Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A+
A-
Unidade 3
Direitos Humanos
Introdução
Neste material, falaremos dos direitos humanos. Trata-se da mais bela criação humana. A
preocupação com o outro deve ser algo importante. Podemos afirmar que os direitos humanos são
sim uma das mais importantes e belas construções da humanidade, um sistema capaz de dotar os
humanos de igualdade formal e material, juntamente com a ideia de constitucionalismo e dos
direitos fundamentais que estudamos anteriormente.
Que nos perdoem Picasso, Michelangelo, Shakespeare, Machado de Assis e tantos outros artistas
que criaram obras respeitadas por meio dos anos. A maior obra de arte da humanidade será
estudada nas próximas linhas, e é dever de todos conhecê-los e lutar para que esses direitos sejam
do conhecimento de todos, garantidos e exequíveis.
A escravidão, outro exemplo tão próximo a nós, tornava objeto o outro. Não era homem o escravo;
era coisa, objeto, propriedade, bem. Repetimos: era tudo, menos homem. Agora, ressuscitam um
A+
conceito: homem de bem. Já utilizado em outros momentos históricos, assim, homem de bem é
homem. Já o marginal, marginalizado, o que vive à margem, não é homem, é bandido, é sujo, é mal,
e, portanto, pode ser descartado e a ele não devemos garantir nenhum direito. A-
Sob esses aspectos, voltamos a perguntar: o que é o homem? A pessoa humana? Comparato diz
que:
[...] foram necessários vinte e cinco séculos para que a primeira organização internacional a
englobar a quase totalidade dos povos da Terra proclamasse, na abertura de uma
Declaração Universal de Direitos Humanos, que “todos os homens nascem livres e iguais em
dignidade e direitos” (2019, p. 25).
E continua:
Ora, essa convicção de que todos os seres humanos têm direito a ser igualmente respeitados,
pelo simples fato de sua humanidade, nasce vinculada a uma instituição social de capital
importância: a lei escrita, como regra geral e uniforme, igualmente aplicável a todos os
indivíduos que vivem numa sociedade organizada (COMPARATO, 2019, p. 26).
Imaginemos, portanto, que alguém amado é brutalmente assassinado. Crimes com grande
expressão de repulsa tendem a fazer com que nossa humanidade reaja, seja para proteger, seja para
atacar. Em que pese a morte de alguém amado nos fazer pensar em uma punição cruel para aquele
que cometeu o crime, o mesmo fato, vivido sob outra ótica, talvez a da mãe do assassino, faça-a
pensar que o filho deve sim ser punido, mas respeitando a dignidade de sua pessoa, enquanto
humano.
Podemos ir mais longe: o deus da guerra é o deus daquele que vence a guerra, o deus do perdedor é
subjugado. Logo, se eu acredito em Odin e parto ao ataque daqueles que acreditam em Baco,
saindo vencedor do embate, posso afirmar que Odin é o maior de todos os deuses, contudo a morte
que forcei aos que acreditavam em Baco pode ter sido deveras pesada e forçada. É preciso
compreender a humanidade daquele que vence e daquele que perde. Antes de lutadores,
vencedores e perdedores, somos simples e tão somente, humanos.
Para Comparato:
03:43
É importante lembrar que ela foi a base da famosa Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Como o objetivo desta unidade é conhecermos a base jurídica que fez com que houvesse a garantia
dos direitos aos homens (entendidos como um conjunto), o texto que analisaremos é aquele datado
de 1789. Seu objetivo, segundo Emerson Malheiro (2018, p. 8), era “[...] universalizar os princípios
de liberdade, igualdade e fraternidade”.
Ainda Malheiro diz:
Desse artigo podemos extrair a base de qualquer ordenamento jurídico baseado na garantia de
direitos: a igualdade. A ideia de igualdade apresentada no art. 1º é meramente formal. A igualdade
material só será conhecida em momento posterior da história da humanidade. Assim, esse
documento ainda admitia, por exemplo, a escravidão em colônias francesas.
