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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA

Disciplina: História Contemporânea; “O longo século XIX”


Prof. Me. Wagner Cabral da Costa

Aluno: Márcio André Costa Sampaio

APONTAMENTO DO TEXTO: A Invenção dos Direitos Humanos, uma História,


capítulo 1, Lynn Hunt

São Luís

2021
“Uma breve incursão na história dos termos ajudará a fixar o momento do surgimento
dos direitos humanos. As pessoas do século XVIII não usavam frequentemente a
expressão “direitos humanos” e, quando faziam, em geral queriam dizer algo diferente
do significado que hoje lhe atribuímos”. (P.11)

“Jefferson, por exemplo falava em “direitos naturais”. Começou a utilizar “direitos do


homem” somente depois de 1789”. (P.11). “Ao sustentar que os africanos gozavam de
direitos humanos, Jefferson não tirava nenhuma ilação sobre os escravos negros no país.
Os direitos humanos, pela definição de Jefferson, não capacitavam os africanos, muito
menos os afro-americanos, a agir em seu próprio nome”. (P.12)

“O termo “direito do homem” começou a circular em francês depois de sua aparição em


O contrato social (1762), de Jean-Jacques Rousseau, ainda que ele não desse ao termo
nenhuma definição e ainda que, ou talvez porque, o usasse ao lado de “direito da
humanidade”, “direito do cidadão” e “direito da soberania”. Qualquer que fosse a razão,
por volta de junho de 1763, “direitos do homem” tinha se tornado um termo comum...”
(P.13)

“Quando linguagem dos direitos humanos apareceu, na segunda metade do século


XVIII, havia a princípio pouca definição explícita desses direitos. Rousseau não
ofereceu nenhuma explicação quando usou o termo “direitos do homem” ... D’Holbach
e Mirabeau, figuras controversas do Iluminismo, referia-se aos direitos do homem como
se fossem óbvios e não necessitassem de nenhuma justificação ou definição; eram, em
outras palavras, auto evidentes”. (P.15)

“A ambiguidade dos direitos humanos foi percebida pelo pastor calvinistas Jean-Paul
Rabaut Saint-Étienne, que escreveu ao rei francês em 1787 para se queixar das
limitações de um projeto de edito de tolerância para protestantes como ele próprio...
“Chegou a hora em que não é mais aceitável que uma lei que invalide abertamente os
direitos da humanidade, que são muito bem conhecidos em todo o mundo””. (P.17)

“Os direitos humanos são difíceis de determinar porque sua definição, e na verdade a
sua própria existência, depende tanto das emoções quanto da razão. A reivindicação de
auto evidência se baseia em última análise num apelo emocional: ela é convincente se
ressoa dentro de cada indivíduo”. (P.17-18)
“Para ter direitos humanos, as pessoas deviam ser vistas como indivíduos separados que
eram capazes de exercer um julgamento moral independente; como dizia Blackstone, os
direitos do homem acompanhavam o indivíduo “considerado como um agente livre,
dotado de discernimento para distinguir o bem e o mal””. (P.19)

“Os direitos humanos dependem tanto do domínio de si mesmo como do


reconhecimento de que todos os outros são igualmente senhores de si. É o
desenvolvimento incompleto dessa última condição que dá origem a todas as
desigualdades de direitos que nos têm preocupado ao longo de toda a história”. (P.22)

“Na década de 1780, a abolição da tortura e das formas bárbaras de punição corporal
tinham se tornado artigos essenciais na nova doutrina dos direitos humanos”. (P.25)

“Acredito que a mudança social e política, nesse caso, os direitos humanos, ocorre
porque muitos indivíduos tiveram experiências semelhantes, não porque todos
habitassem o mesmo contexto social, mas porque, por meio de suas interações entre si e
com suas leituras e visões, eles realmente criaram um novo contexto social. Em suma,
estou insistindo que qualquer relato de mudança histórica deve no fim das contas
explicar a alteração das mentes individuais. Para que os direitos humanos se tornassem
autoevidentes, as pessoas comuns precisaram ter novas compreensões que nasceram de
novos tipos de sentimentos”. (P.29-30)

“Aprender a sentir empatia abriu o caminho para os direitos humanos, mas não
assegurava que todos seriam capazes de seguir imediatamente esse caminho. Ninguém
compreendeu isso melhor, nem se afligiu mais a esse respeito, do que o autor da
Declaração da Independência”. (P.47)

Em suma, o texto aborda a questão dos direitos humanos sua origem no contexto
histórico e como se desenvolvera como hoje conhecemos. Vemos que os “direitos
naturais” englobavam parcelas de pessoas e não todas, como por exemplo os africanos
que eram tratados como animais sendo lhes retirados os direitos básicos para viver.
Observamos que os direitos humanos são resultados de longas lutas e revoluções,
devem ser reconhecidos a cada indivíduo independente de suas preferências pessoais.

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