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CM Bullyng e EMC
CM Bullyng e EMC
Justificativa........................................................................................................................3
Formulação do problema...................................................................................................4
Hipóteses...........................................................................................................................5
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO.........................................................6
Objectivos..........................................................................................................................7
CAPÍTULO II.................................................................................................................8
Educação Moral e Cívica.............................................................................................8
2.1 O conceito de Educação Moral e Cívica.................................................................9
2.2 OBJECTIVOS DA EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA.......................................12
2.4 Conteúdos Fundamentais teóricos da Educação Moral e Cívica...........................13
CAPÍTULO III-O BULLYING.......................................................................................14
3.1 Origem do termo Bullying.....................................................................................15
3.2 Conceito de bullying..............................................................................................16
3.3 Principais características do bullying:...................................................................17
3.4 Não falamos de bullying quando:..........................................................................17
3.5 Tipos de bullying..................................................................................................17
3.5 Participantes do fenómemo bullying.....................................................................19
3.5.1 Vítima.............................................................................................................19
3.5.2 Agressor/a (Bully)...........................................................................................19
3.5.3 Testemunhas...................................................................................................20
3.6 Causas do bullying................................................................................................20
3.7 Consequências do bullying....................................................................................21
3.7.1 Consequências para as vítimas.......................................................................21
3.7.2 Consequências para os agressores..................................................................21
3.7.3 Consequências para as testemunhas...............................................................21
3.8 Alguns factos sobre o bullying..............................................................................21
CAPÍTULO IIII-..............................................................................................................23
A Educação Moral e Cívica como ferramenta de controlo ao bulling no Ensino Primário
.........................................................................................................................................23
4.1 A EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA NAS ESCOLAS........................................25
CONCLUSÃO.................................................................................................................27
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................28
ANEXOS.........................................................................................................................29
Justificativa
2
Formulação do problema
3
Hipóteses
4
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
5
Objectivos
Objectivo geral
.
Matérias
1. Folhas A4
2. Cadernos
3. Lapiseiras
4. Telefone
5. Computador.
Cronogramas de actividades
Actividades de pesquisa Dez Jan Fev Ma Abri Maio
r l
Escolha e definição do tema. X
Pesquisa bibliográfica X
Implementação do entrevista X X
Recolha de dados X
Redacção final do trabalho X
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CAPÍTULO II
7
O conhecimento da Moral e da sua aplicação na vida prática de todo e qualquer ser
humano é urgente e necessário para que tenhamos uma sociedade sadia, capaz de se
orientar o princípio fundamental da respectiva Moral: "Bonum est faciendum et malum
vitandum"(Devemos fazer o bem e evitar sempre o mal)
Para melhor percepção, é necessário decifrar cada termo que compõe a Educação Moral
e Cívica
Educação: processo que visa o desenvolvimento harmónico do ser humano nos seus
aspectos intelectual, moral e físico e a sua inserção na sociedade.
Moral: conjunto de normas de conduta consideradas mais ou menos absolutas e
universalmente válidas. Conjunto de costumes e opiniões de um indivíduo ou de grupo
social respeitantes a comportamento
Cívica(o):relativo aos cidadãos, como membros da Nação, respeitantes ao bem público;
que diz respeito ao bem comum.
A educação é entendida, como uma busca de igualdade para todos os indivíduos, que se
alcança pela aplicação de métodos eficazes para a aprendizagem do saber selecionado
para ser ensinado, e por outra, é a implementação de um sistema educativo de
responsabilidade do estado de qualquer pais que garante a educação para todos,
sustentando a promessa de progresso e acesso a todos os indivíduos (Vergara, 2015).
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Actualmente, fala-se de educação intercultural como uma proposta de ação educativa
teórico-prática em que prevalece o reconhecimento da existência dos outros como
sujeitos possuidores de uma cultura diferente e o conhecimento do que isto significa em
tremos de semelhanças e diferenças com a própria cultura escolar caraterizada por
múltiplas influências.
