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Sumário

CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS .............................................................. 2

EIXO 4 – Avaliação de Aprendizagem ....................................................................... 2

AULA 1 - A avaliação como uma estratégia para regular e adaptar a prática


pedagógica às necessidades dos estudantes ............................................................... 2

AULA 2 - A avaliação diagnóstica, formativa e somativa .......................................... 6

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NOVO ENSINO MÉDIO – ITINERÁRIOS FORMATIVOS
CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
EIXO 4 – Avaliação de Aprendizagem
AULA 1 - A avaliação como uma estratégia para regular e adaptar a prática
pedagógica às necessidades dos estudantes
Olá, docente!
Nesta parada iremos abordar a avaliação no âmbito
da proposta dos Itinerários Formativos e refletiremos
sobre a finalidade das avaliações no processo de
ensino-aprendizagem em CHS.
Conforme se pode verificar no CRMG (2021, p.
281), a configuração interdisciplinar dos IF no currículo
conduz a “necessidade de transformar as formas de
avaliar as aprendizagens e o desenvolvimento dos
estudantes”, viabilizando a integração. Nesse sentido,
uma nova forma avaliar que corresponda à proposta deve ser regida por uma “visão
integrada, interdisciplinar, na qual se privilegia a organização por áreas do conhecimento”,
sinalizando assim para uma consubstanciação com a estrutura dos Itinerários Formativos.
Reunindo no interior de um mesmo procedimento avaliativo, os docentes poderão
construir uma estratégia de alinhamento que “mobilize a dimensão diagnóstica, a dimensão
formativa e a dimensão somativa para dar conta do acompanhamento e da intervenção
pedagógica adequada ao longo de todo processo educacional” (CRMG, 2021, p. 281).
Numa perspectiva que assume o protagonismo dos discentes ao longo do processo de
ensino e aprendizagem, a centralidade do estudante se torna um princípio que oferece o
horizonte no qual o docente buscará encontrar, considerando a realidade local, as
especificidades da turma com a qual trabalha e os pontos fortes e fracos que precisam ser
reforçados e corrigidos, respectivamente. Portanto, nos Itinerários Formativos, a avaliação
“também coloca o estudante no centro do processo de ensino e aprendizagem, tendo como
foco o desenvolvimento integral, o protagonismo e o projeto de vida” (CRMG, 2021, p. 282).
Desse modo, algumas formas de avaliação adquirem especial interesse pelo fato de
proporem a inclusão dos estudantes como agentes participativos na análise de sua própria
aprendizagem, identificando no seu desenvolvimento ao longo de uma atividade os
conhecimentos adquiridos, as novas percepções da realidade com base em conceitos e
teorias científicas, assim como aquelas habilidades e objetos de conhecimentos que

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necessitam ainda de aprofundamento para sua consolidação. Entre algumas dessas
avaliações caracterizadas pela colaboração discente seria a participação “nos projetos, nas
oficinas e nos debates”, bem como em outras ainda, desde a sala de aula invertida, o ensino
híbrido, passando pela rotina de pensamento e construção de um diário de bordo, até
mesmo organização de rodas de conversa, palestras, apresentações artísticas, científicas,
exposições gerais, entre outros.
É com base nesse protagonismo e participação discente que distingue os Itinerários
Formativos que deverá ser pensada a posição do docente no momento da formulação de
seus recursos pedagógicos avaliativos. Uma premissa indicada no próprio CRMG e que
poderá cumprir importante papel na tomada de decisão docente é a do reconhecimento do
discente enquanto sujeito que possui “seu repertório” próprio, e que, portanto, parte processo
avaliativo deve se focar em aprender essa premissa, dado que “ao mesmo tempo que
ensina, o professor aprende” (CRMG, 2021, 282).
Figura 2

