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Diagramação:
Stéfano Bozza
Edição:
2ª edição (2021)
Já não é nenhuma grande novidade que boa parte das pessoas possui certa difi-
culdade para lidar com as suas finanças pessoais no Brasil.
Na maior parte das vezes, esse problema surge justamente pela falta de educa-
ção financeira no país, área que representa o conhecimento necessário para
uma boa gestão do dinheiro. Infelizmente, há pouco conteúdo sobre isso nas
escolas, configurando-se em um desafio estrutural.
Além disso, claro, teremos este livro, o Guia de Finanças Pessoais, que vai fun-
cionar como um material complementar ao curso online. Assim, você pode ter a
informação acessível para consultar e revisar sempre que julgar necessário.
A melhor parte é que tudo isso será oferecido de maneira gratuita. Ou seja, você
não vai precisar investir nada além de tempo para ter acesso ao nosso conteúdo
completo sobre finanças. A proposta é, como adiantei, promover e democratizar
a educação financeira.
Antes de começarmos a entrar nos assuntos que separei para o seu Guia de
Finanças Pessoais, preciso dizer que esse manual ainda está em construção. Ou
seja, ele não foi finalizado. É por isso que, a depender do momento em que você
baixar o material, talvez não tenha a abordagem completa dos temas.
AVISO IMPORTANTE
Por enquanto, espero que você goste desse conteúdo tanto quanto gostei de
produzi-lo. E aviso que, em caso de qualquer tipo de dúvida ou dificuldade, pode
entrar em contato comigo. Os canais estão na próxima página, onde vou me
apresentar para você.
Bons estudos!
Benjamin Franklin
Stéfano Bozza
Comecei minha carreira no Banco Itaú BBA e passei pela BRMALLS antes de op-
tar pela carreira freelancer. Em 2016, deixei meu último emprego formal e pas-
sei a trabalhar com a produção de conteúdo online, com foco na área de finan-
ças e investimentos.
Caso você queira conhecer mais sobre o meu trabalho, convido a acessar meu
portfólio (link abaixo) e conferir outros materiais já produzidos por mim.
Como adiantei, a seguir estão os meus contatos. Sinta-se livre para enviar uma
mensagem sempre que tiver alguma dúvida. Como produtor de conteúdo, gosto
muito da oportunidade de ajudar pessoas.
E-mail: stefanovbozza@gmail.com
1. Controle financeiro
Os tipos de receitas.............................................................................................12
Os tipos de despesas...........................................................................................16
Como montar um controle financeiro?.............................................................24
Reserva de emergência.......................................................................................29
Instabilidade financeira.......................................................................................37
4. A hora de investir
Por onde investir..................................................................................................75
Conceitos fundamentais para investir..............................................................77
Perfil de investidor...............................................................................................80
5. Renda fixa
Como funciona a renda fixa?..............................................................................87
Quais são os riscos da renda fixa?.....................................................................90
Os principais tipos de investimentos da renda fixa........................................91
Como funciona a tributação?.............................................................................96
6. Fundos de investimentos
O que são fundos de investimentos?................................................................98
As vantagens dos fundos de investimentos.....................................................100
As desvantagens dos fundos de investimentos...............................................101
Os principais tipos de fundos de investimentos..............................................102
Como é a tributação dos fundos de investimentos?.......................................105
Como analisar fundos de investimentos?........................................................106
7. Fundos imobiliários
O que são fundos imobiliários?.........................................................................117
As vantagens dos fundos imobiliários..............................................................119
As desvantagens dos fundos imobiliários........................................................120
As principais estratégias dos fundos imobiliários...........................................121
Os princiais tipos de fundos imobiliários.........................................................122
Como analisar fundos imobiliários?..................................................................129
Estamos em atualização!....................................................................................138
Rick Warren
Os tipos de receitas
Para uma boa organização financeira, o primeiro
passo é entender o modelo das suas entradas
de capital, isto é, das suas receitas. Elas podem Tipos de receitas
ser fixas, variáveis ou mistas (uma mescla das
duas opções anteriores). VER AULA
O primeiro formato para receber pelo seu trabalho é usar da receita fixa. Como
o próprio nome sugere, aqui estamos diante de uma entrada de capital definida
com antecedência e recorrente, sem qualquer alteração ao longo do tempo (a
não ser para reajuste).
A grande vantagem desse formato é, claro, a segurança. Por ser uma renda está-
vel e sem oscilações, torna-se mais fácil organizar o seu fluxo de caixa e, conse-
quentemente, saber quanto você pode ou não gastar com atividades de lazer.
Embora seja vista como arriscada, a receita variável oferece um benefício que
você não tem com a receita fixa: a ausência de um limite. Isso significa que, em-
bora não exista a segurança de uma previsibilidade de ganhos, é possível tam-
bém ganhar muito mais do que um salário fixo.
Por outro lado, é importante ter uma mentalidade de longo prazo. Ou seja, evi-
te julgar os seus ganhos apenas por um mês. É possível sim que, isoladamente,
algum deles não apresentem receitas suficientes para cobrir seus custos. No
entanto, pegando um horizonte temporal maior, essas variações se anulam.
Veja abaixo como se comporta o gráfico de ganhos de quem tem como remune-
ração a receita variável. É uma verdadeira montanha russa, não?
Neste modelo, portanto, temos um gráfico de receita mais estável, mas com
alguns “picos” que indicam maiores receitas em um mês em relação aos demais.
Observe como há uma linha média na faixa de R$5 mil que representa um ga-
nho fixo, mas alguns picos que elevam o salário de vez em quando.
Assim, da mesma forma que fizemos com as receitas, precisamos conhecer tam-
bém os tipos de despesas que existem no Brasil. Vamos a elas, sempre de olho
nas suas características e implicações para o nosso dia-a-dia.
Custos
Vamos começar pelos custos, que são aqueles gastos necessários para o seu
trabalho. Ou seja, são despesas necessárias para que você possa ter a sua ativi-
dade profissional como computador, softwares, materiais de escritórios, entre
outros.
Aqui, claro, é importante economizar, mas ainda mais importante ter condições
para a execução de um bom desempenho em termos de produtividade e quali-
dade. Por vezes, como já diz o ditado, o barato sai caro.
Ademais, esses custos devem ser embutidos no seu preço cobrado pela execu-
ção de um serviço como forma de não gerar perdas financeiras. Assim, o cená-
rio mensal para esse tipo de despesa deve ser mais ou menos como um gráfico
abaixo, onde as receitas geradas pelo trabalho superam os custos para a sua
realização (de preferência, com boa folga).
Despesas fixas
Assim como no caso dos custos, é importante ter o total controle dessas des-
pesas fixas (os custos podem, inclusive, ser adicionados nesta categoria no seu
controle financeiro). Isso porque, como elas se repetem mensalmente, é preciso
gerar receitas que sejam suficientes para pagar esses valores com alguma folga
— essas não serão suas únicas despesas no mês, certo?
Despesas semifixas
Parecidas com as despesas fixas, as despesas semifixas são aquelas que tam-
bém aparecem mensalmente, mas cujos valores podem flutuar um pouco de um
mês para o outro. Ou seja, apesar de uma característica menos previsível, você
também precisa de um orçamento mensal para lidar com elas.
Repare que, apesar de não possuírem um valor fixado, essas despesas são ex-
tremamente importantes na vida pessoal de todas as pessoas. Você precisa,
mensalmente, de água, luz e alimentação para sobreviver em boas condições.
