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A Empresa Rural No Código Civil de 2002
A Empresa Rural No Código Civil de 2002
A EMPRESA RURAL NO
CÓDIGO CIVIL DE 2002
1. INTRODUÇÃO
2 CONCEITOS PRELIMINARES
1- Explorações rurais típicas, que compreendem a lavoura (tanto a temporária, como arroz,
feijão e milho, quanto a permanente, como café, cacau, laranja e outros), o extrativismo
animal e vegetal, a pecuária de pequeno, médio e grande porte e a hortigranjearia (produção
de hortaliças, ovos etc.).
a propriedade, enquanto bem, se configura como relação entre pessoa e coisa e, portanto, as
coisas ou bens devem ser instrumentos a serviço dos homens para a satisfação de suas
necessidades. Na evolução do pensamento, o individualismo da propriedade perde espaço
para o interesse coletivo, de modo a subordiná-la, cada vez mais, ao bem comum. Não é
possível admitir que o titular empregue seu imóvel em atenção a fins puramente individuais.
Cumpre-lhe, ao contrário, fazê-lo de uma forma útil à sociedade, usando-o como um
instrumento de riquezas e visando a felicidade de todos. A propriedade, assim, constitui-se em
um verdadeiro encargo social voltado ao bem estar da coletividade. E, de fato, sendo escassos
os bens naturais postos à disposição do homem, exige-se que seu uso se faça para proveito de
todos, ainda que se deva respeitar a propriedade como um direito subjetivo individual.
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
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XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
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Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia
e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do
valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.
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Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao
empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí
decorrentes.
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode,
observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer
inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em
que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário
sujeito a registro.
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Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público
de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para
aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.
O Estatuto da Terra foi criado pelo regime militar que acabava de ser
instalado no país através do golpe militar de 1964. Sua criação está intimamente ligada ao
clima de insatisfação reinante no meio rural brasileiro e ao temor do governo e da elite
conservadora pela eclosão de uma revolução camponesa. A criação do Estatuto da Terra e a
promessa de uma reforma agrária foi a estratégia utilizada pelos governantes para apaziguar,
os camponeses e tranqüilizar os grandes proprietários de terra. As metas eram basicamente
duas: a execução de uma reforma agrária e o desenvolvimento da agricultura. Todavia, o que
se constata agora é que a primeira meta ficou apenas no papel, enquanto a segunda recebeu
grande atenção do governo, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento capitalista
ou empresarial da agricultura.
consubstancia-se em normas especiais prescritas no Título VII, Capítulo III (Da Política
Agrícola e Fundiária e da Reforma Agrária), arts. 184 a 191, da CF/88. Tais disposições
legitimam, em verdade, a ampla intervenção do Poder Público nas relações de propriedade,
produção e trabalho rurais, já que significam condicionamentos específicos acerca da função
social da propriedade, da política agrícola e fundiária, dentre outros aspectos, cuja observação
a todos se impõe.
O art. 184, CF, caput, preceitua que o regime jurídico da terra está
alicerçado na doutrina da sua função social. Infere-se que a doutrina da função social da
propriedade rural está fundada na destinação social e econômica da terra. A produtividade
corresponde, pois, a um elemento da aludida função. Dessa maneira, aquele que detém a
propriedade agrícola tem o dever de utilizá-la não simplesmente como um bem patrimonial,
subserviente aos seus interesses pessoais, mas sim, como um bem de produção, capaz de
gerar, de forma mediata, riquezas para atender a toda uma coletividade.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma
agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia
e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do
valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua
emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma
agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação.
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu
proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a
participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores
rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de
transportes, levando em conta, especialmente:
V - o seguro agrícola;
VI - o cooperativismo;
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua
como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural,
não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua
família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
sobre o seu próprio conteúdo. O que há de se levar em conta, é que a função social da
propriedade, princípio constitucional de conteúdo certo e determinado, e não mera norma
programática, é um importante aliado da democracia.
A atual legislação agrária em vigor teve toda a sua origem no seu bojo
do Estatuto da Terra. Qualquer cidadão comum que atua na atividade rural lida no seu dia-a-
dia com essas leis. Passa pelo seu crivo todo o universo temático da economia rural. Esse
universo está dividido em quatro setores desdobrados em onze capítulos. Os dois mais
importantes, de efeitos práticos, são os Títulos II e III, que tratam, respectivamente, da
reforma agrária e da política de desenvolvimento rural. No mais, o Estatuto da Terra
disciplina os direitos e obrigações relativos aos bens imóveis rurais, com a finalidade de
execução da reforma agrária e da política agrícola.
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Enfim, não é possível indicar um modelo único que seja mais adequado
a todos os tipos de sociedades de empresas rurais. Todas as peculiaridades do grupo
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interessado, sua constituição, sua atividade, seus objetivos empresariais, tipos de produto e
outros devem ser considerados antes da opção.
Na prática, dificilmente uma empresa rural optará por outra forma que
não seja a sociedade cooperativa ou a sociedade limitada, que é mais simplificada no aspecto
da constituição e funcionamento, faz parte da tradição do direito brasileiro e traz a vantagem
da limitação da responsabilidade patrimonial dos sócios. Caso uma sociedade rural deseje
organizar-se sob a forma de sociedade anônima, não está impedida de fazê-lo, porém abre
mão de todos os privilégios do tratamento “diferenciado e simplificado”. A Lei das S/A, que é
anterior ao Código e continua em vigor, não prevê privilégios.
Código Civil, nos arts. 1.179 e seguintes, que não se dirigem ao não-empresário e à sociedade
simples, os quais apenas se sujeitariam aos preceitos de escrituração decorrentes da legislação
fiscal, e àqueles que, de acordo com os princípios gerais da contabilidade, fossem necessários
a bem demonstrar a regularidade e os resultados dos seus negócios, tudo de acordo com as
demais normas já anteriormente existentes. E, por força do disposto no art. 2.037 do Código
Civil, o processo de execução coletiva aplicável a empresários e sociedades empresárias é o
que se encontrava previsto para comerciantes e sociedades comerciais (lei de falências e
concordatas).
é a pessoa física que coordena e organiza a empresa, unindo os fatores terra, trabalho, capital
e tecnologia. E mais do que isso, deve mostrar-se capaz de conciliar, em seus objetivos e com
relação ao mundo rural, a propriedade privada e a função social que ela agasalha, o proveito
individual e o progresso coletivo, a liberdade e a igualdade, condicionantes do regime
democrático.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
I – a agricultura;
II – a pecuária;
III – a extração e a exploração vegetal e animal;
IV – a exploração da apicultura, avicultura, cunicultura, suinocultura, sericicultura,
piscicultura e outras culturas animais;
V – a transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam alteradas a
composição e as características do produto in natura, feita pelo próprio agricultor ou criador,
com equipamentos e utensílios usualmente empregados nas atividades rurais, utilizando
exclusivamente matéria-prima produzida na área rural explorada, tais como a pasteurização e
o acondicionamento do leite, assim como o mel e o suco de laranja, acondicionados em
embalagem de apresentação;
VI – o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização, consumo ou
industrialização.
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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS