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PLANO DE
TRABALHO
DOCENTE
2019
Núcleo Comum
O Plano de Trabalho Docente (PTD) é um documento elaborado pelo professor para orientar sua prática
durante o ano letivo. Esse documento deve dialogar, essencialmente, com os Referenciais Curriculares FIEB
- 2019 que, orientados pelos marcos legais e documentos oficiais em vigência, regem o Ensino Básico no país. É
nesse documento que se delineia o que o professor “pensa fazer”, mas também “como fazer”, “quando
fazer” e “para quem fazer”.
CAMPO I – Identificação
➢ NOTA
Componente curricular - conjunto de elementos que constituem o currículo dos cursos, e que designa
o que tradicionalmente é entendido por disciplina ou matéria de estudo. No Núcleo Comum o
componente curricular está vinculado à área de conhecimento que, por sua vez, está relacionada aos
diferentes conhecimentos que são reunidos segundo a natureza do objeto de investigação com
finalidades de ensino. As áreas de conhecimento do Ensino Básico são: Linguagens e Códigos; Ciências
da Natureza; Ciências Humanas e Matemática.
O Campo II, do Médio Concomitante e Subsequente, traz a entrada “Perfil profissional de Conclusão de
Curso”, (que deve ser preenchido com um texto corrido e/ou curto ou topicalizado que apresente as
competências que caracterizam o profissional egresso do curso). As disciplinas do Núcleo Comum que
atuam neste seguimento de ensino devem preencher esse campo, tal como o farão os professores do
Núcleo Técnico.
➢ NOTAS
1. Competências gerais- são apresentadas no campo II em conformidade com orientações da
BNCC/2017 nos seguintes termos: “É imprescindível destacar que as competências gerais [...]
desdobram-se no tratamento didático proposto para as três etapas da Educação Básica (Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), articulando-se na construção de conhecimentos, no
desenvolvimento de habilidades e na formação de atitudes e valores, nos termos da LDB” (BRASIL,
2017, p. 08).
2. Competência - aqui é definida como mobilização de conhecimentos, atitudes e valores para resolver
demandas complexas da vida cotidiana, para pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
No campo III, propomos que as competências do componente curricular sejam dispostas, para compreensão
daquilo que objetivamente direciona os trabalhos e se deseja como “resposta do aluno” nas etapas do
trabalho docente.
➢ NOTAS
1. A diferença entre essas competências gerais e as competências do componente curricular é da
ordem da gradação. Ou seja, no campo II as competências são mais amplas, porque estão vinculadas
ao potencial que a educação básica pode abarcar. Já nesse campo (III) é o que o professor propõe,
dentro desse potencial mais amplo (campo II), como competência (s) fundamental (is) para o
componente curricular. As competências do componente curricular devem se articular às habilidades,
e ambas devem fomentar as discussões e práticas pedagógicas.
2. No campo III, sugerimos que os professores pesquisem na BNCC (ensino fundamental), nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (ensino fundamental e ensino médio) e na Matriz de Referência
ENEM (ensino médio)
Sobre a disposição lado a lado dos itens na horizontal (Conteúdos / Habilidades / Procedimentos
Metodológicos / Instrumento de Avaliação) foi proposto, para especificar e, por conseguinte, visualizar
melhor a inter-relação desses itens, de modo a contemplar a natureza objetiva desse documento.
➢ NOTAS
1. O termo conteúdo, no contexto escolar, designa na sua especificidade semântica os conhecimentos
considerados essenciais a serem assimilados pelo aluno, a fim de que este alcance seu
desenvolvimento e socialização. São sistematizados, selecionados das bases das ciências (e
tecnologias) e devem estar associados e articulados em nível crescente de complexidade. Além
disso, devem:
A prática profissional constitui e organiza a Educação Profissional Técnica de Nível Médio, permeando todos
os componentes curriculares ao longo do curso. Faz referência ao procedimento didático-pedagógico que
contextualiza os saberes aprendidos, relacionando teoria e prática. Esta prática pode efetivar-se, em
laboratórios, projetos, estudos de caso, visitas técnicas, viagens orientadas, simulações, pesquisas e
trabalhos de campo e de laboratório, oficinas, ambientes especiais ou em empresas.