Portanto, trata-se praticamente uma extensão das despesas fixas. Você pode,
inclusive, somá-las no seu orçamento financeiro.
Despesas variáveis
Nem só de obrigações vive o trabalhador brasileiro, certo? Até aqui, vimos ape-
nas as despesas obrigatórias — seja para a sua qualidade de vida, seja para a
oferta de um trabalho em boas condições. No entanto, o objetivo também deve
ser aproveitar a vida com outros gastos (como o seu lazer).
Aqui, portanto, entram todos os gastos da sua vida pessoal. Veja exemplos abai-
xo e perceba como nenhum deles é essencial (você não vai morrer sem eles):
• Bares e restaurantes
• Cinema
• Presentes
• Roupas
• Viagens
Despesas extraordinárias
Por fim, mas ainda importante, temos que mencionar as despesas extraordiná-
rias. Esse é o grupo de gastos que não planejamos para o mês — que tem um
significado diferente de não se preparar para ele.
Benjamin Franklin
A divisão 50-35-15
A missão de equilibrar as suas finanças fica mais fácil ao usar de uma ferramen-
ta muito conhecida no ambiente financeiro: a divisão 50/35/15. Ela é bastante
intuitiva e consiste em dividir os seus ganhos mensais da seguinte maneira:
Esses percentuais são apenas uma referência comum. Você pode alterá-los ou
adaptá-los, mas tente sempre ter uma parcela para cada uma dessas três contas
(despesas fixas, despesas variáveis e reserva financeira).
Supondo que você tenha um salário mensal de R$5.000, por exemplo, teríamos
então um cenário em que a sua receita, idealmente, fosse distribuída da seguin-
te maneira:
1. Organizar as receitas
O primeiro passo para garantir o seu controle financeiro é organizar quais são
as suas fontes de receitas, principalmente separando-as entre entradas de capi-
tal que são fixas e as entradas de capital que são variáveis.
Desta forma, podemos perceber que o nosso exemplo tem a seguinte estrutura
de receitas:
Agora nós já sabemos quais são as nossas receitas para pagamento das contas
de uma forma equilibrada, mas esse é apenas o cenário ideal. O que realmente
importa é o que você efetivamente gasta e, portanto, precisamos organizar as
nossas despesas também.
Nesta etapa, precisamos agrupá-las para o uso adequado das receitas. A minha
recomendação é que você utilize o racional abaixo:
• Custos e despesas semifixas são gastos que variam de mês para mês, mas
possuem uma grande recorrência. Assim, podemos agrupá-los em conjunto
com as despesas fixas.
• Os gastos com a sua vida pessoal, como compras de roupas, passeios ou
presentes, vão pertencer ao grupo de despesas variáveis. Apesar de mais
irregulares, eles são mais fáceis de gerenciar.
• Por fim, temos ainda os gastos não planejados, que são as despesas extra-
ordinárias. Como eles não são esperados, você deve usar sua reserva finan-
ceira para garanti-los.
Agora sim, nós podemos partir para um cruzamento das nossas informações en-
tre o cenário ideal, que projetamos seguindo os princípios da divisão 50-35-15, e
o que de fato você gastou no mês. Veja as diferenças no gráfico abaixo, sendo a
primeira coluna de orçamento e a segunda coluna de gastos reais.
Sendo assim, apesar de um gasto acima do esperado nas despesas fixas, pode-
mos dizer que há um equilíbrio saudável entre as receitas e as gastos.
Em alguns momentos, porém, esse cenário pode não ser tão positivo, com gas-
tos acima do planejamento nas duas classes de despesas. Quando você se depa-
rar com uma situação desconfortável, será necessário buscar uma melhora do
controle financeiro por meio de ações como, por exemplo:
Reserva de emergência
Uma parte relevante das nossas preocupações financeiras está originada na
chance de não conseguir pagar as contas no final do mês. É por isso que fiz
o exercício anterior com você sobre controle financeiro, algo que recomendo
como uma prática mensal para ter maior domínio sobre a sua realidade e evitar
sustos pela falta de planejamento.
É neste ponto que entra a reserva de emergência, uma das formas pelas quais
você pode usar a sua reserva financeira, que já aprendemos a criar no tópico
passado, guardando ao menos 15% do nosso salário.
Imagine, por exemplo, uma pessoa com emprego estável cujo salário seja sufi-
ciente para pagar as suas contas mensais. Essa pessoa, em função dessa estabi-
lidade, não se preocupa em criar uma reserva de emergência. E eis que o impre-
visto aparece: ela perde o emprego no final do ano. O gráfico abaixo demonstra
a relação entre receitas e despesas desse personagem.
Observe como, a partir de outubro, a renda dessa pessoa despenca. Ainda que
consiga algum ganho extra, não chega nem perto de compensar os seus custos.
Se houvesse uma preocupação em criar uma reserva de emergência, ela poderia
contribuir como uma fonte de receita neste momento de dificuldade e, conse-
quentemente, evitar que o nosso personagem contraísse algumas dívidas.
Max Gunther
A frase que deixei na página anterior é formulada com dois trechos do livro Os
Axiomas de Zurique, onde o autor Max Gunther explica a sua visão sobre os con-
ceitos de otimismo e pessimismo, criando o “pessimismo construtivo”. Aliás, se
você investe na renda variável, recomendo fortamente a leitura completa.
Engana-se quem pensa que apenas profissionais com renda variável que devem
se preocupar com a formulação de uma reserva de emergência. Esse é um re-
curso válido para qualquer pessoa, independente da sua ocupação ou da sua
classe social.
De qualquer forma, uma vez definido o período que a sua reserva de emergên-
cia deve garantir das suas despesas mensais, basta fazer uma multiplicação sim-
ples. Veja alguns exemplos a seguir considerando um gasto médio de R$3.000:
Se você nunca se preocupou em reservar uma parcela dos seus ganhos para co-
brir eventuais despesas inesperadas ou a perda da sua fonte de renda, talvez os
valores calculados anteriormente assustem um pouco. No entanto, o que real-
mente importa é começar, mesmo que isso demore um tempo.
Sendo assim, até que você alcance os valores necessários para o seu objetivo
com a reserva de emergência, o funcionamento deve ser poupar uma parcela do
seu salário para a sua reserva financeira, como já aprendemos a calcular. Pode
ser 5%, 10%, 15% ou qualquer outro percentual.
Dentro dessas características, que não são negociáveis, nós temos algumas
oportunidades de investimentos para manter a reserva de emergência. Vamos
conhecê-las, mas sem aprofundamento na medida em que explicarei cada mo-
dalidade nos capítulos sobre investimentos.
Tesouro Direto
Além disso, a remuneração acompanha a Taxa Selic, que é a taxa básica de juros
do Brasil. Isso já o torna mais atrativo que a tradicional caderneta de poupança,
oferecendo ganhos maiores. Ao mesmo tempo, também apresenta liquidez diá-
ria, permitindo o resgate com muita facilidade.
Títulos bancários
Alguns títulos bancários também podem ajudar a guardar o dinheiro da sua re-
serva de emergência. Entre eles estão o Certificado de Depósito Bancário (CDB),
as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCI).
A diferença entre eles é que a LCA e a LCI são investimentos cujo dinheiro deve
ser usado em segmentos importantes para a economia brasileira — o setor
agrícola e o setor imobiliário, respectivamente. Desta forma, eles possuem uma
vantagem importante: a isenção do Imposto de Renda. Fique atento a esse deta-
lhe ao comparar taxas.
