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VI ENJIE

LIVRO DE RESUMOS

4 e 5 de fevereiro, 2022
ÍNDICE

Comunicações em paralelo ........................................................................ 5


Sexta, 4 de fevereiro 10h00 – 11h00 .......................................................................................................... 6

Sala B 1.36 ................................................................................................................................................ 7


Os coletivos feministas como um espaço de emancipação do conhecimento e de confronto ao
patriarcado colonial ................................................................................................................................ 8
Deslocalización en el sistema educativo español: hipótesis de la acción descentralizadora del
digitalismo .............................................................................................................................................. 9
Sala B 1.37 .............................................................................................................................................. 10
Imagens, para que vos quero? Uma revisão de literatura de tipo exploratório sobre imagens das
línguas e do outro de atores educativos .............................................................................................. 11
A cocriação de valor, pelo aluno do ensino superior politécnico português ....................................... 12
Sala B 1.39 .............................................................................................................................................. 13
Conceções e apreciações sobre as práticas do desenvolvimento emocional das crianças em idade
pré-escolar: questionário para educadores de infância ...................................................................... 14
Evidências do protagonismo de crianças nas aprendizagens em vivências de educação infantil ..... 16
Criação de um site para disponibilizar atividades psicomotoras através da estimulação precoce no
desenvolvimento da criança ................................................................................................................ 18
Sala B 1.40 .............................................................................................................................................. 19
Desenvolvimento curricular e ciência cidadã: caminhos cocriados .................................................... 20
O aluno como agente e cocriador dos processos de aprendizagem. Uma narrativa a partir da voz de
alunos de uma escola de 3.º ciclo do ensino básico da madeira ........................................................ 21
As múltiplas inteligências associadas ao escape room: estudo exploratório ...................................... 22
Sala B 1.41 .............................................................................................................................................. 23
Desafios e possibilidades do ensino de biodiversidade através do pensamento filogenético - projeto
de doutoramento .................................................................................................................................. 24
Por uma promoção da inclusão dos alunos migrantes africanos e brasileiros, na escola portuguesa25
O plurilinguismo nas políticas linguísticas educativas da união europeia: teoria ou prática? ............. 26

Sexta, 4 de fevereiro 14h30 – 15h30 ........................................................................................................ 27

Sala B 1.36 .............................................................................................................................................. 28


Bruna Mendes - Universidade de Évora; e Ângela Balça - Universidade de ÉvoraOnline and
Conventional mode of teaching and learning Business Mathematics using Gamification tool in Higher
Education ............................................................................................................................................. 28
Ensaios de transposição de narrativas textuais para plataformas digitais 2D e 3D aplicadas ao
ensino superior a distância .................................................................................................................. 30
Dos livros e da leitura à educação literária .......................................................................................... 32
Sala B 1.37 .............................................................................................................................................. 33
Promoção e educação para a saúde em meio escolar (PEpS-ME): das políticas (de saúde e
educação) às práticas .......................................................................................................................... 34
A educação para o empreendedorismo como fator de desenvolvimento económico e social e
propostas de mudança sustentáveis: Um estudo de caso no ensino superior em Timor-Leste......... 35
Caracterização do Aconselhamento no Luto: uma revisão sistemática da literatura.......................... 37
Sala B 1.39 .............................................................................................................................................. 39
Espero, Acredito em Mim e Adapto-me: A Relação Entre Expetativas Académicas, Autoeficácia e
Adaptação ao Ensino Superior ............................................................................................................ 40
Shadow education in China ................................................................................................................. 41
Crenças sobre retenção escolar: a sua posição no sistema de crenças psicopedagógicas dos
professores .......................................................................................................................................... 42
Sala B1.40 ............................................................................................................................................... 44
A estética e a produção de imagens fotográficas na educação pré-escolar ....................................... 45
Crianças e infância no brasil: experiências sociais em contexto intercultural ..................................... 46
Hacia el hermanamiento: educação plurilingue e intercultural no contexto fronteiriço luso-espanhol 47
Sala B 1.41 .............................................................................................................................................. 49
O lugar da poesia na sala de aula ....................................................................................................... 50
Experiências socioculturais e ao ar livre de uma infância urbana contemporânea: a tradição local de
saltar no rio Douro ............................................................................................................................... 51
Ser professor hoje, a pensar no amanhã. Um estudo de caso ........................................................... 52

Sábado, 5 de fevereiro 10h00 – 11h00 ..................................................................................................... 53

Sala B 1.37 .............................................................................................................................................. 54


Ofertas educativas no secundário, acesso à universidade e mobilidade social ................................. 55
Proposta de percurso da sustentabilidade do smart knowledge garden: criando conexões entre
espaços e disciplinas ........................................................................................................................... 57
Sala B 1.39 .............................................................................................................................................. 58
Influências de modelos administrativos nos modelos de formação no contexto da administração
pública federal brasileira: um estudo exploratório no âmbito do instituto nacional do seguro social.. 59
Políticas do envelhecimento ativo e saudável em meios desfavorecidos ........................................... 60
O caso da Norte-Saúde: avaliação da formação orientada para o controlo ou para a emancipação?
............................................................................................................................................................. 61
Sala B 1.40 .............................................................................................................................................. 62
Avaliação (na e) para a cooperação internacional do programa educativo cartas com ciência - rumo à
ciência inclusiva ................................................................................................................................... 63
História da ciência em projetos STEAM: contribuições possíveis....................................................... 65
O ensino e a aprendizagem de Matemática em cenário de pandemia da COVID-19. Breves
considerações acerca da experiência em escolas públicas do Distrito Federal, Brasil ...................... 66
Sala B 1.41 .............................................................................................................................................. 67
Perceções sobre a supervisão de estágio na formação inicial de professores em Angola ................ 68
Formação inicial docente: preparação de educadores e professores para o envolvimento da família
............................................................................................................................................................. 69
Desenvolvimento profissional docente e os processos de inovaçao pedagogica em sala de aula:
desafios para os professores no seculo XXI ....................................................................................... 71

Pósteres ..................................................................................................... 73
A influência do meio socioeconómico no rendimento escolar: um estudo de caso ............................ 74
Análise dos financiamentos em formação avançada na área de Ciências da Educação, - comparativo
2018-2019/2020-2021 ......................................................................................................................... 75
The impact of motivational variables on body image on fitness practitioners ..................................... 76
Perceções de alunos dos 1.º e 2º ciclos sobre alterações climáticas, através da sua identificação e
melhoria com recurso a atividades promotoras de literacia ambiental ............................................... 77
Educação de adultos e a promoção da participação cívica e social nas universidades seniores ...... 78
Docência na educação profissional: entre a formação didático-pedagógica e o desenvolvimento
profissional ........................................................................................................................................... 79
Género, Sexualidade e Escola: Uma Revisão da Literatura sobre os Impactos Identitários
Decorrentes dos Discursos Estruturais Hegemónicos ........................................................................ 80
Potencialidades, limitações e desafios dos normativos para a supervisão de estágios na formação
inicial de professores em angola ......................................................................................................... 82
“Partilhas além Fronteiras”: uma iniciativa de comunicação de ciência aberta à comunidade, em
educação de infância ........................................................................................................................... 83
A formação inicial/continuada através do i seminário internacional de educação inclusiva com a
temática do pensamento computacional ............................................................................................. 84
A integração do mindfulness na prática de ensino no 1ºciclo do ensino básico ................................. 85
A história que na história não consta: Um livro de História para contar as trajetórias e narrativas das
pessoas com deficiências .................................................................................................................... 86
In-season Internal Load and Wellness Variations in Professional Women Soccer Players:
Comparisons Between Playing Positions and Status .......................................................................... 87
Desenvolvimento do pensamento crítico e criativo no ensino superior: proposta de um programa de
formação didático-pedagógica para docentes em Angola .................................................................. 89
Comunicações em paralelo

5
Sexta, 4 de fevereiro
10h00 – 11h00

6
Sala B 1.36

MODERADOR: Sara Lopes

48 – Os coletivos feministas como um espaço de emancipação do conhecimento: a agência política das


mulheres em confronto ao patriarcado colonial
Kenia Silva - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto; e Maria José
Magalhães - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto

68 - Deslocalización en el sistema educativo español: hipótesis de la acción descentralizadora del


digitalismo
Javier Ignacio González Jorge - IES Jordi de Sant Jordi / Universitat de València

7
Os coletivos feministas como um espaço de emancipação do
conhecimento e de confronto ao patriarcado colonial

Kenia Silva
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
keniadrica@hotmail.com

Maria José Magalhães


Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
mjm@fpce.up.pt

A pesquisa foi realizada no âmbito do Mestrado em Ciências da Educação, realizado entre 2018 e 2020 em
Portugal, e construída a partir das epistemologias do Sul e feministas. A produção bibliográfica teve como
os/as principais autores/as Santos & Meneses (2009), Harding (1996) e Lugones (2014). O objetivo consistiu
em revelar as dominações e opressões sofridas pelas mulheres dos territórios coloniais, na
interseccionalidade entre raça, género, classe, etnia e território, buscando possibilitar uma reflexão sobre
como os movimentos feministas decoloniais enfrentam o patriarcado colonial e assume-se como sujeito de
história ao dar visibilidade e lugar de fala às mulheres há tanto tempo subalternizadas. A metodologia, de
natureza qualitativa, inserido no paradigma pós moderno, consistiu em entrevistas semiestruturadas a partir
de um guião que foi construído mediante reflexões sobre a importância da desconstrução do paradigma
europeu de conhecimento racional e da desconstrução da epistemologia hegemónica e excludente, indo ao
encontro de uma ciência contra-hegemónica e de uma epistemologia interseccional, que legitima outros
saberes e que se opõe aos diversos tipos de exclusões. Assim, foram realizadas quatro entrevistas com
mulheres de movimentos feministas de perspectiva decolonial. Após, para a realização da análise dos dados,
recorreu-se à análise de conteúdo na perspetiva de Bardin (2011), optando pela análise temática para a
interpretação das entrevistas. De acordo com as análises realizadas, foi possível constatar informações
importantes para compreender como os coletivos feministas criam novas configurações de conhecimento de
confronto ao patriarcado colonial. Foi identificado que os movimentos feministas decoloniais produzem
conhecimentos nascidos na própria luta, de forma interseccional, a partir de um processo emancipatório.
Nesse processo as mulheres se empoderam diante da atuação que exercem, na busca de libertar,
simbolicamente, os/as seus/suas ancestrais de todas as violências e opressões sofridas pela colonização e
pela colonialidade, evidenciando que foram e que são sujeitos históricos, protagonistas de lutas e resistências.

Palavras-chave: Agência Política. Patriarcado Colonial. Movimentos Feministas. Conhecimentos


Emancipatórios. Decolonialidade.

Referências Bibliográficas

Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. Edições 70.

Harding, S. (1996). Ciência e Feminismo. Ediciones Morata.

Lugones, M. (2014). Rumo a um feminismo descolonial. Estudos Feministas, 22, 3, 935-952.


https://doi.org/10.1590/%25x

Santos, B. de S. & Meneses, M. P. (2009). Epistemologias do Sul. Cortez.

8
Deslocalización en el sistema educativo español: hipótesis de la acción
descentralizadora del digitalismo
Javier Ignacio González Jorge
IES Jordi de Sant Jordi / Universitat de València
javier_gonzalez_jorge@hotmail.com

Existen varias fuerzas que, desde distintos ámbitos de las administraciones públicas, están confluyendo en
una traslación del proceso formativo del estudiantado español, desde las escuelas e institutos (y algunas
facultades) hacia otros lugares fuera del dominio de las y los profesionales de la enseñanza. Esta fuerza
centrífuga va a parar, en un primer estadio, al ámbito empresarial, resolviéndose en tutelas más o menos
efectivas, centradas en el pragmatismo y la particularidad de la casuística propia. En una segunda fase, las
empresas generan sus propios programas formativos que certifican y prestigian gracias a la inundación de su
marca en el mercado de herramientas digitales que el sistema educativo “tradicional” va adoptando de manera
acrítica. En una tercera oleada, los individuos son quienes aportan la infraestructura necesaria para el
teletrabajo y la teleformación para, en un momento posterior, alcanzar la deslocalización completa en lo que
parece ser la solución digital al gran problema ecológico para la continuidad del capitalismo: el metaverso.
En este artículo, pretendo plantear algunos argumentos acerca de la metodología del digitalismo para
conseguir alcanzar la centralidad y notoriedad de la que goza, tanto en la esfera institucional, como en el
mercado global.
Este “método”, estaría basado en la descentralización de la acción, transversalizándola, atomizándola, donde
puede dejarse sin efecto la potestad de profesionales, academias, instituciones e incluso gobiernos. Esta
suerte de “toyotismo radical” conduce a un desmantelamiento de estos lugares vaciándolos de “acción” sobre
los procesos que les confieren su sentido e identidad.
En este artículo propongo un análisis crítico del discurso de algunos de los programas y planes
gubernamentales en materia educativa del estado español, tales como el programa Erasmus+ o la FP Dual.
También algunos programas de formación del profesorado en materia de educación digital y el Plan de Acción
de Educación Digital (2021-2027) de la Comisión Europea, entre otros.
La intención metodológica de este artículo es contraponer estos postulados con los rasgos fundamentales del
sistema educativo español, desde las diferentes perspectivas ideológicas que lo han ido conformando,
explicando sus contradicciones, hasta la deriva actual, en el liberalismo postmoderno, marco ideológico del
digitalismo. Asimismo, quiero demostrar la relación entre estas iniciativas con la última tendencia: los
metaversos, como ejemplo del fenómeno de “descentralización”, aportando algunas referencias publicadas
en cabeceras digitales.
El análisis del discurso está encuadrado en la sociología de la cultura y de la educación, entre otras disciplinas
afines, a través de autores como Giroux, Garcés y Archer, entre otras referencias.

Palabras clave: digitalismo; sistema educativo español; educación digital; metaverso; descentralización

Referencias

González, A.M (ed.): Margaret S. Archer sobre cultura y socialización en la Modernidad Tardía. Pamplona.
Ed. Astrolabio. 2015.

Giroux, H: Cultura, política y práctica educativa. Barcelona. Ed. Graó. 2001.

Giroux, H y Mc Laren, P: Sociedad, cultura y educación. Ed. Niño y Dávila. 1998

Garcés, M : Escuela de aprendices. Barcelona. Ed Copérnico. 2020.

Mifsud, E: Bones pràctiques TIC. Ed Generalitat Valenciana. 2021.

Programa Erasmus+ de la Comunitat Valenciana.

Plan de acción de Educación Digital (2021-2027) de la Comisión Europea.

Programa de Formación profesional Dual en la Comunitat Valenciana.


9
Sala B 1.37

MODERADOR: Romain Gillain

49 - Imagens, para que vos quero? Uma revisão de literatura de tipo exploratório sobre imagens das línguas
e do outro de atores educativos
Sara Santos - Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores -
Universidade de Aveiro

76 - A cocriação de valor, pelo aluno do ensino superior politécnico português


Carla Fonseca - UEx; Montserrat Díaz Méndez – Uex; e María José Quero Gervilla - Universidad de
Malaga

10
Imagens, para que vos quero? Uma revisão de literatura de tipo
exploratório sobre imagens das línguas e do outro de atores educativos

Sara Santos
Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores - Universidade de Aveiro
sara.tavares.santos@ua.pt

Os movimentos migratórios e a globalização potenciaram os contactos entre pessoas com diferentes línguas
e culturas, levando a desafios na convivência pela complexidade de diferentes realidades em contacto
(Oliveira, 2020), nomeadamente ao nível das imagens que os sujeitos têm das línguas e do Outro (Faneca et
al., 2018). Enquanto conceito da Didática de Línguas, as imagens entendem-se como formas de compreender
o mundo que são influenciadas pelos percursos individuais e sociais dos sujeitos e que podem influir no
processo de aprendizagem de línguas, bem como nos contactos que se estabelecem (ou evitam) com as
línguas e os indivíduos de diferentes culturas (Araújo e Sá et al., 2019; Castellotti et al., 2001; Melo-Pfeifer &
Pinto, 2009).
A presente revisão de literatura de tipo exploratório surge, assim, no âmbito de um projeto de doutoramento
na área das imagens, tendo sido definidos os seguintes objetivos: i) identificar as imagens das línguas e do
Outro dos diferentes atores educativos e ii) analisar o impacte das mesmas nas interações e contactos
linguísticos e interculturais desses mesmos indivíduos. Para tal, foram consultadas três bases de dados
(Scopus, ERIC e SciELO) e selecionado um corpus de 12 artigos dos últimos 10 anos de diferentes países,
que foram analisados de acordo com as seguintes categorias de análise emergentes: imagens dos alunos,
imagens dos professores, imagens dos futuros professores e imagens da restante comunidade.
Os principais resultados sugerem que os alunos e os futuros professores associam a língua a um instrumento
e a aprendizagem das mesmas a poder económico e estatuto social. No que concerne às imagens dos
professores, estas estão relacionadas com dificuldades na interação com alunos de diferentes culturas. Na
restante comunidade, existe uma imagem do Outro enquanto sujeito distante, numa dicotomia nós/eles
provocada por i) falta de contactos pessoais diretos com outras culturas, ii) contactos prévios não satisfatórios
e/ou iii) influência dos media. Considerando estes resultados, surge a necessidade de investir na cocriação
para o estabelecimento de pontes entre os diferentes espaços (escola, academia, media) e atores educativos
(professores, alunos, futuros professores) com vista a promover uma sensibilização à diversidade linguística
e cultural a partir de e para a sociedade.

Palavras-chave: imagens das línguas e do Outro, diversidade linguística e cultural, revisão de literatura de
tipo exploratório.

Referências

Araújo e Sá, M. H., Basílio, D., Gonçalves, M., Melo-Pfeifer, S., Monteiro, A. C., Pinto, S., Schmidt, A.,
Simões, A. R., & Soares, L. V. (2019). Imagens das línguas em contextos de educação e formação:
Itinerários da investigação. Cadernos do LALE, Série Reflexões, n.o9. Universidade de Aveiro.
https://ria.ua.pt/handle/10773/27362

Castellotti, V., Coste, D., & Moore, D. (2001). Le proche et le lointain dans les représentations des langues
et de leur apprentissage. In D. Moore (Ed.), Les représentations des langues et de leur apprentissage.
Références, modèles, données et méthodes (pp. 101–131). Collection Crédif-Essais, Didier.

Faneca, R. M., Araújo e Sá, M. H., & Melo-Pfeifer, S. (2018). Les langues et cultures d’origine vues par les
enseignants au Portugal. Recherches En Didactique Des Langues et Des Cultures, 15(3), 1–19.
https://doi.org/10.4000/rdlc.3727

Melo-Pfeifer, S., & Pinto, S. (2009). Évolution des images du FLE à l’université : une étude de cas au
Portugal. L’Alsace Au Cœur Du Plurilinguisme, 6(1), 1–14. https://doi.org/doi.org/10.4000/rdlc.2112

Oliveira, C. R. (2020). Indicadores de integração de imigrantes: Relatório estatístico anual. Imigração em


números - Relatórios anuais.
https://www.om.acm.gov.pt/documents/58428/383402/Relatório+Estatístico+Anual+2020+-
+Indicadores+de+Integração+de+Imigrantes/472e60e5-bfff-40ee-b104-5e364f4d6a63

11
A cocriação de valor, pelo aluno do ensino superior politécnico
português

Carla Fonseca
UEx
cborralhi@alumnos.unex.es

Montserrat Díaz Méndez


UEx

María José Quero Gervilla


Universidad de Malaga

A cocriação de valor está cada vez mais presente em pesquisas e nos mais variados contextos, sendo uma
ferramenta fundamental para a aquisição de maior qualidade na prestação de serviços tais como o ensino.
O serviço educativo tem vindo atrair a atenção devido à crescente competição entre as instituições de ensino
superior para atrair estudantes (Díaz-Méndez & Gummesson, 2012), tornando-se cada vez mais necessário
a este setor, adotar estratégias de gestão de marketing que proporcionem valor acrescentado aos alunos.
Nesse sentido, o estudo procurou analisar o processo da cocriação de valor na entrega do serviço educativo,
por forma a dotar as instituições de conhecimento para uma melhor gestão, (Ventura, Quero, e Díaz-Méndez,
2020), e permitindo alcançar vantagem competitiva para uma eficiente captação público.
Uma vez que sempre que o cliente se envolve num processo de compra é considerado cocriador de valor
(Vargo & Lusch, 2004; 2008; 2017), e identificando-se neste meio a presença de diversos atores, tais como
alunos, professores, colaboradores e até mesmo a própria instituição e o meio em que esta se insere, é certo
que estão reunidas condições para que com a colaboração de todos e partilha mútua, pela aplicação da
cocriação de valor, se proporcionem melhores resultados aos atores evolvidos.
O estudo empírico adotou a metodologia de um estudo de caso, recorrendo-se à aplicação de inquéritos a
alunos e docentes das instituições de ensino superior politécnico localizadas na linha mais interior de Portugal
Continental, para assim compreender a interação entre aluno e docente e instituição, já que esta interação é
o motor gerador de benefícios para ambos os atores envolvidos no processo, bem como para a instituição.
Tal situação pretendia ir de encontro com o já abordado na literatura, onde Prahalad e Ramaswamy, (2004)
defendem que a interação surgirá pelo processo de cocriação de valor.
De forma global estudo revela que a aluno e o docente atuam já na cocriação de valor no encontro do serviço,
no entanto de forma voluntária e sem qualquer orientação, o que pode não ser suficiente para as instituições
de ensino superior politécnico, verificando-se desta forma um desaproveitamento de esforços.

Palavras-chave: cocriação de valor, inovação organizacional, ensino superior politécnico.

Referências

Díaz-Méndez, M. & Gummesson, E. (2012). Value Co-Creation and University Teaching Quality:
Consequences for the European Higher Education Area (EHEA). Journal of Service Management, 23,
571-592.

Prahalad, C. & Ramaswamy, V. (2004). Co-Creation Experiences: The Next Practice in Value Creation.
Journal of Interactive Marketing, v.18, n.3, p.5-14.

Vargo, S. L., & Lusch, R. F. (2017). Service-dominant logic 2025. International Journal of Research in
Marketing, 34(1), 46–67.

Ventura, R., Quero, M.J. & Díaz-Méndez, M. (2020). The role of institutions in achieving radical innovation.
Marketing Intelligence & Planning, 38(3), 310-324.

12
Sala B 1.39

MODERADOR: Marina Rodrigues

27 - Conceções e apreciações sobre as práticas do desenvolvimento emocional das crianças em idade pré-
escolar: questionário para educadores de infância
Ana Fernandes - ISPA - Instituto Universitário; CIE – ISPA; Lourdes Mata - ISPA - Instituto
Universitário; CIE – ISPA; e Francisco Peixoto ISPA - Instituto Universitário; CIE - ISPA

56 - Evidências do protagonismo de crianças nas aprendizagens em vivências de educação infantil


Laércio Francesconi - Professor da rede Pública Municipal de Ijuí – Brasil; Rosa Branca Tracana -
ESECD - IPG - CI&DEI; e Maria Cristina Pansera de Araújo - Unijui – Brasil

55 - Criação de um site para disponibilizar atividades psicomotoras através da estimulação precoce no


desenvolvimento da criança
Mirian Vale - Universidade Federal Fluminense – CMPDI; Ruth Braz - Universidade Federal Fluminense
– CMPDI; e Sérgio Pinto Universidade Federal Fluminense - CMPDI

13
Conceções e apreciações sobre as práticas do desenvolvimento
emocional das crianças em idade pré-escolar: questionário para
educadores de infância

Ana Fernandes
ISPA - Instituto Universitário; CIE – ISPA
ana_rita_fernandes_@hotmail.com

Lourdes Mata
ISPA - Instituto Universitário; CIE – ISPA
lmata@ispa.pt

Francisco Peixoto
ISPA - Instituto Universitário; CIE - ISPA
fpeixoto@ispa.pt

Dar voz aos Educadores de Infância (EI) é fundamental para conhecer as suas conceções e
compreender a necessidade de intervenção naquele que é o seu principal propósito: a promoção
do desenvolvimento da criança, nos diferentes domínios e processos de aprendizagem (Cardona,
2008).

O objetivo do nosso estudo é criar uma ferramenta de investigação que permita conhecer: a) as
conceções e crenças de autoeficácia dos EI no que diz respeito ao desenvolvimento emocional (DE)
da criança em idade pré-escolar; b) as competências que procuram promover na sua prática
(atividades e emoções abordadas e monitorização do seu desenvolvimento); c) as dificuldades
sentidas na sua prática educativa e a avaliação que fazem da sua formação inicial nesta área.

Este estudo utilizou um método misto do tipo exploratório sequencial (Creswell, 2015). Na primeira
fase, já concluída, foram realizadas entrevistas qualitativas semiestruturadas a 16 EI até existir
saturação de respostas. A análise de dados foi realizada com recurso ao software MAXQDA 2022
para a criação de categorias de análise (Kuchartz & Radiker, 2019). Na segunda fase, os resultados
qualitativos das entrevistas serviram de base à construção de itens para obter um questionário que
permitisse chegar a um número alargado de profissionais. Com base na teoria de Bandura (Bandura,
2006) criou-se uma escala de autoeficácia procurando caracterizar o grau de confiança que os EI
sentem quando promovem o DE das crianças.

Na fase em que nos encontramos, o questionário está a ser testado junto de especialistas na área
do DE, de forma a validar a clareza e adequação dos itens às respetivas dimensões.

Na próxima fase, as questões serão colocadas na plataforma QUALTRICS para facilitar a recolha
de informação junto de EI que exerçam a sua profissão em Portugal. Posteriormente será avaliada
a fiabilidade e validade do instrumento através de análise fatorial (Marôco, 2014).

No final do estudo pretendemos caracterizar, a nível nacional, as conceções e apreciações dos EI,
sobre as suas práticas, no que concerne ao desenvolvimento emocional das crianças em idade pré-
escolar.

Esta comunicação abordará os objetivos específicos do questionário, a aplicar a EI, fundamentando


a sua estrutura e apresentando a versão que será debatida com especialistas na área.

Palavras-chave: Conceções, Educadores, Questionário, Desenvolvimento Emocional, Educação


Pré-escolar

14
Referências Bibliográficas

Bandura, A. (2006). Guide for constructing self-efficacy scales. In F. Pajares & T. Urdan (Eds.), Self-efficacy
beliefs of adolescents (Vol. 5, pp. 307-337). Information Age Publishing

Cardona, M. J. (2008). Para uma pedagogia da educação pré-escolar: fundamentos e conceitos.


Estudos de Natureza Educacional, 8, 13– 34

Creswell, J. (2015). A concise introduction to mixed methods research. SAGE Publicacion

Kuchartz, U., & Radiker, S. (2019). Analyzing qualitative data with MAXQDA. Springer

Marôco, J. (2014). Análise de equações estruturais: Fundamentos teóricos, software e aplicações.


ReportNumber

15
Evidências do protagonismo de crianças nas aprendizagens em
vivências de educação infantil

Laércio Francesconi
Professor da rede Pública Municipal de Ijuí – Brasil
laerciofrancesconi12@gmail.com

Rosa Branca Tracana


ESECD - IPG - CI&DEI
rtracana@ipg.pt

Maria Cristina Pansera de Araújo


Unijui – Brasil
pansera@unijui.edu.br

O trabalho resulta de uma pesquisa de mestrado com o objetivo de evidenciar o protagonismo infantil
de crianças de 5 e 6 anos de idade, matriculadas em uma turma de Pré 2 da Educação Infantil, numa
escola da rede municipal de Ijuí/RS, Brasil. Objetivou-se analisar os registros da atuação das crianças
como sujeitos protagonistas do processo de aprendizagem, conforme as vivências propiciadas com
e pelos professores da turma. A investigação qualitativa e observacional foi fundamentada em Rinaldi
(2018); Proença (2019), Friedman (2020) e Carvalho (2021), entre outros autores. O processo
investigativo constituiu-se da análise das vivências da Educação Infantil propiciadas pela colaboração
entre crianças e professores, no espaço escolar, desde as observações registradas em desenhos,
painéis, decorações, vídeo-gravações, fotos e no diário de bordo do professor pesquisador das
atividades realizadas. Todo este material constituiu a documentação pedagógica, compartilhada com
os pais, e que fundamentou as análises. As reflexões diárias registradas no diário de bordo
propiciaram ao professor pesquisador e a regente da turma avaliar e (re) planejar a sua prática
educativa com as crianças, desde as mini-histórias produzidas, que propiciaram repensar as
necessidades e as continuidades do percurso pedagógico. O material foi transcrito e estudado, a
partir da Análise Textual Discursiva (ATD) de Moraes e Galiazzi (2016), com fragmentação,
categorização e desenvolvimento do metatexto para compreensão do tema. Percebemos que o
espaço e ambiente escolar parecem ser um só, mas o ambiente é a modificação do espaço, que
ocorre pela intervenção dos sujeitos envolvidos, que o alteram ao aprender e interferir nas propostas
das professoras questionando e reconstruindo a organização. Trata-se de explorar as contribuições
das crianças nas suas falas a fim de proporcionar a compreensão e teorização sobre descobertas e
assuntos do seu interesse acerca do que a rodeia tanto no ambiente de casa como na escola. As
mini-histórias, embora constituídas por uma sequência fotográfica e uma narrativa, trazem mais
detalhes dos momentos em que ocorrem as aprendizagens das crianças, ao constituir um processo
que serve para intensificar os questionamentos sobre as práticas pedagógicas e propiciar reflexões
aos professores para melhorá-las.

Palavras-chave: Participação Infantil, Espaço e Tempo na Educação Infantil.

Referências

CARVALHO, Rodrigo Saballa de. Crianças, coleções e Arte Contemporânea na pré- escola. In:
CARVALHO, Rodrigo Saballa de. CUNHA, Suzana Rangel Vieira da. Arte contemporânea e docência
com crianças: inventários educativos. Porto Alegre: Zouk, 2021.

FRIEDMANN, Adriana. A vez e a voz das crianças: escutas antropológicas e poéticas das infâncias. São
Paulo: Panda Books, 2020.

MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. Análise textual discursiva. 3. ed. ampl. rev. Ijuí: Ed. UNIJUÍ, 2016.

16
PROENÇA, Maria A. Prática docente: a abordagem de Reggio Emilia e o trabalho com projetos, portfólios e
redes formativas- São Paulo: Panda Educação, 2018.

RINALDI, Carla. Diálogos com Reggio Emilia: escutar, investigar e aprender. Traduzido por Ana Cury. Rio
de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, [2018]. Tradução de: In dialogue with Reggio Emilia.

17
Criação de um site para disponibilizar atividades psicomotoras através
da estimulação precoce no desenvolvimento da criança

Mirian Vale
Universidade Federal Fluminense - CMPDI
mirianrenata06@gmail.com

Ruth Braz
Universidade Federal Fluminense - CMPDI
ruthmariani17@gmail.com

Sérgio Pinto
Universidade Federal Fluminense - CMPDI
crespo.sergio@gmail.com

A relação durante o brincar representa o cotidiano da infância, carregando dentro de si muitas aprendizagens
e possibilidades para a promoção integral das crianças. Ao considerar as relações e a brincadeira entre elas
com os seus pares, é possível distinguir, por exemplo, a exteriorização dos sentimentos, a mediação dos
desencantos, a solução de confrontos e a estruturação das emoções. Com isto, esta pesquisa desenvolvida
no mestrado tem como objetivo catalogar atividades psicomotoras a fim de possibilitar a estimulação precoce
com as crianças na educação infantil. Para tanto, utilizamos uma pesquisa qualitativa e exploratória
objetivando criar um site no modelo de repositório digital com o propósito de organizar e disponibilizar
conhecimentos que devem ser repassados aos docentes que atuam na educação infantil visto que este
profissional exerce grande influência no desenvolvimento da criança. Pensando na importância da educação
psicomotora, o presente trabalho criou um repositório com propostas pedagógicas que possam auxiliar na
prática docente com informações pertinentes à psicomotricidade. Através de um questionário aplicado aos
professores, pretendeu-se conhecer a opinião deles sobre o material elaborado, para em seguida aprimorar
o site. O estudo se utilizou de uma pesquisa bibliográfica para elaboração da catalogação dos materiais.
Esperamos que os resultados venham contruir para a melhoria do atendimento das crianças com Transtorno
do Desenvolvimento da Coordenação. Concluímos que o site auxiliará os docentes nas pesquisas e na
colaboração das diversas atividades psicomotoras para uma prática eficaz.

Palavras-chave: Atividades psicomotoras, práticas pedagógicas, estimulação precoce, educação infantil

Referências

Brasil. (1998). Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Referencial


Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF.

Fonseca, V. da. (2012). Manual de Observação Psicomotora: Significação Psico neurológica dos Fatores
Psicomotores. Rio de Janeiro: 2ª edição - Wak Editora

Heywood, C. (2004). Uma história da infância: da Idade Média à época contemporânea no Ocidente. Porto
Alegre: Artmed.

Kishimoto, T. M. (2011). Jogo, brinquedo, brincadeira e a Educação. 14 ed. São Paulo: Cortez.

Magill, R. A. (2000). Aprendizagem Motora: Conceitos e Aplicações São Paulo – Blucher.

18
Sala B 1.40

MODERADOR: Maria João Santos

10 - Desenvolvimento curricular e ciência cidadã: caminhos cocriados


Adérita Fernandes - Universidade da Madeira; e Fernando Correia - Universidade da Madeira

13 - O aluno como agente e cocriador dos processos de aprendizagem. Uma narrativa a partir da voz de
alunos de uma escola de 3.º ciclo do ensino básico da Madeira
Sofia Silva - Universidade da Madeira; e Nuno Fraga - Universidade da Madeira

77 - As múltiplas inteligências associadas ao escape room: estudo exploratório


Kamilla Katinllyn Fernandes dos Santos - Universidade do Minho; Fernando Fraga de Azevedo -
Universidade do Minho; e Verônica Maria de Araújo Pontes - Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Rio Grande do Norte

19
Desenvolvimento curricular e ciência cidadã: caminhos cocriados

Adérita Fernandes
Universidade da Madeira
aderitacristinafernandes@gmail.com

Fernando Correia
Universidade da Madeira
fernandoc@staff.uma.pt

A relevância e pertinência de pensar os futuros da educação apontam, natural e necessariamente, para as


questões emergentes da ciência cidadã e cocriação, numa relação simbiótica e biunívoca. Os princípios e
fundamentos subjacentes aos projetos e iniciativas no âmbito da ciência cidadã implicam que as crianças e
alunos, ao longo da sua escolaridade, tenham oportunidade de desenvolver conhecimentos, capacidades e
atitudes que lhes permitam tomar decisões fundamentadas sobre questões naturais, sociais e éticas,
revelando uma capacidade de participação cívica, ativa, consciente e responsável.
Neste sentido, o paradigma da Ciência Cidadã desafia a escola a operar uma renovação formativa e
metodológica no domínio do ensino-aprendizagem, que deverá privilegiar um modelo de colaboração e
cocriação congruente com um modelo multidisciplinar de aprendizagem, assente em princípios de qualidade,
autonomia, inclusão, equidade e (co)construção do conhecimento. Esta renovação, além de considerar as
questões organizacionais, políticas, curriculares, económicas, tecnológicas e sociais, centra-se nas práticas
pedagógicas, através da valorização do desenvolvimento de competências complexas.
Por seu turno, pensar as práticas pedagógicas implica obrigatoriamente refletir sobre a formação de
professores e o seu papel transformador. A tese de doutoramento em curso visa investigar de que forma os
Educadores de Infância e Professores do 1.º CEB constroem a sua identidade profissional, a partir de uma
formação comum – o Mestrado em Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Pretende-
se, através de um estudo de caso e das vozes de quem já exerceu nos dois grupos de recrutamento,
compreender a influência desta formação conjunta ao nível da construção da identidade profissional. Ora, um
dos princípios comuns a ambos os profissionais é, indubitavelmente, o compromisso com a aprendizagem,
sendo o desenvolvimento curricular, em ambos os níveis educativos, convergente para a construção de um
perfil de aluno que vá ao encontro da aquisição de ferramentas indispensáveis para o exercício da cidadania
plena, ativa e criativa.
A construção da identidade profissional docente alinhada com os princípios da educação do século XXI,
reflete, além da formação individual do docente enquanto pessoa, as suas competências profissionais.
Pretende-se, desta forma, refletir de que forma os docentes se apropriam das políticas de flexibilidade na
gestão do currículo, enquanto ferramentas criadoras de possibilidades nas práticas pedagógicas,
promovendo, a criação de contextos inclusivos de participação ativa em torno da ciência cidadã e cocriação.

Palavras-chave: ciência cidadã; formação de professores; identidade profissional; currículo; práticas


pedagógicas

Referências Bibliográficas

Alves, S., Madanelo, O. & Martins, M. (2019). Autonomia e Flexibilidade Curricular: caminhos e desafios na
ação educativa. Gestão e Desenvolvimento, 27, 337-362.
https://doi.org/10.7559/gestaoedesenvolvimento.2019.387

Cosme, A. (2018). Autonomia e Flexibilidade Curricular. Propostas e estratégias de ação. Porto Editora.

Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania. (2017). DGE/Ministério da Educação.

Martins, G., Gomes, C., Brocardo, J., Pedroso, J,. Carrillo, J., Silva, L., Encarnação, M., Horta, M., Calçada,
M., Nery, R., & Rodrigues, S. (2017). Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Ministério
da Educação/Direção-Geral da Educação.

Morgado, J. (2005). Currículo e Profissionalidade Docente. Porto Editora


20
O aluno como agente e cocriador dos processos de aprendizagem. Uma
narrativa a partir da voz de alunos de uma escola de 3.º ciclo do ensino
básico da madeira

Sofia Silva
Universidade da Madeira
sofia.silva@staff.uma.pt

Nuno Fraga
Universidade da Madeira
nfraga@staff.uma.pt

Considerando o pensamento de Dale (2004), sobretudo o que enquadra a Agenda Globalmente Estruturada
para a Educação, parece ficar explícito uma alteração de paradigma que tem vindo a forçar os Estados a
reconfigurarem a sua ação no espaço nacional e transnacional. Neste cenário, a educação assume o papel
de uma variável dependente do projeto de desenvolvimento global que edifica a sua ação num triplo enfoque
que correlaciona os sistemas económico, político e cultural, a partir dos quais importa responder às seguintes
questões: a quem é ensinado o quê, como, por quem e em que circunstâncias?; como, por quem e através
de que estruturas e processos são definidas e governadas?; quais as consequências sociais e individuais
destas estruturas e destes processos?
Perante a incerteza, complexidade e ambiguidade da sociedade pós-moderna (Lipovetsky & Charles, 2018),
fruto da globalização, da competitividade e do acelerado desenvolvimento tecnológico, é urgente preparar os
alunos para empregos que ainda não foram criados, para tecnologias que ainda não foram inventadas e para
a resolução de problemas que ainda não se conhecem, pelo que se torna essencial refletir sobre os
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários (OCDE, 2016).
A escola enquanto organização assume-se, por um lado, como lugar de prática, e por outro, como lugar de
reprodução normativa, não sendo por isso um espaço neutro, pelo que se espera que ela assuma um papel
ativo na transformação das suas práticas não só numa lógica de apropriação do currículo, mas também de
adaptação e reconstrução ao seu contexto.
É neste cenário que se desvela a importância de consagrar espaços de participação democrática à luz de
uma autonomia que deveria ser construída (Barroso, 1996) numa lógica bottom-up. A partir deste pressuposto
emergem processos e agentes necessários à transformação da escola. Falamos concretamente do papel dos
professores, dos alunos e das lideranças da escola na cocriação de ambientes de aprendizagem que
potenciem os conhecimentos, competências e atitudes do Perfil dos Alunos.
Considerando a metodologia de uma investigação de doutoramento em curso, optou-se para a presente
comunicação apresentar um recorte do estudo de caso único de abordagem qualitativa realizado em uma
escola da Madeira, evidenciando resultados acerca do lugar do aluno como agente e como coconstrutor dos
seus processos de aprendizagem, nos quais se deve considerar a sua capacidade e o seu poder de intervir.

Palavras-chave: Perfil dos alunos, cocriação, currículo e inovação pedagógica, autonomia construída,
estudo de caso.

Referências

Barroso, J. (1996). Autonomia e gestão das escolas. Ministério da Educação.

Dale, R. (2004). Globalização e educação: demonstrando a existência de uma “cultura educacional mundial
comum” ou localizando uma “agenda globalmente estruturada para a educação”? Educação e
Sociedade, vol. 25, n. 87, maio/ago. 2004, pp. 423-460. http://www.scielo.br/pdf/es/v25n87/21464.pdf

Despacho n.º 6478/2017, 26 de julho. Diário da República n.º 143/2017, Série II de 2017-07-26. Homologa o
Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória.

Lipovetsky, G. & Charles, S. (2018). Os tempos hipermodernos. (L. F. Sarmento, Trad.). Edições 70.

OCDE (2016). The future of education and skills: Education 2030.


https://www.oecd.org/education/2030/E2030%20Position%20Paper%20(05.04.2018).pdf

21
As múltiplas inteligências associadas ao escape room: estudo
exploratório

Kamilla Katinllyn Fernandes dos Santos


Universidade do Minho
katinllyn@gmail.com

Fernando Fraga de Azevedo


Universidade do Minho
fraga@ie.uminho.pt

Verônica Maria de Araújo Pontes


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
veronicauern@gmail.com

O nosso estudo tem por objetivo analisar o jogo Escape Room enquanto ferramenta potencializadora do
desenvolvimento das múltiplas inteligências no processo educativo. Conforme Murray (2015), o Escape Room
é um subgênero dos jogos de adventure point-and-click que não é válido pelo seu resultado final, o de sair de
uma sala, mas pelo progresso dos participantes dentro das atividades do jogo. Quando o contexto da
aprendizagem é feito por meio de tarefas muito mecânicas e extremamente abstratas, possivelmente seus
frutos serão pouco proveitosos, porque o aluno precisa desenvolver uma conexão afetiva com aquele objeto
(Antunes, 2013). Quão mais próximas as situações forem do que ocorre no mundo real desse aluno, mais se
desenvolverão a criatividade, a flexibilidade, a liderança e a atenção em assumir riscos. É nesse desvendar
de novas possibilidades que se deu esse esse estudo exploratório, no qual buscamos mostrar como se dá o
despertar das múltiplas inteligências dos alunos no espaço escolar em consonância com o jogo Escape Room.
Dessa forma, apresentamos cada inteligência classificada por Gardner (1995) em relação às linhas de
estimulação que podem ser desenvolvidas por meio desse jogo. Percebemos que todas essas inteligências
apontam para um jogo que permite ao aluno elaborar o seu próprio caminho lógico e desenvolver percepções,
porque isso simulará um contexto em que ele aplicará os seus conhecimentos prévios no processo de ensino
e aprendizagem a que está exposto, possibilitando a mobilização das mais variadas habilidades – lógica,
colaboração, conceituais e físicas, resolução de problemas, pensamento crítico e comunicação – na
manifestação desses saberes.

Palavras-chave: escape room, múltiplas inteligências, educação.

Referências

Antunes, C. (2013). Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Vozes.

Gardner, H. (1995). Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Artes Médicas.

Murray, J. (2015). Hamlet no Hollodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço. Unesp.

22
Sala B 1.41

MODERADOR: Susana Reis

21 - Desafios e possibilidades do ensino de biodiversidade através do pensamento filogenético - projeto de


doutoramento

Carolina Maria Boccuzzi Santana - Programa de Pós-Graduação em Ensino e História das Ciências e
da Matemática, Universidade Federal do ABC; Graça Simões de Carvalho - CIEC, Instituto de
Educação, Universidade do Minho; e Fernanda Franzolin - Centro de Ciências Naturais e Humanas,
Universidade Federal do ABC

57 - Por uma promoção da inclusão dos alunos migrantes africanos e brasileiros, na escola portuguesa

Alexandra Siqueira - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; e Ana Paula Silva -


Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

59 - O plurilinguismo nas políticas linguísticas educativas da união europeia: teoria ou prática?

Ricardo Torres - Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores -


Universidade de Aveiro

23
Desafios e possibilidades do ensino de biodiversidade através do
pensamento filogenético - projeto de doutoramento

Carolina Maria Boccuzzi Santana


Programa de Pós-Graduação em Ensino e História das Ciências e da Matemática, Universidade Federal do
ABC
carolina.santana@ufabc.edu.br

Graça Simões de Carvalho


CIEC, Instituto de Educação, Universidade do Minho
graca@ie.uminho.pt

Fernanda Franzolin
Centro de Ciências Naturais e Humanas, Universidade Federal do ABC
fernanda.franzolin@ufabc.edu.br

Muitas vezes, o ensino de Biologia apresenta um cenário de fragmentação e desconexão entre seus
conteúdos (Krasilchik, 2008). Assim, recomenda-se utilizar cladogramas para integrar o ensino sobre a
biodiversidade e apresentar sua história evolutiva (Santos & Calor, 2007). Tal abordagem pode ajudar a
desenvolver um pensamento filogenético (do inglês, “tree thinking”), que compreende os seres vivos como
parte de uma árvore evolutiva (O’Hara, 1988), sendo importante que haja o trabalho com o professor sobre
este tema (Coutinho & Bartholomei-Santos, 2019). Desta forma, o objetivo deste projeto é identificar e analisar
as possibilidades e os desafios do ensino sobre a diversidade dos seres vivos através do pensamento
filogenético, presentes: (1) em pesquisas sobre ensino de Ciências e Biologia; (2) em entrevistas com dez
professores brasileiros e dez portugueses, atuantes do 6º ao 12º ano de escolarização, de maneira a verificar
a influência de seus contextos em seu conhecimento e suas práticas; (3) em discussões e atividades
realizadas no contexto de um curso de formação contínua com professores brasileiros, para compreender
quais possibilidades e desafios são mobilizados neste contexto. Realizou-se uma busca em plataformas
acadêmicas pelos termos “tree thinking”, “cladogram” e “phylogenetic tree” e suas respectivas traduções em
português e espanhol, focada em artigos com relação ao ensino sobre a temática, o que resultou em 43
trabalhos, que foram lidos, com foco na metodologia, resultados, discussão e conclusões, e posteriormente
categorizados. As entrevistas estão a ser videogravadas, transcritas, e analisadas a partir de elementos da
Análise de Conteúdo (Bardin, 2016). Assim, a análise envolveu: imersão nos dados, definição da
categorização e unidades de registro e de contexto, codificação e contagem. As atividades e discussões do
curso de formação contínua estão a ser transcritas, tabuladas e analisadas. Até o momento, foram obtidas
categorias sobre possibilidades e desafios relacionados com o conteúdo (construção, interpretação e
comparação de árvores filogenéticas), e com a dimensão pedagógica, sendo divididas em subcategorias,
para detalhamento. A partir das entrevistas analisadas, percebe-se que todas as professoras reconhecem a
representação, utilizam-na em sala de aula e compreendem sua importância. No entanto, desafios
conceituais, curriculares e pedagógicos também são encontrados.

Palavras-chave: Diversidade dos seres vivos, árvores filogenéticas, cladogramas, ensino de Biologia,
ensino de Ciências.

Referências

Bardin, L (2016). Análise de conteúdo. Edições 70.

Coutinho, C., & Bartholomei-Santos, M. L. (2019). “Pensamento em árvore” e o ensino de evolução


biológica: percepções de um grupo de professores. Experiências em Ensino de Ciências, 14(2), 395-
412.

Krasilchik, M. (2008). Práticas de Ensino de Biologia (4th ed.). EDUSP.

O’Hara, R. J. (1988). Homage to Clio, or, Toward an Historical Philosophy for Evolutionary Biology.
Systematic Biology, 2, 142-155.

Santos, C. M. D., & Calor, A. R. (2007). Ensino de Biologia evolutiva utilizando a estrutura conceitual da
Sistemática Filogenética. Ciência & Ensino, 2(1), 1-8.

24
Por uma promoção da inclusão dos alunos migrantes africanos e
brasileiros, na escola portuguesa

Alexandra Siqueira
UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TECNOLOGIAS
alexandrasiqueira0108@gmail.com

Ana Paula Silva


UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE HUMANIDADES E TECNOLOGIAS
profa.ap.silva@gmail.com

A inclusão é um desígnio primordial na era da globalização, que se caracteriza por fluxos de migrantes,
exigindo às sociedades de acolhimento respostas, nomeadamente ao nível da educação escolar. Portugal é
considerado um dos países com a política de educação inclusiva mais ambiciosa da União Europeia. Porém,
reconhece-se que esta é um processo que se baliza entre o ideal e o real, através de ações concretas,
situadas no ‘espaçotempo’ frente à vulnerabilidade histórico-cultural-escolar dos migrantes africanos e
brasileiros versus o preconceito racial e à xenofobia existente neste país, exacerbados com a pandemia
COVID-19. Assim, remetemos a pergunta-problema: A escola portuguesa promove a inclusão dos alunos
migrantes brasileiros e africanos? O trabalho de tese está em fase embrionária e buscará compreender se
ocorre ou não a inclusão desses alunos migrantes, na escola portuguesa e os respetivos motivos. A proposta
metodológica será um estudo qualitativa etnográfico, participativo de imersão, com a qual esperamos
identificar os fatores para promoção da inclusão dos sujeitos-participantes na escola portuguesa, respaldada
através de pesquisa empírica-teórica com dados primários coletados, em escolas secundárias de diferentes
Concelhos; dados secundários do Observatório Português das Migrações e, fundamentada através da
Legislação de Educação Inclusiva Portuguesa; dos teóricos: Pierre de Bourdieu (desigualdades nas escolas);
Davi Rodrigues (inclusão escolar); Ataliba T. de Castilho (preconceito linguístico). O Método a ser aplicado
será Etnografia com enfoque Crítico Virtual ou Multifatorial. A opção usada dependerá, exclusivamente, do
tipo de modalidade de ensino (Presencial, Remoto, Híbrido) que encontrar-se-á no período do recolhimento
de dados. Assim, a pesquisadora-participante utilizará instrumentos específicos de pesquisa de campo
(observações, entrevistas etc.) que lhe possibilite representar a cultura escolar portuguesa e as relações de
poder discrepantes na escola. Legitimamos a importância deste estudo não como um fim em si mesmo,
contudo, urge repensarmos as práticas pedagógicas nas escolas portuguesas quanto à inclusão, em
particular, dos migrantes de língua materna, sob a égide da fusão ciência cidadã à promoção da cidadania.

Palavras-chave: Escola portuguesa; inclusão, alunos migrantes africanos e brasileiros, pandemia COVID-
19 e, ensino presencial, híbrido e remoto.

Referências

Bourdieu, P. (1998). A escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In: Nogueira, M.
A.; Catani, A. (Orgs.). Pierre Bourdieu: escritos de educação. Petrópolis: Vozes, pp. 39-64.

Castilho, A. (2017). A hora e a vez do português brasileiro. In: Museu da Língua Portuguesa.
https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/wp-content/uploads/2017/09/A-hora-e-a-vez-do-
portugues-brasileiro.pdf

Castro, I. (2009). A internacionalização da Língua Portuguesa. In: Colóquio “A Internacionalização da


Língua Portuguesa” - FLUL/CLUL,16, 2009, Lisboa. Anais eletrônicos. https://slidex.tips/download/a-
internacionalizacao-da-lingua-portuguesa-2009.

Decreto Lei 54/2018 Regime Jurídico da Educação Inclusiva em Portugal. https://dre.pt/dre/detalhe/decreto-


lei/54-2018-115652961

Rodrigues, D. (2014). Os desafios da equidade e da inclusão na formação de professores. In: Revista


Nacional e Internacional de Educación Inclusiva, Espanha, v. 7, n. 2, jun., pp. 5-21.
https://revistaeducacioninclusiva.es/index.php/REI/article/view/140/134. .