Em síntese, a igualdade formal é tratar todos de maneira igual, sem quaisquer diferenciações. A
igualdade material buscará o “desigualar para igualar”, ou seja, se admite que as pessoas estão em
condições de diferenciação, e para as equiparar, por vezes, será preciso desigualar.
A+
A-
É importante destacar que estamos de frente ao que vimos na Unidade II, de forma materializada.
Os direitos de 1ª dimensão.
Esse artigo demonstra uma diferença para a obra que o inspirou. A titularidade do poder soberano,
diferente da contida no texto americano, é da nação (e não do povo). O foco desse modelo francês,
portanto, é a manutenção da nação.
O Art. 4º da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
“Art. 4.º A Liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo: assim, o exercício
dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros
membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados A+
pela lei” (BIBLIOTECA VIRTUAL DE DIREITOS HUMANOS, 2019, on-line).
A limitação da liberdade, nos moldes do artigo, somente pode ocorrer quando for para assegurar A-
aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Aqui, já há algo que foi estudado na
Unidade II: a utilização dos direitos fundamentais também nas relações privadas. O ditado popular
“o meu direito começa onde o seu termina” também diz muito sobre esse artigo.
No texto anterior: “[...] deve ser a mesma para todos, seja para proteger, seja para punir [...]”, é
possível ver novamente a preocupação somente com a igualdade formal, e não com a igualdade
material. A preocupação de acesso aos cargos públicos sem distinção também servirá para o
combate ao nepotismo.
Neste artigo, está o chamado princípio do devido processo legal, que é a necessidade do
atendimento às formas prescritas por lei para que seja possível que a pessoa seja acusada, presa ou
detida. Destaca-se também que, ainda que arbitrária, o cidadão deve obedecer imediatamente para
não incorrer em resistência. Outro ponto importante é a preocupação com a vedação ao abuso do
poder, inclusive, podendo ser punidos os abusadores. Malheiro (2018, p. 8) lembra que, “[...] na
forma da Declaração, a sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua
administração”.
Demais Artigos
Os demais artigos ainda tratam da liberdade de expressão, do monopólio estatal da força, do
pagamento de tributos, como dever e capacidade contributiva, do dever de verificar as contas
públicas, do dever de prestação de contas pelo agente público, da garantia dos direitos
fundamentais e separação dos poderes e dos direitos de propriedade (inviolável e sagrado), sem o
reconhecimento de sua função social ainda.
Como vimos, o documento francês foi um grande passo em direção ao que hoje conhecemos como
direitos humanos. Há um documento posterior, datado de 1948, que se tornou ainda mais
importante. Vamos ao seu estudo.
É elaborada por diversos representantes de diferentes países, origens jurídicas e culturas buscando
A+
fazer constar em um único documento os desejos de toda a humanidade (um desejo, admitamos,
muito ousado), proclamada em 10 de dezembro de 1948 em assembleia na sede das Nações
Unidas. A-
Essa norma, conforme consta no site das Nações Unidas, ONU, já foi traduzida para mais de 500
idiomas diferentes, sendo, portanto, o documento mais traduzido no mundo. Além disso, serviu e
serve de inspiração para as constituições democráticas desde o seu nascimento.
FIQUE POR DENTRO
Vítimas Judias e o Holocausto
A política nazista de extermínio perpetrada na Europa e que culminou na morte de seis milhões
de judeus tornou-se, atualmente,tema célebre para diversas produções midiáticas. Diante dessa
presente demanda,a memória social sobre as vítimas judias da Segunda Guerra (1939-1945)
toma novos sentidos. Portanto, ao contrário do que vemos atualmente, o genocídio dos judeus na
Segunda Guerra era pouco explorado, pouco debatido e pouco noticiado.Longe de ser um pesado
arquivo morto, já acabado e definitivo, a memória se caracteriza por suas sucessivas
deformações, que a torna aberta à dialética do lembrar e do esquecer e vulnerável a
manipulações e apropriações (NORA, 1984).Nesse sentido, esse artigo busca mostrar a
cobertura jornalística do pós-guerra(1945), no jornal Folha da Manhã, e como estava sendo
construída uma memória social acerca das vítimas judias que diverge do que presenciamos hoje
como a memória do Holocausto. Fique por dentro no link a seguir.
