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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes


Departamento de ensino de Ciências e Biologia

Camila Saboia de Abreu

Filmes de animação como recurso didático:


Uma proposta para o professor

Rio de Janeiro
2010
Camila Saboia de Abreu

Filmes de animação como recurso didático –


Uma proposta para o professor

Projeto de Monografia apresentado junto


ao curso de Ciências Biológicas da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
como requisito parcial para a obtenção do
titulo de Licenciatura.

Orientador: Lucienne Sampaio de Andrade

Rio de Janeiro
2009
CATALOGAÇÃO NA FONTE UERJ / REDE SIRIUS / BIBLIOTECA CCS/C

Abreu, Camila Saboia.


Filmes de animação como recurso didático:
uma proposta para o professor/Camila Saboia de
Abreu. – 2010.

Orientador: Lucienne Sampaio de Andrade.


Monografia (Licenciatura) – Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia
Roberto Alcântara Gomes.
Bibliografia: f. 27-28

Autorizo, apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou


parcial desta monografia.

______________________________ __________________

Assinatura Data
Camila Saboia de Abreu

Filmes de animação como recurso didático:


Uma proposta para o professor

Projeto de Monografia apresentado junto


ao curso de Ciências Biológicas da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
como requisito parcial para a obtenção do
titu
lo de Licenciatura.

Aprovado em: ___________________________________________________

Banca Examinadora:______________________________________________

_______________________________________________
Profª. Lucienne Sampaio de Andrade (Orientadora)
Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes UERJ

_______________________________________________
Profª. Rosalina Maria de Magalhães Pereira
Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes UERJ

_______________________________________________
Prof. Dr. José Ricardo Miras Mermudes
Universidade Federal do Rio de Janeiro
DEDICATÓRIA

Dedico a minha Mãe, meu porto seguro e exemplo de determinação,


sempre demonstrando amor incondicional, fé e apoio sem igual. Ao
meu querido irmão Wagner e ao meu noivo e melhor amigo Diego.
AGRADECIMENTOS

A Deus querido pai que me ilumina e guia.

A minha Mãe Francisca Verônica pelo apoio financeiro, emocional e espiritual.

Ao meu irmão Wagner Saboia, pela ajuda nos momentos difíceis.

As meus amigos Thais, Isabela e Clayton que fizeram desses anos mais felizes e

proveitosos.

A minha orientadora Lucienne Andrade, pelo jeito doce de dar conselhos.

Ao meu noivo Diego, pelo exemplo de dedicação, apoio, carinho, e confiança

depositada, meu muito obrigada.


RESUMO
ABREU, Camila Saboia. Filmes de animação como recurso didático: uma proposta para
o professor, Brasil. 2010. 28f. Projeto de Monografia (Licenciatura em Biologia) –
Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, 2010.

Um grande desafio que se estabelece nas escolas atuais, é a falta de interesse por
parte dos alunos e isso acaba influenciando a qualidade do ensino. Uma forma de
contrabalancear esse fato é submeter os jovens a métodos de ensino mais atrativos o
uso de material audiovisual. Este trabalho procura minimizar as dificuldades de se usar
esse tipo de recurso em sala e para isso, foi desenvolvido um guia de utilização dos
filmes “FormiguinhaZ” e “Vida de Inseto”, onde o professor pode encontrar temas que
podem ser tratados em sala. Também foi realizada uma análise qualitativa breve dos
conteúdos dos filmes. Por fim, um questionário foi apresentado a 7 docentes cursistas
do Curso de Pós Graduação da UERJ em Ensino de Ciências do Decb, e de acordo
com suas respostas pode-se concluir que o uso de vídeos é válido para a dinâmica
ensino/aprendizagem e que o guia possui potencial de auxiliar o professor no uso dos
filmes em questão.

Palavras-chave: Filmes animação. Insetos. Audiovisual.


0

SUMÁRIO

1 Introdução .................................................................................................................1

2 O uso de vídeos na educação................................................................................... 3

2.1 O Vídeo como Instrumento Didático-educativo .................................................. 3

2.2 No contexto dos filmes animados ...................................................................... 6

2.3 Os insetos na mídia ........................................................................................... 7

3 Metodologia............................................................................................................. 13

4 Resultados .............................................................................................................. 17

4.1 Análise dos filmes FormiguinhaZ e Vida de inseto .......................................... 17

4.2 Análise do questionário sobre “FormiguinhaZ” e “Vida de inseto” e a “Proposta

para o professor” para a dinâmica do ensino-aprendizagem ...................................... 24

5 Considerações finais ............................................................................................... 29

Bibliografia:........................................................................ Erro! Indicador não definido.

APÊNDICE A.................................................................................................................. 32

APÊNDICE B..................................................................... Erro! Indicador não definido.


1

1 Introdução
As transformações tecnológicas ocorrem rapidamente em nossa sociedade,
estando o homem em constante contato com essas mudanças, se adaptando,
conhecendo e se utilizando dessas tecnologias para usos variados. Dentre essas
aplicações, pode se destacar o uso na pedagogia, como instrumento didático-educativo.

Na sociedade da informação na qual vivemos, aprendemos a conhecer, a comunicar, a


ensinar e a aprender. A integração do humano com o tecnológico ocorre velozmente,
fazendo com que muito rápido se passe do livro para a televisão e vídeo e destes para
o computador e a Internet. Precisamos conhecer as possibilidades que cada meio nos
oferece para podermos tirar o máximo proveito deles como instrumento pedagógico
.(MORAN 2000)

De acordo com Vicentini (2008), devido ao sucesso dos recursos audiovisuais,


ampliaram-se os programas de apoio ao uso do vídeo em sala de aula, passando este
a servir, como política estratégica para superar o desencontro da escola com o avanço
desenfreado dos meios de comunicação de massa que se opera fora dela.
Dentro deste contexto audiovisual, pode-se destacar os filmes de animação
como grandes vinculadores de informação, uma vez que são altamente atrativos aos
olhos não somente do público infanto-juvenil, mas também dos adultos. Esse tipo de
produção pode ser aplicado não somente com o intuito de divertir, mas também de
informar, pois através de seu enredo dinâmico e lúdico, costumam ser ricos em
informação de qualidade que podem ser aplicadas para fins didáticos. Através de
professores experientes, esses recursos podem não somente introduzir e detalhar
temas, como servir para a retirada de conceitos errôneos que constantemente os
alunos possuem.
Perante esse cenário de tantos aparatos tecnológicos que temos hoje a nossa
disposição, a motivação para a escolha do tema central deste trabalho veio da reflexão
em relação aos benefícios que os instrumentos audiovisuais – principalmente os filmes
de animação – podem proporcionar para o processo de ensino-aprendizagem. Além
disso, tem-se a necessidade de fornecer uma alternativa educacional que promova uma
mudança de comportamento dos indivíduos em relação aos insetos, uma vez que os
representantes deste grupo são constantemente associados a reações de desprezo,
2

medo, aversão dentre outros sentimentos negativos, assim como uma confusão
bastante comum na classificação entre insetos e não insetos.
Este trabalho pode ser dividido em dois caminhos: um que mostra os benefícios
de se utilizar os recursos audiovisuais na produção de material didático como
instrumento pedagógico; e o outro voltado para auxiliar aos professores na utilização
dos vídeos escolhidos como recurso didático na sala de aula. A primeira vertente é
aparente em todo o trabalho, começando na utilização de vídeos como instrumento
didático-educativo, e se aprofundando na integração entre filmes de animação e
insetos, onde os filmes “FormiguinhaZ” e “Vida de inseto” são os grandes destaques. A
segunda vertente é representada pela Proposta para o professor (Apêndice A), onde os
dois filmes de animação são trabalhados de maneira a incentivar os professores a fazer
uso de materiais audiovisuais visando à melhoria da qualidade das aulas cujo tema seja
relacionado a invertebrados, com ênfase em insetos.
3

2 O uso de vídeos na educação


2.1 O Vídeo como Instrumento Didático-educativo

A educação no desenvolvimento da sociedade humana é fundamental, uma vez


que vivemos em uma época marcada pela excelência e competição, onde os
progressos científicos e avanços tecnológicos definem exigências novas para os jovens
que ingressarão no mercado de trabalho. Desta maneira, é necessário mudar os
currículos escolares para alertar os profissionais de ensino sobre novas formas de
ensino e exploração dos recursos tecnológicos.
Perante todas as tecnologias atuais, o vídeo (“eu vejo” em latim) tem sido o mais
popular, passando a ser de uso comum nos anos 80 séc. XX (VICENTINI, 2008). Sua
implementação com finalidade educacional se torna freqüente por ser um recurso
barato, acessível e com potencial para dinamizar as atividades didático-pedagógicas.

Em relação ao vídeo, temos notado um aumento de seu uso em sala de aula


como instrumento de dinamização do fazer pedagógico. O vídeo por ser uma
linguagem audiovisual transmite a informação conceitual pelo sensorial, pelo
afetivo do aluno. O que aproxima do cotidiano e facilita o entendimento.
(HIRDES et al, 2006, p. 7)

Ao analisar o papel do vídeo no processo de ensino e aprendizagem, Ferres


(1996) define alguns critérios para sua utilização em sala de aula:
a) É necessário promover mudanças nas estruturas, isto é, redefinir o olhar e o fazer
pedagógico, os quais incorporam o audiovisual como mero auxiliar na prática
educacional cotidiana.
b) Como meio tecnológico, o vídeo não substitui o professor, entretanto, pode promover
mudanças na função pedagógica deste.
c) Para que haja um bom aproveitamento das potencialidades do vídeo, é
imprescindível que os professores tenham uma formação específica para a utilização do
meio.
d) Usar o vídeo como recurso audiovisual não significa abandonar os meios didáticos
tradicionais, porém, sugere um redirecionamento da função destes. Um bom uso dos
recursos didáticos na prática pedagógica deve levar em consideração as condições e
atributos de cada meio, a adequabilidade ao conteúdo e as características do aluno.
4

e) A inserção de um determinado audiovisual deve estar voltada à impulsão do


processo, tendo o aluno como centro. Caso contrário, o vídeo torna-se um mero
ilustrador do discurso do professor.
f) Nenhuma tecnologia é boa ou má por si só. A eficácia e os resultados dependerão do
uso que se fizer dela. Assim, também ocorre com o vídeo: a sua eficácia educativa será
diretamente proporcional ao uso que se fizer dele.
g) O professor que faz uso do vídeo deve centrar-se mais no processo e menos no
produto. Deve-se estimular o aluno para que este partícipe do processo, seja criando
novos materiais, seja interferindo de maneira criativa em materiais já existentes.
h) O filme deve estar inserido aos objetivos e ao funcionamento da lógica interna da
escola.
i) Maior será a eficácia didática desse recurso se o aluno tiver acesso à tecnologia do
vídeo, no sentido de manipulá-la criativamente, pesquisar, fazer experiências que
permitam a descoberta de novas formas de expressão.
Moran (1994) deixa claro que, desde que se iniciou a inserção do sistema
audiovisual no ambiente escolar, muito pouco se investiu em programas de formação
que capacitassem os professores para uma melhor utilização do vídeo e/ou visassem
um real aproveitamento do potencial didático educativo deste recurso.
[...] Isso talvez explique o motivo pelo qual, em significativa parte das escolas, a
aquisição do videocassete não corresponde a uma utilização consciente, que
leve a uma prática reflexiva ou a uma exploração eficaz dessa nova linguagem.
Além disso, a maioria das escolas principalmente as públicas tem grandes
dificuldades para adquirir tais equipamentos e constituir acervos correlatos com
as necessidades curriculares dos programas e da comunidade. (VICENTINI et
al, 2008, p. 3)

