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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa


Lato Sensu em Especialização em Arquitetura de Sistemas de Saúde
Trabalho de Conclusão de Curso

Conforto acústico em ambientes hospitalares

Autora:
Julia Resende Kanno

Orientador:
Prof. MSc. Márcio Nascimento de Oliveira

Brasília - DF
2019
2

JULIA RESENDE KANNO

CONFORTO ACÚSTICO EM AMBIENTES HOSPITALARES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


curso de Especialização em Arquitetura de
Sistemas de Saúde (EASS) da Universidade
Católica de Brasília, como parte dos requisitos para
obtenção do Título de Especialista em Arquitetura
de Sistemas de Saúde.

Orientador: Prof. MSc. Márcio Nascimento de


Oliveira

Brasília - DF
2019
3

AGRADECIMENTOS

Neste momento de conclusão de mais uma etapa da minha vida, agradeço


primeiramente a Deus por me permitir ter essa oportunidade.
Agradeço aos meus pais e irmãs que sempre me incentivaram e me apoiaram
nas minhas decisões.
Agradeço ao Vinícius que sempre esteve ao meu lado.
Sou grata também a todos os meus professores da pós-graduação, em
especial, o meu professor orientador Márcio Oliveira pelas valiosas contribuições
dadas durante todo o curso e as professoras Janete Freiberger, Regina Barcelos e
Eliete Araujo.
4

Artigo de autoria de Julia Resende Kanno, intitulado “Conforto Acústico em


Ambientes de Internação Hospitalar” apresentado como requisito parcial para
obtenção do grau de Especialista em Arquitetura de Sistemas de Saúde da
Universidade Católica de Brasília, em 02 de dezembro de 2019, defendido e
aprovado pela banca examinadora abaixo assinada:

Professor Ms. Arq. Marcio Nascimento de Oliveira


Coordenador do Curso/ Orientador
Especialização em Arquitetura de Sistemas de Saúde – UCB

Professora Arq. Janete Freiberger


Membro da Banca

Arq. Talissa Patelli dos Reis


Membro da Banca
5

CONFORTO ACÚSTICO EM AMBIENTES HOSPITALARES

Julia Resende Kanno1

Resumo:
As condições de conforto acústico são uma importante questão a ser considerada no
desenvolvimento da concepção arquitetônica de ambientes de serviços de saúde,
principalmente por estarem ligadas ao bem-estar e segurança dos usuários, como
pacientes e familiares, que estão em situações críticas e estressantes envolvendo
algum grau de sofrimento físico e/ou psíquico. O objetivo dessa pesquisa é realizar
uma revisão de literatura sobre a importância do conforto acústico e a prevenção de
ruídos para os usuários de estabelecimentos assistenciais de saúde, considerando a
população de pacientes, visitantes e funcionários. O método da pesquisa foi
estruturado em uma revisão sistemática da literatura. Como resultado, esse trabalho
trouxe recomendações para melhoria da acústica dos hospitais, trazendo melhores
condições de bem-estar e segurança para os usuários.
Palavras-chave: conforto acústico, bem-estar, ruído, hospital.

Abstract:
The conditions of acoustic comfort are important issues to be considered in the
development of the architectural design of health care environments, mainly because
they are linked to the well-being and safety of users, such as patients and families,
who are in critical and stressful situations involving some degree of physical or
mental suffering. The purpose of this research is a literature review about the
importance of acoustic comfort and noise prevention for users of health care
facilities, considering the population of patients, visitors and employees.. The
research method was structured in a systematic literature review. As a result, this
work brought recommendations for improving hospital acoustics, bringing better
welfare and safety conditions for users.
Keywords: acoustic comfort, well being, noise, hospital.

1 Arquiteta e Urbanista formada pela Universidade de Brasília, pós-graduanda do curso de


Especialização em Arquitetura de Sistemas de Saúde da Universidade de Brasília. Residente em
Brasília – DF. E-mail: juliarkanno@gmail.com
6

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 7
2. CONFORTO AMBIENTAL ACÚSTICO EM AMBIENTES HOSPITALARES ... 7
3. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 11
3.1. LOCAIS DOS ESTUDOS ................................................................................ 14
3.2. EQUIPAMENTOS E NORMATIVAS ............................................................... 17
3.3. MENSURAÇÃO DOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA ................................ 18
3.4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DAS PESQUISAS ........................... 23
4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ......................................................... 24
4.1. SOLUÇÕES PROJETUAIS............................................................................. 25
4.2. SOLUÇÕES MATERIAIS ................................................................................ 26
4.3. CONSCIENTIZAÇÃO DE PESSOAL .............................................................. 29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 30
6. BIBLIOGRAFIA............................................................................................... 30
7

1. INTRODUÇÃO

Os fatores ambientais que definem as condições de conforto, seja ele


acústico, visual, lumínico, higrotérmico, olfativo e ergonômico, são importantes no
desenvolvimento da concepção arquitetônica de ambientes de serviços de
assistência à saúde. Neste tipo de ambiente é constante a ocorrência de situações
críticas e estressantes envolvendo relações interpessoais e indivíduos com algum
grau de sofrimento físico e/ou psíquico. É muito importante, assim, garantir as
condições de conforto que propiciem o bem-estar dos usuários como funcionários,
familiares e pacientes que estão fragilizados pela situação em que se encontram,
quanto servir para propiciar a segurança destes.
Este trabalho trata de uma revisão de literatura sobre o conforto acústico e os
efeitos do ruído no bem-estar e segurança dos pacientes e funcionários de
estabelecimentos assistenciais de saúde nacionais e internacionais dos últimos dez
anos. Nesta revisão sistemática será analisado a produção científica, sua
abordagem, os métodos utilizados na mensuração do ruído, os resultados obtidos,
além das conclusões e estratégias propostas para mitigar esse problema e/ou trazer
conforto aos usuários.
O presente trabalho foi dividido em seis capítulos, sendo o primeiro e último,
de introdução e bibliografia, respectivamente. O segundo e terceiro capítulo
abordam aspectos gerais referentes ao conforto acústico em hospitais e revisão
bibliográfica, e o quarto e quinto tratam sobre recomendações acústicas para
ambientes hospitalares.

