de uma solução analítica da
equação de difusão, a partir da medida da quantidade de água, sorvida ou dessorvida ao longo do
tempo. O teor de água da amostra varia pouco durante a experiência, e a temperatura dela é
constante, o que permite fazer a hipótese de uma difusividade constante.
58
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
delgada. Em efeito, atravessando este leito o ar se umidifica e se resfria, já que ele fornece a
energia de vaporização da água e carrega a água evaporada.
As propriedades do ar de secagem são a temperatura, a umidade e a velocidade. Esta
última não é homogênea em volta de uma partícula, e o valor dela é geralmente indicado pela
velocidade média do ar no exterior da camada.
A influência dessas três propriedades é estudada, fazendo variar cada uma delas; suas
escalas de variação dependem do produto e da utilização que se quer fazer dos resultados.
A medida da perda de água durante a secagem, a partir da qual são deduzidas as diferentes
curvas de secagem, se faz geralmente por pesagem da amostra; seja em contínuo, seja em
descontínuo.
Equações Empíricas
Estas equações põem sob uma forma matemática, as curvas experimentais de secagem.
Elas exprimem, seja a evolução do teor de água do produto durante a secagem (X = f (t)), seja a
taxa de secagem em função do tempo ou em função do teor de água (dX/dt = g1 (t) ou g2 (X)).
Estas duas últimas expressões podem ser calculadas derivando-se a primeira.
Estas equações contêm sempre constantes que são ajustadas para fazer concordar os
resultados dos cálculos com as curvas experimentais. Conseqüentemente, elas são válidas
somente no domínio da pesquisa experimental na qual elas foram estabelecidas.
VAN MEEL (1957) é o primeiro que define uma curva característica de secagem sem
dimensão para um produto dado. Ele admite que o teor de água crítica de um produto é constante,
e que as curvas de taxa de secagem dX/dt = f (X), obtidas para condições variadas de ar de
secagem, apresentam semelhanças na forma.
Mediante estas aproximações, ele propõe transformar as ordenadas e as abscissas para
agrupar todas as curvas experimentais numa só "curva de base" ou "curva característica de
secagem" graficando:
X − X eq dX dX dX dX
Abscissas: X → [X ] = Y = vs. Ordenadas: → =
X cr − X eq dt dt dt dt período 1
Esta idéia foi retomada e exposta por SCHLÜNDER (1976) e DAUDIN (1983). Ela é
ilustrada pela Figura 12.
59
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
dXs 1 dXs
dt
dt 2
Zona de rea-
grupamento
de curvas
C.C.S
3
Xs [Xs]
60
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
SUZUKI, KEEY & MAEDA (1977) examinaram teoricamente as condições que devem
ser reunidas para que se possa obter uma curva característica de secagem. A partir de um modelo
difusivo no qual a difusividade da água é uma função do teor de água, estes autores
demonstraram que, para um produto, a forma das curvas da taxa de secagem variava em função
das condições de secagem e da espessura do produto.
61
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
∗
O ponto máximo que a secagem poderá atingir será a umidade de equilíbrio (dada pela curva de atividade de água).
Neste ponto o material ainda contém uma certa quantidade de água que será removida na estufa para que se possa
determinar a massa seca da amostra.
62
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
750
Massa da amostra (g)
500
250
0
0 750 1500 2250 3000 3750
Tempo (min)
63
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
A umidade pode ser indicada de duas formas: em Base Úmida (Equação 2) ou em Base
Seca (Equação 1):
Ou da relação entre elas:
M sc ⋅ X bs X bs
M sc ⋅ X bs = M w ⇒ X bu = ⇒ X bu = ( 63 )
M sc ⋅ X bs + M sc 1 + X bs
Exemplo: para o instante t = 170min a massa total é 245g sabemos que a massa seca é de 50g
assim ; Mt = Mw + Msc ⇒ 245 = Mw + 50 ⇒ Mw = 195g é a massa de água no instante 170min.
A umidade na base seca M w 195 kg e na base úmida
X bs =
= ⇒ X bs = 3,9 w = 390%
M sc 50 kg sc
M 195 ou X bs 3,9
X bu = w = = 0,7959 = 79,59% X bu = = = 79,59%
Mt 245 1 + X bs 1 + 3,9
A taxa de secagem é a “velocidade” com que a secagem prossegue. Pode ser calculada
pela derivada da Umidade em base seca em relação ao tempo:
Taxa = dX dt ( 64 )
Numericamente a taxa poderá ser calculada pela diferença entre as umidades no intervalo
considerado, ou seja :
dX ∆X X n +1 − X n
Taxa = ⇒ Taxa = = ( 65 )
dt ∆t t n +1 + t n
Exemplo: para o instante t = 170 min a umidade em base seca é 3,9 kgW/kgS e para o instante t =
175 min a umidade em base seca é 3,75 kgw/kgsc. A taxa no intervalo de tempo será:
∆X X n +1 − X n 3,75 − 3,9 kg W *
Taxa = = = = −0,03
∆t t n +1 + t n 175 − 170 kg sc ⋅ min
Calculando todos os dados em uma planilha de cálculo como o Excel, temos a Tabela 11.
*
A taxa é negativa porque há redução na massa da amostra. Como para efeito de cálculo da perda de umidade o sinal
não faz diferença, podemos modificar o sinal para positivo.
