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Casos incertos
Entre os três casos mencionados no relatório, está o do pernambucano José
Cláudio Alves Ferreira, morto aparentemente por ter beijado um homem na
frente do suposto assassino, que expressou descontentamento sobre a cena
para um vizinho, como noticiou o Portal Agreste Violento. Embora seja
preferível tipificar a motivação após um julgamento, é aceitável que a ONG
inclua provisoriamente este como um caso de homofobia.
Entre os três casos mencionados pelo Observatório das ONGs LGBT, portanto,
ao menos dois, um assassinato e um suicídio, são incertos quanto às
motivações estarem ligadas a preconceito.
Falha metodológica
Em notícias de crimes, há muitas distorções que podem inviabilizar o uso
estatístico dos dados. Centros urbanos tendem a ter mais cobertura jornalística
que zonas rurais, por exemplo. E o fenômeno precisa estar bem definido:
suicídios são mesmo comparáveis a homicídios para serem postos juntos?
Basta ser gay e ser morto em uma sociedade em que preconceito contra gay
existe para se alegar que a morte foi por causa do preconceito, ou é preciso
determinar plausivelmente uma motivação preconceituosa?
A cada sete mil casos de crime de ódio (mais precisamente, crime motivado por
preconceito) que ocorrem por ano nos Estados Unidos, menos de 10% são
cobertos pela imprensa, relata o cientista político Wilfred Reilly em seu livro
“Hate Crime Hoax” (“Fraude de Crime de Ódio”, em tradução livre), de 2019.
Além disso, alerta Reilly, 15% ou mais dos casos noticiados são falsos.
O resultado das distorções e falta de rigor com os métodos é que, quando ONGs
LGBT ou a imprensa que repete seus números acriticamente dizem que as
mortes por homofobia ou transfobia cresceram de um ano para outro, ou
diminuíram, nenhuma tendência desse tipo pode ser afirmada. Devido à falta
de uma amostra exata que determine o fenômeno, seria semelhante a afirmar
que a popularidade de um presidente subiu ou desceu de um ano para outro
perguntando em um único condomínio ou perguntando em um condomínio
diferente a cada ano. Não há critério de comparação, uma vez que o rigor é
muito baixo.
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Enquanto as ONGs brasileiras alegam que seu país é o que mais mata LGBT no
mundo, o índice sofisticado de Lamontagne colocou o Brasil na segunda
posição entre os mais tolerantes e inclusivos com renda baixa a média,
perdendo somente para a Colômbia, e na 20ª posição mundial no ranking
geral. O Sudão ficou na última posição entre 158 países, acompanhado por
Afeganistão e Arábia Saudita.
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