Para isso, é necessário que haja um preparo por parte dos professores para a
aplicação adequada deste recurso, uma vez que nem sempre é de conhecimento do
docente a potencialidade dessa mídia no processo ensino-aprendizagem. Moran (1994)
chama a atenção para os usos inadequados que a escola e o professor possam vir a
fazer de tal tecnologia. Para o autor, o vídeo pode ser utilizado inversamente aos
critérios recomendados. Nesse caso, o vídeo pode ser usado de maneira a prejudicar o
potencial deste recurso. Moran também separa os erros de utilização do meio em cinco
categorias: vídeo como tapa-buraco (utilizado exclusivamente para preencher o tempo
vago do aluno); video-enrolação (utilização da mídia sem vinculá-la aos assuntos
5

estudados); vídeo-deslumbramento (pela supervalorização do recurso, o professor


acaba abandonando as outras tecnologias, limitando-se ao vídeo empobrecendo suas
aulas); video-perfeição (tendência a questionar todos os vídeos como imperfeitos, tanto
o conteúdo, quanto os prováveis defeitos técnicos e estéticos); só-vídeo (sem a
necessária discussão e integração com outros momentos da aula) Estes erros na
utilização do vídeo acabam comprometendo a utilização do recurso e em conseqüência
a credibilidade do docente.
Ao que tudo indica, não há uma receita para indicar como cada docente deve
agir, pois cada situação é diferente. Porém, é importante que o professor amplie e
aprenda a dominar as diferentes formas de comunicação audiovisual, a diversificar as
formas de dar aula, de realizar atividades e de avaliar, uma vez que qualquer meio que
comprovadamente ajude a melhorar o ensino é valido. Moran (2000) afirma que uma
mudança qualitativa no processo de ensino/aprendizagem acontece quando
conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias (telemáticas,
as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais)
Para Moraes e Torres (2004), as estratégias de ensino devem favorecer uma
aprendizagem que integre vários sentidos: imaginação, intuição, colaboração e
impactos emocionais. Os aspectos estéticos, tais como a fotografia, o filme, a música, a
dança, o teatro, a literatura e as artes plásticas agregam uma sofisticação à relação
ensino-aprendizagem, visto que proporcionam a vivência e a interatividade, conectando
sentidos, sentimentos e razão.
Durante a exibição de um filme, as pessoas desenvolvem o poder da
observação, que é parte integral de cada pessoa, à medida que, olhando para objetos
determinados, pode relatar o que vê. Quando se avalia as observações dos alunos
durante a aplicação de um vídeo, por exemplo, os Parâmetros Curriculares Nacionais
(BRASIL, 1998), orienta a considerar apenas as observações dos estudantes que
precedem um comentário interpretativo, podendo ser oral, escrito ou por meio de
ilustrações. “[...] mas observar não significa apenas ver, e sim buscar ver melhor,
encontrar detalhes no objeto observado, buscar aquilo que se pretende encontrar” (
BRASIL, 1998 p. 121). Ou seja, não importa a estratégia de utilização do vídeo que o
6

professor use, seja qual for ela, o docente tem o dever de guiar o aluno a desenvolver a
capacidade de observar o velho com um novo olhar.

2.2 No contexto dos filmes animados

Como o crescente desinteresse dos alunos vem se tornando um desafio que se


estabelece no cenário educacional, é necessário que as escolas busquem maneiras
interessantes de ensinar, que tragam prazer e incentivo para as crianças e
adolescentes, e isso sem perder a qualidade do ensino.
Os jovens cada vez mais cedo buscam momentos de lazer através da mídia
assistida, tornando esse veículo de informação responsável pela recepção de variados
conceitos que o público adquire. Soledade (2008) lembra que, a pesar da mídia ser
essencialmente simbólica, de uma maneira ou de outra, acaba por transmitir
informações diretas e que pode influenciar comportamentos tanto benéficos quanto
maléficos. Por esse motivo, é essencial analisar minuciosamente mensagens implícitas
em qualquer produto audiovisual, seja ele destinado ao público infantil ou não, e para
isso, o professor precisa estar bem preparado. Para ela, “grande parte da subjetividade
humana é formada no período da infância e é, justamente, onde ela se encontra mais
exposta às mensagens midiáticas.”
A infância e adolescência não podem ser entendidas como processos estáticos,
e nem a criança e adolescente como um receptor passivo, essas etapas da vida são
caracterizadas por estarem em constante movimento, e a partir do momento em que as
crianças e o adolescentes invariavelmente interagem com a programação assistida,
possuindo a capacidade de correlacioná-las às suas referências pessoais, elas
representam receptores altamente ativos. E é através desse fato que o professor pode
intervir e levar as crianças a interpretar conceitos mais facilmente.
Os desenhos animados e animações computadorizadas constituem um forte
atrativo para as crianças e adolescentes das sociedades contemporâneas, sendo um
dos principais meios de entretenimento destes jovens. Nilsson (1999) revela que os
desenhos vêm tomando conta das programações infantis, ou seja, em 1981 constituíam
7

10%; em 1994, 25% e atualmente chegam a representar 33% da programação


dedicada às crianças.
Através da capacidade que os desenhos animados apresentam de tornar
material seus desejos, partilhar da vida animal, mudar de tamanho, desafiar a
gravidade, ficar invisível, não é difícil de entender o sucesso deste gênero.
Além de constituir-se de diversos símbolos para chamar a atenção das
crianças, o desenho animado satisfaz seu lado lúdico, brinca com a relação
espaço-temporal (uma vez que os personagens se deslocam para diferentes
lugares em pouco tempo) e promove a elaboração de diferentes respostas a
um mesmo conteúdo, levando em conta o referencial de cada uma delas.
(SOLEDADE. et al, 2008 p. 2 )

Utilizando os recursos animados, o professor pode juntar literalmente o útil ao


agradável, unindo o gosto, a curiosidade e o conhecimento dos alunos que desta
maneira estariam tendo a oportunidade de aprender de maneira lúdica e prazerosa,
pois na cabeça dos alunos, o vídeo significa lazer e não "aula", o que modifica a
postura, as expectativas em relação ao seu uso. O desenho animado já é um tema
próximo do aluno, basta agora trabalhar toda a gama de conhecimentos que esta arte
traz, organizando e ensinando aos professores os itens que podem ser trabalhados a
partir de filmes diversos.

2.3 Os insetos na mídia


O filo Arthropoda (do grego arthro = articulação, podos = pernas) possui o maior
número de espécies conhecidas, contendo cerca de 1.000.000 de espécies descritas, o
que representa 50% de todas as espécies de seres vivos, e 80% de todos os animais
até então descritos. A figura 1, apesar de desatualizada, representa bem a
superioridade dos Arthropodes em relação aos demais seres vivos. Todos os
Artrópodos apresentam pernas articuladas e um exoesqueleto externo impregnado de
uma substancia chamada quitina, que protege e sustenta os órgãos desses animais. As
principais classes atuais de Arthropoda são os Crustáceos (caranguejos, lagostas,
camarões etc.), Aracnídeos (aranhas, escorpiões, cravo de pele etc.) e Unirramia, que
inclui os Diplópodes (piolhos de cobra), Quilópodes (centopéias e lacraias) e os insetos
(Baratas, besouros, moscas etc.). (CARRERA, 1980). Os Artrópodes são essenciais
em processos necessários, como a polinização, decomposição e ciclagem de
8

nutrientes, e servem de alimento para um grande número de outros animais, até mesmo
para o homem. (BORROR; DeLONG,1969)

Figura 1: Gráfico mostrando a diversidade de espécies descritas de todos os seres vivos. fonte:
http://www.ceunes.ufes.b

Os insetos compõem um grupo extremamente abundante e diversificado,


constituindo mais de 80% de todas as espécies animais descritos (Fig.1 e 2) Ao longo
dos 300 milhões de anos em que os insetos têm vivido na terra, eles diversificaram em
muitas direções se adaptando para diferentes modos de vida, possuindo uma rica
variedade de formas, cores e adaptações ecológicas que excedem qualquer outro
grupo animal. Hoje em dia, a classe Insecta se encontra dentro da Superclasse
Hexapoda (hexa=seis poda=pernas) assim como as classes Collembola, Protura,
Diplura, que possuem 3 pares de patas, mas não são insetos. Ou seja, todo inseto é um
Hexapoda, mas nem todo hexapoda é um inseto. (Costa, 2004).
9

Figura 2: Diversidade dos seres vivos: As diferentes escalas dos seres são proporcionais ao
número de espécies descritas. fonte: Environmental Research Group Oxford.

Os insetos envolvem animais com plano corpóreo distinto formado por cabeça,
tórax e abdômen, três pares de pernas torácicas; um par de antenas, um sistema de
trocas gasosas com o ar, composto por traquéias e espiráculos e túbulos de Malpighi
como sistema excretor. (BORROR; DeLONG, 1969) Existem aproximadamente 5 mil
espécies de Odonata (libélulas), 20 mil de Orthoptera (gafanhotos), 170 mil de
Lepidoptera (borboletas), 120 mil de Diptera (moscas e mosquitos), 82 mil de Hemiptera
(percevejos e afídeos), 350 mil de Coleoptera (besouros) e 110 mil de Hymenoptera
que são as abelhas, vespas e formigas. (Entomologistas do Brasil, 2007).
Os insetos estão presentes constantemente no nosso cotidiano, onde podemos
sentir sua influencia em diversos setores da vida sociocultural de sociedades tanto
10

antigas quanto contemporâneas, seja através da literatura (oral e escrita), músicas,


artes plásticas, medicina, mitologia, audiovisuais dentre outros, sendo este último talvez
o que possui mais influencia na transmissão de valores relacionada ao tema insetos.
Segundo Neto e Pacheco (2004), a grande maioria das culturas humanas percebe e
reúne em uma mesma etnocategoria 1 classificatória tanto os insetos propriamente ditos
quanto animais não-insetos (ratos, morcegos, lagartos, serpentes, sapos, moluscos,
lesmas, minhocas, escorpiões, aranhas, entre outros) devido à transferência de
qualidades associadas com a construção cultural do termo inseto.
Essas atitudes dos indivíduos em relação aos insetos podem estar relacionadas a
diversos fatores. Segundo Neto e Pacheco (2004), a abundância do animal; sensação
tátil; sensação visual; crença na espiritualidade; idéia de sujeira ou limpeza; associação
do animal a doenças; crença na fragilidade ou resistência do animal; benefícios ou
prejuízos que o animal possa trazer; desconforto que o animal possa gerar; aparência;
conhecimento ou desconhecimento sobre o animal, são fatores que levam o público a
ter atitudes que variam desde a afeição à aversão extrema, onde poucos de encontram
na primeira categoria.
De fato, os seres humanos costumam sentir raiva, nojo, desdém dentre outros
sentimentos negativos pelos insetos, isso devido aos fatores apresentados e por uma
razão simples, ele realmente invadem residências e corpos, causando prejuízos e
danos ao bem-estar e saúde direta ou indiretamente. Porém, mais de 99,9% de todas
as espécies de insetos são diretamente benéficas aos seres humanos ou ao menos não
lhes causam malefícios, além de que, até mesmo os que causam prejuízos quando
suas populações são pequenas raramente são perigosos, servindo até de alimento para
outros animais (BORROR e DeLONG, 1988). Contudo o que se vê é uma extrapolação

desvairada destes sentimentos negativos para todos os insetos, e até mesmo para os

que não são, porém são classificados erroneamente como tal.

________________________________________
1
O estudo das relações homem/entomofauna é de domínio da etnoentomologia, a qual pode ser definida como o
estudo do conhecimento, dos usos e da classificação dos insetos pelo homem. Portanto no caso em questão,
etnocategoria representa o modo como os indivíduos percebem, identificam, categorizam e classificam os insetos.
11

Como já dito, os recursos audiovisuais constituem uma forte fonte de


transmissão de valores, e com isso, possui uma forte influencia na formação de
conceitos. Com isso, a indústria cinematográfica costuma difundir imagens negativas
dos artrópodes, atribuindo a esse grupo imagens sinistras de perigo e morte, que
provocam repugnância e nojo no público. É fácil de se encontrar exemplos de
associação de insetos a terror e destruição em filmes de ficção, como em “Mundo em
perigo” (Them!, EUA, 1954), de Gordon Douglas, que conta a inusitada história de
ataque de formigas gigantes a Los Angeles. Outro exemplo mais recente é
“Hospedeiro: a ameaça interior” (They Nest, EUA, 2000), dirigido por Ellory Elkayem, o
mesmo diretor da ainda mais recente “Malditas aranhas”. O filme mostra a história de
indivíduos de uma espécie de baratas africana que utilizam os seres humanos como
hospedeiros para sua reprodução, apresenta cenas de pessoas sendo devoradas vivas
por baratas que saem de suas entranhas.

