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Manual Orientativo de Mestrado

Profissional
em Educação
Profissional e
Tecnológica
Teoria e Prática para a Criação e Manutenção do
Instituto Federal de
Cineclube Tereré no IFMS - Campus Campo Grande Mato Grosso do Sul

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL: O CINECLUBE COMO UM AMBIENTE


DE APRENDIZAGEM NA EPT E A ELABORAÇÃO DE UM MANUAL ORIENTATIVO NO
CAMPUS CAMPO GRANDE DO IFMS Clóvis Gomes Ferreira
CAAE: 55387622.8.0000.0021 - Plataforma Brasil - Parecer: 5.542.998 - UFMS clovis.ferreira@estudante.ifms.edu.br

cineclube
tereré. PRODUTO EDUCACIONAL

GPCIEPT Campus Campo Grande


cineclube
tereré.
Reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Comissão Acadêmica Local do Mestrado Profissional em
Tecnologia de Mato Grosso do Sul Educação Profissional e Tecnológica em Rede Nacional -
Elaine Borges Monteiro Cassiano ProfEPT do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS)
Pró-Reitora de Ensino
Cláudia Santos Fernandes Airton José Vinholi Júnior
Fabricio Cesar de Paula Ravagnani
Diretora de Educação Básica Anderson Martins Corrêa
Ana Carla Sena do Carmo de Hungria Andre Luiz da Motta Silva
Arnaldo Pinheiro Mont’Alvao Junior
Diretor-Geral do Campus Campo Grande Azenaide Abreu Soares
Dejahyr Lopes Junior Claudio Zarate Sanavria
Danilo Ribeiro de Sá Teles
Diretor de Ensino – Campus Campo Grande Dante Alighieri Alves de Mello
Elton da Silva Paiva Valiente Dejahyr Lopes Júnior
Gesilane de Oliveira Maciel José
Orientador Luis Eduardo Moraes Sinésio
Andre Luiz da Motta Silva Marilyn Aparecida Errodidart de Matos
Odair Diemer
Katiane da Silva Varela
Clóvis Gomes Ferreira
Dalva Mirian Coura Aveiro
Jussara Hilário dos Santos

MANUAL ORIENTATIVO DE CINECLUBISMO - TEORIA E

cineclube
PRÁTICA PARA A CRIAÇÃO E MANUTENÇÃO DO
CINECLUBE TERERÉ NO IFMS - CAMPUS CAMPO GRANDE

tereré. DESENVOLVIMENTO, PESQUISA DE CONTEÚDO, REDAÇÃO


FINAL, CONCEPÇÃO, PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
Clóvis Gomes Ferreira
Olá!
Quando iniciamos nossa jornada no Programa de Mestrado no IFMS - Campus Campo Grande, estamos dando um passo
Profissional em Educação Profissional e Tecnológica em Rede adiante no trabalho que desenvolvemos até agora. Esse volume,
Nacional – ProfEPT, do Instituto Federal de Educação, Ciência e que p od e s e r ba ix ad o do s i te do Pro f E PT- IF M S
Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS) em 2021, apostando no ( h ps://www.ifms.edu.br/campi/campus-campo-grande/cursos/pos-
enriquecimento da experiência escolar por meio do audiovisual e graduacao/mestrado-em-educacao-profissional-e-tecnologica), têm como
do cinema, mal sabíamos o quanto essa união de forças poderia objetivo aprofundar a relação entre cinema e educação no
render. Dois anos se passaram e o projeto de pesquisa já trabalho em sala de aula, contribuir para a relação da comunidade
proporcionou a possibilidade de análise e conclusões sobre o escolar com as novas tecnologias e estimular o desenvolvimento,
acesso aos múltiplos retratos políticos-educacionais-culturais em toda sua potencialidade, da atividade cineclubista na
brasileiros e do mundo das produções cinematográficas da instituição de ensino.
sétima arte. Esperamos que as informações contidas no manual possam
Nossa relação com a educação e o cinema gerou uma série de desencadear novas percepções e diálogos entre alunos,
incursões que se tornaram parte essencial e motivadores para a professores, a comunidade escolar, e contribuir para o
conclusão da dissertação de mestrado, como os encontros enriquecimento das experiências escolares de todos. Não
virtuais e presenciais em aulas ou seminários e, mais descartamos também a possibilidade da inclusão do público
recentemente, a qualificação. Essas ações, ao ampliar o acesso à externo, o que seria complementar ao projeto. Contamos com a
cinematografia nacional e internacional, possibilitarão o exercício colaboração de todos para continuar expandindo essa parceria
da cidadania e a formação de novos hábitos e repertórios entre a cultura e a educação.
culturais entre alunos, professores e a comunidade escolar. Atenciosamente,
Com o lançamento do Manual Orientativo de Cineclubismo - Clóvis Gomes Ferreira
Teoria e Prática para a Criação e Manutenção do Cineclube Tereré Técnico em Audiovisual

cineclube
tereré.
cineclube
tereré.
cineclube sumário
tereré.
Apresentação 00

Apresentação 00

Introdução 00

Fase 1: Nonon no nono 00


Capítulo 1: Nonon no nono 00
Fase 2: Nonon no nono 00
Nonon no nono 00
Fase 3: Escolhendo os filmes 00
Capítulo 3: Nonon no nono 00
Nonon no nono 00
Fase 4: Nonon no nono 00
Nonon no nono 00
Fase 5: Nonon no nono 00
Nonon no nono 00
Fase 6: Nonon no nono 00