http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/9o-encontro-2013/artigos/gt-historiografia-
da-midia/vitimas-judias-e-o-holocausto-um-trabalho-da-memoria
O tema holocausto, em que pese ser muito utilizado como argumento para encerrar qualquer
questão, não pode por isso ser esquecido. É preciso que essa memória se mantenha viva para que a
humanidade não corra o risco de vê-la se repetir.
Trata-se, aqui, nada menos, do que da declaração que consolida a afirmação de uma ética
mundial para os valores relativos aos direitos humanos. Versando sobre direitos civis,
políticos, sociais, econômicos e culturais – num avanço considerável para a época –, logrou
enumerar definitivamente os direitos e liberdades fundamentais a que a Carta de São
Francisco apenas havia feito referência genérica. Foi aprovada pela Resolução 217 A (III) da
Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 10 de dezembro de 1948. Votaram a favor 40
países, contra 8 que se abstiveram (África do Sul, Arábia Saudita, Bielo-Rússia, Iugoslávia,
Polônia, Tchecoslováquia, Ucrânia e União Soviética). Nenhum país votou contra. A
Declaração Universal dos Direitos Humanos assegura, no seu art. I, que “todos os homens
nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem A+
agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”. No art. II, detalha-se essa
liberdade: Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos A-
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou
qualquer outra condição. Em outras palavras, o documento trata da chamada “cidadania
universal” e visa proteger os direitos de homens, mulheres e crianças de todo o mundo,
independentemente de raça, cor ou religião. Os seus 30 artigos discorrem sobre o direito à
alimentação, ao trabalho, à saúde e à educação – direitos econômicos, sociais e culturais –,
bem como o direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal, o direito de ir e vir, o direito de
liberdade de expressão e pensamento – além dos direitos políticos, entre tantos outros. A
Declaração coloca a dignidade da pessoa humana como núcleo de todos os direitos
humanos. Tendo sido aprovada como Resolução, não tomou a forma de um tratado
multilateral, o que deu margem a questionamentos sobre sua força vinculante, já que
Resolução não possui força de lei. Não temos qualquer receio em afirmar que a Declaração
tem força jurídica vinculante plena (2018, p. 141).
Sendo a dignidade da pessoa humana o núcleo de todos os direitos humanos, como afirmou
acertadamente Castilho, é importante entender do que ela se trata. Ela é “[...] o valor supremo que
agrega em torno de si a unanimidade dos demais direitos e garantias fundamentais do homem, [...]
corroborando para um imperativo de justiça social”, afirma Uadi Lammêgo Bulos (2002, p. 49-50), e
continua: “[...] sua observância é, pois, obrigatória para a interpretação de qualquer norma
constitucional, devido à força centrípeta que possui, atraindo em torno de si o conteúdo de todos
os direitos básicos e inalienáveis do homem”.
A Declaração possui 30 artigos e, como vimos, comporta em seu conteúdo desde direito civis e
políticos, passando por direitos econômicos, culturais e sociais, chegando na universalidade,
interdependência e indivisibilidade dos direitos humanos.
A análise dos artigos proposta por Leonardo Caldeira Nemer Brant apresenta a seguinte conclusão:
Art. 7º: estabelece o direito a ser protegido por lei contra violações dos direitos fundamentais.
Art. 16: reconhece a igualdade de direitos entre o homem e a mulher de acordo com o matrimônio
e a proteção especial à família.