Disponível em: http://downloads.editoracientifica.org/articles/200901302.pdf

Contudo, esse aprendizado do repertório dos discentes exige, entre outras coisas, o
diálogo “com os contextos de vida dos jovens e com a realidade atual, principalmente no que
tange às transformações advindas dos avanços tecnológicos que impactam, em especial, as
juventudes”, que está na base da proposta da BNCC e do currículo referência (CRMG, 2021,
p. 262). Assim, um olhar atento e o levantamento de informações para sua posterior
sistematização e organização é parte já da tarefa pedagógica de avaliar, competindo ao
docente identificar, analisar, classificar, sistematizar e então propor um caminho que tome
por base os princípios balizadores que constituem o Novo Ensino Médio.
Quanto aos valores que também nortearão os procedimentos avaliativos, é de
fundamental importância retomar as diretrizes estabelecidas com relação aos Itinerários
Formativos que apontam para a “necessidade de formar cidadãos críticos, éticos, que
respeitam as diversidades, conhecedores dos seus direitos e deveres”, o que deve se dar
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sob o signo do “pluralismo, da diversidade e das novas necessidades de preparar os jovens
para o mundo do trabalho…” (CRMG, 2021, p. 262).
A esses valores e princípios, bem como aos fundamentos integradores e interdisciplinares
se somam ainda as metas que definem os Itinerários Formativos. Analisando o CRMG, é
possível constatar que tais objetivos podem ser encontrados primeiramente em grandes
finalidades, como “produzir conhecimentos, criar possibilidades de aprofundar e ampliar
aprendizagens, intervir na realidade sociocultural, incentivar a ação de empreender, como
uma atividade profissional ou ter a si mesmo como objeto desse empreender, isto é,
empreender-se” (CRMG, 2021, p. 263).

Vale ainda ressaltar a relevância dos eixos


estruturantes que orientam a proposta dos
Itinerários Formativos, estabelecendo alguns
objetivos de caráter mais específico na medida em
que se alinham às finalidades também particulares
de cada um dos eixos. É nesse mesmo sentido
que se situam as Competências Gerais para
educação básica que constituem também um
elemento orientador tanto para as práticas de
ensino como para o acompanhamento do
desempenho dos discentes.

Saiba mais sobre os eixos:

Intervenção e Mediação
Processos Criativos
Foco na ampliação da
capacidade dos alunos de
Foco na ampliação da
utilizarem os conhecimentos em
capacidade dos alunos de
uma ou mais áreas do
idealizar e realizar projetos
conhecimento, na formação
criativos associados a uma ou
profissional técnica, bem como
mais áreas do conhecimento,
em temas de interesse para a
formação técnica e profissional,
realização de projetos que
bem como temas de interesse.
contribuam com a sociedade e o
meio ambiente.

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Investigação Científica

Empreendedorismo Sua ênfase está na ampliação da


capacidade do aluno de
Este eixo visa ampliar a investigar a realidade por meio
capacidade dos alunos de da compreensão, avaliação e
mobilizar conhecimentos de aplicação de conhecimentos
diferentes áreas para a sistematizados, por meio de
realização de projetos pessoais práticas ou produções científicas
ou produtivos vinculados ao seu relacionadas a uma ou mais
projeto de vida. áreas do conhecimento,
formação técnica, bem como
temas de interesse.

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AULA 2 - A avaliação diagnóstica, formativa e somativa
Olá, docente!
Nessa parada iremos exemplificar a partir das aulas da
Unidade III - Gestão de Sala de Aula, os diferentes tipos de
avaliações discutidas anteriormente: diagnóstica, formativa
e somativa. Também teremos a oportunidade de refletir
sobre a finalidade das avaliações no processo de ensino-
aprendizagem em CHS.
Como foi abordado nas aulas anteriores, cada um
desses tipos de avaliação tendo uma intencionalidade e
balizando as próximas etapas do trabalho docente.
Relembre os tipos de avaliação:

Diagnóstica Formativa Somativa

Avaliação Perfil do aluno e Avaliação final,


contínua, com tendências na com foco nos
foco no processo. Aprendizagem. resultados.

A título de exemplo, podemos identificar na aula intitulada “Água, uma questão social”,
sugerida na Unidade que tratou da Gestão de sala dentro do Eixo Estruturante Investigação
Científica, três procedimentos iniciais de acompanhamento do desempenho dos discentes
que podemos categorizar como uma avaliação diagnóstica:
Etapa da atividade Procedimento avaliativo
1. Apresentação do tema, indicação
− Verificação de conhecimento prévio
de alguns conceitos e
sobre o tema água
problemáticas
− Verificação de habilidade de
2. Utilização da música como recurso
interpretação e transposição de
disparador da prática educativa
linguagens artísticas para científica.
− Verificação de conhecimento prévio
3. Etapa de reflexão, debate e
sobre o contexto da região do
identificação de pontos-chave da
discente e sua capacidade de
questão abordada com a
relacionar com sobre os problemas
representação do ciclo hidrológico
estudados.

