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23º Congresso Nacional de Transporte Aquaviário,

Construção Naval e Offshore


Rio de Janeiro, 25 a 29 de Outubro de 2010

Avaliação de desempenho de sistemas de posicionamento dinâmico em


tanques de provas

Helio Mitio Morishita*


Eduardo Aoun Tannuri*
Lázaro Moratelli Jr.*
Julio Cezar Adamowski*
Sergio Hamilton Sphaier**
Rodrigo Vilaça**
Joel Sena Sales Jr.**
Arthur Curty Saad***
Vinicius Lopes Vileti**
Rodrigo Augusto Barreira***
* Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
** LabOceano – Universidade Federal do Rio de Janeiro
*** CENPES – Petrobras

Resumo:
Neste trabalho é apresentada a tecnologia laboratorial desenvolvida para a realização de ensaios
com sistemas de posicionamento dinâmico em tanques de provas brasileiros. São descritos,
inicialmente, os componentes da topologia laboratorial que são os atuadores em escala com os
seus acionadores (componentes eletromecânicos), a eletrônica embarcada, o sistema de sen-
soriamento, o console de controle e supervisão e o sistema de transmissão de sinais. Pos-
teriormente, são apresentados dois procedimentos experimentais para a calibração dos atuadores:
o primeiro permite efetuar a calibração de diversos tipos de atuadores desde que o modelo esteja
cativo e a força medida já incorpora a interação do atuador com o casco; o segundo foi
desenvolvido especialmente para os propulsores laterais, e ela permite a leitura direta do empuxo
no eixo do propulsor mesmo durante o movimento do modelo. Finalmente, é efetuada uma análise
crítica dos resultados obtidos experimentalmente em um tanque oceânico, para condições típicas
de operação de um navio aliviador, comparando com os resultados obtidos teoricacmente.