64
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
65
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
66
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Observando a Tabela 11 vemos claramente que até 250 minutos a taxa de secagem é
constante. Como já vimos este é o primeiro período de secagem* e ele se desenvolve de 90% a
60% de umidade (ou de 900 a 150% em base seca).
Este ponto de inflexão (de onde passamos do período constante para o período
decrescente) é chamado ponto crítico. Assim o ponto crítico desta secagem está na umidade de
60% (base úmida).
Deste ponto crítico em diante desenvolve-se o período decrescente. Neste período a
resistência interna passa a predominar e a taxa de secagem diminui. Há diversas formas de
tentarmos compreender este efeito de redução na taxa. Uma delas é lei de difusão de Fick :
∂ 2X 1 ∂X
= ⋅ ( 66 )
2 dif ∂t
∂z
Pela lei de Fick, a taxa decrescente de secagem é função do tempo, posição no corpo e da
difusividade (dif). Podemos entender a difusividade como a facilidade com que a água é
removida do material. Como a difusividade varia conforme mudam as condições de secagem
(temperatura e velocidade do ar), ela não é intrínseca ao material, convenciona-se chamar de
difusividade efetiva (Def).
Em algumas situações, a teoria difusional não é suficiente para prever o comportamento
da taxa de secagem devido a interferências no efeito de resistência interna do material. Para estas
situações, podemos aplicar alguns modelos empíricos como o modelo de Page (citado por
CHINNAN, 1984):
X − Xeq
Xo − Xeq
[
= Exp − G ⋅ t m ] ( 67 )
Temos :
X − X eq 8 ∞ 1 Def
Y= = ∑ ⋅ Exp − (2i + 1)2 ⋅ π 2 ⋅ ⋅ t ( 68 )
2 2
X 0 − X eq π i = 0 (2i + 1) 4 ⋅ l2
*
Note que o período zero (período de aquecimento) não foi considerado.
67
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
68
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Como não podemos simplesmente isolar o valor da difusividade na série em função das
variáveis devemos usar de métodos de cálculo ou métodos de cálculo estatístico para obter o
ajuste da curva. Um destes métodos é a Regressão Não-Linear.
Diversos softwares de cálculo estatístico equacionam problemas de regressão não-linear.
Neste exemplo usaremos o pacote STATISTICA versão 5.0 .
http://www.feagri.unicamp.br/ctea/projpesq.html
69
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Aceitamos para este exemplo que a média dos erros relativos ponto a ponto deva estar
abaixo de 10%. Porém, o correto seria termos procedido um jogo de experimentos de ao menos
três temperaturas e três velocidades do ar. Comparando uma curva com a outra teríamos mais
subsídios para afirmar se o erro de 10% é alto ou não. Por exemplo se a maioria das curvas
tivesse erro inferior a 5% um erro de 10% seria considerado alto.
Com um valor de erro baixo como este temos certeza que o valor de k = 0,150946 1/s (ver
Tabela 11) representa a difusividade efetiva, embora ainda não seja a própria.
Calculando a difusividade efetiva teremos:
4 ⋅ k ⋅ L2 4 ⋅ 0,150946 ⋅ 0,012
Def = = ⇒
π2 π2 ( 69 )
Def = 6,11 × 10 − 6 m 2 / h = 1,7 × 10 − 9 m 2 / s
70
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
0.030
0.025
dX/dt (kgW / kgS min)
0.020
0.015
0.010
0.005
0.000
0.0 2.5 5.0 Xbs (%) 7.5 10.0
Sabemos que o comportamento da curva é diferente em cada período e por isso iremos
analisar cada período em separado.
O período de taxa constante então se desenvolve de 90% até 60% (que é o ponto crítico),
correspondendo à faixa de 9,0 a 1,5kgw/kgsc em base seca. Nesta faixa deverão ser removidos
7,5kgw/kgsc de umidade (∆X = 9,0 – 1,5 = 7,5kgw/kgsc).
A uma taxa Taxa = ∆X ∆t de 0,03kgw/kgsc min, serão necessários ∆t = ∆X Taxa = 250
min para retirar a umidade da cebola no período de taxa constante.
O período de taxa decrescente se desenvolve de 60% até 14,7% (do ponto crítico até a
umidade desejada), correspondendo à faixa de 1,5 a 0,172kgw/kgsc em base seca.
Nesta faixa como o valor de taxa é variável ao longo do tempo, não podemos
simplesmente aplicar o ∆X na equação de taxa para calcular o tempo.
71
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Solução Numérica
Para integrarmos numericamente a curva de taxa decrescente, calculamos ponto a ponto o
tempo para cada taxa do ponto crítico até o fim da secagem.
Dos dados da Tabela 12 para período decrescente temos a Tabela 14.
Tabela 14: Resultados obtidos.