Por fim, certifique-se também de que os ativos oferecem liquidez diária, pois o
resgate facilitado é uma das regras de ouro de investimentos que podemos uti-
lizar para deixar o dinheiro da nossa reserva de emergência. Lembre-se sempre:
a rentabilidade é um bônus, não um objetivo nesse tipo de aplicação.
Fundos DI
Portanto, como vimos, qualquer pessoa precisa organizar uma reserva de emer-
gência para lidar com eventualidades sem sustos. Se você ainda não tem uma,
comece a organizar a partir de agora, sem pressa, mas com comprometimento.
A questão é que esse cenário de maior variação na sua renda não é, necessaria-
mente, ruim. Você discorda? Vamos considerar então alguns fatores.
Se pode ser ruim não ter “piso salarial” (um valor mínimo a receber), por outro
lado também não há “teto salarial” (um limite de ganhos). Abaixo, trouxe um
exemplo das minhas receitas no ano de 2020. Observe como há, no meio desse
gráfico, uma linha média que oferece um “piso” para os meus ganhos. Ainda as-
sim, em alguns meses posso aumentar muito os rendimentos, como ocorreu em
fevereiro, março e junho, por exemplo.
Para que isso funcione, porém, é preciso evitar um olhar mensal das suas finan-
ças pessoais. Quem atua com renda variável precisa ter uma visão de longo pra-
zo. Pouco importa se você ganha menos do que gasta em um determinado mês
se o período seguinte compensa. O que realmente vale é que, ao longo de seis
meses ou ano ano, seus ganhos sejam maiores do que as despesas.
Novamente, nada melhor do que trazer um exemplo real para você entender na
prática como isso funciona, certo? Pois vamos então olhar para o comportamen-
to das minhas receitas e despesas ao longo dos últimos três anos.
Onde quero chegar? Que a instabilidade financeira exige um olhar de longo pra-
zo. Mesmo com alguns meses um pouco mais apertados, os ganhos maiores de
outros meses compensam. E, em um horizonte temporal mais amplo, os meus
resultados são bem confortáveis para lidar com essa situação da oscilação na
minha renda, o que torna esse cenário positivo.
Como vimos logo no começo deste tópico, existem dois motivos pelos quais a
instabilidade financeira aparece. Já aprendemos como lidar com a oscilação da
renda. Mas, se você atua de maneira independente, como lidar com a variação
de demanda? Novamente, a melhor forma é olhar para o lado positivo: a redu-
ção de riscos. Parece doido pensar assim, não é? Pois vou comprovar.
O ponto que defendo é a diversificação das suas fontes de renda. Isto é, ao invés
de receber o seu salário exclusivamente de uma empresa, você cria uma prote-
ção na medida em que os ganhos são originados de diferentes clientes.
Assim, caso você perca uma fonte de renda, o impacto é reduzido sobre os seus
ganhos mensais. Não há uma dependência tão grande de apenas uma “fonte
pagadora”, digamos assim.
Por fim, vale lembrar que a segurança de um emprego é, na prática, muito mais
psicológica do que real. Isso porque o salário fixo e garantido que encontramos
em alguns empregos pode, de um dia para o outro, desaparecer. Estou falando,
claro, do risco de demissão.
Tudo isso que mencionei neste tópico é uma visão extremamente pessoal sobre
a questão da instabilidade financeira. Talvez você, por qualquer razão, não con-
corde comigo e tenha uma mentalidade diferente.
Por mais que a teoria seja muito bonita, a prática nem sempre é simples assim.
Cada pessoa lida com suas dificuldades de uma forma diferente e, como eu
adiantei, pode ser que você não consiga aplicar uma visão mais otimista sobre a
instabilidade financeira. E isso não é bom ou ruim: são apenas perfis distintos.
De qualquer forma, existem algumas dicas que ajudarão a lidar com a instabili-
dade financeira caso ela apareça na sua vida pessoal. São elas:
• Crie uma reserva de emergência que garanta o pagamento das suas des-
pesas por alguns meses. Ela ajuda a dar tranquilidade para suas finanças.
• As receitas variáveis são ótimas para melhorar seus ganhos, mas uma fon-
te de receita fixa é sempre bem-vinda. Tente fidelizar clientes.
Por tudo que conversamos até aqui, acredito que possa ter ajudado a trazer um
novo contexto para a instabilidade financeira. Da mesma forma que ela assusta
de vez em quando, a variação nos ganhos pode jogar a favor tanto na redução
de riscos, como também na ausência de um limite para ganhos.
Portanto, se você souber lidar bem com essas questões e aplicar tudo que
aprendemos ao longo deste capítulo sobre controle financeiro, pode ter um
ganho mensal mais atrativo ao que conseguiria com o modelo de remuneração
tradicional.
Peter Drucker
Isso porque, como talvez você já saiba, o MEI é o formato mais simples para
quem deseja formalizar o seu negócio e levar a sério uma atividade profissional.
Isso vale tanto para você que trabalha de maneira independente, sem vínculo
empregatício, como também para pequenos projetos de empreendedorismo.
O que é MEI?
Além de obter um CNPJ, você também deverá escolher as atividades que vai
exercer dentro de uma lista aprovada para poder usufruir das vantagens que
apresentei anteriormente. Há também que seguir algumas regras:
Como o objetivo do MEI é ajudar os pequenos negócios (algo que inclui o traba-
lho independente), essa margem oferecida inicialmente é bem aceitável. Caso
venha a superar os valores permitidos, talvez esteja preparado para migrar para
outras modalidades de Pessoa Jurídica.
No entanto, por mais simples que seja esse formato de empresa, alguns deta-
lhes acabam passando batido na organização financeira dos microempreende-
dores. Portanto, separei quatro dicas simples, mas eficientes, de finanças para
um MEI.
Para amantes dos aplicativos, o MEI Fácil permite rápida obtenção dos boletos e
pagamento pelo seu banco de preferência. O importante é não perder as datas
de vencimento.
Toda empresa trabalha com um planejamento financeiro. Por que seria diferen-
te para um pequeno negócio? Essa é, portanto, uma etapa importante da sua
atividade como MEI.
Desta forma, fica fácil perceber se você pode ou não fazer aquela compra es-
pecial ou uma viagem para relaxar naquele feriado sem comprometer as suas
finanças.
Particularmente, também gosto de definir uma meta de valor que tento econo-
mizar mensalmente. Nem sempre ela é alcançável, mas ter esse parâmetro me
ajuda a organizar melhor meus gastos em função dos projetos que vou conquis-
tando ao longo do mês.
Uma grande vantagem de ter um CNPJ é poder trabalhar com empresas. Esse
tipo de parceria, por outro lado, exige a emissão de Notas Fiscais — e você deve
realizar o processo com cuidado para evitar problemas na hora de declarar o
seu Imposto de Renda.
A sugestão é, assim como no caso do DAS, selecionar um dia do mês para fazer
todas as emissões necessárias. Dê preferência ao começo do mês, pois assim
será possível realizar correções em casos de erros. Ao deixar para a última hora,
você pode ultrapassar a data limite de cancelamentos das Notas Fiscais.
E o MEI? Como fica nessa história? Precisa declarar os valores ganhos no ano
anterior? Essas são dúvidas muito comuns. Vamos ver então como funciona a
declaração de um microempreendedor.