1 – Introdução dinâmico, contratou a Universidade de São


Paulo para, juntamente com a Universidade
Sistemas de posicionamento dinâmico têm
Federal do Rio de Janeiro, criar uma
sido empregados cada vez mais na indústria
capacitação nacional para a realização de
do petróleo em alto-mar para aumentar a
ensaios com modelos de navios dotados de
segurança das operações das unidades
sistema de posicionamento dinâmico em
flutuantes. No entanto, o projeto do filtro dos
tanques dos laboratórios brasileiros. Os
movimentos de primeira ordem impostos pela
objetivos deste projeto foram:
onda do mar e do controlador não é trivial,
pois o modelo matemático é não linear e há
a) Desenvolvimento de uma infra-estrutura
diversos fenômenos cuja modelagem não é
laboratorial para realização de ensaios
consagrada. Desta forma, ao se projetar um
com modelos de embarcações dotadas de
sistema de posicionamento dinâmico é
sistema de posicionamento dinâmico em
imprescindível a realização de ensaios em
tanques de prova da USP e LabOceano;
tanque laboratorial para comprovar a predição
b) Desenvolvimento de um procedimento
do desempenho obtido analítica ou numeri-
para a calibração dos atuadores do
camente.
modelo (propulsor principal, propulsores
A Petrobras, ciente da complexidade
laterais e azimutais);
tecnológica de um sistema de posicionamento
1
c) Aperfeiçoamento dos códigos numéricos resultados experimentais obtidos no tanque
ora utilizados para a análise da dinâmica oceânico do LabOceano. Ao longo do projeto
e controle de embarcações dotadas de também foi efetuada uma análise dos sinais
sistema de posicionamento dinâmico; obtidos em escala real, previamente
d) Análise de sinais obtidos em escala real; apresentada em Tannuri et al. (2009)
e) Análise dos sinais obtidos em tanques de
prova;
f) Desenvolvimento de um protótipo para a 2 - Estrutura laboratorial
medição do empuxo diretamente no eixo
do propulsor lateral em função da rotação
em tempo real. A estrutura laboratorial é baseada na
topologia experimental mostrada na Fig. 1 que
A infra-estrutura para os ensaios foi consiste dos seguintes módulos:
definida a partir de uma topologia laboratorial a) Modelo da embarcação: é o sistema a ser
onde os principais componentes são o próprio controlado e nele estão instalados todos
modelo com todos os atuadores e a eletrônica os atuadores, a eletrônica embarcada e
embarcada, o sensor de posição, o console as baterias;
central para controle, supervisão e aquisição b) Sensor de posição e aproamento: é um
dos dados e o sistema de comunicação dos sistema baseado em luz infravermelha
sinais. O projeto foi desenvolvido em duas que envia os sinais diretamente ao
grandes macro-etapas: a primeira foi a console central;
montagem da infra-estrutura para o laboratório c) Console central: é instalado fora do
da USP cujo objetivo primordial era o tanque de provas e consiste de um
desenvolvimento de todos os componentes do microcomputador que é responsável por
aparato experimental descritos acima; a executar os algoritmos de: a) filtragem
segunda etapa consistiu na implementação da dos movimentos de alta freqüência; b)
topologia desenvolvida para o laboratório do cálculo da lei de controle; c) alocação de
LabOceano. O projeto já foi concluído e pode- empuxo; e d) comunicação com a
se afirmar que todos os objetivos propostos embarcação. Adicionalmente, deve
foram alcançados, conforme é relatado a possuir uma arquitetura para armazenar
seguir. Coube a Universidade de São Paulo o todos os dados de interesse dos
projeto e a construção de todo o aparato experimentos para posterior análise e
experimental, bem como o desenvolvimento geração de relatórios;
de programas de computador para controle e d) Sistema de comunicação: a comunicação
monitoração. A rigor a USP já vem entre o console e o modelo é efetuada
desenvolvendo há algum tempo um aparato através de um sinal de rádio freqüência
experimental, de cunho didático, para a (RF). Vale destacar que a comunicação é
realização de estudo de posicionamento bi-lateral, isto é, o console envia os sinais
dinâmico (Lago et al., 2005; Morishita et al., de comando ao modelo e recebe sinais de
2006a, 2006b; Tannuri e Morishita, 2006) e monitoramento enviados pelo próprio
toda esta experiência foi empregada para o modelo;
desenvolvimento deste projeto que requer um e) Eletrônica embarcada: a finalidade da
aparato mais sofisticado e robusto. Descrições eletrônica embarcada é a de garantir a
e resultados parciais deste projeto foram comunicação com o console e executar
publicados em Morishita et al. (2008) e adequadamente os sinais de comando
Morishita et al. (2009). O modelo da USP, em recebidos. A arquitetura eletrônica
particular, já foi utilizado na comprovação consiste de módulos de controle
experimental da técnica de controle de modos localizados para cada atuador e todos
deslizantes (Agostinho et al., 2009) e do eles são gerenciados e comandados pelo
controlador backstepping (Zakartchouk Jr.; módulo central. Este módulo, além desta
Morishita, 2009). função, gerencia a comunicação com o
Neste trabalho é descrito sucintamente a console e pode receber sinais de
estrutura laboratorial desenvolvida para a monitoração obtidos no interior da
realização de ensaios com modelos dotados embarcação.
de sistemas de posicionamento dinâmico, e
são apresentados os procedimentos adotados
para a calibração dos empuxos dos
atuadores, o protótipo desenvolvido para a
medição direta do empuxo e a análise dos
2
2.2 - Componentes eletromecânicos

Os componentes eletromecânicos
consistem de propulsores laterais em túnel,
propulsores azimutais, hélice principal e o
leme, com os seus respectivos acionadores e
sistemas de transmissão de potência. Todo o
projeto destes componentes foi elaborado pela
USP que gerenciou também a sua construção
Fig. 1 - Topologia do aparato experimental. por empresas especializadas. O motor de
acionamento de todos os atuadores é um
Para completar a descrição da estrutura micromotor de corrente contínua controlado
laboratorial são indicados na Tab. 1 as por PWM (Pulse-width modulation) e a rotação
dimensões dos tanques da USP e do do eixo vertical do azimutal é governada por
LabOceano, bem como os respectivos um motor de passo. Uma descrição mais
aparatos para a simulação das condições detalhada destes componentes pode ser
ambientais. encontrada em Morishita et al. (2008) e
Morishita et al. (2009).
Tab. 1 - Características dos tanques da USP e Como exemplo de sistemas eletro-
LabOceano. mecânicos, estão mostrados nas Figs. 2 e 3 o
USP LabOceano propulsor azimutal e o leme com o seu sistema
de governo, respectivamente. E nas Figs. 4 e 5
Comprimento (m) 20,0 40,0
são mostradas, respectivamente, os modelos
Largura (m) 5,0 30,0
da USP e do LabOceano com os seus
Profundidade (m) 1,2 15,0
atuadores já instalados. Aqui, vale enfatizar
Ger.de onda Sim Sim que o propulsor principal do modelo do
Ger. de vento Sim Sim LabOceano foi confeccionado pelo Instituto de
Ger. de corrente não não Pesquisas Tecnológicas (IPT) utilizando o
aparelho de prototipagem.
2.1 - Modelo das embarcações

