A diversidade cultural é patrimônio comum da humanidade. A
cultura adquire formas diversas por meio do tempo e do espaço, que, por sua vez, manifestam-se na originalidade e na pluralidade das identidades que caracterizam os grupos e a sociedade que compõem a humanidade. Sendo fonte de intercâmbio, inovação e criatividade, a diversidade cultural é para o gênero humano tão necessária quanto a diversidade biológica para os organismos vivos. É por isso que essa diversidade se constitui patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em benefício das futuras gerações.
Esta pluralidade em nossas sociedades garante uma interação
harmoniosa quando impulsionada pela vontade do conviver das pessoas, acolhendo a inter-relação com as diferenças de forma dinâmica, formando uma única totalidade social, a humana. Portanto, as políticas que favorecem a inclusão e a participação de todos são vitais para a construção da paz entre as noções e no interior destas. O intercâmbio cultural, o “conhecer para compreender”, perfaz as várias formas de leitura do mundo, as quais permitem novos olhares sobre o espaço ocupado e a existência, de forma geral.
É nesse contexto que o Ensino Religioso, como disciplina, tem
também a função de proporcionar ao educando a possibilidade de refletir sobre vários aspectos da existência, entre eles o transcendente. Levá-lo a questionar sobre o sentido da vida, descobrindo seu comprometimento com a comunidade, em estado consciente de sua participação no todo. A consequência desta descoberta poderá́ afetar as ações, gestos, palavras, significados: construções que farão parte da sua vivência e convivência.
O fato de toda pessoa ter a liberdade de pensamento, de
consciência (crenças) e de religião inclui a possibilidade de os indivíduos assumirem ou não uma opção de crenças de forma coletiva ou individual. Neste sentido, a discriminação entre os seres humanos é uma ofensa à dignidade humana e deve ser condenada como uma violação aos Direitos Universais da pessoa. Contudo, a intolerância está aí e desafia a convivência das comunidades. Um desafio que a educação deve se pôr, para efetivar a harmonia dos seres humanos: desenvolvidos o melhor possível e de posse do conhecimento historicamente construído.