25
O plurilinguismo nas políticas linguísticas educativas da união
europeia: teoria ou prática?

Ricardo Torres
Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores - Universidade de Aveiro
rtorres28@ua.pt

As crescentes migração global e mobilidade geral da população, exacerbadas pelo fenómeno da globalização,
são dois fatores que, entre outros, têm transformado os contextos de diversos países, fazendo aumentar a
diversidade linguística e cultural na sociedade e, consequentemente, no ensino. Neste sentido, desde 2001,
vários têm sido os passos, a nível europeu, para dar resposta a este crescimento, destacando-se,
principalmente, a elaboração e constante atualização do Common European Framework of Reference for
Languages (Council of Europe, 2001) e a emergência do conceito de plurilinguismo que lhe está subjacente.
Para avaliar o impacte dessas iniciativas, o campo de pesquisa das políticas linguísticas educativas, nos
últimos anos, tem-se focado na forma como a educação está, implícita e explicitamente, baseada em
diferentes pontos de vista sobre as línguas, o plurilinguismo e as práticas linguísticas (Alstad & Sopanen,
2020). É nesta lógica que surge o presente estudo e a questão de investigação delineada: de que forma as
políticas linguísticas educativas da União Europeia estão articuladas com os pressupostos teóricos do
plurilinguismo? Para lhe dar resposta, procedeu-se a uma revisão de literatura do tipo crítico (Cardoso et al,
2010), para a qual se delinearam os seguintes objetivos: identificar pressupostos teóricos subjacentes ao
conceito de plurilinguismo; descrever políticas linguísticas educativas da União Europeia; discutir se os
pressupostos teóricos associados ao plurilinguismo estão contemplados nas políticas linguísticas educativas
da União Europeia. Através de uma análise crítica de discurso (Bryman, 2012) dos dados e com base nos
pressupostos teóricos do Common European Framework of Reference of Languages, foi possível concluir
que existem várias inconsistências ao nível das políticas da União Europeia, notando-se um claro discurso de
abertura e proteção à diversidade linguística e cultural, porém perpetuando sistemas de ensino monolingues,
assentes, maioritariamente, em torno de uma das línguas oficiais do próprio país. Quando assim não é, o
inglês surge como alternativa quase única, com o papel de língua mediadora. Urge, assim e numa ótica de
cocriação que envolva os diferentes atores que contribuem para a implementação das políticas linguísticas
educativas, (re)pensar o futuro da educação, contemplando a inclusão dos diferentes backgrounds
linguísticos e culturais de forma mais objetiva.

Palavras-chave: plurilinguismo, políticas linguísticas educativas, União Europeia, revisão de literatura

Referências

Alstad, G. T., & Sopanen, P. (2020). Language orientations in early childhood education policy in Finland
and Norway. Nordic Journal of Studies in Educational Policy, 7(1), 30–43.
https://doi.org/10.1080/20020317.2020.1862951.

Bryman, A. (2012). Social research methods (4th ed.). Oxford University Press.

Cardoso, T., Alarcão, I., & Celorico, J. A. (2010). Revisão da literatura e sistematização do conhecimento.
Porto Editora.

Council of Europe. (2001). Common European Framework of Reference for Languages: Learning, Teaching,
Assessment. Cam. https://doi.org/10.1142/S0219498810003951.

26
Sexta, 4 de fevereiro
14h30 – 15h30

27
Sala B 1.36

MODERADOR: Filipe Santos

3 - Online and conventional mode of teaching and learning business mathematics using gamification tool in
higher education
Paul Joseph Lawrance - University of Aveiro; António Moreira - University of Aveiro; e Carlos Santos -
University of Aveiro

73 - Ensaios de transposição de narrativas textuais para plataformas digitais 2D e 3D aplicadas ao ensino


superior a distância
Cristiane Jorge de Lima Bonfim - Universidade de Aveiro, Centro de Investigação em Didática e
Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) & IFB; Demetrius Lacet - Universidade Aberta, UTAD
& INESC TEC; Leonel Morgado - Universidade Aberta & INESC TEC; e Daniela Pedrosa - Universidade
de Aveiro, Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF)

9 - Dos livros e da leitura à educação literária


Bruna Mendes - Universidade de Évora; e Ângela Balça - Universidade de Évora

28
Online and Conventional mode of teaching and learning Business
Mathematics using Gamification tool in Higher Education

Paul Joseph Lawrance


University of Aveiro
pauljosephlawrance@gmail.com

António Moreira
University of Aveiro
moreira@ua.pt

Carlos Santos
University of Aveiro
carlossantos@ua.pt

Gamification is a technique of applying game elements such as points, leaderboards, and badges into non-
game contexts. The aim of gamification is to motivate students’ participation and engagement in learning. In
the context of gamification in higher education, an experimental method was used to analyze the effectiveness
of gamification on teaching and learning the subject Business Mathematics for the bachelor of commerce
students in the Grace International Academy, Kerala, India, using online and conventional modes of education.
The gamification activities using quizalize tool, class tests, and model exam were used, to assess the skill of
students in learning the subject Business Mathematics. Students performed well in gamification activities and
class tests, whereas the model exam didn’t reveal an expected result. At the end of the semester, a
questionnaire was conducted to analyze the effectiveness of learning using the gamification tool and the
student's feelings about the online and conventional modes of teaching and learning. The results revealed that
the conventional mode of education in teaching and learning with gamification tools is more effective than
online education.

Key words: Gamification tool, Higher Education, Online & Conventional Learning

References

Lawrance, P. J. (2021). Effectiveness of Gamification Tools in Education. 31st Annual State Faculty
Convention (pp. 258-265). Trivandrum: Indian Society For Technical Education- Kerala Section.

Lawrance, P. J., Moreira, A., & Santos, C. (2021). A Case Study on Applying Gamification Tools in Business
Mathematics for Higher Education Students. Internet Latent Corpus Journal , 70-81.

Madigan, J. (2016, July 4). Why Do Achievements, Trophies, and Badges Work? Retrieved August 29, 2021,
from THE PSYCHOLOGY OF VIDEO GAMES: https://www.psychologyofgames.com/2016/07/why-do-
achievements-trophies-and-badges-work/

Quizalize. (2020). The best quiz platform for remote or face-to-face classrooms. Retrieved June 16, 2021,
from Quizalize: https://www.quizalize.com/

Word cloud. (2021). Retrieved January 18, 2021, from Slido: https://www.sli.do/features-live-polling

29
Ensaios de transposição de narrativas textuais para plataformas
digitais 2D e 3D aplicadas ao ensino superior a distância

Cristiane Jorge de Lima Bonfim


Universidade de Aveiro, Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores
(CIDTFF) & IFB
cristianejorge@ua.pt

Demetrius Lacet
Universidade Aberta, UTAD & INESC TEC
demetrius.l.silva@inesctec.pt

Leonel Morgado
Universidade Aberta & INESC TEC
leonel.morgado@uab.pt

Daniela Pedrosa
Universidade de Aveiro, Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores
(CIDTFF)
dpedrosa@ua.pt

As narrativas textuais têm sido utilizadas de diversas formas na educação. Analisámos as narrativas
empregues num caso de abordagem didática baseada em aprendizagem situada, autorregulação e
corregulação das aprendizagens, e avaliação formativa, designada e-SimProgramming (Pedrosa et al., 2021),
numa unidade curricular (UC) de Engenharia Informática do Ensino Superior Português a Distância. Visou-se
neste trabalho verificar quais as adaptações necessárias para a transposição destas narrativas para os
formatos 2D (em BD, Banda Desenhada) e 3D, com a expetativa de impulsionar uma maior imersividade dos
estudantes nas narrativas. A UC é desenvolvida em seis tópicos sequenciais com conteúdos e atividades
acedidas pelos estudantes de forma assíncrona na plataforma Moodle. Neste contexto, a UC utiliza
atualmente narrativas em formato textual, desenvolvidas utilizando a técnica OC2RD2 (K. Buttignon et al.,
2019), com o objetivo de provocar o sentimento de “imersão na história” (M. M. Fontes et al., 2021). A
metodologia aplicada neste ensaio de transposição foi a DSR - Design Science Research (Hevner &
Chatterjee, 2010), com vista a identificar métodos eficazes para essa transposição. Foram realizados dois
ensaios na fase de Design do Artefato da DSR, de cocriação interdisciplinar, para a transposição das
narrativas textuais de um dos tópicos da UC. As ferramentas utilizadas nestes ensaios de transposição foram
o Magic Board Theater (3D) e a Banda Desenhada Player (2D), descritas em trabalho anterior (Lacet et al.,
2020). Os ensaios de transposição foram realizados a partir da adaptação dos elementos (personagens e
cenários) pré-existentes nas ferramentas, ou seja, descontextualizados dos idealizados para a UC. Na análise
comparativa entre as plataformas 2D e 3D, constatou-se que a plataforma de visualização de BD atende
melhor aos requisitos da UC em seu contexto de oferta a distância, tendo em consideração fatores como:
visualização sem tempo pré-definido; acesso sem necessidade de grande largura de banda de Internet;
conexão com ficheiros externos dentro do contexto dos diálogos (inclusivamente ficheiros multimédia);
responsividade e fácil integração com a plataforma Moodle e permite imprimir ou exportar as narrativas para
formato externo. Pelos resultados preliminares é possível afirmar que a transposição dos elementos de
narrativas textuais para BD é uma opção viável e a ser considerada para o uso de narrativas no Ensino
Superior a Distância.

Palavras-chave: Narrativas, Imersividade, Banda Desenhada, 3D, e-learning

Agradecimentos: O presente trabalho foi desenvolvido no âmbito do projeto LIFE SKILLS FOR
EMPLOYMENT IN COVID-19 ERA THROUGH VR INNOVATION, cofinanciado pelo programa ERASMUS +
da União Europeia. Projeto n.º: 2020-1-UK01-KA226-HE-094705.

30
Referências

D. Pedrosa et al., "Metacognitive challenges to support self-reflection of students in online Software


Engineering Education" (2021). 4th International Conference of the Portuguese Society for Engineering
Education (CISPEE), 2021, pp. 1-10, doi: 10.1109/CISPEE47794.2021.9507230.

Hevner, A., & Chatterjee, S. (2010). Design science research in information systems. In Design Research in
information systems. Springer science + Business Media. USA.

K. Buttignon, t. S. Vega, J. d. T. Silva, and A. C. M. Rosa. (2019). A Técnica Oc2-Rd2 como uma Prática
Metodológica para o Ensino de Programação de Computadores, 1st ed. Antonella Carvalho de Oliveira,
pp. 137–148, doi:10.22533/at.ed.48319160114.

M. M. Fontes et al. (2021). Narrative-Driven Immersion and Students' Perceptions in an Online Software
Programming Course, 2021 7th International Conference of the Immersive Learning Research Network
(iLRN), 2021, pp. 1-8, doi:10.23919/iLRN52045.2021.9459381.

Lacet, Demetrius & Penicheiro, Filipe & Morgado, Leonel. (2020, November 26-28). Magical Board Theatre:
interactive stories that can be played on multiple boards - two educational prototypes. [Conference
session] The 12th Edition of the International Conference on Videogame Sciences and Arts,
Videojogos2020. Mirandela (Online). http://videojogos2020.ipb.pt/docs/ProceedingsVJ2020.pdf

31
Dos livros e da leitura à educação literária
Bruna Mendes
Universidade de Évora
brunamendes887@gmail.com

Ângela Balça
Universidade de Évora
apb@uevora.pt

Este estudo surge no âmbito do relatório de prática de ensino supervisionada, do Mestrado em Educação
Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico.
A educação literária é um domínio bem presente na escola, nomeadamente no documento Aprendizagens
Essenciais, 1.º Ciclo, Português. A questão de investigação deste estudo é “De que forma é que os
professores podem promover a Educação literária no 1º. Ciclo do Ensino Básico?”. Os objetivos do estudo
são: “Conhecer as conceções do professor cooperante e as suas práticas em relação à educação literária”;
“Melhorar o espaço de leitura na sala de aula”; “Propor atividades que desenvolvam nas crianças o gosto pelo
livro e pela leitura” e “Ampliar o repertório literário das crianças”. Se tivermos em conta a temática deste VI
ENJIE - Futuros da Educação – Ciência Cidadã e Cocriação, consideramos que o domínio da educação
literária privilegia o contacto e a fruição do texto literário. A leitura do texto literário contribui sobremaneira
para a formação de cidadãos mais atentos às distintas leituras do mundo, capazes de entender melhor o outro
e com ele construir um futuro de modo conjunto e colaborativo.
Este estudo aproxima-se da modalidade de investigação-ação e como técnica de recolha de dados utilizou-
se a observação direta e participante do contexto; como instrumentos de recolha de dados, para dar resposta
aos objetivos anteriores, socorremo-nos das notas de campo, da entrevista, dos registos áudio das vozes das
crianças e dos registos fotográficos das produções das crianças.
Em primeiro lugar realizaram-se observações, notas de campo e a entrevista à Professora Orientadora
Cooperante, que permitiram conhecer as conceções e as práticas da docente em relação ao domínio da
educação literária. Após a recolha destas informações, realizaram-se com as crianças atividades com vista a
ampliar o seu repertório literário e o seu gosto pelo livro e pela leitura, tais como a leitura diária para a turma
ou o trabalho em aula com o texto literário. Por fim, procedeu-se à melhoria do espaço de leitura, da sala de
aula, com as crianças, numa tentativa de o tornar mais acolhedor e apelativo, convidando as crianças a
frequentá-lo.
Os participantes do estudo são um grupo de crianças do 3.º ano de escolaridade de uma escola pública
urbana. Os resultados esperados são eventuais alterações no repertório literário das crianças, levando ao
seu alargamento, uma maior vontade e gosto pelos livros e pela leitura e uma maior frequência, por sua
iniciativa, da área da leitura presente na sua sala.

Palavras-chave: Educação literária, Crianças, Escola, 1.º CEB

Referências

Alarcão, I. (2001). Professor-investigador. Que sentido? Que formação? Cadernos de Formação de


Professores, 1, 21-30.

Azevedo, F. & Balça, A. (2016). Leitura e Educação Literária. Pactor

Bento, I., & Balça, A. (2016). Educação Literária: um estudo no pré-escolar e no 1º. ciclo do ensino básico.
Cadernos de Letras da UFF, 26(52), 81-100

Costa, P. & Melo, S. (2018). Contributos para uma análise crítica do discurso oficial sobre educação literária.
Educação em Análise, 3(2),96-119

Santos, M. (2010). Leitura Partilhada entre o Jardim de Infância e a Família - Um projecto de intervenção
[Trabalho de projecto, Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti] Repositório da Escola
Superior de Educação de Paula Frassinetti. http://hdl.handle.net/20.500.11796/1076
32
Sala B 1.37

MODERADOR: Hugo Menino

62 - Promoção e educação para a saúde em meio escolar (peps-me): das políticas (de saúde e educação)
às práticas
Leonel Lusquinhos - CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança; e Graça Carvalho - CIEC -
Centro de Investigação em Estudos da Criança

28 - A educação para o empreendedorismo como fator de desenvolvimento económico e social e propostas


de mudança sustentáveis: um estudo de caso no ensino superior em Timor-Leste
Bia Ble Hitu Carvalho de Jesus - Universidade Évora; Conceição Leal da Costa – Universidade de
Évora; e Rui Quaresma - Universidade de Évora

44 - Caracterização do aconselhamento no luto: uma revisão sistemática da literatura


Cristina Felizardo - Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro; Paula Santos -
Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro; e Margarida Cerqueira - Escola
Superior de Saúde da Universidade de Aveiro

33
Promoção e educação para a saúde em meio escolar (PEpS-ME): das
políticas (de saúde e educação) às práticas

Leonel Lusquinhos
CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança
leoneluskinhos@gmail.com

Graça Carvalho
CIEC - Centro de Investigação em Estudos da Criança
graca@ie.uminho.pt

A Promoção e Educação para a Saúde em Meio Escolar (PEpS-ME) implica a relação estreita entre os setores
da saúde e da educação. Este estudo pretende dar resposta à seguinte questão: será que o setor da saúde
e o da educação se articulam devidamente para proporcionar uma efetiva PEpS-ME? Inicialmente, procedeu-
se à análise de conteúdo de documentos legais, com ênfase na articulação entre a saúde e educação. Depois,
foram construídos e aplicados questionários a alunos do 9º ano do concelho de Braga e respetivos pais para
conhecer as suas perceções relativas à PEpS-ME. Por fim, realizaram-se entrevistas semiestruturadas a
diretores dos agrupamentos de escolas e professores coordenadores da EpS, a professores ativos na prática
da PEpS-ME e a enfermeiros de Saúde Escolar (SE) para saber se as escolas implementam o modelo de
EPS na íntegra e identificarem-se fatores críticos. Os documentos oficiais dos setores da saúde e da
educação estabelecem as condições apropriadas para a implementação da PEpS-ME. Na implementação da
PEpS-ME, verificou-se que: a) as Áreas Temáticas abordadas são as recomendadas internacional e
nacionalmente; b) o planeamento é realizado pelas Equipas de Educação para a Saúde, os alunos e pais são
consultados sobre as suas necessidades, mas não participam nas decisões de PEpS-ME. Os enfermeiros e
professores dizem que: a) são adotadas políticas de Escolas Saudáveis; b) o Ambiente Físico das escolas é
promotor de saúde; c) o Ambiente Social é promotor de saúde apenas na perceção dos professores; d) os
currículos formais e informais promovem Competências Individuais de Saúde e Competências para a Ação,
e) as Ligações com a Comunidade são estabelecidas, mas a participação dos pais/famílias na PEpS-ME é
residual; vi) existe uma articulação forte entre a escola e os serviços de saúde, sendo os enfermeiros de SE
os elementos ativos na PEpS-ME. Foram identificados fatores críticos: a) programas das disciplinas são muito
extensos, e a prioridade das escolas é o sucesso académico; b) excesso de propostas de programas; c) falta
de tempo dos profissionais, de financiamento para a PEpS-ME e de recursos humanos; id não é claro o uso
da metodologia por projeto, recomendada pelo Programa Nacional de Saúde Escolar (PNSE); e) a literacia
para a saúde dos jovens não é avaliada de forma sistemática; f) a avaliação dos programas de PEpS-ME é
realizada através de atas, relatórios e questionários de avaliação de conhecimentos, e não através dos
indicadores do PNSE.

Palavras-chave: Escola, saúde, educação, enfermeiros, professores

Referências

Aira, T., Välimaa, R., Paakkari, L., Villberg, J., & Kannas, L. (2014). Finnish pupils’ perceptions of health
education as a school subject. Global Health Promotion, 21(3), 6–18.
https://doi.org/10.1177/1757975914523481

Almeida, L. S., & Freire, T. (2000). Metodologia de Investigação em Psicologia e Educação (2a).
Psiquilibrios.

Bardin, L. (2009). Análise de conteúdo. Edições 70.

Beck, A. J., & Reilly, S. M. (2017). What Can Secondary School Students Teach Educators and School
Nurses About Student Engagement in Health Promotion? A Scoping Review. Journal of School Nursing,
33(1), 30–42. https://doi.org/10.1177/1059840516677825

DGS - Direção Geral da Saúde. (2015). Programa Nacional de Saúde Escolar (Diário da República: II Série,
No174). Diário da República.

34
A educação para o empreendedorismo como fator de desenvolvimento
económico e social e propostas de mudança sustentáveis: Um estudo
de caso no ensino superior em Timor-Leste

Bia Ble Hitu Carvalho de Jesus


Universidade Évora
lebi241107@gmail.com

Orientadores:
Professora Conceição Leal da Costa
mclc@uevora.pt
Professor Rui Quaresma
quaresma@uevora.pt

Constatamos um aumento do interesse por parte da comunidade académica e da classe política relativamente
à importância do sistema educacional para o empreendedorismo, com consequente atenção para docência,
currículos e metodologias de aprendizagem no Ensino Superior (ES) (Schaefer & Minello, 2020; ODS, 2017;
Leite & Ramos, 2012). Ribeiro et al., (2014) referem que as práticas didático-pedagógicas da aprendizagem
no ES oferecidas, são adequadas fundamentalmente para formar estudantes que querem procurar emprego
numa organização, ser funcionário/colaborador de outrem. Assim, para responder as novas exigências
sociais, as universidades procuram introduzir a educação para o empreendedorismo nos seus currículos, bem
como melhorar os métodos pedagógicos deste ensino. A sua promoção, assume-se como uma forma mais
eficaz na promoção das competências empreendedoras e pode motivar os estudantes recém-formados a
tornarem-se empreendedores (Hannon, 2013; Zaman et al, 2021), tanto para trabalharem numa organização,
como para criarem os seus próprios negócios (Welsh et al., 2016; CE, 2016). O estudo que apresentamos
pretende contribuir para tal problemática, desenvolvendo-se no âmbito da tese de doutoramento em Gestão
da primeira autora, na Universidade de Évora, na área da Gestão e das Ciências da Educação. O estudo
objetiva identificar e descrever instrumentos, metodologias e práticas pedagógicas mobilizadas nas disciplinas
de educação para o empreendedorismo, no ES, assim como analisar e compreender perceções do seu
impacto no desenvolvimento do país. Adotou-se uma modalidade de estudo de caso, tendo sido escolhida a
Universidade Nacional de Timor Lorosa’e (UNTL). O estudo iniciou-se com uma revisão de literatura, seguida
de análise documental. Realizaram-se entrevistas na UNTL para recolher informações sobre as ferramentas
pedagógicas do ponto de vista dos docentes. A recolha de dados incluiu questionários a estudantes, para
uma compreensão de perceções acerca de fatores que se constituem manifestações da intenção e de
comportamentos empreendedores. Será da combinação destes instrumentos que se espera responder aos
objetivos e elaborar propostas de Educação para o Empreendedorismo adequadas e úteis, em especial no
contexto do ES em Timor-Leste. Com esta partilha, procuramos colher contributos que robusteçam as opções
metodológicas, tendo em conta olhares externos e críticos para uma investigação em Ciências Sociais que
mobiliza duas áreas científicas.

Palavra-Chave: Educação para o empreendedorismo, Estudo de caso; Ensino superior; Currículo; Opções
pedagógicas.

Referências bibliográficas

Comissão europeia. (2016). Educação para o Empreendedorismo nas escolas europeias. Relatório
Eurydice. Luxemburgo: Serviço de Publicações da União Europeia.

Hannon, P. D. (2013). Why is the entrepreneurial university important? Journal of innovation


management, 1(2), 10-17. DOI: 10.24840/2183-0606_001.002_0003

Leite, C., & Ramos, K. (2012). Formação para a docência universitária: uma reflexão sobre o desafio de
humanizar a cultura científica. Revista Portuguesa de Educação, 25(1), 07-27.
DOI: https://doi.org/10.21814/rpe.3014

35
Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (2017). Relatório Nacional sobre a implementação da agenda
2030 para o desenvolvimento sustentável. Portugal. Está disponível em:
https://sustainabledevelopment.un.org/content/documents/15771Portugal2017_PT_REV_FINAL_28_06
_2017.pdf

Ribeiro, R. L., Oliveira, E. A. D. A. Q., & Araujo, E. A. S. (2014). A contribuição das instituições de ensino
superior para a educação empreendedora. Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento
Regional, 10(3). DOI: https://doi.org/10.54399/rbgdr.v10i3.1482

Schaefer, R., & Minello, I. F. (2020). Empreender como uma forma de ser, saber e fazer. Revista
Pensamento Contemporâneo em Administração, 14(1), 160-193.
https://doi.org/10.12712/rpca.v14i1.34722

Welsh, D. H. B., Tullar, W. L., & Nemati, H. (2016). Entrepreneurship education: Process, method, or both?
The Journal of Innovation & Knowledge, 1(3), 125-132. DOI: 10.1016/j.jik.2016.01.005

Zaman, U., Zahid, H., Aktan, M., Raza, S., & Sidiki, S. N. (2021). Predictors of self-employment behavior
among business graduates. Cogent Business & Management, 8(1),
https://doi.org/10.1080/23311975.2021.1947760

36
Caracterização do Aconselhamento no Luto: uma revisão sistemática
da literatura

Cristina Felizardo
Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro
cristinafelizardo@ua.pt

Paula Santos
Departamento de Educação e Psicologia da Universidade de Aveiro
psantos@ua.pt

Margarida Cerqueira
Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro
mcerqueira@ua.pt

O luto é um fenómeno universal, inerente à vida. É um processo natural, que ocorre após a perda irreversível
e significativa, do vínculo afetivo; normativo, que decorre no tempo necessário e razoável tendo em vista a
adaptação e ajustamento harmonioso à nova realidade; caracterizado por um conjunto de sintomas e reações
que em função da intensidade e do impacto na pessoa em luto, será normal ou complicado. Este, agora
designado por Distúrbio de Luto Prolongado, é prolongado no tempo, caracterizado por elevados e constantes
níveis de sofrimento e de anseio pelo objeto de vinculação perdido. Sabe-se que o luto normal representa
90% dos lutos vividos e que quando alvo de intervenção terapêutica, consegue-se prevenir o aparecimento
de Distúrbio de Luto Prolongado.
O Aconselhamento no Luto é a intervenção formal em luto normal. É um método terapêutico de curta duração,
que tem como objetivo apoiar a pessoa em luto na adaptação a uma perda significativa por forma a facilitar o
seu ajustamento harmonioso à realidade em mudança. Permite que se encurte o tempo de luto e que diminua
a intensidade dos sintomas, capacitando a pessoa em luto com estratégias de enfrentamento adaptativas. É
orientado por conjunto de pressupostos teóricos que estão compilados em teorias do luto, onde destacamos
a ‘teoria das fases’ de Kubler-Ross (1975), o ‘modelo de tarefas’ de Worden (1991), o ‘modelo de processo
dual’ de Stroebe e Schut (1999) e a ‘teoria de reconstrução de significado’ de Neimeyer (2005). É realizado
por profissionais com licenciaturas nas áreas da educação, psicologia, saúde e serviço social, bem como por
voluntários sem formação específica, desde que sob a orientação e supervisão dos profissionais anteriores.
O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura para caracterizar o
Aconselhamento no Luto, realizado por profissionais especializados no apoio terapêutico em luto sadio,
utilizando o método Systematic Search Flow de Ferenhof e Fernandes (2016).
Foi realizada uma pesquisa de artigos científicos, publicados entre 2017 e 2021, nas bases de dados Scopus
(multidiscilplinar), Eric (da área de educação), PubMed (da área da saúde) e Web of Science (multidisciplinar),
utilizando as seguintes palavras-chave: Conselheiro/a do Luto, Aconselhamento no Luto e Luto Sadio. Os
resultados exploratórios indicam uma prevalência de intervenção formal em luto sadio, realizada por
profissionais das áreas de educação, psicologia, saúde e social.
Este estudo encontra-se na fase de síntese dos dados recolhidos. Os resultados e as considerações finais do
estudo serão apresentados após devida conclusão do estudo.