Os modelos da USP e do LabOceano são


baseados em dois navios aliviadores típicos,
sendo que, devido às dimensões dos tanques
foram adotadas razões de escala distintas
para os dois modelos, isto é, 1:125 para o da
USP e 1:70 para o do LabOceano. Na Tab.2
estão indicadas as suas dimensões bem como
os atuadores instalados.

Tabela 2 - Dimensões principais e atuadores


dos modelos da USP e LabOceano.
Principais características USP LabOceano
Compr. total(mm) 2182 3841
Compr. entre perp. (mm) 2064 3686
Boca (mm) 368 655
Pontal (mm) 195 348
Calado (mm) 130 249
Deslocamento (N) 897 4980
Propulsor principal sim Sim
Leme sim Sim
Prop. lateral de vante sim Sim
Prop. lateral de ré sim Sim
Fig. 2 - Propulsor azimutal.
Prop. Azimulta de vante sim Sim
Prop. Azimutal de ré não Sim

3
âmeras dispo
câ ostas nas boordas do tan
nque. Um
sin
nal infraverm melho é em mitido e, deepois de
re
efletido em adesivos
a possicionados na
n proa e
naa popa do na avio, retorna às câmerass. A partir
doos sinais reccebidos, um programa calcula
c a
poosição horizzontal e vvertical dos s pontos
re
efletidos, perrmitindo assim que se obtenha a
loc
calização da a meia-nau e do aproam mento do
modelo. A qu ualidade do sinal obtido o com as
Fig. 3 - Leme e o seu
s sistema de governo. quuatro câmerras funciona ando em co onjunto é
baastante satissfatória, com
m um nível de ruído
baastante baixoo. Na Fig. 7 é mostrado o modelo
daa USP opera ando com o ssensor de po osição.

Fig. 4 - Modelo da USP com oss atuadores.

Fig.
F 6 - Mode
elo dos propu
ulsores azimutais de
ba
arcaça multip
propósito.

Fig. 5 - Modelo do LabOceano com os seuss


uadores.
atu

Atualmente, há um projeto o de dese en-


volvimennto de um mo odelo reduzido de barcaçça
Fig. 7 - Mo
odelo da USPP operando com
c o
DP mu ultipropósito (lançamentto de linha as
sensor de po
osição.
operações de guinda aste). Esta é composta por
p
6 propulsores azimutais que estãoe em fasse
final de construção o, na escala 1:48. Um ma
2.4 - Console
ão do pro
ilustraçã ojeto do propulsor é
apresenttada na figurra abaixo.
Fisicamentte, o console
e é composto o por um
omputador central,
co c de alta capacidade de
prrocessamentto e com inteerface amigá ável tanto
nsor de pos
2.3 - Sen sição
pa
ara a entrada
a de dados p para os ensa aios como
pa
ara a m
monitoração dos re
esultados.
A ca
aptura dos movimentos
m do modelo é
Opcionalmente, pode-se utiliza
ar um
feita attravés de um sistema a de quattro
omputador portátil qu
co ue tem to odas as
4
interfaces do computador central, se o propulsores laterais; c) ângulo demandado do
operador desejar acompanhar e comandar os leme; d) a rotação do motor do propulsor
ensaios nas proximidades do modelo. A azimutal; e) o ângulo do propulsor azimutal em
codificação do programa principal, bem como relação ao casco. Uma vez recebidos estes
a interface com o usuário, foi desenvolvida em sinais, o módulo principal os distribui, como
linguagem Delphi. Os algoritmos de filtragem, sinal de referência, para os módulos de
controle, alocação de empuxo, e comunicação controle localizados de cada atuador. Este, por
com os sensores de posição e com a sua vez, para garantir o valor de referência, é
eletrônica embarcada foram implementadas dotado de um controlador de malha fechada
em linguagem C++, encapsulados em local, recebendo sinal de realimentação da
dynamic link libraries (dlls). Os filtros variável que está sendo controlada. No caso
implementados são o cunha (notch) e o de de motores dos propulsores, a realimentação
Kalman. O algoritmo de controle é baseado na da rotação é obtida através do encoder. Já no
lei clássica, isto é, Proporcional-Integral- caso dos motores de passo, que são utilizados
Derivativo. No entanto, a arquitetura no leme e no propulsor azimutal, as
computacional é flexível, isto é, ela permite realimentações das posições são obtidas
que o usuário incorpore o seu próprio filtro e através do poten-ciômetro.
lei de controle bastando para isto definir O módulo central também é responsável
adequadamente as dlls. Para o geren- pelo envio de alguns sinais de monitoramento
ciamento do banco de dados foi selecionado o do modelo para o console que são: a) tensão
programa Accurecer por apresentar um bom da bateria; b) corrente elétrica demandada
desempenho com grande volume de dados e total; c) rotação dos motores; e d) posição do
rápida velocidade de acesso. Na Fig. 8 é leme e azimutais. Os módulos de controle são
mostrada a arquitetura de programação do denominados em um protocolo, em que são
console e maiores detalhes sobre a estrutura específicos para cada um dos motores.
são apresentados em Tannuri et al. (2008).
Módulos link de rádio
Alimentação Banco de  Full duplex
Fonte externa
Módulo0
baterias