Segundo os gregos a palavra moral vem do latim moralis, que significa maneira de
viver, já os romanos associam esta origem a palavra ethos, que é entendida como a
maneira de fazer ou adquirir as coisas, costume, hábito. No entanto, moralis diz respeito
aos costumes.
Changwoo & Hyemin (2013), consideram a "ética ou filosofia moral" como disciplina
preocupada com o que é moralmente bom e mau, certo e errado. Ele afirmou que o
termo é também aplicado a qualquer sistema ou teoria dos valores morais ou princípios.
Da mesma forma, a ética comummente é considerada como um campo de reflexão
filosófica que orienta o nosso comportamento. A palavra cívica em muitos casos é
associada a educação para cidadania, em outros como formação cívica, todos eles
procurando compreender acerca dos valores humanos que permitem uma boa vivência
em sociedade. Assim, o objetivo da formação cívica é conseguir que o sujeito atue de
acordo com o que é o bem ou aquilo que é considerado bom. A formação cívica deverá
proporcionar ao indivíduo um conjunto de critérios para atuar de forma autónoma e
racional perante situações que apresentem conflitos de valores.
Apesar das diferenças, a base comum em que se apoia a competência social e cívica é
fundamentada exatamente na formação e no exercício da cidadania. Daí a necessidade
9
de pensar sempre na responsabilidade moral da escola e em consequência Fernández-
Soria & Mayordomo Pérez (2014) enfatizam o desejo de organizar como uma
comunidade moral que reproduz um processo e condições de vida e considera que seus
procedimentos hão de estar concebidos para insistir mais na construção e a produção
que na observação é a mera aprendizagem. E deixa claro que tanto a formação de
caráter como a preparação da vontade dos hábitos morais têm uma perspetiva ou
finalidade social importante, dado que a ação moral é uma questão não individual, mas
também social, de maneira que a responsabilidade moral da escola e dos que conduzem,
e o sistema educativo que não conhece este fato da responsabilidade moral seria
incompleta. Só podemos saber se nós somos a maioria na verdade pela ação realizada
dentro da própria responsabilidade para os outros e com os outros na comunidade a que
pertencemos.
No entanto, como argumentam Gutiérrez & Lozano (2015), a educação é tida como um
fator chave para o desenvolvimento de capacidades, competências, habilidades e
atitudes que garantem uma boa convivência e salvaguardar os direitos e deveres dos
seres humanos.
Para Bruno, Jofré & Jover (2009), citados por Fernández & Mayordomo (2014), pensam
sempre que a responsabilidade moral da escola, antes é da sociedade e enfatizam o
desejo de organiza-la como comunidade moral, que reproduz um processo e condições
de vida. E considera que seus procedimentos devem estar relacionados com a
construção e produção em que a observação é o meio de aprendizagem. Considera a
formação de caráter como preparação da vontade ou os hábitos, costumes e têm uma
perspetiva ou finalidade social importante. Dado que a ação moral é uma questão não só
individual como social, o sistema educativo que não reconhece este fato seria
incompleto e caduco.
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2.2 OBJECTIVOS DA EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA.
11
✒ O método de discussão de dilemas parece mais adequado para a aprendizagem da
Educação Moral, um conceito mais amplo, como indicamos acima, do que o de
Educação Cívica.
✒ O método de aprendizagem de competências sociais parece-nos mais adequado para
a aprendizagem das normas de Educação Cívica (pelo que implicam em competências
sociais necessárias).
✒ Enquanto o método de discussão de dilemas é adequado para o estágio de
desenvolvimento superior dos alunos mais velhos, o método de aprendizagem de
habilidades sociais nos parece ser mais adequado para os alunos jovens com quem
trabalhamos principalmente, e isso ocorre porque os estágios de desenvolvimento moral
em quais os alunos se encontram.
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CAPÍTULO III-O BULLYING
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Desde a Antiguidade, a violência está implícita no método educacional,
baseado na crença de que "a letra entra com sangue", frase que nasceu na
Idade Média e que traduz a concepção que orientava os processos educativos
naqueles tempos.