• Pessoa Jurídica: em função do seu CNPJ, você deve lidar com duas obriga-
ções básicas. Em primeiro lugar, pagar mensalmente o seu imposto (DAS).
Além disso, anualmente deve-se realizar a Declaração Anual do Simples
Nacional (DASN-Simei) com o seu faturamento total.
• Pessoa Física: já enquanto Pessoa Física, você deve realizar a declaração
do tradicional Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF).
Vale observar ainda que, dentro do seu Imposto de Renda, os valores recebidos
como MEI que foram para a sua conta bancária precisam ser declarados. Como
normalmente um microempreendedor usa a mesma conta tanto em PF, como
em PJ, acaba declarando basicamente tudo que recebe dos seus clientes.
Vamos considerar, a título de exemplo, que o valor da sua Receita Bruta tenha
totalizado R$65.000. Observe que, neste cenário, nós temos um faturamento
relativamente alto na categoria, mas ainda sim dentro do permitido pela lei (ao
menos até o momento em que este material foi produzido).
Muita gente talvez nem saiba, mas uma parte do seu faturamento é isenta de
tributação. Essa não é uma isenção 100% real, pois ao pagar mensalmente o seu
DAS já há uma contribuição. Contudo, você tem direito a descontar uma parte
dos ganhos antes de aplicar a tributação.
Como a maioria dos profissionais independentes atua com serviços, vamos con-
siderar então a nossa alíquota de desconto de 32%. Retomando nosso exemplo,
temos então o seguinte racional:
Ou seja, do faturamento total de R$65.000, nós temos uma parte dele (R$20.800)
que será isenta de Imposto de Renda. Mesmo assim, contudo, ele precisa ser de-
clarado na ficha de Rendimentos Isentos e Não Tributáveis. Utilize o código 13
(Rendimento de sócio ou titular de microempresa ou empresa de pequeno porte
optante pelo Simples Nacional) para essa finalidade.
Agora que você já calculou o seu lucro isento de tributação, chegou a hora de ve-
rificar se você tem algum ajuste a fazer com a Receita Federal. Para isso, vamos
considerar que você teve uma despesa comprovada como MEI de R$10.000. São
exemplos disso contas de água, luz, telefone, etc.
Essas despesas também podem ser abatidas do seu faturamento antes do cálcu-
lo do Imposto de Renda devido. Abaixo, veja todo racional do exercício:
Espero que este capítulo sobre MEI tenha sido elucidativo para ajudá-lo a enten-
der o contexto de ver a si mesmo como uma empresa. Além disso, tente sempre
separar a sua vida pessoal da sua vida profissional, algo que ajuda ainda mais
no controle financeiro.
John Rampton
Neste capítulo, eu quero abordar brevemente esse assunto e como você pode,
com um pouco de organização, pagar suas dívidas e retomar o cenário positivo
para a sua saúde financeira.
Do ponto de vista financeiro, todo tipo de compra ou aquisição pode gerar uma
dívida. Mas não somos apenas nós que acumulamos pagamentos: empresas e o
governo também devem tomar o cuidado na hora de gerenciar os seus recursos.
Ao contrair uma dívida, a primeira dúvida que pode aparecer são os motivos pe-
los quais o problema surgiu. Esse questionamento é ótimo, pois busca a origem
do endividamento e permite que você possa corrigir o comportamento.
O que quero dizer aqui é que, se você vem se endividando por questões exter-
nas, não se culpe e tente usar esse capítulo para resolver o problema. Por outro
lado, caso as dívidas possuam origem em descontrole ou falta de organização, é
necessário revisar alguns comportamentos e gastos para evitar que esse cenário
volte a se repetir em um momento futuro.
Não é nenhuma novidade que as dívidas são um problema para a sua saúde fi-
nanceira. No entanto, o nome sujo e o valor devido são apenas parte das conse-
quências negativas desta situação. Abaixo, listei algumas das principais questões
que tornam o endividamento tão perigoso:
• Efeito cascata: o efeito diz respeito a uma causa que gera consequências
sequenciais. É algo que encontramos ao acumular dívidas. O valor devido é
apenas parte do problema que se converte em não poder mais ir a um res-
taurante, abrir mãos de programas sociais ou mesmo afetar a sua saúde,
como o aumento de ansiedade e do estresse.
Vamos lá!
1. Diagnóstico financeiro
Como podemos concluir, o nosso personagem não tem uma situação confortá-
vel. Ele tem o hábito de gastar praticamente tudo que ganha no mês, algo que
provavelmente contribuiu com o seu endividamento. O valor da dívida, aliás, é
consideravelmente alto: quase o dobro do ganho mensal. Embora a situação se
apresente como difícil, vamos encontrar uma solução para pagar essa dívida.
Comece se perguntando sobre cada tipo de despesa. Existem despesas fixas que
podem ser negociadas? Esse grupo costuma ser menos flexível, pois contempla
gastos essenciais (como água, luz ou gás, por exemplo) e mensalidades. Ainda
assim, pode haver margem para negociação. Veja alguns exemplos:
• Se você gosta muito de sair, tente comer mais em casa. É mais barato e até
mais saudável, em muitos casos.
• Gastos com roupas novas ou outros produtos que não sejam essenciais
devem ser reduzidos neste momento.
• Evite comprar presentes caso esteja endividado. Se houver algum aniversá-
rio, explique a sua situação. Não faz sentido gastar com os outros enquanto
você está devendo para o banco.
• Veja se existem serviços que você não esteja utilizando e que possam ser
cancelados, como assinaturas digitais.
Henry Ford
Se o nosso personagem conseguisse deixar de gastar 50% das suas despesas va-
riáveis, já teria uma economia mensal de R$700. Isso somado a algum ajuste nas
despesas fixas, como menos gastos no mercado, poderia alcançar uma sobra
financeira próxima a R$1.000. Já seria um ótimo começo.
Veja que existem diferentes tipos de custos que devem ser analisados. A minha
recomendação é que você organize-as em lista de prioridade, respeitando os
seguintes critérios:
3. Taxas de juros: por fim, não esqueça de considerar também as altas ta-
xas de juros. Quanto maiores, mais perigosas serão para a sua saúde finan-
ceira. A cada mês sem pagamento, maiores serão os juros acumulados.
Olhando para o nosso personagem, o José, luz e água devem ser o nosso foco,
pois são necessidades básicas e o corte do serviço seria muito comprometedor.
Na sequência, como não existem bens alienáveis, o foco pode estar nas dívidas
com bancos, pois as taxas praticadas são elevadas e perigosas.
4. Reserva de emergência
Caso você tenha uma reserva de emergência, essa acaba por ser outra boa
oportunidade. Isso acontece porque a ideia de criar uma proteção financeira
consiste justamente em situações em que o seu dinheiro não é capaz de lidar
com os gastos, como em um endividamento.
Supondo que o nosso personagem tenha uma quantia de R$3.500 guardada, ele
pode usar esse dinheiro para resolver as dívidas mais urgentes. Com esse valor,
portanto, seria possível reduzir os valores em aberto para R$4.600, uma vez que:
No primeiro capítulo deste livro, você conheceu a regra 50-35-15 para realizar o
seu controle financeiro. No entanto, essa estrutura é adequada para uma situa-
ção normal, na qual não existam dívidas. Não faz sentido poupar 15% dos seus
ganhos para investir enquanto existem valores em aberto.