Módulo1
Módulo 
Módulo2 central +
RS232 RS232 Console 
distribuidor +
alimentação
em terra
Módulo3

Módulo4

Módulo5

Módulo6

Módulo7
RS485

Fig. 9 - Diagrama de módulos da eletrônica


Fig. 8 - Arquitetura geral (software). embarcada.

3 - Calibração dos atuadores


2.5 - Eletrônica embarcada
Para que os ensaios de simulação de
As finalidades do subsistema eletrônico posicionamento dinâmico sejam realizados
são: a) garantir a comunicação entre o com modelos em escala, faz-se necessário o
console e o modelo; b) executar os sinais de conhecimento prévio das curvas
comando enviados pelo console e c) executar características dos atuadores para a calibração
controle local nos atuadores. dos ganhos de controle, especificamente, a
A eletrônica embarcada consiste de um curva de empuxo gerada em função de ambos
módulo central, oito módulos de controle sentidos de rotação dos atuadores (azimutais,
localizados e um sistema de comunicação via em duto e principal). No caso de azimutais,
rádio, cujo esquema é mostrado na Fig. 9. O deve-se conhecer o empuxo em função do seu
módulo central recebe do console, através do ângulo relativo em relação ao barco. Este valor
rádio, os seguintes sinais: a) rotação deve mudar devido às interações
demandada do motor do hélice principal; b) hidrodinâmicas entre casco e atuador
rotação demandada dos motores dos (Moratelli et. al, 2009) que interferem na
5
alocação o ótima de empuxos. Em E relação ao a
leme, deve-se leva antar as currvas de forçça
lateral em
e função da rotação do propulssor
principall e do ângulo
o de ataque.
Para tanto, foi desenvolvido
d o um apara ato
experime ental basea ado em um conjunto de d
células de
d carga e toorque que po ossibilita meddir
forças naa direção tra
ansversal e loongitudinal em
e
relação ao modelo.. O aparato o consiste em e
uma barrra instrumen ntada com extensômetro
e os
fixa superiormente, e que manttém o mode elo
cativo em uma base e na extremmidade inferio or.
Na mesm ma base, um ma célula de e torque med de
o mome ento gerado sobre o modelo por me eio eficiente de empuxo de
Fig. 11 - Coe e atuador
do acionnamento de algum
a atuado or. Esta célu
ula zimutal.
az
existe para
p aumentar a red dundância de d
medição o de forças do aparato o. A Fig. 10 1
apresentta um esboçço do aparato o experimenttal
construíddo. A Fig. 11
1 apresenta a ensaio co om
azimutall do modelo o em escalla 1:125 feiito
preliminaarmente em uma caixa flutuante co om
o apara ato construíddo. Pode-se notar que o
coeficiennte de emp puxo do azzimutal mud da
significattivamente em função do d seu ângu ulo
de azim mute. A Fig. 12 apresen nta a força ded
leme do o modelo em m escala 1:7 70 medida em e
função da rotação do propullsor principa al.
Pode-se e notar aqui as diferençças de força as
geradas à bombordo e à boresste em funçã ão
da rotaçção do propu ulsor e ângu ulo de ataqu ue. Fig. 12 - Forçça de leme e em função do
d ângulo
Esta differença se justifica pello sentido de d e ataque (Mo
de oratelli, 2010).
rotação dod propulsorr (Moratelli, 2010).
2
4 - Medição direta
d do em
mpuxo