Art. 23: o direito ao trabalho, à livre escolha, garantindo um salário igual por um trabalho A+
correspondente e garante ainda a liberdade sindical.
A-
Art. 24: o direito ao descanso e ao lazer no tempo livre.
Art. 25: o direito à saúde, ao bem-estar social, o tratamento especial à maternidade e às crianças.
Art. 27: o direito de fazer parte livremente da vida cultural e científica da comunidade, assim como
os direitos do autor.
Art. 28: o direito a uma ordem social e internacional na qual os direitos e liberdades proclamados
pela Declaração sejam plenamente efetivados.
Art. 29: no que se refere aos deveres da comunidade, reconhece os deveres e liberdades do outro,
cujo exercício deve se dar em observância e conformidade com os propósitos e princípios das
Nações Unidas.
Art. 30: nada na Declaração poderá ser interpretado no sentido de justificar atos tendentes à
supressão de qualquer dos direitos ou liberdades inscritos nesse documento.
A Declaração teve forte influência em todo o ordenamento jurídico mundial, e a maioria dos seus
artigos é vista nas constituições democráticas promulgadas após 1948.
Internacional
Proposta na Convenção Europeia de Direitos Humanos, enunciou direitos como: vida, proibição de
tortura, proibição de escravatura e trabalhos forçados, liberdade, segurança, expressão, reunião e
casamento, entre outros. Em síntese, direitos civis e políticos; os econômicos, sociais e culturais
foram previstos em outro documento, a Carta Social Europeia.
Sistema Regional Interamericano de Direitos Humanos
A respeito do Sistema Regional Interamericano ensina Oliveira:
A OEA é composta pela Assembleia Geral, Conselhos, Comissão Jurídica Interamericana, Comissão
Interamericana de Direitos Humanos, Conferências Especializadas e Organismos Especializados,
entre outros. A Assembleia Geral é o órgão máximo da OEA.
A Proteção dos Direitos do Homem Americana abarca temas como: vida, segurança, integridade,
igualdade, liberdade religiosa, liberdade de investigação, opinião e difusão de pensamento,
proteção à honra, reputação pessoal, vida particular e familiar, proteção da família, residência e
trânsito, inviolabilidade do domicílio, saúde e bem-estar, educação, cultura, trabalho e descanso,
entre outros.
[...] Carta Africana de Direitos do Homem e dos Povos, também conhecida como Carta de
Banjul (Gâmbia), adotada pelos membros da Organização da Unidade Africana em 26 de
junho de 1981, em Nairóbi, no Quênia. Importante relacionar que a Organização da
Unidade Africana foi sucedida pela União Africana, criada em 2002, e se compõe de 54
países, sendo que o único país africano não integrante é o Reino de Marrocos. Na Carta
Africana insere-se ainda o Primeiro Protocolo à Carta Africana de Direitos dos Homens e dos
Povos, que instituiu o Tribunal Africano de Direitos Humanos e dos Povos, aprovado em
Sharm-el-Sheikh, no Egito, na data de 1 de julho de 2008 (OLIVEIRA, 2016, p. 141).
Ela tratou dos direitos civis, políticos, econômicos e culturais em seu texto. Ela reconhece:
[...] a princípio, que “Toda a pessoa tem direito ao gozo dos direitos e liberdades reconhecidos
e garantidos na presente Carta, sem nenhuma distinção, nomeadamente de raça, de etnia,
de cor, de sexo, de língua, de religião, de opinião política ou de qualquer outra opinião, de
origem nacional ou social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra situação” (art. 2º). A+
Assim como os sistemas congêneres (europeu e interamericano), assenta-se na igualdade e
não discriminação. Em seus artigos iniciais, a Carta Africana enuncia a inviolabilidade da A-
vida e como tal todo o ser humano tem o direito ao respeito da sua vida e à integridade física
e moral da sua pessoa, ninguém podendo ser arbitrariamente privado desse direito (art. 4º).