Referências 00

Anexos 00
cineclube
tereré.
cineclube
apresentação
tereré.
Olá! É com satisfação que apresentamos a publicação de um cinema para assistir filmes brasileiros, possibilitando também a
manual orientativo para a elaboração de um cineclube em um aproximação deste público com o mundo cinematográfico em
ambiente escolar na comunidade acadêmica do Campus de debates com diretores e elenco, além de atividades extras e da
Campo Grande do IFMS. Este produto educacional é uma iniciativa distribuição de textos de apoio. O cineclube também oferece aos
do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e alunos e professores a oportunidade de travar contato com uma
Tecnológica (ProfEPT) em parceria com o Instituto Federal de Mato série de filmes estrangeiros selecionados por sua relevância
Grosso do Sul e tem como objetivo contribuir para a disseminação cultural e pedagógica, em sessões previamente agendadas.
da cultura e engajamento escolar, além de atender às normas Acredito que a iniciativa é muito importante, pois parte
estabelecidas pela Lei n.º 13.006, de 26 de junho de 2014. ex p re s s i v a d e s s e p ú b l i c o i rá a s s i s t i r u m a p r o d u ç ã o
O manual busca incentivar a formação cultural da comunidade cinematográfica em uma sala de cinema pela primeira vez. Dessa
escolar, valorizando e interagindo com suas atividades forma, além de cumprir as obrigatoriedades legais, o cineclube
educacionais regulares por meio do diálogo entre cinema e contribui para a formação cultural e intelectual dos estudantes,
educação e da ampliação do acesso ao cinema brasileiro. Uma das incentivando novas produções de conteúdos e aproximando a
ações principais do projeto é a democratização das salas de comunidade acadêmica do mundo cinematográfico.
cineclube
tereré.
introdução
Respeitável público! Apresentamos a Sétima Arte! E o Guia que você tem em mãos é
mais do que um simples manual, é um convite para embarcar em uma jornada
emocionante, desafiadora e gratificante. Nele, você encontrará informações valiosas
sobre o que é um cineclube, como iniciá-lo e fazê-lo prosperar. Além disso, o guia
também traz um pouco da história dos cineclubes ao longo do tempo e dicas preciosas
para superar os obstáculos que podem surgir ao longo do caminho.
Sabemos que criar um cineclube pode exigir tempo e dedicação, mas também
sabemos que o resultado final é extremamente recompensador. Com essa publicação,
esperamos plantar a semente do cinema no seu coração e na sua escola, e ajudá-lo(a) a
criar um espaço onde alunos, professores e a comunidade escolar possam se reunir
para desfrutar da magia do cinema.
Nosso objetivo é fornecer um auxílio e uma fonte de inspiração para que você
possa tornar seu cineclube um grande sucesso. Portanto, não hesite em consultar o
guia sempre que precisar de ajuda ou orientação. Estamos confiantes de que, com um
pouco de esforço e dedicação, seu cineclube florescerá e encantará a todos ao seu
redor.
O desafio está lançado! Convidamos você a envolver seus alunos, professores e a
comunidade escolar nessa história e fazer seu cineclube brilhar.
Então, vamos nessa?
cineclube
tereré.
definição definição de cineclube
Aqui estão algumas sugestões de como podemos
personalizar a definição de cineclube nos dicionários
da língua portuguesa:
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa:
“[de cine + clube] substantivo masculino. 1. entidade
onde se congregam amadores de cinema para estudar-
lhe a técnica e a história.”
Dicionário Houaiss: Cineclube é uma organização
cultural sem fins lucrativos que tem como objetivo
promover o cinema como forma de arte e meio de
expressão. Os cineclubes geralmente exibem filmes que
não são amplamente divulgados na mídia comercial e
proporcionam aos seus membros a oportunidade de
discutir e refletir sobre os filmes, além de oferecer
atividades de formação e capacitação em cinema.
Dicionário Michaelis: Cineclube é um grupo de
amantes do cinema que se reúnem regularmente para
assistir a filmes, discutir técnicas de produção
c in ema to g ráfi ca e re flet ir so bre a l in g ua g em
cinematográfica. Os cineclubes podem ser formados
em escolas, universidades, associações culturais ou em
espaços independentes, e geralmente são organizações
sem fins lucrativos.
Dicionário Priberam: Cineclube é uma associação

cineclube
sem fins lucrativos que tem como objetivo promover a
apreciação, o estudo e a discussão do cinema entre seus
membros. Os cineclubes costumam exibir filmes que

tereré.
não são amplamente divulgados no circuito comercial
de exibição e são espaços para a reflexão crítica sobre a
arte cinematográfica.
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O que é cineclube
Os cineclubes desempenham um papel importante na democratização do acesso
ao cinema, na diversidade cultural e na promoção do diálogo e reflexão por meio da
sétima arte. Eles proporcionam uma experiência única de difusão e exibição de filmes,
ampliando os horizontes dos espectadores e enriquecendo o cenário cinematográfico
em geral.
São espaços dedicados à apreciação cinematográfica baseada em critérios
artísticos, culturais e sociais. Eles promovem a participação do público na seleção dos
filmes, valorizam a experiência compartilhada e estimulam a fruição, pesquisa e crítica
cinematográfica.
Um cineclube é um espaço cultural que oferece sessões periódicas de exibição de
filmes em datas e locais fixos. Sua finalidade é promover a cultura, a inclusão e a
participação democrática do público. Esses espaços buscam oferecer uma
programação diversificada e criar um ambiente acolhedor, onde todos possam
desfrutar e compartilhar a experiência cinematográfica.

objetivos
Os cineclubes têm uma gama de objetivos que incluem refletir sobre a linguagem
do cinema, utilizar a experiência fílmica como ferramenta de educação, estimular o
pensamento crítico e promover a interação entre diferentes agentes do campo
cinematográfico. Ao fazer isso, eles abraçam o cinema como uma arte
transformadora, capaz de influenciar e enriquecer a vida das pessoas.
Estes espaços nasceram como uma resposta às limitações das salas comerciais de
cinema, priorizando a fruição do filme e a democratização do acesso. Eles assumiram
uma forma de organização institucional única, oferecendo uma programação
diversificada que não estaria disponível ao público de outra maneira. Os cineclubes
desempenham um papel fundamental na promoção da diversidade cinematográfica e Fonte: Pinterest_darlingbox_com
na criação de espaços de encontro e reflexão para os amantes do cinema.
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cineclube
tereré.
história cineclube brasileiro

O Cineclube no Brasil tem uma história rica e


diversa, com diferentes movimentos e grupos surgindo
em diversas épocas e regiões do país. Desde os anos
1920, quando o cinema ainda era uma novidade, já
havia iniciativas de exibição de filmes em espaços
coletivos, como teatros e clubes sociais.
No entanto, foi na década de 1950 que o Cineclube
s e c o n s o l i d o u c o m o u m m ov i m e n t o c u l t u ra l
importante, especialmente em cidades como São Paulo
e Rio de Janeiro. Nesse período, surgiram diversos
grupos de jovens cineastas e cinéfilos que organizavam
sessões de filmes em espaços públicos e universidades,
muitas vezes com debates e palestras sobre as obras
exibidas.
Hoje em dia, o movimento cineclubista no Brasil
continua vivo e atuante, embora tenha passado por
muitas transformações ao longo dos anos. Mesmo com
a concorrência das plataformas de streaming e a
mudança nos hábitos de consumo de cinema, os

cineclube
3.
cineclubes seguem sendo espaços importantes de
encontro, reflexão e fruição cinematográfica, ajudando
a formar novas gerações de cinéfilos e fomentando a

tereré. produção e distribuição de filmes independentes.

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cronologia cineclubista

01 Irmãos Lumière 02 Cinematógrafo 03 Rio de Janeiro 04 Pioneiro 05 Sala de Cinema 06 Projecionista 07 Primeira Vez
A partir da invenção do Foi inventado e patenteado Chega na Rua do Ouvidor, Paschoal Segretto, O Salon de Novidades Paris Trabalhava para Paschoal Baía da Guanabara capturada
cinematógrafo pelos irmãos pelos irmãos Lumière, em Rio de Janeiro, capital do empresário ítalo-brasileiro e de Paschoal Segretto, Segreto, empresário ítalo- pela primeira vez por uma
Auguste e Louis Lumière, Paris, França. Brasil, o primeiro cinemató- pioneiro do cinema no inaugura a primeira sala brasileiro realiza a primeira película cinematográfica de
surge o cinema. grafo do país. Brasil. permanente de cinema. sessão de cinema. Affonso Segretto.

14 Cine-teatros 13 Timbre de papel 12 Cine Brasil 11 Cinema Pathé 10 Época de Ouro 09 Filmes "posados" 08 Affonso Segretto
Theatro Colombo, da Francisco Serrador fundou O primeiro cinema de Sala de espera, Av. Central, Até 1911, Francisco Serrador, Filmes de ficção, primeiro Imigrante ítalo-brasileiro,
Companhia Cinematográp- e dirigiu a Companhia Campo Grande foi trazido 116. Balcão com orquestra Antônio Leal e os irmãos sucesso do cinema brasileiro: dono da máquina e primeiro
hica Brasileira. Largo da Cinematográphica pelo italiano Raphael Orrico. de senhoritas animava Botelho criam melodramas e “Os estranguladores” (1906), cineasta do país que filmou
Concórdia, Brás, São Paulo. Brasileira. intervalos das sessões. reconstituições de crimes. português Antônio Leal. cenas da Baía da Guanabara.

15 Primeiro longa 16 Cartazes 17 Cine-Theatro 18 “O Kaiser” 19 Ciclos regionais 20 "Cinearte" 21 Chaplin Club 22 "O Fan"
"O Crime dos Banhados", do Cartazes do Cine Íris onde o Cine Íris, sala de cinema na A primeira animação De 1923 a 1933, em cidades Capa da Revista “Cinearte”, O primeiro cineclube do Revista do
português Francisco Santos. grupo do Paredão se reunia, Rua da Carioca, perto dos brasileira, do desenhista como Cataguases, Campinas, brasileira pioneira sobre país, fundado e sediado na Cineclube Chaplin
Primeiro longa-metragem no Rio de Janeiro, para teatros Carlos Gomes e João Seth. Recife e Porto Alegre, além cinema, lançada com sucesso casa de Cláudio Mello, no Club, o primeiro
produzido no Brasil. assistir e discutir filmes. Caetano. do eixo Rio-São Paulo. e em circulação até 1942. Río de Janeiro. cineclube no Brasil.

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cronologia cineclubista

38 Cannes 39 Fortalece 40 Ditadura 41 Glauber Rocha 42 Embrafilme 43 Cineduc 44 Autocine 45 Gramado


Palma de Ouro no O Cinema Novo, que lança Com o Golpe Militar de Com o filme "Deus e o É criada a Empresa Fundado o Cinema e Da UFMS criado em 1972 e No Rio Grande do
Festival e Cannes, “O “Vidas Secas” (Nelson P. 1964, a cultura brasileira Diabo na Terra do Sol" Brasileira de Filmes, estatal Educação, para promover e desativado em 1989. Em Sul, foi aberto o
Pagador de Promessas”, dos Santos e “Os Fuzis” sofre brutalmente com um usam metáforas para que produz e distribui o integrar o audiovisual nas 2020 foi reaberto para primeiro Festival
de Anselmo Duarte. (Ruy Guerra). sistema autoritário. contornar a censura. cinema nacional. escolas, e foco na educação. sessões gratuitas infantis. de Cinema no
Brasil.

37 CNC 36 Jornada 35 "Rio 40 Graus" 34 “O Cangaceiro” 33 CCN 32 Vera Cruz 31 Chanchadas


O Conselho Nacional de A primeira Jornada Nacional Referência do Movimento De Lima Barreto e produzido O 1º Congresso de Cinema Inaugurado por Franco Referência do Movimento
Cineclubes (CNC) foi de Cineclubes, que contou Cinema Novo, o filme “Rio pelo estúdio Vera Cruz, foi o Nacional é realizado em São Zampari, primeiro em Cinema Novo, o filme “Rio
fundado para representar com a participação de 40 Graus”, de Nelson Melhor Filme de Aventura Paulo e teve como pauta o moldes profissionais, que 40 Graus”, de Nelson
os cineclubes no Brasil. dezesseis cineclubes. Pereira dos Santos. no Festival de Cannes. conceito de filme brasileiro. em5 anos realizou 18 filmes. Pereira dos Santos.

23 Filme falado 24 “Limite” 25 Carmen Miranda 26 “Canga Bruta” 27 INCE 28 Clube 29 Atlântida 30 Cinemateca
De Mário Peixoto, o filme De Mário Peixoto, o filme De Humberto Mauro, com o De Humberto Mauro, com o Instituto Nacional de Cinema Paulo Emílio Sales Gomes Cinematográfica Ltda. Opera O Segundo Clube de
obra-prima do cinema obra-prima do cinema som. A indústria nacional som. A indústria nacional Educativo (governo Vargas) (Revista Clima) funda o com investimento em infra- Cinema de São Paulo,
mudo brasileiro (cartaz). mudo brasileiro (cartaz). enfrentou forte concorrência enfrentou forte concorrên- para estimular a produção e Clube de Cinema. estrutura e manteve tem como embrião da
norte-americanos. cia norte-americanos. exibição de filmes. produção constante. Cinemateca Brasileira.

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cronologia cineclubista

45 Dina Filmes 46 Bilheteria 47 FICC 48 Tvs populares 49 Campo Grande 50 Virou suco 51 35mm 52 Produção
Distribuidora “Dona Flor e seus Dois O Brasil na Federação Apresentações de vídeos Inauguração do Cine Campo A Embrafilme e a Dina Discutida na Dinafilme e Cinematográfica
Nacional de Filmes Maridos”, de Bruno Barreto, Internacional de Cine produzidos eram exibidas Grande - MS. Único fora dos Filmes lançaram o filme "O aprovada na 14ª. Jornada de paralisada e a extinção
para Cineclubes, foi um filme aclamado pelo Clubes. Invasões, prisões em praças e ruas de shoppings, fechou as portas, Homem que Virou Suco", de Campo Grande. Mais salas da Embrafilme no
criada com acervo público e crítica. e apreensões de filmes. diferentes bairros. em 2012. João Batista de Andrade. “profissionais” em 35mm. governo Collor.
da Cinemateca.

59 Globo de Ouro 58 ANCINE 57 Recife e Brasília 56 Berlim 55 "O Quatrilho" 54 Retomada 53 Lei do
De Melhor Filme Estrangei- Agência Nacional do Laís Bodanzky recebeu “Central do Brasil”, de Entre 18 filmes novos, “O “Carlota Joaquina, Princesa Audiovisual
ro, “Abril Despedaçado”, de Cinema é estabelecida no prêmios por seu filme “O Walter Salles. Urso de Quatrilho”, de Fábio Barreto, do Brazil”, direção de Carla Promulgada durante o
Walter Salles. Brasil. Bicho de Sete Cabeças” nos Ouro de melhor filme e de foi indicado ao "Oscar" de Camurati, registra a mandato de Itamar
dois festivais de cinema. Prata de melhor atriz. Melhor Filme Internacional. Retomada do Cinema. Franco.

CONSELHO NACIONAL
DE CINECLUBES
BRASILEIROS

2003

60 Cineclubes 61 Oscar e Time 62 Retorno 63 “Carandiru” 64 Reorganização 65 Fenômeno 66 Sem avanço 67 Apoio
Com equipamentos digitais “Cidade de Deus”, de No Festival de Brasília de De Hector Babenco, foi Comissão de Reorganização "Dois Filhos de Francisco", Sem parcerias públicas e, Aos programas Mais
mais acessíveis, observou-se Fernando Meirelles, Cinema Brasileiro ocorreu o sucesso com 4,7 milhões do Movimento Cineclubista de Breno Silveira, sucesso assim mesmo, o movimen- Cultura, Cine Mais e
um aumento significativo no sucesso de bilheteria no 24ª Jornada de Rearticulação de ingressos, desde a fortalece e revitaliza o na retomada do cinema to cineclubista nacional Programadora Brasil
número de cineclubes. Brasil (3,3 milhões). do Movimento Cineclubista. retomada. cinema em todo o país. nacional. cresce em várias regiões. aos cineclubes.

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cronologia cineclubista

83 Novo 84 Aldir Blanc 85 Transcine 86 Cortina 87 Animação 88 Site OCCA 89 Combiousa 90 TAVA
Autocine UFMS volta Lei de Ações emergenciais O Cineclube Transcine leva Cineclube de rua no Centro O cineclube TransCine A Organização dos Cineclube e biblioteca Cineclube do
a exibir filmes no setor cultural (cineclubes) filmes e oficinas aos parques de SP é inaugurado em um exibiu a Mostra Nacional e Cineclubes Capixabas e a Lei itinerante percorre o ES Museu das Culturas
depois de 30 anos em estado de calamidade de Campo Grande. antigo estacionamento. Internacional do Dia Aldir Blanc criam site para o com atividades de Indígenas criado
fechado. pública. Internacional da Animação. acesso a informações. incentivo à leitura. para o cinema de
indígenas.

82 Universitário 81 Cineclube UFMS 80 UEMS 79 IFMS Naviraí 78 Dia do Público 77 Cineclubes - MS 76 Bocacine
1º Festival de Cinema É um projeto de extensão Cineclube UEMS é um Realiza chamadas para o Celebrado pelo Clube dos Pela primeira vez os Cine Clube, foi desenvolvido
Universitário de Mato que estimula a conversa Projeto de extensão do projeto de extensão do Cine Cineclubes com atividades cineclubes de Mato Grosso pelo Departamento de
Grosso do Sul do Curso de entre alunos e comunidade curso de Letras da UEMS, Club Naviraí. no Museu da Imagem e do do Sul se reúnem. Cultura, em Três Lagoas –
Audiovisual (UFMS). externa sobre filmes. campus de Campo Grande. Som (MIS). MS.

68 Berlim 69 Cineclubista 70 Para Todos 71 FSA 72 6,1 milhões 73 Novo recorde 74 Cineclube UFGD 75 1ª. SEMACINE
“Tropa de Elite”, de José A ANCINE publicou a Promove o acesso ao cinema Fundo Setorial do Audiovisual, De público, e novo recorde, Com mais de 11 milhões de Com sessões aos sábados, 1ª Semana de Cineclubis-
Padilha, Urso de Ouro Instrução Normativa 63 em para alunos da rede estadual iniciativa da Ancine de apoio a “Se eu Fosse Você 2”, de bilheteria “Tropa de Elite 2”, foi criado na cidade de mo, Cinema e Educação de
como Melhor Filme no 02/10/2007, que trata da do Rio de Janeiro, com indústria cinematográfica e Daniel Filho, na Retomada de José Padilha, um dos Dourados – MS. Campo Grande – MS.
Festival de Berlim. atividade cineclubista. debates e reflexões. audiovisual no Brasil. do Cinema Nacional. mais assistidos na história.

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cineclube
tereré.
1ª. Fase por onde começar
Antes de mais nada, é importante lembrar que a
criação de um cineclube requer quatro elementos
essenciais: equipamentos de áudio e vídeo, vontade de
intervir na realidade do mundo a partir do desejo de
entender a construção de imagens, curiosidade em
conhecer novos olhares e discursos, e gosto por
atividades coletivas, incluindo a exibição de filmes.
Fazer parte de um cineclube é mais do que assistir
a u m fi l m e , é t a m b é m re s g a t a r o p ra z e r d e
compartilhar uma experiência coletiva, preservando o
debate apaixonado ou o bate-papo descontraído. É
uma ação de indivíduos que preservam a paixão pelo
encontro e pela troca de ideias. E é essa paixão que
motiva as pessoas a criar cineclubes.
Ao criar um cineclube, você estará criando um
espaço de troca de experiências e aprendizado mútuo.
S e rá um a op or tu ni d ad e p a ra ex p lo ra r n ov os
horizontes, conhecer novos pontos de vista e
compreender diferentes realidades. Além disso, o
cineclube pode ser um espaço inclusivo, onde as
pessoas possam se sentir à vontade para expressar
suas opiniões e ideias livremente.
Portanto, se você está pensando em criar um
cineclube, não se preocupe se não tiver muita
experiência. O importante é ter disposição para

cineclube
aprender e compartilhar conhecimento. Com
equipamentos básicos e muita vontade, você poderá
criar um espaço que irá inspirar e cativar muitas

tereré.
pessoas.
Então, mãos à obra e vamos criar um cineclube
juntos!
Manual Orientativo de Cineclubismo

20 | 60
A montagem
do cineclube
Montar um cineclube é uma
forma gratificante de
compartilhar o amor pelo cinema
e promover a cultura local. Para
iniciar, é essencial organizar uma
equipe dedicada e definir a
programação. A distribuição de
tarefas é crucial para o sucesso
d o p ro j e to , e a s s e g u in t e s
equipes podem ser formadas:

Fonte: Pinterest_darlingbox_com
Manual Orientativo de Cineclubismo

21 | 60
Equipes

Programação/Curadoria: Produção: Encarregada da


Responsável por selecionar os captação dos filmes escolhidos
filmes que serão exibidos nas e da montagem das sessões. A
sessões. É importante garantir execução do evento também
uma variedade de gêneros e fica sob sua responsabilidade,
estilos para atrair diferentes garantindo que tudo ocorra
públicos. sem problemas.

Divulgação Física: Espalha


Arte: Cria o material de os materiais de divulgação em
divulgação, como cartazes,- locais estratégicos da cidade,
flyers e mídias sociais, que como pontos de grande
serão utilizados para promover circulação e escolas, onde a
as sessões. divulgação pelos professores
pode ser de grande ajuda.

Divulgação Virtual: Registro: Documenta as


Encarregada de enviar o atividades do cineclube, faz a
material de divulgação para ata de assinaturas do público
imprensa, mailing, listas de e- nas sessões e cria um mailing
mails e redes sociais, para contato, fotografa, filma e
ampliando o alcance do faz reportagens em blogs e
cineclube. outros meios.

Com uma equipe organizada e com tarefas bem definidas, o cineclube estará preparado para proporcionar ótimas
experiências cinematográficas e contribuir para a disseminação da cultura audiovisual na comunidade local.
Manual Orientativo de Cineclubismo

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Personalidade
Ter uma identidade conceitual é fundamental para impulsionar um cineclube e contagiar
outras pessoas. Essa identidade é o modo particular pelo qual o grupo enxerga o mundo e age
nele, o seu jeito único de pensar e realizar as coisas. Construir essa identidade é um processo
gradual, que se firma ao longo do tempo através das exibições, escolhas de filmes, textos,
cartazes e da forma como os membros do cineclube comunicam suas atividades.
É importante ressaltar que desenvolver uma identidade não é tarefa fácil e requer uma
busca constante por diferenciação. Através dessa identidade conceitual, as pessoas passam a
reconhecer que o cineclube possui algo especial e único em relação a tudo o que faz,
Fonte: Pinterest_darlingbox_com tornando-o mais atrativo e cativante para o público.

Diversidade de Enfoque Os cineclubes têm a flexibilidade de adotar uma ou mais ênfases dentre as
opções oferecidas:

1. C ria ção de u ma 2. Consolidação as 3. Programação com 4. Discussões sobre 5. Programas que


audiência com uma raízes culturais: O s "d i v e r t i m e n t o " e v o c a b u l á r i o atendam a públicos
perspectiva analítica: cineclubes ligados a criação de audiência: audiovisual: Os específicos: Como
Os cineclubes podem O N G s , a s s o c i a ç õ es , Esses cineclubes optam cineclubes devem ter o jovens, crianças,
priorizar uma instituições ou por uma programação interesse em mostrar adultos e idosos, com o
programação centrada movimentos sociais, mais voltada para o filmes que explorem as intuito de proporcionar
no estímulo ao debate e podem ter a intenção entretenimento, que i n o v a ç õ e s n a uma seleção de
reflexão, abordando d e f o r t a l e c e r priorize a exibição de linguagem audiovisual conteúdo que atenda
uma ampla gama de identidades culturais, filmes que oferecem ou estejam ligados a às necessidades e
temas que são ét n ic a s , d e g ên ero , experiências lúdicas e correntes estéticas do interesses de cada
determinados de religiosas, sexuais e divertidas como seu cinema, e com grupo.
acordo com as sociais. A presentam objetivo central. frequência promov am
orientações da equipe uma programação que cursos, oficinas e
de curadoria; inclui debates sobre os palestras no campo da
temas abordados; linguagem audiovisual.