2 O aparatoo experimen ntal de med dição de


1 forças da Fig g. 10 também consta de uma
élula de ca
cé arga que m mede o empuxo de
4 5
3 attuadores em duto diretam mente sobre seu eixo.
A Fig 13 apresenta uma ffotografia do conjunto
attuador em duto com célula de carga. c A
medição direta a de força ssobre o eixo tem dois
bjetivos: o prrincipal é controlar o atuador não
ob
1 ‐ Barra T attravés de suaa rotação po or meio de calibração
2 ‐ Extensômeetros
3 – Célula de ttorque a prrévia, mas sim direta amente atra avés do
4 – Célula medição direta
5 – Propulsor  em duto em
mpuxo gerad do, levando a menores erros na
0 - Esboço do
Fig. 10 d aparato exxperimental. aloocação de empuxos;
e o ssecundário objetivo
o é
es
studar ass perdas de in
nterações
hiddrodinâmicas entre o cconjunto atua ador e o
O ap parato expeerimental construído paara co
onjunto atua ador instala ado no mo odelo. A
calibraçãão de forçass se prova eficiente pa
ara co
omparação aqui é feitta entre os s valores
medir foorças de baixxo fundo de
e escala, enttre medidos dire etamente e os medido os pelas
valores de 0,1N e 4N, fato co onstatado peela utras célulass de carga, que medem
ou m a força
repetibiliidade dos resultados
r d
dos ensaios e so
obre o mode elo e não o empuxo dire etamente
pelos ótimos desem mpenhos de simulação em e ge
erado pelo atuador.
a Maais detalhes sobre o
posicionamento dinâ âmico. ap
parato, incluindo a mediçção direta, po odem ser
visstos em Morratelli et al (2010).

6
(Tannuri et al., 2009). Diversos ensaios de
controle de posição foram conduzidos,
considerando-se condição de calado
carregado e vazio. Um caso será detalhado
para ilustração. A posição horizontal do navio
carregado, na condição COL3 (225º), com
ângulo de aproamento ψ=240o é mostrada na
Fig. 15a. Pode-se ver a efetividade do Sistema
DP, com erro de posicionamento e aproamento
menores que 0,01m e 0,4º respectivamente. A
Fig 15b apresenta as forças totais de controle.
As Figs. 15c,d apresentam as forças e
utilização média em cada propulsor.

Fig. 13 - Célula de carga instalada em atuador


em duto.
Wind generation
5 - Análise dos resultados experimentais

Wave generation
Nesta seção são apresentados resultados
de uma campanha de ensaios experimentais Y
realizada no LabOceano, com o modelo de X
navio aliviador na escala 1:70. Uma foto do
aparato experimental é apresentada na Fig.
14, bem como o sistema de coordenadas
utilizado e o arranjo de propulsores do ψ
modelo. Um ângulo de aproamento de 180º
equivale ao navio aproado na direção do
batedor de ondas. Durante os ensaios, o
Wave generation

navio é controlado em torno da posição


X=20m;Y=15m, equivalente ao ponto central
do tanque.

As seguintes condições ambientais foram


consideradas:
Wind generation
Tabela 2 - Condições ambientais.

