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RESUMO
ABSTRACT
This work aims to demonstrate the legislative apparatus that permeate the Brazilian
legal system and culminate in the matter we call Agrarian Law. In view of this
pretension of exposition about Agrarian Law, it will start with the technical illustration
of the theme, through the presentation of issues of Rural Property, Indian Law, Water
Law, Concepts of Ownership and Property, Rural Contracts and, finally, about typical
issues of agribusiness, addressing everyday issues faced by those who integrate the
activity. In short, the aim is to address the exponential performance of the Brazilian
agrarian market, both in the domestic and foreign markets, considering that Brazil is
1. INTRODUÇÃO
Por se tratar da seara do direito que aborda sobre a relação do home com a
terra, as primeiras concepções sobre Direito Agrário surgiram no começo da
humanidade, com a espécie do homo sapiens, que usavam dos seres vegetais e
animais, provindos da terra e água para seu sustento, sendo a relação do homem com
o campo algo inerente à natureza humana. Assim, o manejo da terra a fim de produzir
riquezas constituiu-se o termo agricultura, que é a junção dos termos latinos: ager,
tido como campo/território e cultus, no sentido de cultivar/cuidar, resultando em
“Cultivo do Campo”.
Desde os primórdios, já eram presentes sistemáticas, normas e tratados que
disciplinavam os homens com relação ao tratamento e provento da terra, a partir do
momento que se tomou ciência da necessidade de usufruir da terra para sobreviver e
produzir alimentos, foram iniciadas as inaugurais noções do que se tem por direito
agrário, ainda de forma muito singela, baseadas apenas na distribuição de terras e no
uso para plantio por aqueles que compunham o povoado.
Houve na história do direito brasileiro, algumas tentativas de implantação de
um Código de Direito Agrário, espelhando-se em países como Argentina, Uruguai e
Paraguai que já detinham tal dispositivo de lei. No entanto, os projetos não
prosperaram em razão da constante evolução da atividade rural no Brasil, que
caminhava a passos largo rumo ao progresso, assim, as relações deste meio eram
similares as do meio industrial e comercial, não se fazendo necessário o advento de
um escopo de leis específico para seu tratamento, visto que o Código Civil e demais
regimentos vigentes promoviam amparo suficiente. O único corpo legislativo que, de
grosso modo, é destinado ao Direito Agrário é o Estatuto da Terra, aprovado por meio
da Lei 4.504/1964, que basicamente regula e disciplinas as relações do homem com
a terra, mediante abordagens especiais de questões englobantes ao Direito Agrário,
como a proteção à propriedade rural bem como àqueles que a exercem.
3. IMÓVEL RURAL
O Estatuto da Terra define o imóvel rural, como sendo todo e qualquer objeto
de área contínua específico à exploração extrativa agrícola, pecuária ou
agroindustrial, seja por meio da iniciativa pública ou privada. Tal definição, demonstra
não só o que é de fato o imóvel rural, como também, novamente esclarece a real
pretensão do Direito Agrário, de atribuir a função social da propriedade ao imóvel.
A Lei da Reforma Agrária define o imóvel rural como o prédio rústico, de área
contínua qualquer que seja sua localização que se destina à exploração extrativa
agrícola, pecuária ou agroindustrial, seja pela iniciativa pública ou privada. De acordo
com a definição de Christiano Cassettari (2015), a atividade agrária é formada através
da junção de dois elementos, sendo o processo agrobiológico, que é a interação do
homem com a natureza, a fim de produzir alimentos e/ou matéria-prima, e o risco
correlatado, que é o possível estrago que as condições climáticas podem ocasionar à
atividade agrária.
Assim, a destinação dos tributos dos imóveis rurais é por meio do ITR, qual é
destinado à União, conforme a Constituição Federal de 1988.