Xbs ∆X Taxa Tempo
kg w kg w kg w
∆X
kg ⋅ min (min)
sc Taxa
kg sc kg sc
1,5 0,018 0.02858 1,6
1,482 0,098 0,01970 5
1,383 0,048 0,00968 5
1,335 0,037 0,00743 5
1,298 0,031 0,00626 5
1,266 0,028 0,00552 5
1,239 0,025 0,00499 5
1,214 0,023 0,00459 5
1,191 0,021 0,00427 5
1,170 0,020 0,00401 5
1,149 0,054 0,00362 15
1,095 0,048 0,00319 15
1,047 0,043 0,00288 15
1,004 0,040 0,00265 15
0,965 0,037 0,00246 15
0,928 0,035 0,00231 15
0,893 0,033 0,00218 15
0,860 0,031 0,00207 15
0,829 0,030 0,00198 15
0,799 0,106 0,00177 60
0,693 0,090 0,00151 60
0,603 0,078 0,00129 60
0,525 0,173 0,00096 180
0,352 0,110 0,00061 180
0,242 0,070 0,00039 180
0,172 ΣTempo = 901,6 min
Então o tempo de secagem no período decrescente é 901,6 min
72
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Solução Analítica
No nosso experimento, vimos que o modelo de Fick é o que rege o comportamento da
curva de taxa decrescente. Então, pela curva de Fick poderemos determinar para que tempo,
alcançaremos a umidade desejada.
Calculando o adimensional para X = 0,172kgw/kgsc:
X − X eq 0,172 − 0,05
Y= = = 0,0841
X 0 − X eq 1,5 − 0,05
Nem o MATHEMATICA, nem o STATISTICA, serão capazes de equacionar este
problema, por isso teremos de, por tentativa e erro, interpolar o valor do tempo.
Com k = 0,150946 1/s e Y = 0,0841, aplicados à Equação 68, teremos t = 900 min.
Somando o tempo de secagem no período constante ao do período decrescente temos o
tempo total de secagem: t = tcte + tdec = 250 + 900 = 1150min ou t = 19,17horas
A primeira questão já foi respondida. Conhecemos o tempo necessário para obter esta
secagem.
A segunda questão diz respeito à dimensão do secador. Este parâmetro está vinculado às
condições de secagem. Note que o tempo de secagem obtido, foi o mesmo que o tempo se
tivéssemos considerado o próprio experimento de secagem. Tome na Tabela 11 o tempo
correspondente à umidade de 90%, to = 0min. Tome o tempo correspondente à umidade de
14,7%, tf = 1155min. Subtraindo tf - to = 1155 ou t = 19,25horas.
Isto só ocorre porque consideramos que as novas condições de secagem são as mesmas do
experimento, por exemplo a área de exposição. Inicialmente tínhamos 50g de massa seca
distribuída em 0,5 m2 de área, logo área de exposição de 10m2/kgS. Para que possamos manter
esta área de exposição para 5kg, a área de exposição do secador terá de ser de 50m2, desta forma
a taxa de secagem será a mesma do experimento.
Logicamente, ao dimensionarmos um secador, podemos interferir em diversas variáveis
para por exemplo intensificar a taxa de secagem e/ou reduzirmos a área de exposição, diminuindo
o tamanho do secador e reduzindo seu custo. Entretanto, a manipulação destas variáveis envolve
complicadas relações de transferências de calor e massa que fogem ao escopo deste trabalho.
Apenas a título de exemplo, vamos verificar a seguinte relação empírica:
dX
Taxa = = 0.027 ⋅ v 0.8 ⋅ (Psat − Pa ) ( 70 )
dt
73
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
dX dW kg 1h m2 kg w
= ⋅ Área exp osição = 0,31 W ⋅ ⋅ 10 = 0,051 ( 72 )
dt dt 2
m ⋅ h 60 min kg sc kg sc ⋅ min
dX dW kg w 1h kg w m2
= ⋅ Área exp osição = 0,74 ⋅ ⋅ A = 0,051 ⇒ A = 4,1 ( 74 )
dt dt m 2 ⋅ h 60 min kg sc ⋅ min kg sc
A área pode ser reduzida para 20,5 m2 para secar 50 kg de cebola na mesma taxa de
secagem. Uma redução de 59% na área do secador.
74
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
6.5.1 VENTILADORES
Sabemos que área de exposição é 10 m2/kgsc e para uma massa seca de 5 kg temos uma
área de exposição de 50 m2. Para calcular a vazão de ar temos de conhecer a disposição das
bandejas para saber como alcançar a velocidade desejada nesta área de exposição. Como o
problema é de fluxo paralelo, para uma única bandeja de 10m por 5m em uma velocidade do ar
de 1m/s supondo um leito de 10cm de altura sobre a bandeja, temos uma vazão de 1m3/s (10m x
0,1m x 1m/s). Para tal vazão seria necessário 1 ventilador de 3cv. Porém, em um jogo de 50
bandejas de 1m por 1m com 5cm de altura de leito teremos (50 x 0,05m x 1m x 1m/s) uma vazão
de 2,5m3/s e seria necessário 1 ventilador equivalente a três ventiladores de 3cv cada para
alcançar esta vazão. Supondo que a disposição escolhida tenha sido a primeira, precisaremos de
um ventilador que consumirá 3cv de potência.
É importante notar que, o fluxo de ar deverá ser suficiente para vencer a perda de carga na
tubulação e no leito de secagem, bem como para arrastar todo a umidade liberada pelo material
para fora do secador.