Condição Vento Onda


COL0 0 0 #5 – Tunnel Bow
COL1 2.4m/s 180o Hs=0.036m; Tp=0.95s 180o #1 ‐ Main
Fmax=0.71N
Fmax=3.51N
COL2 2.4m/s 180o Hs=0.050m; Tp=1.08s 180o Fmin=‐ 1.70N
Fmin=‐0.71N
X=1810mm
COL3 2.4m/s 225o Hs=0.036m; Tp=0.95s 225o X= ‐1750mm
REAL1 0.6m/s 220o Hs=0.036m; Tp=0.95s 180o
1:70 model

A COL2 é equivalente a uma condição #2 – Tunnel Stern #3 – Azim Stern #4 – Azim Bow
Fmax=+0.53N Fmax=+1.01N Fmax=+1.01N
ambiental limite de alívio na Bacia de Fmin=‐0.53N X= ‐1072mm X=1637mm
X= ‐1440mm
Campos. As condições COL1 e COL3 são
equivalentes, mas vindas de uma direção
distinta (com ondas um pouco menores que a
COL2). Finalmente, a condição REAL1 é uma Fig. 14 - (esq) aparato experimental; (dir)
condição ambiental similar a uma monitorada sistema de coordenadas e definição de
em uma operação de alívio DP anteriormente ângulos; (baixo) arranjo de propulsores.

7
X(m) F(N) Main Prop. Mean=0.374N Std=0.0612 N
1
X Setpoint (m)
X Position (m)
0.5
20.01

0
600 800 1000 1200 1400 1600 1800
20
F(N) Tunnel Stern Mean=-0.194N Std=0.112 N
0.5

19.99 0
600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Time(s) -0.5

Y(m) -1
15.015 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Y Setpoint (m) F(N) Azim. Stern Mean=0.423N Std=0.0754 N
15.01 Y Position (m) 1

15.005
0.5
15
0
14.995 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
F(N) Azim. Bow Mean=0.431N Std=0.102 N
14.99 1
600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Time(s)
o 0.5
Heading ( )

Heading Setpoint (o) 0


240.4 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Heading Angle (o)
F(N) Tunnel Bow Mean=0.199N Std=0.251 N
240.2 1

240
0
239.8
-1
239.6 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
600 800 1000 1200 1400 1600 1800 Time(s)
Time(s)

(c)
(a)
0   10    20   30   40   50    60  70   80    90  100 

100

X Force(N) Mean=1.14N Std= 0.173N


2.5 90

80
2
70
(%)

1.5
Mean Utilization (%)
Mean Utilization

60

1 50

40
0.5
600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Time(s) 30

Y Force(N) Mean=0.757N Std= 0.378N


20
1
10

0
0
1 2 3 4 5

-1 1            2              3            4             5 
Thruster

Thruster
-2

(d)
-3
600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Time(s) Fig. 15 - COL3, Cheio, ψ=240º (a) posição
Yaw Momento(Nm) Mean=0.459Nm Std= 0.561Nm
2 horizontal; (b) Forças totais de controle; (c)
Força nos propulsores; (d) Utilização média.
1

-1 O mesmo teste foi feito com o navio


-2 alinhado à onda e vento (ψ=225o). A Fig. 16
600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Time(s) ilustra os casos. A utilização média para
ψ=225o é mostrada na Fig. 17. Uma redução
(b)
significativa no empuxo dos propulsores em
túnel (2 e 5) é verificada, pois a incidência de
proa não induz forças laterais e momento.
Uma maior solicitação de empuxo longitudinal
é também observada.

8
depois de uma mudança de aproamento de
20º, se aproou com o vento e levou a
significativa redução dos empuxos no Sistema
V1,W1 V1,W1
DP. Um cenário similar foi reproduzido no
tanque de provas, desconsiderando-se a ação
ψ=225ο
ψ=240ο da correnteza. O propósito deste ensaio era
Fig. 16 - COL3, dois aproamentos distintos . recuperar (ao menos qualitativamente) a
situação observada em escala real. A Fig. 20
ilustra as situações (antes e depois da
0   10    20   30   40   50    60  70   80    90  100 

100

90
alteração de aproamento). De fato, após a
mudança de aproamento, verifica-se grande
80

70
(%)

redução do empuxo no Sistema DP, sobretudo


Mean Utilization (%)
Mean Utilization

60

50
nos propulsores em túnel (2 e 5).
40

30

20

0   10    20   30   40   50    60  70   80    90  100 
0   10    20   30   40   50    60  70   80    90  100 
10 100 100

90 90
0
1 2 3 4 5
1            2              3            4             5  80 80
Thruster

70 70

(%)
Thruster

(%)

Mean Utilization (%)


Mean Utilization
60

Mean Utilization (%)


Mean Utilization
60

50
50

Fig. 17 - Utilização média de empuxo, COL3, 40


40

30

Cheio, ψ=225°.
30

20
20

10
10

0
0 1 2 3 4 5
1 2 3 4
1            2              3            4             5 
Thruster
5
1            2              3            4             5  Thruster

Thruster Thruster

A utilização média para COL1 e COL2 para ψ=180o ; COL1 ψ=180o ; COL2
incidência de proa são apresentadas na Fig.