Sendo assim, caso você possua dívidas, eu recomendo que você adapte esse
sistema para uma nova regra: 50-20-30. Assim, temos um controle financeiro
emergencial provisório até que a situação seja regularizada. Ela funcionará da
seguinte maneira:
Veja que o sistema é muito similar, apenas com algumas adaptações para o uso
do dinheiro. O objetivo de controlar o dinheiro que você recebe, contudo, per-
manece o mesmo.
Além disso, essa nova divisão ajuda a compreender a sua estrutura de capital
para esse momento desafiador. Isto é, qual é a parcela do seu salário que você
realmente pode usar ao repactuar uma dívida. Assim, tudo é feito de maneira
planejada, aceitando parcelas que realmente caibam no bolso.
Não se empolgue demais para quitar a dívida de uma vez. Se o valor máximo
que você consegue economizar por mês é de R$1.170, como no caso do José,
assumir uma parcela próxima disso é muito perigoso. Os gastos esporádicos
podem voltar a aparecer. Adote uma margem de segurança.
Esses juros rotativos são extremamente perigosos para a sua saúde financeira,
com uma taxa média superior a 10% ao mês. Por esse motivo, não podem ser
usados por mais de 30 dias — e é por isso que o seu banco vai renová-la men-
salmente. Ao deixar a sua fatura chegar a esse modelo de cobrança, a sua taxa
pode superar 300% ao ano.
Uma dúvida muito comum na hora de acertar o pagamento do cartão está entre
qual dos dois métodos é melhor para evitar o crescimento de um endividamen-
to. E, para encontrar essa resposta, você precisa compreender primeiramente
como os juros são calculados em cada modelo.
Para que tudo isso fique mais fácil de entender, vamos a um exemplo. Conside-
re um cenário em que o nosso personagem José tenha uma fatura de R$3.000 e
não possa pagá-la. Assim, ele tem duas opções:
O que isso representa para a dívida do José? Que, considerando apenas o pró-
ximo mês, a dívida passaria a ser de R$3.386,40 para o pagamento mínimo e de
R$4.653,96 no caso do parcelamento. No entanto, não se iluda: os cenários são
completamente diferentes.
Embora pareça muito mais atrativo a dívida do pagamento mínimo, você precisa
quitá-la integralmente no próximo mês. A depender do valor, como no caso do
José, é algo bastante inviável. Já no parcelamento, embora a dívida seja maior
neste momento inicial, as parcelas são menores e, teoricamente, compatíveis
com o seu orçamento.
• Metas e objetivos: criar metas é uma boa forma de estimular o seu con-
trole financeiro. Um exemplo disso é tentar seguir a regra 50-35-15, que
aprendemos anteriormente. Além disso, crie alguns objetivos de economia.
Ao atingir as metas, você pode dar algum tipo de prêmio a si mesmo, como
um celular novo ou uma viagem com parte da economia realizada.
• Saiba dizer “não”: por incrível que pareça, tem muita gente que acaba se
endividando pela dificuldade em negar algo para outras pessoas. É preciso
entender o nosso padrão de vida e saber quando podemos ou não partici-
par de um evento, comprar um presente ou viajar com amigos. Quem vai
pagar a conta é você, portanto pensa na sua saúde financeira antes de acei-
tar qualquer convite.
• Comece a investir: para finalizar, não podemos nos esquecer dos investi-
mentos. Eles são extremamente úteis para geração de valor, algo que con-
tribui diretamente com uma melhor estrutura financeira e, portanto, um
menor risco de endividamento.
Will Smith
Agora que passamos por toda estrutura financeira, pela gestão de receitas e
despesas, pelo planejamento do uso do dinheiro e, claro, pelo pagamento de
dívidas, é hora de falar sobre investimentos.
Mas, afinal, por que investir? Como já adiantei em algumas oportunidades, exis-
tem diversas razões para você deve se preocupar com o crescimento do seu
patrimônio pensando no longo prazo. Eis algumas delas:
• Juros compostos: por fim, não podemos nos esquecer do efeito dos juros
compostos, chamados de “a oitava maravilha do mundo” no mercado finan-
ceiro. Essa é a prática de gerar juros sobre juros (a estratégia favorita dos
bancos). Quanto mais você tem, mais você ganha.
Apenas para ilustrar esse último motivo, imagine que você tenha, hoje, um valor
guardado de R$10.000, além do compromisso de economizar outros R$200 por
mês para aportes. Vamos supor que consiga uma taxa média com investimentos
de 7% ao ano. Quanto você acha que teria ao longo de 50 anos?
Pois bem: você se tornaria uma pessoa milionária. Exatamente o que acabou
de ler! A estratégia dos juros compostos permitiria o acúmulo de uma quantia
mais de 100 vezes maior do que o seu valor inicial. Nada mal, concorda?
• Banco: a primeira opção para investir o seu dinheiro é usar dos próprios
bancos. Eles podem ser tanto as empresas tradicionais (Itaú, Banco do Brasil
e Bradesco), como as fintechs digitais (Nubank, Banco Inter ou Next), desde
que ofereçam esse tipo de serviço.
• Corretora de valores: além dos bancos, nós temos as corretoras, que são
agentes intermediários entre você e os produtos do mercado financeiro. Ou
seja, trata-se de uma plataforma de investimentos.
E, entre essas duas instituições financeiras, qual é a melhor opção para os nos-
sos investimentos? As corretoras são muito superiores aos bancos no quesito,
mas eu quero compartilhar com você os motivos dessa resposta. Vamos lá!
Segurança
Produtos
Atendimento
Custos
Por fim, outro ponto importante é o custo que você terá com o seu dinheiro. E,
novamente, a vantagem é das corretoras. Os bancos, como adiantei, abusam
das taxas. Não que elas não existem nas corretoras, mas são mais justas e ofere-
cem melhor qualidade. Isso sem falar em muito produtos que são isentos delas.
Desta forma, podemos concluir que temos uma ampla vantagem de investir nas
corretoras em relação ao que temos nos bancos. No entanto, isso não significa
que as instituições financeiras tradicionais não possuam também a sua utilidade
e importância para nossas finanças pessoais.
Taxa Selic
A Taxa Selic é derivada dessas negociações, sendo definida pelo Banco Central a
cada 45 dias, em reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), com o obje-
tivo de manter o controle sobre a inflação (que veremos a seguir). Trata-se, por-
tanto, de uma ferramenta para a política monetária do Brasil.
Inflação
O que é inflação?
Juros reais
Por fim, temos ainda os juros reais que representam quanto realmente ganha-
mos com os nossos investimentos ao longo do tempo. O que acontece é que,
como a inflação traz um aumento dos preços de produtos e serviços, a primeira
missão dos investimentos é proteger o nosso poder de compra. O ganho adicio-
nal é o que será, de fato, um aumento do seu capital.
Para que esse conceito faça mais sentido, vamos a um exemplo. Suponha que
você faça um investimento de renda fixa por um ano com rendimento associado
à Taxa Selic de 5% ao ano. Neste mesmo período, considere que a inflação apu-
rada tenha sido de 4%. A fórmula abaixo resume o cálculo dos juros reais:
Veja, portanto, que os juros reais são simplesmente os ganhos do seu investi-
mentos (juros nominais) após o desconto da inflação. Nesta situação fictícia, nós
teríamos juros reais de 1% (5% - 4%). Em outras palavras, os juros reais são os
ganhos “líquidos” do seu poder de compra.