Manual Orientativo de Cineclubismo

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Análise Resultados
Para efetuar a análise de maneira eficiente, é crucial que a
Ameaças e Oportunidades:
equipe tenha uma compreensão aberta de vários aspectos-chave, a
fim de facilitar a execução das atividades do cineclube. Logo abaixo, - Ameaças: Desafios relacionados à localização, iluminação,
apresentamos uma proposta organizacional para os clima desfavorável, dificuldade de acesso e possíveis mudanças
esclarecimentos, tanto para a equipe interna quanto para potenciais governamentais.
apresentações do cineclube em editais e busca de recursos - Oportunidades: Perspectivas de parcerias, demanda por
financeiros: eventos culturais e benefícios de políticas de apoio.
Fraquezas e Forças do Cineclube:
1. Conformação: - Fraquezas: Recursos financeiros limitados, alcance restrito da
- Visão geral dos propósitos e principais atributos do cineclube; audiência e falta de visibilidade.
- Designar grupos de trabalho e alocar responsabilidades; - Forças: Experiência em curadoria, equipe comprometida e
- Estabelecer as medidas requeridas; histórico de eventos bem-sucedidos.
- Recursos financeiros indispensáveis; Vantagens e Contrapartidas:
- Alvos de desempenho previstos. - Vantagens: Enriquecimento cultural, oferta exclusiva de
filmes e oportunidades de networking.
- Contrapartidas: Requerem investimento de recursos e
2. Plateia:
colaboração com parceiros.
- Atributos da audiência;
Relevância na Comunidade:
- Estratégias de interação com essa plateia.
- Importância como ponto de encontro social, fomentador de
apreciação cinematográfica e entretenimento cultural.
3. Plano de trabalho e de exibições Contribuição para o Desenvolvimento:
a) Definição dos recursos fundamentais: - Local: Estimula a participação cultural e o diálogo intercultural
- Financeiros. na comunidade.
- Humanos; - Sociedade: Promove discussões sobre questões sociais e
- Materiais; valoriza a indústria cinematográfica.
b) Despesa - País: Contribui para a educação visual e diversidade de
- Elaborar um plano financeiro estratégico especificado. perspectivas.

Manual Orientativo de Cineclubismo

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A sequência e a existência
Para assegurar a continuidade e sustentabilidade das
atividades cineclubistas, é essencial buscar
autossustentabilidade. Isso pode ser alcançado por meio da
busca por apoios culturais diretos e indiretos, bem como
pela exploração de diferentes fontes de receita.

Nome
Para a construção da personalidade, uma das primeiras
coisas será definir o título do cineclube. Optar por um nome
que esteja alinhado com a proposta do grupo ou que tenha
relevância para a história da localidade onde está situado
pode contribuir significativamente para estabelecer sua
identidade conceitual. E sse nom e se tor na uma
representação simbólica do propósito do cineclube,
refletindo sua essência e ajudando a criar conexões com o
público que compartilha interesses semelhantes.

Fonte: Pinterest_darlingbox_com

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Cuidados com o Público O local
Para organizar uma programação de sucesso, é essencial A seleção do local para as sessões também é crucial, pois
considerar o envolvimento do público como um aspecto possibilita democratizar a produção cinematográfica, permitindo
fundamental. A programação deve estar atenta ao ambiente em que um grande número de pessoas participe desse processo.
que está inserida e buscar envolver a comunidade local. Despertar Normalmente, as sessões ocorrem em centros culturais, escolas,
o interesse do público é crucial para atrair e cativar espectadores. sindicatos, praças públicas e associações de bairros. No entanto, é
fundamental realizar contatos prévios para obter as autorizações
necessárias e evitar surpresas desagradáveis.

Fonte: Pinterest_darlingbox_com Fonte: Pinterest_darlingbox_com

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Acervos e a Curadoria
A seleção das obras audiovisuais deve ser baseada em pesquisas de interesse do público,
permitindo diferentes abordagens e recortes temáticos. Considerar as preferências e
expectativas do público ajuda a criar uma programação atraente e diversificada. Existem
diversas fontes de acervo disponíveis. Alguns exemplos incluem:
a. Programadora Brasil: Um catálogo com 700 filmes e vídeos de todo o Brasil,
organizados em programas que atendem a diferentes públicos. Disponível em:
http://www.programadorabrasil.org.br/.
b. Cinemateca do CNC: O Conselho Nacional de Cineclubes dispõe de mais de 300 títulos
e m s e u a c e r v o , q u e e m b rev e e s t a rá d i s p o n í v e l n o e n d e r e ç o e l e t r ô n i c o
www.cineclubes.org.br.
c. Federações estaduais de cineclubes e cineclubes regionais: Muitas entidades
possuem acervos próprios e estão abertas a compartilhá-los.
d. ABD Nacional: A Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-Metragistas
também possui um projeto de organização e disponibilização de seu acervo em
www.abdnacional.com.br.
e. ABDs estaduais: Alguns estados têm realizado levantamentos da produção local e
disponibilizado seus acervos, como a ABD do Espírito Santo.
f. Museu da Pessoa: Seu acervo pode ser utilizado pelos cineclubes para enriquecer a
programação. Disponível em: www.museudapessoa.com.br.
g. Entidades ambientais e educativas: Algumas instituições têm acervos relevantes que
podem ser utilizados pelos cineclubes.
h. Rede internacional de acervos: A criação de uma rede internacional com outras
federações de cineclubes pode facilitar o intercâmbio de conteúdos e licenças para exibição.
Um exemplo: www.mundokino.net.
Além disso, a participação na rede de comunicação "CNC diálogo" oferece uma
oportunidade de troca de informações sobre acervos e discussão de assuntos de interesse
Fonte: Pinterest_darlingbox_com dos cineclubes, conectando mais de 1000 participantes.