0   10    20   30   40   50    60  70   80    90  100 
18. Pode-se verificar que o aumento da onda
leva a um aumento de aproximadamente 10%

Mean Utilization (%)


na ação dos propulsores. Deve-se destacar
que ambos os testes (COL3, ψ=225o, Fig. 17)
e (COL1, ψ=180o, Fig. 13esq.) são análogos
(mesma incidência relativa). Pequenas 1            2              3            4             5 
Thruster
diferenças devem-se a imperfeição do sistema
ψ=225o ; COL3
de geração de ondas direcionais do tanque.
Fig. 19 - Utilização média de empuxo, Vazio.
0   10    20   30   40   50    60  70   80    90  100 
0   10    20   30   40   50    60  70   80    90  100 

100 100

90 90

80 80

70
(%)

70
(%)

Mean Utilization (%)


Mean Utilization

60
Mean Utilization (%)
Mean Utilization

60

W1
50
50

40
W1
40

30
30

20
20

10

V1 REAL1 ψ=180ο
10

0
0
1
1            2              3            4             5 
2 3
Thruster
4 5
1 2 3
Thruster
4 5
1            2              3            4             5  V1 REAL1 ψ=202
Thruster
Thruster
Fig. 20 - REAL1, dois aproamentos conside-
Fig. 18 - Utilização média de empuxo, Cheio, rados.
ψ=180o; (esq) COL1; (dir) COL2.
0   10    20   30   40   50    60  70   80    90  100 

0   10    20   30   40   50    60  70   80    90  100 

Os mesmos ensaios foram feitos com


navio vazio. A Fig. 19 mostra que o vento
Mean Utilization (%)

Mean Utilization (%)

induz uma força longitudinal maior comparado


ao navio cheio. Os propulsores azimutais (3 e
4) e o propulsor principal (1) são mais
solicitados. No caso vazio (COL3 , ψ=240o) o
Sistema DP não pode manter posição. 1            2              3            4             5  1            2              3            4           
Em um trabalho anterior (Tannuri et al., Thruster Thruster