Perfil de investidor
Antes de começarmos a falar sobre as oportunidades de investimentos na prá-
tica, é preciso compreender o seu perfil de investidor. Esse é o nome de uma
classificação pessoal de acordo com os seus próprios objetivos financeiros e os
riscos que você está disposto a assumir para atingi-los.
De acordo com as respostas, você pode ser classificado em três perfis distintos:
conservador, moderado e agressivo. Vamos conhecê-los antes de seguir para
as classes de investimentos, de modo a identificar as oportunidades adequadas
aos seus objetivos.
Perfil conservador
E quais são os investimentos que podem ser feitos para esse objetivo de segu-
rança? A maior parte do patrimônio (igual ou superior a 80% do capital) deve es-
tar em ativos pós-fixados, que acompanhem taxas de juros. É o caso do Tesouro
Selic ou de títulos como o Certificado de Depósito Bancário (CDB).
Passando para o perfil moderado, nós temos um tipo de investidor que já tem
um maior interesse no crescimento do seu dinheiro e costuma estar disposto a
incrementar o risco dos seus investimentos. Trata-se, portanto, de uma pessoa
que está no meio do caminho entre o conservador e o agressivo.
Também por esse motivo, há uma tendência de que esse investidor tenha um
pouco mais de experiência no mercado financeiro, ainda que não seja nenhum
especialista. O foco passa da segurança para uma flexibilidade, oferecendo uma
carteira de investimentos com mescla de proteção e rentabilidade.
Por outro lado, essa classificação de perfil também não abre totalmente mão da
sua segurança. Sendo assim, ainda existe uma boa presença de ativos seguros,
como os pós-fixados e a inflação que mencionamos anteriormente. O que muda
é a participação deles na carteira, com boa redução.
Isso acontece porque, para atingir os seus objetivos, o perfil moderado precisa
incluir novos ativos em seu portfólio em relação ao perfil conservador. Aqui, já
cabe a inclusão de alguns fundos de investimentos e até mesmo um pouco de
renda variável, desde que sem exagerar na exposição.
Vale lembrar que, embora mais aberto ao risco, o perfil de investidor moderado
ainda não está preparado para grandes oscilações patrimoniais.
Por fim, temos o perfil agressivo. Esse investidor tem a mentalidade oposta ao
perfil conservador. Isto é, ao invés de ter o seu foco em proteção patrimonial,
ele vai querer crescer o seu capital. Portanto, temos aqui um estilo amplamente
aberto a assumir riscos e com o objetivo de rentabilidade e ganho de capital.
Podemos dizer, portanto, que essa estratégia tem por objetivo potencializar o
crescimento patrimonial. Assim, é comum em um público mais jovem com o
intuito de formar uma aposentadoria para o futuro. Como geralmente há uma
fonte de renda, o peso dos resultados desses investimentos é menor.
Por outro lado, não significa que todo dinheiro deva estar em ativos de risco,
pois a rotina oferece gastos e despesas. Assim, mais uma vez, a montagem de
uma reserva de emergência se faz necessária mesmo ao perfil agressivo.
Uma vez que você tenha compreendido este aspecto, podemos passar a conver-
sar sobre os ativos existentes no mercado financeiro. É o que faremos a partir
do próximo capítulo, iniciando pela tradicional renda fixa — que vai muito além
da caderneta de poupança do seu banco.
George Soros
A renda fixa é uma das categorias de investimentos mais utilizadas pelos brasi-
leiros. A razão para isso é simples: por muito tempo, o Brasil praticou altas taxas
de juros, tornando essa classe de ativos muito atrativa para valorização patrimo-
nial.
Só que agora a situação mudou. O Brasil não traz o mesmo cenário de taxas de
juros elevadas, algo que obriga quem deseja crescer seu patrimônio a buscar
maior risco. Ao mesmo tempo, não significa que a renda fixa não tenha seu valor
para objetivos específicos.
Ao contrário do que pensam muitas pessoas, a renda fixa não é sinônimo de se-
gurança, mas sim para previsibilidade de caixa. Isto é, no momento em que você
investe, as condições de lucro já estão bem definidas.
Neste sentido, ela se difere da renda variável que não oferece essa previsibili-
dade sobre o seu comportamento. Uma ação, por exemplo, pode gerar lucros e
prejuízos a depender dos resultados dos próximos meses. Ou seja, é um investi-
mento mais incerto.
Portanto, a primeira coisa que você deve saber é que a renda fixa permite a pre-
visibilidade de caixa. Embora alguns ativos sejam, de fato, seguros, nem todos
funcionam dessa maneira. Em outras palavras, é preciso conhecer o produto
antes de investir caso o objetivo seja a segurança do seu dinheiro.
Assim, para esses objetivos, elas emitem esses títulos de dívida. Na prática, eles
funcionam como uma espécie de “pedido de empréstimo”. Assim, os investido-
res podem “emprestar” o seu dinheiro para as instituições em troca de, futura-
mente, receber esse dinheiro de volta com acréscimo de juros acordados.
Para o pagamento dos seus investidores, os emissores dos títulos podem optar
por uma das três modalidades abaixo:
Como você deve ter percebido, os títulos de renda fixa pós-fixados ou híbridos
possuem a sua rentabilidade associada a um indicador econômico, acompa-
nhando assim o seu desempenho. Esses são justamente os famosos indexado-
res. Em suma, esses são os mais comuns nos investimentos de renda fixa:
A categoria da renda fixa, portanto, também oferece seus riscos. Veja, logo abai-
xo, alguns deles:
Perceba que a renda fixa também tem seus riscos. Ou seja, é necessário ponde-
rar todo cenário econômico antes de tomar uma decisão de investimento. Aqui
você terá previsibilidade de caixa, mas a tranquilidade depende de uma série de
condições. E, se há segurança, também haverá menor rentabilidade.
Títulos públicos
No Brasil, existem três modalidades de títulos de renda fixa emitidos pelo go-
verno. Eles podem ser negociados por uma plataforma online, criada em 2002,
chamada de Tesouro Direto. Há também como comprá-los por meio da sua cor-
retora. São eles:
Títulos bancários
O segundo grupo da renda fixa abriga os títulos bancários que, como o próprio
nome sugere, são os ativos emitidos pelos bancos e instituições financeiras.
Para esse tipo de organização, em que o dinheiro é o próprio serviço oferecido
ao mercado, a captação de recursos é essencial.
Um ponto importante sobre esse grupo de títulos é que eles são protegidos pelo
Fundo Garantidor de Crédito (FGC), uma entidade privada mantida pelos pró-
prios bancos para remuneração do investidor em caso de calote da instituição
financeira. Ou seja, é uma forma de aumentar a segurança dos títulos.
O que é o FGC?
Em suma, esses são os principais títulos bancários nos quais você pode investir:
A princípio, pode parecer que o CDB é mais atrativo, afinal, oferece maior retor-
no. No entanto, é preciso descontar o Imposto de Renda. Suponha ainda um CDI
de 5% ao ano no momento deste cálculo. Vamos conferir os resultados?
Títulos privados
Por outro lado, a rentabilidade maior costuma compensar. É bem comum que
os títulos privados ofereçam taxas de juros acima dos títulos bancários e dos
títulos públicos, ao menos em condições de risco similares.