6.5.2 AQUECIMENTO DO AR
1 2 3
q s
75
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
76
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Podemos afirmar com certeza o consumo de energia do secador, mas como poderíamos
garantir que o fluxo de calor é suficiente para remover a umidade da cebola? E como poderei
garantir que o fluxo de ar é suficiente para remover a umidade do secador.
A taxa de secagem constante é o valor máximo de remoção de água na secagem. Se o
fluxo de ar for suficiente para remover a água na taxa de secagem constante, o dimensionamento
do secador como um todo terá sido adequado, senão terei de repensar o projeto do secador.
Na taxa constante 0,03kgw/kgscmin ou 0,0005kgw/kgsc s de umidade serão liberados para o
ar secante em 5 kg de massa seca, o fluxo água será de 0,0025kg/s (0,0005kgw/kgsc s x 5kgs =
0,0025kgw/s). O fluxo de ar seco deverá remover esta quantidade de água, assim o aumento na
umidade será de 0,00231 kgw/kgsc (∆X = 0,0025 kgw/ s / 1,08 kgsc/s = 0,00231 kgw/kgsc).
Este ∆X somado à umidade absoluta do ar dá-nos a umidade absoluta do ar na saída do
secador (X3 = X2+∆X = 0,01187 + 0,00231= 0,01418kgw/kgsc). Na secagem, a entalpia do ar
aquecido não muda. Assim, se seguirmos a linha de entalpia do ar aquecido (h2 = 81,16 kJ/kgsc)
até a umidade absoluta na saída (X3 = 0,01418 kgw/kgsc), conheceremos a condição do ar de saída
(3), que é 45oC e 23,61% de UR.
Com isto, concluímos que o dimensionamento dos ventiladores e a área do secador são
suficientes para a secagem.
77
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
78
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Existem vários métodos que podem ser utilizados para fornecer calor para o material,
assim é muito difícil classificar todos os métodos de secagem. Os mais importantes estão
descritos a seguir (STRUMILLO e KUDRA, 1986; KEEY, 1978).
Para se ter uma idéia geral são apresentados alguns exemplos.
Este é um dos métodos mais comuns, onde o calor sensível é transferido para o material por
convecção. O agente de secagem (ar pré aquecido) passa sobre ou através do sólido, evaporando
a umidade e transportando-a para fora do secador (Figura 17). Tendo em mente o aumento da
eficiência térmica e a economia de energia, uma recirculação total ou parcial do ar de secagem é
também muito utilizada (Figura 18). As condições de secagem podem ser controladas pela
temperatura e umidade do ar aquecido.
79
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Se o material a ser seco é muito fino ou muito úmido, este método é o mais apropriado. O
calor é fornecido ao material úmido por condução (contato) de superfícies aquecidas, que
suportam ou confinam o material, tais como: bandejas, placas, cilindros ou paredes de secadores
(Figura 19). A temperatura do material é maior do que na secagem por convecção e os
coeficientes de transferência de calor do material para a superfície aquecida e da superfície
aquecida para o ar aquecido governam o total de calor transferido para o material.
80
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
A energia térmica pode ser suprida através de vários tipos de fonte eletromagnética.
Tendo-se que a penetração da radiação infravermelha é baixa, a secagem por radiação é
geralmente usada para materiais finos, tais como filmes, pinturas e coberturas. Radiadores de
baixa temperatura e lâmpadas de quartzo de alta temperatura são geralmente empregados como
fonte de radiação infravermelha (Figura 20). Na secagem por radiação, o transporte de umidade e
a difusão de vapor do sólido seguem as mesmas leis que a secagem por condução e convecção.
Embora a maioria dos materiais úmidos, especialmente quando quase secos, sejam pobre
condutores de rádio-freqüência na faixa de 20 Hz, a impedância de tais materiais permite que se
tenha aquecimento elétrico como uma técnica factível. O material é posto em um campo
eletromagnético de freqüência muito alta (na região de radio-freqüência ou microondas) que varia
rapidamente de direção, causando a mudança de orientação nos dipolos de líquidos dielétricos ou
polares (Figura 21). Esta mudança provoca uma geração de energia devido à fricção molecular.
Desde que a constante dielétrica (que é proporcional à geração de calor) da água líquida é
consideravelmente maior que materiais sólidos a serem secos, calor é produzido nas partes
úmidas dos materiais. Assim a secagem dielétrica é uma boa escolha quando há pequenas
variações de umidade no material a ser seco, e não há maiores estresses na secagem. A técnica é
muito cara, e poucas aplicações industriais foram reportadas.
81
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
82
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
83
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Este método consiste na imersão do corpo sendo seco em um leito de uma substância
dissecante, fluidizada pelo ar (Figura 24). O mecanismo de transferência de umidade da
superfície do material para o leito dissecante possui uma natureza penetrativa; a força de secagem
do processo é uma diferença entre a conteúdo de umidade do material dissecante em equilíbrio
com a superfície e o centro do leito fluidizado.
84
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Devido à grande variedade de tipos de produtos que devem ser secos por diferentes
métodos, existe também uma variedade de projeto de secadores. Os critérios para se classificar os
secadores são muitos, e segundo STRUMILLO e KUDRA (1986) podem ser assim divididos
(Tabela 16):
Tabela 16: Critérios para a classificação de secadores.
