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UNIDADE III - ORGANIZANDO O PDDE NAS

UNIDADES DA EDUCAÇÃO
BÁSICA

TÓPICO 1: O PDDE COMO PROCESSO DE


PLANEJAMENTO EDUCACIONAL

Objetivo de aprendizagem: Compreender como o planejamento se


materializa no Projeto Político-pedagógico da escola, bem como sua
importância para o desenvolvimento do PDDE e suas Ações Integradas, visando
melhorar a qualidade da educação e o desempenho escolar dos estudantes.

Um dos requisitos do PDDE para organizar a autogestão da escola no


plano didático é a elaboração do planejamento educacional, um mecanismo
norteador dos elementos teóricos e das práticas a serem desenvolvidas no
âmbito da escola. Considerando a existência de uma íntima relação entre o
planejamento educacional e a elaboração do Projeto Político-pedagógico
(PPP) da escola, pode-se destacar a importância central desses instrumentos
para o desenvolvimento da autogestão da escola e para aplicar bem os
recursos recebidos via PDDE sem prejuízos.

Para organizar esses instrumentos, a comunidade escolar deve ser


beneficiada com recursos do PDDE e desenvolver, inicialmente, de forma

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articulada, seu planejamento educacional, contendo diagnóstico e prioridades

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
de acordo com suas reais necessidades, antes de fazer compras ou contratar
serviços. Nesse processo, a gestão deve estimular a criação de estratégias
e/ou mecanismos de planejamento participativo, escutando e dialogando
com os vários segmentos da escola.

Na construção desse diagnóstico, é de fundamental importância a


articulação com o PPP da escola, porque, se for elaborado de forma coletiva,
indica as fragilidades, as potencialidades e, igualmente, elenca os aspectos a
serem melhorados na escola a partir dos projetos ou ações que possam ser
desenvolvidos. Assim, tanto o planejamento Educacional quanto o PPP são
instrumentos essenciais para a escola prever e nortear suas estratégias
didáticas e pedagógicas e as necessidades básicas e, ao mesmo tempo,
monitorar os recursos do PDDE que lhe couberam.

É importante destacar, entretanto, que, nem sempre, os recursos


financeiros destinados pelo PDDE são suficientes para resolver todos os
problemas da escola. Por essa razão, o gestor deve reunir o Conselho para
planejar e definir as prioridades e escolher se vai melhorar a infraestrutura
ou adquirir materiais pedagógicos, por exemplo. Realmente, as decisões
sobre essas necessidades previstas no PPP podem variar segundo as

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necessidades de cada escola. Por isso, cabe à comunidade eleger as que são
consideradas prioritárias para o melhor funcionamento da instituição. Nesse
processo, várias questões norteiam essa tomada de decisão:

O que está previsto no PPP da escola?

O que pode ser realizado pela Secretaria de Educação?

Qual a maior necessidade da escola?

Os recursos do PDDE estão disponíveis para quais objetivos?

Pesquisa realizada por Viana (2020) apresenta depoimentos de gestores


de escolas sobre a aplicação dos recursos do PPDE que afirmam:

O programa contribui também porque permite realizar compras de


materiais que ajudam diversificando as aulas. Em Mineiros, os participantes
acreditam nessa contribuição, pois o PDDE proporciona fazer mais cópias
(xerox) das atividades escolares direcionadas para disciplinas dessa avaliação
e adquirir materiais pedagógicos e didáticos (...) tudo o que a turma do 5°

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
ano precisa é ser atendida por meio dessa verba, visando alcançar a média”
(DIRETOR de MM) (TITOTO, 2019).

Quando a gente trata da questão de custeio e capital, a gente tem


autonomia para decidir o que vai comprar. O que a gente fica preocupada é
porque é pouco dinheiro para tantas necessidades. Então, a gente compra de
acordo com a nossa necessidade. A gente tem total autonomia para escolher
o que deve comprar (Gestora da instituição) (SILVA, 2015, p. 101).

Espera-se que o PDDE na escola esteja articulado ao Projeto Político-


pedagógico como um elemento indutor da qualidade do ensino e da garantia
do direito à educação, numa perspectiva da gestão escolar democrática,
fortaleça a participação da comunidade escolar, no processo de
planejamento, discussão e decisão dos seus rumos, e contribua para
melhorar a qualidade da educação. Mas, apesar da importância desses
instrumentos, nem todos os têm organizados. Pesquisas demonstraram que,
de uma amostra de 1.744 escolas beneficiadas com recursos do PDDE,
distribuídas em todas as regiões do país, 70% tinham o seu PPP organizado,
enquanto 30% - a maior parte de instituições privadas - não respondiam a
esse quesito requerido, inclusive pelas normas do PDDE.

O que é o Projeto Político-pedagógico escolar? Você conhece o Projeto


Político-pedagógico de sua escola? Esse documento é muito importante para
orientar o planejamento e as práticas educativas de sua instituição. Leia-o e
reflita sobre como os recursos do PDDE e das Ações integradas podem
contribuir para alcançar os objetivos e as metas de sua escola.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
DESTAQUE

Você sabia que a elaboração do PPP está prevista na LDB nº


9.394/1996? Sim, a questão é tratada mais especificamente nos
Art. 13 e 14. Determina, ainda, que os profissionais da Educação
e a comunidade escolar e a extraescolar participem de sua
elaboração.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
ATIVIDADE AVALIATIVA

Uma escola se vê diante de uma situação em que não poderá


aSpolicbarre oos PsDaDldEo,s adsesinraelceur(sVo)s pdaarsa
AafçiõrmesaçInãtoegVrEadRaDsADnaEsIRfAinaoliuda(dFe)s,
inpicairaaisFpAaLrSaAa: s quais foram transferidos e opta por usá-los
em ações previstas em seu projeto político-pedagógico. Em que
situações se
permite a utilização desses recursos para finalidades não originalmente
definidas? Assinale V (verdadeiro) ou F (falso):

a) ( ) Quando as ações já tiverem sido totalmente realizadas, mas


tenha havido saldo.
b) ( ) Quando as ações não puderem ser iniciadas, continuadas ou
concluídas devido a obstáculos considerados intransponíveis.
c) ( f) Em ambas as situações (A e B), os gestores podem utilizar o
saldo de recursos com autonomia para redirecionar seu uso para
quaisquer categorias econômicas (custeio e/ou capital).
d) ( v) Em ambas as situações (A e B), cabe aos gestores utilizarem o
saldo de recursos obedecendo às classificações de custeio e capital
nas quais foram repassados, constando as decisões em ata.
e) (v ) Em hipótese alguma os saldos de recursos das Ações
Agregadas podem ser usados em finalidades iniciais diferentes das
para as quais foram transferidos.

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ATIVIDADE AVALIATIVA
TÓPICO 2: A GESTÃO ADMINISTRATIVA
E FINANCEIRA DO PROGRAMA

Objetivo de aprendizagem: Conhecer as determinações legais básicas


para o recebimento dos recursos financeiros do PDDE.

A gestão do PDDE, no âmbito de cada Secretaria e de cada unidade


educacional, requer um conjunto de práticas de gestão administrativa e
financeira para receber, usar e prestar contas do Programa. Vejamos algumas
exigências básicas que precisam ser observadas e cumpridas pelas escolas
que desejarem receber os recursos decorrentes do Programa PDDE e Ações
integradas:

a) As escolas devem ter Unidade Executora própria.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
Fique por
dentro!

As UEx são entidades escolares compostas de membros representantes


de cada segmento da escola. São espaços de decisão e de ação, que têm
potencial para estimular o diálogo e a participação coletiva, com o objetivo
de discutir e decidir sobre as questões principais da escola em conjunto com
a equipe gestora

Estar adimplente, ou seja, em dia com a prestação de


b)
contas (sem pendências);

Manter cadastro atualizado no PDDEWeb


c)
https://www.gov.br/fnde/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-
programas/programas/pdde/atualizacao-cadastral;

Aderir ao PDDE Interativo, quando o Ministério da Educação


d)(MEC) abrir para inscrição.

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DESTAQUE

O PDDE Interativo é uma ferramenta on-line de apoio à gestão


escolar disponível para as escolas públicas cadastradas no Censo
Escolar e mantida pela Secretaria de Educação Básica do
Ministério da Educação (SEB/MEC). Ele disponibiliza uma
metodologia de planejamento estratégico voltado para
identificar e enfrentar os problemas da escola, com orientações
gerais sobre os programas que o integram.

HIPERLINK

Para fazer o cadastro da sua escola, siga as orientações contidas


no Site:
https://www.gov.br/fnde/pt-br/acesso-a-informacao/acoes- e-
programas/programas/pdde/atualizacao-cadastral

2.1 Funcionamento do PDDE

Para entender a dinâmica de funcionamento do PDDE, é necessário


saber que os recursos transferidos se destinam a contribuir para a melhoria
física e pedagógica dos estabelecimentos de ensino beneficiados. A
distribuição de recursos financeiros é feita por meio de duas parcelas anuais,
em caráter suplementar, e são gerenciados pelas UEx, EEx e EM.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
2.2 Você sabe o que é a UEx?

A UEx, entidade representativa da comunidade escolar, é uma


sociedade civil com personalidade jurídica de direito privado sem fins
lucrativos. É um dos instrumentos de gestão mais comuns e importantes
para que se possam transferir recursos financeiros para as escolas públicas e
os polos da UAB. Devidamente habilitada e cadastrada, a UEx é responsável
por executar e prestar contas dos recursos financeiros repassados pelo
PDDE.

2.3 Ainda sobre o funcionamento do PDDE...

PARA REFLETIR

Você sabe com que regularidade os recursos do PDDE são


transferidos para as entidades de ensino? E as condições para
receber os recursos? .

Conforme a Resolução CD/FNDE nº 15/2021, os recursos financeiros


do PDDE são transferidos para as UEx, EEx e EM em duas parcelas anuais: a
primeira é transferida até o dia 30 de abril, e a segunda, até o dia 30 de
setembro. Para receber os recursos, as novas entidades deverão fazer
adesão no sistema PDDEWeb; as entidades já cadastradas devem realizar a
atualização cadastral neste mesmo sistema nos termos dessa Resolução e
não possuírem pendências com a prestação de contas.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
No contexto da escola pública, as UEx são responsáveis por
diagnosticar as necessidades da escola e fazer compras, contratar serviços e
prestar contas. A UEx tem muitas atribuições que, quando planejadas e
executadas coletivamente com ética e responsabilidade, fazem a diferença
para a gestão e para o aprendizado dos membros da comunidade escolar
que a constituem (BRASIL, 2021b).