Figura 3: a) Capa do filme “Mundo em perigo”, divulgando imagens assustadoras de insetos


que parecem com formigas. b) Capa do filme “O Hospedeiro”, mostrando uma barata saindo
da boca de um humano. As duas vinculam imagens assustadoras dos insetos. Fonte:
www.netmovies.com.br

Dentro da natureza audiovisual, infelizmente não são apenas os filmes de ficção


que apresentam os insetos de um ponto de vista negativo, alguns documentários se
preocupam também em vincular os insetos a algo ruim, e muitas vezes esses
documentários são usados em salas de aula, contribuindo para a construção do
preconceito em relação a esse grupo. Como exemplo “O regresso dos insetos
assassinos” (Returno f the Killer Bugs, 1999), dirigido por Peter e Harriet Getzels e
produzido pela BBC, que trata sobre o aumento da incidência de doenças transmitidas
por agentes patogênicos, em função das alterações climáticas do mundo. Esse
documentário além de gerar uma mitificação dos insetos, congrega outros grupos como
12

ratos e vírus no mesmo conjunto que os insetos, uma vez que o nome do documentário
é “O regresso dos insetos assassinos”.
Em oposição a esses filmes e documentários que superestimam a “culpa” dos
insetos, há filmes que difundem idéias positivas destes animais. Um bom exemplo é a
animação “Bee Movie”: a história de uma abelha (Bee Movie, 2007) dos diretores Steve
Hickner e Simon J. Smith, que conta às aventuras de Barry B. Benson, uma abelha que
não se conforma em ter que trabalhar de graça para a humanidade. Esse filme mostra
bem algumas das muitas importâncias dos insetos para a natureza, como a polinização
dentre outras. Os filmes “FormiguinhaZ” e “Vida de Inseto”, objetos de estudo, também
mostram de forma didática e lúdica o dia a dia de um formigueiro a relação dos insetos
com outros animais e até mesmo com o homem, e sempre de maneira interessante e
sem transmitir negatividade.
13

3 Metodologia

A avaliação dos filmes se diferencia de acordo com o que se quer explorar em


seu conteúdo, sendo importante ser feita, pois o professor precisa estar preparado para
a aplicação deste recurso, podendo assim, direcionar esse recurso em favor de suas
aulas e principalmente do aluno. Segundo Mandarino (2001), o vídeo só deve ser
utilizado como estratégia quando for adequado, quando tiver condições de contribuir
expressivamente para o desenvolvimento do trabalho. Nem todos os temas e
conteúdos escolares podem ser abordados com o auxilio da linguagem audiovisual, “A
cada conteúdo corresponde um meio de expressão mais adequado”. Segundo esta
autora, os critérios para avaliação de filmes para fins didáticos necessitam da análise
das seguintes questões: O vídeo como Sensibilização; Ilustração; Simulação e
conteúdo de Ensino. Questões essas que foram abordadas nos dois filmes deste
trabalho “FormiguinhaZ” e “Vida de Inseto” após observações minuciosas.

1. O Vídeo como Sensibilização.


Este critério seria a função básica do vídeo, ou seja:
• Informa?
• Introduzir um novo assunto?
• Despertar a curiosidade?
• Motivação para novos temas?
• Fixar conteúdos?

2. O Vídeo como Ilustração


• O vídeo traz para a sala de aula realidades distantes dos alunos, como cenário,
tempo histórico?
3. O vídeo Simulação
• O vídeo traz simulação de experiências que seriam perigosas em laboratório ou
que exigiriam muito tempo e recursos?
• O vídeo faz alguma simulação para demonstrar algo?
4. O Vídeo como Conteúdo de Ensino
• O tema é especifico?
• O tema permite abordagens múltiplas, interdisciplinares?
• O tema é apropriado para a linguagem audiovisual?
• Os conteúdos transmitidos são adequados ao nível de compreensão dos alunos?
• O tema no contexto educativo e didático esta integrado?
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Como forma de apoio ao professor foi criada uma proposta de utilização destes filmes,
a fim de guiar o professor para a elaboração de suas aulas cujo tema corresponde a
Artrópodes (apêndice 1). A proposta para o professor soma um total de 24 páginas,
distribuídas em: Introdução contendo os objetivos; fichas técnicas contendo sinopse;
uma seção “contando o filme” que narra o filme na integra; uma seção “usando os
filmes” que mostra resumidamente os temas que podem ser abordados em cada filme,
sendo desde questões anatômicas como ecológicas, apresentando no final uma tabela
comparativa dos assuntos que podem ser abordados entre os dois filmes; uma seção
de “fotos comparativas”, que coloca lado a lado imagens de cenas dos filmes e as que
ocorre na natureza e as discute em seguida (Fig. 4).

Figura 4: Exemplo da seção de fotos comparativas da Proposta para o Professor. Fonte:


página 52 da Proposta para o professor.

Há também um tópico que comenta sobre a vida das formigas, abordando um pouco
de taxonomia, importância ecológica, organização social, desenvolvimento,
características anatômicas e comportamentais; os temas que podem ser abordados são
apresentados e logo abaixo uma breve discrição deste, além referencias de onde o
professor pode encontra mais informações. Em seguida, são apresentadas as
respectivas cenas dos filmes que podem ser tratadas de acordo com os assuntos.
Como por exemplo:
15

RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS HARMÔNICAS:


#Protocooperação: Embora as duas espécies envolvidas sejam
beneficiadas, elas podem viver de modo independente, sem que isso as prejudique. Um
exemplo é o pássaro-palito e o jacaré: o jacaré abre a sua boca e o pássaro-palito entra
nela, mas não é devorado porque se ele for devorado o jacaré ficará com os dentes
podres e não poderá mais comer. Ao mesmo tempo em que o pássaro-palito ajuda o
jacaré limpando os seus dentes, ele se alimenta com o resto da comida que há dentro
da boca e dos dentes do jacaré, assim os dois se beneficiam de algum modo.

O TEMA NO FILME “FORMIGUINHAZ”


Alguns autores tratam a relação das Formigas com os Pulgões como
protocooperação. (00:10:34) É servida para Weaver e Z uma “cerveja de pulgão”. Com
isso, é possível chamar a atenção para a relação entre formigas e Pulgões, que
dependendo da ótica pode ser considerada como Protocooperação ou Esclavagismo.

O TEMA NO FILME “VIDA DE INSETO”


A Rainha anda sempre com um Pulgão de baixo do braço, sempre acariciando. Esse
tipo de atitude representa uma relação ecológica que ocorre realmente, entre formigas
e Afídeos, que dependendo do autor pode ser tratada como Esclavagismo ou
Protocooperação. E o fato dela acaricia-lo todo o tempo pode indicar o fato das
formigas acariciam os pulgões comas antenas para que ele seja estimulado a liberar a
substancia açucarada.

A proposta foi apresentada para 7 docentes do ensino fundamental e médio,


cursistas de pós-graduação em Eensino de Ciências da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro, onde estes a avaliaram perante um questionário de oito perguntas
(Apêndice B), que tratam de modos de utilização de filmes, opinião sobre os filmes em
questão e avaliação da “Proposta para o professor”.
O questionário se inicia com uma pergunta de caráter identificatório, para saber
apenas se os professores lecionam no ensino fundamental e/ou ensino médio. As três
primeiras questões possuem o objetivo de identificar a quantidade de professores que
16

costumam utilizam o vídeo em sala de aula, a freqüência com que eles o usam e a
forma de utilização, ou seja, a estratégias de ensino agregadas ao uso deste recurso
(Videolição e/ou Videoapoio e/ou programa motivador) As perguntas quatro e cinco, são
relacionadas ao uso dos filmes “FormiguinhaZ” e “Vida de Inseto” em sala de aula, para
avaliar de modo quantitativo e qualitativo o uso destes filmes específicos. As questões
restantes representam uma forma de avaliar a “Proposta para o professor”, procurando
saber a opinião dos professores sobre como ela ajuda, o que poderia ser acrescentado
ou mudado para a melhoria da proposta e em que seguimento de ensino pode ser
usado.
17

4 Resultados

4.1 Análise dos filmes FormiguinhaZ e Vida de inseto

1. Características gerais dos filmes:

FORMIGUINHAZ (ANTZ)

Sinopse: O enredo do filme se passa em um formigueiro de saúvas, onde uma formiga


operária chamada Z se mostra inconformada com a falta de individualidade dos seres
de sua espécie e com as normas que regem sua colônia. Z também se apaixona pela
princesa Bala, que a princípio se mostra um amor impossível. Porém, quando Z
convence seu amigo Soldado a trocar de lugar com ele, uma fantástica reviravolta
acontece em sua vida. Desde as batalhas na guerra contra os cupins, até a procura de
“Insectopia”, as aventuras de Z o levam a um confronto final com o cruel General
Mandíbula, que planeja exterminar a colônia. É então que Z, um insignificante operário,
pode se transformar no maior de todos os heróis.

Gênero: Animação Computadorizada


Tempo de Duração: 82 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1998
Site Oficial: www.pepsi.com/antz
Estúdio: DreamWorks SKG / Pacific Data Images
Distribuição: DreamWorks Distribution L.L.C. / UIP
Direção: Eric Darnell e Tim Johnson
Roteiro: Todd Alcott, Chris Weitz e Paul Weitz
Produção: Brad Lewis, Aron Warner e Patty Wooton
Música: Harry Gregson-Williams e John Powell
Desenho de Produção: John Bell
Direção de Arte: Kendall Crockhite
Edição: Stan Webb
18

Efeitos Especiais: Pacific Data Images

Ator/ Atriz Personagem (Voz)


Woody Allen (Z)
Sharon Stone (Princesa Bala)
Gene Hackman (General Mandíbula)
Jennifer Lopez (Azteca)
Danny Glover (Barbatus)
Sylvester Stallone (Weaver)
Christopher Walken (Coronel Cutter)
Dan Akroyd (Chip)
Anne Bancroft (Rainha)
Jane Curtin (Muffy)
Paul Mazursky (Psicólogo)

Público alvo: Tem como público alvo pessoas de todas as idades, podendo der
utilizado em aulas com crianças da educação infantil (a partir de 7 anos), do ensino
fundamental (de 11 a 15 anos) e ensino médio.

VIDA DE INSETO (A BUG'S LIFE)

Sinopse: No mundo dos insetos, as formigas são manipuladas pelos gafanhotos, que
todos os anos exigem uma quantia de comida. Se as formigas não cumprirem essa
exigência, os gafanhotos ameaçam atacar o formigueiro. Mas, em certo ano, houve um
problema com a “oferenda”. É quando Flik, uma formiga cansada de ser oprimida, sai
em busca de outros insetos dispostos a ajudar o formigueiro a combater os gafanhotos.

Gênero: Animação Computadorizada


Tempo de Duração: 96 min
Ano de Lançamento (EUA): 1998
19

Site Oficial: www.abugslife.com


Estúdio: Pixar Animation Studios / Walt Disney Productions
Distribuição: Buena Vista International / Walt Disney Pictures
Direção: John Lasseter
Roteiro: Andrew Stanton, Don McEnery e Bob Shaw, baseado em estória de John
Lasseter, Andrew Stanton e Joe Ranft
Produção: Darla K. Anderson e Kevin Reher
Música: Randy Newman
Direção de Fotografia: Sharon Calahan
Desenho de Produção: William Cone
Edição: Lee Unkrich

Ator/ Atriz Personagem (Voz)


Dave Foley (Flik)
Kevin Spacey (Hopper)
Julia Louis-Dreyfuss (Princesa Atta)
Hayden Panettiere (Dot)
Phyllis Diller (Rainha)
Richard Kind (Molt)
David Hyde Pierce (Slim)
Joe Ranft (Heimlich)
Dennis Leary (Francis)
Madeline Kahn (Gyspsy)
Bonnie Hunt (Rosie)
Michael McShane (Tuck / Roll)
John Ratzenberger (P.T. Flea)
David Ossman (Cornelius)
Roddy McDowall (Mr. Soil)
Jonathan Harris (Manny)
20

Público alvo: Tem como público alvo pessoas de todas as idades, podendo der
utilizado em aulas com crianças da educação infantil (a partir de 7 anos), do ensino
fundamental (de 11 a 15 anos) e ensino médio.

2. Os vídeos como sensibilização.

FORMIGHUINHAZ E VIDA DE INSETO

Por ser um filme de animação com um bom gráfico, roteiro divertido e excitante
FormiguinhaZ é um ótimo filme para ser aplicado à criança, e até mesmo adolescente,
pois prende a atenção e motiva. Através de um professor experiente que possui o
conhecimento para extrair e trabalhar os assuntos de maneira correta, o filme pode
servir para introduzir temas interessantes em diversas aulas de maneira lúdica. Ele
consegue criar expectativas, aguçar a curiosidade dos alunos e isso facilita o
aprendizado, que acaba ajudando para a fixação do conteúdo.
Em relação a motivação, expectativas, aguçar a curiosidade dentre outros efeitos
benéficos que um filme de animação de boa qualidade realiza, o filme “Vida de inseto” é
um primor. O gráfico em comparação com “FormiguinhaZ” é mais colorido e animado
assim como o enredo, prendendo a atenção e divertindo com intensidade o
telespectador. É garantido que além de diversão, o filme pode acrescentar muito mais
aos alunos, isso é claro, como já foi dito, através de professores experientes que
saibam como lidar com as informações contidas no filme.