Critério para a classificação Exemplo do tipo do secador
Pressão no secador Atmosférica ou vácuo
Método de operação Contínua ou em batelada
Método de suprir o calor Convecção, contato, infravermelho, dielétrico e
sublimação.
Tipo do agente de secagem Ar quente, vapor superaquecido, líquidos
aquecidos e gases rejeitados.
Direção do fluxo de calor e sólidos Co-corrente, contracorrente e fluxo cruzado.
Método do fluxo do agente de secagem Livre ou forçado
Método do carregamento da umidade Com agente externo de secagem, com gás inerte,
com absorção química da umidade.
Forma do material úmido Líquidos, granulares, pós, pastas, folhas, camadas
finas, lama.
Tipo do fluxo do material (condição Regime estacionário, transiente ou disperso.
hidrodinâmica)
Escala de operação De 10 kg/h até 100 ton/h
Construção do secador Bandejas, túnel, esteira, tambor, rotatório, leito
fluidizado e muitos outros.
Fonte: STRUMILLO e KUDRA (1986)
85
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
86
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
SECADOR
BATELADA
Condução Convecção
CONTÍNUO
Condução Convecção
87
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
PRODUTO ÚMIDO
Líquidos Lama Pasta Mole Pré-formado Pasta compacta Granular ou Sólido fibroso Folha
ou lodo ou matriz sólido cristalino
88
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
PROCESSO
Bandeja
Esteira
Circulação
de ar
89
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
PROCESSO
Esteira a Rotativo
Agitado à Agitado à Circulação vácuo indireto
batelada batelada a ar
Spray
Esteira a Fluidizado Esteira a
vácuo vácuo
Tambor
Rotativo Pneumático
indireto
Tóxico Mecânica
Inflamável Oxidável
Esteira a Spray
vácuo
90
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Nos quais o material pode ser considerado como estacionário enquanto o calor é fornecido
e a água é removida.
91
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
92
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
93
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
94
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Nos quais o leito de partículas se move devido à gravidade e/ou forças mecânicas.
95
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
96
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
97
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Figura 41: Secador com promotores anulares de mistura (GODOI et al., 1996).
98
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Secadores com regime hidrodinâmico ativo, nos quais a agitação do leito ou das partículas
é causada por uma força hidrodinâmica exercida sobre as partículas por uma corrente de ar com
uma velocidade apropriada. Exemplos destes secadores são mostrados a seguir:
Nos quais a interação entre material a ser seco e a corrente de ar cria um leito fluidizado
típico ou um leito de fluidização rápida (partículas secas são removidas pela corrente de ar devido
à sua baixa densidade). Exemplos são mostrados nas Figuras 43 e 44.
99
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
100
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Nos quais o material a ser seco é agitado mecanicamente no leito do secador através da
rotação ou vibração do leito do secador ou através de um agitador propriamente dito (Figura 45).
101
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Onde as partículas do material que está sendo seco fluem juntamente com a corrente de ar
(Figuras 46, 47 e 48).
102
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
103
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
104
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
105
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Os secadores de leito estático são equipamentos nos quais certa quantidade de grãos é
colocada num silo ou em secadores de coluna. BROOKER, BAKKER-ARKEMA e HALL
(1974), para o sistema de silo cheio, apontam como vantagens: a colheita pode ser feita a
qualquer ritmo; a operação relativamente simples; o manuseio mínimo dos grãos; a alta eficiência
energética; a não ocorrência de secagem excessiva e o baixo índice de quebra de grãos com
baixas temperaturas. Descrevem como desvantagens: a impossibilidade do uso de grãos com alto
teor de umidade e um período longo de operação.
Uma variação no processo deste tipo de secador consiste em efetuar a secagem por carga,
na qual certa quantidade de grãos já secos é transferida para o silo armazenador.
106
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Este sistema, ainda muito utilizado por cooperativas estaduais para secagem de sementes,
opera com o produto estático, sem movimento. São construídos com estrutura metálica e madeira,
107
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Sua característica de construção sobre rodas e utilizando combustíveis tanto líquido como
gasoso, torna-o extremamente versátil. Este trabalha pelo sistema contínuo ou intermitente,
conforme é mostrado na Figura 50.
Possui dois ventiladores axiais: um para a insuflação do ar aquecido na massa de grãos e
outro para o seu resfriamento. Dependendo de sua utilização também pode ser utilizado para o
aquecimento da massa de grãos.
O controle da descarga permite secar os grãos até o grau da umidade desejada, podendo
ser operado através de energia elétrica ou da tomada de força do trator.
108
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Este sem duvida é o mais utilizado comercialmente, tanto pela faixa de capacidade em
que opera, quanto pelas suas características técnicas.
São secadores verticais, estáticos, que operam de forma intermitente ou contínua, com os
grãos em movimento, conforme mostrado na Figura 51.
109
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Este secador tem sua concepção nos dispositivos internos da torre, calhas ou dutos de ar
montados de forma paralela, onde o ar entra pelo lado da fornalha e sai pelo lado do ventilador,
que se encontra no lado oposto, calhas cruzadas, formando ângulo de 90º entre si, fazendo com
que o ar quente entre por um lado e saia formando um ângulo reto. Neste caso, a fornalha e o
ventilador não se encontram em linha. Este sistema oferece dificuldade na limpeza da torre,
comprometendo o desempenho e colocando-o em risco de incêndio, além de não oferecer uma
secagem uniforme em toda a seção.