2. CONFORTO AMBIENTAL ACÚSTICO EM AMBIENTES HOSPITALARES

De acordo com o manual de Conforto Ambiental em Estabelecimentos


Assistenciais de Saúde (BRASIL, 2014, p.16), o conforto humano não é uma
percepção facilmente mensurável, diferentemente da sensação de desconforto, cuja
situação é mais simples reconhecê-la. O conforto é resultado de um equilíbrio de
várias condicionantes ambientais (higrotérmicos, acústicos, visuais, olfativos, da
8

qualidade do ar, entre outros) e fisiológicos (metabolismo, idade, etc), propiciando a


integração do usuário ao meio.
O conforto é uma percepção particular e está ligado diretamente às
características fisiológicas e determinado pela condição humana. “O homem tem
melhores condições de vida e de saúde quando seu organismo pode funcionar sem
ser submetido à fadiga ou estresse” (FROTA, 2000, p.15). Conceber condições de
conforto, portanto, é um desafio para combinar os valores adequados para cada
usuário, particularmente ao lidar com os edifícios de saúde, onde demandas
relacionadas à temperatura ideal, controle de ruídos e condições de iluminação
apresentam exigências diferentes em relação aos demais usuários de outros tipos
de edifícios.
Da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) provém as principais
normas que orientam os projetos arquitetônicos e de engenharia das edificações
hospitalares, em especial, através da Resolução RDC nº 50/2002 – Regulamento
técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos
de estabelecimentos assistenciais de saúde (BRASIL, 2002a). Apesar de não se
tratar de uma legislação específica de acústica, é feita recomendações de conforto
acústico, indicando as normas da ABNT NBR 10.152 – Níveis de ruído para conforto
acústico – de 1987 que foi substituída em 2017 pela ABNT NBR 10.152 Acústica –
Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações – e a norma NBR
12.179 – Tratamento acústico em recintos fechados. Além dessas normas, há a NR
15 que define normas regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho.
A RDC-50/2002 também cita o Código de Obras local e ambientes que
carecem de condições especiais de níveis de ruído e ambientes que produzem ou
não grau elevado de ruído. Eles foram organizados em:
• Ambientes que demandam sistemas comuns de controle das condições
ambientais acústicas, devendo seguir as orientações do Código de
Obras local;
• Ambientes que demandam sistemas especiais de controle acústico
porque os usuários necessitam dos menores níveis de ruído possíveis
(Métodos Gráficos, Cabine de audiometria);
• Ambientes que demandam sistemas especiais de controle acústico
porque abrigam atividades e equipamentos geradores de altos níveis
9

de ruído e os usuários dessa unidade necessitam os menores níveis de


ruído possíveis (Atendimentos de emergência e urgência,
Imagenologia/ Ultrassonografia, Litotripsia extracorpórea);
• Ambientes que demandam sistemas especiais de controle acústico
porque abrigam atividades e equipamentos geradores de níveis de
ruído muito altos e necessitam serem isolados como fonte (Lavanderia,
Oficinas de manutenção, Infraestrutura predial, Sala para grupo
gerador, Casa de bombas, Área para ar comprimido, Salas para
equipamentos de ar condicionado, etc.).
A Norma Brasileira da ABNT, NBR 10151/2019, por exemplo, determina as
condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído em comunidades,
independentemente da existência de reclamações. E a Norma Brasileira da ABNT
NBR 10152/2017 caracteriza alguns ambientes de estabelecimentos de saúde e
respectivos valores de ruído aceitáveis baseados em níveis sonoros dB (A) e nas
"curvas de avaliação de ruídos, através dos quais um espectro sonoro pode ser
comparado, permitindo uma identificação de bandas de frequência mais
significativas e que necessitam correção" (ABNT, 2017). Para hospitais, os valores
de níveis sonoros em berçários, centros cirúrgicos, consultórios e quartos individuais
são de 35 dB(A) para conforto e 40 dB(A) como valor aceitável. Em enfermarias e
quartos coletivos, 45 dB(A) é o valor máximo para conforto e 50 dB(A) como nível
aceitável para a finalidade desses ambientes, e quanto aos laboratórios e salas de
espera são 45 dB(A) e 50 dB(A), respectivamente (Tabela 1).

Tabela 1 – Valores de referência para ambientes internos de uma edificação de acordo com suas
finalidades de uso.
10

Fonte: NBR 10.152/2017

Comparativamente, enquanto a Associação Brasileira de Normas Técnicas


(ABNT, 2017) permite níveis sonoros entre 35 dB(A) e 50 dB(A) em hospitais, a
Organização Mundial da Saúde (WHO, 1999) recomenda que, nos ambientes
hospitalares, não ultrapassem 40 dB(A) no período diurno e 35 dB(A) no período
noturno.
Em relação à saúde do trabalhador, a CLT através da portaria nº 3214/78 do
MTb, estabelece, pela Norma Regulamentadora nº 15 (NR 15 – Atividades e
operações insalubres – Cáp. V – Título III) limites da exposição aos ruídos, sendo
para ruído contínuo ou intermitente o nível critério de 85 dB(A) para um período de
oito horas de exposição, visando a salubridade e evitar danos à saúde (Tabela 2).
Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que requerem atenção e uso
intelectual, é recomendado pela Norma Regulamentadora nº 17 (BRASIL, 2002b)
seguir as condições de conforto acústico definido pela Norma Brasileira 10.152
(ABNT, 2017), o nível aceitável de até 65 dB(A).
11

Tabela 2 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Fonte: NR-15, 1978

3. REVISÃO DE LITERATURA

A revisão de literatura foi feita através das bases de dados Scopus, Scientific
Electronic Library Online (SciELO) e Medical Literature Analysis and Retrieval
System Online (MEDLINE), utilizando-se as palavras-chaves: ruído and hospital and
ambiente, noise and health care facilities and environment, noise and hospital and
acoustic comfort. Os critérios de inclusão de pesquisa foram estudos realizados
entre 2010 e 2019 que analisavam o ruído hospitalar e que estivessem escritos em
português, inglês ou espanhol. Analisados os critérios, foram encontrados 161
resultados para o primeiro conjunto de palavras-chaves, 614 resultados para o
segundo e 48 resultados para o terceiro. Após essa primeira filtragem foram
excluídos estudos não disponibilizados na íntegra nas bases de dados pesquisadas,
fora do limite temporal determinado, artigos repetidos, artigos não relacionados com
o campo de estudo e os que não mensuravam os níveis de ruídos. Após essa
análise e leitura dos artigos restantes, 17 deles foram selecionados para a
realização da presente revisão bibliográfica.
12

Os estudos foram enumerados de 1 a 17 (Tabela 3) e seguiu-se o protocolo


de análise de Filus et al. (2014) adaptado, sintetizando os dados por ano de
publicação, formação profissional dos autores das publicações, metodologia utilizada
para mensuração do ruído, normas científicas, descrições dos procedimentos,
parâmetros para avaliação do ruído, resultados obtidos quanto aos níveis de ruídos
nos diferentes ambientes hospitalares e as estratégias de ações propostas para a
redução deles.

Tabela 3 – Estudos analisados na revisão sistemática de literatura.