Palavras-Chave: Luto Sadio, Aconselhamento no Luto, Conselheiro/a do Luto

Referências Bibliográficas

Ferow, A. (2019). Childhood Grief and Loss. European Journal of Educational Sciences, spec ed(Oct), p1-
13.

Hoyt, W. T., & Larson, D. G. (2010). What have we learned from research on grief counselling?
Bereavement Care, 29(1), 10–13.

Neimeyer, R. A. (2009). Constructions of Death and Loss: A Personal and Professional Evolution. In
Reflection: Emphasising the Personal in Construct Theory (pp. 293–320).

37
Santos, L. T. de S. P. G., & Barbosa, A. (2018). A vivência do luto pelos médicos de família. Faculdade de
Medicina da Universidade de Lisboa.

Worden, J. W. (2009). Grief Counselling and Grief Therapy (4th ed.). Routledge.

38
Sala B 1.39

MODERADOR: Sandrina Milhano

24 - Espero, acredito em mim e adapto-me: a relação entre expetativas académicas, autoeficácia e


adaptação no ensino superior

Mafalda Campos – ISPA; e Francisco Peixoto - ISPA

23 - Shadow education in China

Yufei Li - Universidade de Aveiro; e Alexandre Ventura - Universidade de Aveiro

15 - Crenças sobre retenção escolar: a sua posição no sistema de crenças psicopedagógicas dos
professores

Natalie Nóbrega Santos - Centro de Investigação em Educação, ISPA - Instituto Universitário; Vera
Monteiro - Centro de Investigação em Educação, ISPA - Instituto Universitário; e Joana Pipa - Centro de
Investigação em Educação, ISPA - Instituto Universitário

39
Espero, Acredito em Mim e Adapto-me: A Relação Entre Expetativas
Académicas, Autoeficácia e Adaptação ao Ensino Superior

Mafalda Campos
ISPA
mcampos@ispa.pt

Francisco Peixoto
ISPA
fpeixoto@ispa.pt

A transição para o ensino superior é um marco importante no desenvolvimento do jovem adulto pela definição
de círculos sociais, desenvolvimento pessoal, aprendizagem e desenvolvimento intelectual, formação para o
emprego e posterior entrada para o mercado de trabalho, entre outros fatores. Quando o individuo ingressa
no ensino superior, traz consigo prognósticos mentalmente criados acerca daquilo que vai enfrentar neste
novo contexto – especificamente, as expetativas académicas (Soares & Almeida, 2001). A investigação
sugere que indivíduos com altas expetativas à entrada do ensino superior tendem a reportar uma melhor
adaptação académica (Igue et al., 2008). Aliás, de acordo com Farias e Almeida (2020), que olharam para
vários estudos recentes, as expetativas académicas parecem ter um papel preditor na adaptação ao ensino
superior assim como no bem-estar, aproveitamento académico e satisfação com a instituição. Uma boa
experiência académica é benéfica para o estudante, podendo ser essencial para o desenvolvimento de bons
profissionais e cidadãos que contribuam de forma positiva e significativa para a sociedade. Assim, destaca-
se a importância de conhecer as trajetórias que caracterizam o percurso académico no ensino superior, de
forma a poder investir numa melhor adaptação por parte dos estudantes. Nestas trajetórias, e no ramo da
psicologia educacional, uma das variáveis sócio afetivas que se destaca é a autoeficácia, revelando estar
relacionada, por exemplo, com um maior rendimento académico (e.g., Honicke & Broadbent, 2016).
Este estudo teve como principal objetivo testar, através da análise de modelos de equações estruturais, a
relação entre expetativa académicas, autoeficácia e adaptação ao ensino superior. O estudo teve um caráter
longitudinal e os instrumentos utilizados foram o Questionário de Expetativas Académicas (T1 e T3), a Escala
de Autoeficácia na Formação Superior (T2 e T3) e o Questionário de Adaptação ao Ensino Superior (T2 e
T3). Os resultados demonstraram um bom ajuste para um modelo que correlacionou os índices gerais das
variáveis latentes mencionadas, através dos instrumentos utilizados e validados. Foi ainda testado um modelo
de mediação, verificando-se um papel de mediação total por parte da autoeficácia na relação entre expetativas
académicas e adaptação ao ensino superior.
Os resultados são discutidos e são colocadas sugestões de análises futuras, sendo ainda mencionadas e
discutidas algumas limitações deste estudo.

Palavras-Chave: expetativas académicas, autoeficácia, adaptação ao ensino superior, modelos de


equações estruturais, ensino superior.

Referências

Farias, R., & Almeida, L. (2020). Expetativas académicas no ensino superior: Uma revisão sistemática de
literatura. Revista E-Psi, 9(1), 68-93.

Honicke, T., & Broadbent, J. (2016). The influence of academic self-efficacy on academic performance: A
systematic review. Educational Research Review, 17, 63-84.
https://doi.org/10.1016/j.edurev.2015.11.002

Igue, É. A., Bariani, I., & Milanesi, P. (2008). Autoeficácia académica e expectativas de estudantes
ingressantes e concluintes. Psico-USF, 13(2), 155-164. http://doi.org/10.1590/S1413-
82712008000200003

Soares, A P., & Almeida, L. S. (2002). Expectativas acadêmicas e adaptação à universidade: um estudo
com alunos do 1° ano da Universidade do Minho. Atas do V Seminário Investigação e Intervenção
Psicológica no Ensino Superior. Instituto Politécnico de Viana do Castelo.
40
Shadow education in China

Yufei Li
Universidade de Aveiro
yufeili@ua.pt

Alexandre Ventura
Universidade de Aveiro
alexandre.ventura@ua.pt

ln recent years, shadow education has developed rapidly, and its market scale has expanded rapidly. It has
attracted widespread attention from researchers in politics, economy, education, and other fields at home and
abroad. Its impact on students' academic performance and problems in development have become the focus
of research. International scholars' research on shadow education began in the 1980s, so far, this subject
research has still attracted the attention of many scholars around the world. Shadow education is no exception
in China. The high-density student population and fierce competition for educational resources make shadow
education more and more popular and market oriented. This research takes the concept of shadow education
as the starting point with the purpose to analyze the causes of shadow education in China from multiple angles,
and the impact of this approach to education in students’ achievement. Combining different research
paradigms and perspectives at home and abroad, analyzes the shadow education of subjects in the
compulsory education stage of junior high schools in China and attempts to clarify whether this complex
phenomenon has effectively promoted students' academic achievements.

Keywords: Shadow education, private tutoring, Junior high school students, academic achievement

Referências

Bray, M. (1999). The Shadow Education System: Private Tutoring and its Implications for Planners.
Fundamentals of Educational Planning 61. Paris, France: UNESCO International Institute for
Educational Planning (IIEP).

Bray, M. (2011). The Challenge of Shadow Education: Private Tutoring and Its Implications for Policy Makers
in the European Union. Brussels, Belgium: European Commission.

Bray, M., Kobakhidze, MN, & Suter, LE (2020). The challenges of measuring outside-school-time
educational activities: Experiences and les sons from the Programme for International Student
Assessment (PISA). Comparative Education Review, 64 (1), 87−106.

Li, J. (2020). Substitution or complementation: The relationship between school education and shadow
education. Best Evidence of Chinese Education, 4(1), 411−424

41
Crenças sobre retenção escolar: a sua posição no sistema de crenças
psicopedagógicas dos professores

Natalie Nóbrega Santos


Centro de Investigação em Educação, ISPA - Instituto Universitário
nsantos@ispa.pt

Vera Monteiro
Centro de Investigação em Educação, ISPA - Instituto Universitário
veram@ispa.pt

Joana Pipa
Centro de Investigação em Educação, ISPA - Instituto Universitário
jpipa@ispa.pt

Os professores possuem um sistema complexo e multidimensional de crenças socialmente construídas que


influenciam a sua prática profissional. Este estudo procurou compreender a posição que ocupam as crenças
sobre retenção escolar no sistema de crenças psicopedagógicas dos professores de 1.º ciclo e sua relação
com as práticas de retenção. Fundamentados nas teorias de Green e Rokeach, três características foram
estudadas: o nível de conectividade com outras crenças, o grau de certeza com que são mantidas e o grau
com que são partilhadas pela comunidade. Participaram neste estudo quantitativo correlacional 449
professores de 1.º ciclo de Portugal (81% do género feminino, com 2 a 43 anos de experiência), que
responderam a um questionário de crenças baseado nos trabalhos de Crahay. Os resultados do modelo de
equações estruturais testado indicaram que existia uma elevada conectividade entre as crenças de retenção
e as crenças de ensino e avaliação dos professores. Além disto, quanto mais positivas eram as crenças dos
professores mais eles sentiam que estas crenças eram partilhadas pelos colegas. Uma análise de perfis
latentes permitiu identificar três grupos de professores com diferentes graus de certeza relativamente às suas
crenças de retenção. A maioria dos professores foram agrupados no Grupo 1, que apresentou crenças a favor
da retenção, com uma elevada certeza na sua efetividade na prevenção do insucesso escolar. O Grupo 2,
mais pequeno, apresentou crenças contra a retenção, estando convictos dos seus riscos socio-afetivos, da
sua ineficácia para prevenir o insucesso escolar e para motivar extrinsecamente os alunos. O Grupo 3 não
concordou nem discordou de forma significativa com a efetividade da retenção. A relação entre crenças e
práticas de retenção foi evidente nos grupos que manifestaram maior segurança nas suas crenças. No
entanto, esta relação só foi verificada quando os professores sentiam que as suas crenças eram partilhadas
pelos colegas. Estes resultados sugerem que as crenças sobre a retenção escolar são mantidas no sistema
de crenças psicopedagógicas com um elevado grau de conectividade e intensidade, especialmente quando
partilhadas pela comunidade, o que poderá ter implicações na sua estabilidade, tornando-as mais duradouras.
Consequentemente, estas crenças poderão mudar apenas como resultado de um envolvimento substancial
em práticas sociais relevantes. São discutidas as implicações para a formação docente.

Palavras-chave: crenças, retenção escolar, ensino/aprendizagem, avaliação, inteligência.

Referências

Buehl, M. M., & Beck, J. S. (2015). The relationship between teachers’ beliefs and teachers’ practices. In H.
Fives & M. G. Gill (Eds.), International handbook of research on teachers’ beliefs (pp. 66–84).
Routledge.

Crahay, M., Marbaise, C., & Issaieva, E. (2013). What is teachers’ belief in the virtues of student retention
founded on? Giornale Italiano Della Ricerca Educativa, VI(11), 75–94.
https://ojs.pensamultimedia.it/index.php/sird/article/view/186/ 174

Crahay, M., Wanlin, P., Issaieva, É., & Laduron, I. (2016). Funções, estruturação e evolução das crenças (e
conhecimentos) dos professores. Cadernos Cenpec, 6(2), 316–388.
http://dx.doi.org/10.18676/cadernoscenpec.v6i2.369

42
Fives, H., & Buehl, M. M. (2012). Spring cleaning for the “messy” construct of teachers’ beliefs: What are
they? Which have been examined? What can they tell us? In K. R. Harris, S. Graham, & T. Urdam
(Eds.), APA educational psychology handbook, Vol 2: Individual differences and cultural and contextual
factors. (pp. 471–499). American Psychological Association. https://doi.org/10.1037/13274-019

Rokeach, M. (1968). Beliefs, attitudes, and values: A theory of organization and change. Jossey-Bass.

43
Sala B1.40

MODERADOR: Ana Paula Proença

37 - A estética e a produção de imagens fotográficas na educação pré-escolar


Sara Sequeiros - Phd Student - Centro de Investigação em Estudos da Criança, Universidade do Minho

70 - Crianças e infância no Brasil: experiências sociais em contexto intercultural


Iramar Lage Santos - Universidade do Minho; e Manuel Jacinto Sarmento - Universidade do Minho

71 - Hacia el hermanamiento: educação plurilingue e intercultural no contexto fronteiriço luso-espanhol


Carolina Simões - Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores, da
Universidade de Aveiro; Maria Helena Araújo e Sá - Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na
Formação de Formadores, da Universidade de Aveiro; e María Matesanz del Barrio - Universidad
Complutense de Madrid

44
A estética e a produção de imagens fotográficas na educação pré-
escolar

Sara Sequeiros
Phd Student - Centro de Investigação em Estudos da Criança, Universidade do Minho
sarasequeiros@gmail.com

Na pedagogia Reggio Emilia a estética é um ativador de aprendizagens onde se estabelecem conexões


empáticas e relacionais (Vecchi, 2017). A lacuna de estudos sobre a estética é justificada pela dificuldade na
sua categorização e complexidade cultural. Assim, Vecchi (2017) problematiza a cultura de massificação dos
media, relembrando a estética como expressão máxima de liberdade expressiva e epistemológica.
Nas ciências de educação e nos estudos da criança, é o processo do imaginário que tem vindo a ganhar
relevo como função transformativa de significados da cultura na infância, reconstruindo as suas linguagens:
quer como agentes produtores quer como
receptores (Sarmento, 2011). Rodrigues (2019) aborda a falta de aplicabilidade, na educação préescolar
portuguesa, da estética e enquadra-a numa dança de metalinguagens: da escrita como imagem e da imagem
como texto. Deste modo interessa-nos compreender o processo de produção de imagens fotográficas pelas
crianças nas suas aprendizagens, e assim, analisar como atividades de sensibilização estética influenciam: a
produção de imagens fotográficas (retratos); a apropriação visual; e as funções do imaginário que lhe estão
subjacentes.
A investigação terá um paradigma crítico-participativo com base no estudo de caso etnográfico em educação
e com o recurso próprio das metodologias visuais (Sarmento, 2014). Este estudo apresentará fenómenos
simbólicos e culturais das dinâmicas do
contexto escolar e será determinado por uma pedagogia participativa (Sarmento, 2014).
Serão propostas atividades de sensibilização estética às crianças (dos 3 aos 5 anos de idade) onde se
utilizarão instrumentos de recolha de informação como: o diário de investigação, os retratos fotográficos feitos
pelas crianças e as suas narrativas visuais.
O retrato fotográfico é escolhido como ferramenta pois engloba: o corpo no registo fotográfico como facilitador
empático da experiência estética; uma performance para a máquina fotográfica (provocando jogos simbólicos
de faz de conta que acrescentarão
informação para a análise da função do imaginário); a dimensão de ver os pares e de se ver a si próprio na
interação com os outros; uma interpretação e reflexão da própria infância, do mundo das crianças e da sua
cultura visual.
O estudo da produção visual fotográfica poderá suportar novos trabalhos de investigação, fundamentar
programas pedagógicos e enriquecer o enquadramento teórico da estética na primeira infância.

Palavras-chave: Estética, Imaginário, Narrativas Visuais, Educação Pré-Escolar

Referências

Rodrigues, E. Pensar a Imagem olhar o texto – Experimentos poéticos na educação da infância, 1ª ed.;
Edições Afrontamento: Porto, Portugal, 2019.

Sarmento, M.J. Conhecer a infância: os desenhos das crianças como produções simbólicas. In: Das
Pesquisas com Crianças à Complexidade da Infância, 1ª ed.;

Martins Filho, A.J., Prado, P.D., Eds.; Autores Associados: Campinas, Brasil, 2011; pp. 27-60.

Sarmento, M.J. Metodologias Visuais em Ciências Sociais e da Educação. In: Metodologias de Investigação
em Educação e Ciências Sociais, 1ª ed.; Torres L., Palhares J-A., Eds.; Húmus: Braga, Portugal, 2014;
pp. 197-216.

Vecchi, V. Arte e criatividade em Reggio Emilia: Explorando o papel e a potencialidade do ateliê na


educação da primeira infância, 1ª ed.; Phorte Editora: São Paulo, Brasil, 2017.

45
Crianças e infância no brasil: experiências sociais em contexto
intercultural

Iramar Lage Santos


Universidade do Minho
iramarls@hotmail.com

Manuel Jacinto Sarmento


Universidade do Minho
sarmento@ie.uminho.pt

O que afigura-se hoje como traço mais marcante da infância é a mudança e pluralização das identidades por
efeito da globalização pois, as interações globais contribuem para a estruturação de uma visão de
globalização da infância (Sarmento, 2001). Contudo, ao tentar unificar a infância do "Mundo Maior" e "Mundo
Minoritário", ou Sul e Norte Global (Punch, 2016), não garante que as diferenças e desigualdades existentes
no cotidiano das crianças do mundo inteiro deixem de existir e de intensificar-se. Trata-se neste texto de uma
pesquisa de doutoramento, que será embasada pelos pressupostos da Sociologia da Infância, os quais
valoriza como pontos para a análise a ação das crianças, suas subjetividades e a ideia de infância como uma
estrutura social, assim, estabelece posicionamentos teóricos sobre as oposições dicotomizadas de crianças
(Prout, 2010) e considera que elas contribuem ativamente para a reprodução e mudança cultural (Corsaro,
1997). Os estudos da infância brasileira e infância indígena, no contexto latino-americano, implica considerar
algumas características que impactam e modificam a experiência da infância neste continente, sobretudo em
decorrência da desigualdade social. O objetivo deste estudo é analisar as experiências sociais vividas nas
distintas maneiras de elaborar os processos de identificação e de diferenciação, atravessados por
configurações de etnicidade, enquanto crianças indígenas da etnia Pataxó como categoria geracional no
contexto de relações com seus pares na produção de cultura infantil. A metodologia terá natureza qualitativa
e o método será a etnografia sistematizada coma construção de uma descrição densa da realidade estudada
(Geertz, 1989) e como instrumentos para a produção de informações serão: a observação participante numa
interação direta e contínua entre os sujeitos participantes, com caráter dialógico e de interação; o diário de
campo, que acompanhará o pesquisador, desde a sua chegada ao campo para o registro das impressões
ante o mundo social estudado; as conversas informais; filmagem e registros fotográficos. Esta pesquisa
pretende contribuir para fortalecer a agência das crianças na produção e participação nas suas próprias e
únicas culturas de pares, de forma a resultar na apropriação criativa da cultura indígena Pataxó.

Palavras-chave: Culturas Infantis, Experiência Social, Infância Indígena.

Referências

Corsaro, W. (1997). The sociology of childhood. Thousand Oaks: Pine Forge Press.

Geertz, C. (1989). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan.

Prout, Alan. (2010). Reconsiderando a nova sociologia da infância. Cadernos de Pesquisa, v.40, n.141,
p.729-750, set./dez.

Punch, S. (2016). Cross-world and cross-disciplinary dialogue: A more integrated, global approach to
childhood studies. Global Studies of Childhood, Vol. 6(3) 352–364.

Sarmento, M. J. (2001) A globalização e a infância: impactos da condição social e na escolaridade. In:


GARCIA, Regina Leite e LEITE FILHO, Aristeo (Orgs.). Em defesa da educação infantil. Rio de Janeiro:
DP&A. 13 - 28.

46
Hacia el hermanamiento: educação plurilingue e intercultural no
contexto fronteiriço luso-espanhol

Carolina Simões
Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores, da Universidade de Aveiro
carolinalsimoes@ua.pt

Maria Helena Araújo e Sá


Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores, da Universidade de Aveiro

María Matesanz del Barrio


Universidad Complutense de Madrid

As fronteiras conglomeram múltiplos sentidos, por vezes paradoxais, que convergem numa mesma
ideia de espaço delimitado (Camblong, 2017). A configuração territorial, enquanto representação
vívida de um país, mantém-se fossilizada no imaginário dos seus cidadãos (Kolosov, 2020),
conotando marcas identitárias da História de uma nação. Neste entendimento, elas são
frequentemente percecionadas como separadoras de nações (Morello, 2017), sendo palco de
tensões geopolíticas. O atual contexto de crise sanitária e humanitária enfatizou esta perspetiva,
sendo, por conseguinte, mais premente que nunca ressignificar essas regiões (ibidem).

Atendendo à sua maior diversidade linguística e cultural e ao elevado grau de intercompreensão


proveniente da familiaridade das duas línguas românicas de escolarização implicadas (Oliveira &
Morello, 2019), a fronteira luso-espanhola constitui um locus privilegiado para a construção de um
“third space” (Bhabha, 1994), onde o eu e o outro se reconheçam pela sua diferença, mas, também,
pela semelhança da sua condição humana.

Integrando o programa “Escolas Bilingues e Interculturais de Fronteira”, promovido pela


Organização de Estados Ibero- americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, e assumindo
paradigma interpretativo e natureza qualitativa, o nosso projeto de investigação, que ainda se
encontra em fase preliminar, nasce dessa necessidade, propondo-se compreender o valor
educativo desse programa enquanto promotor de práticas pedagógico-didáticas de
interculturalidade e de plurilinguismo, bem como de valorização da diversidade linguística e cultural
do contexto socioeducativo da região transfronteiriça. Para tal, procederemos: à análise documental
dos projetos de aprendizagem desenvolvidos pelos docentes; ao acompanhamento da sua
implementação no terreno, enfocando-nos nas dinâmicas plurilingues e interculturais decorrentes,
que serão registadas em vídeo, fotografia e diários de bordo para posterior análise de conteúdo; e
realizaremos um focus group com atores das comunidades educativa e local, que será também
submetido a análise de conteúdo. Considerando o papel central dos alunos no processo
investigativo, projetaremos a sua voz na co-construção de conhecimentos através do recurso a
práticas multimodais. Pretende- se, assim, contribuir para a construção de quadros de referência,
princípios de atuação e propostas pedagógico-didáticas na área visada, replicáveis a outras escolas
de fronteira.

Palavras-chave: interculturalidade, bi/plurilinguismo, intercompreensão, fronteira, projetos de


aprendizagem.

Referências

Bhabha, H. (1994). The Location of Culture. Routledge.

47
Camblong, A. (2017). Fronteras semióticas. In D. Bentivegna et al., Anuario de Glotopolítica (pp. 93-104).
Cabiria, Programa de Estudios Latinoamericanos Contemporáneos y Comparados e UNTREF.
https://issuu.com/agloanuariodeglotopolitica/docs/aglo_selection/1?ff=true

Kolosov, V. (2020). Phantom borders: the role in territorial identity and impact on society. Belgeo, 2, pp. 1-
20. https://doi.org/10.4000/belgeo.38812

Morello, R. (2017). Princípios teóricos e pedagógicos e orientações metodológicas para projetos de ensino
em escolas de fronteira e para a formação de professores. Organização dos Estados Ibero-americanos
para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Oliveira G. M. & Morello, R. (2019). A fronteira como recurso: o bilinguismo português- espanhol e o Projeto
Escolas Interculturais Bilingues de Fronteira do MERCOSUL (2005- 2016). Revista Iberoamericana de
Educación, 81(1), pp. 53-74. https://rieoei.org/RIE/issue/view/287

48
Sala B 1.41

MODERADOR: Sara Mónico

7 - O lugar da poesia na sala de aula


Inês Manso - Universidade de Évora; e Ângela Balça - Universidade de Évora

29 - Experiências socioculturais e ao ar livre de uma infância urbana contemporânea: a tradição local de


saltar no rio Douro
Fernanda Brito- Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto; e Manuela
Ferreira - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto

74 - Ser professor hoje, a pensar no amanhã. Um estudo de caso


Francisco Cristóvão - Centro de Investigação em Estudos da Criança, Instituto de Educação,
Universidade do Minho

49
O lugar da poesia na sala de aula

Inês Manso
Universidade de Évora
ines.filipa.manso@gmail.com

Ângela Balça
Universidade de Évora
apb@uevora.pt

Este estudo surge no âmbito do relatório de prática de ensino supervisionada, do Mestrado em Educação
Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Considerando a relação que as crianças poderiam ter
com a Poesia, de acordo com as as Aprendizagens Essenciais para o 1.º Ciclo do Ensino Básico - Português,
este estudo levanta a seguinte questão de investigação: “Qual o papel que a Poesia assume na escola?”.
Deste modo, o objetivo geral do estudo é: “Fomentar a exploração e o trabalho com a Poesia na escola.”, e
os objetivos específicos são: “Conhecer o trabalho implementado na sala de aula em relação à poesia”,
“Promover a leitura da Poesia pelo próprio prazer”, “Promover a apropriação do texto poético” e “Promover
um espaço reservado à literatura em sala de aula”. Se tivermos em conta a temática deste VI ENJIE - Futuros
da Educação – Ciência Cidadã e Cocriação, consideramos que o contacto e a fruição do texto poético
contribuem sobremaneira para a formação de cidadãos mais atentos às distintas leituras do mundo, capazes
de entender melhor o outro e com ele construir um futuro de modo conjunto e colaborativo.
A metodologia seguida no estudo aproxima-se da investigação-ação, investindo numa recolha de dados
qualitativa. Como técnica de recolha de dados utilizou-se a observação direta e participante do contexto e
como instrumentos de recolha de dados servimo-nos das conversas informais com as crianças e o docente
cooperante, das notas de campo, da recolha áudio/fotográfica das produções das crianças e das narrativas
escritas/orais do grupo.
Em primeiro lugar realizaram-se observações, notas de campo e conversas informais, tanto com o grupo
como com o Professor Orientador Cooperante, que permitiram entender o papel que a Poesia assume
naquele contexto. Após a recolha de informações, para a promoção e apropriação do texto poético,
realizaram-se sessões de leitura de Poesia, que culminaram com um sarau final de Poesia. Por fim, de forma
a promover a leitura autónoma do texto poético, e restantes géneros literários, construiu-se com as crianças
um espaço destinado à leitura na sala de aula. Este espaço é naturalmente diferente de uma biblioteca;
pretende-se aqui um espaço, dentro da própria sala de aula, onde as crianças possam ler por prazer e onde
o docente possa dinamizar atividades relacionadas com a educação literária.
Os participantes do estudo é um grupo de crianças do 4.º ano de escolaridade de uma escola pública urbana.
Os resultados esperados são eventuais alterações nas práticas de promoção e trabalho com a poesia,
nomeadamente uma maior presença na sala, uma maior fruição e um trabalho mais eficaz e consistente em
redor da recitação e do sentido do texto poético.