3.2 IMÓVEL RURAL PELA DIMENSÃO
5. POLÍTICA AGRÍCOLA
7. O AGRONEGÓCIO NO BRASIL
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegando ao fim deste trabalho, extrai-se, primeiramente, a complexa atuação
e interferência do Direito nas atividades agropecuárias, mediante a concepção da
preocupação do legislador para estruturar e introduzir normas voltadas ao simples
exercício do trabalho com a terra. Grande parte da população brasileira não cogita a
respeito da existência destes dogmas voltados exclusivamente para a fruição das
relações atinentes ao trabalho rural, por exemplo, muitos dos cidadãos não possuem
conhecimento da existência do Código de Águas, que é um dispositivo fundamental
para o controle e outorga do uso das águas públicas e privadas. A irrigação de
plantações e o cuidado dos animais, inicia-se na redação do Código da Águas, e este
fato é desconhecido por parte da sociedade.
Muitas vezes, os juristas já formados e os que ainda estão em formação,
também não possuem conhecimento acerca dos dispositivos normativos que
englobam o Agronegócio, embora o tema seja fundamental à economia nacional e à
segurança alimentar do Brasil e do mundo, tendo em vista que o nosso país é
destaque no meio.
A motivação para minutar este trabalho parte de origens culturais e familiares
deste que vos escreve, conjuntamente com a análise feita sobre o contexto
Agronegócio como um todo, isto é, desde a interpretação cedida pelos códigos que
regem a matéria, passando pela cadeia produtiva, econômica e social, e, por fim,
chegando ao estágio final mediante o consumo do alimento produzido.
O escopo planejado para execução deste trabalho de conclusão do curso de
direito, partiu da percepção da necessidade de instruir este tema, que é pouco
debatido na academia, aos leitores, através da explanação de conceitos gerais do
Direito Agrário, quais são tecnicamente minimalistas e de singela compreensão. Muito
do que se vê no Direito Agrário provém do Direito Civil, devido a isso a absorção ocorre
de maneira analógica pelos leitores.
Após a compreensão inicial dos conceitos gerais, junto dos princípios e
paralelos do Direito Agrário, nota-se que a influência do Direito Ambiental e Direito
Administrativo, são fortemente ativas. A partir disso, é possível identificar a teoria da
Política Agrícola em prática, quando busca introduzir o mercado agropecuário no rol
industrial do país, a fim de gerar resultados positivos à nação como um todo. A
influência do Direito Administrativo age, especialmente, para gerir as produções
agropecuárias e garantir o cumprimento das exigências impostas pela lei. O Direito
Ambiental busca a proteção do meio-ambiente, através de prevenção de catástrofes
e repressão de danos praticados por particulares. Portanto, Direito Agrário, Direito
Administrativo e Direito Ambiental caminham lado a lado.
A título de extensão e ilustração, viu-se oportuno versar a respeito do Povoado
Indígena, que embora vivam em regiões de florestas, ainda são muito presentes em
todo o território brasileiro, além de possuírem uma relevante participação histórica. O
papel do povoado indígena é culturalmente forte no Agronegócio, pois, são pioneiros
em muito do que atualmente é praticado na agricultura mundial. O Direito Agrário
demonstra, por meio do Estatuto do Índio, o zelo e o respeito com o seu povo e sua
propriedade, devido a isso foi profundamente necessário e gratificante discorrer sobre
o povoado indígena neste trabalho.
Indispensável também, a exposição sobre o Direito das Águas, tendo em vista
que tal recurso natural é utilizado em larga escala na atividade agrária. O estado busca
administrar o uso das águas a fim de garantir sua abundância à sociedade, ou seja,
sua gestão é fundamental para que haja água para o consumo da sociedade, bem
como ao uso para atividades mercantis, visando o bem-estar social e o exercício da
atividade econômica. Além disso, a outorga do uso de águas é muito importante para
zelar o meio-ambiente, evitando degradações e desastres ambientais.
Observou-se que os institutos da Política Agrícola e da Reforma Agrária são os
condutores do Direito Agrário. As disposições normativas seguem estritamente estes
conceitos, que se correlacionam e nos levam à conclusão da Política Agrícola como
um conjunto de meios que busca integrar a atividade do agronegócio ao rol econômico
e social do país, sendo consumada quando promovida a descentralização da
propriedade, conforme pretende a Reforma Agrária. Conclui-se que a junção destes
conceitos visa alavancar a economia e garantir bem-estar social aos cidadãos. Ainda
que a maioria da população não possua conhecimento sobre o funcionamento prático
da atividade agropecuária, é notável o seu importante papel na garantia dos direitos
fundamentais do cidadão.