Nº Título original da publicação Autores
1 Noise level in intensive care units of a public A. P. Garrido Galindo, Y. Camargo Caicedo,
university hospital in Santa Marta (Colombia) A. M. Vélez-Pereira

2 Ruído no interior das incubadoras em unidade Priscila Vendramini Peixoto, Flávia


de terapia intensiva neonatal Simphronio Balbino,
Veridiama Chimirri, Eliana Moreira Pinheiro,
Tereza Yoshiko Kakehashi
3 Impacto de um programa participativo de Nelma Ellen Zamberlan-Amorim, Cristina Ide
redução do ruído em unidade neonatal Fujinaga,
Vanderlei José Hass, Luciana Mara Monti
Fonseca, Cinira Magali Fortuna, Carmen
Gracinda Silvan Scoch
4 Decreasing noise level in our NICU: The impact Isabelle Milette
of a noise awareness educational program
5 Nível de ruído da unidade de terapia Fernanda Maria do Carmo da Silveira Neves
intensiva pediátrica: estudo observacional de Oliveira; Márcia Barbosa de Paiva; Maria
correlacional Aparecida de Luca Nascimento; Vivian
Marinho Rezende; Alexandre Souza da Silva;
Carlos Roberto Lyra da Silva.
6 Reduction of noise in the neonatal intensive Dianna Wang, Cheryl Aubertin, Nicholas
care unit using sound-activated noise meters Barrowman, Katherine A Moreau, Sandra I
Dunn, JoAnn Harrold
7 Prospective cohort study on noise levels in a Gonzalo Garcia Guerra, Ari R. Joffe, Cathy
pediatric cardiac intensive care unit Sheppard, Jodie Pugh, Elham Khodayari
Moez, Irina A. Dinu, Hsing Jou, Lisa Hartling,
Sunita Vohra
8 Workers of the hospital maintenance sector: Flávia Elisa Antunes Lemes de Oliveira
protection, hearing symptoms and noise Ramos, Adriana Bender Moreira de Lacerda,
exposure Evelyn Joice Albizu
9 Acoustic assessment of speech privacy curtains Diana Pope and Erik Miller-Klein
in two
nursing units
10 Eficácia de um programa para redução de ruído Tainara Milbradt Weich, Ana Cláudia Ourique,
em unidade de terapia intensiva neonatal Tania Maria
Tochetto, Cacineli Marion de Franceschi
11 Ruído no alojamento conjunto: percepção das Liane Fuhr Pivatto, Cláudia Giglio de Oliveira
usuárias e dos Gonçalves
profissionais de enfermagem
12 Ruído no contexto hospitalar: impacto na saúde Gisele de Lacerda Costa, Adriana Bender
dos profissionais de enfermagem Moreira de Lacerda, Jair Marques
13 Níveis de ruído na lavanderia de um hospital Monique Cantelli da Silva, Carolina Galoti
13

público Orlandi, Eliane Mi Chang, Juliana Siviero,


Meliane Melina Pinto, Patrícia Fernanda
Staciarini Armellini, Thássia Silva dos Santos,
Vívian Baptista Luz, Daniela Gil
14 Ruído em hospital universitário: impacto na Monique Cantelli da Silva, Vivian Baptista da
qualidade de vida Luz, Daniela Gil
15 Effect of quiet time to reduce noise at the Bruna Ribeiro dos Santos
neonatal intensive care unit
16 O ruído da unidade de terapia intensiva Miriam Harumi Tsunemi; Tereza Yoshiko
neonatal após a implementação de programa Kakehashi; Eliana Moreira Pinheiro
educativo
17 Noise level measurement and its effects on Kléber Proietti Andrade, Loraine Luzia
hospital employees based on complaint reports Aparecida de Oliveira,
Rodrigo de Paiva Souza, Ione Maria de Matos

Fonte: Elaborado pela autora.

Na Tabela 4, os artigos estão categorizados quanto ao seu ano de


publicação, local onde foi feito o estudo, área dos periódicos e formação profissional
dos autores. Verificou-se que nos últimos anos houve uma diminuição das pesquisas
relacionadas ao ruído em hospitais. De 2010 a 2014 foram encontradas 64,7% das
publicações a respeito desse tema, enquanto de 2015 a 2019, apenas 35,3% das
publicações. Quanto aos países interessados nesse tipo de pesquisa, o Brasil e o
Canadá lideram esse número. Observou-se também que apesar das publicações
serem mais em periódicos da área da saúde como enfermagem, área médica e
fonoaudiologia, há uma grande porcentagem de publicações (35,5%) desenvolvidas
por grupos de pesquisadores de diferentes formações (médicos, enfermeiros,
fonoaudiólogos, engenheiros, matemáticos, estatísticos). Isto indica o contato de
profissionais de diferentes áreas, trazendo uma relação de reciprocidade entre as
diversas intervenções técnicas e a interação de agentes. Como exemplifica
FORTUNA (2005), o trabalho coletivo são as várias áreas profissionais, gerando
uma rede de relações entre pessoas, poderes, saberes, afetos, e desejos, nas quais
é possível identificar os processos grupais. “Constitui uma estratégia capaz de
melhorar a qualidade de vida da população, porque busca a integralidade dos
cuidados de atenção à saúde das pessoas” (FILUS et al., 2014, p. 309).

Tabela 4 – Distribuição dos artigos segundo o ano de publicação, país do estudo, área de publicação
dos periódicos e formação profissional dos autores.

Ano Nº %
2010 - 2014 11 64,7
2015 - 2019 6 35,3
14

País do estudo Nº %
Brasil 12 70,6
Colômbia 1 5,9
Estados Unidos 1 5,9
Canadá 3 17,6
Área de publicação dos periódicos Nº %
Enfermagem 6 35,3
Área médica 5 29,4
Fonoaudiologia 6 35,3
Formação profissional dos autores Nº %
Multiprofissional (médicos, enfermeiros, engenheiros, fonoaudiólogos, etc) 6 35,3
Médico 2 11,8
Enfermeiro 4 23,5
Fonoaudiólogo 3 17,6
Engenheiro 1 5,9
Não consta 1 5,9

Fonte: Elaborado pela autora.

Todos os periódicos encontrados foram da área da saúde, que pode ser


explicado pelo fato de serem áreas ligadas diretamente a preocupação dos riscos
(malefícios) causados pelos ruídos tanto na saúde dos pacientes quanto dos
funcionários que estão expostos por períodos prolongados. Entretanto, é também
atribuição de profissionais arquitetos, que deveriam propor soluções projetuais para
mitigar esse problema para trazer bem-estar aos usuários da edificação.

3.1. LOCAIS DOS ESTUDOS

Na tabela 5, verifica-se a distribuição dos estudos segundo local do estudo e


área do hospital analisada. A maioria dos estudos foram realizados em hospitais
públicos de ensino e pesquisa ou universitários (58,8%), seguido por hospitais
públicos gerais (29,4%). Em relação a área do hospital avaliada, observa-se que a
maioria dos estudos foram feitos em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN)
com 52,9% das pesquisas.

Tabela 5 – Distribuição dos artigos segundo o local de estudo e área do hospital.

Local do estudo Nº %
Hospital Público de Ensino e Pesquisa 10 58,8
Hospital Público Geral 5 29,4
15

Hospital Privado 1 5,9


Não descrito 1 5,9
Área avaliada do Hospital Nº %
UTIN (Unidade de Terapia Intensiva Neonatal) 9 52,9
UTI (Unidade de Terapia Intensiva) 1 5,9
Maternidade 1 5,9
Lavanderia 1 5,9
Setor de manutenção hospitalar 1 5,9
Posto de enfermagem de Internações 1 5,9
Várias unidades funcionais do hospital 3 17,6

Fonte: Elaborado pela autora.