3. O Vídeo como Ilustração


FORMIGUINHAZ E VIDA DE INSETO

As imagens dos dois filmes em geral, fornece uma boa base para o aprendizado
dos alunos, pois, são atuais, divertidas, coloridas, dinâmicas a apresentam o máximo de
realismo, apresentando textura, forma, cor, profundidade e perspectiva o mais próximo
da realidade.
21

4. O vídeo Simulação
FORMIGUINHAZ E VIDA DE INSETO

Neste ponto, mesmo não sendo o objetivo dos filmes, pode-se extrair algumas
experiências, como em “FormiguinhaZ” quando um garoto usa uma lupa para queimar
formigas, isso é um pouco perigoso se feito de maneira errada, além de errado se for
feito com formigas ou outro ser vivo.

5. O Vídeo como Conteúdo de Ensino

Não é o objetivo central dos filmes em questão serem aplicados para fins
didáticos, por isso, não há um tema específico que contemple somente um segmento
de ensino, há temas espalhados e de diversas complexidades, que abrangem não
somente o ensino fundamental, como o médio e superior. Por isso, há a necessidade
de se fazer um estudo prévio para extrair conteúdos específicos e seleciona-los de
acordo com os diferentes níveis de compreensão.

“FORMIGUINHAZ”

O filme de animação “FormiguinhaZ”, introduz idéias muito interessantes para a


vida em sociedade. As atitudes de uma traumatizada formiga de nome Z, coloca a
mostra uma diversidade de temas, dentre os quais a necessidade de se aprender a
pensar por conta própria; o reconhecimento de que não somos iguais, e devemos
respeitar as diferenças; perseverança; a importância de se trabalhar em grupo, que é
uma das mais importantes mensagens do filme “FormiguinhaZ”. Ou seja, possui temas
que podem ser tratados em aulas de sociologia facilmente, inserindo lições importantes
para a formação das crianças e dos adolescentes frente à sociedade atual.
Dentro do âmbito biológico, podem ser tratados temas como Relações
Ecológicas, Cadeia Alimentar, Relações InsetosXHomem além de uma ótima
22

oportunidade de ilustrar as características dos insetos como exemplo de Arthropoda


(Tabela 1).
O filme consegue ser ainda mais interessantes, uma vez que se mostra
altamente interdisciplinar, pois não introduz temas apenas em Ciências (ensino
fundamental) ou Biologia (ensino médio), e também como visto, em sociologia, mas
também nas aulas de História, onde o roteiro, símbolos, imagens e narrativa, abordam
importantes eventos históricos, como nazismo, totalitarismo, monarquia, segunda
Guerra, entre outros (DORNELES, 2006)

VIDA DE INSETO

Do filme pode-se extrair uma semelhança entre a nosso modelo de sociedade e


a do formigueiro. Assim como o filme, podemos nos deparar em nossa sociedade com a
dominação, e a alienação, assim como a fragilidade frente ao poder de dominação dos
predadores, ao mesmo tempo que relata uma força e determinação em momentos de
extrema opressão.
No filme “Vida de Inseto”, esta nas relações ecológicas os alicerces do enredo.
Esse filme não pode apenas ser usado em salas do ensino fundamental e médio, mas
também no ensino superior, isso porque o filme contém lições complexas de Ecologia.
Do título do filme também é possível extrair uma lição, pois apesar do nome “Vida de
Inseto”, nem todos os animais que aparecem no filme são insetos. Outro erro comum do
filme é em relação às características anatômicas, já que nem sempre corresponde ao
real. Porém esses erros não são necessariamente algo ruim, pois com a devida atenção
podem ser trabalhado com os alunos de maneira a fazer com que eles percebam os
erros e saibam apontar quais são.
23

Tabela 1: comparação dos filmes em relação aos conteúdos que podem ser
abordados
Conteúdo abordado FormiguinhaZ Vida de Inseto
Relações Ecológicas
Sociedade e Formigas X X
Colônia X --
Protocooperação X X
Mutualismo/Simbiose -- X
Sinfilia X X
Competição X X
Predação -- X
Cadeia alimentar X --
Relaçãoes HomemXInseto X --
Filo Arthropoda
Subfilo Unirramia
Classe Insecta X X
Classe Diplopoda -- X
Classe Quilopoda -- X
Subfilo Crustácea -- --
Subfilo Chelicerata -- X
Fonte: “Proposta para o professor” pág. 6
24

4.2 Análise do questionário sobre “FormiguinhaZ” e “Vida de inseto”


e a “Proposta para o professor” para a dinâmica do ensino-
aprendizagem

Dos 7 professores entrevistados, 1 trabalha com Ensino Fundamental e Ensino


Médio e 6 trabalham apenas no Ensino Fundamental.
Enino Médio
13%

Ensino
Fundam ental
87%

Gráfico 1: Porcentagem de professores que trabalham no ensino fundamental e/ou


médio
O gráfico 2 e 3 demonstram respectivamente, o costume de uso de vídeos em
sala e a freqüência com que este recurso é utilizado. Como pode ser visto, 5 dos
professores, cerca de 70%, admitem possuir costume de fazer uso de vídeos em sala
de aula, os outros 2 professores, dizem que não tem esse costume, isso pode
acontecer por diversos fatores, como a falta de material e/ou equipamento audiovisual
da escola, desinteresse ou falta de estrutura por parte do professor, dentre outros. Com
isso, em relação à freqüência de utilização, o mesmo número de professores que
costumam usar vídeo procuram usar sempre que possível o recurso.

6 Sem pre que


4,5
possível; 4
Sim ; 5 4
5
3,5
4 3

2,5
3 Raram ente ; 2
2
Não; 2
2 1,5

1
1
0,5

0 0

Gráfico 2: Uso de vídeo em sala de Gráfico 3: Freqüência de utilização em


aula sala de aula
25

Como foi dito que quando necessário poderia ser marcado mais de uma opção, a
questão 3 foi considerada como número de citações. Em relação à forma com que o
professor costuma utilizar essa mídia no processo de ensino e aprendizagem, o gráfico
4 demonstra que a maioria 67% dos entrevistados, prefere o uso como videoapoio. O
sentido desta modalidade reside na utilização de imagens veiculadas pelo vídeo para
reforçar o discurso do professor ou dos alunos, cuja característica dessa modalidade é
a utilização das imagens sem som, sendo o vídeo utilizado como ilustração. 22% dos
professores preferem o uso do vídeo como Programa Motivador, que corresponde a
uma motivação inicial sobre um tema ou assunto com fins objetivados. A modalidade
em que o vídeo é utilizado como uma ferramenta de aula expositiva, na qual, a
tecnologia substitui o professor, foi à escolha de 11% dos professores.

Programa
Videolição
Motivador
11%
22%

Videoapoio
67%
Gráfico 4: Forma de utilização do vídeo

As questões 4 e 5 procuram saber a opinião dos professores sobre o emprego


dos filmes “FormiguinhaZ” e “Vida de Inseto” em sala de aula, além de verificar se
esses filmes já foram usados em algum momento por esses docentes. Todos os
Professores afirmam que nunca fizeram uso destes filmes para fins didáticos, porém
acreditam que sejam bons filmes para serem usados em sala de aula. Esse fato fica
claro em suas respostas a pergunta de número 4 “Você acha que os filmes
“FormiguinhaZ” e “Vida de Inseto” são bons filmes para se utilizar em sala de aula?” Os
professores disseram:
Professor 1: “São filmes que se pode trabalhar vários conceitos da biologia”.
26

Professor 2: “Demonstram de forma lúdica e divertida os conceitos que as vezes é


chato de explicar para os alunos”.
Professor 3: “Pode-se passar informações reais sobre insetos etc.”
Professor 4: “São filmes que podem estimular temas relacionados à zoologia dos
invertebrados”
Professor 5: “São filmes que introduzem de uma forma lúdica um tema que
muitos alunos não se sentem atraídos, portanto ajuda na aprendizagem.”
Professor 6: “São filmes divertidos que as crianças adoram e que passam coisas
reais da vida animal.”
Professor 7: “são filmes de fácil entendimento por parte do professor e das
crianças”
Em relação às questões 6 e 7 – que avalia a opinião dos professores sobre a
“Proposta para o Professor” dos filmes FormiguinhaZ e vida de inseto, e se haveria
alguma sugestão para a melhoria da proposta respectivamente – todos os docentes se
mostraram bastante positivos, uma vez que demonstraram interesse no guia e falaram
da sua utilidade, onde apenas dois professores se colocaram de modo a acrescentar
algo (Professor 5 e 7), os outros apenas elogiaram ou disseram que não
acrescentariam nada. De acordo com estas respostas, percebemos que a utilização de
imagens e vídeos auxilia o aluno na visualização do conteúdo, no diálogo, na interação
e participação em sala de aula. As imagens são capazes de sensibilizar o aluno, de
forma que este possa ter suas próprias conclusões a respeito do assunto estudado,
assim como é capaz de despertar a curiosidade e a motivação dos mesmos.

Na questão 6 “Você acha que a “Proposta para o professor” ajudaria o professor para a
utilizaçãoo dos filmes em questão para fins didáticos”? Os professores escreveram:
Professor 1: “Com certeza, pois é um norteador que embasará as aulas”.
Professor 2: “Sim, daria suporte aos professores em sala”.
Professor 3: “Poderia ajudar no direcionamento da aula e abordar sobre os
diversos assuntos.”
Professor 4: “Sem dúvidas”
27

Professor 5: “Ajuda o professor a se munir de informações para a utilização destes


filmes em sala. Servindo para retirar conceitos errados.”.
Professor 6: “Sim, estimula o uso dos filmes.”.
Professor 7: “Auxilia o professor caso ele queira usar o filme”.

Na questão 7 “De sua opinião sobre a “proposta para o professor”. O que mudaria e ou
acrescentaria para melhor guiar o professor?” os professores escreveram:
Professor 1: “Auxilia desde a parte anatômica até as relações ecológicas. Muito
útil”.
Professor 2: “Ajudaria a nortear melhor o professor no uso adequado dos filmes
em questão”.
Professor 3: “Nada a acrescentar.”
Professor 4: “A proposta pode servir de guia para utilização de vídeos”
Professor 5: “Eu Acrescentaria um sumario pra facilitar”
Professor 6: “Não acrescentaria nada, esta ótimo.”
Professor 7: “Tentaria deixar mais resumido”

Na ultima questão “Para qual segmento de ensino você indicaria o guia?” foi dito
que poderiam marcar mais de uma opção, portanto, como na questão 3, é considerado
o número de citações. De acordo com o gráfico 5 a grande maioria das citações, 55%
caíram para o ensino fundamental, isso talvez pelo fato de muitos constantemente
associarem a animação ao público infantil, o que não é verdade, pois as indústrias
cinematográficas estão investindo cada vez mais em um tipo de “humor inteligente”, que
abrange a todas as idades e diferentes níveis de entendimento, por exemplo, no filme
“Vida de inseto”, há uma cena em que os insetos do circo estão interpretando a
polinização, isso, uma criança de ensino fundamental possui a capacidade de entender
facilmente, em contrapartida, pode-se extrair do filme de temas complexos como a
relação espécie-área, que comumente é tratada em ensino superior.
28

Ensino Superior
8%

Ensino Médio
Ensino
33%
Fundamental
59%

Gráfico 5: Segmento de ensino apropriado para a Proposta para o


professor
29

5 Considerações finais
O uso de material audiovisual sem dúvidas costuma auxiliar na dinâmica
ensino/aprendizagem, mas o vídeo sozinho não é nada sem que haja um professor por
trás, disposto a guiar o aluno perante as milhares de informações que contem um filme,
que muitas vezes expõem conceitos errôneos. Por esse motivo, iniciativas que ajuda o
professor a administrar melhor suas aulas com vídeos, são importantes para que haja
um aproveitamento melhor deste recurso, como no caso a Proposta para o Professor na
utilização dos filmes “FormiguinhaZ” e “Vida de inseto”, que possui como objetivo
central não somente guiar o docente na hora de usar os vídeos em questão, mas
também de estimular o uso destes em sala, pois são muito ricos e sem dúvida ajudam
na fixação de conteúdos.
Os filmes abordados tratam da vida de formigas e outros insetos, de maneira
divertida e sem uma visão negativa destes, o que ajuda muito em relação ao costume
que as pessoas tem de “criminalizar” esta classe tão importante para o Planeta Terra.
Desta maneira, um processo de aprendizagem baseado em estímulos sensoriais
adequados (como o vídeo) pode levar a mudanças de atitudes dos indivíduos com
relação aos insetos, tornando-os mais toleráveis ao convívio.
A incorporação do vídeo à prática pedagógica não é algo fácil, uma vez que é
necessário observar várias questões que viabilize a inclusão eficaz deste recurso como
material didático. Através do uso consciente do vídeo, se pode chegar a uma forma de
ensino interdisciplinar, que promove de uma maneira inovadora e criativa a interação
entre os conteúdos, e principalmente dos alunos com o ambiente natural.
Imaginar um ambiente escolar melhor, é antes pensar em formas de ensino que
chame a atenção dos alunos, algo que estimule a curiosidade e criatividade dos jovens,
alguma coisa viável, prazerosa e que os faça buscar em seu cotidiano exemplos do que
estão aprendendo. O vídeo como material didático representa para os jovens não
somente uma nova forma de aprender, mas também uma maneira de desenvolver a
capacidade de observar o velho com um novo olhar.
30

Bibliografia:
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. (in): XXXI Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2008

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Brasília: MEC, 1998.


138p.

CARRERA, Messias.. Entomologia para Você. São Paulo: 7a. Edição. Livraria Nobel
S.A, 1980.

Costa, Felipe A. P. L. Biodiversidade aninhada no mundo dos invertebrados crocantes.


Jornal da ciência, 2004. [acessado em 2 Dez. 2009]. Disponível em:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=21444

Entomologistas do Brasil: Banco de Dados dos Entomologistas Brasileiros. [Homepage


na Internet]. [atualizada em Jan. 2007; acesso em Jan. 2010]. Disponível em:
http://www.ebras.bio.br/e-insetos/introducao.asp.

Fichas Técnicas retiradas de:


http://www.adorocinema.com/filmes/FormiguinhaZ/FormiguinhaZ Acesso em: 24 abr.
2009

FERRÉS, Joan. Vídeo e educação. Porto Alegre: Ed. Artes Médicas, 1996.

_____. Interferências dos meios de comunicação no nosso conhecimento. São Paulo:


Revista Brasileira de Comunicação,1994.

HIRDES, João Carlos Roedel; SOUZA, João Artur; DANDOLINI, Gertrudes Aparecida;
MELLO, Janice Silveira de & RODRIGUES, Joel Martins. O uso das novas tecnologias
de comunicação no processo de ensino-aprendizagem. Caxias do Sul: IX EGEM -
Encontro Gaúcho de Educação Matemática, 2006.

MANDARINO, Mônica Cerbella Freire. Organizando o trabalho com vídeo em sala de


aula: Morpheus - Revista Eletrônica em Ciências Humanas, 2002. Disponível em:
<http://www.unirio.br/morpheusonline/Numero01-2000/monicamandarino.htm>, Acesso
em: 25 Abr. 2009

MORAES, Maria Cândido; TORRE, Saturnino de La Sentipensar. fundamentos e


práticas para reencantar a educação. Petrópolis/RJ: Ed. Vozes, 2004.

MORAN, José. Manuel. Ensino e aprendizagem inovadores com tecnologia. São Paulo:
Ed. Educacional, 2000.
31

NETO, Eraldo Medeiros Costa; PACHECO, Josué Marques. A Construção do domínio


etnozoológico “inseto” pelos moradores do povoado de Pedra Branca, Santa Terezinha,
Estado da Bahia. Maringá: Acta Scientiarum. Biological Sciences., 2004.

PACHECO, Elza Dias. Televisão, criança, imaginário e educação: Dilemas e Diálogos.


Campinas, SP: Ed. Papirus, 1998.

SOLEDADE, Juliana Santos; OLIVEIRA, Rodrigo Bomfim. As Potencialidades das


Novas Temáticas Tratadas No Cinema de Animação. Natal, RN: Intercom – Sociedade

VICENTINI, Gustavo Wuergers; DOMINGUES, Maria José Carvalho de Souza. O uso


do vídeo como instrumento didático e educativo em sala de aula. Curitiba, PR: XIX
ENANGRAD, out 2008.
32

APÊNDICE A – “FormiguinhaZ e “Vida de Inseto”: Uma proposta para o


professor

Introdução
A difusão dos sistemas audiovisuais vem abrindo espaço para a utilização de
vídeos para as atividades de aprendizagem, podendo se tornar um novo atrativo para o
desenvolvimento e elaboração de novos conhecimentos. Temas que antes eram de
difícil compreensão devido ao grau de complexidade, agora se tornam agradáveis não
só aos olhos dos alunos, mas também para os professores. Na medida em que o vídeo
é utilizado como instrumento de visualização de fatos e exemplos o ensino-
aprendizagem ganha um forte aliado para o desenvolvimento de atividades
educacionais.
O objetivo do guia perante o tema central é de proporcionar aos professores de
Ciências e Biologia subsídios para levar seus estudantes a desenvolver habilidades e
competências como a capacidade de argumentar, dar exemplos, pedir razões etc. Com
este objeto de aprendizagem espera-se que o estudante, ao desenvolvê-lo, possa ter
condições e capacidades de distinguir, bem como caracterizar os seres do Filo
Arthropodas e seus subfilos. Além de, através das inúmeras lições de vida que os filmes
apresentam, leva-los a perceber que as ações por mais simples que sejam podem
interferir em sua própria vida e na vida de outros seres, tanto positivamente, quanto
negativamente.
O guia se propõe a apresentar os pontos dos filmes que poderia interessar para
uma possível abordagem, destacando trechos e apresentando-os junto aos seus
respectivos temas. Como por exemplo, o trecho do filme que ilustra um tipo de relação
ecológica é destacado e apresentado, e acima deste, já costa um breve relato sobre o
que é relação ecológica e onde o professor poderia procurar mais informações.
33

Formiguinhaz (Antz)
„ Gênero: Animação Computadorizada
Tempo de Duração: 82 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1998
Site Oficial: www.pepsi.com/antz
Estúdio: DreamWorks SKG / Pacific Data Images
Distribuição: DreamWorks Distribution L.L.C. / UIP
Direção: Eric Darnell e Tim Johnson
Roteiro: Todd Alcott, Chris Weitz e Paul Weitz
Produção: Brad Lewis, Aron Warner e Patty Wooton
Música: Harry Gregson-Williams e John Powell
Desenho de Produção: John Bell
Direção de Arte: Kendall Crockhite
Edição: Stan Webb
Efeitos Especiais: Pacific Data Images

Ator/ Atriz Personagem (Voz)


„ Sinopse Woody Allen (Z)
A formiguinha Z é apenas um Sharon Stone (Princesa Bala)
operário, que sonha roubar o coração da Gene Hackman (General Mandíbula)
princesa Bala. Para isso, convence seu Jennifer Lopez (Azteca)

amigo soldado a trocar de lugar com ele, Danny Glover (Barbatus)


Sylvester Stallone (Weaver)
o que faz com que tenha que enfrentar o
Christopher Walken (Coronel Cutter)
impiedoso General Mandíbula, que
Dan Akroyd (Chip)
planeja uma grande ofensiva contra o
Anne Bancroft (Rainha)
formigueiro. Jane Curtin (Muffy)
Paul Mazursky (Psicólogo)
34

Contando o filme formiguinhaz


A Formiga Z é o filho do meio de uma família de milhares de formigas saúvas,
nunca tendo tido o afeto dos pais, se sente insignificante e pouco disposto para a vida
que leva. Como todas as formiguinhas, ele foi escolhido para a realização de um
trabalho específico, como operário, cavando buracos que servem para a comunidade
se locomover debaixo da terra ou ainda para guardar seu alimento.

Inconformado com isso, Z vive uma vida de infelicidade e tem o


acompanhamento de um terapeuta. Sua existência começa a mudar quando ele
encontra, por acaso, com a princesa Bala num de seus momentos de folga e dança
com ela. A perspectiva de reencontrar a jovem aspirante ao trono faz com que ele
convença seu amigo Weaver, um forte soldado, a trocar de lugar temporariamente na
esperança de rever a Princesa durante uma apresentação dos soldados as autoridades
do formigueiro. Mas a princesa não o vê. Com o esquadrão, ele é mandado em uma
missão contra uma colônia de cupins.

O que ele não desconfia é que o general Mandíbula pretende assumir o trono e
acabar com os espécimes inferiores do formigueiro. Para isso, declarou guerra contra
os cupins, ocasião em que pretende exterminar os eventuais opositores ao seu plano
de controlar ditatorialmente a colônia de formigas.

Como o único sobrevivente da guerra entre formigas e cupins, Z retorna ao


formigueiro como herói de guerra. Porem, seu disfarce logo é descoberto, e ele se torna
um fugitivo e sequestrador da Princesa Bala. Sendo assim, Z se vê como única saída ir
em busca de Insetopia, um local que seria o paraíso dos insetos.

Depois de várias aventuras Z encontram Insetopia, mas logo se vê obrigado a


voltar ao formigueiro para ir em busca de sua amada, levada a força por Weaver, braço
direito do general Mandíbula. Para se opor a força do general Mandíbula, Z irá se
posicionar como um personagem cheio de idéias e de sonhos que o levarão a conhecer
novas realidades e salvar as formigas da colônia contra a opressão do líder militar.
35

Vida de Inseto
Gênero: Animação Computadorizada
Tempo de Duração: 96 min
Ano de Lançamento (EUA): 1998
Site Oficial: : www.abugslife.com
Estúdio: : Pixar Animation Studios / Walt Disney Productions
Distribuição: Buena Vista International / Walt Disney Pictures
Direção: John Lasseter
Roteiro: Andrew Stanton, Don McEnery e Bob Shaw, baseado
em estória de John Lasseter, Andrew Stanton e Joe Ranft
Produção: Darla K. Anderson e Kevin Reher
Música: Randy Newman
Desenho de Produção: William Cone
Ator/ Atriz Personagem (Voz) Direção de Arte: Sharon Calahan
Dave Foley (Flik) Edição: Lee Unkrich
Kevin Spacey (Hopper) Efeitos Especiais: Pixar Animation Studios

Julia Louis-Dreyfuss (Princesa Atta)


Hayden Panettiere (Dot)
Sinopse:
Phyllis Diller (Rainha)
No mundo dos insetos, as formigas são manipuladas
Richard Kind (Molt)
pelos gafanhotos, que todos os anos exigem uma
David Hyde Pierce (Slim)
quantia de comida. Se as formigas não cumprirem
Joe Ranft (Heimlich)
essa exigência, os gafanhotos ameaçam atacar o
Dennis Leary (Francis) formigueiro. Mas, em um certo ano, houve um
Madeline Kahn (Gyspsy) problema com a “oferenda”. É quando Flik, uma
Bonnie Hunt (Rosie) formiga cansada de ser oprimida, sai em busca de
Michael McShane (Tuck / Roll) outros insetos dispostos a ajudar o formigueiro a

John Ratzenberger (P.T. Flea) combater os gafanhotos.

David Ossman (Cornelius)


Roddy McDowall (Mr. Soil)
Jonathan Harris (Manny)
36

Contando o filme Vida de Inseto

Todos os anos, no mundo dos insetos os gananciosos gafanhotos exigem uma


parte da colheita das formigas se as formigas não cumprirem essa exigência, os
gafanhotos ameaçam atacar o formigueiro. Mas, em um certo ano, houve um problema
com a oferenda, o engenhoso Flick, uma formiga muito inteligente e criativa, destrói
toda a comida que seria servida aos gafanhotos.
O líder do bando de gafanhotos Hopper, ameaça a Rainha dizendo que elas
teriam que coletar toda a comida até o cair da ultima folha de Outono. É ai que Flick
decide ir em busca de novos insetos, maiores e mais forte, que sejam capazes
enfrentar os malvados Gafanhotos.
Após uma busca, Flick se vê ao meio de uma briga em um bar de insetos, onde
descobre um grupo de Insetos que parecem perfeitos para o trabalho. Mas o que ele
não espera é que se trata de uma trupe de circo muito atrapalhada.
Os novos insetos são recebidos com muitos aplausos por todo o formigueiro e
tratados como heróis. E apos de confeccionarem um plano “infalível” para espantar os
Gafanhotos. Até que são descobertos e a partir daí é só confusão. O Pássaro feito para
espantar os gafanhotos, acaba pegando fogo e estragando o plano. Porém, as formigas
descobrem sua força e desafiam os gafanhotos, adquirindo novamente sua liberdade.