Manual Orientativo de Cineclubismo

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Fonte: Pinterest_darlingbox_com

Direitos autorais e do público no Cineclube


A Lei 9.610 de 1998, no Brasil, estabelece os direitos autorais, e encargo financeiro pela primeira gravação do fonograma ou da
divididos em morais e patrimoniais, pertencentes ao autor da obra atividade audiovisual, independentemente do formato
que criou. Os direitos morais, como a paternidade da obra e a empregado. Conforme definido no Artigo 5º, a distribuição consiste
preservação de sua integridade, são inalienáveis e irrenunciáveis. em proporcionar ao público exemplares ou reproduções de obras
Após a morte do autor, seus sucessores herdam somente esses literárias, artísticas, científicas, interpretações, performances
direitos. No âmbito audiovisual, apenas o diretor tem o poder de gravadas e fonogramas, por meio de vendas, alugueis ou outras
exercer os direitos morais. maneiras de transferência de posse ou propriedade.
Os direitos patrimoniais abrangem a autorização econômica da Na indústria audiovisual, os produtores desempenham um
obra pelo seu criador, podendo ser cedidos total ou em parte a papel crucial ao reunir profissionais técnicos e artísticos, bem como
outros, de maneira provisória ou permanente. Essa dinâmica gera financiadores, sendo detentores dos direitos econômicos. Eles
interesse por parte dos autores, dos produtores/distribuidores da licenciam a utilização das obras para distribuidores, possibilitando
obra e da sociedade em geral. sua circulação. Os direitos econômicos englobam os benefícios
Seja pessoa física ou jurídica, o produtor é quem assume a ação financeiros
Manual Orientativo de Cineclubismo

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para seus titulares, realizados por meio da disponibilização paga cultura.
das obras ao público. Entretanto, existe um período definido para a A plena realização dos direitos autorais ocorre na interação
exploração financeira da obra, independentemente de quem a direta entre autores e público, culminando no método de
beneficie: o prazo de proteção dos direitos econômicos para obras comunicação.
audiovisuais e fotográficas é de setenta anos, a partir de 1º de Direitos do Público e os Cineclubes
janeiro do ano seguinte ao da divulgação, após o qual a obra entra No início do século XX, a partir de seu surgimento, os cineclubes
em domínio público. se destacaram como as únicas instituições a desafiar a
A violação dos direitos fundamentais do público, mas também padronização e invariabilidade da narrativa cinematográfica
dos próprios autores, que são substituídos por interesses e dominante. A missão central dos cineclubes é mobilizar o público
poderes econômicos que não representam os seus interesses de para uma participação completa no sistema audiovisual de
maneira conhecida ocorrem quando os direitos autorais são interação. A singularidade dos cineclubes reside em sua
usados para limitar a disseminação de obras e elementos culturais, organização sistemática e duradoura nas diversas comunidades
quando os ganhos econômicos não beneficiam os autores, mas sim em que o público está inserido. Os cineclubes atuam como
empresas que os forçam a ceder sua criação através de meios representantes do público no contexto dos produtos e meios
complexos, e quando essas mesmas empresas impõem à audiovisuais.
sociedade uma seleção restritiva de informação, comunicação e

Fonte: Pinterest_darlingbox_com

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cineclube
tereré.
2ª. Fase Arrumar a apresentação
Suporte
Base para exibição:

Ambiente de exibição: Ao configurar o lugar, como


uma sala de aula, é crucial considerar a luz, acústica e
ventilação, garantindo boa iluminação sem reflexos,
áudio claro e ambiente confortável;

cineclube
tereré. Fonte: Pinterest_darlingbox_com

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- Assentos da plateia; - Projetor Multimídia; - Reprodutor de DVD;

Fonte: Pinterest_darlingbox_com

- Conjunto de Alto-falantes; - Tela de projeção; - Extensão elétrica com tomadas;

- Regulador de tensão; - Câmera Fotográfica (registro); - Registro de presenças;

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Esquema básico para
montagem de equipamentos

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Recursos para aquisição de filmes e sua divulgação:

Fonte: Pinterest_darlingbox_com

Computador equipado Telefone para realizar Assinaturas em canais


Canetas para DVDs: É
com impressora e ligações telefônicas: E Discos DVD-R: São de streaming: Mensais
um instrumento
conecção à internet de entrar em contato com mídias de ou anuais que concedem
projetado para permitir a
alta velocidade: Pois revendedores, gerentes armazenamento óptico acesso ilimitado a uma
marcação direta e precisa
oferece a capacidade de e outras fontes de que permitem gravar e variedade de conteúdos
em discos DVD,
realizar tarefas de acervo para facilitar a preservar dados, como de mídia, como filmes,
facilitando a identificação
impressão de forma comunicação direta e vídeos, arquivos e séries, música e outros
d e c o n t e ú d o e
eficiente e de se conectar eficaz com esses documentos, de maneira tipos de entretenimento,
organização de mídias
à rede mundial de parceiros da indústria eficiente e duradoura; transmitidos pela
gravadas;
maneira veloz; cinematográfica; internet.

Manual Orientativo de Cineclubismo

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Elaboração da estrutura física
Depois de estabelecer a base, é crucial considerar alguns Mapear táticas de comunicação com as ferramentas:
aspectos essenciais: 1) Material gráfico de impressão: cartazes, folders, panfletos,
- Organizar o espaço da sessão; adesivos e outros itens similares, fornecendo meios para
- Guiar e recepcionar a plateia adequadamente; transmitir mensagens e informações de maneira eficaz e
- Discussão pós-sessão e explorar as ideias; impactante;
- Análise das sessões e respostas dada do público aos filmes 2) Rede global de computadores interconectados (internet):
como uma maneira de avaliá-lo. listas de e-mails, sites (como blogs, sites institucionais e
parceiros), mídias sociais (como Twitter, Facebook e Orkut),
Introdução ao filme e discussão pós-sessão boletins eletrônicos e grupos de discussão. São eficazes para
São componentes essenciais de um cineclube. Recomenda- compartilhar informações e interações com o público-alvo;
se que cada sessão inclua uma introdução ao filme, 3) Disseminação de informações (comunicação de massa):
proporcionando aos frequentadores insights para uma melhor abrange diferentes meios, como jornais (por meio de releases),
compreensão da obra. A apresentação pode ser realizada por televisão, rádio e dispositivos móveis, incluindo ligações
um dos membros do cineclube, e quando houver um convidado, telefônicas e mensagens SMS. Esses canais são essenciais para
este deve fazer uma breve introdução pessoal e liderar a alcançar um público amplo e diversificado;
discussão final. Essa discussão é fundamental para compartilhar 4) Meios de comunicação democrático (mídias
informações e criar uma base estética e política, tornando-se a alternativas): carros e bicicletas de som, rádios comunitárias
parte mais desafiadora, porém gratificante, do evento. ou postes e agentes comunitários. Têm um papel crucial ao
De que modo anunciar alcançar públicos específicos em áreas locais;
Envolve a disseminação de informações sobre local, data e 5) Eventos para promover a programação do cineclube:
gratuidade do evento, exigindo planejamento de custos para congressos, jornadas, palestras, encontros, oficinas, festivais e
materiais gráficos como cartazes e releases para mídia. A simpósios são ótimas oportunidades para aumentar a
estratégia inclui a criação de identidade visual, mapeamento visibilidade e engajar a comunidade.
de locais para afixar cartazes e o uso de mensagens eletrônicas 6) Promoção de eventos cineclubistas: saraus poéticos,
e redes sociais. No entanto, o método mais eficaz continua shows, gastronomia, celebrações e grupos sociais afins. Criam
sendo a divulgação pessoal, que pode incluir até mesmo o novas experiências conectando o cinema a uma gama variada
acompanhamento direto das pessoas até a sessão. de expressões culturais e comemorações.

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Monitorar o conteúdo veiculado na mídia
É fundamental acompanhar atentamente o
material divulgado nos veículos de comunicação,
recortando e arquivando todas as informações
relevantes. Esse processo de clipping não apenas
registra as atividades, mas também fornece
documentos para consulta futura e contribui para
a formação de novos ciclos de ação.

Apresentação do filme e a
condução do debate após a sessão
São componentes essenciais de um
cineclube. Recomenda-se que cada sessão inclua
uma introdução ao filme, proporcionando aos
frequentadores insights para uma melhor
compreensão da obra. A apresentação pode ser
realizada por um dos membros do cineclube, e
quando houver um convidado, este deve fazer
uma breve introdução pessoal e liderar a
discussão final. Essa discussão é fundamental
para compartilhar informações e criar uma base
estética e política, tornando-se a parte mais
desafiadora, porém gratificante, do evento.