Palavras-chave: Poesia, Educação literária, Crianças, Escola, 1.º Ciclo do Ensino Básico

Referências Bibliográficas

Azevedo, F. J., & Melo, I. S. (2012). Poesia na infância e formação de leitores. Perspectiva, 30(3), 925-946.

Botelho, C.L.P. (2017). O Ensino da Poesia na Educação Pré-Escolar e Ensino do 1.º Ciclo do Ensino
Básico [Dissertação de Mestrado, Universidade dos Açores]. Repositório da Universidade dos Açores.
http://hdl.handle.net/10400.3/4784

Carneiro, A.P.L. (2019). A importância da poesia na educação infantil: uma experiência do estágio na escola
Antônio Gomes [Trabalho de conclusão de curso, Universidade Estadual da Paraíba]. Biblioteca Digital
da Universidade Estadual da Paraíba. http://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/19990

Debus, E., Bazzo, J.L.D.S., & Bortolotto, N. (2018). Poesia (cabe) na escola: por uma educação poética. (1.ª
ed.). EDUFCG.

Silva, F. K. M. D. (2012) A importancia da poesia para o ensino de literatura: um olhar sobre a poética de
Mário Quintana. https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/691
50
Experiências socioculturais e ao ar livre de uma infância urbana
contemporânea: a tradição local de saltar no rio Douro
Fernanda Brito
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
fernandaponde@gmail.com

Manuela Ferreira
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto
manuela@fpce.up.pt

As sociedades contemporâneas, consideradas ´sociedades de risco’ e com uma crescente urbanização,


impactam a vida das crianças afetando a sua relação com omundo natural e o usufruto de experiências em
espaços públicos ao ar livre, desrespeitando a Convenção dos Direitos da Criança (1987).
Partindo deste contexto, esta investigação de mestrado visou compreender as experiências socioculturais e
ao ar livre no dia a dia de crianças/jovens que vivem na cidade do Porto e que, na Ribeira, praticam a
tradicional brincadeira de saltar no Rio Douro durante o verão.
Multireferenciada aos contributos da Sociologia da Infância e dos Novos Materialismos se reconhece a
infância como um fenômeno complexo (Ferreira, 2002) e com agência nas materialidades da interrelação
cotidiana (Spyrou, 2018), e no diálogo com a Antropologia Ecológica, Urbana e a Geografia, se procura
compreender os modos de apropriação, ressignificação e participação das crianças na cidade enquanto
dinâmicas relacionais significativas de corpos, espaços e tempos (Lefebvre, 2013 [1978]; Procter & Hackett
(2017) urbanos e ribeirinhos.
A etnografia urbana em espaços abertos com crianças/jovens (5-16 anos), suas famílias, atores da
comunidade e entidades não-humanas, aliou observação participante, fotografias, entrevistas-conversas e
fontes documentais escritas e audiovisuais, cuja análise permite considerar i) o quanto os modos do estar/ser
criança nesta comunidade são construídos a partir das suas agências enquanto experimentam as
espacialidades, temporalidades e materialidades no contexto atual e multifatorial da zona histórica; ii) os
processos de geracionalização presentes na circulação de saberes e fazeres das tradições da cultura local;
iii) as ressignificações e coexistência das tradições locais numa teia relacional multifatorial com interferência
das culturas mediáticas e tecnológicas; iv) as transformações nas experiências de crianças/jovens da
comunidade, configurando identidades referenciadas às culturas local, nacional e globalizada; v) a
importância dos espaços abertos e públicos das cidades nos processos de educação não formal das
crianças/jovens e no exercício das suas competências de auto/heteroconhecimento da realidade humana e
não humana envolvente.

Palavras-chave: Infância urbana, Geracionalização e experiências infantis, Espacialidades e Materialidades


ribeirinhas, Sociologia da Infância, Etnografia em espaços abertos.

Referências Bibliográficas:

Sarmento, Manuel Jacinto e Marchi, Rita de Cássia (2008). Radicalização da infância na segunda
modernidade. Para uma Sociologia da Infância crítica, Configurações, Revista do Centro de
Investigação em Ciências Sociais da Universidade do Minho, nº 4: 91-113.
https://www.researchgate.net/publication/276328653_Radicalizacao_da_infancia_na_segunda_moderni
dade_Para_uma_Sociologia_da_Infancia_critica

Spyrou, Spyros (2018). Disclosing childhoods - research and knowledge production for a critical childhood
studies. London: Palgrave, MacMillan

Lefebvre, H. (2013 [1974]). La producción del espacio. Madrid: Capitain Swing (Colección Entrelíneas.)

Procter, Lisa; Hackett, Abigail (2017). Playing with place in early childhood: An analysis of dark emotion and
materiality in children’s play. Contemporary Issues in Early Childhood. 2017, Vol. 18(2) 213–226.
https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/1463949117714082

Ferreira, Manuela (2002). “A gente aqui o que gosta mais é de brincar com os outros meninos!” – As
crianças como actores sociais e a (re)organização social do grupo de pares no quotidiano de um jardim
de infância. Tese de Doutoramento em Ciências da Educação. Universidade do Porto, Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação, Porto, Portugal.

51
Ser professor hoje, a pensar no amanhã. Um estudo de caso

Francisco Cristóvão
Centro de Investigação em Estudos da Criança, Instituto de Educação, Universidade do Minho
franciscojmcristovao@hotmail.com

Este trabalho decorre de um estudo mais amplo no contexto do Doutoramento em Ciências da Educação,
especialidade em Desenvolvimento Curricular, que teve como objetivos compreender e analisar o trabalho
desenvolvido por cinco docentes portuguesas do 3.º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário
reconhecidas por desenvolverem práticas curricularmente inovadoras. Os dados foram recolhidos através de
uma entrevista semidiretiva individual às cinco professoras; através da observação direta de aulas; e de três
inquéritos por questionário junto de uma amostra de alunos dos respetivos professores participantes (n=142).
Os dados foram objeto de uma análise de conteúdo com base no referencial de Kelchtermans (2009). Nesta
comunicação, centrar-nos-emos na componente prospetiva de um docente participante no estudo (Perspetiva
futura) - uma das cinco componentes que caracterizam a autocompreensão dos professores, segundo
Kelchtermans (2009). Os resultados obtidos mostram que o docente adota uma perspetiva de futuro
associada à sua profissão centrada em dois aspetos-chave: possíveis mutações no modo como se ensina e
como se aprende, no seguimento da situação emergencial a que as instituições educativas tiveram de dar
resposta e da revolução tecnológica daí resultante; e valorização da interação pedagógica como alicerce do
“bom ensino” e da aquisição de aprendizagem significativas. Embora se tenham identificado aspetos menos
positivos, as perceções do participante apontam para uma visão mais positiva do que negativa que surge
associada a uma lógica de valorização do trabalho colaborativo e à articulação entre conteúdos
interdisciplinares como fator de progresso e gerador de interesse nos estudantes. Os resultados deste
trabalho sugerem igualmente uma maior interação professor-aluno, aspeto indissociável da necessidade
premente de motivar os estudantes, bem como a ativação de metodologias e estratégias que os envolva de
forma mais direta na sua aprendizagem.

Palavras-chave: Profissão Docente, Ensino e Aprendizagem, Interação Pedagógica

Referências

Coutinho, C. (2011). Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e Humanas: Teoria e Prática.


Almedina.

Kelchtermans, G. (2009). O comprometimento profissional para além do contrato: Autocompreensão,


vulnerabilidade e reflexão dos professores. In M. A. Flores & A. M. Veiga Simão (Orgs.), Aprendizagem
e Desenvolvimento Profissional de Professores: Contextos e Perspectivas (pp. 61-98). Pedago.

Kelchtermans, G. (1995). A utilização de biografias na formação de professores. Aprender, 18, 5-20.


http://aprender.esep.pt/index.php/aprender/issue/view/21/22

Kelchtermans, G. (1993). Getting the Story, Understanding the Lives: From Career Stories to Teachers’
Professional Development. Teaching and Teacher Education, 9, 443-456.
https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/0742051X9390029G

Zins, J. E., & Elias, M. J. (2006). Social and Emotional Learning: Promoting the Development of All Students.
Journal of educational and psychological consultation, 17(2&3), 233-255.
http://dx.doi.org/10.1080/10474410701413152

52
Sábado, 5 de fevereiro
10h00 – 11h00

53
Sala B 1.37

MODERADOR: Paula Ferreira

43 - Ofertas educativas no secundário, acesso à universidade e mobilidade social


Andreia Correia - Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade do Porto; Gil Nata -
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade do Porto; e Tiago Neves - Faculdade
de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade do Porto

69 - Proposta de percurso da sustentabilidade do smart knowledge garden: criando conexões entre espaços
e disciplinas
Alfonso Pereira - Universidade de Aveiro; Meng Guo - Universidade de Aveiro; Ricardo Torres - Centro
de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores - Universidade de Aveiro; e
Sara Santos - Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores -
Universidade de Aveiro

54
Ofertas educativas no secundário, acesso à universidade e mobilidade
social

Andreia Correia
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade do Porto
andreialeonor@live.com.pt

Gil Nata
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade do Porto
gil.nata@gmail.com

Tiago Neves
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Faculdade do Porto
neves.tiago@yahoo.com

O sistema de ensino é um importante meio de ascensão social, possibilitando o acesso a profissões que
proporcionam melhor qualidade de vida. No entanto, as desigualdades sociais tendem a influenciar o acesso,
o percurso e o rendimento escolar dos estudantes (Bourdieu e Passeron, 1964). As políticas públicas de
educação compensatória emergiram, um pouco por toda a Europa, para tentar mitigar tais desigualdades de
oportunidades.
Em 1996, surgiu em Portugal o programa Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), principal
instrumento nacional de educação compensatória, que perdura até hoje (após alguns anos de suspensão).
Concomitantemente, sucedem-se inúmeras mudanças no sistema educativo, designadamente o surgimento
de diferentes vias educativas. Destas, a que mais tem crescido é a via profissional. Apesar dos possíveis
efeitos positivos da frequência de um curso profissional, estes apresentam taxas muito inferiores de
prosseguimento de estudos para o ensino superior quando comparados com os cursos científico-
humanísticos (Capucha et al., 2020; DGEEC, 2019). Uma vez que, em Portugal, a correlação entre níveis de
escolaridade e classe socioprofissional é elevada, ter uma licenciatura é, para os jovens de classes
desfavorecidas, a forma mais provável de ascender socialmente, acedendo a empregos especializados, com
remuneração e estatuto mais elevados
A partir da análise de 15 anos de exames nacionais, Ferraz, Neves e Nata (2018) constataram a diminuição
da proporção de exames nacionais nas escolas TEIP em comparação com as não-TEIP, avançando a
hipótese de que isso signifique um sobreinvestimento das escolas TEIP em ofertas educativas
profissionalmente qualificantes. Isto levanta a questão sobre um possível efeito de segregação social do
programa.
Neste estudo, pretendemos aferir a evolução das ofertas educativas de ensino secundário dentro do
panorama TEIP, comparando a proporção de alunos nas diferentes vias de ensino secundário entre escolas
TEIP e não-TEIP ao longo de 17 anos.
Concluímos que os dois grupos de escolas apresentam um padrão semelhante de evolução dos matriculados
nos cursos profissionais e nos cursos científico-humanísticos. Adicionalmente, mostramos que as escolas
TEIP apresentam uma oferta educativa bastante mais limitada que as não-TEIP. Logo, é importante discutir
os motivos que sustentam a desigual distribuição das ofertas educativas nos diferentes grupos de escolas,
mesmo com o acréscimo de recursos nas escolas TEIP.

Palavras-chave: Educação compensatória; ensino secundário; TEIP; ensino profissional; desigualdades


sociais.

Referências bibliográficas

Abrantes, P. (2012). A escola como motor de uma modernidade dual. Sociologia on Line, 5.

Bourdieu, P. & Passeron, J.-C. (1992). A reprodução. Elementos para uma teoria do sistema de ensino. Rio
de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora S.A.

Capucha, L., Pereira, C. & Godinho, R. (2019) Avaliação do Contributo do Portugal 2020 para a Promoção
do Sucesso Educativo, Redução do Abandono Escolar Precoce e Empregabilidade dos Jovens para o
Programa Operacional Capital Humano. Secretaria-Geral da Educação e Ciência

55
DGEEC (2019). Transição entre o ensino secundário e o ensino superior: 2017/18-2018/19. Direção-Geral
de Estatísticas da Educação e Ciência

Ferraz, H., Neves T. & Nata, G. (2018). A eficácia dos programas de educação compensatória nos
resultados escolares: análise do programa nacional português de educação compensatória ao longo de
13 anos. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, 26(100), 1058-1083.

56
Proposta de percurso da sustentabilidade do smart knowledge garden:
criando conexões entre espaços e disciplinas

Alfonso Pereira
Universidade de Aveiro
alfonsomeneses@ua.pt
Meng Guo
Universidade de Aveiro
guomeng@ua.pt
Ricardo Torres
Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores - Universidade de Aveiro
rtorres28@ua.pt
Sara Santos
Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores - Universidade de Aveiro
sara.tavares.santos@ua.pt

A presente proposta desenvolvida no âmbito de uma unidade curricular do Programa Doutoral em Educação
da Universidade de Aveiro foi articulada com os objetivos de um projeto programático, mais amplo, do Centro
de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores 2020-2023 – o Smart Knowledge
Garden (CIDTFF, 2021). Trata-se, assim, de uma ideia interdisciplinar que pretende esbater as fronteiras
entre áreas do saber e entre espaços de educação formal e informal, pois os autores acreditam em todas as
potencialidades relacionadas com a variedade de experiências, a relação com o quotidiano e tudo o que o
contacto com diferentes realidades proporciona. Nesse sentido, propõe-se um percurso orientado por
aplicação móvel e assente num contexto de jogo, no qual alunos dos 5.º e 6.º anos podem explorar diferentes
temas dos conceitos de sustentabilidade e diversidade linguística e cultural, em espaços exteriores da
Universidade de Aveiro. A proposta aborda estes dois conceitos da Agenda 2030 devido à sua crescente
importância e às relações que é possível estabelecer entre eles, uma vez que têm como finalidades comuns
a inclusão e a justiça social (Andrade & Martins, 2009), possuindo ainda objetivos partilhados e conexões
positivas com diversas questões, nomeadamente a paz e o bem-estar social, o diálogo intercultural, os direitos
humanos ou a preservação do meio ambiente (Pinto, 2012). Procura-se, assim, desenvolver estratégias para
a valorização das línguas e culturas que assentam no desenvolvimento da intercompreensão, questionamento
das línguas e inclusão da comunidade numa perspetiva de articulação com assuntos de sustentabilidade
ambiental, económica e social (Abdallah-Pretceille, 2011; Andrade et al., 2007). Com esta proposta, pretende-
se fomentar a aprendizagem interdisciplinar e em espaços exteriores, sensibilizar para a importância da
preservação das línguas e das culturas, consciencializar para a necessidade de adotar um modo de vida
sustentável e estimular a aprendizagem a partir de uma ferramenta tecnológica enquanto os utilizadores
consolidam conhecimentos adquiridos em contextos de educação formal. Ao unir diferentes áreas do
conhecimento e potenciar a ligação academia-comunidade, a presente proposta promove a ciência cidadã
como potenciadora do avanço da educação, assentando ainda num modelo de cocriação, uma vez que foi
desenvolvida por (e contou com contribuições externas de) autores de diferentes ramos.

Palavras-chave: sustentabilidade, diversidade linguística e cultural, gamificação, espaços exteriores, mobile


learning.

Referências
Abdallah-Pretceille, M. (2011). La pédagogie interculturelle: Entre multiculturalisme et universalisme.
Linguarum Arena, 2, 91-101.https://ojs.letras.up.pt/index.php/LinguarumArena/article/view/3995
Andrade, A. I., Araújo e Sá, H. & Moreira, G. (2007). Imagens das línguas e do plurilinguismo: Princípios e
sugestões de intervenção educativa. Cadernos do LALE, Série Propostas, n.º 4. Aveiro: Universidade
de Aveiro. https://www.ua.pt/pt/cidtff/lale/page/12923
Andrade, A. I., & Martins, F. (2009). Educar para a Diversidade Linguística: Resultados do Projeto JA-LING
em Portugal. Saber & Educar, 14. https://doi.org/10.17346/se.vol14.124
CIDTFF. (2021). Projetos Programáticos 2020-2023. https://www.ua.pt/pt/cidtff/page/26651
Pinto, S. (2012). As línguas na Universidade de Aveiro: discursos e práticas. Tese de Doutoramento.
Universidade de Aveiro. https://ria.ua.pt/handle/10773/8112

57
Sala B 1.39

MODERADOR 1: Miguel Jerónimo


MODERADOR 2: Rita Cadima

4 - Influências de modelos administrativos nos modelos de formação no contexto da administração pública


federal brasileira: um estudo exploratório no âmbito do instituto nacional do seguro social
Karolina Vyvyan Lopes da Silva - Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação - Universidade do
Porto

64 - Políticas do envelhecimento ativo e saudável em meios desfavorecidos


Marta Passos - Universidade de Coimbra, FPCE

66 - O caso da Norte-Saúde: avaliação da formação orientada para o controlo ou para a emancipação?


André Carvalho - Universidade do Minho; e Fernanda Martins - Universidade do Minho

58
Influências de modelos administrativos nos modelos de formação no
contexto da administração pública federal brasileira: um estudo
exploratório no âmbito do instituto nacional do seguro social.

Karolina Vyvyan Lopes da Silva


Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação - Universidade do Porto
karolina.vyvyan35@gmail.com

A presente comunicação resulta da experiência de pesquisa no Mestrado em Ciências da Educação na


Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação na Universidade do Porto. A investigação assumiu como
objetivo inicial “compreender a concepção que os formadores e formandos do Instituto Nacional do Seguro
Social possuem acerca da formação e as relações que se estabelecem entre a concepção expressa e a
vivência formativa destes sujeitos”. A pesquisa alargou-se ainda à análise dos discursos dos sujeitos
participantes acerca das práticas de formação, bem como dos normativos que instituem a Política de
Formação de Servidores Públicos Federais Brasileiros, no âmbito da Administração Pública e, em específico,
da Política Interna do Instituto Nacional do Seguro Social. A pesquisa possibilitou uma reflexão sobre a lógica
de formação subjacente à prática formativa dominante na Administração Pública do Brasil; e, particularmente,
no processo de formação da referida Autarquia e seus impactos nas ações/opções pedagógicas formativas.
O estudo realizado caracterizase por desenvolver uma abordagem qualitativa (Amado, 2014) e utilizou para
a coleta de dados a análise documental e de relatos escritos; observação participante com realização de
diário de campo; e entrevista semiestruturada, tendo como público participante 33 servidores públicos de 14
estados brasileiros. A análise dos dados foi realizada através de procedimentos de análise de conteúdo
categorial temática. A investigação apresentou questões subjacentes à discussão da problemática em estudo:
as relações entre modelos e políticas de gestão/administração pública e concepções, políticas e práticas de
formação; a formação profissional continuada e suas relações com a experiência pessoal e profissional; e
exercício do trabalho dos servidores públicos, a partir do aporte teórico de autores como: Barroso (1996),
Correia (2005),Maggi (2006),Chiavenato (2008) e Sarmento, Marques e Ferreira (2009). A presente
investigação possibilitou identificar as influências determinantes e os critérios adotados na tomada de decisão
em relação à Política de Formação de Servidores Públicos Federais Brasileiros. Em particular, o trabalho aqui
apresentado discute como os modelos de administração pública brasileira interferem nos modelos de
formação e o que isso representa para o processo formativo [e para seus sujeitos diretos e indiretos].

Palavras-chaves: Formação Continuada, Formação de Formadores, Administração Pública, INSS,


Formação Profissional.

Referências:

Barroso, J. (1996). Formação, projeto e desenvolvimento organizacional. In A. Estrela, R. Canário, & J.


Ferreira(Orgs.),Formação, saberes profissionais e situações de trabalho.

AFIRSE Portuguesa e Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Chiavenato, I. (2008). As três


formas de Administração Pública. In I. Chiavenato,Administração geral e pública(pp. 105-108). Elsevier.

Correia, J.A. (2005). A formação da experiência e a experiência da formação num contexto de crise do
trabalho. In R. Canário & B. Cabrito(Org.),Educação e formação de adultos: Mutações e convergências
(pp.61-72). Editora Educa.

Maggi, B. (2006). As concepções da formação. In B. Maggi, Do agir organizacional: Um ponto de vista sobre
o trabalho, o bem-estar, a aprendizagem (pp. 169-186).

EdgardBlucher. Sarmento, M. J., Marques, A.P.,& Ferreira, I.F. (2009). Administração local:Políticas e
práticas de formação. Braga

59
Políticas do envelhecimento ativo e saudável em meios desfavorecidos

Marta Passos
Universidade de Coimbra, FPCE
capamashua@yahoo.com

A presente temática visa contribuir com o VI Encontro Nacional de Jovens Investigadores em Educação
(ENJIE) no sentido de ampliar o debate, numa perspetiva educacional e intercultural, acerca da relevância do
envelhecimento ativo e saudável na sociedade contemporânea, como parte de nossa pesquisa de
doutoramento, centrada nos grupos-alvo que frequentam Centros de Convívio de aldeias em Portugal e
Centros de Convivência nas periferias urbanas no Brasil. O estudo questiona qual o papel da educação não-
formal e informal na promoção do envelhecimento ativo e saudável no tocante às pessoas idosas com pouca
escolaridade que residem em meios desfavorecidos. Nas últimas décadas têm-se multiplicado os esforços
para que o envelhecimento não seja apenas ativo mas também se paute por valores mais justos (Lima, 2010).
Por isso, as políticas públicas voltadas para o envelhecimento ativo e saudável precisam de assumir uma
perspetiva resiliente, tendo em vista a qualidade de vida por meio da oferta de atividades com mais sentido e
significativas para as pessoas idosas com as suas respetivas especificidades (Oliveira, Lima & Portugal,
2016). Sendo assim, o objetivo específico do estudo consiste em identificar como as políticas educativas do
envelhecimento ativo e saudável auxiliam a qualidade de vida das pessoas idosas que residem em meios
desfavorecidos. Metodologicamente, recorremos à análise, numa perspetiva comparativa, de dois relatórios
centrais no âmbito do objetivo mencionado: o da Organização das Nações Unidas (2002) e da Organização
Mundial da Saúde (2015). Ao final da discussão espera-se dignificar a pessoa idosa, valorizar a sua autonomia
e sublinhar a potencialidade das políticas bem como as principais lacunas em termos de implementação.

Palavras-chaves: políticas de envelhecimento, educação, idosos desfavorecidos, qualidade de vida

Referências

Anica, A.,& Sousa, C de (eds.) (2020) Envelhecimento Ativo e Educação. II Faro:Universidade do Algarve.

Cabral, M.,& Ferreira, P. (2013) Envelhecimento Activo em Portugal: Trabalho, reforma, lazer e redes
sociais. Fundação Manoel dos Santo. Impressão e acabamento s: Guide – Artes Gráficas, Lda.

Camarano, Ana Amélia (Org.) Novo regime demográfico. IPEA, 2014.

Lima, M. P. (2010). Envelhecimentos. Imprensa da Universidade de Coimbra

Oliveira, A. (2016). Intergeracionalidade e Educação ao Longo da Vida. Investigar em Revista Sociedade


Portuguesa de Ciências da Educação (SPCE) Educação n.5 (2016) 2ª série

UNDP, United Nations Development Programme. (2016). Leave No One Behind Ageing, Gender and the
2030 Agenda. Issue Brief. New York: UNDP.

UN, United Nation (2002). Report of the Second World Assembly on Ageing: Madrid United Nation.

WHO, World Health Organization. (2015).World report on ageing and health. Geneva, Switzerland: World
Health Organization.

60
O caso da Norte-Saúde: avaliação da formação orientada para o
controlo ou para a emancipação?

André Carvalho
Universidade do Minho
andre.carvalho014@gmail.com

Fernanda Martins
Universidade do Minho
fmartins@ie.uminho.pt

A área da saúde, alvo de um contínuo e avultado investimento nomeadamente em termos de investigação, é


uma área em permanente evolução técnica, tecnológica e científica, o que obriga a uma constante adaptação
e atualização por parte dos profissionais de saúde. Igualmente, as exigências atuais relativamente à
humanização na prestação de cuidados ao doente requer dos profissionais de saúde uma redobrada
capacidade reflexiva no sentido de entender as necessidades e sensibilidades de cada doente. Neste quadro,
a formação profissional contínua dos profissionais de saúde, emerge como área de relevo, no sentido de
responder às necessidades e exigências da atualidade. No entanto, a formação profissional contínua dos
profissionais pode servir não só para responder às exigências e necessidades referidas, como também pode
cumprir um importante papel ao constituir-se como contributo para a garantia de uma maior autonomia,
liberdade e capacidade de emancipação dos profissionais. Tudo depende da forma como se perspetiva a
formação e que políticas, práticas e modelos se implementam. Neste trabalho, estudou-se o caso de uma
organização de saúde da Região Norte, inserida no âmbito da Administração Pública, e procurou-se, com
especial foco, identificar e descrever políticas, práticas e modelos de formação e de avaliação da formação,
com o objetivo de dar resposta à pergunta: “A avaliação da formação está orientada para o controlo ou para
a emancipação dos formandos-trabalhadores?”. Para isso, realizou-se um estudo de caso, com recorrência a
técnicas de investigação como a análise documental, análise de informação de inquéritos por questionários
desenvolvidos e implementados pela organização aos formandos e, ainda, entrevistas a pessoas chave no
processo de formação. Os resultados obtidos no estudo de caso realizado, dão conta de um modelo de
formação e de avaliação da formação mais orientado para o cumprimento de requisitos e normativos
legais/formais e para o controlo, regulação e reconhecimento externo, admitindo, no entanto, uma certa
componente estratégica e de desenvolvimento pessoal da formação.