Essa concepção sugere que a violência física era necessária para educar a
criança. Por exemplo, em Roma, Horácio refere-se a Orbillo, o badalo, um
professor que usava as chicotadas como forma de educação; os hebreus
açoitaram as crianças e lhes negaram o pão. Na Idade Média, os jesuítas
tinham uma pessoa que chamavam de corrector, encarregado de dar pancadas
nos alunos com comportamento inadequado. Mas a partir da influência de
Jean-Jacques Rousseau, que propõe uma visão diferente do processo ensino
aprendizagem, inicia-se uma nova concepção que culmina na visão de infância como
conceito consolidado, e com o surgimento dos direitos da
criança nos meados do século XX.
A influência das novas teorias psicológicas do início e meados do século XX,
de autores como Jean Piaget e Lev Vygotsky, influenciam os novos
paradigmas educacionais. Assim surge o construtivismo que introduz a ideia
de que o sujeito constrói seu próprio conhecimento e o professor é um
facilitador. Esse método se opõe à ideia tradicional prevalecente na história de
que o professor é uma autoridade inquestionável e o aluno, um simples
receptor do conhecimento.
A inquestionabilidade do saber do professor supunha, em certa medida, um
poder e, ao mesmo tempo, a verticalidade do ensino até o século passado, impondo
limites entre o professor e o aluno.
Porém, nos últimos anos, verificou-se uma nova forma de violência escolar que tem
vindo a ganhar cada vez mais relevância nas escolas, causando preocupações aos
pais, educadores e à sociedade em geral.
Toda a violência é caracterizada pelo abuso de poder de um ou mais indivíduos sobre
um outro ou vários, pelo que a prevenção da violência promovendo a não-violência é
importante e necessária, sobretudo nas escolas (Cardoso, 2009).
Desde que o problema do bullying começou a ser notado pela primeira vez, uma das
maiores preocupações entre os investigadores tem sido chegar a um consenso
sobre a definição deste fenómeno (Frisén, Holmqvist & Oscarsson, 2008).
Neste sentido, é extremamente difícil obter uma definição unânime que caracterize
maus-tratos entre pares devido às diversas abordagens apresentadas entre todos os
investigadores. Porém, existe uma ideia consensual de que os maus-tratos entre pares
são uma subcategoria do comportamento agressivo (Benitez, & Justicia, 2006).
No seguimento do seu estudo, Olweus afirma que o fenómeno do bullying remete para
um indivíduo que é exposto, ao longo do tempo e repetidamente, a acções negativas
pela parte de um ou mais indivíduos. Uma acção é negativa quando uma pessoa se
impõe ou tenta impor-se intencionalmente, magoando ou criando desconforto a outro.
As acções negativas podem ocorrer através do contacto físico, palavras, ou de outras
formas como expressões faciais e gestos obscenos, ou a intenção de excluir alguém de
um grupo (Olweus, 1994).
De acordo com o relato de uma professora do projecto stop bullying, o bullying é um
ataque à vertente física, psicológica e moral de um indivíduo. É um conjunto de atitudes
premeditadas que visam “massacrar” e afetar psicologicamente, muitas vezes levando
a pessoa ao limite do desespero.
Citando Prudente (2008, cit por., Hammes. & Schwinn, 2014) “o bullying (termo
inglês que significa tiranizar, intimidar) é um fenómeno que pode ocorrer em qualquer
contexto no qual os seres humanos interagem, tais como, nos locais de trabalho, nos
quartéis, no sistema prisional, na igreja, na família, no clube, através da internet
(cyberbullying ou bullying digital) ou do telefone (mobile bullying), enfim, em qualquer
lugar onde existam pessoas em convivência”.
Segundo Roland (1989, cit., por Thayser, 2001), o bullying define-se como um tipo
de violência que perdura ao longo dos tempos. Esta pode ser mental ou física e é
exercida por um grupo ou por um indivíduo contra outro inapto a proteger-se. Para
Freitas (2004) este fenómeno é uma forma de indisciplina agressiva e silenciosa que tem
um impacto em todo o corpo escolar.
