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Claudia Gameiro Cursos e Concursos

Bibliografia
Que gramática estudar na escola? Norma e uso
na Língua Portuguesa.
(MARIA HELENA DE MOURA NEVES)

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O livro “Que Gramática Estudar na Escola? Norma e


Uso na Língua Portuguesa”, escrito por Maria Helena
de Moura Neves, aborda de forma crítica e reflexiva a
questão do ensino da gramática na escola. A autora
questiona os métodos tradicionais de ensino
gramatical que priorizam a norma padrão da língua
portuguesa, sem considerar a relação entre norma e
uso. Um dos temas principais abordados no livro é a
reflexão sobre a importância de se estudar gramática
na escola. Neves questiona o ensino normativo que
prioriza a correção gramatical, mas não leva em
consideração as práticas linguísticas reais dos falantes.

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Ela argumenta que é necessário ir além da simples memorização de regras


gramaticais e compreender a relação entre norma e uso, ou seja, entender
como a língua é efetivamente utilizada pelos falantes em diferentes
contextos comunicativos.

Outro tema explorado no livro é a análise crítica das prescrições


gramaticais. Neves discute as regras estabelecidas pela gramática normativa
e questiona a rigidez dessas normas. Ela argumenta que a língua é um
sistema vivo e dinâmico, sujeito a variações e transformações, e que as
regras gramaticais devem levar em consideração a diversidade linguística
presente na sociedade.

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Além disso, a autora apresenta propostas de


abordagens alternativas para o ensino da
gramática, que valorizam a reflexão sobre a
língua a partir de situações reais de uso. Ela
defende a importância de se trabalhar com
textos autênticos, promovendo a análise
linguística a partir de exemplos concretos, e de
se incentivar a reflexão sobre as escolhas
linguísticas dos falantes em diferentes
contextos.

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Ao questionar a primazia da norma padrão e


propor uma abordagem mais contextualizada
e reflexiva, a obra contribui para uma visão
mais ampla e crítica do estudo da gramática,
estimulando o diálogo sobre a relação entre
norma e uso na língua portuguesa. A leitura
completa do livro é fundamental para
estudantes, professores e demais interessados
no tema, oferecendo subsídios para repensar
e aprimorar as práticas de ensino da
gramática.

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O livro é dividido em três partes, sendo cada uma delas subdivididas


em capítulos, no total de doze, também subdivididos de acordo com a
abordagem.
A primeira parte é dedicada à introdução.
A segunda aborda a relação entre a gramática da língua, o seu uso
efetivo e o estabelecimento das normas.
A terceira parte fala sobre a norma e o uso e sua relação com a
gramática escolar.
Ao final de cada capítulo, a autora apresenta o que se pode concluir
a respeito dos assuntos desenvolvidos.

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No primeiro capítulo da segunda parte, cujo título é a natureza da


disciplina gramática – visão histórica, Moura Neves considera que o
termo Gramática Normativa “não reflete a verdade das coisas” (p.29),
porque não apresenta explicitamente marcas injuntivas da linguagem,
ou seja, não diz explicitamente “faça isto” ou “não use isto”. Num plano
superficial, há um caráter apenas descritivo, mas num nível mais
velado, vê-se que são organizações modelares e diretivas, uma vez que
se apresenta um parâmetro como modelo, mesmo que não se
empregue nenhum discurso injuntivo. Por tais motivos, a autora adota o
termo Gramática Tradicional, pois está afeiçoada à trajetória que
culminou na sua instituição.

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Segundo a autora, duas ocasiões alteraram a história da consideração da


gramática no Ocidente. * A primeira foi o aparecimento dos estudos
variacionistas da sociolingüística, que passaram a vincular os padrões ao uso,
o uso ao registro e o registro à eficácia. * A segunda foi o desenvolvimento de
estudos sobre a conversação, que relativizam o padrão e vinculam escolha de
padrão a modalidade de língua, visando satisfazer as necessidades
particulares de cada situação, obtendo-se assim a adequação. O
desenvolvimento da lingüística fez com que a variação lingüística fosse
reconhecida pelos verdadeiros gramáticos como um fenômeno natural da
essência da linguagem. Porém, a lingüística vem caído no vazio na disciplina
gramatical, ou seja, “estamos longe de ver o cidadão comum e o professor
reconhecendo que a variação é nada mais que a manifestação evidente da
essência e da natureza da linguagem”(p.35).

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A autora diz que não são os gramáticos que sustentam a visão distorcida da
língua, e sim o povo que tem fascínio pela “boa linguagem”. A comunidade,
com olhos no estrato social, procura adequar sua linguagem a padrões
prestigiados, buscando receitas que lhe digam, de forma simplista, quais
formas se pode ou não se pode usar.
Por fim, a autora conclui o capítulo informando que o educando, um ser
social em contato constante com os padrões, desamparado na procura de
orientação sobre a norma-padrão que há de tornar legítima a sua fala na
sociedade, prefere as receitas simplificadas e de veloz transferência que
possam acelerar o seu processo de conquista sem muito lhe exigir reflexões.

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No capítulo As relações entre a dicotomia uso x norma e a disciplina gramática,


Neves considera pecado fixar as bases do exame no esquema clássico de
associação de uso com rusticidade e de Norma com urbanidade. Hoje ainda há
a imposição de padrões, a valoração de modelos, mas esse aquele par clássico
perde posição em relação a outro: uso com modernidade x autoridade com
antiguidade.
Após discutir a validade das normas estabelecidas autoritariamente, a autora
diz que o mais adequado seria partir do uso efetivo para estabelecer as
normas. Inverte-se a direção ao se tomar como ponto de partida o uso da
língua, explicando-o do ponto de vista lingüístico e sociocultural, para que seja
naturalmente aceito o surgimento do que há de ser prescrito, anulando a
concepção de autoridade, atribuída a gramáticos e afins. Esse é o ponto central
do livro.
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No primeiro capítulo da terceira parte, A gramática no espaço escolar,


a autora afirma que a aquisição da gramática que organiza a língua
ocorre antes que freqüentemos a escola, devido à capacidade
lingüística que todo falante tem de adequar o discurso às possíveis
situações e contextos sociais. Segundo Neves, a gramática não pode
ser mapeada para, em seguida, ser preenchida com exemplos.
Entretanto, há, lamentavelmente, escolas que ainda permitem a mera
transmissão e registro de paradigmas como fórmula ideal para o
aprendizado.

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A lingüista, no último capítulo, tece considerações sobre Lingüística, uso


lingüístico e gramática na escola. Moura Neves declara que, mesmo sendo
campos em que se encontram várias convergências, a disciplina gramatical e
a lingüística não devem ser encaradas como estranhos que se destroem,
muito menos que uma poderia substituir a outra. Elas se nutrem
reciprocamente, de forma que, se por um lado a lingüística é responsável por
renovações no ensino da gramática, a falta de reflexão na escola sobre a
linguagem e o seu uso, pode atrapalhar o progresso da ciência lingüística e
resultar numa certa ineficácia da escola no tocante ao bom desenvolvimento
lingüístico dos estudantes. Portanto, espera-se que os profissionais
responsáveis pela aplicação da metodologia do ensino estejam, conforme
versam os conceitos lingüísticos, sempre em busca de atualização e
aperfeiçoamento.
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Enfim, a obra deixa clara, em suas 174 páginas, a


importância da incorporação dos avanços lingüísticos
ao ensino da gramática na escola, assim como da
utilização de um livro didático que parta do uso
efetivo da língua para o estabelecimento das normas.

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