Foi possível identificar neste trabalho, a importância das figuras da
Desapropriação e Reforma Agrária, para o fim de cumprir a função social da
propriedade e gerar benefícios à população como um todo. De início, vê-se como
necessária a distribuição de terras que descumprem os requisitos pretendidos pelo
ordenamento jurídico. Porém, foi apresentada a corrente doutrinária que defende a
não desapropriação de propriedades produtivas que degradem o meio-ambiente,
onde, sua produção preenche significante parte dos requisitos da função social da
propriedade. Muitas vezes a desapropriação desta propriedade pode ser prejudicial à
região que são exercidas as atividades agropecuárias, em se tratando da geração de
empregos e demais fatores sociais, bem como à segurança alimentar e à economia
nacional do país, tendo em vista que a desapropriação põe fim as atividades ali
exercidas. Sendo assim, vê-se que a sanção aplicada nestes casos específicos
deverá ser a progressão tributária ou autuação da propriedade em multa, mas, apenas
em último caso a desapropriação.
A abordagem acerca da Posse Agrária foi fundamental para a compreensão da
proposta deste trabalho, pois as discussões possessórias são muito recorrentes no
cotidiano da atividade agropecuária. Foi possível notar que os institutos que regem a
Posse Agrária são derivados das concepções de Posse do Direito Civil.
Dos contratos que regem as atividades agropecuárias, foram expostos apenas
os dois mais tradicionais, sendo o de parceria, quando há a cessão do imóvel rural
mediante partilha dos frutos da atividade a ser desenvolvida, e o de arrendamento,
quando o agente dispõe de seu imóvel rural a um terceiro, mediante compensação e
sem partilha dos resultados. Estas são as modalidades contratuais pioneiras no ramo
agrário, que, no entanto, deram origem a contratos acessórios e específicos para um
único fim. Hoje em dia há o Contrato de Pastoreio, por exemplo, que é utilizado
exclusivamente para o aluguel de pasto para animais, onde as características e
necessidades desta atividade são especificamente detalhadas neste tipo de contrato,
fazendo com que as partes celebrem este ao invés do de Parceria.
Por fim, foram expostos os aspectos históricos da evolução do agronegócio no
Brasil, que teve início com o fomento industrial ocorrido nos anos 70. O mercado que
era tímido e crescia lentamente, alavancou de forma impressionante e atualmente é
responsável pela produção de 25% do Produto Interno Bruto do país. A aposta para
ainda mais expansão e domínio no cenário do agronegócio mundial, são os
implementos tecnológicos, que facilitarão a gestão das produções, reduzirão custos e
aumentarão a cadeia produtiva.
O iminente crescimento deste mercado tende a aumentar a demanda dos
profissionais do direito, tanto na prestação de serviços já usuais quanto na prestação
de novos serviços que surgirão, principalmente, com as alterações e inovações
legislativas, como é o caso da LGPD. Portanto, serão necessários profissionais
qualificados para atuar na área, assim como amparo e incentivo do estado, mediante
incentivo creditício, fiscal e tributários aos homens do campo.
REFERÊNCIAS
CANAL RURAL. Brasil é o país que mais exporta alimentos industrializados com
alta segurança. Disponível em:
<https://www.canalrural.com.br/noticias/agricultura/brasil-e-o-pais-que-mais-exporta-
alimentos-industrializados-com-alta-seguranca-diz-abia/>. Acesso em 15 de outubro
de 2021.
CEPEA. Soja/Retro 2019: Menor oferta e demanda firme sustentam preços em 2019.
Disponível em: <https://www.cepea.org.br/br/releases/soja-retro-2019-menor-oferta-
e-demanda-firme-sustentam-precos-em-
2019.aspx#:~:text=O%20pre%C3%A7o%20m%C3%A9dio%20nominal%2C%20em,
abaixo%20do%20observado%20em%202018>. Acesso em 24 de novembro de 2021.