Táticas de conservação
Os novos cineclubes e os existentes devem
definir claramente seus objetivos, perfil e público-
alvo, abordando essas questões essenciais
Fonte: Pinterest_darlingbox_com durante o processo de diagnóstico.
Manual Orientativo de Cineclubismo

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Fonte: Pinterest_darlingbox_com

Apoio à atividade cineclubista através de políticas públicas


No contexto das políticas públicas, o governo detém grande e pessoas físicas deduzam uma porcentagem do imposto de renda
poder, mas a participação popular efetiva muitas vezes é limitada, devido ao patrocinar projetos culturais aprovados pela Comissão
apesar de algumas iniciativas progressistas recentes, como o Nacional de Incentivo à Cultura. No entanto, muitos projetos
Ministério da Cultura. O movimento cineclubista busca interagir carecem de consistência e viabilidade, com proponentes
com o setor público, como evidenciado pela ação Cine Mais Cultura, priorizando a burocracia em vez de desenvolver projetos sólidos.
que disponibiliza equipamentos, filmes brasileiros e treinamento Além disso, a decisão de conceder patrocínio muitas vezes
para cineclubes, principalmente em áreas periféricas, em parceria depende dos departamentos de marketing das empresas, o que
com organizações sem fins lucrativos, bibliotecas comunitárias e pode levar a uma proliferação de eventos de promoção de marcas
outras entidades para aproximar o público da produção disfarçados como atividades culturais, especialmente em leis
audiovisual nacional. regionais de incentivo à cultura.
No Brasil, existem mais de 60 leis de incentivo à cultura, que Ao planejar um projeto para um cineclube, a equipe deve
envolvem a transferência de recursos públicos de patrocinadores detalhar claramente o que pretende fazer, como, onde e com os
para proponentes por meio do Estado, exigindo rigorosa prestação custos envolvidos. Além disso, é essencial considerar estratégias de
de contas. A Lei Rouanet, a mais conhecida, permite que empresas sustentabilidade a longo prazo, garantindo novas fontes de patrocí-
Manual Orientativo de Cineclubismo

28 | 60
nio quando as atuais estiverem próximas do término, para evitar autonomia essencial. O controle direto da base sobre negociadores
interrupções na atividade do cineclube. e a preservação da radicalidade do movimento são princípios
No entanto, é importante estar atento ao risco de dependência fundamentais a serem mantidos.
do financiamento externo, especialmente quando se trata de
movimentos sociais, órgãos estatais, ONGs e fundações privadas. A Elaboração e ajuste de políticas públicas
busca por financiamento deve ser equilibrada com a criação de O movimento cineclubista deve envolver-se ativamente na
meios autônomos de sustentação, evitando uma completa formulação e adaptação de políticas públicas, pressionando o
dependência desse modelo de financiamento. governo para atender aos direitos do público e fortalecer os
Obter recursos do Estado não é necessariamente cooptação, cineclubes. A setorização dos recursos culturais provenientes de
mas depende das condições e intermediários envolvidos. É crucial leis de incentivo e fundos de cultura é vista como essencial para
garantir que tais recursos não comprometam a independência e distribuir de maneira justa os recursos do orçamento, levando em
radicalidade do movimento, evitando vínculos clientelistas e conta as necessidades específicas de cada setor do campo
favorecimento político. audiovisual em diferentes localidades. A participação popular nos
conselhos de cultura municipais e estaduais é fundamental para
O movimento cineclubista, representado por coletivos, pode
garantir que essas decisões sejam inclusivas e não dependentes
buscar recursos para fomentar sua atividade e contribuir para a
apenas da vontade do governo e de seus aliados, incentivando a
democratização da cultura e do audiovisual, mantendo sua
organização e regulamentação paritária dos conselhos.

Fonte: Pinterest_darlingbox_com

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Arranjos estaduais e Cresce gradualmente o número de cineclubes com várias
ações conectadas organizações estaduais, como as do Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito
Santo, Pernambuco, Santa Catarina, Ceará e Rio Grande do Sul, que
possuem autonomia para se adaptar às necessidades locais. Essas
entidades colaboram estreitamente com o CNC (Conselho Nacional de
Cineclubes), a fim de otimizar suas atividades e abordar as demandas
locais, incluindo políticas públicas, parcerias e estratégias de
divulgação e distribuição para formar redes e circuitos de exibição
eficazes.
Geralmente, as organizações estaduais de cineclubes seguem
uma estrutura tradicional com um quarteto composto por Presidente,
Vice-presidente, Secretário e Tesoureiro. Um exemplo disso é a
Federação de Cineclubes do Estado de São Paulo. No entanto, algumas
organizações, como a Federação Capixaba de Cineclubes, adicionam o
cargo de Diretor de Divulgação e Promoção para aumentar a
visibilidade. A Federação Pernambucana de Cineclubes vai além,
mantendo os cargos tradicionais e incluindo um Diretor de
Comunicação e um Diretor de Regionalização, destacando sua ênfase
na promoção e articulação do cineclubismo em todo o estado.
Diversas organizações estaduais de cineclubes, como o Conselho
Cearense de Cineclubes, seguem a estrutura clássica com acréscimos,
como Diretor de Comunicação e Diretor de Projetos. A Associação de
Cineclubes do Rio de Janeiro adota uma abordagem inovadora com
uma Diretoria Colegiada, destacando funções específicas, incluindo
Relações Institucionais, Administração, Finanças, Formação, Acervo,
Difusão e Comunicação. O ponto crucial é que essas estruturas
promovam a formação e a articulação de coletividades, permitindo ao
movimento cineclubista ter influência política em nível regional e
Fonte: Pinterest_darlingbox_com nacional.

Manual Orientativo de Cineclubismo

24 | 60
cineclube
tereré.
Fase Final Referências

ALVES, Giovanni. MACEDO, Felipe. Cineclube,


Cinema & Educação. Londrina: Praxis; Bauru: Canal 6.
2010.
ALVES, Maria Adelia. Filmes na escola: uma
abordagem sobre o uso de audiovisuais (video,
cinema e programas de TV) nas aulas de sociologia
do ensino médio. 2001. 145 p. Dissertação (mestrado)
- Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de
E d u c a ç ã o , C a m p i n a s , S P. D i s p o n í v e l e m :
http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/
253516. Acesso em: 20 jul. 2021.
BASTOS, Patricia de Jesus. Potencialidades das
experiências de cinema na escola de educação
básica. 2016. 138 f. Dissertação (Mestrado Profissional
de Ensino em Educa ção Bá sica - C Ap U ERJ ) -
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
J a n e i r o , 2 0 1 6 . D i s p o n í v e l e m :
h t t p s : / / rev i s t a s . u f r j . b r / i n d ex .
php/rce/article/view/1603/1451. Acesso em: 26 set.
2022.
BERTI, Andreza Oliveira de. Experiências com o
c i n em a n a e s c o l a : G es t o s p e d a g ó g i c o s e m

cineclube
destaque. Tese de Doutorado do Programa de Pós-
graduação em Educação, da Universidade Federal do
Rio de Janeiro – UFRJ. 208 f. – 2016. Disponível em:

tereré.
h t t p s : / / c i n e a d . o r g / w p -
content/uploads/2021/04/tAndreza_Berti.pdf , Acesso
em 14/11/2021.
Manual Orientativo de Cineclubismo