Imagem 11 – Alunas juntas sorrindo para foto

Fonte:
https://www.fnde.gov.br/media/k2/items/cache/ed57a8624d53ba024fea81edfac00f7a_M.jpg?t=1614780648

Eventuais inadimplências de prestação de contas das EEx não impedirão


os recursos sejam repassados para as UEx, representativas das escolas de
sua rede de ensino, desde que esta inadimplência não tenha sido ocasionada
pela EEx por omissão de prestação de contas junto ao FNDE. (Resolução nº

Associação de Pais e Mestres, Círculo de Pais e Mestres e outros.


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15/2021).

As UEx também são conhecidas como Caixa Escolar, Colegiado,

Associação de Pais e Mestres, Círculo de Pais e Mestres e outros.


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2.4 UEx não é o mesmo que Conselho Escolar!

O Conselho Escolar é um órgão representativo da escola, que atua na


gestão coletiva de recursos financeiros e na gestão administrativa e
pedagógica da unidade escolar. É um mecanismo de descentralização do
poder, que dá voz e vez à comunidade escolar (ABRANCHES, 2003).

Cada UEx pode escolher a sua melhor denominação, desde que atenda
ao protocolo de exigências do PDDE e congregue a comunidade escolar no
processo de gestão como um todo. Além do protocolo do PDDE, é preciso
atentar para as normativas próprias de cada sistema de ensino. Tem
município em que a UEx e o Conselho estão unidos numa só estrutura, ou
seja, o Conselho também assume a função de UEx.

2.5 Como são conhecidas as UEx em sua comunidade


escolar?

SAIBA MAIS

Para compreender bem mais a UEx, clique no título a seguir


para baixar esse importante documento para ler:
‘Manual de Orientação para Constituição de Unidade Executor
a Própria (UEx)’.

Nele, estão descritos, passo a passo, os principais


procedimentos para criar, administrar e documentar a UEx de
uma escola. Esse é um documento para ser lido e consultado,
sempre que necessário, pelos membros da UEx.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
Quando as escolas públicas de educação básica não constituírem suas
UEx, a transferência de recursos do PDDE deverá ser feita para a Entidade
Executora (EEx) a que estão vinculadas, que se responsabiliza por garantir a
aplicação tempestiva dos recursos em seu favor. A EEx são as prefeituras
municipais e as secretarias distrital e estaduais que se responsabilizam pelos
procedimentos de adesão ao programa, recebimento, execução e prestação
de contas dos recursos destinados às instituições sem UEx vinculadas às suas
redes de ensino.

A transferência dos recursos será feita para as EEx quando as escolas


públicas pertencentes aos seus sistemas tiverem até 50 estudantes e não
dispuserem de unidade executora própria (BRASIL, 2013)

Uma terceira entidade autorizada a receber e a gerenciar recursos


transferidos pelo PDDE é a Entidade Mantenedora (EM), uma associação
privada sem fins lucrativos, qualificada como beneficente de assistência
social ou de atendimento direto e gratuito ao público, representativa das
escolas privadas de educação especial. As EM são responsáveis pela
formalização dos procedimentos necessários ao recebimento dos repasses do
programa PDDE, destinados às referidas escolas, bem como pela execução e
prestação de contas desses recursos.

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Denominações das categorias econômicas em que os
recursos são transferidos para as Unidades Executoras

2.6 O que é recurso de capital? E recurso de custeio?

Ao receber as parcelas dos recursos financeiros do PDDE, as entidades


representativas deverão observar que os recursos são divididos em duas
categorias: capital e custeio.

a) Os recursos de capital são destinados a cobrir despesas com a


aquisição de equipamentos e materiais permanentes para as
escolas, que resultem em reposições ou elevação
patrimonial.

b) Os recursos de custeio são os destinados à aquisição de


materiais de consumo e contratações de serviços para
assegurarofuncionamentoeamanutençãoda
infraestrutura física da escola.

Para as compras e a contratações de serviços, é preciso pesquisar os


preços em, no mínimo, três estabelecimentos. Nesse caso, o orçamento com

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
o menor preço apresentado deve ser o escolhido pela escola. É muito
importante saber que, depois de se efetivar a compra, as escolas devem
prestar contas dos recursos do PDDE e registrar em Ata.

Você sabia que as entidades representativas podem definir os percentuais


de recursos destinados ao custeio e/ou capital que desejarem receber no
ano seguinte?

Isso mesmo! Até o dia 31 de dezembro de cada ano, é possível


informar, no Sistema PDDEWeb, os percentuais para cada categoria de
recursos. Isso possibilita às escolas utilizarem os recursos para atender às
demandas mais urgentes da comunidade escolar (BRASIL, 2013).

a) Se as entidades não informarem os percentuais a receber em


cada categoria, o repasse será feito pelo FNDE da
seguinte forma:

b) Estabelecimentos com UEx: 80% (oitenta por cento) em recursos


de custeio e 20% (vinte por cento) em recursos
de capital;

c) EM: 50% (cinquenta por cento) em recursos de custeio e


50% (cinquenta por cento) em recursos de capital;

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
d) EscolaspúblicassemUEx,comaté50(cinquenta)
estudantes: apenas recursos de custeio.