O campo VII, referente a avaliação atitudinal, foi inserido para parametrizar critérios relacionados ao
desenvolvimento de conteúdos atitudinais e, consequentemente, a avaliação desses conteúdos. Este tipo de
conteúdo diz respeito à formação de atitudes e valores constitutivos das boas práticas (pessoais e interpessoais)
chamadas sociointeracionais. Precede, portanto, à avaliação atitudinal, o desenvolvimento das práticas
correlacionadas e apontadas como itens a serem avaliados.
Ressaltamos, que muitos itens já costumam ser avaliados por muitos professores, em geral, de forma
assistemática ou aleatoriamente. A diferença agora está em sistematizá-los, parametrizando critérios claros
que, legitimados pela equipe escolar, passam a ser conhecidos, trabalhados e seguidos por todos,
configurando-se assim em um importante instrumento de formação pessoal e interpessoal promovida no
ambiente escolar. Ou seja, esta avaliação está institucionalizada e, dado o caráter proposto, pressupõe o
desenvolvimento do conteúdo a que ela se reporta.
➢ NOTA
A dimensão atitudinal do conteúdo está presente no cotidiano escolar e envolve valores, atitudes, normas e
posturas que influem nas relações e interações construídas na comunidade escolar, que tendem a se direcionar
para o convívio social, sobretudo, profissional. Esta dimensão do conhecimento está subjacente ao contexto
pedagógico construído nas interações cotidianas em que se materializa a produção do saber. Decorre disso
que muitos professores as consideram sem que elas sejam sistematizadas como parte currículo vivo da
escola.
Isso ocorre porque a escola é naturalmente um espaço socializador, gerador de atitudes relativas ao
conhecimento e às relações interpessoais. E, a não compreensão das relações, das atitudes, dos valores,
das normas como conteúdos escolares faz com que estes sejam comunicados (em geral em conselhos de
classe) de forma inadequada, na medida em que são pressupostos que entram no cômputo do desempenho
do aluno sem que sejam trabalhados como conteúdos relevantes.
O campo VIII é o campo que apresenta, dada a natureza do documento, o sistema de avaliação condensado
basicamente na representação da base de cálculos. Contudo é um campo que é posto em conformidade com
Regimento Escolar 2018 (doravante RE/18), daí sua referência a alguns artigos (RE 2018, artigos 100 a 115;
116 e 117). Os artigos 100 a 115 direcionam a sistemática de avaliação e correlato posicionamento frente ao
tema “avaliação do processo ensino aprendizagem”.
Os artigos 116 e 117, indicam o cálculo das médias visando maior objetividade operacional no trato da
mensuração de notas. Seu caráter objetivo, no entanto, não prescinde às bases que regem a sistemática de
avaliação na sua completude.
➢ NOTAS
Sobre a Sistemática de Avaliação (Seção VI do RE /18), merecem destaque:
• O Artigo 102, Inciso I que versa sobre a Avaliação do processo ensino aprendizagem ser pautada “no
aperfeiçoamento de ensino e aprendizagem”. Nesse artigo há remissão à necessidade de o processo
avaliativo ser visto na perspectiva da sua dinamicidade e não um fim em si mesmo, para efeito meramente
de registro. Isso significa que a avaliação deve ser configurada como um indicador que, construído ao
longo do processo, aponta para as dificuldades que reclamam intervenção, sejam aquelas
relacionadas ao desenvolvimento das competências e habilidades vinculadas aos conteúdos ou às
atitudes do aluno.
• O Artigo 103, que versa sobre a prevalência do aspecto qualitativo da avaliação sobre os quantitativos.