O secador de coluna, não possui calhas, mas colunas de chapa perfurada. Os grãos descem
entre chapas perfuradas através das quais o ar atravessa a massa de grãos, de forma cruzada. E os
com câmara de descanso, dispositivo instalados em algumas torres que tem como objetivo
homogeneizar a massa de grãos em secagem pelo sistema intermitente, são indicados
principalmente para o arroz.
Quanto ao sistema de carregamento de grãos, podem ser intermitentes, trabalhando por
carga. Não possuindo zonas de resfriamento, recebem uma carga de grãos que circula na torre até
a completa secagem. É indicado para secagem de arroz, pois evita o choque térmico e o
surgimento de trincas. Os contínuos são, por sua vez, constituído por zona de aquecimento e de
resfriamento.
O sistema de ventilação pode ser por insuflação de ar. Neste caso o ar quente passa pelo
rotor do ventilador e insuflado na massa de grãos. Para este sistema são necessários dois
ventiladores, sendo o segundo utilizado para a insuflação do ar de resfriamento. Outra forma é
pela aspiração do ar. Neste caso a torre fica entre a fornalha e o ventilador, fazendo com que um
único ventilador movimente o ar aquecido e o de resfriamento, sendo este o mais utilizado.
Quanto ao fluxo de ar, são utilizados em fluxo concorrente, contracorrente, cruzado ou
misto, conforme é mostrado na Figura 52.
110
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Nas quatro situações os grãos, entram pela parte superior da torre e descem através do
corpo do secador, enquanto o ar entra na torre de secagem, pelas calhas (dutos), como
demonstrado na figura com o fluxo concorrente, contracorrente, cruzado ou misto (neste caso
existindo dois ou mais fluxos de ventilação).
As primeiras unidades construídas no Brasil, remontam à década de 60 e cuja capacidade
estava na ordem de 2 ton/hora. Estes equipamentos operavam em ambientes fechados.
Em poucos anos esta capacidade triplicaria, chegando hoje a capacidades de até 100
ton/hora.
Os secadores de torre hoje construídos utilizam basicamente os mesmos princípios dos da
década de 60, operando pelo sistema intermitente ou contínuo. Trabalham por aspiração e secam
qualquer tipo de sementes e de grãos, conforme mostrado nas Figuras 53 e 54.
111
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
O principal componente é a torre, dividida em duas zonas. Na parte superior, a zona por
onde o ar entra aquecido é também chamada de câmara de secagem. A segunda zona, na parte
inferior, é a zona de resfriamento da massa de grãos (Figura 55). Torres de secagem com mais
que duas zonas já estão sendo testadas.
112
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
A torre é formada por quadros laterais. Estas fazem o fechamento e a estrutura lateral da
torre de secagem, são aparafusados entre si e sustentam os difusores de entrada e saída do ar.
Espelhos e dutos ou calhas são dispositivos montados que permitem a entrada do ar, sendo os do
lado da fornalha abertos e do lado do ventilador fechados. Este procedimento auxilia no
direcionamento do fluxo do ar em contracorrente ou concorrente, possibilitando que o ar
atravesse uma camada de grão da ordem de 210 mm. Neste momento é que se dá a troca de calor
do ar com a massa de grãos e a umidade do grão com o ar. Na câmara de resfriamento, os grãos
trocam calor com o ar, resfriando-se.
Os detalhes do secador estão mostrados nas Figuras 56 a 59.
113
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
114
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Como foi descrito anteriormente, este sistema de secagem permite quatro possibilidades
de utilização: a secagem contínua, a secagem intermitente, a secagem do corpo inteiro e a
secagem em lotes.
Na secagem contínua, a faixa recomendada de umidade para introdução no secador é da
ordem de 22% de umidade.
Para cada tipo de grão, recomenda-se uma determinada temperatura do ar de
aquecimento. Utilizaram-se faixas de temperatura entre 55ºC a 65ºC para o arroz, de 80ºC a
100ºC para o milho e de 100ºC a 110ºC para soja e trigo. Torna-se importante frisar que esta é a
temperatura de entrada do ar aquecido, mas o controle é efetuado pela temperatura da massa de
grão, a qual no caso do arroz, fica ao redor dos 40ºC, no milho em 55ºC e na soja e no trigo em
48ºC, PUZZI (1977).
Os procedimentos, para utilização da torre, tornam-se de fundamental importância para se
obter a maior eficiência na operação, uma vez que se trata de um volume de grãos muito elevado.
Os fabricantes justificam, como as principais vantagens deste sistema, a umidade de saída
praticamente constante. Nas indústrias de óleo, o sistema oferece grãos com melhor qualidade,
aumentando o rendimento do solvente na extração. A secagem é efetuada a mínimo custo, pois os
grãos não secam acima do necessário.
8.5.4 SECA-AERAÇÃO
115
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
Como pode ser observado existe mais de um tipo de secador adequado para um
determinado produto, assim o engenheiro tem que escolher um secador que seja capaz de atingir
as propriedades desejadas no produto final. Deste modo, a utilização de secadores em escala
pequena ou laboratoriais é sempre uma boa alternativa para a escolha final do secador industrial,
pois esses possibilitam a determinação das características de secagem do material que são
requeridas para predizer o modo como a matéria prima irá secar em escala industrial (KEEY,
1978).