Segundo a Resolução CD/FNDE nº 15/2021, se os recursos recebidos


pela EEx, UEx e EM não tiverem sido executados até o dia 31 de dezembro
do ano do recebimento, as entidades podem reprogramar sua utilização para
o ano seguinte, obedecendo às classificações de custeio e capital nas quais
foram repassados, para aplicação no exercício seguinte, com estrita
observância de seu emprego nos objetivos da ação programática.

DESTAQUE

Considera-se total de recursos disponíveis no exercício, o


somatório do valor repassado no ano de eventuais saldos
reprogramados de exercícios anteriores e de rendimentos de
aplicações no mercado financeiro. (BRASIL, 2021b).

2.7 Vamos conhecer os documentos


contábeis necessários!

A gestão administrativa e financeira do PDDE tem a função de subsidiar


todo o processo de controle do uso dos repasses financeiros para a UEx e
auxiliar a prestação de contas e o controle social, uma vez que a comunidade
poderá ter acesso às informações e avaliar a qualidade da gestão dos
recursos.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
Apresentamos, a seguir, os documentos e as ações que a Diretoria da
UEx deve providenciar para garantir uma boa gestão contábil e financeira.

Controle da movimentação financeira da UEx: o controle de todas as movimentações


financeiras, durante um exercício fiscal, envolve a elaboração de demonstrativos da
execução da receita, das despesas e dos pagamentos efetuados. A composição da
receita envolve a indicação do valor creditado pelo FNDE. Caso a UEx esteja atuando há
mais de um exercício, ainda podem compor a receita o saldo de recursos do ano
anterior que foi reprogramado para o exercício seguinte e os rendimentos de aplicação
financeira.

As despesas envolvem o que foi gasto nas rubricas de custeio e capital,


mas da mesma forma da receita, caso a UEx tenha saldo a reprogramar do
ano anterior para o exercício seguinte ou ainda saldo devolvido, deve-se
registrar essas informações, pois serão necessárias para a prestação de
contas.

Todos os pagamentos efetuados devem ser registrados


detalhadamente, indicando o nome do favorecido, o CPF ou CNPJ, a origem
do recurso usado para o pagamento (FNDE), o número do documento ou
nota fiscal, a data do pagamento e o valor. O controle dessas informações é
fundamental e auxilia o processo de prestação de contas. Além disso, é
fundamental emitir extratos bancários para acompanhar as movimentações
financeiras realizadas na conta bancária da UEx que foi aberta pelo FNDE.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
fO extrato possibilitará ao gestor avaliar o saldo anterior e todas as
movimentações de entrada e saída de recursos. Se todas essas informações
forem bem geridas, auxiliarão significativamente a prestação de contas.

Recomenda-se que a UEx organize pastas com todos os documentos,


como notas fiscais, recibos, guias etc.

Infográfico 14 – Organização de documentos da UEx

Controle de documentos contábeis e fiscais


(Livros Ata, Caixa e Tombo): os documentos fiscais
obrigatórios que dão suporte à gestão da UEx
envolvem o livro-ata, o livro-caixa e o livro-tombo.

O livro-ata tem a finalidade de registrar todas as


reuniões ordinárias e extraordinárias e as assembleias
gerais da UEx. A responsabilidade pela lavratura das
atas é do secretário, que deve ser assinada por todos
os participantes.

O livro-caixa é utilizado para registrar todas as


entradas (receitas) e saídas (despesas) dos recursos
que estão sendo gerenciados pela UEx.

No livro-tombo, é registrado todo o patrimônio da UEx,


que envolve o mobiliário e os equipamentos adquiridos
com recursos captados pela UEx.
.
Fonte: FNDE (Elaborado pelos autores).

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
A responsabilidade pelo registro dessas informações é do tesoureiro,
que também efetua o registro de baixas, trocas, inutilização ou perda de
bens. Vale ressaltar que os bens adquiridos ou produzidos com recursos do
PDDE deverão ser doados à Prefeitura Municipal ou à Secretaria de Educação
à qual a escola está vinculada. Para isso, deve-se elaborar um termo de
doação, com informações sobre a descrição do bem, a quantidade, o número
e a data da nota fiscal, como também o valor unitário e total. Esse
documento deve ser devidamente assinado pelo responsável legal pela UEx.
O bem deve permanecer na escola onde foi adquirido e receber o registro do
tombamento pela prefeitura ou secretaria estadual.

Infográfico 15 – Documentos dos bens adquiridos ou produzidos com recursos


do PDDE

Escrituração Contábil Fiscal (ECF): Mesmo sendo imunes ao pagamento de


Imposto sobre a Renda, as UEx estão obrigadas a entregar a ECF.

Relação Anual de Informações Sociais (RAIS): Mesmo que a emissão da RAIS


seja negativa, deve ser realizada para informar que a UEx não teve contratação
de funcionários no ano anterior. A declaração pode ser emitida no site da RAIS
do governo federal.
.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
Declaração de Débitos e Créditos Tributários
Federais (DCTF): deve ser apresentada quando
ocorrer alguma retenção e recolhimento de valores de
impostos de prestadores de serviços contratados com
recursos do PDDE. Essa declaração pode ser emitida no
site de geração da declaração, disponível em
www.receita.economia.gov.br

Declaração do Imposto de Renda Retido na


Fonte (DIRF): Em caso de contratação de serviços de
pessoas físicas para atender a alguma demanda do
PDDE e com valores que implicarem incidência de
imposto de renda, a UEx deve recolher o imposto de
renda e apresentar, anualmente, a DIRF dentro dos
prazos estabelecidos pela Receita Federal.