Assim, parece existir uma concordância generalizada entre alguns investigadores
académicos de que o bullying integra vários elementos chave: ataque físico, verbal e
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psicológico; intimidação com intenção de causar medo causar aflição ou dano à vítima;
umabuso de poder numa relação assimétrica, onde a criança com mais poder oprime a
mais fraca; ausência geral de provocação pela vítima; e incidentes repetidos entre as
mesmas crianças durante um período prolongado de tempo (Swain, 1998).
Físico : Esse tipo de bullying pode ser classificado em actos de contacto físico, como
bater, empurrar, chutar, espancar, etc., e actos que não exigem contacto físico, como
roubar, chutar ou danificar seus pertences .
Psicológico: Encontra-se em todas as formas de maltrato e, geralmente os maus-tratos
psicológicos acabam em maus-tratos físicos. Criam-se acções com intenção de
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deteriorar a autoestima do indivíduo e fomentar a sua sensação de insegurança e medo.
Neste contexto, o agressor manipula a vítima emocionalmente, fazendo-se passar por
seu amigo, chantageando-a, tirando partido das suas fraquezas, dizendo-lhe que se não
fizer que o ele deseja contará algo que lhe tenha sido confidenciado. Este bullying
psicológico consegue que a vítima fique sempre dependente, emocionalmente, do
agressor, destruindo a sua autoestima e fomentando a sua sensação de medo.
Geralmente, a violência psicológica é mais frequente entre raparigas do que entre
rapazes. Em muitos casos, é usada para obrigar a vítima a fazer o trabalho do agressor,
exigir-lhe presentes, extorquir-lhe dinheiro ou fazê-la sentir-se culpada no momento em
que agressor precise. É um tipo de comportamento indirecto.
Moral: difamar, caluniar, disseminar rumores.
Social: deseja afastar a vítima do resto do grupo e dos colegas. Trata-se, geralmente,
de uma acção efectuada através de comentários, de abuso verbal, de insultos, de
ameaças, de agressões, de ignorar a vítima e de segui-la depois da escola até sua casa,
de tratá-la como escrava, etc. Pode ser uma violência racial, religiosa ou até sexista.
Por exemplo, em jogos ou actividades masculinas, as raparigas são afastadas na hora
de participarem. É também um comportamento indirecto.
Sexual : engloba os contactos físicos, nas raparigas ou rapazes sem o seu
consentimento, gestos obscenos, pedidos de favores sexuais, excessos de
relacionamento com um companheiro se este não quiser, demonstração de intenção ou
mensagens sexuais dando a entender que a vítima agiu com intenção de seduzir,
faltando-lhe ao respeito. É um tipo de comportamento que pode ser directo ou indirecto,
manifestamente de abuso de poder.
Verbal : está relacionado a insultos , humilhações , apelidos aviltantes , criação de
fofocas que prejudicam a reputação e promovem rejeição social. Da mesma forma, a
provocação por sua condição ou traço físico também é característica .
Cyberbullying: sms, mms, vídeos, fotos, mail, chats, redes (…)
o cyberbullying é uma forma relactivamente recente de humilhação e difamação social,
que é realizada pelo agressor ou agressora através de suportes digitais de comunicação e
dispositivos eletrónicos, como a internet ou os telemóveis.
Através destas tecnologias de informação e comunicação, e utilizando como plataforma
de difusão as redes sociais (mail, chat, facebook, youtube, etc.) o agressor consegue
influenciar um número maior de pessoas (espetadores/as virtuais), prejudicando a
reputação e as amizades da vítima, através do envio de mensagens caluniosas ou da
colocação online de imagens e vídeos ofensivos e humilhantes, com rápido efeito
multiplicador.
Esta forma de bullying, não sendo física, tem revelado um impacto extremamente
prejudicial a nível emocional e psicológico nas vítimas, que tem levado muitos e muitas
jovens a sucessivas tentativas de suicídio e, em demasiados casos, à morte.
