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ACADEMIA DE MESTRES CRISTAOS WANDERSON PEREIRA WANDERSONRPP@GMAIL.

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BOAVENTURA
Cada talento usar!
HISTÓRIA MISSIONÁRIA

“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para as pessoas, sabendo que receberão
do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3.23,24).

Missão é o ato de enviar ou de ser enviado. É um encargo, uma incumbência ou mesmo o


desempenho de um dever. É ainda, segundo do Dicionário Aurélio, uma função temporária. A nossa
missão, como filhos de Deus enviados por Seu filho aos povos, é servi-lo como Suas testemunhas,
compartilhando seus ensinamentos de forma que outros o conheçam e o sirvam também. Quem é
enviado é chamado de missionário, ou seja, missionário é a pessoa que recebeu e assumiu a
incumbência de realizar a tarefa para a qual foi enviado – a pregação do evangelho de
Cristo.

O momento missionário é de extrema importância em todas as atividades com pré-adolescentes e


crianças, mas é na EBF que esse momento ganha destaque. O objetivo do momento missionário é
ajudar os alunos a compreenderem o trabalho missionário por meio de histórias reais, vividas por
pessoas comuns que fizeram coisas extraordinárias por amor a Cristo, e de como Deus
cuidou delas.

O contato com a realidade missionária é muito importante para o desenvolvimento de uma consciência
missionária por parte dos pré-adolescentes e crianças, pois isso gera amor por missões e compromisso
com esta causa a longo prazo. Na EBF, o momento missionário deve acontecer de duas formas:

1. Através da História Missionária: a História Missionária é contada no primeiro momento coletivo,


logo na abertura de cada dia, e, como todo ensino para crianças e pré-adolescentes, deve ter música e
versículo antes, como preparação para a história.

2. Através do Desafio Missionário: o desafio missionário acontece na classe, sem horário fixo, e
seu objetivo é aproximar as crianças e pré-adolescentes da realidade missionária de nosso estado,
mostrando o trabalho dos missionários de nossa convenção.

Nesta EBF o nosso desafio missionário é dirigido ao lançamento da PEDRA


FUNDAMENTAL DO PRÉDIO DA SEDAC, visto que o projeto de construção já foi
aprovado e carece de toda ajuda possível para sua concretização, em especial da ajuda das crianças,
pois a Sedac, como órgão da Ceadema exclusivo para a evangelização e discipulado de pré-
adolescentes e crianças, precisa de um espaço condizente com as suas atividades, de modo que
todo o estado do Maranhão seja alcançado. Assim, nosso pedido e desafio é que cada EBF realizada
em nosso estado recolha ofertas em dinheiro para o lançamento da PEDRA FUNDAMENTAL DO
PRÉDIO DA SEDAC.

Esta campanha pelo lançamento da PEDRA FUNDAMENTAL DO PRÉDIO DA SEDAC foi


inspirada pela história missionária desta EBF – “Boaventura Pereira Sousa – Cada talento usar!”.

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Este missionário-pastor maranhense usou todos os talentos que Deus lhe deu para que todas as pessoas ao
seu redor fossem alcançadas pelo Evangelho. Ele fez tudo o que era possível dentro de um contexto de
grandes limitações e agora é nossa vez não somente de fazer, mas também de ensinar aos nossos alunos que
tudo o que Deus nos dá é, antes de tudo, para a Sua glória e louvor.

3. Cantinho Missionário (Decoração): é importante separar um espaço nobre na decoração para


o “Cantinho Missionário”. Esse espeço deve conter um painel com: mapa mundi (indicando a
América Latina, o Brasil e o Maranhão), versículo bíblico-tema, frase-tema, ambiente de marcenaria
ou escritório com máquina de escrever, ou ainda um ambiente que retrate qualquer uma de suas 14
profissões (esse cantinho também servirá para recolher as doações), fotos do missionário, fotos do
futuro prédio da Sedac e uma caixa para recolher cartas. É bom que você tenha uma meta do valor
que deseja arrecadar, pois isto ajudará aos pré-adolescentes e as crianças a compreenderem melhor a
realidade do trabalho missionário da Sedac e, consequentemente, se sentirão motivados a contribuir
e a orar por missões no segmento infantojuvenil.