2009), uma operação de alívio DP real foi Fig. 21 - Utilização média de empuxo, Cheio,
monitorada. Naquele caso, o capitão mudou o REAL1, (esq) ψ=180o, (dir) ψ=202.5°.
aproamento do navio aliviador durante a
operação, para melhor se alinhar ao ambiente
e reduzir a demanda no sistema DP. Ele
estava inicialmente aproado para onda, e
9
6 – Conclusões arranjo dos propulsores e qualquer que seja a
lógica de controle, no Brasil.
Neste trabalho foi apresentada a estrutura
laboratorial desenvolvida pelos pesquisadores 7 - Referências Bibliográficas
da USP e UFRJ para a realização de ensaios
de sistemas de posicionamento dinâmico em AGOSTINHO, A.C., MORATELLI Jr., L.,
tanque de provas, com o apoio da Petrobras. TANNURI, E. A., MORISHITA, H. M. Sliding
Pelos resultados apresentados pode-se mode control applied to offshore dynamic
afirmar que houve uma consolidação positioning system, In:MCMC’2009 IFAC
tecnológica nacional para este tipo de ensaio. International Conference on Manoeuvring and
Isto significa ter o domínio do projeto, Control of Marine Craft, 2009, Guarujá.
confecção e montagem do aparato
experimental, isto é, o modelo com todos os MORATELLI Jr, L. Principais fatores de projeto
seus componentes eletromecânicos de navio aliviador com sistema de
(propulsores principal, lateral e azimutal, e posicionamento dinâmico. 2010. 245p.
leme), a eletrônica embarcada e o console, e Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica,
a sua integração com o sistema de Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
transmissão de sinais e de sensoriamento da MORATELLI Jr, L., Da Costa, P.G., De Amicis,
posição do modelo no tanque de provas. Morishita, H.M. Experimental evaluation of duct
Além do aparato experimental propellers in scale model, In: 23º Congresso
desenvolveu-se procedimentos laboratoriais Nacional de Transportes Aquaviário,
para a determinação da curva de calibração Construção Naval e Offshore, SOBENA2010,
dos atuadores, que são necessários para Rio de Janeiro.
implementar o sistema de posicionamento em
tanques de provas. O mecanismo é MORATELLI Jr, L. et al. Experimental
relativamente simples e ele permite medir o evaluation of azimuth thruster for tanker scale
empuxo dos atuadores já instalados no model with dynamic positioning system,
modelo. Isto significa que a interação entre o In:MCMC’2009 IFAC International Conference
casco e os propulsores já está sendo on Manoeuvring and Control of Marine Craft,
considerada. Utilizando o procedimento 2009, Guarujá.
proposto obteve-se as curvas de empuxo dos
atuadores laterais, azimutais, do propulsor MORISHITA, H.M., TANNURI, E.A.,
principal e também da força de sustentação MORATELLI Jr., L., 2006a, Experimental and
do leme em função do rotação do propulsor Numerical Facilities for Analysis and Design of
principal. O procedimento proposto é factível Dynamic Positioning Systems, Anais do Rio Oil
somente para o modelo cativo. Para se medir & Gas Expo and Conference 2006.
o empuxo do propulsor durante as manobras
MORISHITA, H. M, TANNURI, E. A. e
em tanque de provas confeccionou-se o
MORATELLI Jr, L., 2006b Computational tools
protótipo de um outro mecanismo para medir
and experimental facilities for analysis and
diretamente e em tempo real o empuxo do
design of dynamic positioning systems, Anais
propulsor lateral. Medidas preliminares
do 21º Congresso Nacional de Transportes
indicam que o seu desempenho é satisfatório.
Marítimos, Construção Naval e Offshore, Rio
Para averiguar o desempenho de todo o
de Janeiro.
aparato desenvolvido foram efetuados
ensaios preliminares no tanque da USP, e
MORISHITA, H. M., SPHAIER, S. H. e SAAD,
posteriormente, no tanque do LabOceano e o
A. C. (2008b) Capacitação para ensaios com
funcionamento de todo o conjunto atendeu
sistemas de posicionamento dinâmico, In: 22º
plenamente as expectativas. Foram também
Congresso Nacional de Transportes
realizados vários ensaios no LabOceano
Aquaviário, Construção Naval e Offshore,
considerando-se condições ambientais típicas
SOBENA2008, Rio de Janeiro.
da costa brasileiras e a análise dos resultados
indica que eles confirmam as previsões
MORISHITA, H. M., TANNURI, E. A., SAAD, A.
teóricas.
C., SPHAIER, S. H., LAGO, G. A.,
Em vista de todas estas considerações
MORATELLI Jr, L., Laboratory facilities for
pode-se concluir que, atualmente, há plenas
dynamic positioning system, In:MCMC’2009
condições técnicas e humanas para prever
IFAC International Conference on Manoeuvring
experimentalmente a dinâmica e controle de
and Control of Marine Craft, 2009, Guarujá.
embarcações dotadas de sistema de
posicionamento dinâmico, qualquer que seja o

10
TANNURI, E.A. & MORISHITA, 2006, H.M.
Experimental and Numerical Evaluation of a
Typical Dynamic Positioning System, Applied
Ocean Reseach, Southampton, v. 28, n. 2, p.
133-146, Apr. 2006.

TANNURI, E. A., DE CAMPOS, T. S.,


VILAÇA, R. M., SAAD, A. C., MORISHITA, H.
M., 2008, Arquitetura computacional para
ensaios em tanque de provas de sistemas DP,
trabalho a ser apresentação no 22º
Congresso Nacional de Transporte
Aquaviário, Construção Naval e Offshore, Rio
de Janeiro.

TANNURI, E.A., SAAD A., and MORISHITA H.


M. Offloading operation with a DP shuttle
tanker: comparison between full scale
measurements and numerical simulation
results. In:MCMC’2009 IFAC International
Conference on Manoeuvring and Control of
Marine Craft, 2009, Guarujá.
ZAKARTCHOUK Jr., A and MORISHITA, H.
M. A backstepping controller for dynamic
positioning of ships : numerical and
experimental resuslts for a shuttle tanker
model, In:MCMC’2009 IFAC International
Conference on Manoeuvring and Control of
Marine Craft, 2009, Guarujá.

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