Usando os filmes

O filme FormiguinhaZ aborda temas diversos, sendo altamente interdisciplinar,


podendo ser aproveitado em sala de aula não apenas em Ciências (ensino
fundamental) ou Biologia (ensino médio), mas também nas aulas de História, onde o
roteiro, símbolos, imagens e narrativa, abordam importantes eventos históricos, como
nazismo, totalitarismo, monarquia, segunda Guerra, entre outros (Se quiser saber mais
sobre “Formiguinhaz” em outro contexto que não ciências veja: DORNELES, 2006 e a
publicação na Web de Egydio Neves). Com tudo, o filme ainda traz exemplos de
trabalho em grupo, criatividade, solidariedade, individualidade, perseverança, dentre
37

outras lições importantes para a formação das crianças e adolescentes frente à


sociedade atual.
Tendo em vista a grande plasticidade do filme perante vários temas das Ciências
Biológicas, esse capítulo se destina a apontar os pontos interessantes com potencial de
serem tratados em sala de aula, com alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio.
O filme pode ser trabalhado com alunos do 7º ano do Ensino Fundamental e 2º
ano do Ensino Médio, sendo tratados temas como Relações Ecológicas, Cadeia
Alimentar, Relações Insetos Homem além de uma ótima oportunidade de ilustrar as
características dos insetos como exemplo de Arthropoda (Anatomia e Características).
Já o filme Vida de Inseto, esta nas relações ecológicas os alicerces do enredo.
Esse filme não pode apenas ser usado em salas do ensino fundamental e médio, mas
também no ensino superior, isso porque pode-se tirar lições complexas de Ecologia
deste filme.
Uma das únicas leis genuínas na Ciência Ecológica é a relação espécie-área,
que prevê que quanto maior a área, maior o número de espécies que nela podem
coexistir. Assim, na pequena ilha do desenho só há uma espécie (as formigas), sem
espaço aparente pra outra. Apesar de vilão, os gafanhotos competem com as formigas
pelo mesmo recurso alimentar (sementes) e não são seus predadores, como a maioria
dos vilões animais.
No auge da briga entre formigas e gafanhotos, uma chuva chega para aplacar a
competição. Na natureza fatores independentes da densidade (como chuva, invernos
rigorosos) controlam as populações, reduzindo seus tamanhos e, por conseguinte a
competição entre elas.
O outro fenômeno abordado é a relação da diversidade com a estabilidade. Alguns
experimentos ecológicos mostram que maior diversidade acarreta maior estabilidade na
comunidade, mas não necessariamente nas populações. Esta estabilidade é
denominada resiliência, isto é, a capacidade do ecossistema resistir a distúrbios. Assim
o aumento da diversidade local na ilha (através da chegada dos artistas) trouxe maior
equilíbrio na competição entre gafanhotos e formigas (espécies mais abundantes e,
então, dominantes), fazendo com que a disputa entre elas passasse a ser evitada,
fenômeno este que ocorre na natureza, pois as espécies
38

esforçam-se para evitar a competição. Predadores já foram várias vezes


citados na literatura científica como imprescindíveis na manutenção da diversidade. Em
Vida de Inseto um pássaro também ajudou a manter a diversidade local (e claro, à favor
das boazinhas formigas).

Tabela comparativa dos filmes em relação aos conteúdos que podem ser abordados

Conteúdo abordado Formiguinhaz Vida de Inseto


Relações Ecológicas
Sociedade e Formigas X X
Colônia X --
Protocooperação X X
Mutualismo/Simbiose -- X
Sinfilia X X
Competição X X
Predação -- X
Cadeia alimentar X --
Relaçãoes HomemXInseto X --
Filo Arthropoda
Subfilo Unirramia
Classe Insecta X X
Classe Diplopoda -- X
Classe Quilopoda -- X
Subfilo Crustácea -- --
Subfilo Chelicerata -- X

1) RELAÇÕES ECOLÓGICAS – Podendo ser encontrado no filme relações Intra-


específica harmônicas e Interespecífica harmônicas e desarmônicas.
a) INTRA-ESPECÍFICA:
# Sociedades E Vida Das Formigas: São associações entre indivíduos
da mesma espécie, organizados de um modo cooperativo e não ligados
39

anatomicamente. Em todas as sociedades sempre observamos a existência de


hierarquia, uma divisão de funções para cada membro participante da sociedade, o que
gera indivíduos especialistas em determinadas funções dentro da sociedade o que
aumenta a eficiência do conjunto e sobrevivência da espécie, a ponto de os animais
serem adaptados na estrutura do corpo às funções que realizam, por exemplo:
formigas-soldados são maiores e possuem mais veneno (mais ácido fórmico) que as
formigas-operárias.

O TEMA NO FILME “FORMIGUINHAZ” e “VIDA DE INSETO”


A Relação intra-específica “Sociedade” é visível em todo o filme, pois as
formigas são considerados insetos sociais, onde há divisão de trabalho e trabalho em
equipe. (Ver pág. 20 – “A Vida das Formigas”)

O TEMA NO FILME “FORMIGUINHAZ”

Pode-se chamar a atenção para o modo de vida das formigas em relação à


divisão de tarefas, onde há Soldados, Operários e Rainha, cada um realizando sua
função determinada. Esse fato é evidente em todo o filme, principalmente no momento
(00:02:52 min), onde as larvas são separadas de acordo com suas castas. . (Ver pág.
20 – “A Vida das Formigas”)
(00:04:00) A amiga de Z, Azteca diz a ele que um indivíduo é insignificante, mas
o conjunto é que é importante. Com isso, o professor pode falar sobre o modo de vida
das formigas em relação a coletividade e o cuidado com o formigueiro, onde todos os
indivíduos trabalham em prol da integridade do formigueiro. Isso pode ser demonstrado
também em (00:21:10 min), onde as formigas em grande número se mostram capazes
de morrer pelo formigueiro, acabando com a “ameaça” dos cupins. Esse fato também
fica evidenciado em (00:23:30 min), onde o Soldado Barpeitos (que viria a salvar sua
vida mais a frente), conta a Z que os Cupins são 3 vezes maiores que as formigas,
porém, as formigas vencem através da superioridade numérica. . (Ver pág. 20 – “A Vida
das Formigas”)
(00:41:55) A Princesa Bala fala a Z que não é normal duas formigas ficarem
sozinhas, então, pode haver o questionamento sobre como é formado um novo
40

formigueiro. . (Ver pág. 20 – “A Vida das Formigas”). Pode-se questionar os alunos se


eles acham possível que uma única formiga possa viver sozinha.
No formigueiro, há a presença de machos e fêmeas, porém, como pode ser visto
na pág. 20 sobre a “Vida das Formigas”, a “colônia” é formada basicamente de fêmeas
operárias, os machos são alados.

O TEMA NO FILME “VIDA DE INSETO”


Em relação à vida em sociedade, as formigas do filme não se comportam como
um formigueiro verdadeiro, pois apesar de possuírem as operárias, a rainha sai ao ar
livre para coordena-las, isso não ocorre pois a rainha raramente sai do formigueiro para
melhor ser protegida. Não apresenta também soldados, o que não corresponde a um
formigueiro verdadeiro. . (Ver pág. 20 – “A Vida das Formigas”)
No filme, há a presença de formigas mais velhas, isso indica a sobreposição de
geração, que é uma das carateristicas dos insetos sociais ou eusociais.
00:02:14 – Nessa cena, uma folhas cai no meio da trilha, e as formigas se
desesperam. O que ocorre é que as formigas costumam achar o caminho do
formigueiro através de uma trilha de ferormônios, quando ocorre de cair algo
interrompendo a trilha, as formigas perdem o contato com o ferormonio, e assim, elas
precisam traçar um novo caminho até achar a trilha.
00:11:58 – O Gafanhoto toca as antenas na Princesa Atta e diz que ela não tem
cheiro de rainha. Pode-se trata de duas coisas: Uma que a Rainha costuma liberar um
tipo de ferormônio específico para indicar sua posição; a segunda é que as antenas dos
insetos servem não só para captar estímulos mecânicos mais também químicos como
olfato e paladar.
00:40:28 Flick fala em relação a seus filhos e netos. Sabendo-se da forma de
vida das formigas (Ver Vida das formigas Pág.20), isso seria possível?. Primeiramente
um formigueiro é constituído basicamente de formigas fêmeas, os machos aparecem
apenas para a reprodução e são alados.

# Colônia: Constitui em um grupo de organismos da mesma espécie


formam uma entidade diferente dos organismos individuais e todos levam vantagem. Na
41

formigas e Afídeos, que dependendo do autor pode ser tratada como Esclavagismo ou
Protocooperação. E o fato dela acaricia-lo todo o tempo pode indicar o fato das
formigas acariciam os pulgões comas antenas para que ele seja estimulado a liberar a
substancia açucarada.

# Simbiose: Na natureza, há casos em que dois seres mesmo sendo de


espécies diferentes, estão intimamente associados, realizando trocas de alimento e de
produtos do metabolismo que beneficia ambos. A dependência entre os dois seres é
tamanha que a vida em separado se torna muito difícil ou até mesmo impossível. Esse
tipo de associação entre espécies diferentes, com benefícios mútuos e grande
interdependência, pode ser chamado por alguns autores de mutualismo ou mutualismo
obrigatório.

O TEMA NO FILME “VIDA DE INSETO”


00:08:46 – É possível notar fungos que emitem luz pelas galerias do formigueiro.
De fato existe poucos espécies de fungos bioluminescentes, porém, não há registros
que façam associações com formigas. Contudo, outros tipos de fungos costumam ser
utilizados pelas formigas como alimento. Segundo Borba et al. 2006, as formigas
cultivam fungos simbiontes, de maneira a coletar material orgânico para dar-lhes de
substrato aos fungos, e assim, se alimenta de suas hifas. Até mesmo aprendem a dar
os tipos vegetais de preferência dos fungos. Para saber mais sobre Fungos
Bioluminescentes veja:
(http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/o_universo_luminoso_dos_fungos_biolumin
escentes.html) e saiba o que são, onde ocorrem, quais as espécies e suas importâncias
ecológicas.

c) RELAÇÕES INTERESPECÍFICAS DESARMÔNICAS:


#Sinfilia ou Esclavagismo: É um tipo de relação ecológica onde um ser
vivo se aproveita das atividades, do trabalho ou de produtos produzidos por outros
seres vivos, mantendo-o em cativeiro e obtendo vantagens. Existem duas modalidades
de esclavagismo: esclavagismo interespecífico e esclavagismo intra-específico.
42

Os pulgões são pequenos insetos parasitas de plantas que passam a maior parte do
tempo parados, sugando a seiva açucarada que circula pelos vasos liberianos das
plantas. Os pulgões são conhecidos também como "vaca-das-formigas", porque elas
estimulam a liberação do açúcar pelo ânus dos pulgões acariciando seu abdome com
suas antenas, e em seguida, se alimenta dessa substancia denominada “honeydew”
(fig. 3), em troca as formigas os protegem de eventuais predadores como as joaninhas.
Além disso, elas tratam e protegem os filhotes dos pulgões, levando eles de um lado
para outro nos caules das plantas levando-os inclusive para dentro do próprio
formigueiro onde os instalam junto a raízes de plantas vivas, passando eles a sugar
essas raízes fornecendo açúcar para as formigas, o que de certa forma representa um
tipo de escravidão dos Afídeos. O esclavagismo consiste numa relação onde o
esclavagista sempre cuida e protege os seres que foram por ele escravizados e nesse
exemplo embora exista protocooperação a relação é considerada desarmônica devido a
dependência que os pulgões passaram a ter das formigas. Na protocooperação um não
depende do outro para sobreviver, nesse caso se as formigas abandonassem os
pulgões eles não conseguiriam se defender das joaninhas. (CASE, 2007).

