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Se for um vestibular normal, fique atento às notícias do momento, de pelo menos seis meses

pra cá. Uma recomendação bem simples é: pegue as provas dos anos anteriores e compare os
assuntos com o que estava em voga na mídia.
Existem alguns materiais muito interessantes que você encontra no Bing sobre como fazer
uma redação mas, por via de regra, o procedimento é:
Pense num título com 6 a 8 palavras, com um verbo da voz ativa (“fulano FEZ tal coisa” ao
invés de “tal coisa ACONTECEU com fulano”)
O primeiro parágrafo é a apresentação do tema e porquê você considera ele importante.
Entenda: é a SUA visão sobre o tema proposto.
No segundo parágrafo você apresenta as ideias que você vai defender. Pense em dois ou três
argumentos no máximo. Redações de concursos/vestibulares têm até 30 linhas (veja o edital
para ver qual seu limite)
No 1º parágrafo argumentativo, explique o seu primeiro argumento sobre o tema. Se possível,
lembre de usar as “vozes alheias” (citações diretas ou indiretas)
O 2º parágrafo argumentativo segue o mesmo padrão do 1º
SE VOCÊ se arrochar e quiser escrever um 3º parágrafo argumentativo, tenha certeza que você
tem bagagem suficiente pra isso. É melhor um texto menor mas bem feito, do que um grande
cheio de erros
Parágrafo de retomada: neste parágrafo você retoma o tema fazendo um resumo de como
suas ideias se relacionam com ele.
Parágrafo de soluções: se o parágrafo anterior ficar curto, você pode juntar este com aquele.
Neste trecho, se o tema exigir a apresentação de um problema, apresente uma sugestão de
correção do problema BASEADO nos seus argumentos dos parágrafos anteriores.
Parágrafo final (de conclusão): retome todo o conteúdo que você escreveu acima e faça suas
considerações finais.
Considere ainda:
a) Os parágrafos devem ter algumas linhas cada. Não escreva algo com apenas 1 ou 2 linhas;
b) Fique atento à quantidade de “que” que você escreve no texto. Em até 30 linhas, considere
que 3 a 4 “que’s” são suficientes;
c) Tenha argumentos baseados em vozes alheias (sejam fontes documentais, sejam
declarações de autoridades no assunto), que sejam de valor reconhecido. O primo, da irmã, da
cunhada, da tia, do vendedor da esquina não é uma fonte confiável. Para
concursos/vestibulares, Wikipédia também não é fonte confiável;
d) Lembre de usar conectivos textuais. Se você diz num parágrafo que A é bom e no outro que
B também é bom, no seu texto precisa ter que “a E b” são bons. Não coloque “a é bom OU b é
bom”. Se ambos são bons, use conectores textuais do tipo “aditivos”, não “alternativos”.
e) Evite linguagem não formal, evite abusar de palavras em língua estrangeira. É possível.
Perceba que nesse texto todo que escrevi, você tem apenas dois substantivos em língua
estrangeira, só porque são nomes próprios.
f) A grafia correta das palavras é extremamente importante: não basta ter boas ideias e
conectá-las da forma correta, se você escrever tudo errado. “Ah… mas como vou aprender a
grafia correta das palavras?” da mesma forma que você absorve conhecimento e se prepara
para os temas das redações: volume de leitura. Quanto mais você ler, mais você verá como as
palavras são escritas e se acostumará com a forma correta de grafia delas. Então evite - a todo
custo! - conversas, páginas, vídeos e todo tipo extra de leitura que você seja exposto a
conteúdo grafado incorretamente. Valorize seu tempo! E se você tem o costume de escrever
errado, ou abreviado, ou de qualquer forma que não seja a perfeita grafia, PARE COM ISSO, e
se acostume a grafar corretamente. Isso será MUITO IMPORTANTE durante toda a faculdade
(e, quiçá, para o resto da sua vida).
Se você for olhar as regras de pontuação da redação, verá que os pontos são distribuídos
quase equitativamente entre argumentação, sintaxe, semântica etc.
Para encerrar, lembro que você deve usar conectores adequados à composição das ideias.
Se suas ideias forem coordenadas (sejam parágrafos coordenados ou orações coordenadas)
você tem conectores dos seguintes tipos:
a) Aditivos
b) Adversativos
c) Alternativos
d) Conclusivos
e) Explicativos
Lembrando que as conjunções coordenativas dos tipos acima expostos estabelecem uma
coordenação entre duas coisas da mesma natureza.
Observe que tem palavras que são complicadas. O exemplo do “pois” é clássico porque se ele
é interno a uma oração, está entre pontuações ("," ou “-”) e substitui “portanto”, ele é do tipo
Conclusivo; mas se ele está entre orações, apenas com pontuação antes ("," , “-” , “;”) e
substitui “porque”, ele é do tipo Explicativo.
Porém se suas ideias ou orações estabelecem relação de subordinação, elas vão ser iniciadas
com conjunções integrantes (“que” e “se”, que poderão estar deslocadas) e podem ser dos
seguintes tipos:
a) Causais
b) Comparativas
c) Concessivas
d) Condicionais
e) Conformativas
f) Consecutivas
g) Finais
h) Proporcionais
i) Temporais
Observação: tome cuidado pra não confundir “conquanto” (Concessão) com “porquanto”
(usaria no lugar de “pois” / “porque”).
Não vou colocar todas as conjunções que conheço de cada tipo destes porque você deve ter
sua própria dinâmica de estudos.
Ah… uma última dica: decore a lista das principais preposições.
A / Ante / Após / Até / Com / Como / Contra / De / Desde / Em / Entre / Para / Per / Perante /
Por / Sem / Sob
/ Sobre / Trás
Se você achar que tudo isso é besteira, que é só uma prova e acabou… preciso te falar que ao
longo da minha vida (seja na universidade, seja vida profissional) já vi diversos
trabalhos/relatórios/etc. serem rejeitados por estarem mal escritos.
Muitas vezes o pessoal de Tecnologia da Informação não consegue obter o que precisa (em
termos de compras de equipamentos, cursos etc.) porque não consegue convencer os
administradores não-tecnológicos da importância daquelas tecnologias e especializações. E um
bom discurso, com a capacidade argumentativa, com coesão e coerência, fazem a diferença.
Pode, inclusive, ser a diferença entre um especialista mediano (na atividade fim) que tem
poder argumentativo ser promovido, e um excelente especialista (na atividade fim) que não
sabe se comunicar não ser promovido.
Bons estudos!

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