Palavras-chave: avaliação, controlo, emancipação, formação, saúde.

Referências

Afonso, A. (2005). Avaliação educacional: regulação e emancipação: para uma sociologia das políticas
avaliativas contemporâneas (3ª ed.). São Paulo: Cortez.

Bernardes, A. (2013). Políticas e práticas de formação em grandes empresas: a dimensão educativa do


trabalho. Porto: Porto Editora.

Lima, L. (2001). A escola como organização educativa: uma abordagem sociológica. São Paulo: Cortez.

Lima, L. (2012). Aprender para ganhar, conhecer para competir: sobre a subordinação da educação na
“sociedade da aprendizagem” (Vol. 41). São Paulo: Cortez.

Machado, E. (2013). Avaliar é ser sujeito ou sujeitar-se? Elementos para uma genealogia da avaliação.
Odivelas: Edições Pedago.

61
Sala B 1.40

MODERADOR: Hélia Pinto

31 - Avaliação (na e) para a cooperação internacional do programa educativo cartas com ciência - rumo à
ciência inclusiva

Helena Caçador - Universidade de Aveiro/ Politécnico de Leiria; Betina Lopes - Universidade de Aveiro;
Olga Santos - LEIEA, CI&DEI/CICS.NOVA – iACT, ESECS, Politécnico de Leiria; Rafael Galupa -
Cartas com Ciência; e Mariana Alves - Cartas com Ciência

65 - História da ciência em projetos STEAM: contribuições possíveis

Cleidson Venturine - Programa Doutoral em Educação, Universidade de Aveiro; e Isabel Malaquias -


Departamento de Física, Universidade de Aveiro

75 - O ensino e a aprendizagem de matemática em cenário de pandemia da COVID-19. Breves


considerações acerca da experiência em escolas públicas do distrito federal, Brasil

Luís Lapa - University of Aveiro; e Isabel Cabrita - University of Aveiro

62
Avaliação (na e) para a cooperação internacional do programa
educativo cartas com ciência - rumo à ciência inclusiva

Helena Caçador
Universidade de Aveiro/ Politécnico de Leiria
helena.cacador@ua.pt

Betina Lopes
Universidade de Aveiro
blopes@ua.pt

Olga Santos
LEIEA, CI&DEI/CICS.NOVA – iACT, ESECS, Politécnico de Leiria
olga.santos@ipleiria.pt

Rafael Galupa
Cartas com Ciência
Rafael.galupa@cartascomciencia.org

Mariana Alves
Cartas com Ciência
mariana.alves@cartascomciencia.org

A presente comunicação visa dar a conhecer uma estratégia de avaliação de um programa de Educação em
Ciência, que se encontra em desenvolvimento em contexto de Cooperação Internacional para o
Desenvolvimento. O programa educativo em foco nesta avaliação, visa que estudantes, pertencentes a meios
desfavorecidos dos nove países da CPLP, comuniquem com um cientista falante de língua portuguesa, por
troca de cartas ao longo de um ano letivo. Desta forma, este programa constitui uma abordagem inovadora
no âmbito da Educação em Ciência, colocando-a ao serviço da comunidade e quebrando barreiras societais
que impedem a fluente comunicação em e sobre ciência.
Neste sentido e por forma a melhorar o programa educativo em decurso, está em desenvolvimento uma
estratégia de avaliação que adota pressupostos metodológicos associados à referencialização e que se
enquadra num paradigma socio construtivista da avaliação. No presente momento, o referencial de avaliação
encontra-se a ser desenvolvido e construído no âmbito de um projeto de Doutoramento em Educação – Ramo
Avaliação e a ser aplicado a uma análise preliminar de um corpus restrito de 28 cartas de estudantes (10 de
uma turma de Portugal, 12 de uma turma de São Tomé e Príncipe e, por fim, outra 6 de uma turma de Timor-
Leste), no sentido de compreender a funcionalidade e aplicabilidade do referencial aos objetivos avaliativos,
designadamente identificar o impacto da experiência de aprendizagem proporcionada pelo programa
educativo. Nesta primeira fase, o referencial é composto por quatro critérios e catorze indicadores, focados
numa educação científica inclusiva, equitativa e de qualidade. Os resultados preliminares mostram que os
estudantes veem a ciência como uma possibilidade futura, apresentam uma atitude positiva em relação aos
cientistas e curiosidade sobre as suas práticas de investigação. Almeja-se que a discussão dos resultados,
associados a esta primeira fase de análise permita recolher contributos no âmbito da melhoria do referencial
de avaliação desenvolvido especificamente num contexto de cooperação internacional, assim como, refletir
sobre os desafios associados à dinamização de projetos de educação científica inclusiva e equitativa
transnacionais e interculturais.

Palavras-Chave: Cooperação Internacional para o Desenvolvimento, Educação em Ciência, Avaliação &


Monitorização, Comunidade de Países de Língua Portuguesa

Referências

Figari, G., & Tourmen, C. (2006). La référentialisation : une façon de modéliser l’évaluation de programme,
entre théorie et pratique Vers une comparaison des approches au Québec et en France. In N O (Vol.
29).

63
Godec, S., King, H., & Archer, L. (2017). The science capital teaching approach: engaging students with
science, promoting social justice. https://discovery.ucl.ac.uk/id/eprint/10080166/1/the-science-capital-
teaching-approach-pack-for-teachers.pdf

Kyle, W. C. (2020). Expanding our views of science education to address sustainable development,
empowerment, and social transformation. Disciplinary and Interdisciplinary Science Education
Research, 2(1), 2. https://doi.org/10.1186/s43031-019-0018-5

Lund, G. E. (2011). Fifth Generation Evaluation.

Muñoz-Cuenca, & Mata-Toledo. (2017). Fifth Generation of Evaluation: Evaluating for Quality. In hawaii
university international conferences science.

64
História da ciência em projetos STEAM: contribuições possíveis

Cleidson Venturine
Programa Doutoral em Educação, Universidade de Aveiro
cleidson.venturine@ua.pt

Isabel Malaquias
Departamento de Física, Universidade de Aveiro
imalaquias@ua.pt

Brasil e outros países têm apresentado currículos educacionais afinados com o modelo de educação que
coloca o desenvolvimento de competências como um instrumento que tem no mercado e na ideologia do
desenvolvimento o seu foco central de interesse, sem esquecer a importância de uma formação integral
baseada em atitudes e valores (Bertolin, 2017). Apesar dessas diretrizes oficiais, o ensino de ciências tem-se
mostrado um desafio no Brasil, fruto não apenas de questões estruturais, políticas e econômicas, mas
também de metodologias pouco atrativas (Moreira, 2018; Pizarro & Lopes Junior, 2017). A utilização da
história da ciência pode, entre outras, se tornar o fio condutor da contextualização de um projeto
multidisciplinar STEAM, trazendo um outro olhar para o problema, propiciando a abordagem de aspetos da
natureza da ciência, promovendo o desenvolvimento do pensamento crítico e motivando os alunos menos
interessados em ciências de forma mais eficaz (Matthews, 1995; Perignat & Katz-Buonincontro, 2019).
Pretendemos investigar quais os impactos dessa abordagem, envolvendo a História da Ciência em projetos
STEAM, sobre o nível de literacia científica dos alunos, em particular na aquisição de habilidades e
competências no âmbito das ciências físicas e suas tecnologias. Será realizado um curso de extensão com
30 estudantes do último ano do ensino fundamental brasileiro, divididos em duas turmas. Eles participarão de
atividades maker integradas e contextualizadas na História da Ciência, ao mesmo tempo que desenvolverão
projetos para apresentar em feiras de ciência e tecnologia. As atividades englobam temas de sustentabilidade,
comunicações, arte e engenharia.
O projeto de investigação está amparado nas alegações de conhecimento pragmáticas, utilizando métodos
mistos de análise de dados em dois ciclos de um plano de investigação-ação. Os dados serão coletados
através de inquéritos por questionário, grelha de observações do professor, entrevistas semiestruturadas e
relatórios dos alunos. O tratamento dos dados será baseado em análise de conteúdo, estatística descritiva e
inferencial, em momentos progressivos durante o projeto de extensão, esperando-se obter evidências de
desenvolvimento do nível de literacia científica e de habilidades e competências específicas da área da física
por parte dos alunos. A instituição de ensino responsável pelo curso guardará os dados pessoais dos
participantes, que deverão entregar um termo de aceite assinado pelos responsáveis legais.

Palavras-chave: ensino de física, história da ciência, educação STEAM, literacia científica, letramento
científico.

Referências

Bertolin, J. (2017). A formação integral na educação superior e o desenvolvimento dos países. Cadernos de
Pesquisa, 47(165), 848–871. https://doi.org/10.1590/198053144005

Matthews, M. R. (1995). História, filosofia e ensino de ciências: a tendência atual de reaproximação. Cad.
Cat. Ens. Fís., 12(3), 164–214. https://periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/view/7084

Moreira, M. A. (2018). Uma análise crítica do ensino de Física. Estudos Avancados, 32(94), 73–80.
https://doi.org/10.1590/s0103-40142018.3294.0006

Perignat, E., & Katz-Buonincontro, J. (2019). STEAM in practice and research: An integrative literature
review. Thinking Skills and Creativity, 31(July 2018), 31–43. https://doi.org/10.1016/j.tsc.2018.10.002

Pizarro, M. V., & Lopes Junior, J. (2017). Os sistemas de avaliação em larga escala e seus resultados: o
PISA e suas possíveis implicações para o ensino de ciências. Ensaio Pesquisa em Educação em
Ciências (Belo Horizonte), 19(0), 1–24. https://doi.org/10.1590/1983-21172017190119

65
O ensino e a aprendizagem de Matemática em cenário de pandemia da
COVID-19. Breves considerações acerca da experiência em escolas
públicas do Distrito Federal, Brasil

Luís Lapa
University of Aveiro
luislapa@ua.pt

Isabel Cabrita
University of Aveiro
icabrita@ua.pt

Danos à aprendizagem da Matemática, nomeadamente para alunos da educação básica e em situação de


vulnerabilidade económica, são evidenciados em estudos que procuram medir os efeitos da interrupção do
funcionamento das escolas. A pandemia associada à COVID-19 levou ao encerramento de escolas em todo
o mundo. No Distrito Federal, Brasil, a suspensão das aulas significou 600 escolas públicas de portas
fechadas e cerca de 500.000 alunos sem atividades presenciais. Como alternativa possível dentro dos limites
que o distanciamento físico e a utilização das tecnologias poderiam permitir, a Secretaria de Educação
implementou uma estrutura pedagógica de ensino remoto de emergência. No entanto, não se conhecem
estudos que permitam definir em que medida o apoio remoto mediado por tecnologias digitais, em cenário
excecional pandémico, contribui para a aprendizagem de Matemática.
Neste contexto, a investigação surge no âmbito de um Doutoramento em Multimédia em Educação, tem opção
metodológica mista, maioritariamente qualitativa, alicerçada no paradigma interpretativo, materializada num
estudo de caso e tem como participantes professores e estudantes.
Este artigo busca perceber os recursos tecnológicos digitais que estiveram à disposição dos professores de
Matemática e estudantes de ensino fundamental, anos finais, de escolas públicas do Distrito Federal, Brasil,
em cenário pandémico. Foram elaborados e submetidos aos participantes 2 inquéritos por questionário, cuja
recolha de dados foi realizada por meio das respostas em formulários on-line disponibilizados na plataforma
FormsUA da Universidade de Aveiro, com recurso ao software LimeSurvey e complementada pela análise
documental a sítios na internet de órgãos oficiais responsáveis pela gestão da educação brasileira, em nível
distrital e nacional. Participaram deste estudo 89 professores e 701 estudantes. Os primeiros resultados
mostram que os participantes se debatem com múltiplos constrangimentos, seja em relação a equipamentos
e recursos tecnológicos, seja em relação à competência digital. Porém, têm a perceção de que o uso de
recursos tecnológicos digitais para o ensino e aprendizagem de Matemática é uma realidade que se impõe e
reconhecem a necessidade de capacitação continuada.

Palavras-chave: ensino remoto, ensino remoto de emergência, tecnologia digital, ensino e aprendizagem
de Matemática

Referências

Franco, Y.S., Paulino, F.O., Marra, M.S., Coelho, J.F.G., Molina, F., Cavalcanti, L., Santos, M., Fontenele,
L., Bezerra, P., Silva, A.C., & Deus, B.S. (2020). Comunicação escolar em tempos de pandemia.
Revista Com Censo, 7(4), 49-59. Disponível em
http://www.periodicos.se.df.gov.br/index.php/comcenso/articl e/view/926.

Hodges, C., Moore, S., Lockee, B., Trust, T., & Bond, A. (2020, March 27). The difference between
emergency remote teaching and online learning. Educause Review. Disponível em
https://er.educause.edu/articles/2020/3/the-differencebetween-emergency-remote-teaching-and-online-
learning.

Souza, A. P., Soares, C., Santos, G.M, Ramos, L.M., Lima, L, & Ferreira, P.D.D. (2021). Pandemia de covid-
19: o que sabemos sobre os efeitos da interrupção das aulas sobre os resultados educacionais?
Disponível em http://fgvclear.org/site/wp-content/uploads/sintese-deevidencias-clear-lemann-2.pdf.

66
Sala B 1.41

MODERADOR: Sandrina Milhano

40 - Perceções sobre a supervisão de estágio na formação inicial de professores em Angola


Jeremias Correia - Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), Universidade do Minho; e
Teresa Vilaça - Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), Universidade do Minho

46 - Formação inicial docente: preparação de educadores e professores para o envolvimento da família


Sónia Cabral - Centro de Investigação em Educação – CIE-ISPA; Lourdes Mata - Centro de Investigação
em Educação – CIE-ISPA; e Francisco Peixoto - Centro de Investigação em Educação – CIE-ISPA

54 - Desenvolvimento profissional docente e os processos de inovação pedagógica em sala de aula:


desafios para os professores no século XXI
Katia Caroline Souza Ferreira - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; e Elsa Maria
Bacala Estrela - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

67
Perceções sobre a supervisão de estágio na formação inicial de
professores em Angola

Jeremias Correia
Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), Universidade do Minho
jeremias.correia@ubi.pt

Teresa Vilaça
Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), Universidade do Minho
tvilaca@ie.uminho.pt

Neste estudo, parte-se do pressuposto que analisar a complexidade das tarefas do supervisor exige um
enfoque analítico, cuja caraterística é o acompanhamento da prática pedagógica que visa promover no
estagiário uma cultura da prática reflexiva, assente no saber-fazer e no saber-ser e agir (Mesquita, 2015), e
um enfoque interpessoal, intrinsecamente ligado ao desenvolvimento de ações recíprocas, mediante
interação colaborativa de coconstrução de saberes profissionais e experiências de aprendizagem (Alarcão,
2014; Vieira & Moreira, 2011). Em Angola, o Ensino Superior Pedagógico, realizado nas Escolas Superiores
Pedagógicas e nos Institutos Superiores de Ciências da Educação, formam graduados que estarão aptos a
exercer a atividade docente e dar apoio à docência em todos os níveis e subsistemas de ensino. Assim, este
estudo exploratório de natureza qualitativa, sendo a primeira parte de uma investigação mais ampla de
doutoramento, tem como objetivos: i) caraterizar as conceções sobre supervisão pedagógica de supervisores
e estagiários de licenciaturas em ensino numa Escola Superior Pedagógica; ii) caraterizar as suas perceções
sobre as práticas de supervisão pedagógica; iii) identificar fatores que facilitam e dificultam as práticas de
supervisão de estágio. Os dados, recolhidos em dois grupos focais de estagiários (n=8) e um de professores
de práticas pedagógica e supervisores de estágio (n=7) mostram que, segundo os estagiários, existe um débil
acompanhamento das atividades de estágio por parte dos supervisores, motivado pelo excessivo número de
estagiários por supervisor e pela necessidade de melhoria da sua formação em supervisão. Na perceção dos
supervisores, os estagiários têm dificuldade em aplicar no estágio os conhecimentos adquiridos na prática
pedagógica anterior, o contato dos estagiários com a escola deveria ser num período maior e o modelo de
estágio deveria ser reconfigurado e incluir escolas anexas à Escola Superior Pedagógica. Os supervisores
ainda referiram que existe um reduzido número de professores que se predispõem a supervisionar os estágios
e há falta de formação. Estes resultados mostram a importância de repensar o modelo de estágio e a formação
dos supervisores em supervisão pedagógica.

Palavras-chave: Estagiários, Formação inicial de professores, Supervisores pedagógicos.

Referências

Mesquita, E. (2015). Ver, ouvir e saber: O lugar da competência nos modelos de formação inicial de
professores. In M. C. Gregório & S. Ferreira (Eds.), Formação inicial de professores (pp. 292–303).
Lisboa: Conselho Nacional de Educação.

Alarcão, I. (2014). Desenvolvimento profissional, interação colaborativa e supervisão. In J. Machado & J. M.


Alves (Eds.), Coordenação, supervisão e liderança – Escola, projetos e aprendizagens (pp. 22–35).
Porto: Universidade Católica Editora.

Vieira, F., & Moreira, M. A. (2011). Supervisão e avaliação do desempenho docente. Lisboa: Ministério da
Educação.

68
Formação inicial docente: preparação de educadores e professores
para o envolvimento da família

Sónia Cabral
Centro de Investigação em Educação – CIE-ISPA
soniacabral.email@gmail.com

Lourdes Mata
Centro de Investigação em Educação – CIE-ISPA
lmata@ispa.pt

Francisco Peixoto
Centro de Investigação em Educação – CIE-ISPA
fpeixoto@ispa.pt

O envolvimento das famílias na educação ganhou relevo na década de 60, pelo seu contributo para a
qualidade de questões académicas, sociais e comportamentais dos alunos. Mais de meio século de evidência
científica confere consistência à necessidade de se desenvolverem competências para a sua promoção
(Mancenido & Pello, 2020).
Sarmento (2005), num estudo sobre a presença de unidades curriculares (UC) sobre esta temática, na
formação inicial, concluiu que, as que existem, são poucas e, na maioria, de caráter opcional. Marques (2015),
faz referência à semelhança dos problemas identificados, num estudo internacional, no que diz respeito ao
envolvimento das famílias no processo educativo, em particular a falta de formação dos professores.
Investigações recentes demonstram que permanece uma desconexão entre a formação, para o envolvimento
da família, que esperamos que os futuros docentes recebam, e o que é realmente abordado e aprendido
(Walker, 2019). Daí que, muitos docentes, apesar de reconhecerem a sua importância, sintam dificuldade na
implementação e manutenção deste envolvimento (Epstein et al., 2019).
Considerando a relevância e atualidade dos dados apresentados, é objetivo deste estudo identificar
competências, conteúdos e referências promotoras do envolvimento das famílias, nos mestrados em
educação pré-escolar (MEPE), e educação pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico (MEPE1.ºCEB), nas
instituições que os ministram, através de análise documental aos curricula e Fichas de Unidade Curricular
(FUC).
Recorremos à análise de conteúdo para explorar os planos de estudo e FUC, cedidas por coordenadores e
consultadas online, de 30 dos 43 cursos registados na Direção-Geral do Ensino Superior. Pesquisámos
palavras-chave como envolvimento da família ou parental, relação, parceria, e cooperação, e identificámos
95 UC.
Os resultados preliminares do nosso estudo permitem refletir sobre as unidades curriculares em que surgem
as palavras-chave, o seu cariz obrigatório ou optativo, procurando identificar objetivos transversais às
mesmas; conteúdos e respetivo referencial teórico; competências que preveem desenvolver nos estudantes
e a abordagem empregada. Esta fase da investigação é fundamental para encorpar a nossa pesquisa, abrindo
espaço às próximas etapas, que se consubstanciam na elaboração e aplicação de entrevistas aos
coordenadores e/ou docentes dos MEPE e MEPE1.ºCEB.

Palavras-chave: Formação inicial docente; Envolvimento da família; Currículo.

Referências

Epstein, J. L., Jung, S. B., & Sheldon, S. B. (2019) Toward Equity in School, Family, and Community
Partnerships: The Role of Networks and the Process of Scale Up. In S. B. Sheldon & T. A. Turner-
Vorbeck (eds.), The Wiley Handbook of Family, School, and Community Relationships in Education (pp.
555-574). John Wiley & Sons, Inc.

Mancenido, Z. & Pello, R. (2020) What do we know about how to effectively prepare teachers to engage with
families? School Community Journal, 30 (2), 9-38. Preparing Teachers for Families.
https://www.adi.org/journal/2020fw/MancenidoPelloFW2020.pdf

69
Marques, R. (2015). Envolvimento das famílias na escola e no processo educativo, Revista Interacções (2).
Escola Superior de Educação de Santarém. Recuperado de http://www.eses.pt/usr/Ramiro/Texto.htm

Sarmento, T. (2005). (Re)pensar a interação escola-família. Revista Portuguesa de Educação. 18(1), 53-75.

Walker, J.M. T. (2019) Recognizing Family Engagement as a Core Practice: Using Situated Pedagogies to
Advance Candidates’ Readiness to Invite Families. In S. B. Sheldon & T. A. Turner-Vorbeck (eds.), The
Wiley Handbook of Family, School, and Community Relationships in Education (pp. 623-646). John
Wiley & Sons, Inc.

70
Desenvolvimento profissional docente e os processos de inovaçao
pedagogica em sala de aula: desafios para os professores no seculo
XXI

Katia Caroline Souza Ferreira


Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
katiacaroline6@hotmail.com

Elsa Maria Bacala Estrela


Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
elsaestrela@gmail.com

Este trabalho é um recorte de uma tese de doutoramento em educação, em andamento, denominada


“Desenvolvimento Profissional Docente e os Processos de Inovação Pedagógica na Escola: Desafios e
Dilemas para Professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em Porto Seguro – Bahia”. O presente
estudo é parte de uma pesquisa, que versa sobre o Desenvolvimento Profissional Docente como elemento
essencial para a implementação de processos de inovação pedagógica nas escolas. Desse modo, este estudo
busca compreender os desafios enfrentados por professores dos anos iniciais do ensino fundamental ao lidar
com as demandas de processos de inovação pedagógica em seu cotidiano de sala de aula, diante das
transformações do mundo atual. Faremos uma pequena reflexão a respeito dos conceitos de
“desenvolvimento profissional docente”, que está relacionado com a melhoria das condições de trabalho,
como um processo de desenvolvimento ao longo da vida (Marcelo Garcia, 1999; 2009; Fiorentini, 2008;
Delgado, 2015 e Formosinho, 2009) e “inovação pedagógica”, a qual é associada à renovação pedagógica, à
mudança, à melhoria e envolve diversos contextos relacionados à educação (Carbonell, 2002; Godin, B., 2015;
Fino, 2008; Correia, 1991 e Meirieu, 1985), trazendo uma discussão acerca dos desafios enfrentados pelo
professor no seu cotidiano de sala de aula. A metodologia utilizada, na pesquisa em curso, foi a de natureza
qualitativa, recorrendo a diferentes técnicas como entrevistas semiestruturadas, grupos focais e análise
documental. Assim, produzimos esse trabalho buscando contribuir qualitativamente com as discussões
pedagógico-científicas desenvolvidas em variadas instâncias, visando o desenvolvimento profissional docente.

Palavras-chave: Inovação Pedagógica; Desenvolvimento Profissional Docente; Anos Iniciais do Ensino


Fundamental.

Referências

Carbonell, J. (2002). A aventura de inovar: a mudança na escola. Trad. F. Murad. Porto Alegre: Artmed.

Correia, J. A. (1991). Inovação Pedagógica e Formação de Professores. 2 ed. Porto. Edições ASA.

Delgado, D. M. (2015). Inovação em educação na berlinda: da instrumentalização à emancipação. Linhas


Críticas, v. 21, n. 46, p. 764-783, 11. [Disponível em
https://periodicos.unb.br/index.php/linhascriticas/article/view/4725/4312, consultado em 11/05/2020].

Fino, C. N. (2008). Inovação pedagógica: significado e campo (de investigação). In Alice Mendonça &
António V. Bento (Org). Educação em tempo de mudança (pp. 277-287). Funchal: Grafimadeira.
[Disponível em: https://digituma.uma.pt/handle/10400.13/808, consultado em 22/02/2021].

Fiorentini, D. (2008). A pesquisa e as práticas de formação de professores de Matemática em face das


políticas públicas no Brasil. Bolema. v. 21, n. 29, p. 43-70. Rio Claro.

71
Formosinho, J. (2009). A formação prática dos Professores. Da prática docente na instituição de formação à
prática pedagógica nas escolas. In: Formosinho, João et al (Coord.). Formação de professores:
aprendizagem profissional e acção docente. Porto: Porto Editora.

Godin, B. (2015). Innovation: A Conceptual History of an Anonymous Concept (Project on the Intellectual
History of Innovation No. 21). Montreal. Retrieved from http://www.csiic.ca/PDF/WorkingPaper21.pdf

Marcelo Garcia C. M. (1999). Formação de professores para uma mudança educativa. Trad. I. Narciso.
Porto: Porto Editora.

Marcelo, C. (2009). Desenvolvimento Profissional Docente: passado e futuro. Sísifo. Revista de Ciências da
Educação, 08, pp. 7-22. [Disponível em: http://sisifo.fpce.ul.pt; Acesso em 14/05/2020].

Meirieu, P. (1985). L`école, mode d`emploi – Des «méthodes actives» à la pédagogie différenciée. Paris:
ESF Editeur.