Os Hospitais Públicos de Ensino e Pesquisa são os principais hospitais


acessíveis para pesquisa, já que seu princípio é a formação de alunos e
pesquisadores, por isso sua grande porcentagem encontrada nos artigos. Ademais,
são geralmente instituições hospitalares de média e alta complexidade,
apresentando então a maioria das unidades funcionais hospitalares completas para
fazerem os estudos.
Em relação às áreas mais avaliadas do hospital, observa-se a Unidade de
Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) devido a preocupação do desenvolvimento dos
recém-nascidos juntamente com a grande quantidade de equipamento presente
nesses ambientes com alarme acústico essenciais para alertar médicos e
enfermeiros de alterações clínicas sofridas pelos pacientes. Esses locais que
deveriam ser silenciosos para o bem-estar e desenvolvimento dos recém-nascidos
são ambientes muito estressantes para o paciente.
Os neonatos hospitalizados em UTIN com perda auditiva relacionado à
exposição prolongada ao ruído é um dos problemas mais divulgados na literatura
(RODARTE, 2005). A exposição ao ruído excessivo pelo recém-nascido pode causar
hipóxia, liberação de hormônio adrenocorticotrófico e adrenalina na corrente
sanguínea, aumento da frequência cardíaca, vasoconstrição sistêmica, dilatação
pupilar, elevação da pressão arterial e intracraniana, aumento do consumo de
oxigênio e de gasto calórico, que a longo prazo podem acarretar um retardo no
ganho de peso. O ruído também pode provocar alterações nos estados de sono e
vigília do bebê, tornando-o irritadiço e choroso e prejudicando seu desenvolvimento
(KAKEHASHI, 2007). Há indícios de que o sistema auditivo do prematuro, pela sua
própria imaturidade geral, é provavelmente mais suscetível às lesões que podem ser
16

causadas por esse ambiente, em razão da combinação do ruído com o uso de


medicações ototóxicas, que aumentam ainda mais o risco (FILUS; et al., 2014, p.
310). As condições ambientais acústicas desfavoráveis das maiorias das UTIN são
comprovadas pela prevalência de perda auditiva neurossensorial bilateral em recém-
nascidos de dois a quatro bebês em cada mil (OLIVEIRA, 2003).
Nos dados de áreas avaliadas nos hospitais (Tabela 5), percebe-se também
que há pesquisas voltadas para os funcionários como por exemplo as que foram
realizadas na Lavanderia e Setor de Manutenção Predial – prestadores de serviço
advindos do complexo hospitalar para consertos, reparações, restaurações,
conservação, reformas e construção. Essas pesquisas apresentam preocupações
com os funcionários que estão expostos a ruídos intensos, onde verifica a
necessidade de utilização de equipamento de proteção individual (EPI).
A exposição ao ruído por muito tempo pode prejudicar a audição e causar
dificuldade de compreensão da fala, zumbido, cefaleia, plenitude auricular, tontura,
estresse, nervosismo, irritabilidade, distúrbios gástricos, alterações circulatórias da
visão, atenção e memória, do sono e do humor, entre outros (COSTA, et al., 2012)
Os efeitos auditivos são diversos, depende da frequência, da intensidade, da
duração e do ritmo do ruído. Uma das consequências mais comuns na atividade
industrial é a Perda Auditiva Induzida pelo Ruído (PAIR), que caracteriza como uma
perda auditiva do tipo neurossensorial, de configuração audiométrica em entalhe,
geralmente simétrica, bilateral, irreversível e progressiva (BRASIL, 2006).
Milhões de trabalhadores na Europa estão submetidos ao ruído no trabalho e
sujeitos a danos. Aproximadamente 7% deles sofrem de problemas auditivos
relacionados ao trabalho, sendo a PAIR uma das doenças ocupacionais mais
predominantes reconhecidas na União Europeia (EU-OSHA, 2013, apud RAMOS et
al., 2018).
Um estudo americano sugere que a perda auditiva é a terceira condição física
crônica mais recorrente nos Estados Unidos, mais comum do que diabetes ou
câncer, e a perda auditiva ocupacional, causada principalmente por alta exposição
ao ruído, é a doença relacionada ao trabalho mais prevalente nos Estados Unidos
(MASTERSON et al., 2016, apud RAMOS et al., 2018).
No Brasil, os dados sobre a exposição ao ruído na população
economicamente ativa não são precisos, o que prejudica a projeção de estimativas
17

do número de trabalhadores expostos e a identificação dos ramos de atividade que


oferecem maior risco, informação de grande utilidade para a vigilância e prevenção
da PAIR (MEIRA et al., 2012).

3.2. EQUIPAMENTOS E NORMATIVAS

Na tabela 6 observa-se os dados de protocolos de avaliação do ruído. Cerca


de 58,8% dos estudos utilizaram medidor de nível de pressão sonora que faz
medições pontuais, diferentemente do dosímetro (23,5%) que avalia a “dose” de
ruído que uma pessoa ficou exposta em determinado período de tempo. No que se
refere às normativas comparadas dos estudos, percebe-se que a maioria dos
pesquisadores analisaram os estudos com normas nacionais e internacionais
(64,7%), seguido pelas normas internacionais (23,5%) devido a alguns estudos
feitos fora do Brasil e 11,8% das pesquisas foram analisadas com base normas
nacionais.

Tabela 6 – Dados dos protocolos de avaliação do ruído utilizado nos estudos.

Equipamentos utilizados para avaliação Nº %


Medidor de nível de pressão sonora 10 58,8
Dosímetro 4 23,5
Não descrito 3 17,6
Normas utilizadas para comparação Nº %
Nacional 2 11,8
Nacional e Internacional 11 64,7
Internacional 4 23,5
Fonte: Elaborado pela autora.

No Brasil, como citado anteriormente, a Norma Brasileira da ABNT NBR


10152/2017 permite níveis sonoros até 40 dB(A) em berçários, cujo a maioria dos
estudos apontam nas UTIN. Quanto as normas internacionais, além das
recomendações da Organização Mundial da Saúde (WHO, 1999) também citado
anteriormente, há a norma internacional, do Committee to Establish Recommended
Standards for Newborn ICU Design, que estabelece níveis de ruído contínuos
(basal) e operacionais para enfermarias onde bebês permanecem internados e
áreas de descanso dos adultos (familiares e equipe de cuidadores). Essa determina
que o ruído habitual da UCIN – Unidade de Cuidados Intensivos Neonatal e UTIN –
18

Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, não deve exceder o nível equivalente de 50


dB(A). E a Academia Americana de Neonatologia, baseada na Environmental
Protection Agency dos Estados Unidos, recomenda um nível de pressão sonora não
superior a 45 dB(A) diurno e 35 dB(A) noturno. Assim, percebe-se que os níveis
permitidos nacionalmente e internacionalmente estão próximos.
Nos estudos brasileiros sobre efeitos dos ruídos em funcionários de
ambientes hospitalares há a análise tanto das NBR 10152 (2017) quanto da NR 15
(1978) que determina os riscos ocupacionais. Os trabalhadores não podem estar
condicionados a ruídos acima de 85 dB(A) em 8 horas de exposição.

3.3. MENSURAÇÃO DOS NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA

Os dados apresentados na Tabela 7 referem-se ao tempo de mensuração


registrado nos estudos. Percebe-se que cada autor utilizou um procedimento
diferente de acordo com o ambiente, tema de estudo e aparelho de medição.
De acordo com a NBR 10152 (2017), o tempo de medição em cada ponto
deve ser definido de modo a abranger as variações sonoras significativas no
ambiente interno objeto de avaliação e não pode ser inferior a pelo menos 30
segundos.

