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Colegas,
Como é do conhecimento generalizado, o assunto relativo ao Coronavírus designado COVID-19 tem tido
desenvolvimentos sensíveis nas últimas semanas em diversos países, incluindo Portugal, havendo já
notícias que indicam que alguns setores da economia podem ser afetados por efeitos diretos e indiretos
provocados pela doença como, por exemplo, o setor do turismo, dos transportes e de alguns serviços.
Esses efeitos podem verificar-se a vários níveis nas empresas e outras entidades cujos negócios e
transações podem vir a ser afetados por circunstâncias adversas decorrentes da sua exposição a mercados
onde a doença tenha ou possa vir a ter maior impacto social e económico. Tais circunstâncias podem
incluir, em determinados casos concretos, disrupção ou limitação de fornecimentos de bens e serviços ou
incapacidade de virem a ser cumpridos compromissos contratuais podendo alterar-se a perceção e
avaliação do risco de negócio.
Compete a cada auditor, em cada caso concreto, verificar e confirmar com o órgão de gestão a existência
de eventuais circunstâncias adversas e, formando o seu próprio julgamento, ponderar se o órgão de
gestão considera os eventuais efeitos diretos e indiretos que o contexto presente pode ter nas
demonstrações financeiras relativas ao exercício findo em 31 de dezembro de 2019 já preparadas ou em
curso de preparação. Dada a incerteza desses eventuais efeitos, é pouco provável que o órgão de gestão
os consiga estimar e quantificar para os fazer refletir nas demonstrações financeiras sendo, contudo,
prudente que faça a sua divulgação quando apropriado e material.
Para uma grande parte dos nossos clientes, é provável que tais circunstâncias não estejam presentes e,
nesse caso, a aplicação rigorosa e proporcional das ISA e o exercício apropriado do ceticismo e do
julgamento profissional são suficientes para o auditor abordar este tema devendo, em todo o caso,
documentar a forma como tal abordagem foi feita e as conclusões alcançadas. Relativamente aos clientes
em que sejam identificadas circunstâncias potencialmente adversas que possam afetar direta ou
indiretamente e de forma material as respetivas demonstrações financeiras, deve ser avaliada a forma
como o órgão de gestão apresentou ou pretende apresentar as necessárias divulgações.
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Para este efeito são relevantes, entre outras, as seguintes ISA:
Cada caso deve ser visto em concreto. Nalguns casos, pode ser suficiente o auditor efetuar procedimentos
alternativos para recolha de prova; em outros, e quando possível, deve o assunto ser abordado com o
respetivo órgão de gestão para acordar a melhor forma de dar continuidade aos trabalhos (por exemplo,
recalendarizar os trabalhos, se possível, e após ponderação sobre se a falta de tempestividade da
informação pode ou não ser mais prejudicial aos seus utilizadores do que a sua disponibilização mais cedo
apesar das limitações, que, naturalmente, devem ser reportadas).
Adverte-se que este email pretende apenas auxiliar os ROC relativamente aos casos em que seja
identificada necessidade de cuidado adicional nas auditorias relativas ao exercício findo em 31 de
dezembro de 2019.
A Ordem mantém-se ao dispor pelos meios conhecidos dos colegas para o auxílio que eventualmente se
mostre necessário.
Óscar Figueiredo
Vice-Presidente do Conselho Diretivo
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