O fluxograma indicativo dos passos a serem seguidos no projeto de secadores está
mostrado na Figura 60:
116
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
PROJETANDO UM SECADOR
Conhecimento Não
Isotermas de sorção
dos materiais Informações sobre o
material, o
equipamento e o
Sim processo
Cinética de secagem
Conhecimento Não
do equipamento
Sim
Não
Conhecimento Testes
do processo
Balanços
Sim
Tempo de residência
CUSTOS
OTIMIZANDO UM SECADOR
117
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
BIBLIOGRAFIA
AGUERRE, R.J., SUAREZ, C., VIOLLAZ, P.Z. New BET type multi-layer sorption isotherms. -
Part II: Modelling water sorption in foods. In: Lebensm - Wiss u. Tech. [s.n.], 1989, v. 22,
p.192-195.
ALONSO, L.F.T. Desenvolvimento de um aplicativo para o projeto de secadores industriais.
Exame de qualificação para doutorado em Engenharia Agrícola - FEAGRI - UNICAMP.
Campinas, 1998. 49 p.
AMERICAN SOCIETY OF AGRICULTURAL ENGINEERS – ASAE. ASAE Standard:
S532.2: Moisture Measurement, 1991 a.
AMERICAN SOCIETY OF AGRICULTURAL ENGINEERS – ASAE. ASAE Standard:
D245.4: Moisture Relationship of Grains, 1991 b.
ASHWORTH, J.C.; CARTER, J.W. Examination of drying behavior of silica-gel granules by
continuous weighing in an air stream. Drying’ 80, Hemisphere Publishing Corporation, 1980.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. Official Methods of
Analysis: 930.04, Moisture Content in Plants, 1990, v. 1.
BAKKER-ARKEMA, F. W., FONTANA, C., SCHISLER, I. P. Comparison of rice drying
systems. In: Transactions of the ASAE, [s.n.], 1983. v. 83, p.3532.
BROD, F.P.R. Construção e teste de um secador vibro-fluidizado. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Agrícola) – Faculdade de Engenharia Agrícola, UNICAMP, Campinas, 1999.
BROD, F.P.R., SILVA, J.E.A.R., PARK, K.J. Construção de secador: parte 1 - secador vertical
convectivo. In: Engenharia Rural. Piracicaba, v. 8, n. 1, p. 112-120, 1997.
BROOKER, D. B., BAKKER-ARKEMA, F. W., HALL, C. W. Drying Cereal Grain. Westport:
The AVI Publishing Co. 1974.
BRUNAUER, S., EMMET, T.H., TELLER, F. Adsorption of gases in multimolecular layers. In:
G. Am. Chem. Soc., [s.n.], 1938. v. 60, n. 2, p. 309-319.
CT&EA – Centro de Tecnologia e Engenharia Agroindustrial. Determinação da difusividade
efetiva no processo de secagem pelo método numérico. 2005. Disponível em:
http://www.feagri.unicamp.br/ctea/index.html. Última atualização em: 30 de Novembro de
2006.
CHEN, C.S., CLAYTON, J.T. In: Transactions of the ASAE, 1971. v. 14, p. 927.
CHEN, C.S. In: Transactions of the ASAE, 1971. v. 14, p. 924.
CHINNAN, M.S., BEAUCHAT, L.R. Sorption isotherms of whole cowpeas and flours. In:
Lebensm - Wiss u. Tech., [s.n.], 1985. v. 18, p. 83-88.
CHINNAN, M.S., Evaluation of selected mathematical models for describing thin-layer drying of
in-shell pecans. In: Transactions of the ASAE, [s.n.], 1984. v.27, p. 610-615.
CHUNG, D.S., PFOST, H.B. In: Transactions of the ASAE, 1967. v. 10, p. 594.
CRANK, J. The mathematics of diffusion. 2. ed. Oxford: Clarendon Press, 1975. 414 p.
118
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
DAUDIN, J.D. Séchage par l’air chaúd des prodúce biologiques - Calcul d’un séchoir. DEA,
Sience et Technique de l’Industrie Alimentaire, 1979.
DAUDIN, J.D. Calcul des cinétiques de séchage par l'air chaud des produits biologiques solides.
In: Sciences des Aliments, [s.n.], 1983. v. 3, p.1-36.
FORNELL, A. Séchage de produits biologiques par l’air chaúd - Calcul d’un séchoir, Tese
de doutorado, ENSIA, 1979.
GODOI, L.F.G., PARK, K.J., ALONSO, L.F.T., CORRÊA JR., W.A. Particle flow in an annular
static mixer dryer. In: 5th World Congress of Chemical Engineering, San Diego, California,
U.S.A. ,1996. July 14-18, p. 356-361.
GUPTA, C.L., REDDY, T.A. A simulation model for convective solar drying In: First
International Symposium on Drying, [s.l.]: Science Press, 1980. p. 453-459.
HALSEY, G. Physical adsorption on uniform surfaces. In: The Journal of Chemical Physics.
[s.n.], 1948. v. 16, n. 10, p. 931-937.
KEEY, R. B. Drying: principles and practice. Oxford: Pergamon Press, 1972.