O TEMA NO FILME “FORMIGUINHAZ”


(00:10 34) É servida para Weaver e Z uma “cerveja de pulgão”. Com isso, é
possível chamar a atenção para a relação ecológica entre formigas e Pulgões, que
dependendo da ótica pode ser considerada como Protocooperação ou Esclavagismo.
O TEMA NO FILME “VIDA DE INSETO”
A Rainha anda sempre com um Pulgão de baixo do braço, sempre acariciando.
Esse tipo de atitude representa uma relação ecológica que ocorre realmente, entre
formigas e Afídeos, que dependendo do autor pode ser tratada como Esclavagismo ou
Protocooperação. E o fato dela acaricia-lo todo o tempo pode indicar o fato das
formigas acariciam os pulgões comas antenas para que ele seja estimulado a liberar a
substancia açucarada.
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#Competição: É uma relação ecológica desarmônica que pode tanto ocorrer entre
organismos de espécies diferentes (interespecíficas), proporcionando a concorrência
por um ou mais recursos do meio: água, alimento, luminosidade e espaço físico, bem
como entre organismos integrantes de uma mesma espécie (intra-específicas),
incluindo além dos demais recursos, também a concorrência por parceiros reprodutivos
aptos à proliferação de descendentes férteis.
O TEMA NO FILME “FORMIGUINHAZ”
(24:40) A guerra das formigas com os cupins caracteriza uma relação de
competição. O general Mandíbula afirma que os cupins estão prestes a atacar o
formigueiro, mas na verdade a “agressão” realmente parte das formigas. (Para saber
mais sobre competição entre formigas e cupins veja artigo: Comportamento de
Formigas (Hymenoptera: Formicidae) Inquilinas de Cupins (Isoptera: Termitidae) em
Pastagem. Carla Cristina Dutra & Carla Galbiati).

Durante a guerra, os cupins liberam uma substancia ácida, Nesse aspecto, o


filme se aproxima bastante da realidade. A guerra química entre formigas e cupins
existe de verdade. Quando se sentem ameaçados, os soldados dos cupins narigudos
defendem a colônia com cola e dente. Além de decepar formigas ao meio, eles
apontam o focinho comprido na direção do inimigo e esguicham sobre ele um líquido
ácido. Em certas espécies, a goma é amarela. No calor da batalha, alguns cupins
explodem, espalhando o líquido cáustico e grudento em todas as direções.

O TEMA NO FILME “VIDA DE INSETO”


A relação dos Gafanhotos e Formigas pode ilustra uma Relação do tipo
competição, pois estão competindo pelo mesmo alimento, porém, fica mais evidente o
Esclavagismo, pois os Gafanhotos usam os serviços das formigas para benefício
próprio, mantendo-as em um tipo de regime esclavagista. Porém, é importante lembrar
que na natureza não existe esse tipo de relação entre as Formigas e Gafanhotos,
sendo de fato difícil dominar um formigueiro, já que as formigas não costumam ceder
seu espaço para outras espécies, lutando e geralmente vencendo devido ao seu grande
número de indivíduos dispostos a tudo em prol da defesa da Rainha.
44

Contudo, há algumas espécies de borboleta que conseguem driblar as defesas das


formigas sem nem ao menos que elas percebam. Quando as larvas das borboletas
eclodem dos ovos, elas se atiram no solo liberando odores que confundem as formigas,
fazendo-as acreditar que se trata de uma larva de formiga, assim, elas recolhem
levando-as direto aos abrigos, alimentam e protegem as falsárias até que virem
borboletas adultas.

# Predação: Neste tipo de relação, um organismo (chamado predador)


mata outro (a presa) para se alimentar. O predatismo é um fenômeno bastante
freqüente na natureza. Um caso bem conhecido ocorre entre mamíferos carnívoros
(predador) e mamíferos herbívoros (presa). O predatismo entre um animal herbívoro e
as plantas de que se alimentam é chamado de herbivorismo.

O TEMA NO FILME “VIDA DE INSETO”


A relação do Pássaro com os insetos pode ser trabalhado para explicar as
relações ecológicas de Predação, uma vez que os insetos temem ser comidos pelo
pássaro e até no final do filme, o fim que o malvado gafanhoto teve foi ser comido pelos
filhotes do pássaro

2) CADEIA ALIMENTAR
A cadeia alimentar ou trófica é uma sequência de seres vivos/populações que se
alimentam uns dos outros. É a maneira de expressar as relações de alimentação entre
os organismos de uma comunidade/ecossistema, iniciando-se nos produtores e
passando para os consumidores (herbívoros, predadores) e decompositores,
detritívoros. , por esta ordem. Ao longo da cadeia alimentar há uma transferência de
energia e de nutrientes, sempre no sentido dos produtores para os consumidores.
Em biologia chamam-se detritívoros ou necrófagos aos animais que se
alimentam de restos orgânicos (plantas e animais mortos), reciclando-os e retornando-
os à cadeia alimentar para serem reaproveitados pelos demais organismos vivos.
45

O TEMA NO FILME “FORMIGUINHAZ”


(00:58:10) A joaninha pergunta a mosca se o que ela esta comendo é coco, a
mosca responde que sim e continua comendo achando delicioso. Isso pode ilustrar a
importância dos animais detritívoros para a ciclagem de nutrientes.

3) RELAÇÕES HOMEM X INSETOS


Parece indiscutível que a relação homem-inseto se tenha iniciado desde longa
data. Os registros remontam a dois séculos antes de Cristo, quando os insetos
representavam fonte de alimentos para humanos e revenerados como no Egito antigo.
Mais tarde, descobriu-se que os insetos, sendo hematófagos, tornaram-se incômodos
para humanos e vetores de agentes infecciosos. Esta última descoberta mudou os
horizontes da entomologia, pois Patrick Manson, em 1878, descobriu que o mosquito do
gênero Culex transmitia a Wuchereria bancrofti. A partir daí, os estudos entomológicos
revelaram outras espécies como vetores de várias doenças, sucedida pelo
planejamento de medidas que visassem a sua eliminação ou a redução de seus
contatos com o homem. (Ver Artigo: Vigilância Entomológica de Almério de Castro
Gomes. Departamento de Epidemiologia-Faculdade de Saúde Pública-USP).
No caso da Joaninha, Z errou, pois além da importância ecológica deste inseto,
ela tbm é usada de uma maneira muito interessante. O controle biológico de pragas
utilizando insetos benéficos, como as joaninhas, tem sido evidenciado nos dias atuais
devido ao incremento da necessidade da utilização racional de insumos agrícolas,
como os agrotóxicos e da condução das culturas agrícolas dentro de um contexto
econômico, ecológico e social, premissas do manejo integrado de pragas.

O TEMA NO FILME “FORMIGUINHAZ”


(00:59:52 min) Ao ser escolhido para buscar a lenha, Z questiona os outros
insetos (mosca, mosquito e a joaninha) se eles sabem o porque são chamados de
pragas. Pode-se perguntar aos alunos se eles sabem do porque disso.
46

4) ARTHROPODA (Com ênfase em Insecta/Hexapoda “Hex” = seis e


“poda”= pernas)
O filo Arthropoda (= artrópodes) contém cerca de 82% das espécies de
metazoários descritas, sendo seguido de longe pelos animais do filo Mollusca. A grande
diversidade de artrópodes se deve as suas diversas adaptações ao meio em que vive,
podendo habitar diferentes ambientes (Aquáticos, terrestres e aéreo). Eles podem ser
encontrados em locais abertos, em edificações construídas pelo homem, sobre o
próprio homem (ácaros, cravos de pele etc), em animais (carrapato, pulga), além de
locais extremamente quentes ou frios.
Morfologicamente, estes animais, invertebrados, são caracterizados
principalmente por apresentarem tagmatização, apêndices articulados e esqueleto
externo (exoesqueleto) quitinoso, que é substituído por outro exoesqueleto (Muda ou
ecdise) quando chegar à hora de crescer.
Para mais informações sobre o filo e sobre os subfilos veja no site:
http://docentes.esalq.usp.br/lccbferr/aulaszoo.htm e bibliografia indicada na
última página.

O TEMA NO FILME “FORMIGUINHAZ”


(00:01:05 min) Z diz que o pai dele era um Zangão, o que é errado pois o Zangão
é o macho da abelha não da formiga.
(00: 28:52 min) A cabeça de Barbatus fala com Z. O que se pode ensinar a
respeito, é o fato de que as formigas, assim como outros insetos, apresentam cordões
nervoso localizado ventralmente, com gânglios em cada segmento do corpo, apesar
dos insetos possuírem uma cefalização. Com isso, cada gânglio atua como um
pequeno cérebro conferindo movimentos independentes aleatórios.
(00:57:51 min) Weaver cheira a terra em busca da princesa. Os alunos podem
questionar se os insetos sentem cheiro. Os insetos sentem cheiro, porém não há
narinas para isso, eles o fazem através das antenas.
(01:15:42 min) A Princesa faz respiração boca a boca em Z, isso na verdade não
adiantaria uma vez que a respiração das formigas é traqueal e não pulmonar. Os
47

espiráculos se localizam lateralmente no abdome dos insetos, não tendo a possibilidade


de Z ter sido ressuscitado pela respiração boca a boca. (Ver figura 1)
Pode-se perguntar aos alunos se eles sabem o por quê da rainha ter um
abdômen maior que os das outras formigas. Isso ocorre pois a Rainha é responsável
pela postura dos ovos,
(00:07:39) Mostra a Rainha dando a luz os filhotes, que parecem com larvas,
porém, o que ela deveria estar colocando mesmo são os ovos e não as larvas, pois
assim pula uma faze de desenvolvimento Holometábulo. (Fig. 6).

O TEMA NO FILME “VIDA DE INSETO”


O filme é um prato cheio para se falar dos diferentes tipos de asas encontradas
nos insetos. Como os Élitros dos Coleópteras (Besouros), Hemielitros dos Ortópteras
(Grilos e Gafanhotos) e as asas membranosas das Formigas e moscas.
00:22:39 – Aparece a visão de uma mosca, dando para notar uma das
características de insetos, que é o olho composto (olho composto por vários “pequenos
olhos” chamados de OMATÌDEOS). É mostrado como se cada omatídeo formasse uma
imagens indepensente, assim, a mosca veria várias imagens iguais. Porém, os vários
olhos contribuem para formar uma única imagem bem definida, enxergando até mesmo
cores.
(00:14:44)O gafanhoto chefe retira um pedaço de “casca” do irmão. Pode-se
chamar a atenção para uma das mais marcantes características dos Artrópodes, que é
a Exoesqueleto. Esse fato tbm pode ser observado na cena (1:19:26), onde um
gafanhoto ou se assustar deixa para traz sua “casca” inteira, no formato exato do seu
corpo. De fato, o exoesqueleto tende a se soltar do corpo do animal na forma no
animal, dificilmente se desprende aos poucos.
(00:26:26) Uma Mosca é atraída pela luz, que na verdade é uma lâmpada mata
inseto, e acaba morrendo. O professor pode tratar do FOTOTROPISMO que ocorre na
maioria dos insetos.
(00:23:50) A mosca diz que só tem 24h de vida. Se ela estiver dizendo que só
vive realmente 24h esta errado, pois a mosca doméstica que é a mais comum vive na
48

sua forma adulta de 25 a 45 dias. (para saber mais sobre as moscas veja:
http://www.cnpsa.embrapa.br/pnma/pdf_doc/6-Dora-moscas.pdf).
(00:29:26) O mosquito no bar aparentemente é um macho, mais mesmo assim
ele pede um drinck de sangue, porém, só as fêmeas se alimentam de sangue em busca
de alimentar seus ovos.

OUTROS ARTRÓPODES EM “VIDA DE INSETO”:


O filme a pesar de se intitular “Vida de Inseto” não retratam apenas insetos
(Subfilo unirramia, classe Insecta ou Hexapoda), e sim representantes de todos os
outros subfilos, como a aranha Rosie (Subfilo Chelicerata), os gêmeos Tuck / Roll que
são tatus bolas (Subfilo Crustácea), além dos Gongolos ou Piolhos de cobra que puxam
a carroça do circo (Subfilo Unirramia, classe Diplopoda).
Sendo assim, o professor pode através do filme pedir para os alunos
desenharem, retratarem ou descreverem os diferentes subfilos que aparecem no filme.
(00:43:36) Nessa cena a aranha tece a seda para o resgate dos insetos. Porém,
ela faz isso pela região do tórax, e o que ocorre na verdade é que as fiandeiras das
aranhas ficam na região abdominal.