Fonte: FNDE (Elaborado pelos autores).

Uma boa gestão contábil e financeira auxiliará a Unidade Executora a


prestar contas e colaborará com a avaliação do IdeGES da escola, uma vez
que essas ações e medidas de controle contábil-financeiro ajudarão a
mensurar o desempenho da gestão descentralizada dos recursos,
subsidiando o monitoramento e a avaliação e favorecendo o controle social.
Também podem dar mais celeridade ao processo de prestação de contas.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
Assim, é importante que toda a equipe gestora da UEx conheça esses
procedimentos e ações, para que as prestações de contas sejam realizadas
com regularidade, com o fim de melhorar a infraestrutura física e pedagógica
das escolas.

HIPERLINK

No âmbito do FNDE, o Sistema de Gestão de Prestação de Contas


– SiGPC,
(https://www.fnde.gov.br/fnde_sistemas/sigpc-contas- online)
recebe todas as prestações de contas das entidades para fins de
análise e aprovação.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
ATIVIDADE AVALIATIVA

Você viu que, para uma boa gestão contábil e financeira, é


SneocbersesáorioPDqDuEe, acsasdianaleent(iVda)
p
d e ara a f ir m a ç ã o VE R D A D
rep r e s en t a ti va o b se r ve EIRpr az o s eF),
A o u (
rpeasrpaonFAsaLbSilAid:ades e atenda ao exigido para executar
e prestar recursos do PDDE. Considerando as responsabilidades de
cada
entidade junto ao FNDE na prestação de contas dos recursos
repassados por essa Autarquia, associe a coluna da direita em
relação à esquerda, numerando de 1 a 4:

( 1 ) Unidade Executora. ( 4) Analisa a prestação de contas


( 2 ) Entidade Mantenedora. das UEx FNDE.
( 3 ) Entidade Executora. ( 1) Elabora a prestação de
( 4 ) FNDE
contas das escolas públicas de
educação básica.
( 2) Analisa e aprova ou não a
prestação de contas apresentadas
pelas entidades privadas sem fins
lucrativos, representativa das
escolas públicas.
(3 ) Elabora a prestação de
contas das escolas sem UEx de
suas redes de ensino.
(3 ) Envia a prestação de contas
da Prefeitura Municipal, da
Secretaria Estadual ou do Distrital
da Educação para o FNDE.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
ATIVIDADE AVALIATIVA

(4 ),
prestação de contas apresentadas
pelas entidades privadas sem fins
lucrativos, representativa das
escolas privadas de educação
especial sem fins lucrativos.
( 2) Elabora a prestação de
contas das escolas privadas de
educação especial sem fins
lucrativos.
( ) Consolida as prestações de
contas das UEx de suas redes de
ensino.
( ) Recebe pelo SiGPC – Contas
Online - as prestações de contas
para análise e aprovação.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO 2

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ATIVIDADE AVALIATIVA
TÓPICO 3: O CONTROLE SOCIAL DO PROGRAMA

Objetivo de aprendizagem: Compreender a importância da


comunidade escolar, por meio dos conselhos, no acompanhamento e controle
social dos recursos do PDDE.

A gestão dos recursos financeiros do PDDE exige o engajamento e a


participação de representantes dos mais diferentes segmentos na tomada de
decisão acerca das prioridades de investimentos com os recursos do referido
programa. Esse movimento tem alterado a dinâmica de organização e
funcionamento das escolas porque favorece e fortalece o desenvolvimento de
práticas coletivas e de gestão democrática, o que resulta na melhoria do
fluxo escolar e nos indicadores de rendimento. Assim, quanto mais ampla for
a participação da comunidade na vida escolar, maiores são as possibilidades
de fortalecer os mecanismos de promoção da autonomia pedagógica,
administrativa e financeira (PIANA, 2009).

Além do mais, cabe considerar que a produção de bem-estar social


exige controle sobre a (re)distribuição dos recursos escassos na sociedade. A
partir da decisão sobre a alocação dos gastos públicos é que os recursos são
disponibilizados ou não, em determinados níveis, aos diferentes grupos e
segmentos sociais. Portanto o controle social altera significativamente a
relação entre o aparato estatal e o cidadão, por meio da configuração e do

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
escopo das políticas públicas disponibilizadas.

A participação social e o controle dela derivada possibilitam o


desenvolvimento das funções de acompanhar a gestão, executar as ações
planejadas no âmbito educacional e identificar as práticas gerenciais
adotadas com os resultados obtidos na prestação do serviço público. A
execução de uma política de descentralização no financiamento educacional
passa a ser, em tese, dotada de maior probabilidade de sucesso em seus
objetivos, pois amplia o processo decisório que define a distribuição dos
recursos recebidos com os segmentos atendidos pelas unidades escolares.