KEEY, R. B. Introduction to industrial drying operations. Oxford: Pergamon Press, 1978.
KEPLER WEBER. Catálogos técnicos. Panambi-RS: Kepler Weber Industrial S/A.
LABUZA, T.P. Sorption phenomena in foods. In: Food Technol. [s.n.], 1968. v. 22, n.3, p. 15-
24.
LABUZA, T.P., SIMON, I.B. Surface Tension Effects During Dehydration. Air Drying of Apple
Slices. In: Food Technology, v. 24, p.712-715, 1970.
LANGMUIR, I. The adsorption of gases in a plane surfaces of glass, mica and platinum. In: J.
Am. Chem. Soc., [s.n.], 1918. v. 46, p. 1361-1403.
LIAPIS, A. L. Freeze Drying. In: MUJUMDAR, A. S. Handbook of Industrial Drying. New
York: Marcel Dekker Inc., 1987. cap. 1, p. 3-45.
LOMAURO, C.J., BAKSHI, A.S.; LABUZA, T.P. Evaluation of food moisture sorption isotherm
equations. Part I: Fruit, vegetable and meat products. In: Lebensm. - Wiss. u.-Technol. [s.n.],
1985 - a. v. 18, n. 2, p. 111-117.
LOMAURO, C.J., BAKSHI, A. S.; LABUZA, T. P. Moisture transfer properties of dry and semi-
moist foods. In: Journal of Food Science. v. 50, p. 397-400, 1985 - b.
LUIKOV, A.V. Heat and Mass Transfer in Capillary-Porous Bodies. [s.l.]: Pergamon Press,
523p., 1966.
LUIKOV, A.V., MIKHAYLOV, Yu. A. Theory of Energy and Mass Transfer. [s.l.]:
Pergamon Press, 392p., 1965.
MAROULIS, Z.B., TSAMI, E., MARINOS-KOURIS, D., SARAVACOS, G.D. Application of
the GAB model of the moisture sorption isotherms for dried fruits. In: Journal of Food
Science. [s.n.], 1988. v. 7, n. l, p. 63-78.
MATHEMATICA for Windows, enhanced version 2.2.3. Users guide. Ilinois-USA: Wolfram
Research Inc. 1994.
119
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
120
CONCEITOS DE PROCESSO E EQUIPAMENTOS DE SECAGEM (PARK, ANTONIO, OLIVEIRA e PARK)
SHARMA, D.K., THOMPSON, T.L., Special heat and thermal condutivity of sorghum.
Transaction of the ASAE, v.16, n.01, p.114-117, 1973.
SILVA, J.E.A.R., BROD, F.P.R., PARK, K.J. Construção de secador: parte 2 - secador
horizontal. In: Engenharia Rural. Piracicaba, v. 8, n. 1, p. 121-126, 1997.
STATISTICA for Windows, release 5.0. Computer program manual. USA: Tulsa-OK:
StatSoft, Inc. 1995
STEVENS, G. R. and THOMPSON, T. L. Improving Cross-flow Grain Dryer Design Using
Simulation. In: Transations of the ASAE, 1976. v. 19, n. 4, p. 778-781.
STRUMILLO, C., KUDRA, T. Drying: principles, applications and design. Switzerland: Gordon
and Breach Science Publishers. 1986.
SUZUKI, M. , KEEY, R.B. , MAEDA, S. On the characteristic drying curve, In: AIChE
Symposium Series, v. 73, n. 163, p.47-56, 1977.
TOUPIN, C.J., Le MAUGER, M., McGREGOR, J.R. The evaluation of BET constants from
sorption isotherms data. In: Lebensm.-Wiss. u.- Technol. [s.n.], 1983. v. 16, n. 3, p. 153-156.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS – UNICAMP, GOHM TECHNOLOGY.
Campinas – SP, Kil Jin Park, Kil Jin Brandini Park, Tatiane Hae Kyung Park, Rafael Augustus
de Oliveira. Equipamento e processo de secagem de líquidos, semi-sólidos e sólidos a
diferentes pressões dotado de agitação e mistura dos componentes. (PI 05066639-5). 15 de
dez. de 2005.
VAN BRACKEL, J. Mass Transfer in Convective Drying. In: MUJUMDAR, A. S. Advances in
Drying, Washington: Hemisphere Publishing Corporation, 1980. p. 217-267.
Van der BERG, C. Description of water activity of foods for engineering purposes by means of
the GAB model of sorption. In: Engineering and Food. London: B. M. Mckenna Elsevier
Applied Science, 1984. v. 1, p.311-321.
VAN MEEL, D.A. Adiabatic Convection Batch Drying with Recirculation of Air, In: Chem.
Eng. Sci., v. 9, p36-44, 1957.
WALKER, L. P., BAKKER-ARKEMA, F. W. Energy efficiency in concurrent flow rice drying.
In: Transactions of the ASAE, n. 78, p.3540. 1978.
WANG, N., BRENNAN, J. G. Moisture sorption isotherm characteristics of potatoes at four
temperatures. In: Journal of Food Engineering, [s.n.], 1991. v. 14, p. 269-287.
WEBER, E.A. Armazenagem Agrícola, Porto Alegre: Kleper Weber Industrial, 1995. 400 p.
121