4. Envelopes e Prédio-Cofre: a coordenação deve confeccionar um prédio-cofre para cada classe da


EBF, motivando as crianças e pré-adolescentes a ofertarem para missões no segmento infantojuvenil.
Para isso, ainda no primeiro dia, entregue os envelopes para todas as crianças, assim poderão ofertar já
no segundo dia da EBF, colocando dentro do cofre de sua sala. Você pode, inclusive, a título de
motivação, premiar simbolicamente a sala que conseguir mais doações ou ofertas, sem esquecer que o
foco é a conscientização missionária.

5. Carta Missionária e Clamor por Missões: apresente a foto do(a) missionário(a) que você
adotou para as crianças e fale do trabalho que ele realiza, especialmente com as crianças da ilha.
Apresente suas necessidades e motivos de oração e peça que elas orem por ele(a).

6. Envio da oferta missionária: quando você, coordenador, for apresentar seu relatório, com a
finalidade de receber o material do discipulado para os novos convertidos, leve também a oferta
missionária. Todavia, se preferir, DEPOSITE na conta da CEADEMA/SEDAC: BANCO DO
BRASIL. Ag. 2972-6. Conta Corrente: 30.293-7, e guarde o comprovante para o momento da
apresentação do relatório. E não tenha dúvida, a oferta chegará às mãos daquele servo ou serva de Deus
que você e sua equipe escolheram.

7. Nossa história missionária: “Boaventura Pereira Sousa – Cada talento usar!”. Nesta
EBF, conheceremos a linda história do pastor e missionário Boaventura Pereira Sousa, um
maranhense que aceitou a Cristo aos 17 anos, na cidade de Magalhães de Almeida, após seus pais terem se
convertido a Cristo poucos meses antes. Sua vida cristã sempre foi intensa e com apensa três meses após sua
conversão foi batizado com o Espírito Santo e seis meses depois e torrnou-se membro da igreja, descendos às
águas do batismo e começando a anunciar o evangelho desde então.

A história do Pastor Boaventura Pereira Sousa é uma história de comunhão com Deus, de vida de oração
e de uma grande determinação de usar tudo o que Deus colocasse em suas mãos para acançar vidas com
o evangelho. O roteiro dessa história é fruto de sua autobiografia, das pesquisas do professor Marcos
Ferreira Silva e do historiador André Câmara em fontes primárias e bibliográficas. Nosso agradecimento
especial à família, na pessoa da irmã Severina de Jesus Ribeiro Sousa, viúva do pastor Boaventura e ao Pastor
Rayfran Batista da Silva que tem sido um grande entusiasta do resgate da história dos pioneiros da Assembleia
de Deus, em especial da Região Nordeste.

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Nossa história missionária será contada em três capítulos, assim distribuídos:

CAPÍTULO 1:
Música: “Cada talento usar”
Versículo para Memorizar: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e não para as
pessoas, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo”
(Colossenses 3.23,24).
Tempo histórico: de 1926 a 1947
Objetivo: Compreender que Deus é quem capacita seu povo para superar com alegria os desafios que
envolvem a Sua obra.
Palavras-chave: Conversão e Superação.
Recursos de apoio: uma Bíblia, pôster da história missionária, ícones, um prédio-caixa (para apresentar
o desafio missionário), e os números 5 e 12 (para representar o 5º filho e os 12 irmãos).

Nasce o menino Boaventura

O menino Boaventura Pereira Sousa nasceu no dia 14 de julho de 1926, em Araioses, estado do
Maranhão. Ele foi o quinto filho do Pastor José Romão de Souza e da irmã Maria Alves de Souza.
Este amado casal teve 12 filhos, dos quais quatro atenderam ao chamado do santo ministério:
Estevam Ângelo de Souza, Raimundo Pereira de Sousa, João Pereira de Sousa e Boaventura Pereira
Sousa, do qual trata esta história missionária.

Não vamos nos ater à infância do Pastor Boaventura Pereira Sousa, pois dela importa-nos saber
que cresceu numa família católica e que desde cedo foi acostumado com o trabalho duro e com as
limitações típicas de qualquer membro de uma numerosa família nordestina sem muitas posses.