No que se refere à descentralização dos recursos financeiros às


instituições educativas, deve acontecer de forma transparente e participativa.
Cada segmento escolar (gestor, professor, aluno, funcionário, família,
parceiros, dentre outros) tem um papel importante no processo. No que se
refere à participação, as pessoas envolvidas sempre aprendem com a
experiência do outro e se tornam sujeitos ativos da transformação no espaço
escolar.

Nesse contexto, destacamos o papel e a importância dos órgãos


colegiados, como, por exemplo, Conselhos Escolares, Associações de Pais e
Mestres, Grêmios Estudantis, fóruns, assembleias, dentre outros canais de
participação. Os órgãos de controle institucionais também exercem papel
preponderante no acompanhamento e no controle dos recursos públicos da
educação, como o Conselho de Acompanhamento e o Controle Social do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de
Valorização dos Profissionais da Educação – CACS-FUNDEB e o Tribunal de
Contas.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
Sob esse prisma, o controle social sobre o PDDE, para além da clássica
categorização de ser um princípio republicado de gestão pública, viabiliza a
articulação da efetividade da política com os ganhos de eficiência gerencial
na alocação dos recursos. A criação de espaços institucionalizados para a
inclusão e a participação efetiva de segmentos da comunidade escolar (pais,
alunos, gestores escolares, gestores municipais e/ou estaduais etc.) nos
processos decisórios acerca do escopo das despesas financiadas pelo
Programa torna exequível ganhos no desempenho escolar como derivação da
modernização de uma gestão democrática e participativa.

A transparência implica a publicização dos dados e dos atos


relacionados à aplicação dos recursos recebidos no período, de forma clara e
acessível. Essa é uma condição necessária para que a participação da
comunidade nos processos decisórios se efetive.

SAIBA MAIS

Você sabia que a União, os estados, o Distrito Federal e os


municípios são obrigados a divulgar informações detalhadas
sobre seu orçamento e sua execução, em meios eletrônicos de
acesso público? Consulte a Lei:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp131.htm

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
SAIBA MAIS

Você sabia que qualquer cidadão pode saber como funciona a


Administração Pública? No portal da transparência pública,
você tem acesso a essas informações, inclusive sobre os
recursos públicos e como eles são utilizados. Acesse o site:
https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/transparencia- public
a/portal-da-transparencia

DESTAQUE

Para facilitar o acompanhamento dos dados do Programa


Dinheiro Direto na Escola (PDDE), acesse o aplicativo Clique
Escola, lançado em março de 2020 pelo Ministério da Educação.
Nele, você terá acesso às informações acerca dos valores dos
repasses, datas de pagamento e saldo em conta, além de outros
dados sobre escolas públicas e privadas de todo o país.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
HIPERLINK

O FNDE lançou, no ano de 2020, em seu portal, o painel dinâmico.


Uma excelente ferramenta de consulta sobre a execução do PDDE
e suas Ações Integradas, nas regiões e
nosestadosbrasileiros.Navegueevejacomoesses programas vêm
sendo executados em sua localidade.
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiNGVjZjRiOGEtNjBlN C00Yj
c5LTk4ZmUtOGMxMTg2ZGUzY2Q3IiwidCI6ImNmODQ1 NGQzLWU
wMTItNGE5ZC05NWIzLTcwYmRiNmY0NTlkNSJ9

Uma importante estratégia para instrumentalizar, teórica e


metodologicamente, os membros dos conselhos para fortalecer uma
participação mais ativa para um melhor controle social é a capacitação dos
membros dos conselhos por meio de cursos, fóruns, palestras, seminários,
dentre outros. Essas práticas contribuem para uma participação qualificada,
porquanto a participação meramente formal não é suficiente.

Além de ser importante para as boas práticas de gestão do uso dos


recursos públicos, a participação em conselhos é uma forma de inclusão
social, porque habilita os cidadãos a exercerem seus direitos sociais e
políticos (GOHN, 2011).

3.1 O controle social e o PDDE: alguns exemplos

Algumas iniciativas para consolidar o controle social do PDDE passam


pelo regramento da dinâmica de funcionamento dos espaços

165
3
MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
institucionalizados e pela execução das ações do Programa. É possível
efetivá-lo com a prática de iniciativas de alargamento do processo decisório
mediante ações de inclusão da comunidade escolar na tomada de decisão,
como, por exemplo:

a) Identificação (ativação / criação) de mecanismos de


controle social institucionalizados pela unidade escolar de
forma participativa;

b) Estímulo à participação da comunidade escolar no


planejamento e no acompanhamento das ações realizadas
na escola com os recursos provenientes do PDDE;

c) Utilização de parâmetros de desempenho da gestão


descentralizada da definição pela comunidade escolar de
metas a serem atingidas, com a devida prestação de
contas a essa comunidade.

Esses poucos exemplos aqui elencados já apontam para o nível de


articulação a ser exigido para sua consolidação. Os custos da participação –
conhecidos na literatura de estudos organizacionais como custos de agência
– são mais elevados em ambientes marcados por fortes assimetrias sociais e
elevada pobreza. Todavia, são o fortalecimento do princípio do controle social
sobre as políticas públicas e o PDDE, em particular, que podem contribuir
para mitigar as assimetrias sociais ainda presentes em regiões brasileiras,

principalmente, na Região Nordeste.