E quais seriam os principais tipos de títulos privados? Eles estão listados abaixo:
Paul Samuelson
Nos fundos de investimentos, a lógica é a mesma. Aqui, você pode investir o seu
capital em conjunto com outras pessoas, cada qual com a sua participação nos
lucros proporcional ao dinheiro investido. Cada pedaço do fundo é chamado de
cota (e os investidores são os cotistas).
Além disso, o dinheiro será gerenciado por uma equipe profissional de investi-
dores. Essa equipe deve ser remunerada pelos seus serviços, algo que acontece
por meio da cobrança de uma taxa de administração.
Para que os conceitos técnicos que acabei de te apresentar fiquem mais fáceis
de assimilar, vamos então retomar a nossa analogia condominial para os fundos
de investimentos.
Vale destacar que a estrutura dos fundos de investimentos é bem mais com-
plexa do que uma simples relação entre investidor e gestora. Existem diversos
participantes como o administrador (responsável pela burocracia rotineiro do
fundo), o custodiante (quem faz a guarda dos ativos) ou o distribuidor (quem faz
a intermediação entre os investidores e o produto, como as corretoras).
Esse, aliás, é outro benefício: na maioria das vezes, com um único investimento,
você terá seu capital distribuído em diversos produtos financeiros. A diversifica-
ção, portanto, é praticamente automática.
Como já mencionamos, ter acesso a um time de gestão tem seu preço: a taxa
de administração, cobrada geralmente como um percentual para a realização
de todo serviço profissional oferecido. Além disso, em alguns casos você pode
ter que pagar uma taxa de performance também, que é um adicional sobre um
resultado que supere a referência do fundo (benchmark).
Não podemos esquecer ainda dos riscos dos fundos de investimentos, como o
risco de crédito (o popular “calote” de títulos investidos pelo time de gestão), o
risco de mercado (variação do preço dos ativos em função do cenário econômi-
co) ou o risco de liquidez (prazo para que um resgate volte para sua conta).
• Juros: como o nome já sugere, são títulos cuja remuneração está atrelada
às taxas de juros. É o caso do Tesouro Selic (LFT), um ativo que acompanha
a remuneração da Taxa Selic. Oferece boa segurança ao investidor já que
segue as oscilações dos juros do Brasil.
• Inflação: da mesma forma, uma estratégia de inflação buscará títulos com
rentabilidade indexada aos indicadores de inflação, como IPCA ou IGP-M. É
uma boa forma de proteger o poder de compra do investidor, mas oferece
maior risco em relação aos ativos atrelados aos juros.
• Crédito Privado: para pessoas mais arrojadas, os fundos de crédito pri-
vado buscam trabalhar com títulos de companhias privadas. É necessário
que ao menos metade do patrimônio esteja neste grupo de ativo. O risco do
fundo depende diretamente do perfil das empresas selecionadas.
Multimercado
Ações
Para quem ainda não está habituado com o risco da renda variável, o ideal é
começar por fundos Long Only. Eles podem operar apenas comprados, o que re-
duz o risco. Outra dica importante é verificar se o fundo pode atuar alavancado
(com mais dinheiro do que possui em seu patrimônio), algo que eleva o risco.
A melhor forma de escolher um fundo é por meio de uma série de critérios. Eles
têm por objetivo criar alguns filtros para que você selecione aqueles produtos
que possuem maior aderência ao seu perfil e, ao mesmo tempo, ofereçam um
retorno potencial atrativo.
Ao longo das próximas páginas, listei alguns filtros e indicadores que podem
facilitar a sua busca por um fundo ideal para o seu objetivo financeiro.
Thomas Edison
Quando passamos pelos tipos de fundos de investimentos, você já deve ter visto
como a variedade é ampla. E as estratégias precisam conversar com o seu perfil
de investidor, assim como os seus objetivos financeiros.
Se você é daqueles que possui pavor só de pensar em perder dinheiro, não faz
nenhum sentido investir em um fundo de renda variável. Da mesma forma, colo-
car todo dinheiro em um fundo de renda fixa que investe no Tesouro Selic será
frustrante para quem busca rentabilidade.
Desta forma, comece filtrando pelo tipo do fundo que você deseja buscar.
Custos e taxas
Os valores cobrados pela gestão dos fundos de investimentos é outro fator a ser
monitorado. É preciso que exista um diálogo entre a cobrança e o trabalho ofe-
recido. Novamente, o ideal é olhar para o próprio mercado.
• Gestão ativa: são fundos que buscam superar o seu benchmark. É normal
que sejam mais caros, pois exigem maior atuação dos gestores.
• Gestão passiva: é um formato de fundo que busca apenas replicar um
índice. O trabalho é “copiar” o benchmark, então são mais baratos.
Faça uma análise qualitativa sobre a gestora que oferece o produto. Aqui, exis-
tem diversas ações que podem ser realizadas para esse objetivo. Veja alguns
exemplos:
A partir disso e garantindo que eles pertençam a uma mesma categoria, você
pode utilizar de alguns indicadores para encontrar a melhor oportunidade. Eles
podem ser acessados e comparados facilmente por ferramentas especializadas.
Particularmente, eu recomendo o comparador de fundos do Mais Retorno.
Nas próximas páginas, vou usar alguns gráficos dessa ferramenta. Caso queira
conhecer, basta clicar no link anterior. Aproveite, pois é gratuita.
Uma dica aqui é você usar da análise relativa, isto é, um comparativo entre a
rentabilidade de um fundo e um benchmark do setor (como CDI, Ibovespa, IPCA,
entre outros). Será que o fundo gera ganhos consistentes acima do seu merca-
do? É uma maneira mais justa de avaliar os resultados oferecidos.
Para que esse capítulo fique mais prático, vamos usar um comparativo real en-
tre fundos de debêntures incentivadas:
Quando olhamos para esses dados, podemos ver que o fundo da Journey se-
quer supera o CDI no longo prazo. Assim, um olhar muito curto pode levar a
conclusões precipitadas. Precisamos incluir outros fatores na nossa análise para
entender os motivos pelos quais essa rentabilidade é tão ruim em um horizonte
temporal mais extenso.
2. Volatilidade
3. Gráfico de Drawdown
4. Índice de Sharpe
Com essas ferramentas que aprendemos e sabendo o seu objetivo como inves-
tidor, estou certo de que você encontrará boas oportunidades para escolher os
melhores fundos para os seus aportes.
Ainda assim, siga sempre acompanhando o mercado, pois novos cenários po-
dem trazer desafios adicionais. E, como sempre, não se esqueça de diversificar.
Winston Churchill
Os fundos imobiliários (FII) estão entre os investimentos que mais recebem in-
vestidores brasileiros. É o que mostram os números da categoria, em especial
durante 2019, quando o número de pessoas que investem na modalidade mais
do que dobrou.
Em parte, esse crescimento até demorou para acontecer considerando que, his-
toricamente, há uma grande defesa de investimentos em imóveis no nosso país.
E, se você pensa que o setor não é acessível para a sua realidade financeira eu
tenho uma boa notícia: os fundos de investimentos imobiliários permitem que
você, com pouco dinheiro, esteja exposto aos melhores imóveis do país.
Isso mesmo que você acabou de ler! Esse tipo de investimento é extremamente
acessível e populariza o mercado de imóveis do país. É justamente sobre o que
nós vamos conversar neste capítulo, entendendo a dinâmica dessa categoria,
além das principais tipologias de fundos e, claro, como você pode analisar os FIIs
para os seus próprios investimentos. Vamos lá!