Sua vida mudou quando seus pais, ambos católicos, se renderam a Cristo, no dia 4 de janeiro de
1944, enquanto ele e seu irmão Estevam Ângelo haviam viajado para trabalhar fora do Maranhão.
Quando voltaram toda a família já era crente e logo perceberam que estavam diferentes do que
eram antes, e esse testemunho certamente marcou suas vidas. Como você se sentiria no lugar dele?
Boaventura limitou-se a ouvir e observar e, como filho obediente que era, o testemunho de seus
pais e irmãos foi decisivo para sua conversão.

O jovem Boaventura nasce de novo

No dia 9 de abril de 1944, em um Sábado de Aleluia, aos dezessete anos, o jovem Boaventura
assistiu a um culto pela primeira vez. Ele estava na cidade de Magalhães de Almeida e quem dirigia
o culto era o Pastor João Gualberto Alves, da Assembleia de Deus em Parnaíba, Piauí; a Palavra
lhe tocou profundamente e ele não resistiu ao convite de receber a Cristo, entregando-se ali mesmo
e, juntamente com o seu irmão Estevam Ângelo de Souza, que também se rendeu a Jesus, passou
a fazer parte da família de Deus. Glória a Jesus!

Como você acha que será a vida de Boaventura a partir de agora? Talvez Boaventura
você não saiba, mas muita gente que recebe a Jesus não deixa logo suas recebeu o batismo
velhas práticas. Muitas vezes, pessoas que fumam ou bebem levam com o Espírito
meses e até anos para vencer seus vícios. Muitos levam tempo para Santo, em 09 de
deixar de clamar por seus “santos”, e ainda outros demoram a declarar julho de 1944 e no
sua fé publicamente ou mesmo a se tornarem assíduos nos cultos e dia 09 de outubro
demais trabalhos do Senhor. Será que Boaventura foi assim? Não! Ele de 1945 foi
se entregou totalmente e logo passou a frequentar os cultos e a buscar batizado nas águas.

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ao Senhor de todo o seu coração. E no que isso resultou? Bom, a Bíblia diz que: “Perto está o Senhor
dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.” (Salmo 34.18), e isso foi real na vida
desse jovem, pois com apenas três meses após a sua conversão o Senhor o batizou com o Espírito
Santo e ele falou em novas línguas. Aleluia!

Ele continuou firme com o Senhor e na primeira oportunidade que teve, desceu às águas batismais,
apenas seis meses após sua conversão, pelo Pastor José Cândido Rodrigues. Agora membro do
corpo de Cristo e selado com o Espírito Santo, ele começou a anunciar o amor de Jesus a todas as
pessoas e logo o seu empenho foi reconhecido, passando a auxiliar com muito esmero, o Pastor
José Cândido Rodrigues no extenso campo de Magalhães de Almeida.

Uma companheira para o jovem Boaventura

Ele ainda era muito jovem, mas muito responsável e trabalhador e precisava de
Boaventura
uma companheira para compartilhar de seus sonhos, por isso, com a permissão
contraiu
dos seus pais e do seu pastor, aos 20 anos contraiu matrimônio com a irmã
Inácia Saraiva Menezes Sousa e com ela formou uma grande família. São doze matrimônio
os filhos que resultaram desta união: Silas, Semida (in memoriam), Semias, no dia 5 de
Otoniel (in memoriam), Suzana, José, Semaias (in memoriam), Semiades, abril de
Semaias, Semires, Semildes e Selemias Saraiva Sousa. Dentre seus filhos, 1947.
Semaias seguiu os seus passos no ministério, sendo hoje um dos pastores de
nossa Ceadema.

Hora de ser lapidado

Com pouco mais de dois meses de casados, Boaventura e Inácia viajaram juntamente com o Pastor
José Cândido Rodrigues para o povoado Redenção (hoje município de Mata Roma-MA). Foi uma
viagem penosa que durou 5 dias de barco pelo rio Parnaíba até ao povoado Porto de Repartição
(hoje distrito do município de Brejo-MA), e mais dezoito horas debaixo de chuva intensa, passando
por chapadas, lamaçais e pedregais até chegar ao destino final. Como se não bastasse, nesta viagem,
o Pastor José Cândido Rodrigues adoeceu e algumas vezes precisou ser carregando nos ombros
pelo jovem Boaventura, pois não podiam parar.