166
3
MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
ATIVIDADE AVALIATIVA

Neste tópico, você aprendeu como é importante a participação


Sdaobrceomo uPnDidDaEd,e
asnsainavleida(V)epscaorlaarafiprmaraa çãfoorVtaEleRcDerADaEIRaAutoouno(mFi)a,
ppeadraagFóAgLicSaA, : administrativa e financeira da instituição,
com foco no processo de acompanhamento e controle social
da gestão dos
recursos financeiros repassados pelo PDDE, desde a decisão sobre em
que investir até a execução dos recursos nas ações financiadas e sua
devida prestação de contas.
Assinale (V), para verdadeiro, e (F), para falso:

a) (v ) É importante investir na formação dos membros dos


conselhos, visando à sua participação ativa e qualificada no
processo de acompanhamento e controle social do uso dos
recursos públicos.
b) (v ) Cada segmento escolar (gestor, professor, aluno, funcionário,
família, parceiros, dentre outros) deve ser sujeito ativo no espaço
escolar, participando do processo decisório quanto à destinação
dos recursos e ao acompanhamento da execução e do controle
social da aplicação dos recursos públicos destinados à escola.
c) ( f) Como instâncias colegiadas que exercem o controle social no
âmbito do PDDE na escolas, temos os Conselhos Escolares; a
Associação de Pais e Mestres – APMs; os Grêmios Estudantis; os
Fóruns, as Assembleias, outros canais de participação e o Tribunal
de Contas da União.
d) (f ) As informações sobre o uso e a aplicação dos recursos públicos
pelas instituições educativas devem ser disponibilizadas de forma
transparente, quando solicitado pela comunidade escolar.

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MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO 3

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ATIVIDADE AVALIATIVA
MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO 3

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ATIVIDADE AVALIATIVA
TÓPICO 4: O ÍNDICE DE GESTÃO DESCENTRALIZADA
DO PDDE

Objetivo de aprendizagem: Compreender o IdeGES e suas dimensões,


sua metodologia de cálculo, estratégias para elevar o índice e o seu
comportamento na região nordeste.

4.1 O que é o IdeGES?

Compreender a efetividade de uma política pública requer a capacidade


de mensurar aspectos relacionados à sua execução e ao seu efeito sobre o
público-alvo da política. Isso exige a construção de indicadores que
possibilitem medir os padrões de implementação e de outros para aferir os
rebatimentos da intervenção governamental sobre os beneficiados. Em um
programa voltado para a descentralização do financiamento da educação é
importante que haja uma métrica que mensure e possa comparar o
desempenho da gestão dos recursos recebidos por parte dos contemplados
pela política. É sob essa lógica de monitoramento e avaliação que surge o
Índice de Desempenho da Gestão Descentralizada do Programa Dinheiro
Direto na Escola, ou simplesmente – o IdeGES-PDDE.

O IdeGES é um indicador sintético – isto é, composto de outros índices


– que corresponde a três dimensões relativas ao desempenho na utilização
dos recursos do PDDE, a saber: adesão ao Programa, execução dos recursos

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4
MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
recebidos e prestação de contas da utilização desses recursos. A lógica
conceitual do IdeGES volta-se para captar o grau de cobertura da política
(adesão) e a aplicação responsiva dos recursos públicos advindos do PDDE
(prestação de contas). A partir dessa arquitetura conceitual do IdeGES, foi
elaborada a metodologia de mensuração dos indicadores selecionados e sua
agregação com vistas a calcular o Índice de Desempenho da Gestão
Descentralizada.

4.2 Como é calculado o IdeGES?

Calculado anualmente, o IdeGES resulta da agregação do Índice de


Adesão ao PPDE, que consiste da proporção de escolas que aderiram ao
Programa (número de escolas que aderiram dividido pelo número total de
escolas) mais o Índice de Execução de Recursos, que mensura a proporção
dos recursos utilizados que estão efetivamente aplicados nos objetivos do
PDDE (valor dos recursos utilizados dividido pelo total de recursos
repassados para a escola que aderiu ao programa); e o Índice de
Regularidade com Prestação de Contas, que identifica o total de prestação
de contas classificadas como “aprovadas” e “aprovadas com ressalvas” em
relação ao total de prestações de contas a serem apresentadas pelas
Unidades Executoras (UEx).

O cálculo final do IdeGES consiste de uma função exponencial aplicada


à média aritmética dos três índices mencionados acima. Assim, o Índice de
Desempenho da Gestão Descentralizada varia de zero a dez, em que zero
representa o pior desempenho na gestão dos recursos descentralizados, e
dez, o melhor desempenho obtido nesse quesito. Por sua vez, o IdeGES

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4
MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
apresenta uma classificação que vai de “Muito baixo” até “Muito alto”, como
pode ser observado no Infográfico 16 abaixo.

Infográfico 16 – Classificação do IdeGES

0 4,0 6,0 8,0 9,0 10,0

Muito Baixo
Baixo Médio Alto Muito Alto

Fonte: FNDE.

As vantagens de utilizar um indicador sintético, para além de sua


estrutura metodológica, deriva da possibilidade de se mensurarem eventos
de natureza multidimensional, como a gestão local de recursos advindos de
outro ente federativo. Assim, para além de viabilizar o monitoramento na
utilização dos recursos e a avaliação de desempenho da gestão financeira
dos recursos do PDDE, o IdeGES pode permitir (re)orientações da assistência
técnica do Programa, bem como estimular – por meio da taxonomia criada
com o indicador – esforços organizacionais de aperfeiçoamento na gestão
dos recursos recebidos, tanto no âmbito municipal quanto no estadual. Além
disso, o IdeGES possibilita a busca por mais eficiência para alocar e executar
os recursos financeiros do PDDE, contribuindo para o princípio de
accountability que deve reger a administração pública.