20 | 60
Referências
BERTI, A.; CARVALHO, R. M. O Cine Debate promovendo Rosana de; ARAÚJO, Luciana Corrêa de. (orgs.) Estudos de
encontros do cinema com a escola. Rio de Janeiro: Pro-Posições, Cinema Socine, VIII. São Paulo: Annablume; Socine, 2007.
2013, p. 187.CLAIR, Rose. Cineclubismo: memórias dos anos de PIMENTEL NETO. João Baptista. “Cineclubes: uma rede em
chumbo. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2008. defesa dos Direitos do Público”. In: MORAES, Geraldo (org.) O
GATTI, André. “Cineclube”. In: RAMOS, Fernão e MIRANDA, Cinema de Amanhã. Brasília: Congresso Brasileiro de Cinema;
Luiz Felipe (orgs.) Enciclopédia do cinema brasileiro. São Paulo: Coalização Brasileira pela Diversidade Cultural, 2008.
Editora Senac, 2000. RIBEIRO, José Américo. O Cinema em Belo Horizonte: do
_____________. "Cineclubismo, Cinematecas, Entidades cineclubismo à produção cinematográfica na década de 60.
Culturais Cinematográficas: os casos de São Paulo e Rio de Janeiro Belo Horizonte, Editora UFMG, 1997.
(1928-2008)". In: Plano B, n. 03, São Paulo: TZ Editora, outono VIEIRA, João Luiz. “Chaplin Club” In: RAMOS, Fernão e
2009. MIRANDA, Luiz Felipe (orgs.) Enciclopédia do cinema brasileiro.
LEÃO, Beto. Centenário do Cinema em Goiás: (1909 – 2009). São Paulo: Editora Senac, 2000.
Goiânia – GO. Kelps, 2010. XAVIER, Ismail Norberto. Sétima arte: um culto moderno.
LISBOA, Fátima Sebastiana Gomes. “O cineclubismo na São Paulo: Perspectiva, 1978.
América Latina: ideias sobre o projeto civilizador do movimento Sítios na internet
francês no Brasil e na Argentina (1940-1970)”. In: CAPELATO, Maria www.cineclubes.org.br
Helena; MORETTIN, Eduardo; NAPOLITANO, Marcos e SALIBA,
Elias Thomé. História e Cinema – Dimensões históricas do www.cineclube.utopia.com.br
audiovisual. São Paulo: Alameda, 2007. Bibliografia Primária
MACEDO, F.: “O Modelo Brasileiro de Cinema: um estrangeiro CARTA DOS DIREITOS DO PÚBLICO, “CARTA DE TABOR”. 1987.
em nossas telas”. In Moraes, G. (org.). O cinema de amanhã. Disponível em http://cineclubes.org.br/direitosdopublico/
Brasília, DF: Congresso Brasileiro de Cinema/Coalizão CRONOLOGIA DO MOVIMENTO CINECLUBISTA BRASILEIRO.
Brasileira pela Diversidade Cultural, p. 53-71. 2008. Disponível em http://cineclube.utopia.com.br/
Disponível e m INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 63, DE 02 DE OUTUBRO DE 2007.
http://cineclubes.org.br/tiki/O+MODELO+BRASILEIRO+DE+CINE D i s p o n í v e l e m
MA http://www.ancine.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=18
MALUSÁ, Vivian. “O Cineclube do Centro Dom Vital: Católicos e 064&sid=808
cinema na capital paulista”. In: MCHADO JR., Rubens; SOARES,

Manual Orientativo de Cineclubismo

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Anexos Anexo 1
I - Equipe de trabalho e a estrutura do cineclube

Nome - Escolha um nome para o cineclube


relacionado ao grupo, objetivo do projeto ou
comunidade.
Grupo da organização - com funções de seleção
(curadoria), produção, divulgação e interação com o
público.
Ambiente da projeção - Biblioteca, sala de aula,
pátio coberto, etc.
Agendamentos - Considere a frequência dos
horários e datas (semanal, quinzenal, mensal) e a
conveniência para o grupo e a comunidade.
Cooperação - Estabelecer parcerias com o
comércio e instituições locais.
Fases:
1. Escolha dos filmes - Sejam curtas ou longas-
metragens, com base em um tema específico da
mostra.
2. Elaborar as projeções - Equipamentos como
Telão ou TV de 29 polegadas, projetor multimídia,
Reprodutor de DVD e/ou videocassete, e sistema de
som, sala escura e cadeiras.
3. Anunciar - Por meio de cartazes, folders, mural,

cineclube
e-mails e mídias comunitárias, como jornais e rádios.
4. Projeção e discussão com o público.

tereré. Informações adicionais.

Manual Orientativo de Cineclubismo

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Anexo 2
II - Registro e elaboração do cineclube

No processo de estabelecer um cineclube, é fundamental eleitos, suas qualificações e as assinaturas da lista de presença
realizar uma assembleia de fundação na qual se discute o (item 2), podem ser apresentados separadamente em duas
estatuto, e a primeira diretoria e outros órgãos administrativos cópias;
são eleitos. A assembleia inicia com a escolha de um presidente e - O presidente, o secretário da entidade eleitos, bem como o
um secretário, encarregados de conduzir as discussões e presidente e secretário da assembleia devem assinar a ata.
documentá-las em uma ata de fundação oficial.
2 - A relação dos presentes em cópia com as assinaturas de
A ata, a lista dos fundadores presentes, o estatuto e a lista dos todos os participantes da assembleia de constituição da
eleitos devem ser registrados em um Centro de Estudos e associação.
Distribuição de Títulos e Documentos (CDT) para atender às
3 - É necessário fornecer duas cópias transcritas do estatuto,
exigências formais necessárias.
com rubricas em cada página, assinadas pelo presidente da
1 - A ata de fundação deve ser transcrita em duas cópias, entidade e por um advogado, cuja assinatura deve incluir nome
assinadas pelo presidente e secretário da assembleia de completo e número de inscrição na OAB, e a firma do presidente
fundação, e incluir informações obrigatórias: deve estar reconhecida em cartório.
- A data de constituição da associação; 4 - Uma solicitação para preencher e assinar solicitando o
- Lugar da assembleia; registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ.
- O propósito da assembleia é criar uma associação civil sem Após o registro junto ao Oficial de Registro Civil de Pessoa
fins econômicos; J u r í d i c a , o p r e s i d e n t e d a e n t i d a d e d ev e c o m p a r e c e r
- Devem aprovar o nome da entidade, o endereço da sede pessoalmente (ou designar um procurador) à unidade da Receita
social e o estatuto; Federal responsável pelo endereço da entidade, apresentando
- A ata deve estabelecer o início e o fim do mandato da uma cópia da ata de fundação e do estatuto social para solicitar o
Diretoria; registro do CNPJ.
- A lista de qualificações, incluindo nome, nacionalidade, Com o CNPJ em mãos, o cineclube pode prosseguir com
estado civil, profissão, RG, CPF e endereço, pode ser fornecida registros adicionais, como na prefeitura, e estará habilitado a
separadamente em duas cópias; participar de editais e programas públicos que ofereçam apoio e
fomento a atividades relacionadas.
- A eleição e posse da Diretoria Executiva, com os nomes dos

Manual Orientativo de Cineclubismo

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Anexo 3

Manual Orientativo de Cineclubismo

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cineclube
tereré.
GPCIEPT Campus Campo Grande

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