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3)

ilAnw"wri avest
Advogados. Attomeys at Law Rechtsanwete

1, 2Roger Müller
lic. iur. Rechtsanwalt

3.4Simone Gessner Postfach 1171 / CH-8021 Zürich

MLaw Advogada
OAB/DF 35.181; OAB/MG 87.672
OA/PT 51197P

1Flavia Mattioz
MLaw

Miguel Martins
Treuhand
Fallnummer: 2018/418
Prozessnummer:
Ana Oliveira Dokument Nr.: 418.03
Sekretariat
Beilagen:
Klientschaft: GONCALVES, Shayen
Maria Helena Roth In Sachen: Homologação de alteração de gênero
Sekretariat
Datum: 20.12.2019
cc/

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Shayen Gonçalves, brasileira, nascida em 18.07.1996 na

lizdv
Bravest AG
Stampfenbachstrasse 138 8006 Zürich
P.O.Box 1171 8021 Zürich Switzerland
Tel. +41 / 44 212 00 40
Fax +41 / 44 212 00 39
www.bravest.ch
info@bravest.ch
cidade de Zurique, Suíça, filha de cidadãos brasileiros, portador do passaporte
brasileiro n° YC188296, residente na rua Birmendorfstrasse 222, 8003 Zurique
na Suíça, vem, por sua advogada infra-assinada, inscrita na Ordem dos
Advogados do Brasil sob os números 87.672 OAB/MG e 35.181 OAB/DF,
funcionária de empresa Bravest/AG - situada na rua Stampfenbachstrasse 138,
8006, Zurique, Suíça, respeitosamente, perante V.Exa., com fundamento no
artigo 105, inciso I, alínea i." da Carta Constitucional, bem como no artigo 961
e 963 do novo CPC, requerer a presente

Bravest' ist eine eingetragene Marke

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Anwâlte Advogados HOMOLOGAÇÃO DA SENTENÇA ESTRANGEIRA DE

'In der Schweiz zugelassen ALTERAÇÃO DE GÊNERO
Anwaltsregister Kanton Zürich

2Schweizerischer Anwaltsverband - SAV

International Bar Association - IBA

31n Brasilien zugelassen
Ordem de Advogados do Brasil - OAB
41n Portugal zugelassen
Ordem de Advogados de Portugal - OAP
proferida pelo Tribunal Regional de Zurique, na Suíça, que julgou procedente o
pedido de alteração de gênero do Requerente para que o mesmo seja
considerado do sexo FEMININO, e não mais do masculino, pelos motivos de
fato e de direito a seguir deduzidos:

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DOS FATOS

O Requerente nasceu em 18.07.1996 do sexo masculino, na

cidade de Zurique, na Suíça, filho de cidadãos brasileiros e não possui ainda a
cidadania suíça. A mãe do Requerente reside na Suíça desde 1986 e o pai do
Requerente também residia na Suíça na época de seu nascimento.

O Requerente nunca residiu no Brasil, mas é cidadão brasileiro

nato e teve o seu nascimento registrado no Consulado do Brasil em Zurique e
transcrito no Cartório de 1° Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais e
Jurídicas e Registro de Títulos e Documentos de Brasília - Cartório Marcelo
Ribas.

Aos 8 anos de idade o Requerente começou a ter problemas em

relação à aceitação de seu sexo e sua identidade. Estes problemas se
realçaram na escola, pois ele não queria mais ir à escola por causa das aulas
de educação física e natação, obrigatórias na Suíça. Ele não aceitava mais usar
o mesmo vestiário e banheiro dos meninos e nem das meninas, iniciando-se
assim uma crise de identidade no mesmo, que evitava ao máximo o contato
com outras crianças e uma convivência em sociedade.

Ao observar estas atitudes do Requerente sua genitora o levou

num psicólogo ficando rapidamente constatado um distúrbio de personalidade
e a tendência de transexualidade do mesmo.

Já aos 12 anos de idade o Requerente não se vestia mais como

um menino e sim como uma menina, era um transexual. Aos 15 anos de idade
foi iniciado um tratamento para inibição dos hormônios masculinos e ativação
de hormônios femininos, sempre acompanhado de tratamento psicológico e
psiquiátrico.

Em 26 de julho de 2018 o Requerente finalmente foi submetido

à cirurgia de redesignação sexual, necessidade constatada pelos seus
médicos. Cumpre ressaltar que a legislação suíça só permite a alteração de
sexo após a referida cirurgia.

Assim sendo, após a cirurgia, o Requerente finalmente pôde

apresentar um processo judicial para o reconhecimento legal da redesignação
de seu sexo, pedido este julgado procedente em 07 de janeiro de 2019, cuja
Petição Eletrônica protocolada em 15/01/2020 08:41:17

sentença transitou em julgado no mesmo dia e concedeu ao Requerente o

direito de ser qualificado como sendo do sexo FEMININO e não mais do
masculino.

DO NOME

Tendo em vista que o nome do Requerente pode ser usado para

ambos os sexos e que este nome nunca o incomodou, não houve nenhuma

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necessidade de alteração neste sentido, permanecendo com o nome Shayen

Gonçalves.

DO DIREITO

Como prevê o artigo 105, inciso I, alínea "j", da Constituição

Federal, introduzido pela Emenda Constitucional n° 45/04, além da resolução
n° 09/05, emitida pelo Presidente do Superior Tribunal de Justiça e artigos 961
e 963 do novo CPC, será de responsabilidade do Superior Tribunal de Justiça
a homologação de sentenças estrangeiras.

Note-se que na resolução acima citada traz, no artigo 5°, e

incisos assim como no artigo 963 do novo CPC, os requisitos imprescindíveis à
homologação da sentença estrangeira, que estão devidamente compreendidos
no pedido em questão, já que a legislação brasileira também reconhece o direito
de alteração de gênero aos transexuais.

DOS PEDIDOS

Assim, tratando de sentença estrangeira de redesignação de

gênero de um cidadão brasileiro, restando preenchidos os requisitos exigidos
pelo artigo 15 LICC, 5° da Resolução n° 9, da lavra do Excelentíssimo
Presidente desta emérita Corte e 963 do novo CPC, requer o Postulante, seja
HOMOLOGADA a referida sentença todos os seus termos, a fim de que
produza todos os efeitos de direito no Brasil, ou seja, que o sexo do Requerente
seja alterado para FEMININO ao invés de masculino.

Requer ao fim, conforme estabelecido na Instrução Normativa

11/2019 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), pela disponibilização da carta
de sentença por meio eletrônico, para o cumprimento da decisão estrangeira
homologada e devidas averbações de estilo.

Dá-se à causa o valor de 500,00 (quinhentos reais), para efeitos

meramente fiscais.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Petição Eletrônica protocolada em 15/01/2020 08:41:17

De Zurique para Brasília em 20 de dezembro de 2019

mir

Simone de Paul amaso Gessner

OAB/ F 35.181

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