Tabela 7 – Tempo de mensuração dos níveis de pressão sonora (NPS)

Tempo de mensuração Intervalo


Duração das medições em
em minutos/ aproximados entre Turnos de medição
dias e/ou horas
por estudo (E nº) as medições

(E.1) n/c 20 dias manhã - tarde - noite


(E.2) 15.660 min 6h 14 dias - 3h manhã - tarde - noite
(E.3) 20.160 min 24h 14 dias - 12h diurno - noturno
(E.4) n/c n/c n/c
(E.5) n/c 5 dias - 5 horários diferente n/c
(E.6) n/c 120 dias n/c
(E.7) 24h n/c 28 dias diurno - noturno
(E.8) n/c n/c n/c
(E.9) n/c 2 dias - 2 a 3 min n/c
(E.10) n/c n/c manhã - tarde - noite
(E.11) n/c 20 min, 30 min e 1h manhã - tarde - noite
(E.12) n/c n/c n/c
(E.13) 45 min 4h 3 dias - 5 min manhã - tarde - noite
(E.14) 105 min 4h 7 dias - 5 min manhã - tarde - noite
19

(E.15) 15.660 min n/c n/c n/c


(E.16) 9.090 min n/c 14 dias - 24h manhã - tarde - noite
(E.17) n/c 7 dias manhã - tarde - noite
(E.18) n/c 7 dias manhã - tarde - noite
Fonte: Elaborado pela autora.

Verificou-se também que a maioria das medições foram feitas nos três turnos
(manhã, tarde e noite), entretanto, houve estudos que analisaram os valores 2 vezes
ao dia (diurno/ noturno) para coincidir com os turnos de trabalho dos funcionários
que geralmente são de 7h às 19h e de 19h às 7h.
Na Tabela 8, identifica-se os valores encontrados pelos medidores de nível de
pressão sonora ou decibelímetro e dosímetros.

Tabela 8 – Mensuração dos níveis de pressão sonora (NPS)


Área Hospitalar Máxima Mínima Média em Leq dB(A)
UTI Adulto - 53,51 +- 1,16 dB(A)
UTI Adulto - 60,26 +- 2,10 dB(A)
UTI Pediátrica - 63,47 +- 2,13
UTI Pediátrica - 71,55 +- 2,34
(E.1) Unidade de dB(A)
dB(A)
Terapia UTI Obstétrica - 53,33 +- 3,34
UTI Obstétrica - 79,06 +- 2,34
Intensiva (UTI) dB(A)
dB(A)
UTI Neonatal - 55,02 +- 2,03
UTI Neonatal - 77,65 +- 3,74 dB(A)
dB(A)
79,7 dB na Sala de
(E.2) Unidade de terapia intensiva A
100,8 dB (A) -sala A 46,4 dB(A) - sala A
Terapia Intensiva
89dB (A) - sala B 42,7 dB (A) - sala B
Neonatal (UTIN) 74,3 dB na Sala de
terapia intensiva B

62,5 dB(A) antes da


(E.3) Unidade de intervenção
104,8 dB(A) para 46 dB(A) para
Terapia Intensiva
87,7dB(A) 45 dB(A)
Neonatal (UTIN) 58,8dB(A) depois da
intervenção
(E.4) Unidade de
Terapia Intensiva 58,15 dB(A)
Neonatal (UTIN)
(E.5) Unidade de
Terapia Intensiva 82,5 dB(A)
Neonatal (UTIN)
Depois da mudança do
equipamento da UTIN, o nível
(E.6) Unidade de
sonoro ficou abaixo de 50 dB(A)
Terapia Intensiva
nas áreas de atendimento a
Neonatal (UTIN)
paciente. Entretanto, na área de
recepção não teve mudanças.
Área aberta
(E.7) Unidade de Diurno - 60,1 dB (A)
Terapia Intensiva Noturno - 58,6 dB (A)
Neonatal (UTIN) Quarto individual
Diurno - 60,8 dB (A)
(E.8) Setor de
manutenção 109,3 dB(A) 67,2 dB(A)
hospitalar
20

(E.9) Posto de
85 - 87 dB(A)
enfermagem
(E.10) Unidade de
Terapia Intensiva 114,9 dB(A) 43,3 dB(A) 60 a 65 dB(A)
Neonatal (UTIN)

Secretaria
Secretaria Secretaria
Manhã - 64,5 dB(A)
Manhã - 86,8 dB(A) Manhã - 48 dB(A)
Tarde - 63,7 dB(A)
Tarde - 96,2 dB(A) Tarde - 50,6 dB(A)
Noite - 58,7 dB(A)
Noite - 71,3 dB(A) Noite - 44,8 dB(A)
Posto de
Posto de Enfermagem Posto de Enfermagem
Enfermagem
Manhã - 84,9 dB(A) Manhã - 47,9 dB(A)
Manhã - 67,5 dB(A)
Noite - 60 dB(A) Noite - 40,9 dB(A)
Noite - 58 dB(A)
Corredor Corredor
Corredor
Manhã - 83 dB(A) Manhã - 49,5 dB(A)
Manhã - 62,2 dB(A)
Tarde - 85,3 dB(A) Tarde - 46,9 dB(A)
Tarde - 63,2 dB(A)
Noite - 77,8 dB(A) Noite - 47,6 dB(A)
(E.11) Alojamento Noite - 62,3 dB(A)
Enfermaria 1 Enfermaria 1
Conjunto de Enfermaria 1
Manhã - 82 dB(A) Manhã - 44 dB(A)
Maternidades Manhã - 61,6 dB(A)
Tarde - 69,4 dB(A) Tarde - 46,6 dB(A)
Tarde - 53 dB(A)
Noite - 81,5 dB(A) Noite - 37,5 dB(A)
Noite - 61,9 dB(A)
Enfermaria 2 Enfermaria 2
Enfermaria 2
Manhã - 64,5 dB(A) Manhã - 41,3 dB(A)
Manhã - 48,6 dB(A)
Tarde - 68,6 dB(A) Tarde - 50,6 dB(A)
Tarde - 56,4 dB(A)
Noite - 60 dB(A) Noite - 40,9 dB(A)
Noite - 45,6 dB(A)
Hall (com visitas) Hall (com visitas)
Hall (com visitas)
Tarde - 83 dB(A) Tarde - 52,4 dB(A)
Tarde - 65,3 dB(A)
Hall (sem visitas) Hall (sem visitas)
Hall (sem visitas)
Tarde - 75,6 dB(A) Tarde - 50,6 dB(A)
Tarde - 61,5 dB(A)
Noite - 76,6 dB(A) Noite - 49,8 dB(A)
Noite - 57,2 dB(A)