Em seguida, adentra no direito ao respeito da dignidade inerente à pessoa humana e ao
reconhecimento da sua personalidade jurídica, o que implica enunciar que “todas as formas
de exploração e de aviltamento do homem, nomeadamente a escravatura, o tráfico de
pessoas, a tortura física ou moral e as penas ou os tratamentos cruéis, desumanos ou
degradantes são interditas” (art. 5º). Essa é uma passagem particularmente significativa aos
africanos, que conviveram (e convivem) por séculos com inúmeras formas de exploração
(OLIVEIRA, 2016, p. 141).
Além disso, em seus artigos tratou da igualdade, liberdade, segurança, garantias judiciais,
associação, reunião, educação, cultura, propriedade, família e saúde, dentre outros temas.
Há ainda outros documentos, como a Carta Democrática Interamericana, que adotaram uma
cláusula democrática, que diz que:
Deyse Ventura e Marcos Rolim propõem em seu artigo “Direitos Humanos” o seguinte
A-
questionamento:
http://www.dhnet.org.br/direitos/mercosul/a_pdf/rolim_dh_mercosul.pdf.
Contudo, a proteção aos direitos humanos não foi esquecida, e seu principal documento é o
Protocolo de Assunção sobre Compromisso com a Promoção e a Proteção dos Direitos Humanos
do Mercosul.
Segundo Oliveira,
Recentemente, o Mercosul, que estava deixado de lado, fez uma aproximação com a União
Europeia, que poderia render bons frutos comerciais, contudo ainda há uma série de aprovações
que devem ser vencidas para a assinatura de um possível tratado de parceria entre esses dois
blocos.
O Tribunal de Nuremberg
O Tribunal de Nuremberg possui uma grande importância para os direitos humanos no âmbito
internacional. Como falamos aqui, a ONU nasceu em virtude do fim da Segunda Guerra Mundial,.
Para além disso, o mundo ficou horrorizado com tamanhas barbaridades realizadas durante a
guerra, em especial, pelo nazismo alemão.
SAIBA MAIS
“O Tribunal de Nuremberg e Polêmica das Sanções Adotadas”
Aborda a temática dos direitos humanos nas sanções aplicadas pelo Tribunal de Nuremberg, que
julgou alguns dos líderes nazistas devido às violações ocorridas durante a Segunda Guerra
Mundial. Ao se tratar do tribunal alemão, avalia-se a questão das violações dos direitos
fundamentais com a realização de um tribunal de exceção e ausência da escolha de advogados
pelos réus. As graves violações, no entanto, exigiam uma resposta, pois criminosos ficariam
impunes. O referido tribunal “ad hoc” serviu de base para a criação do Tribunal Penal
Internacional, com sede em Haia. Para saber mais, acesse o link a seguir.
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/nuremberg/trevizan_nuremberg_sancoes.pdf
Sempre que alguém se propõe a estudar, em especial o(a) aluno(a) das disciplinas jurídicas, como os
Direitos Humanos, a história da humanidade, o Tribunal de Nuremberg traz ao estudioso ideias
importantes para avançarmos como espécie. Ora, um tribunal criado para julgar os crimes de
guerra praticados pelo regime nazista é um tema muito essencial para o estudo. Não deixe de ler
artigos sobre o tema!
O tribunal funcionou por 135 dias e julgou 24 pessoas. A ideia era dar a eles um julgamento justo,
diferente daqueles com os quais julgaram. Os principais réus de Nuremberg foram Hermann
Görring, número 2 na hierarquia nazista, Albert Speer, ministro de armamentos do Reich, Rudolf
Hess e karl Dönitz.
A+
O Tribunal Penal Internacional (TPI) tem sede em haia (Países Baixos), e iniciou suas atividades em
2002. Regido pelo princípio da complementaridade,
[...] o Tribunal processa e julga indivíduos acusados de crimes de genocídio, crimes contra a
humanidade, crimes de guerra e, desde 17 de julho de 2018, crimes de agressão.