Para além desta classificação, como já se procurou demonstrar, podem distinguir-se dois
tipos de bullying: a) o bullying directo, sob a forma de ataques directos à vítima, de tipo
físico, verbal ou sexual; e b) o bullying indirecto, sob a forma de isolamento social,
rumores pejorativos e de exclusão deliberada de um grupo.
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3.5 Participantes do fenómemo bullying
3.5.1 Vítima
O agressor ou agressora (bully) pode ser uma criança ou jovem que vive em contextos
sociais agressivos e carenciados e, como tal, reproduz os modelos retratados no seu
quotidiano. no entanto, o agressor pode igualmente ser um jovem ou uma jovem de
estatuto social e económico elevado, que poderá sentir que se encontra num patamar de
superioridade em relação aos seus pares em contexto escolar, legitimado pela sua
condição financeira, que lhe permite aceder a determinados bens que outros jovens não
conseguem (ex.: roupa, calçado desportivo, telemóveis). em todos os casos quando
falamos de agressores normalmente referimo-nos a jovens inseguros, que se apresentam
como pessoas muito seguras, mas que têm pouca resistência às frustrações e têm
dificuldades em adaptarem-se às normas sociais. não se identificam com a escola,
normalmente são populares e podem-se envolver numa série de atividades antissociais,
combinadas com força física e/ou moral. Revelam pouca empatia pelas vítimas. têm a
perfeita noção do mal que causam aos jovens que provocam ou agridem, sabem que
estão a fazê-lo para humilhar e maltratar, e que o fazem apenas para se sentirem
superiores.
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3.5.3 Testemunhas
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3.7 Consequências do bullying
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• A frequência de episódios de bullying diminui com o aumento dos anos de
escolaridade e com o aumento da idade.
• Se os colegas que estão a assistir a uma situação de bullying intervêm nos primeiros
segundos, em 57% dos casos a situação de agressão ou humilhação termina.
21
CAPÍTULO IIII-
22
A E.M.C é o meio de promoção da paz, justiça, solidariedade e harmonia social. Já o
bulling trata-se de um comportamento altamente perigoso que traz consigo
consequências devastadoras, que afectam não apenas a vítima, mas também o agressor
ou grupo deles. Segundo as nossas pesquisas, a E.M.C fornece possíveis soluções e
iniciativas anti-bullying no ensino primário que devem ser levadas em consideração.
Apesar dos grandes e variados esforços, a luta contra o bullying escolar tem sido uma
luta complexa, pois sofre a influência de diversos factores que afectam a violência
escolar. Conscientizar, divulgar e trazer soluções para prevenir o bullying é uma tarefa
da E.M.C e que não pode ser adiada se quisermos um mundo menos violento.
Em que ambiente ocorre o bullying? O bullying escolar se manifesta dentro dos
estabelecimentos de ensino, ou seja, é um comportamento desenvolvido dentro das
escolas. Portanto, são os alunos que geram tal comportamento em relação aos seus
colegas, situação que traz consigo infinitas consequências negativas. No entanto, não
podemos dizer que isso seja gerado apenas em estabelecimentos de ensino ou na escola
primária. Hoje, com o acesso à tecnologia, as redes sociais e o uso da internet, o
bullying se espalhou para a esfera digital criando um novo tipo de assédio conhecido
como cyberbullying ou cyberbullying. A convivência escolar, sem dúvida, foi afectada
desde o início com esses comportamentos prejudiciais. Embora nem sempre tenha sido
visto como um problema real, hoje as reais consequências desse abuso podem ser
apreciadas, pois existem inúmeros estudos que o confirmam.