Trauma / Orto
corredor - 62,52 dB(A)
posto de enfermagem - 61,44
Trauma / Orto
dB(A)
corredor - 64,95 dB(A)
Clínica Médica Masc.
posto de enfermagem - 64,06 dB(A)
corredor - 62,11 B(A)
Clínica Médica Masc.
posto de enfermagem - 63,83
corredor - 64,64 B(A)
dB(A)
posto de enfermagem - 65,81 dB(A
Clínica Médica Fem.
Clínica Médica Fem.
(E.12) Central de corredor - 58,24 dB(A)
corredor - 68,02 dB(A)
materiais, posto de enfermagem - 57,54
posto de enfermagem - 66,68 dB(A)
Pediatria, Centro de dB(A)
Quimioterapia
Terapia Intensiva Quimioterapia
corredor - 65,20 dB(A)
(CTI), corredor - 57,12 dB(A)
posto de enfermagem - 65,33 dB(A)
Traumatologia- posto de enfermagem - 56,93
Urologia
Ortopedia, Clínica dB(A)
corredor - 62,01 dB(A)
Médica Masculina, Urologia
posto de enfermagem - 65,21 dB(A)
Clínica Médica corredor - 52,59 dB(A)
Infectologia
Feminina, Urologia, posto de enfermagem - 51,32
corredor - 61,65 dB(A)
UTI Cardíaca, dB(A)
posto de enfermagem - 64,68 dB(A)
Quimioterapia, Infectologia
Endoscopia digestiva
infectologia e corredor - 52,35 dB(A)
corredor - 81,13 dB(A)
Endoscopia posto de enfermagem - 51,13
posto de enfermagem - 84,60 dB(A)
Digestiva dB(A)
CTI
Endoscopia digestiva
corredor - 72,44 dB(A)
corredor - 74,78 dB(A)
posto de enfermagem - 65,23 dB(A)
posto de enfermagem - 83,15
Nefrologia
dB(A)
corredor - 77,67 dB(A)
CTI
C.C. materiais
corredor - 70,49 dB(A)
posto de enfermagem - 67,40 dB(A)
posto de enfermagem - 63,96
dB(A)
Nefrologia
21

corredor - 73,45 dB(A)


C.C. materiais
posto de enfermagem - 66,30
dB(A)

Manhã - 98 dB(A) Manhã - 81 dB(A)


(E.13) Lavanderia Tarde - 97 dB(A) Tarde - 76 dB(A)
Noite - 101 dB(A) Noite - 70 dB(A)

Anfiteatro Anfiteatro
Manhã - 60,4 dB(A) Manhã - 57,2 dB(A)
Tarde - 72,2 dB(A) Tarde - 63,4 dB(A)
Noite - 71,4 dB(A) Noite - 64,6 dB(A)
Gráfica Gráfica
Manhã - 64,6 dB(A) Manhã - 57,8 dB(A)
Tarde - 66,2 dB(A) Tarde - 60 dB(A)
Noite - 79,8 dB(A) Noite - 75,2 dB(A)
Lavanderia Lavanderia
Manhã - 89 dB(A) Manhã - 84,2 dB(A)
Tarde - 90,2 dB(A) Tarde - 84,4 dB(A)
(E.14) UTI neonatal,
Noite - 89,2 dB(A) Noite - 84,4 dB(A)
nutrição, anfiteatros,
Marcenaria Marcenaria
gráfica, lavanderia,
Manhã - 81,4 dB(A) Manhã -68,8 dB(A)
marcenaria e
Tarde - 70,2 dB(A) Tarde - 62,4 dB(A)
serralheria.
Nutrição Nutrição
Manhã - 84,2 dB(A) Manhã - 76,8 dB(A)
Tarde - 81,2 dB(A) Tarde - 76,8 dB(A)
Noite - 81,2 dB(A) Noite - 75,8 dB(A)
Serralheria Serralheria
Manhã - 82,8 dB(A) Manhã - 66,4 dB(A)
Tarde - 82,4 dB(A) Tarde - 66,6 dB(A)
UTI UTI
Manhã - 68,2 dB(A) Manhã - 59,6 dB(A)
Tarde - 69,2 dB(A) Tarde - 59 dB(A)
Noite - 68,4 dB(A) Noite - 54,8 dB(A)
22

Antes da intervenção
79,7 dB(A) na sala A e 74,3 dB(A)
(E.15) Unidade de na sala B
Terapia Intensiva
Neonatal (UTIN) Depois da intervenção
58,5 dB(A) na sala A e 53,1 dB(A)
na sala B

Antes do programa educativo - 71 Antes do programa educativo - 59


(E.16) Unidade de dB(A) dB(A)
Terapia Intensiva
Neonatal (UTIN) Depois do programa educativo - Depois do programa educativo -
80,4 dB(A) 52,6 dB(A)

(E.17) Maternidade,
Unidade de
Maternidade - 69,5 dB(A) Maternidade - 53,75 dB(A)
Terapia Intensiva
UTI Neonatal - 72 dB(A) UTI Neonatal - 52,5 dB(A)
(UTI) Neonatal,
Enfermaria Masculina - 82,5 dB(A) Enfermaria Masculina - 58 dB(A)
Enfermaria
Enfermaria Feminina - 85 dB(A) Enfermaria Feminina - 60 dB(A)
Masculina,
Pronto Socorro - 85 dB(A) Pronto Socorro - 60,5 dB(A)
Enfermaria
Pediatria - 81,5 dB(A) Pediatria - 60 dB(A)
Feminina, Pronto
Socorro e Pediatria

Fonte: Elaborado pela autora.

Entre os níveis de pressão sonora, o mínimo valor encontrado foi de 37,5


dB(A) em uma enfermaria no período noturno e a maior foi 114,9 dB(A) em uma
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), ultrapassando os limites
recomendados em normas tanto nacionalmente quanto internacionalmente, inclusive
foram valores maiores que em ambientes de apoio como as unidades de
manutenção predial ou lavanderias com equipamentos extremamente ruidosos. Os
níveis de pressão sonora desse estudo na UTIN foram resultado de diversas fontes,
entre elas os equipamentos utilizados, como monitor cardíaco, respirador, oxímetro,
bomba de infusão, sistemas de aspiração e incubadora. Além disso, a conversa das
equipes de médicos, enfermeiros e outros profissionais que trabalham na UTIN, e as
visitas dos pais, teve relação direta com o aumento do ruído nestes ambientes.
conforto ambiental acústico em ambientes hospitalares (WEICH et al., 2011).
Em alguns estudos como o sexto, o décimo quinto e o décimo sexto,
realizados em UTIN, os pesquisadores propuseram intervenções para redução de
ruídos, obtendo resultados comparativos de antes e depois da intervenção,
entretanto, não foram todos que obtiveram resultados positivos. O estudo n.º 6
propôs mudança de equipamento da UTIN que emitia alarme sonoro e resultou em
níveis sonoros abaixo de 50 dB(A), que apesar de estar acima do recomendado por
normas, houve uma diminuição significativa. Enquanto na área de recepção não
23