Diferentemente da Corte Internacional de Justiça, que examina litígios entre estados, o TPI
julga apenas indivíduos. A existência do Tribunal contribui para prevenir a ocorrência de
violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário, além de coibir
ameaças contra a paz e a segurança internacionais. O TPI examina, atualmente, 21
situações, sendo 11 investigações (Uganda, República Democrática do Congo,
Darfur/Sudão, República Centro-Africana, Quênia, Líbia Côte d'Ivoire, Mali, República
Centro-Africana II, Geórgia e Burundi) e 10 exames preliminares (Afeganistão, Colômbia,
Guiné-Conacri, Iraque/Reino Unido, Nigéria, Palestina, Filipinas, Bangladesh/Myanmar,
Ucrânia e Venezuela). O Brasil depositou seu instrumento de ratificação do Estatuto de
Roma em 20 de julho de 2002. O tratado foi incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro
por meio do Decreto nº 4.388, de 25 de setembro de 2002. Atualmente, o Estatuto de Roma
conta com 122 estados partes – dos quais 33 são africanos; 28 latino-americanos e
caribenhos; 25 do grupo da Europa Ocidental e Outros; 18 da Europa do Leste e 18 da Ásia
e Pacífico. Todos os países da América do Sul são partes do Estatuto. A partir de 1º de junho
de 2019, a Malásia tornar-se-á o 123º estado parte. Como qualquer instrumento jurídico
internacional, o Estatuto de Roma é produto de seu tempo e é passível de ajustes para seu
aprimoramento. O Brasil tem exercido papel de liderança nas reuniões em que os estados
partes tratam de ajustes com vistas a promover maior aceitação e a consolidação do TPI – a
exemplo das discussões que levaram à adoção, em 2010, na Conferência de Revisão de
Campala (Uganda), das emendas relativas ao crime de agressão, que estabelecem as
condições para que o TPI possa exercer sua jurisdição sobre esse crime. O Brasil está
comprometido com o processo de ratificação dessas emendas, o qual se encontra em
andamento. A brasileira Sylvia Steiner integrou o corpo de juízes do TPI. Tendo cumprido
mandato até 2012, continuou a exercer suas funções até a conclusão de caso no qual
atuava. Hoje, ela é membra do Comitê Consultivo para Nomeações do TPI (BRASIL, 2019,
on-line).
O Tribunal Penal Internacional era um desejo antigo de juristas, filósofos e políticos, e a ideia era
um tribunal capaz de julgar crimes de comoção internacional, sem que fossem esquecidos os
princípios do Estado Democrático de Direito.
SAIBA MAIS
Os Direitos Humanos e o Tribunal Penal Internacional A+
Como resultado de um longo processo histórico de apreciação aos direitos humanos, o Tribunal
A-
Penal Internacional se estabelece como o primeiro órgão de jurisdição internacional de caráter
permanente com o objetivo de pôr fim à impunidade dos autores de crimes que afetam a
comunidade internacional em seu conjunto. O Tribunal decorre do desenvolvimento de uma
cidadania mundial em que todos os atores sociais devem zelar pela perpetuação da paz mundial e
reprimir os atos que ameacem perturbá-la. Esse estudo visa delinear o contexto de surgimento
do Tribunal Penal Internacional bem como seus princípios basilares e limites de jurisdição, e
pretende, ainda, analisar a sua contribuição para a efetivação dos direitos humanos. Para saber
mais, acesse o link a seguir.
https://juridicocerto.com/p/canedo-e-silva-adv/artigos/os-direitos-humanos-e-o-tribunal-penal-
internacional-3261
É importante destacar a importância do TPI para a concretização dos direitos humanos. Ora, se por
direitos humanos nós entendemos (e falamos isso durante todo esse trabalho) que são aqueles
destinados a toda a humanidade, nada mais justo que crimes que ofendam esses direitos em nível
internacional sejam assim julgados.