5) BIOLUMINESCÊNCIA
A Bioluminescência que é a emissão de luz fria visível, produzida por bactérias, algas,
fungos e animais, se explica pela oxidação de um substrato (luciferina) por oxigenio
molecular ou peróxido de hidrogênio, catalisada por uma enzima (Luciferase), dando
um produto (oxiluciferina) no estado eletronicamente excitado, o qual é desativado pela
emissão de luz. A luz, portanto resulta da conversão de energia química em fótons. Na
superfície terrestre, os insetos constituem o grupo mais numeroso em espécies
luminescentes, sendo que os Coleópteros (besouros) apresentam o maior número de
espécies luminescentes. (Para saber mais veja: BECHARA, 1994 e também SANTOS;
SANTOS 1993).
49

O TEMA NO FILME “VIDA DE INSETO”


00:20:35 – Vaga-lumes iluminam a placa do circo, assim como na cena (00:21:20) onde
eles servem de holofotes. Pode-se explicar como serve e para que serve a
Bioluminescência, não só dos vaga-lumes (besouros) mas de outras espécies.

EM RELAÇÃO A ANATOMIA DOS INSETOS APRESENTADOS


FORMIGUINHAZ
Todos os insetos ilustrados apresentam corretamente:
- 3 pares de pernas
- 1 par de antenas, com morfologia equivalente a cada grupo, como por exemplo, as
antenas das formigas possuem forma de cotovelo, com o primeiro segmento alongado.
- O corpo dos insetos são devidamente segmentados, com cabeça, tórax, e abdômen,
além do pecíolo (cintura) no caso das formigas. (Figura 2).
Os erros são:
- O único inseto que aparenta olhos compostos é a mosca de “Insetopia”. Todos os
outros apresentam olhos humanizados.
VIDA DE INSETO
Todos os insetos ilustrados apresentam corretamente:
- Os Gafanhotos e o Bicho pau são os únicos a apresentarem 3 pares de pernas, os
demais apresentam 2 pares.
-1 par de antenas
- O corpo dos insetos são devidamente segmentados, com cabeça, tórax, e abdômen,
além do pecíolo (cintura) no caso das formigas. (Figura 2).
Os erros são:
- O único inseto que aparenta olhos compostos são as mosca do circo, todos os outros
apresentam olhos humanizados.
- As formigas que possuem asas no filme (A rainha, Atta e Dot) apresentam um par de
asas, o que não corresponde aos Himenópteras, que apresentam 2 pares de asas.
- A divisão do corpo da aranha não esta correta, apresentando 3 segmentos onde
deveria apresentar 2 (cefalotórax e abdômen).
50

Imagem: Fundamentos da Biologia Moderna.


Amabis e Martho

Figura 1: Anatomia externa de um inseto. Esquema representando os apêndices corporais e


divisão do corpo, e em detalhe o sistema traqueal de respiração.

Imagem: Fundamentos da Biologia Moderna. Amabis e


51

Fotos comparativas
Uma seção destinada a comparar criticamente as imagens do filme com a
realidade.

a b

a b
52

www.cupim.net

Imagem: Fundamentos da Biologia Moderna. Amabis e


Martho

Figura 6: Os três tipos de desenvolvimento dos insetos, Ametábolo (sem metamorfose);


Hemimetábolo (Metamorfose parcial); Holometábolo (Metamorfose completa).
53

A vida das Formigas


QUEM SÃO?

As formigas são insetos sociais que vivem juntos na grande maioria em galerias
subterrâneas. Pertencem à ordem Himenóptera, juntamente com as abelhas e as
vespas e estão agrupadas em uma única família, a família Formicidae. O termo formiga
deriva do ácido fórmico. Esta substância é produzida pela glândula ácida de algumas. O
campo da Entomologia dedicado ao estudo das formigas e chamada de Mirmecologia.
Em ambientes tropicais, as formigas são um componente notável, constituindo
mais de 15% da biomassa animal total (Beattie & Hughes 2002). Vários caracteres tem
sido propostas como responsável por essa preponderância ecológica, tais como o
comportamento eusocial (sobreposição de gerações, divisão de tarefas e cuidado
cooperativo com a prole) com operárias sem asas e a presença de uma grade
variedade de mecanismos intraespecíficos de reconhecimento e comunicação química
(Hollodobler & Wilson 1990).
A divisão de tarefas está associada com as diferentes castas dentro da colônia:

Rainha: uma colônia de formigas pode conter uma ou mais rainhas, sendo por isso
chamada de monogínica ou poligínica. As rainhas são fêmeas reprodutivamente férteis
que se ocupam da fundação da colônia e postura de ovos. Por este motivo apresentam
o abdômen bastante desenvolvido.
Operárias: são as formigas que estamos acostumadas a ver, são fêmeas
reprodutivamente estéreis, ápteras. Desempenham todas as funções dentro da colônia
como escavação e limpeza do ninho, forrageamento alimentação e limpeza das larvas e
rainha.
Soldados: a casta de soldados é formada por indivíduos muito maiores que as demais
operárias, possuindo, mandíbulas muito desenvolvidas e cabeça muito grande, sendo
responsáveis pela defesa da colônia.
Machos: indivíduos alados que surgem na colônia na época da reprodução.

Entre as formigas, a estratégia de reprodução e dispersão mais comum


conhecido é o vôo nupcial, que permite que machos e fêmeas de diferentes “colônias”
54

em grandes áreas realizem seus vôos de reprodução simultaneamente, diminuindo as


chances de endogamia. A distribuição dos novos formigueiros é aleatória, sendo o
sucesso da fundação depende basicamente da disponibilidade de substrato adequado,
como umidade, temperatura alimento dentre outros recursos, que favoreçam o
crescimento do fungo simbionte (DELABIE, 2004).
A geração de um novo descendente pode também ocorrer na ausência de
fecundação, isto é, o individuo é gerado diretamente a partir do gameta, portanto trata-
se de uma forma de reprodução assexuada. Esse processo é conhecido como
partenogênese e ocorre naturalmente nos invertebrados (pulgas da água, afideos,
abelhas, vespas, formigas) onde os machos se desenvolvem a partir de óvulos não
fertilizados e as fêmeas (operárias e as rainhas), de óvulos fertilizados.

ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO
A medida que a formiga cresce ela sofre mudas periódicas e se transforma
fisicamente, ou seja, sofre metamorfose completa (Holometabolia). Os estágios do ciclo
de vida das formigas compreendem: ovo, larva, pupa e adulto.
Ovo: os ovos são muito pequenos e esbranquiçados.
Larva: As larvas possuem cabeças e peças bucais que as tornam capazes de se
alimentar. São altamente dependentes das formigas adultas operárias, que as alimenta
e protege.
Pupa: É nesse estágio de desenvolvimento que começa a formação das estruturas do
adulto, como pernas, antenas, órgãos reprodutores etc., porém essas transformações
ocorrem dentro de um “casulo”.
Adulto: ao sofrer nova muda a pupa perde o casulo e passa a fase adulta. A partir
deste estágio não há mais muda.

COMO SÃO?
O corpo de uma formiga é dividido em 3 segmentos: cabeça, tórax e abdômen,
possuindo também uma cintura separando o tórax e abdômen (fig. 2).

QUAL A IMPORTANCIA DAS FORMIGAS?


55

• As formigas têm um papel extremamente importante, uma vez que são


predadoras intensas, são generalistas, consumindo néctar e outros exudatos
vegetais, degradando matéria orgânica e participando da ciclagem de nutrientes
(Levy & Byrne 1993).
• As comunidades de formigas também são importantes no processo de remoção
e dispersão de semente (Moutinho 2003).
• Exercem importante papel na aeração do solo (HÖLDOBLLER, 1990).
• Incorporam matéria orgânica a terra tornando-a fértil (MOUTINHO et al., 2003).
56

Literatura citada e recomendada para leitura e consulta


ASE, Charles C., "Curiosities", Review and Herald Pub Assoc, 2007 (mais detalhes sobre
sistema nervoso dos insetos).

BACHARA, E. J. H. Vagalumes: da química à biotecnologia. Química nova, 17(3), SP, 1994.

BARNES, R.D. 1990. Zoologia dos invertebrados. Roca, 4a. ed., São Paulo, 1179 p.

BEATTIE, A.J. & L. HUGHES. 2002. Ant-plant interactions, pp. 211-235. In: Plant-animal
interactions: an evolutionary approach (C.M. Herrera & O. Pellmyr, eds.). Cornwall: Blackwell
Science.

BORBA, R. S; LOECK, A. E; BANDEIRA J. M; MORAES C. L; CENTENARO, E. D. Crescimento


do fungo simbionte de formigas cortadeiras do gênero Acromyrmex em meios de cultura com
diferentes extratos. Ciência Rural, v.36, n3, mai-jun, 2006.

BRUSCA, R.C. & G.J. Brusca. 2002. Invertebrates. Sinauer, 2a. ed., Sunderland, MA, 936 p.

DORNELES, V. Ideologia para Crianças: O Filme FormiguinhaZ à Luz dos Estudos Culturais e
da Semiótica da Cultura. Intercom, XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação –
UnB – 6 a 9 de setembro de 2006.

DUTRA, C. C; GALBIATI, C. Comportamento de Formigas (Hymenoptera: Formicidae)


Inquilinas de Cupins (Isoptera: Termitidae) em Pastagem. EntomoBrasilis 2 (2): 37-41 (2009)
(relação Cupins e Formigas)

DELABIE, J.H.C; NASCIMENTO, I.C; MARIANO, C.S.F. Estratégias de reprodução e dispersão


em formigas attines, com exemplos do sul da bahia. Universidade Federal de Viçosa, MG,
Brazil.

GOMES, A. C. Vigilância Entomológica. Departamento de Epidemiologia. Faculdade de Saúde


Pública-USP. (Relação homem inseto):

HOLLDOBLER, B. & WILSON, E. O. 1990. The Ants. The Belknap Press of Harvard University
Press Cambridge, Massachusetts.

MOUTINHO, P. NEPSTAD, D. C. & DAVIDSON, E. A. “Influence of leaf-cutting ant nests on


secondary Forest growth and soil properties in Amazônia”. Ecology, 84(5): 1265-1276pp. 2003.

NEVES, Egydio. Educar formigas e tubarões. Disponível em:


<http://www.politic.com.br/cols_view.php?id=491>. Acesso em: 2 nov. 2009.
SANTOS, M. F; SANTOS, R. M. S. Quimioluminescência e Bioluminescência. Química nova,
16(3), BA, 1993.
57

APÊNDICE B – Questionário apresentado aos Docentes do Curso de


Pos-Graduação em Ensino de Ciências da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro


Departamento de Ensino de Ciências e Biologia
Potencialidades da utilização de filmes de animação como recurso didático –
Uma proposta para o professor

Aluno: Camila Saboia de Abreu - Ciências Biológicas


e-mail: camilasaboia2003@yahoo.com.br
Professor de:
Ensino Médio: ( ) Ensino Fundamental: ( )

1. Você costuma usar vídeo em sala de aula:


Sim ( ) Não ( )

2. Com qual freqüência costuma utilizar vídeos em sala de aula:


Raramente ( ) Sempre que da para usar ( )

3. Quando utiliza o vídeo, costuma utiliza-lo de que maneira:


( ) Videolição ( ) Videoapoio ( ) Programa motivador

a) Videolição: Utilizado como uma ferramenta de aula expositiva, na qual, a tecnologia substitui
o professor.
b) Videoapoio: o sentido reside na utilização de imagens veiculadas pelo vídeo para reforçar o
discurso do professor ou dos alunos. Uma característica dessa modalidade é a utilização das
imagens sem som. Auxilia o professor e o aluno, ilustrando o que se fala.
c) Programa motivador: Proporciona a motivação inicial sobre um tema ou assunto com fins
objetivados. O vídeo é utilizado como recurso de sensibilização, motivando, introduzindo e
despertando a curiosidade para novos temas ou assuntos.

4. Você acha que os filmes “FormiguinhaZ” e “Vida de Inseto” são bons filmes para se utilizar
em sala de aula?
Sim ( ) Não ( ) Justifique:

5. Você já fez uso de algum desse filmes em sala de aula?


Sim ( ) Não ( )

6. Você acha que a “Proposta para o professor” ajudaria o professor para a utilização dos filmes
em questão para fins didáticos?

7. De sua opinião sobre a “proposta para o professor”. O que mudaria e ou acrescentaria para
melhor guiar o professor?

8. Para que segmento de ensino você indicaria o guia? OBS: Pode marcar mais de uma opção.
Ensino Fundamental ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior ( )

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