houve mudanças, pois o que causa ruído nesse local não são os equipamentos e
sim conversas de funcionários e visitantes.
O estudo n.º 15 propôs comparar os níveis de pressão sonora no interior de
incubadoras com a intervenção de “horários de sono”. A pesquisadora definiu
períodos que funcionários, pais e visitantes evitariam entrar nas UTIN para os
recém-nascidos pudessem dormir tranquilos. Essa intervenção resultou em uma
redução de quase 5dB(A).
Já o estudo n.º 16 propôs um programa educativo com objetivo de
conscientizar os profissionais quanto à realidade acústica da unidade, visando a
redução do nível de pressão sonora. Essa intervenção foi realizada por meio de uma
aula expositiva com duração média de 50 minutos, ministrada pelas pesquisadoras.
Nessa ocasião, os profissionais foram informados sobre os resultados dos níveis de
pressão sonora da UTIN e do interior da incubadora, obtidos na primeira fase,
comparando-os aos níveis de pressão sonora recomendados pelos órgãos
reguladores para o interior da incubadora e o ambiente hospitalar. Foram também
abordados os efeitos deletérios do ruído, tanto para os neonatos, como para os
profissionais, e informações sobre os níveis recomendados por órgãos reguladores.
O programa educativo abrangeu 100 profissionais, entre eles: médicos, enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem, fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas,
escriturário e auxiliar de limpeza, que pertencem ao serviço e que atuavam nos
plantões da manhã, tarde e noite. Apesar da intervenção, não houve resultados
positivos, encontrou-se níveis de pressão sonora acima dos níveis encontrados
anteriormente. Após essas constatações, as autoras sugerem que sejam feitas
estratégias de sensibilização da equipe, além de elaboração de guideline, mudanças
arquitetônicas, e renovação e/ou manutenção preventiva de equipamentos.

3.4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES DAS PESQUISAS

Os artigos tiveram suas conclusões e recomendações, por fim, sintetizadas


na Tabela 9. Observa-se que 44,7% (17 artigos) concluíram que os níveis de ruído
estão acima do recomendado. Além de provocar agravos à saúde do paciente
(15,8%) e a do trabalhador (15,8%), é necessário conscientizar os profissionais
(7,9%) e familiares (5,3%) sobre o impacto do ruído na saúde das pessoas. E 7,9%
24

dos estudos mostram que o ruído é considerado intenso e moderado pelos


profissionais.

Tabela 9 – Síntese das conclusões e recomendações relacionados ao ruído hospitalar segundo os


estudos analisados

Síntese das conclusões dos estudos Nº %


Níveis de ruído acima do recomendado 17 44,7
Conscientização dos profissionais 3 7,9
Conscientização dos familiares 2 5,3
Ruído acentuado no período diurno 1 2,6
Provoca agravos à saúde do paciente 6 15,8
Provoca agravos à saúde do trabalhador 6 15,8
Ruído considerado intenso e moderado pelos profissionais 3 7,9
Total 38 100
Síntese das recomendações dos estudos Nº %
Educação sobre os efeitos do ruído 13 36,1
Desenvolvimento de protocolo para evitar ruídos 4 11,1
Monitoramento do ruído 6 16,7
Adequação sonora dos equipamentos 6 16,7
Ajustes arquitetônicos 5 13,9
Envolvimento dos gestores 2 5,6
Total 36 100

Fonte: Elaborado pela autora.

As recomendações encontradas nos estudos foram que é necessário


conscientizar as pessoas, tanto os familiares quanto os funcionários, sobre os
efeitos do ruído na saúde (36,1%), é necessário também o monitoramento do ruído
(16,7%) e adequação sonora dos equipamentos (16,7%), além de soluções
arquitetônicas (13,9%) e desenvolvimento de protocolos para evitar ruídos (11,1%) e
envolvimento dos gestores (5,6%) para buscar alguma solução.

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

A partir da revisão sistemática da literatura percebe-se que as fontes de


ruídos são extremamente diversas nos hospitais, a depender da unidade funcional
analisada. Entretanto, pode-se inferir que a maioria dos ruídos são oriundos de
equipamentos – médicos ou de infraestrutura – e de pessoas, através de conversas
de visitantes, funcionários e alunos, para os casos de hospitais universitários. Como
25

a maioria dos artigos selecionados foram feitos em hospitais de ensino e pesquisa,


atribui-se grande parte dos ruídos às conversas entre profissionais e estudantes nas
unidades de Atendimento e Apoio ao Diagnostico e Terapia. Especificamente nas
Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), os ruídos são provenientes além
das conversas, dos equipamentos médicos. E os equipamentos de infraestrutura são
os principais causadores de ruídos nas unidades de Apoio Técnico e Apoio
Logístico.
Para tal constatação, as soluções para minimizar os ruídos foram
categorizadas em: projetuais, materiais e conscientização de pessoal.

4.1. SOLUÇÕES PROJETUAIS

Em termos projetuais de arquitetura, para a criação de um melhor ambiente


de cura, as unidades hospitalares devem ser projetadas para reduzir o ruído,
mantendo a eficiência e eficácia que cada ambiente especifico deve ter. Embora
haja projetos realizados pensando no ruído hospitalar, a maioria deles se concentra
em pesquisas para alcançar níveis permitidos nas legislações. Entretanto, poucos
estudos consideram os efeitos da reverberação e padrões de reflexão sonora.
Os pesquisadores Hui Xie e Jian Kang (2012), por exemplo, estudaram a
qualidade acústica de enfermarias, analisando-as com e sem teto acústico e a
influência do mobiliário no campo sonoro. Eles constataram que o teto acústico
diminuiu o tempo de reverberação apesar dos móveis não contribuírem. Perceberam
também que o leito, devido ao seu material de absorção, desempenhou papel mais
importante na redução do tempo de reverberação do que os outros móveis típicos de
uma enfermaria.
Deste modo, durante a realização do projeto faz-se necessário lançar mão de
móveis e materiais com maior capacidade de absorção sonora e que se mantenham
adequados para um ambiente hospitalar sem prejuízo a segurança, higiene e
controle de infecções. Pois, beneficiará o bem-estar e a recuperação dos pacientes,
mas também aumentará positivamente a eficiência e eficácia do trabalho da equipe
em termos de inteligibilidade da fala e qualidade da comunicação e,
consequentemente, diminuiriam a intensidade da emissão da voz nas conversas.
26

Arquitetonicamente, pode-se também propor a algumas salas, como por


exemplo as salas de exame de paciente e outras que eventualmente possam ter
paredes que não se estendem até o forro, que aumente sua altura para impedir que
vozes e ruídos transmitam através dos tetos. Uma outra proposta para mitigar o
ruído seria projetar quartos individuais de internação para reduzir os incômodos e
níveis de ruído de conversas de familiares de outro paciente. Assim permitiria uma
comunicação mais eficaz e confidencial entre a equipe e cada paciente.
De modo geral, a acústica nos ambientes hospitalares deve ser pensada
desde a análise da implantação do edifício no terreno, propondo uma setorização
interna dos ambientes de forma que os usos sensíveis fiquem resguardados das
fachadas mais expostas ao ruído urbano e ruídos internos.