172
4
MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
4.3 O IdeGES no Nordeste

Os níveis observados do IdeGES, nas Unidades Executoras da Região


Nordeste, mostram-se, em grande medida, no intervalo classificado como
‘Baixo’. Em 2020, metade das 54.078 Unidades Executoras da região
apresentaram IdeGES de 5,93, enquanto 4.475 UEx exibiram IdeGES
zerados, ou seja, atingiram o limite inferior do indicador. Além da média
baixa na região, a disparidade na performance da gestão descentralizada
entre as UEx é perceptível, ao se observar que as diferenças entre os IdeGES
variam em 3,65 pontos. Isso quer dizer que, embora o IdeGES mediano no
Nordeste seja baixo, ao menos 16.983 Unidades Executoras exibem IdeGES
‘Muito alto’, com os indicadores 9,0 e 10,0.

Esse quantitativo de “ilhas de excelência” corresponde a 31% do total


de UEx da região, no ano de 2020, porém, a depender da localização das
unidades escolares, a assimetria fica ainda mais aguda. Quando os dados são
desagregados por distribuição espacial urbana e rural, os níveis do IdeGES
refletem as desigualdades operacionais existentes nessas localidades.
Enquanto o IdeGES mediano das UEx urbanas situa-se em 6,3 – classificado
como ‘Médio’ - o IdeGES das escolas rurais exibe o nível mediano de 3,92 –
classificado como ‘Muito baixo’, isto é, o IdeGES mediano das unidades
escolares urbanas é 61% superior ao observado nas unidades rurais
nordestinas.

A disparidade entre os IdeGES remete às desigualdades nas estruturas


administrativas e capacidades gerenciais das unidades escolares no Nordeste,
com possíveis rebatimentos na condução dos processos pedagógicos e de
aprendizagem. Se os processos contábeis e rotinizados têm um elevado grau

173
4
MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
de assimetria em seu desempenho, é possível que, em práticas menos
padronizadas, como as de ensino e aprendizagem, a performance também
seja fortemente assimétrica.

4.4 Como melhorar o IdeGES?

Devido à sua configuração, a melhoria do IdeGES das Unidades


Executoras (UEx) passa, dentre outras coisas, pelo treinamento e pela
capacitação dos gestores locais nos processos necessários à adesão ao
PDDE. O maior conhecimento acerca das rotinas burocráticas para a inclusão
social nos processos decisórios das unidades escolares impactará o grau de
cobertura da política pública de descentralização financeira na educação. Por
sua vez, a capacitação técnica no gerenciamento e na contabilização dos
registros de alocação de recursos financeiros nos prazos pré-estabelecidos,
assim como a incorporação de práticas administrativas voltadas para a
eficiência na execução desses recursos - aliada aos ganhos pedagógicos
decorrentes das ações executadas com tais aportes monetários -, tendem a
aumentar o desempenho da gestão descentralizada com a subsequente
elevação do indicador que a avalia.

Nesse sentido, a formação dos agentes envolvidos com a gestão dos


recursos financeiros do PDDE é de fundamental importância para que os
objetivos do Programa sejam alcançados: melhorar a infraestrutura física e
pedagógica das escolas, elevar o desempenho escolar e fortalecer a
participação social e a autogestão escolar.

É esse, portanto, o objetivo deste curso sobre o PDDE e suas Ações


Integradas, especificamente, na Região Nordeste.

174
4
MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO
ATIVIDADE AVALIATIVA

O IdeGES é um instrumento que mede o desempenho da


Sgeosbtrãeo odePsDcDenEt,raaliszsaidnaaledo(VP)DpDaErapaeflairsmUaçEãxo,
tVeEnRdoDAeDmEIvRiAstaouse(uF),
mpaornaitFoAraLmSAen: to e avaliação, resultando no Índice de
Desempenho da Gestão Descentralizada, calculado anualmente a partir de
três
dimensões (Adesão, Execução e Prestação de Contas). Relacione a
segunda coluna de acordo com a primeira.

Dimensões Como melhorar o IdeGES da


escola
( 1 ) Índice de Adesão ao
PPDE ( ) Investir na capacitação técnica
( 2 ) Índice de Execução sobre o gerenciamento financeiro dos
de Recursos recursos do Programa, visando à
(3) Índice de eficiência em sua aplicação,
Regularidade com considerando seus objetivos,
Prestação de Contas finalidades e procedimentos,
mediante processos decisórios
participativos.
( ) Investir na formação dos
agentes envolvidos com a gestão dos
recursos financeiros do PDDE, com
destaque para a prestação de contas.
( ) Investir na capacitação dos
gestores locais nos processos
necessários à adesão ao PDDE,
contemplando um conteúdo
relacionado às rotinas burocráticas
para inclusão social nos processos
decisórios das unidades escolares.

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ATIVIDADE AVALIATIVA
MÓDULO I – Unidade III – TÓPICO 4

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ATIVIDADE AVALIATIVA

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