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Já na aula 4 da Unidade anterior, denominada “Redes sociais e projeto de vida: uma
análise de práticas empreendedoras”, que abarca projeto de vida inserido ao Eixo
Empreendedorismo, indicamos além de momentos de discussão com auxílio de recursos
audiovisuais, o desenvolvimento da análise SWOT dos discentes a partir de seus próprios
interesses e objetivos pessoais.
Essa proposta se caracteriza ainda como avaliação
diagnóstica uma vez que os discentes irão demonstrar a
partir de assuntos do seu dia a dia, sua compreensão a
respeito da estrutura da metodologia de análise usada no
mundo corporativo, SWOT.
Quando se trata das formas de avaliação de caráter
formativo, o que assume destaque passa a ser o próprio
desenvolvimento da atividade e o modo como o docente,
na medida em que as práticas de ensino avançam,
estabelece interações com os conteúdos trabalhados mediante o seu conhecimento prévio.
A identificação, por parte do docente, dessas diferentes formas de diálogo entre o
repertório próprio do discente e o as teorias, conceitos, definições e demais objetos de
conhecimentos trabalhados é o que viabilizará a criação dos recursos que permitam uma
avaliação que contemple essa ligação entre um conhecimento de vida e já acumulado no
âmbito da vida escolar pelo discente e o novo conteúdo que será desenvolvido.
Assim, conforme destaca o CRMG (2021, p. 439), é possível identificar num campo que
equacione “comunicar claramente aos estudantes o que eles aprenderam; ajudar estudantes
a se conscientizarem sobre onde eles estão em sua jornada de aprendizagem”, de um lado,
“e onde precisam chegar e informá-los sobre maneiras de preencher a lacuna entre o ponto
em que se encontram e o ponto a que precisam chegar”, de outro, indicando assim as linhas
gerais para condução de uma avaliação formativa.
Cabe, portanto, ao docente cumprir com essas exigências mais básicas, nas quais é
convocado a mediar o processo de aprendizagem através de sua prática pedagógica
visando tanto auxiliar “o estudante na tarefa de aprender a pensar a de forma autônoma”,
quanto “oportunizar diferentes formas de situações de aprendizagem, ajudando o estudante
a evoluir ao longo do processo” (CRMG, 2021, p. 440).
Ao discutirmos avaliação formativa, é de fundamental importância o docente atentar-se à
temporalidade de suas atividades, ou seja, para que as habilidades sejam de fato
desenvolvidas, ele deve ao longo de todo o processo realizar verificações que abarque a
evolução dos discentes nas devidas competências. a serem trabalhadas.

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A título de exemplo de avaliações formativas, temos na aula 3 da Unidade de Gestão de
Sala de Aula, intitulada “Saúde e uso do tempo: um estudo de caso”, podemos destacar na
sequência didática os relatórios numerados de 4 á 7.

Etapa da atividade
4 5 6 7
O objetivo agora é
Nesta etapa, que os discentes
considera-se que já construam, em
A partir de agora, os há significativo equipes, uma
discentes passam a acúmulo de pesquisa através de
De modo a integrar o ter contato com conhecimentos tópicos que podem
conjunto de alguns conteúdos referentes à ser tomados com
conhecimentos que se relacionam temática, chega o base no relatório
trabalhados nos três com a questão da momento de orientar descrito no passo 4
primeiros passos, os qualidade da saúde, a organização de um deste esquema.
discentes como saúde pública, levantamento. Aqui Assim, se espera
escreverão um rotina, trabalho, o discente deverá que seja construído
relatório, com renda, consumo, apresentar um roteiro de
dimensões bem-estar e práticas modalidades e entrevistas, que
estipuladas pelo esportivas, metodologias de deverá ser moldado
discente, de modo a alimentação, que pesquisa aos de acordo com o
realizar uma permitam dar uma discentes, interesse dos
descrição de sua dimensão mais garantindo uma discentes, podendo
rotina. Essa tarefa amplas a respeito introdução às formas ser em formatos que
fornecerá um guia dos fatores que de construir uma vão desde o
para a atividade que intervém na pesquisa, desde a levantamento de
será aplicada mais formação do quadro definição do dados com base em
adiante. de saúde. objetivo, grupo algo, criação de
índices, entre outros categorias e
elementos perguntas até
constitutivos de uma mesmo criação de
pesquisa. um podcast.