02:48
A+
INDICAÇÃO DE LEITURA
A-
Homo sacer: o poder soberano e a vida nua
Autor: Giorgio Agamben
Ano: 1995
Editora: UFMG
ISBN: 10:8570413076
Sinopse: Em seu livro, Giorgio Agamben propõe uma leitura reflexiva e, ao mesmo tempo,
instigante sobre a figura do homo sacer, usando-a para discutir o poder soberano na
sociedade moderna e contemporânea, utilizando o pensamento de Hannah Arendt, Karl
Schmitt, Alain Badiou, Emile Durkheim, Walter Benjamin e outros, mas com especial atenção
à obra de Michel Foucault. Trata dos paradoxos da sacralidade da vida humana, que é um
problema filosófico também ligado aos direitos humanos. O principal argumento vai de
encontro à proteção sacra da vida e a captura e a ameaça com a exceção. A arqueologia do
homo sacer remete à problemática da sacralidade da vida, que perpassa de muitas formas a
história da ética e da filosofia política ocidental. A formulação de alguns vestígios de sua
arqueologia nos possibilitará manter uma postura crítica com nosso presente, em especial na
relação que estabeleceu entre a vida humana e os dispositivos de poder.
Considerações Finais
Caro(a) estudante, finalizando esta unidade é hora de refletirmos. A importância da proteção aos
direitos humanos é a marca da sociedade moderna. Em que pesem as graves falhas nessa proteção,
avançamos nos últimos 70 anos de forma coesa e retilínea. Os seres humanos conseguiram chegar
ao status de iguais.
Não há mais o bárbaro, o objeto, o monstro à espreita. Há seres humanos, com suas idiossincrasias,
suas verdades, sua cultura e um mundo imenso que precisa tratar delas e fazer com que
funcionemos como cidadãos do mundo, e não apenas da nossa região geográfica. Os temores das
guerras, do próprio holocausto, ainda não abandonaram nossa espécie.
A proteção dos direitos humanos é o bastião para que não precisemos ver novamente do que
somos capazes para então pensarmos novamente em proteção.
Atividade
Fernando passeava por Paris quando se deparou com uma feira. Entre aquela grande quantidade produtos, verificou que A+
uma banca possuía diversas fotos de crianças em um catálogo. Ao perguntar para a vendedora se o produto que ela oferecia
eram fotos de meninas, ela riu e disse: “Eu vendo crianças!”. De posse do conhecimento de direitos humanos, responda: A-
Só é possível a venda de crianças devidamente compradas de seus pais biológicos com a devida assinatura do Certificado de
Compra de Humanos.
Caso Fernando decida comprar uma criança; ele deverá registrá-la como se filha sua fosse.
Os direitos humanos compreendem a toda espécie humana, não havendo distinção entre sexo, cor, gênero etc.
Atividade
“Todo camburão tem um pouco de navio negreiro.” A música da banda O Rappa faz alusão a dois componentes: um histórico
e outro atual. Com base nos direitos humanos, a música do Rappa diz respeito, respectivamente:
À escravidão não é considerada afronta aos direitos humanos, pois os negros naquele período não eram considerados
humanos.
Ao camburão, que é um carro da polícia para carregar potenciais bandidos. Não para defender direitos humanos.
Ao navio negreiro, que diz respeito aos bandidos que eram carregados nos seus porões iguais aos bandidos nos camburões.
Atividade
O Tribunal de Nuremberg foi instituído para julgar os crimes cometidos pelo Partido Nazista na Alemanha e em outros
países. Os crimes do nazismo contra os direitos humanos foram, além de outros:
O holocausto e a defesa da identidade americana.
A+
A forma correta de execução em períodos de guerra.
A-
Julgar os kamikazes japoneses pela destruição de armamento militar do Japão.