É urgente implementar estratégias contra o bullying evitar e erradicar completamente o
bullying implica um trabalho árduo, onde devem ser aplicados diferentes métodos e
cujo objetcivo é educar tanto os pais e professores como os alunos. Entre as principais
soluções para prevenir o bullying, que segundo estudos têm dado bons resultados,
encontramos: Fornecer ferramentas preventivas às escolas e professores É de vital
importância, conseguir uma prevenção eficaz do bullying, consciencializar e educar
todos os membros do ensino primário. Só através da prevenção atempada é
possível identificar atempadamente situações irregulares e aplicar medidas
correctivas, ou soluções para prevenir o bullying. O grupo de professores deve ter
as ferramentas necessárias e conhecimentos adequados à convivência social, para
poder corrigir comportamentos agressivos a tempo. Por outro lado, cabe aos
gestores instruir os professores sobre a importância de evitar esses
comportamentos e as consequências negativas que podem causar. Fortalecer a
educação emocional e a educação com valores. Uma das soluções mais eficazes
para prevenir o bullying é ensinar às crianças, adolescentes e jovens a importância
de valores como tolerância, respeito e empatia. O objectivo deste ensino é que eles
possam compreender o valor humano presente em cada um de seus colegas. Além
disso, devem ser fornecidos conteúdos sobre educação emocional. Com isso, o
objectivo é fortalecer permanentemente sua auto-estima, para que possam
enfrentar qualquer tipo de abuso de forma tranquila e inteligente.
As turmas são o contexto em que esse tipo de agressão se manifesta
principalmente. É por isso que você deve trabalhar com toda a turma para que
todos saibam a importância de evitar o bullying e aprendam a lidar com a situação
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caso se tornem vítimas de bullying. A participação é de grande importância para a
implementação dessas acções, uma vez que vítimas e agressores são difíceis de
recrutar para essas iniciativas. Perante este problema, é necessária a intervenção
de absolutamente todos, só assim poderão ser implementadas medidas de sucesso.
Buscar maior comunicação e participação das famílias A família tem sido definida
como a célula fundamental da sociedade. Assim, estes desempenham um papel
determinante para a detecção e prevenção do bullying. Por isso, é de suma
importância que haja uma comunicação fluida e permanente entre a instituição de
ensino e os familiares de cada aluno. Da mesma forma, deve-se dar
aconselhamento e oferecer os conhecimentos necessários para que os familiares
saibam adotar soluções para evitar o bullying, juntamente com outras medidas que
lhes permitam melhorar a situação a partir de casa.
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do indivíduo sem presença externa, para que o controle externo seja gradualmente
internalizado até se tornar um controle interno do mesmo comportamento. Por fim, é
importante destacar que a proposta de Educação Moral e Cívica formulada por uma
escola deve ser coerente com o restante de suas abordagens institucionais e
organizacionais: da organização de seus espaços à de suas actividades ou dinâmicas de
trabalho, elas devem responder a alguns critérios uniformes com o que se deseja incutir
nos alunos em um nível moral e cívico.
Durante os primeiros anos, e até a adolescência, a autorregulação e o autocontrole do
comportamento estão em formação, uma vez que não podem ocorrer
independentemente do controle externo do adulto.
O professor deve ajudar os indivíduos a se autorregularem e, não é tarefa fácil,
pois cada um apresenta circunstâncias pessoais, familiares e sociais e
possibilidades específicas que determinam um tipo diferente de auto-observação,
auto-avaliação e auto-reforço. De modo geral, pode-se dizer que o papel do
educador é ajudar o aluno no processo de ensino/aprendizagem a passar
progressivamente do heterocontrole para a autorregulação de seu próprio
comportamento. Os principais aspectos em que os professores podem colaborar são:
➣ Fornecer directrizes e critérios que permitam ao aluno conhecer seu comportamento
violento e modificá-lo.
➣ Apresentar modelos de comportamento e competências que permitam ao aluno
atingir os objectivos definidos.
➣ Motivar e orientar a mudança comportamental fornecendo informações correctivas .
➣Autoavaliar. Em relação à forma de actuação do professor, não é o mais adequado
expor, directamente, quais são seus próprios valores, normas ou critérios. De qualquer
forma, isso é relativo, depende sobretudo da idade dos alunos. Se, regra geral, os
princípios morais são melhor descobertos e assimilados através da análise e discussão,
crianças estudantes (e este é o nosso caso particular), é necessário um certo grau de
transmissão que não exclua análises e discussões posteriores. A escola e a sociedade.