72
Pósteres

73
A influência do meio socioeconómico no rendimento escolar: um
estudo de caso
Adriana Alves
Instituto Politécnico da Guarda
adrianasalves94@gmail.com

Elisabete Brito
Instituto Politécnico da Guarda
beta@ipg.pt

Filomena Velho
Instituto Politécnico da Guarda
filomenavelho@ipg.pt

A vida em sociedade é fundamental para o ser humano em geral, sendo o meio em que a criança cresce e se
desenvolve, enquanto ser social, determinante para o seu processo de ensino e aprendizagem. O meio tem,
portanto, influências no rendimento escolar das crianças, sendo vários são os estudos que sustentam que o
meio socioeconómico tem efeitos no percurso académico dos alunos (Picanço (2012), Amaro (2014),
Fernández et al (2018), Oliveira (2019), Seleiro (2021), sendo o sucesso escolar muito influenciado pelo
envolvimento parental, pela comunicação e cooperação entre a escola e a família.
Neste contexto, este artigo tem o propósito de refletir acerca da relação entre o aproveitamento escolar das
crianças e o meio socioeconómico de onde provêm. Pretende-se, assim, aferir se o rendimento escolar das
crianças varia em função do seu meio de proveniência, da escolaridade e das profissões das pessoas com
quem vivem (pais, educadores ou outros).
Metodologicamente, analisou-se uma turma de 24 alunos do 1.º e 2.º anos de escolaridade do 1. ° Ciclo do
Ensino Básico, que foram acompanhados pela mesma docente, tendo, numa primeira fase, sido realizada
uma análise às fichas biográficas de cada aluno, a fim de aferir a sua proveniência socioeconómica, as
habilitações e profissões dos pais/educadores, e de saber quem os acompanhava nas rotinas escolares.
Posteriormente, cruzaram-se essas informações com as avaliações obtidas em cada período dos dois anos
letivos por cada aluno. Para enriquecer o estudo, realizou-se um inquérito por entrevista à docente
responsável pela turma, com o objetivo de perceber se havia ou não uma relação entre o rendimento escolar
e o meio familiar.
Os resultados deste estudo, ainda em curso, revelam numa primeira análise, que na generalidade o pouco
acompanhamento familiar das rotinas escolares está associado ao fraco desempenho escolar das crianças,
e que quanto menor o nível socioeconómico das famílias, o que em regra está intimamente relacionado com
as habilitações e a profissões exercidas, menor o apoio e os estímulos proporcionados às crianças.
Palavras-chave: 1°Ciclo do Ensino Básico, rendimento escolar, meio socioeconómico.

Referências

Amaro, F. (2014). Sociologia da Família. Lisboa: Pactor - Edições de Ciências Sociais, Forenses e da
Educação.

Fernández, S., García, A. & Núñez, C. (2018). EL ÉXITO ESCOLAR ¿Cómo pueden contribuir las familias
del alumnado? Madrid: Producciones Grafimatic S.L.

Oliveira, S.A. (2019). Perspetivas sobre os caminhos do (In)Sucesso Escolar. Porto: Faculdade de letras da
Universidade do Porto. Disponível em https://hdl.handle.net/10216/121665.

Picanço, A. (2012). A relação entre Escola e Família - As suas implicações no processo de ensino-
aprendizagem. Lisboa: Escola Superior de Educação João de Deus.

Seleiro, M. (2021). O meio em que se inserem os alunos pode influenciar a motivação pela escola? Porto:
Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

74
Análise dos financiamentos em formação avançada na área de Ciências
da Educação, - comparativo 2018-2019/2020-2021
Emilce Pacheco
Universidade de Aveiro
emilcenp@ua.pt

Nesta comunicação, analisa-se os financiamentos destinados à área de Ciências da Educação, no que diz
respeito aos financiamentos em formação avançada (bolsas de doutoramento) da Fundação de Ciência e
Tecnologia, com a finalidade de contribuir com as pesquisas sobre os impactes e limitações impostas à área,
com o quantitativo de financiamentos disponibilizados mediante aprovação dos projetos de investigação dos
estudantes de doutoramento. A apresentação destacará: (1) Estrutura do Sistema Científico da Fundação (2)
O Financiamento em formação avançada: Comparativo 2018-2019/2020-2021 (3) Os financiamentos em
Ciências da Educação comparativamente as outras áreas. (4) Considerações Finais.
Apresentaremos os quatro domínios e algumas áreas, conforme os documentos divulgados pela Fundação:
Ciências da Vida e da Saúde/5 áreas/19 subáreas; Ciências Exatas e da Engenharia/8 áreas/65 subáreas;
Ciências Naturais e do Ambiente/6 áreas/26 subáreas; Ciências Sociais e Humanidades/6 áreas/40
subáreas;) comparando-as ao financiamento na área de Ciências da Educação.
Ao realizarmos a análise comparativa das aprovações de bolsas nos anos de 2018 e 2019, em relação aos
anos de 2020 e 2021, verificamos que o Domínio das Ciências Sociais e Humanidades, recebeu 1.315 bolsas
nos anos em estudo, um quantitativo menor que o domínio de Ciências Exatas e da Engenharia (1945).
Considerando o comparativo entre 2018/2019 em relação a 2020/2021. O Domínio das Ciências Sociais e
Humanidades foi a que teve maior crescimento de vagas, recebeu 311 vagas, o que consiste em um aumento
de 24%. A área específica de Ciências da Educação é a quarta subárea com mais bolsas contempladas nos
4 anos investigados, e está na quinta posição quando verificados os anos de 2020 e 2021. Na análise
comparativa entre os anos mencionados, recebeu um aumento de apenas 12 vagas, o que corresponde a 8%
de aumento, viabilizando um aumento menor que outras 11 subáreas contempladas.
Comparando 2018/2019 (68 bolsas) a 2020/2021 (80 bolsas), houve aumento do quantitativo, contudo, na
distribuição ano a ano, foram 28 bolsas em 2018 e 40 bolsas em 2019/2020/2021. Ou seja, nos últimos 3
anos manteve a mesma quantidade de bolsas para área Ciências da Educação. Quando consideramos os
desafios enfrentados no âmbito educacional, ainda temos exíguo financiamento, frente as necessidades reais
da área investigada.

Palavras-chave: Financiamentos, Bolsas de doutoramento, Ciências da Educação, Domínios do


Conhecimento.

Referências

Carvalho, L. (2015). As Políticas Públicas de Educação sob o prisma da ação pública: Esboço de uma
perspetiva de análise e inventário de estudos. Currículo sem Fronteiras. 15. 314-333.

Fundação de Ciência e Tecnologia (2021). Concurso para Atribuição de Bolsas de Investigação para
Doutoramento 2021. Resultado por painel. https://www.fct.pt/apoios/bolsas/concursos/

Fundação de Ciência e Tecnologia (2020). Concurso para Atribuição de Bolsas de Investigação para
Doutoramento 2020. Resultado por painel. https://www.fct.pt/apoios/bolsas/concursos/

Fundação de Ciência e Tecnologia (2019). Concurso para Atribuição de Bolsas de Investigação para
Doutoramento 2019. Resultado por painel. https://www.fct.pt/apoios/bolsas/concursos/

Fundação de Ciência e Tecnologia (2018). Concurso para Atribuição de Bolsas de Investigação para
Doutoramento 2018. Resultado por painel. https://www.fct.pt/apoios/bolsas/concursos/

75
The impact of motivational variables on body image on fitness
practitioners

Rogério Salvador
Life Quality Research Centre (CIEQV), Polytechnic Institute of Leiria
rogerio.salvador@ipleiria.pt

Turning physical exercise into a habitual behavior is a complex process. Studies have shown that
individuals will drop-out in the first stages. However, literature is scarce on full casual sequences
according to motivational theories and/or have not considered the utility of other cognitive constructs
on analyzing exercise commitment. Social networks and the media influence the creation of
stereotypes of ideal bodies, often giving rise to a distorted view of the body image (BI). Research
has assessed several motivational frameworks attempting to increase literature on how to increase
physical activity rates. However, literature is scarce on full casual sequences according to
motivational theories and/or have not considered the utility of other cognitive constructs on analyzing
exercise commitment, like body image. According to recent studies (Eurobarometer, 2018), more
than 68% of the European population is physically inactive and individuals reported the lack of time
and motivation as being the main reasons for having sedentary behaviors, 43%, and 23%,
respectively. In fact, motivation seems to be the most important variable explaining not only decrease
in exercise drop-out but also increase in exercise participation (Teixeira et al., 2012; Rodrigues et
al., 2018). Thus, how someone regulates his motivation towards a specific behavior is influenced by
contextual, social, and personal factors like self-body image perception. Research support the
motivational transfer hypothesis between self-determined motivations to exercise and regulate
eating in normal-weight adults, suggesting that more physically active individuals present higher self-
determined motivations to exercise and regulate eating, and therefore, greater attentiveness to body-
related eating cues and necessities (Carraça et al., 2020). The aim of this work is to analyze BI
dissatisfaction in exercise practitioners as well as its relationship with the practice of physical
exercise, motivation and eating regulations. To data collection it will be used the following
instruments: Interpersonal Behaviours Questionnaire (IBQ), Basic Psychological Needs Satisfaction
and Frustration Scale (BPNSFS), Behavioral Regulation Exercise Questionnaire (BREQ-3),
Regulation of Eating Behavior Scale (REBSp), Physical Activity Enjoyment Scale (PACES) and
Stunkard Figure Rating Scale. Data will be analyzed using Confirmatory Factor Analysis.

Palavras-chave: Body image, Motivation, Exercise, Well-being, Eating Behavior

Referências

Carraça, E., Rodrigues, B., & Teixeira, D. (2020). A Motivational Pathway Linking Physical Activity to Body-
Related Eating Cues, Journal of Nutrition Education and Behavior, 52 (11), 1001-1007. Doi:
10.1016/j.jneb.2020.08.003.

Eurobarometer (2018). Sports and physical activity, Eurobarometer-472, Bélgica, European Comission;

Rodrigues, F., Bento, T., Cid, L., Neiva, H.P., Teixeira, D. S., Moutão, J., Marinho, D. A., & Monteiro, D.
(2018). Can interpersonal behavior influence the persistence and adherence to physical exercise
practice in adults? A systematic review. Frontiers in Psychology. Doi: 10.3389/fpsyg.2018.02141;

Teixeira, P., Carraça, E., Markland, D., Silva, M., & Ryan, R. (2012). Exercise, physical activity, and self-
determination theory: a systematic review. International Journal of Behavioral Nutrition and Physical
Activity, 9(78), 1-30. Doi: 10.1186/1479-5868-9-78;

World Health Organization (2017). Physical activity for health. Geneva, World Health Organization, 1-50;
76
Perceções de alunos dos 1.º e 2º ciclos sobre alterações climáticas,
através da sua identificação e melhoria com recurso a atividades
promotoras de literacia ambiental
Ricardo Ramos
UTAD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
rmmramos8@gmail.com

Isilda Rodrigues
UTAD - CIIE - Centro de Investigação e Intervenção Educativas
isilda@utad.pt

Maria José Rodrigues


CIEB Centro de Investigação Educação Básica – IPB
mrodrigues@ipb.pt

A presente investigação tem como objectivo conhecer as percepções de alunos do 1º. e 2º, Ciclo sobre as
alterações climáticas, recorrendo a um questionário. Tendo uma abordagem mista, contempla também uma
proposta de actividade, para a mitigação das alterações climáticas, permitindo aos alunos um melhor
entendimento do tema. O trabalho desenvolver-se-á nas escolas do Distrito de Bragança, contará com a
participação voluntária de uma amostra em torno dos 150 alunos de seis concelhos do 1º. e 2º. CEB.
Consideramos verdadeiramente importante compreender como as crianças encaram esta problemática, e que
tipo de consciência ecológica a escola imprime acerca deste tópico educativo (Cortesão, 2017). Este estudo
mostra-se pertinente na medida em que, avaliando os seus resultados, poderemos contribuir para que os
alunos alterem as suas concepções e para que encarem as alterações climáticas como um problema sério e
urgente a resolver. No nosso ponto de vista, cabe às instituições de ensino, considerando-se privilegiadas no
exercício da comunicação para com as crianças – actores do futuro – difundir aprendizagens com vista à
defesa da qualidade ambiental, como um valor indivisível do exercício da cidadania. Assim, com a
implementação das actividades compostas neste estudo, espera-se contribuir não só para a promoção de
aptidões, nomeadamente na (re)construção de saberes, como também na promoção de capacidades e
atitudes dos alunos. Prevê-se também que os alunos possam adquirir a capacidade para tomar decisões na
resolução de problemas. Este tipo de abordagem poderá permitir e promover boas práticas de educação,
evidenciando-se como peça elementar para uma acção futura e eficaz. Tendo em consideração a meta que
se pretende atingir nos alunos, a literacia em alterações climáticas, revela-se de grande pertinência na
educação desde os primeiros anos de escolaridade. Promover a literacia ambiental, desde cedo, é, com
certeza, uma via para a resolução dos problemas ambientais tornando os cidadãos “ambientalmente letrados”
(Mafra & Moreno, 2019). Sendo que a literacia ambiental deve ser estendida a todas as áreas da sociedade,
começando pelas crianças de hoje, que serão um dia responsáveis por tomar decisões que moldarão a saúde
do ambiente no futuro (Chepesiuk, 2007)

Palavras-chave: Perceções, Concepções, Ensino Básico, Alterações Climáticas, Literacia Ambiental.

Referências

Chepesiuk, R. (2007). Environmental Literacy: Knowledge for a Healthier Public. Environmental Health
Perpectives, 115(10). Retrieved 8 May 2021, from
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2022675/.

Cortesão, S., (2017). A Importância da Educação Ambiental no Ensino Básico. Dissertação de Mestrado em
educação para a saúde. Coimbra: Escola Superior de Educação de Coimbra.

Mafra, P., & Moreno, M. (2019). Literacia Ambiental: uma necessidade para uma sociedade
ambientalmente ativa. Eduser, 11(2), 66-76. Retrieved 24 February 2021

77
Educação de adultos e a promoção da participação cívica e social nas
universidades seniores
Maria Cramês
ESE - Instituto Politécnico de Bragança
maria.crames@ipb.pt

Graça Santos
ESE - Instituto Politécnico de Bragança
gmsantos@ipb.pt

Armando Loureiro
UTAD- Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
aloureiro@utad.pt

Este projeto de investigação insere-se no âmbito do Doutoramento em Ciências da Educação, tendo


por objetivo analisar a forma como as universidades seniores (US) promovem a participação cívica
e social dos adultos mais velhos. As US contribuem para a melhoria da qualidade de vida, criando
e promovendo atividades diversificadas, essencialmente de natureza social e cultural, por forma a
estimular a atividade dos mais velhos e a partilha dos seus saberes e experiências de vida. Ao
valorizarmos a educação de adultos (Guedes & Loureiro, 2016), consideramos que as US se
baseiam no princípio da aprendizagem ao longo da vida e por isso entendemos que a participação
cívica e social assume um carácter determinante neste contexto. Perceber a educação como sendo
uma tarefa pessoal do indivíduo, ao longo da vida, como forma de estar ativo e inserido na
sociedade (Santos & Bergano, 2019), apresenta-se como um desafio para as organizações sociais,
mais concretamente, aquelas que são dirigidas para as pessoas mais velhas, como é o caso das
US (Almeida, 2016). Pretende-se responder à questão de investigação “De que forma as US
promovem a participação cívica e social dos adultos mais velhos?”, tendo como objetivo geral,
analisar criticamente a forma como as US do Nordeste Transmontano promovem a participação
cívica e social dos adultos mais velhos. A metodologia a utilizar será mista, predominantemente de
natureza qualitativa, baseada no estudo de casos múltiplos. Serão realizados dois estudos: “estudo
1” - caracterização das US quanto à participação cívica e social, contando com a participação dos
líderes, professores/educadores e outros voluntários das US; para aprofundar a análise de alguns
dados recolhidos anteriormente, o “estudo 2” - perceções dos adultos mais velhos, dos
professores/educadores e outros voluntários relativamente à participação cívica e social das US.
Como técnicas e instrumentos de recolha de dados, para o primeiro utilizaremos o inquérito por
questionário e para o segundo recorreremos à realização de entrevistas individuais (aos alunos)
e/ou focus group (aos professores/educadores). Como resultados esperamos identificar diferentes
contextos e práticas de participação, bem como perceções distintas sobre a forma como cada
instituição e cada pessoa valoriza a participação nesta fase da vida. Esperamos ainda encontrar
outros dados que nos permitam incentivar as US a criar oportunidades e práticas de participação
cívica e social dos adultos mais velhos.

Palavras-chave: Participação cívica e social, Aprendizagem ao longo da vida, Educação de


adultos, Universidades seniores.

Referências

Almeida, M. (2016). Iniciativa de participação cidadã de idosos em Portugal: Um estudo exploratório. Análise
Social, 51 (219), 402-431. http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/AS_219_art06.pdf

Guedes, C.S., Loureiro, A.P.F. (2016). Educação de adultos: de onde viemos e para onde vamos? Laplage
em Revista (Sorocaba), 2(1). https://www.redalyc.org/

Santos, G., & Bergano, S. (2019). Senior University: ageing wisely. In C. Vilhena & M. H. Gregório (Eds). 9th
Conference of the ESREA Research Network on Education and Learning of Older Adults (ELOA) Older
adults’ well-being: the contributions of education and learning. Faculty of Human and Social Sciences,
University of Algarve, Portugal, pp. 171-184. http://hdl.handle.net/10198/23288

78
Docência na educação profissional: entre a formação didático-
pedagógica e o desenvolvimento profissional
Cristiane de Almeida Vieira da Silva
Universidade de Aveiro
cristiane.vieira@ua.pt

Cecília Vieira Guerra


Universidade de Aveiro
cguerra@ua.pt

As mudanças correntes no mundo do trabalho criam demandas na oferta da Educação


Profissional e, consequentemente, para os docentes que atuam na modalidade. Há profissionais de diversas
áreas do conhecimento que atuam na docência nessa modalidade, mas sem a devida formação didático-
pedagógica. Esses docentes desenvolvem sua prática de ensino a partir de suas experiências, sejam nas
áreas específicas de formação, no processo de escolarização anterior e/ou nas experiências práticas de
docência na educação profissional. De fato, a importância da formação didático-pedagógica dos docentes
é identificada a partir da compreensão da especificidade da função docente, o que implica reconhecer um
conhecimento específico do ato de ensinar e dos sujeitos envolvidos. Contudo, o desenvolvimento
profissional se dá ao longo da vida, não apenas através dos processos formais de formação, pois engloba
diferentes experiências da vida profissional e pessoal, em diferentes contextos. Entretanto, os processos
formais de formação é um aspecto de extrema relevância e favorece o desenvolvimento profissional
contínuo do professor. Dessa forma, intenta-se apresentar o projeto de investigação em curso
que busca compreender de que maneira um programa de formação em serviço, enquadrado por uma
matriz inter e multidisciplinar, mobiliza o desenvolvimento profissional dos docentes que atuam em cursos
técnicos profissionalizantes de um Instituto Federal de Educação do Brasil. Do ponto de vista metodológico,
a proposta enquadra-se no paradigma sóciocrítico de natureza mista, seguindo um plano de investigação-
ação, tendo a finalidade de compreender e interpretar a realidade a estudar, mas também intervir, melhorar
e transformar essa mesma realidade. Serão utilizados os seguintes instrumentos de recolha de dados: o
inquérito por questionário online aos docentes do Instituto Federal alvo da pesquisa, o inquérito por
entrevista individual semiestruturada com 20 docentes participantes da ação de formação, além
da observação da investigadora. Com este estudo pretende-se contribuir para o avanço do conhecimento
científico em investigação em Didática da Educação Profissional, sendo mais uma referência para a
formação de docentes desta modalidade.

Palavras-chave: Didática Profissional, Formação de Docentes, Docência na Educação Profissional.

Referências

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development in vocational education and training. Https://Doi.Org/10.1080/0158037X.2018.1449102,
40(2), 198–211. https://doi.org/10.1080/0158037X.2018.1449102

Pinheiro, A. B. M., Pinheiro, M. D. da S. L. B., Barreira, C. M. F., Rabelo, M. da P. V., & Ferreira, A. G.
(2018). Concepções de ensino de docentes da educação técnica e tecnológica. Innovaciones
Educativas, 20(29), 55–67. https://doi.org/10.22458/IE.V20I29.2251

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professionnalisme en danger. Cadernos de Pesquisa, 47(166), 1134–1149.
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Sousa, E. P., Sales, A. L. de, Silva, J. D. P. Da, Lemos, D. M., & França, E. T. S. S. (2019). FORMAÇÃO
PEDAGÓGICA DO TECNÓLOGO PARA ATUAÇÃO COMO DOCENTE NO INSTITUTO FEDERAL
DO AMAPÁ – CAMPUS MACAPÁ. HOLOS, 1(0), 1–12. https://doi.org/10.15628/HOLOS.2019.6899

Souza, F. das C. S. (2017). Percurso formativo de engenheiros professores da educação profissional e


tecnológica. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 98(248), 62–76. https://doi.org/10.24109/2176-
6681.RBEP.98I248.2883

79
Género, Sexualidade e Escola: Uma Revisão da Literatura sobre os
Impactos Identitários Decorrentes dos Discursos Estruturais
Hegemónicos
Marcus Vinicius de Paula Pereira Junior
Centro de Investigação em Didática e Tecnologia na Formação de Formadores, Universidade de Aveiro
m.junior@ua.pt

Filomena Teixeira
Escola Superior de Educação, Politécnico de Coimbra / C. I. Didát. Tecnol. Formação de Formadores, Univ.
de Aveiro
filomena@esec.pt

As rápidas e dinâmicas transformações à escala global vêm encurtando as distâncias entre os espaços
escolares e os diferentes meios sociais. Neste processo, salienta-se a importância de ganhar espaço
reflexões sobre determinadas questões que atravessam intimamente a humanidade, a relação interpessoal e
a interação com o meio (Diogo e Maheirie, 2007). As novas configurações sobre as relações de género e
sexualidade são um bom exemplo, onde a abertura significa romper com discursos de dominação que desde
sempre moldaram, e ao mesmo tempo rejeitaram, parte da sociedade (Butler, 2013; Newman, 2002; Souza
& Pereira, 2013). No entanto, apesar de tais mudanças acontecerem, ativamente, em diferentes contextos,
incluindo a escola (Araújo et al., 2019; Middleton, 2021; Teixeira & Marques, 2017), ainda existe uma
expressiva rejeição relativa às novas leituras sobre género e sexualidade, decorrentes de conceções
nucleares com impactos diretos no ambiente escolar, que mantém cristalizados posicionamentos de docentes
e estudantes (Carvalho & Teixeira, 2019; Council of Europe, 2019; Dessel et al., 2017; UNESCO, 2018; Waling
et al., 2020). Este trabalho teve por objetivo analisar de que modo pensamentos e comportamentos estruturais
e estruturantes relacionados com questões de género e sexualidade atravessam os espaços escolares,
provocando impactos significativos nas relações que envolvem docentes e estudantes. Tratando-se de uma
revisão da literatura com recurso à análise de conteúdo (Bardin, 2017) e de caráter qualitativo, procedeu-se
à estruturação do corpus documental com a escolha específica das plataformas Scielo e Web of Science para
a realização das pesquisas, explorando assim objetivamente as duas ferramentas. Foram utilizadas as
palavras-chave “género”, “sexualidade”, “educação” e “professores” em português, espanhol e inglês,
conectadas através de operador booleano AND, utilizando critérios como: “artigos publicados entre 2012 e
2021” e “artigos no âmbito dos estudos em género e sexualidade nas escolas”. Como corpus de análise
obtiveram-se quinze artigos de investigações a nível nacional e internacional, alocados aos seguintes
subtemas: i) O binarismo e a heteronormatividade na formação do pensamento social; ii) Disparidades nos
processos de ensino e aprendizagem das questões de género e sexualidade; iii) Docentes, normatividades e
opressões; e iv) Estudantes, docentes LGBTQIAP+ e a educação queer. Estruturou-se, assim, uma revisão
da literatura que tratou das questões de género e sexualidade, através de perceções macro e
microssistémicas, sendo possível identificar aspetos relevantes quanto a práticas normativas que ocorrem em
diferentes espaços, incluindo as escolas. Desta forma, ao considerar alguns dos desafios prementes da
contemporaneidade, sendo a Educação uma ferramenta fundamental na transversalidade das relações de
género e sexualidade, o estudo, contribui para importantes reflexões, nomeadamente sobre a pluralidade dos
discursos e a mitigação dos preconceitos direcionados às mulheres e aos grupos minoritários.

Palavras-chave: Género; Sexualidade; Escola; Docentes; Estudantes.

Referências bibliográficas

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educação básica: um paralelo entre Portugal e Brasil. Revista Ibero-Americana em Estudos em
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https://doi.org/10.21723/riaee.v14iesp.2.12608

Bardin, L. (2017). Análise de conteúdo. Edições 70.

