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1. Primeiro Autor são graduandos em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rua Dom Manoel
de Medeiros, s/n, Recife, PE, CEP 52171-900.
2. Segundo Autor é Professora da disciplina de Prática do Ensino de Biologia Animal do Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife, PE, CEP 52171-900.
dependendo da espécie. Esse tipo de classificação, que
toma o ser humano como o centro de um sistema dos
valores, ignora o fato de que cada espécie apresenta seu
próprio hábito alimentar e ocupa um papel nas cadeias
alimentares. É possível supor que essa abordagem,
indiretamente, possa incentivar a matança das serpentes
tidas como nocivas.
Outro conceito impreciso e veiculado com o tema
consiste na aplicação do conceito de animal inofensivo
ao ser humano. As serpentes consideradas
classicamente como não-peçonhentas podem provocar
manifestações clínicas de envenenamento, Silva &
Buononato [9].
B. Avaliação metodológica
A análise mostrou a omissão preponderante de
conhecimentos relevantes, principalmente, entre livros
com apresentação em volume único.
Ao se realizar a análise do modo de abordagem dos
conteúdos, constatou-se que são raras as publicações
que contextualizam ou problematizam o conteúdo
abordado de modo a estimular o pensamento, o
raciocínio lógico, a análise crítica, a solução de
problemas e os aspectos lúdicos e multiculturais.
As abordagens freqüentes nos livros didáticos
analisados tornam difícil compreender o
comportamento das serpentes. Sendo assim, as
serpentes acabam sendo descritas com ênfase
morfológica e mostradas pela visão de senso comum
ocidental como nocivas, perigosas ao homem e que
devem ser mortas em qualquer encontro.
Agradecimentos
À professora Walma Guimarães pela orientação e
ajuda constantes para elaboração deste trabalho.
Referências
[1] FREITAG, B.; MOTTA, V. R. & COSTA, W. F. 1987. O
estado da arte do livro didático no Brasil. Brasília, INEP. 12p.
[2] BRASIL. 1998. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de
Saúde (Funasa). Manual de diagnóstico e tratamento de
acidentes por animais peçonhentos. Brasília. 131p.
[3] GIOPPO, C. 1999. O ovo da serpente: uma análise do
conteúdo de ofidismo nos livros didáticos de biologia do
ensino médio. Dissertação de Mestrado, Curso de Pós-
Graduação em Educação, USP, São Paulo.
[4] AMABIS, J. M. & MARTHO, G. R. 1997. Biologia dos
Organismos. São Paulo, Moderna, v. 2, 713p.
[5] LOPES, S. 1996. Bio. São Paulo, Saraiva, v. único, 560p.
[6] SILVA JUNIOR, C. & SASSON, S. 2007. Biologia. São Paulo,
Saraiva, v. único, 736p.
[7] PAULINO, W. R. 1998. Biologia. São Paulo, Ática, v. único,
551p.
[8] SOARES, J. L. 1998. Fundamentos de Biologia. São Paulo,
Scipione, v. 2, 332p.
[9] SILVA, M.V. & BUONONATO, M.A. 1983/84. Relato clínico
de envenenamento humano por Philodryas olfersii. São Paulo,
v. 47/48, 126p.
Tabela 1. Relação dos livros didáticos analisados e as respectivas escolas onde são adotados.
Autor Obra Escola
AMABIS & MARTHO [4] Biologia dos Organismos Grupo Atual de Educação Ltda (Recife-PE)
Escola Estadual Presidente Arthur da Costa e
LOPES [5] Bio
Silva (Recife-PE)
SILVA JUNIOR & SASSON [6] Biologia Colégio Educarte (Carpina-PE)
PAULINO [7] Biologia Escola Vencer (Recife-PE)
SOARES [8] Fundamentos de Biologia Colégio da Polícia Militar (Recife-PE)