Uma atuação efetiva da escola não pode se limitar apenas ao ambiente escolar. A escola
sozinha não pode criar um estilo de vida, pois a criança também vive em uma família e
em uma comunidade de cidadãos próximos a ela. É por isso que a escola, a família, a
comunidade em geral, têm que garantir que as condições necessárias sejam criadas e
vividas para atingir os objetivos pretendidos. A Educação Cívica, então, é um projecto
social e, portanto, todos os cidadãos e suas instituições devem participar dele.
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CONCLUSÃO
Em suma, muitas vezes, ou pelo menos assim tem sido feito na prática ao longo da
nossa história, a Educação Moral e Cívica tem sido associada à aprendizagem e
reprodução de valores e normas que se impõem de fora da pessoa. Essa concepcão
carrega conotações negativas, pois sugere, em sua base, um conceito de imposição: a
norma pela norma, a obediência pela obediência, o respeito da criança ao adulto pelo
medo... Aspectos que respondem a um tipo de sociedade que tem que transmitir valores
de submissão. Em uma posição totalmente diferente, quis-se, ao contrário, significar que
os valores, as normas, são algo tão altamente subjectivo que dependem única e
exclusivamente da construção pessoal, para a qual praticamente não há lugar para
ensinar nada. A partir de uma posição mais condizente com nossas abordagens, afirma-
se que a Educação Moral não é uma prática que reproduz e inculca valores, nem é
individualista ou subjectiva. Ao contrário, é algo que exige uma compreensão
colectiva, é um lugar de diálogo e discussão entre pessoas e grupos, e, desse ponto
de vista, a escola pode ser o lugar certo para sua aprendizagem, englobando-a no
conceito universal diríamos, e perseguido por todas as escolas, que é o da
"educação integral". A Educação Moral deve ajudar a analisar criticamente a realidade
cotidiana e as normas morais vigentes, para que ajude a formar ideias mais justas e
adequadas de convivência, respeito e solidariedade. Em um mundo como o actual, em
que as sociedades são abertas e plurais, é necessário ajudar as pessoas a construir seus
próprios critérios morais, fundamentados e solidários que as ajudem, que dêem sentido e
direcção às suas próprias vidas.
Dentro do conceito mais amplo de Educação Moral a que nos referimos anteriormente, a
Educação Cívica pode ser definida, como faz Pagès, J. (1984) na obra referenciada na
Bibliografia: 8O conjunto de regras, princípios, hábitos, comportamentos, convicções,
diretrizes... que determinam e tornam possível a convivência social entre as pessoas”.
(Pagès, J. et al., 1984)
A Educação Cívica supõe, então, a regulação da vida social, mas as normas da vida
social não são inactas à pessoa. Eles são adquiridos e, por isso, em cada etapa ou época
da história da humanidade, estabelecem-se diferentes normas de convivência e,
consequentemente, a vida social e o regime da sociedade mudam. As normas da vida em
sociedade são convencionais e o resultado do acordo dos seres humanos para resolver as
questões que lhes dizem respeito. Precisamente também porque não são inactas à
pessoa, é necessário incutir essas regras, princípios e comportamentos nos homens, e
que os aprendam. Dependendo de como eles os aceitam e respeitam, a força e o vigor da
convivência social estabelecida dependerá disso. Para que essas normas tenham força
moral, devem ser aceitas pela grande maioria. Dessa forma, se forem aceitos pela
maioria, os cidadãos estarão dispostos a defendê-los e mantê-los.
A principal tarefa da Educação Cívica consiste, então, em inculcar essas normas e
doptá-las de força moral. Isso significa ajudar a todos a respeitá-los, para que o
domínio da convivência e da harmonia seja possível, eliminando, assim, a prática
do bullyiing nas escolas.
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BIBLIOGRAFIA
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ANEXOS
QUESTIONÁRIO DA ENTREVISTA
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