Faz-se nele remissão ao fato de que a análise quantitativa deve ser entendida como a descrição do nível
de desempenho do aluno frente ao que o professor propôs como objeto do conhecimento, mas também
ao gradual progresso do aluno na dinâmica do processo (HOFFMANN, 1998)1
1 HOFFMANN, Jussara. Pontos e contrapontos: do pensar ao agir em avaliação. Porto Alegre: Mediação, 1998.
A Recuperação Contínua é integrada ao processo “regulador de aprendizagem sempre que o professor detectar
que o desenvolvimento do aluno não foi satisfatório” (RE/18, Art.119). Isso significa que é ela um instrumento que
obrigatoriamente deve ser oferecido ao aluno. Seus registros devem ser individuais e seus instrumentos devem
ser explicitados.
➢ NOTA
É importante perceber que devemos privilegiar a centralidade da construção do conhecimento no processo
de aprendizagem. Nessa perspectiva, a avaliação e a recuperação do desempenho adquirem novos
significados, permeados pela ideia segundo a qual a função da escola e do próprio conhecimento é o de
educar, formar e, portanto, permitir o avanço de todos os alunos (“mesmo com”, “apesar de”, e) a partir de
suas diferenças no processo de aprendizagem.
No campo X devem ser expressos os recursos didáticos previstos para o desenvolvimento das aulas.
Recomendamos que o professor priorize aqui os recursos que eventualmente tenham de ser
compartilhados na unidade (computador, data show, câmera digital etc.).
➢ NOTA
Os recursos didáticos são as ferramentas utilizadas pelo professor para facilitar o processo ensino-
aprendizagem com a função de estimular os mecanismos sensoriais, principalmente os audiovisuais que
favorecem o processo de aquisição do conhecimento.
No campo XI, estão distintos os três tipos de bibliografia: a) aquela adotada para o aluno (didáticos e
É preciso que tenhamos clara a articulação de todos os elementos do Plano de Trabalho Docente2,
necessários e coerentemente dispostos para representar a sistematização de nossa prática, a qual
passa, essencialmente, pelo referencial teórico e metodológico da área de conhecimento e pelos
recursos e materiais didáticos (VASCONCELLOS, 2000)3.
➢ NOTA
Sobre os recursos e materiais didáticos, importante termos claras as razões pelas quais os recursos e
materiais didáticos foram elencados, quando serão utilizados e com que objetivo, bem como sua relação com
o ensino-aprendizagem proposto. Assim, devemos saber o que queremos ensinar, a fim de buscar e eleger
técnicas de ensino e domínio do conteúdo, com vistas para a obtenção de um ensino eficiente.
Nesse campo, o professor deve elencar as atividades e as disciplinas envolvidas, bem como o semestre em que
ocorrerão essas atividades (exemplos: estudos do meio, feiras culturais, olimpíadas etc.).
2Solicitamos que não sejam considerados apenas as referenciais didáticas, conforme está enunciado na nomeação do campo, mas todo
material, inclusive, as fontes de referências do professor.
3
VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: plano de ensino-aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 2000.
Este é o último campo do documento. Aqui as instâncias citadas são convocadas a assinar. Isso implica
que cada um desses educadores assume corresponsabilidade pela viabilidade da proposta e suas
implicações no processo ensino-aprendizagem.
No término dessas orientações lembramos que o Plano de Trabalho Docente deve ser entendido e
construído de forma a compor uma unidade significativa, capaz de nortear o trabalho do professor.
Como documento institucional objetiva a previsão para o encaminhamento de uma determinada
disciplina durante o período do curso (período letivo ou semestral). Por se tratar de um documento
norteador e representativo da prática efetiva do professor, destaca-se sua natureza flexível, ou seja,
passível de atualizações ao longo do processo.
Posto isso, desejamos que todos possam refletir sobre a importância da construção do Plano de
Trabalho Docente de maneira a considerá-lo representativo do currículo vivo que queremos privilegiar
em nossa instituição.