Butler, J. (2013). Problemas de gênero: feminismo e subversão de identidade (6ªed.). Civilização brasileira.
80
Carvalho, M., & Teixeira, F. (2019). Orientação sexual e homofobia na série televisiva Glee. Ensino em Re-
Vista, 26(1), 173-191. http://dx.doi.org/10.14393/ER-v26n1a2019-8

Council of Europe (2019). Recommendation of the Committe of Ministers to member States on preventing
and combating sexism – CM/rec(2019)1. Estrasburgo, França. https://rm.coe.int/16809e1b65

Dessel, A. B., Kulick, A., Wernick, L. J., & Sullivan, D. (2017). The importance of teacher support: Differential
impacts by gender and sexuality. Journal of Adolescence, 56, 136-144.
https://doi.org/10.1016/j.adolescence.2017.02.002

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Sartre e Vygostky. Aletheia, 25, 139-151.

http://pepsic.bvsalud.org/pdf/aletheia/n25/n25a11.pdf

Middleton, S. (2021). Gender Wars and Sexuality Education in 2021: History and Politics. New Zealand
Journal of Educational Studies, 56, 227-243.

https://doi.org/10.1007/s40841-021-00220-5

Newman, L. K. (2002). Sex, gender and culture: Issues in the definition, assessment and treatment of
gender identity disorder. Clinical Child Psychology and Psychiatry, 7(3), 352–359.
https://doi.org/10.1177/1359104502007003004

Souza, E. M, & Pereira, S. J. (2013). (Re)produção do heterossexismo e da heteronormatividade nas


relações de trabalho: a discriminação de homossexuais por homossexuais. Revista de Administração
Mackenzie, 14(4), 76-105.

https://doi.org/10.1590/S1678-69712013000400004

Teixeira, F., & Marques, F. M. (2017) Biologia e género: Outros olhares. In: C. Vieira, C. Nogueira, F.
Henriques, F. Marques, F. Vicente, F. Teixeira, L. Coelho, M. Duarte, M. Loureiro, P. Silva, R. Monteiro,
T. Tavares, T. Pinto, T. Toldy e V. Ferreira, Conhecimento, Género e Cidadania no Ensino Secundário
–Guião de Educação., 249-310.

https://www.cig.gov.pt/documentacao-de-referencia/doc/cidadania-e-igualdade-de-genero/guioes-de-
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UNESCO (2018). Orientações técnicas internacionais de educação em sexualidade: Uma abordagem


baseada em evidências. (2ª Ed.) Paris, França.

https://www.unfpa.org/sites/default/files/pub-pdf/369308por.pdf

Waling, A., Fisher, C., Ezer, P., Kerr, L., Bellamy, R., & Lucke, J. (2020). “Please Teach Students That Sex
is a Healthy Parto f Growing Up”: Australian Students’ Desires for Relationships and Sexuality
Education. Sexuality Research and Social Policy, 18, 1113-1128. https://doi.org/10.1007/s13178-020-
00516-z

81
Potencialidades, limitações e desafios dos normativos para a
supervisão de estágios na formação inicial de professores em angola
Fernando Ngio
Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), Universidade do Minho
manuelfernando453@gmail.com

Teresa Vilaça
Centro de Investigação em Estudos da Criança (CIEC), Universidade do Minho
tvilaca@ie.uminho.pt

Embora seja reconhecida a importância da supervisão no âmbito da formação inicial de professores, observa-
se alguma ambiguidade no modo como deve ser operacionalizada e concretizada, dando significado a um
perfil de supervisor que concretize os objetivos formativos subjacentes ao processo de estágio (Pimenta &
Lima, 2012). Neste projeto, assumimos que a supervisão é o processo de regulação do estágio,
operacionalizado em ações de monitorização e avaliação (Alarcão & Canha, 2013).

Nas Escolas de Magistério em Angola, o estágio é realizado em escolas de aplicação e é supervisionado por
um professor tutor da escola e um professor acompanhante do Magistério (INIDE, 2009). Assim, este estudo
é o primeiro da tese de doutoramento “Potencialidades da formação para a cocriação de um Guia de Ação
para o Estágio Pedagógico: um estudo com professores acompanhantes de Escolas de Magistério em
Malanje, Angola” e visa responder à seguinte questão de investigação: Que modelos de supervisão e
competências formativas são exigidas aos professores acompanhantes de estágio e professores tutores, nas
normas legais do Ministério da Educação, bem como nos Gabinetes provinciais de educação e nas escolas
de formação de professores?

Para analisar a Legislação do Ministério da Educação, Gabinetes Provinciais de Educação e Escolas de


Formação de Professores foi elaborada uma grelha de análise, que incluiu entre outras categorias e
subcategorias: i) Caraterísticas do processo de supervisão pedagógica na formação inicial: princípios
norteadores, objetivos, tipo de supervisores, papel do supervisor; ii) Caraterísticas da implementação da
supervisão: a nível nacional, provincial e municipal; iii) caraterísticas do processo de desenvolvimento
profissional contínuo dos supervisores: formação, supervisão entre pares, comunidades de prática,
investigação-ação. Os resultados preliminares mostram que o papel do supervisor pedagógico nos estágios
é acompanhar os estágios a nível da planificação, observação das aulas e avaliação-reflexão; avaliar os
formandos e analisar o seu desempenho nas atividades educativas numa perspetiva de formação contínua e
promover reuniões de avaliação com os professores tutores e os formandos.

Palavras-chave: Estágios Pedagógicos, Formação Inicial, Professores Acompanhantes de Estágio,


Professores Tutores, Supervisão Pedagógica.

Referências

Pimenta, S. M. & Lima, M. Do S. (2012). Estágio e docência (7ª ed.). Cortez Editora.

Alarcão, I. & Canha, B. (2013). Supervisão e Colaboração: uma relação para o desenvolvimento. Porto
Editora.

INIDE (2009). Práticas Pedagógicas - Formação de Professores para o Ensino Primário. INIDE.

82
“Partilhas além Fronteiras”: uma iniciativa de comunicação de ciência
aberta à comunidade, em educação de infância
Raquel Ramos
Universidade de Aveiro
rvramos@ua.pt

A presente comunicação tem como finalidade apresentar os contributos de uma iniciativa de comunicação
de ciência, designada por “Partilhas além Fronteiras” e desenvolvida no âmbito de uma investigação de
doutoramento em curso, especificamente, na sequência da implementação de um Programa de Formação
Colaborativa (PFC), entre Maio e Julho de 2021, com 5 educadoras de infância em Portugal, com o objetivo
de articular práticas educativas desenvolvidas num Programa de Educação na Natureza (Figueiredo et al.,
2021) e num Jardim-de-Infância (participante no estudo).
Face às lacunas na literatura sobre a articulação entre contextos educativos exterior/natureza e interior
(Ramos & Figueiredo, 2021), considerou-se fundamental criar uma rede de parceria, partilha de
responsabilidades, compromisso e cooperação com especialistas internacionais convidados, no sentido
de alavancar o espaço de reflexão, discussão e coconstrução de conhecimento, criado no âmbito do PFC.
Nesse sentido, a doutoranda organizou este evento, cujas sessões online abertas à comunidade, focadas
na temática supramencionada, aspiram aproximar públicos académicos e não académicos de diferentes
países e colocar em ação esta estratégia de responsabilidade social, nos eixos da formação, da educação
e da extensão (Araújo e Sá et al., 2021).
A primeira sessão aberta à comunidade, subordinada ao tema “Desafios para a Educação do Século XXI:
desemparedar a escola, brincar com a natureza, educar em conexão com a Terra!”, foi apresentada e
moderada pela doutoranda e dinamizada pela Professora Doutora Léa Tiriba (GiTaKa-PPGEdu-UNiRIO),
em Outubro de 2021. O sucesso da divulgação e disseminação desta sessão, que contou com o apoio das
respetivas instituições de afiliação, ficou patente nos mais de 50 participantes de Portugal e do Brasil
(investigadores, professores, alunos do ensino superior, profissionais da educação e famílias), tendo-se
privilegiado a constante interação e partilha entre a oradora e o público-alvo.
Os resultados desta iniciativa de comunicação de ciência foram analisados a partir das reflexões
emergentes do diário da investigadora e da discussão com a equipa de investigação (orientadoras) e com
as educadoras participantes no estudo (presentes na sessão), em grupo focal, permitindo identificar alguns
dos seus contributos, designadamente: a promoção da reflexão-ação pedagógica, com o envolvimento de
diferentes atores nas discussões conjuntas; a acessibilidade aos resultados científicos, numa perspetiva
de ciência aberta, considerando um dos objetivos de desenvolvimento sustentável - a educação de
qualidade; e a coconstrução de conhecimento científico sobre a temática em estudo, não só para o
aprofundamento do seu enquadramento teórico, como também para o desenvolvimento profissional - um
dos pilares essenciais para a sustentabilidade desta investigação.
Portanto, a pertinência da continuidade desta iniciativa “Partilhas além Fronteiras”, prende-se com os seus
principais objetivos, relacionados com a ciência cidadã, designadamente: i) promover a literacia científica
na formação e empoderamento de cidadãos mais críticos e informados; ii) consciencializar a sociedade
para as problemáticas atuais em educação de infância; iii) favorecer a (des)construção de conceções
ligadas à infância; iv) criar redes de parceria e cooperação entre investigadores e profissionais da
educação de diferentes países; v) e coconstruir estratégias inovadoras e inclusivas, devidamente
adequadas às problemáticas e necessidades dos contextos.

Palavras-chave: formação, colaboração, responsabilidade social, ciência aberta, educação de infância

Referências

Araújo e Sá, M. H., Gonçalves, M., Ambrósio, S., & Varela, A. (2021). Estratégia de Responsabilidade Social
do CIDTFF (1.ª ed.). UA Editora. https://doi.org/10.48528/xwpw-zd98

Figueiredo, A., Duque, I., Coelho, A., & Bigotte, E. (2021). Projeto Limites Invisíveis: Uma abordagem
educativa na natureza. In A. M. de Oliveira (Ed.), Psicologia e suas Interfaces (1st ed., pp. 88–101).
Quipá Editora. https://doi.org/10.36599/qped-ed1.035

Ramos, R., & Figueiredo, A. (2021). Potencialidades da educação na natureza em contextos de infância:
uma revisão sistemática de literatura. 13(3), 363–391.
https://doi.org/https://doi.org/10.34624/id.v13i3.25569

83
A formação inicial/continuada através do i seminário internacional de
educação inclusiva com a temática do pensamento computacional

Elaine Alves Leite


Universidade Federal Fluminense
laneleite54@gmail.com
Ruth Maria Mariani Braz
Universidade Federal Fluminense
ruthmarianibraz@gmail.com
Sérgio Crespo Coelho da Silva Pinto
Universidade Federal Fluminese
crespo.sergio@gmail.com
O Brasil é reconhecido mundialmente por ter uma política bem consolidada em relação à Educação
Inclusiva. Ainda assim, o país enfrenta diversos desafios para o cumprimento da legislação, seja ao
organizar a escolarização dos alunos público-alvo da Educação Especial, seja ao efetivar como um todo
políticas públicas educacionais efetivamente inclusivas. Nesse sentido, partindo do pressuposto que a
formação docente é primordial para o cumprimento da legislação, a presente pesquisa trata da temática
da inclusão, com ênfase na formação de professores, através do evento científico, I Seminário
Internacional de Pensamento Computacional para Inclusão. O Seminário se propõe a auxiliar no
desenvolvimento acadêmico e atualização profissional, com recorte no conceito do Pensamento
Computacional, atrelado a conceitos que irão instrumentalizar os participantes para implantação da
inclusão. O objetivo deste trabalho é avaliar os conhecimentos dos participantes da pesquisa no tocante
aos conceitos que serão abordados no I Seminário Internacional de Pensamento Computacional para
Inclusão, destacando que o públicoalvo do evento é de alunos do curso de pedagogia do Consórcio
CEDERJ, além de professores convidados. A investigação realizada para o evento buscou demonstrar os
conhecimentos prévios dos participantes sobre os conceitos que serão abordados no evento científico,
bem como, as necessidades do público-alvo para com o trabalho com práticas inclusivas no ambiente
educacional. A pesquisa lançou mão de um levantamento bibliográfico, abordagem quantiqualitativa,
exploratória, com coleta de dados através de questionário, existindo recorte metodológico no conceito do
Pensamento Computacional, contemplando os conceitos de Inclusão, Desenho Universal para
Aprendizagem, Tecnologia Assistiva e Designer Thinking. Os resultados evidenciaram que os participantes
não se sentem seguros para trabalhar com alunos público-alvo da Educação Especial incluídos em
Classes Regulares, tampouco demonstraram conhecimentos sobre os conceitos abordados no seminário.
Com a finalidade maior de instrumentalizar o professor em suas práticas pedagógicas, a pesquisa
correlaciona a discussão teórica com a realidade escolar, destacando a importância dos resultados no
campo da Educação Inclusiva, proporcionando novas aprendizagens, a fim de oportunizar novos
conhecimentos aos profissionais da educação para o uso das metodologias ativas para o trabalho com o
público-alvo da Educação Especial.
Palavras-chave: Educação Inclusiva, Pensamento Computacional, Formação
Referências
Adell Segura, J., Llopis Nebot, M. Ángeles, Esteve Mon, F., & Valdeolivas Novella, M. G. (2019). El debate
sobre el pensamiento computacional en educación. RIED. Revista Iberoamericana De Educación a
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http://www.assistiva.com.br/Introducao_Tecnologia_Assistiv a.pdf

Lacerda. A.L., Weber C., Porto M.P., Silva, R.A. (2008). Importância dos Eventos Científicos na Formação
Acadêmica: Estudantes de Biblioteconomia. Revista 142 ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina,
Florianópolis, v.13, n.1, p.130-144.

Nóvoa, A. (2020). Os professores e a sua formação num tempo de metamorfose da escola. Educação &
Realidade, Porto Alegre, v.44, n.3, 2019. https://doi.org/10.1590/2175-623684910.
84
A integração do mindfulness na prática de ensino no 1ºciclo do ensino
básico
Joana Reis
Universidade de Évora
joananreis00@gmail.com

Clarinda Pomar
Universidade de Évora
cpomar@uevora.pt

Entendendo a educação como o principal motor do desenvolvimento humano e do desenvolvimento


sustentável, esta tem como grande tarefa preparar indivíduos e comunidades para serem capazes de lidar
com as tensões e os desafios provocados por tais mudanças (UNESCO, 2016). O 1.º Ciclo do Ensino Básico,
pilar fundamental da ação educativa, surge como um contexto com grande potencial para promover o
desenvolvimento das competências socioemocionais das crianças, promovendo o conhecimento de si
próprias, a capacidade de regularem as suas emoções e a capacidade de se relacionarem. Estas
competências são fundamentais para o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças (Taylor et al., 2017).
A prática de mindfulness mostra-se como uma vantagem para as capacidades autorreguladoras das crianças
(Fortes et al., 2019) promovendo o seu equilíbrio emocional, melhorando o seu bem-estar e potenciando a
aprendizagem. O mindfulness pode ser definido como a capacidade de dirigir propositadamente a atenção
para a vivência no momento presente, sem julgamentos (Kabat-Zinn, 2012). Esta capacidade pode ser
aprendida pelas crianças levando-as a focar a sua atenção em determinadas sensações internas e físicas.
Com base nestes pressupostos, desenvolveu-se uma investigaçãoação no âmbito da Prática de Ensino
Supervisionada no 1º Ciclo do Ensino Básico que teve como principais objetivos: 1) Pesquisar estratégias de
integração da prática de mindfulness no processo de ensino-aprendizagem; 2) Analisar os comportamentos
das crianças durante a prática do mindfulness; 3) Analisar as perceções das crianças sobre a prática de
mindfulness e 4) Refletir sobre os efeitos que o mindfulness teve ao nível do processo ensino-aprendizagem
e, em particular, ao nível da interação pedagógica. Para o estudo foram realizadas semanalmente sessões
formais e, diariamente, momentos informais de mindfulness. A metodologia de recolha e análise de dados
assentou em técnicas com instrumentos predominantemente qualitativos: observação participante com notas
de campo; registo audiovisual e observação em diferido com recurso a ficha de observação; entrevistas às
crianças na modalidade de grupo focal. O estudo encontra-se, neste momento, na fase de recolha e análise
de dados, pretendendo-se apresentar os resultados decorrentes desta análise.

Palavras-chave: Mindfulness, Ensino básico, Formação de docentes, Prática de ensino.

Referências

Fortes, P. M., Willhelm, A. R. Petersen, C. S., & Almeida, R. M. M. (2019). Mindfulness em crianças com
ansiedade e depressão: uma revisão sistemática de ensaios clínicos. Contextos Clínicos, 12, 585-597.
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R. D., Durlak, J. A., Oberle, E., & Weissberg, R. P. (2017). Promoting positive youth development through
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Based_Social_and_Emotional_Learning_Interventions_A_M eta-Analysis_of_Follow-Up_Effects

UNESCO (2016). Repensar a Educação: rumo a um bem comum mundial? UNESCO Brasil.

85
A história que na história não consta: Um livro de História para contar
as trajetórias e narrativas das pessoas com deficiências
Alessandra Furtado de Oliveira
Universidade Federal Fluminense
afurtadodeoliveiranovaes@yahoo.com.br

Ruth Maria Mariani Braz


Universidade Federal Fluminense
ruthmariani@id.uff.br

Jaqueline de Faria Barros


IFE-Grupo Lusófona Faculdade Paraíso
jacefadu@gmail.com

Toda criança deve ser estimulada, desde a mais tenra idade, a se tornar uma pessoa curiosa, com a oralidade
e a escrita ampliadas. Sendo assim, o percurso deve perpassar a ludicidade que, aqui, entendemos pela "arte
de contar histórias". Esta tarefa contribui, de forma significativa, para o processo de desenvolvimento da
autonomia e da autoestima desse indivíduo. Portanto, o trabalho proposto tem, como premissa, relatar sobre
como surgiu a ideia de escrever um livro de Literatura infantojuvenil, construído a partir de um relato de
experiência de uma colega de curso. Como é do conhecimento geral, relatos de experiência primam pelo
empírico e permitem ao sujeito compartilhamento de sentidos e de emoções múltiplas.Deste modo, o relato,
em questão, motivou-me à escrita ao despertar-me para a seguinte proposição: Quem são as pessoas que
estão ao nosso redor e possuem deficiências?Observei que estas se referem àqueles sujeitos, tantas vezes,
invisibilizados ainda que próximos. Estes são amigos, colegas de trabalho, vizinhos e tantos outros, habitantes
dos mesmos espaços. Contudo, por que persistem as poucas referências sobre esses sujeitos dentro da
Literatura, principalmente na infantojuvenil? É possível perceber, então, que há um processo de
“apagamento”, ao longo da História, sendo tecido em relação às pessoas com deficiência. Tal fato, acaba por
contribuir para uma narrativa única e de invisibilidade desses sujeitos, de um modo geral. É de fundamental
importância intensificar esforços para uma mudança estrutural dessa realidade, pois a sociedade carece da
representatividade da diversidade dos sujeitos, em contextos e em ambientes distintos. Isto posto, este
trabalho pretende tratar de cada uma das etapas da construção de uma obra onde poderemos observar o
protagonismo do sujeito com deficiência tanto na produção lúdica do livro como na sua própria trajetória de
descoberta e aceitação de si. A importância desse trabalho está exatamente em trazer, na sua tessitura, uma
amostra referencial da presença do sujeito com deficiência no cenário da Literatura infantojuvenil. Ademais,
para a sua elaboração, faremosuso do método de Löbach: a análise do problema, coleta de informações e
conceituação; produção de alternativas, e aperfeiçoamento da que melhor aprouver a situação e na
concretização do produto. Esperamos que a proposta contribua na promoção da inclusão dos sujeitos com
deficiência para o campo da Literatura infantojuvenil, reverberando para os demais setores da sociedade.

Palavras-chave: Diversidade, Inclusão da pessoa com deficiência, Literatura infantojuvenil.

Referências

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86
In-season Internal Load and Wellness Variations in Professional Women
Soccer Players: Comparisons Between Playing Positions and Status

Renato Fernandes
Life Quality Research Centre
rfernandes@esdrm.ipsantarem.pt

João Paulo Brito


Life Quality Research Centre
jbrito@esdrm.ipsantarem.pt

Luiz H. Palucci Vieira


MOVI-LAB Human Movement Research Laboratory, School of Sciences, Graduate Program in
Movement Sciences
luiz.palucci@unesp.br

Alexandre D. Martins
Life Quality Research Centre
alexandremartins@esdrm.ipsantarem.pt

Filipe Manuel Clemente


Higher School of Sports and Leisure, Polytechnic Institute of Viana do Castelo, Viana do Castelo,
Portugal
filipe.clemente5@gmail.com

Hadi Nobari
Faculty of Sport Sciences, University of Extremadura, Cáceres, Spain
hadi.nobari1@gmail.com

Victor Machado Reis


University of Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal
victormachadoreis@gmail.com

Rafael Oliveira
Life Quality Research Centre
rafaeloliveira@esdrm.ipsantarem.pt

Abstract:
The internal intensity monitoring in soccer has been used more in recent years in men's football, however, in
women's soccer, the existing literature is still scarce. The aims of this study were threefold: (a) to describe the
weekly variations of training monotony (Foster, 1998), training strain and acute:chronic workload ratio (Murray
et al., 2017) through session Rated Perceived Exertion (s-RPE); (b) to describe weekly variations of Hooper
Index [stress, fatigue, Delayed Onset Muscle Soreness (DOMS) and sleep] (Hooper & Mackinnon, 1995); and
(c) to compare those variations between playing positions and player status. Nineteen players (24.1±2.7 years)
from a Portuguese BPI League professional team participated in this study. All variables were collected in a
10-week in-season period with 3 training sessions and 1 match per week during the 2019/20 season.
Considering the overall team, the results showed that there were some associations between Hooper Index
categories and s-RPE like stress or fatigue (0.693, p<0.01), stress or DOMS (0.593, p<0.01), stress or s-RPE
(-0.516, p<0.05) and fatigue or DOMS (0.688, p<0.01). There were no differences between all parameters in
playing positions or player status. In conclusion, the study revealed that higher levels of fatigue and DOMS
occurs concurrently with better nights of sleep. Moreover, any in-season variations concerning internal load
and perceived wellness seems independent of position or status in outfield players. Also, the data showed that
the higher the players’ reported stress, the lower the observed s-RPE, thus possible indicating a mutual
interference of experienced stress levels on the assimilation of training intensity by women elite soccer players.

Keywords: Training monotony, Training strain, Well-being, Female, Soccer

87
References:

Foster, C. (1998). Monitoring training in athletes with reference to overtraining syndrome. Med. Sci. Sport.
Exerc 30, 1164–1168.

Murray, N.B.; Gabbett, T.J.; Townshend, A.D.; Blanch, P. (2017). Calculating acute: chronic workload ratios
using exponentially weighted moving averages provides a more sensitive indicator of injury likelihood
than rolling averages. Br. J. Sports Med., 51, 749–754, doi:10.1136/bjsports-2016-097152.

Hooper, S.L.; Mackinnon, L.T. (1995). Monitoring Overtraining in Athletes: Recommendations. Sport. Med.,
20, 321–327, doi:10.2165/00007256-199520050-00003.

88
Desenvolvimento do pensamento crítico e criativo no ensino superior:
proposta de um programa de formação didático-pedagógica para
docentes em Angola
Engrácia da Silva Vica
Universidade de Aveiro
mateusvica@ua.pt

Violeta Clemente
Universidade de Aveiro
catarina.clemente@ua.pt

Rui Vieira
Universidade de Aveiro
rvieira@ua.pt

As competências de pensamento crítico e de pensamento criativo tornaram-se recentemente, como metas


educacionais a serem alcançadas nos diferentes sistemas educativos de países que objetivam uma
educação de qualidade. Estas competências são essenciais para a consecução de uma educação para o
século XXI e formação do cidadão global, que seja ativo, construtor de soluções e possa fazer previsões
com base em evidências. Dada a sua importância, o pensamento crítico e o pensamento criativo têm sido
destacados por organismos, como o fórum econômico mundial de 2018, como os coloca entre as três
competências mais valorizadas no momento de contratar colaboradores, bem como apontadas pela
Organização das Nações unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura como duas das principais
competências para o alcance de todos os objetivos de desenvolvimento sustentável. Nesta senda, tem
havido um interesse crescente em estudos sobre esta temática, proporcionando o aumento da produção
científica na área da educação. No entanto é possível constatar poucos estudos sobre a formação em
pensamento crítico e pensamento criativo de professores e essa escassez é bastante acentuada se
olharmos para Angola, sendo este um país que almeja a educação de qualidade e precisa de cidadãos cada
vez mais capacitados para desenvolver o país a todos os níveis. Nesta senda surgiu o interesse por esta
investigação que se enquadra no âmbito do doutoramento em Educação e tem como objetivo conceber,
implementar e avaliar um programa de formação focado em capacitar docentes para adoção de práticas
pedagógicas que promovam de forma intencional e sistemática o pensamento crítico e o pensamento
criativo. Esta investigação enquadra-se na natureza qualitativa, ancorada ao paradigma sociocrítico, assente
no plano de investigação-ação. Nesta senda, pretendemos numa primeira fase identificar quais as
conceções sobre pensamento crítico e pensamento criativo de docentes universitários de uma determinada
Instituição de ensino superior pública em Angola, e identificar quais indicadores espelhados nos dossiês
pedagógicos refletem intencionalidade do ensino para o pensamento crítico e pensamento criativo. A recolha
de dados será feita através de entrevista semiestruturada, bem como uma framwork para análise crítica dos
dossiês pedagógicos, o diário de bordo e o portfólio. Quanto à análise e tratamento dos dados recorrer-se-
á a técnica de análise de conteúdo com auxílio do software de análise qualitativa de dados.

Palavras-chave: Pensamento crítico; Pensamento criativo; Formação contínua de professores; Ensino


Superior.

Referências
Ennis, R. H. (1985). A logical basics for measuring criticar thinking skills [PDF] (pp. 45-48). Disponível em:
https://pdfs.semanticscholar.org/80a7/c7d4a98987590751df4b1bd9adf747fd7aaa.pdf
Franco, A., Vieira, R. M., & Saiz, C. (2017). O pensamento crítico: As mudanças necessárias no contexto
universitário. Revista de Estudios e Investigación En Psicología y Educación, 7, 012–016.
Paul, R., & Elder, L. (2008). The Miniature Guide to Critical Thinking Concepts and Tools. Foundation for
Critical Thinking Press.
Silva, H., Lopes, J., & Dominguez, C. (2019). Cooperative learning and concept maps in the promotion of
critical and creative thinking: An experience in higher education. Revista Lusofona de Educacao,
45(45), 157–170.
Tenreiro-Vieira, C. (2004). Formação em pensamento crítico de professores de ciências: Impacte nas
práticas de sala de aula e no nível de pensamento crítico dos alunos. REEC: Revista Electrónica de
Enseñanza de Las Ciencias, 3(3), 1.

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Acerca do VI ENJIE

O Encontro Nacional de Jovens Investigadores em Educação (ENJIE) é um encontro anual promovido pelos
Centros de Investigação em Ciências e Políticas da Educação, que conta, em 2022, com a sexta edição – VI
ENJIE. Esta edição é uma organização do Centro de Estudos em Educação e Inovação (CI&DEI) e do
Politécnico de Leiria, em articulação com o Conselho Coordenador de Centros de Investigação em Ciências
e Políticas da Educação. O VI ENJIE vai realizar-se em Leiria, nos dias 04 e 05 de fevereiro, na Escola
Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria, em formato presencial.

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