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Introdução
Aproximação
Na base da subida a entrada é marcada por dois grafites, não mais os mesmos
apresentados em outros muros da cidade, agora grafites com voz política e de identificação
com quem se estabelece nesse espaço. Assim, duas mulheres negras grafitadas marcam a
passagem da Av. Mauro Ramos para o Monte Serrat, o portal quase imperceptível que
carrega memórias e histórias de um povo que algumas décadas atrás foi expulso de suas
casas na parte central da cidade de Florianópolis e enxergaram na subida tímida que levava
a caixa d’água. estabelecida em seu cume. um local para firmar novas raízes e se
reinventar.
Uma subida tortuosa e íngreme - com partes sem calçamento, que faz com que o
pedestre divida espaço com carros e motos boa parte do percurso - direciona o caminho
para acessar a comunidade, caminho esse percorrido por moradores de todas as idades e
gêneros diariamente- desafio físico que fortalece corpo e mente para a luta e descriminação
do cotidiano.
“Eu perguntei ao Zé Gago por que é que nós não começamos a calçar de
baixo para cima. ‘Cala boca, tu só sabe beber cachaça.’ Eu achava que
tinha que ser de baixo pra cima, pra não ter que subir material. Então
começamos a calçar a rua de cima para baixo. Depois que ele veio me
dizer ‘tas vendo o que ta acontecendo? Vou te dizer por que, que quem ta
em cima só vai querer fazer o calçamento até chegar na sua casa’.”
(RUCHAUD, 2019, op. cit., p 213 ; Diário de Campo, 2015)
Sobre as narrativas
Conclusão
- VEIGA, Eliane Veras da. Processo histórico de mutação da paisagem urbana da área
central de Florianópolis (1850-1930). Dissertação (Mestrado em História) — UFSC,
Florianópolis, 1990