Em outras palavras, podemos dizer que se converte em uma boa porta de en-
trada na renda variável para quem ainda não usa da categoria. Afinal, embora
seja negociado na Bolsa de Valores, há uma certa previsibilidade de caixa que se
torna próxima da renda fixa. Vamos discutir um pouco mais sobre isso.
É importante esclarecer este ponto para que você não se empolgue com a cate-
goria e se exponha mais do que deveria em um produto de renda variável. Por
mais que os rendimentos representem sim um fluxo de caixa mensal (muitas ve-
zes com certa previsibilidade dos recebimentos), o seu investimento pode sofrer
com as oscilações de precificação e, inclusive, gerar prejuízo.
Fundos de tijolo
Os contratos são outro ponto positivo para o cotista. Geralmente, ele se divide
em uma cobrança fixa e outra parte com um percentual sobre o faturamento. O
lojista deve pagar o que for maior entre os dois. Ou seja, você enquanto cotista
tem uma renda garantida, mas que pode ser maior a depender do desempenho.
Além disso, os shoppings oferecem alguns indicadores que permitem uma aná-
lise do seu desempenho por parte dos investidores. Como as operações são
majoritariamente de varejo, é muito importante que seja feito um comparativo
sempre do mesmo mês por conta de sazonalidade. Veja alguns exemplos:
Lajes corporativas
Fechando o trio mais relevante entre os fundo de tijolos, temos ainda os galpões
logísticos. Essas são estruturas utilizadas pelas empresas para armazenamento
de produtos e distribuição de entregas. Por esse motivo, é fundamental que os
imóveis tenham fácil acesso às rodovias. Esse cenário, afinal, facilita a circulação.
Agências bancárias
De qualquer forma, vale a pena elencar, pois são opções na montagem da sua
carteira. Esses são os demais tipos de fundos imobiliários que atuam com estra-
tégia de adquirir imóveis para explorar aluguéis (estratégia geração de renda):
Para esse objetivo, ao contrário dos fundos de tijolos, não há uso de imóveis físi-
cos diretamente com a cobrança de aluguel, mas sim a negociação dos títulos do
setor imobiliário. Esses são os dois ativos mais comuns para a estratégia:
Outro ponto importante é que um fundo de papel pode trabalhar com dois per-
fis distintos. O primeiro é composto pela empresas com ótimo perfil de crédito,
oferecendo baixo risco de calote, mas menor rentabilidade (High Grade). Já para
títulos emitidos por companhias mais arriscadas, as rentabilidades são mais
atrativas (High Yield).
Fundos de desenvolvimento
Fundos de fundos
Por fim, ainda temos os fundos de fundos (FOFs) que se caracterizam por inves-
tir em outros FIIs. A grande vantagem aqui, além de ter um time de gestão espe-
cialista escolhendo os melhores fundos para você investir, é o acesso à diversifi-
cação do setor imobiliário.
Por outro lado, os FOFs também trazem pontos negativos. O maior deles é uma
duplicação de taxas. Você paga tanto a taxa de administração do FOF, como
também dos fundos imobiliários nos quais ele investe. Além disso, também não
tem poder de decisão sobre os FIIs em que você vai investir neste formato.
Em primeiro lugar, você deve saber que precisamos dividir a análise dos FIIs em
dois grandes grupos. A primeira dela, mais fácil, é olhar para indicadores. No
entanto, números frios dizem pouco para a nossa tomada de decisão. Sendo
assim, o processo de escolha requer uma análise qualitativa também.
Isso acontece porque, como sabemos, risco e retorno caminham juntos. Ou seja,
altos rendimentos podem ocultar problemas. É o que aconteceu com o XPCM11.
O fundo por anos liderou a lista de rentabilidade, mas é porque tinha um único
locatário — a Petrobrás. Quando ela optou por sair do imóvel, causou a perda
da totalidade da receita, além de derrubar a cota do ativo.
Por fim, busque sempre fazer alguns comparativos entre os indicadores de fun-
do de um mesmo setor, como fiz na imagem abaixo com três FIIs de galpões
logísticos. Gosto também de comparar com o CDI para entender se o risco foi
compensado em relação a investimentos seguros de renda fixa.
Suponha que você comprou uma cota por R$100 e que, ao longo de um ano
(doze meses), o fundo te pagou R$10,50 em rendimentos. Qual seria então o
valor do Dividend Yield? Vamos aplicar a nossa fórmula:
Vacância
Outro indicador muito importante dos fundos imobiliários é a vacância. Ele re-
presenta o total de área vaga de um imóvel que, afinal, significa o espaço de um
FII que está inutilizado. Apesar disso, a análise de vacância deve ser dividida em
duas partes.
Isso acontece porque um locatário pode sair do imóvel, mas ter uma multa para
pagar. Ou seja, aquele espaço ainda vai gerar renda por um tempo. É por isso
que dividimos a avaliação da vacância em dois grandes grupos. São eles:
Para que você entenda essa diferença, imagine um fundo de escritórios que te-
nha dois locatários, cada um com metade do espaço físico. No entanto, o primei-
ro possui um aluguel de R$20.000 e o outro de R$30.000.
Para calcular o P/VP de um fundo imobiliário é muito fácil. Você deve, afinal,
apenas dividir o preço da cota pelo valor patrimonial por cota do FII. Esse cálcu-
lo então apresentará um número. E esse resultado pode apresentar um desses
três cenários, que será a base para a sua análise.
• P/VP > 1,0: representa que o preço da cota é superior ao “valor justo”.
Logo, o fundo é negociado com ágio e está caro.
• P/VP = 1,0: representa que o preço da cota é igual ao “valor justo”. Logo, o
fundo é negociado com ágio e está caro.
• P/VP < 1,0: representa que o preço da cota é inferior ao “valor justo”. Logo,
o fundo é negociado com deságio e está barato.
Inadimplência
Seguindo a passagem pelos indicadores, o próximo item que você deve dedicar
uma atenção especial é a inadimplência. Ou seja, os locatários que não estão
cumprindo com os pagamentos do seu aluguel (ou, no caso dos fundos de pa-
pel, que deram calote).
Neste ponto, um fundo com mais de um inquilino terá vantagem (e será mais
protegido). Neste caso, a inadimplência é mais controlada e um calote não afeta
tanto o resultado final do mês.
Gestão do fundo
Passando agora para alguns pontos mais qualitativos, a primeira coisa a obser-
var é a qualidade da empresa que faz a gestão do fundo imobiliário em questão.
Isso porque cada fundo terá uma gestão diferente e é vital para o investidor
compreender a estratégia da companhia.
Uma das melhores formas de acompanhar a gestão é por meio dos relatórios
gerenciais. Por regra, eles possuem uma série de informações relevantes. Além
de indicadores e acompanhamento dos imóveis, esses documentos contém uma
mensagem da gestora do FII.
Ativos do fundo
Por fim, mas talvez mais importante do que todos os outros fatores, está a aná-
lise qualitativa sobre os ativos (imóveis, papéis ou outros FIIs) do fundo que você
está analisando. Esse é justamente o diferencial dos grandes investidores: eles
realmente entendem a estratégia do fundo.
Neste aspecto, também posso recomendar alguns pontos para você avaliar e
facilitar esse processo de compreensão sobre os imóveis e papéis sob gestão de
um fundo imobiliário. Vamos conversar sobre os principais na sequência.
Henry Kaufman
Até logo! =)
Stéfano Bozza