Na aula citada que embasada a partir do Eixo Estruturante Mediação e Intervenção


Sociocultural, percebe-se na sequência didática a preocupação no processo de letramento
científico para ter uma intervenção assertiva por parte dos discentes. Ao longo da atividade
destacada, podemos verificar que a complexidade das atividades foi acrescida mediante a
uma avaliação anterior, como:
• construção de relatórios;
• verificação do quadro social e sanitário embasado por escolhas metodológicas dos
sujeitos alvo;
• trabalho em grupo e
• criação de conteúdo.

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Por fim, para indicar o modo como a categoria das
avaliações somativas são debatidas no CRMG, é
relevante destacar que tal forma de avaliar é
considerada como o procedimento “tradicional”,
mas que “deve ser repensada”, pois representa
um conjunto de práticas que o Novo Ensino Médio
busca superar, e se encontram na contramão do
horizonte de possibilidades e caminhos que se
voltam para a edificação de meios pedagógicos de
avaliação que contemplem a “autoavaliação dos
estudantes”, tornando-os agentes decisivos de
sua aprendizagem, o que poderá ser possibilitado
por formas criativas de formular critérios que
ensejem sua “participação e envolvimento”,
sempre com vistas a consolidar as habilidades e
competências estipuladas.

Para indicar de que modo se pode ser implementada a conversão de um procedimento


avaliativo de caráter exclusivamente somativo para sua integração em uma estratégia
pedagógica mais ampla e que inclua o estudante, pode ser pensada através da sugestão de
uma avaliação por rubricas, contidas no próprio CRMG e descritas da seguinte forma:

Rubricas são esquemas explícitos para classificar produtos ou comportamentos em


categorias que variam ao longo de um contínuo, tais como redações, ensaios, trabalhos
de pesquisa, apresentações orais e atividades. A avaliação pode ser feita pelos próprios
estudantes, por seus colegas, por outros, por professores, supervisores de trabalho ou
revisores externos. Elas podem ser usadas para prover feedback formativo dos
estudantes, avaliar ou dar notas.
(BIAGIOTTI, 2005. In: CRMG, 2021, p. 441).

Por possibilitarem a participação dos discentes na formulação de critérios que serão


orientadores do procedimento de avaliação, as rubricas poderão contar com a perspectiva e
interesse dos discentes em sua construção, além de outros docentes, mesmo que outras
áreas, cumprindo assim o papel tanto de elemento de acompanhamento do progresso, ser
representativa dos reais interesses dos discentes e também exercer uma função mais ligada
aos monitoramentos somativos, que referem mais à quantificação através da atribuição de
notas, porém buscando tornar essas notas um marcador mais condizente com a realidade
dado que poderá contemplar aspectos relevantes e geralmente negligenciados quando
vistos do ponto de vista apenas somativo.

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As aulas da Unidade de Gestão de Sala de Aula, apresentam vastas representações de
avaliações somativas na totalidade dos seus eixos estruturantes que são norteadores das
temáticas desenvolvidas. Podemos verificar que na Unidade em questão todas as
sequências didáticas apresentam um produto final aglutinador de todos os objetos de
conhecimento trabalhados no percurso.
Podemos verificar na aula 2 que contempla o eixo estruturante Processos Criativos,
intitulada “Cultura e arte na formação do povo brasileiro”, a etapa finalizadora da sequência
didática se dá a partir da realização de um evento de manifestações sociocientíficas dirigida
à comunidade escolar, formatada com propósitos informacionais, comunicativos que venha
a representar de maneira artística matrizes etnico-culturais, tema que norteou a aula.
Com o acompanhamento das atividades somativas não tradicionais, como o evento
citado, podemos desenvolver habilidades e competências de diferentes áreas, destacando
como elas se entrelaçam. Dessa forma, espera-se que os discentes possam ser desafiados
em diferentes formas avaliativas, desde os processos seletivos tradicionais de ingresso no
ensino superior, até dinâmicas de grupo muito utilizadas por empresas de recursos humanos
na admissão no contexto corporativo, associando assim a educação ao mundo do trabalho
e fundamentadas nos valores da cidadania, da democracia, da ética, da diversidade e da
sustentabilidade.

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