4.2. SOLUÇÕES MATERIAIS

Em termos de soluções materiais, pode-se pensar em materiais de maior


absorção sonora desde que sejam adequadas às condições de limpeza da unidade
hospitalar. Pode-se propor pisos flutuantes para atenuar a transmissão do ruído de
impacto entre pavimentos contíguos e ainda resguardar equipamentos que exigem
baixa vibração, como microscópios e outros sistemas eletrônicos sensíveis.
Nas unidades de Internação, por exemplo, o desafio acústico é melhorar a
clareza da fala para garantir uma comunicação eficiente entre funcionários no posto
de enfermagem e assegurar a privacidade dos pacientes nas enfermarias, reduzindo
a propagação de som em áreas onde as informações do paciente são discutidas.
Além disso, é preciso reduzir a propagação do som ao longo dos corredores da
unidade, aplicando absorvedores de parede nas circulações, fora das enfermarias e
quartos individuais. Para garantir um bom condicionamento acústico, há no mercado
forros de absorção sonora como o Hygiene Performance A, Hygiene Clinic A e
Hygiene Clinic B e absorvedores de parede como Akusto Wall A e Akusto Wall C da
Ecophon para reduzir os níveis e a propagação do som. Há também do grupo
Rockwool, o forro Rockfon MediCare Plus que cumpre com os requisitos (Figura 1).

Figura 1 – Forro acústico Rockfon MediCare Plus em uma unidade de internação


27

Fonte: https://www.rockfon.co.uk/products/rockfon-medicare-
plus/?selectedCat=datasheets%20tiles%20and%20panels#Downloadsandvideos

Nas recepções de unidade de Ambulatório ou Diagnóstico por Imagem é


preciso garantir a privacidade, reduzindo a reverberança e diminuindo os níveis
sonoros que se espalham para as outras áreas do hospital. Isso pode ser feito
usando forros de absorção de som em todo ambiente, adicionando também forros
suspensos com o pé direito mais baixo diretamente acima do balcão da recepção
(Figura 2) e usando painéis de absorção de parede atrás da mesa da própria
recepção.
Figura 2 – Forro acústico rebaixado em recepção

Fonte: https://www.ecophon.com/br/solucoes-acusticas/saude/entradas/.
28

Em áreas críticas e especializadas como Unidades de Tratamento Intensivo


adulto, Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal, Unidade de Radiologia, de
Quimioterapia, salas de emergência, salas cirúrgicas, laboratórios é preciso além de
materiais que proporcionem conforto acústico, que sejam adequados aos níveis de
exigência de limpeza. Para isso temos o absorvedor de parede Hygiene Advance
Wall da Ecophon que cumpre a alta demanda de higiene e o forro Rockfon MediCare
Block da Rockwool Group (Figura 3).

Figura 3 – Forro Rockfon MediCare Block em uma UTIN.

Fonte: https://www.rockfon.co.uk/products/rockfon-medicare-
block/?selectedCat=datasheets%20tiles%20and%20panels#Downloadsandvideos

Nos espaços educativos de hospitais universitários é necessário usar um forro


que absorve o som em todas as frequências, e principalmente que tenham bom
desempenho em baixas frequências (125 Hz). É preciso também adicionar materiais
absorvedores na parede traseira oposta ao professor para melhorar a clareza da
fala, reduzindo os ecos. Além disso, em salas de ensino maiores, uma zona de
reflexão de fala deve ser adicionada ao forro para garantir que a emissão sonora do
palestrante passe para o fundo da sala (SAINT-GOBAIN ECOPHON AB, [s.d]).
29

Em suma, deve haver uma atenção especial ao tipo de revestimento utilizado,


para evitar ruídos específicos, como o ruído gerado pelo impacto da passagem de
carrinhos com as juntas do piso. As juntas em geral devem ser eliminadas e os
cantos das paredes arredondados para evitar o acúmulo de sujeira. Em relação aos
revestimentos de forros e paredes, a predominância de superfícies rígidas e
reflexivas, como cerâmicas, azulejos, Drywall, vidros e alvenarias podem ser
prejudiciais a um ambiente mais confortável acusticamente. Deve-se privilegiar o uso
de materiais fonoabsorventes, para controle da energia sonora interna dos locais de
circulações, permanência, cirurgia e convívio. No caso de sistemas de forro, existem
diversas linhas de forros acústicos especialmente para ambientes de saúde, com
tratamentos específicos para inibir a proliferação de fungos e bactérias (CROCE,
2018).
Outra solução material para os ambientes hospitalares seria a troca de
equipamentos ruidosos por outros mais silenciosos, ou quando está em um
ambiente de apoio logístico do hospital, como por exemplo em lavanderia e áreas de
manutenção, utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), ainda mais quando
é sujeito a um longo período exposto. Atualmente, existem equipamentos de sound
design, como os desenvolvidos pela empresa Man Made Music, que propõe alterar
os sinais sonoros emitidos pelos equipamentos de monitoramento de sinais vitais
dos pacientes, como batimentos cardíacos e pressão sanguínea (geralmente
alarmes incômodos), para melodias agradáveis, o que pode ser uma boa alternativa
para esses desconfortos.

4.3. CONSCIENTIZAÇÃO DE PESSOAL

Como uma das maiores fontes de ruído são as conversas em intensidades


altas, uma solução para reduzir esse problema seria o desenvolvimento de um
Programa de Intervenção para conscientizar as pessoas sobre os efeitos da
exposição de altos níveis de pressão sonora. Poderia propor diminuição da
intensidade vocal, fixação de bilhetes nas lixeiras e incubadoras para o manejo
cuidadoso, colocação de adesivos anti-impacto nas portas de armários e gavetas,
redução da intensidade do toque do telefone, discussão do problema do ruído em
grupo e tentativa de passagem de plantão em conjunto com toda equipe de
30

enfermagem, levantamento de opiniões e sugestões da equipe para redução do


ruído mediante resposta a um questionário, concurso de frases para fixar cartazes
nas unidades, principalmente nas UTI, e fixação de “termômetros do barulho” na
UTIN para manejo pela equipe com base na sensação auditiva, dentre outras.
Esse “termômetro do barulho” também conhecido como yacker tracker, é um
medidor de som de auto-monitoramento com sensibilidade de 50 dB(A) a 110 dB(A),
que é utilizado para as pessoas conscientizarem e perceberam a quantidade de
ruído que emitem e evitar emiti-lo mais.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ruído possui muitos efeitos danosos no bem-estar das pessoas, no


desenvolvimento de recém-nascidos, na qualidade de vida e de trabalho de
funcionários e outros. Entretanto, em um ambiente hospitalar, cabe às pessoas
conscientizarem sobre como evitar causar e estarem expostas a altos níveis de
pressão sonora, além de profissionais arquitetos e engenheiros proporem ambientes
acusticamente qualificados. E por fim, é de responsabilidade dos gestores garantir
que os projetos acústicos sejam executados, promover programas de
conscientização, viabilizar aquisição de equipamentos mais adequados
acusticamente e, principalmente, monitorar esses níveis de pressão sonora no
hospital.

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1388, nov./dez. 2016.
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Medição e avaliação de níveis de pressão sonora em áreas habitadas – Aplicação
de uso geral. Rio de Janeiro, maio 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10152: Acústica –
Níveis de pressão sonora em ambientes internos a edificações. Rio de Janeiro, dez.
2017.
31

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acústico em recintos fechados – Procedimento. Rio de Janeiro, abr. 1992.
BRASIL, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conforto Ambiental em
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Vigilância Sanitária, 1ªed., 2014.
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e Operações Insalubres (NR-15). Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego,
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