Quando finalmente chegaram ao povoado Redenção foram hospedados pelo casal Manoel Garrêto
de Sousa (o Nego Garrêto), e Maria Garrêto de Sousa (a Côta), que cuidaram do Pastor José
Cândido Rodrigues. A posse de Boaventura em Redenção deveria ser logo após sua chagada, mas
as chuvas eram intensas e, curiosamente, Boaventura não andava com terno, gravata e sapato social
– uniformizado, como era o costume, por isso, ouviu de seu pastor uma repreensão: “Boaventura
não será empossado hoje, será empossado de hoje a quinze dias, para saber honrar a igreja que representa, e
reverenciar o nome de Deus”.

Como você se sentiria sendo repreendido em público, depois de uma viagem tão longa e cansativa,
tendo carregado seu pastor nos ombros e debaixo de chuva? Será que Boaventura passará por tão
grande provação?

Amanhã continuaremos nossa história. Espero que todos vocês venham aprender com a história
de vida deste homem. Agora quero pedir que todos fechem seus olhos e orem para que Deus
levante entre nós, homens e mulheres que amem a Sua casa mais do que a si mesmos. Ore comigo
para que você e eu estejamos entre esses escolhidos e corajosos, pois é uma grande honra ser
chamado por Deus para anunciar a Sua Palavra.

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Antes de concluirmos esse momento, eu tenho um desafio para você hoje: traga uma oferta especial
para nossa Sedac. Você pode fazer muito para o Reino de Deus e a Sedac também, se você
contribuir. Nossa secretaria precisa de um espaço para criar materiais, gravar programas educativos,
formar professores e treinar crianças, como vocês, para a obra do Senhor. Sua oferta é muito
importante, nossa meta é R$_________ e você não pode deixar de fazer parte dessa campanha e
ajudar a Sedac a ganhar muitas crianças para Jesus por meio de seus projetos.

CAPÍTULO 2:
Música: “Cada talento usar”
Versículo para Memorizar: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor e
não para as pessoas, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o
Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3.23,24).
Tempo histórico: de 1947 a 1951
Objetivo: Compreender que Deus é quem capacita seus escolhidos dando-lhes talentos e dons que
glorificam o Seu nome quando usados em Sua obra.
Palavras-chave: Talentos e Serviço.
Recursos de apoio: uma Bíblia, pôster da história missionária, ícones, um prédio-caixa (para apresentar
o desafio missionário), lamparinas, fotos de vitrola a manivela.

Vocês lembram onde a nossa história terminou ontem? Nós estávamos falando de como o jovem
Boaventura foi repreendido pelo Pastor José Cândido Rodrigues por não estar vestido
adequadamente na noite que seria a sua posse no campo de Redenção, hoje município de Mata
Roma. Você sabia que a vestimenta era tão importante para os pastores da Assembleia de Deus?
Isso é justo, não é verdade? Hoje, grandes empresas exigem que seus gerentes e diretores vistam-
se com elegância, de acordo com a importância que elas têm ou desejam ter. Ainda mais zelo
devemos ter, pois representamos o Reino de Deus! Mas, atenção, isso não está relacionado com a
moda, nem mesmo com vaidade, mas com zelo pela obra do Senhor. Lembre-se disso quando
vestir-se: você está representando o Rei dos reis!

O que vocês acham que ele fez? Será que ele se


zangou e foi embora? Será que ele revidou e se Durante as primeiras décadas da Assembleia
justificou diante do Pastor José Cândido Rodrigues? de Deus no Maranhão o vocacionado para o
ministério pastoral era em primeiro lugar
Ele não fez nada, apenas esperou a nova data chegar
APRESENTADO (onde recebia o título de
com humildade. Por isso, no dia 17 de junho de Evangelista e, geralmente, enviado para um
1947, o Pastor José Cândido Rodrigues o empossou campo de trabalho), depois de algum tempo,
como pastor da Assembleia de Deus em Redenção caso fosse aprovado em seu trabalho, era
(Mata Roma), e ele começou o seu ministério AUTORIZADO ao ministério em uma
pastoral. Convenção, e somente depois de um tempo
maior de experiência era ORDENADO,
O seu ministério começou de uma forma humilde. recebendo o título de pastor.
A casa pastoral era feita e coberta de palha; até as
portas eram de palha. O piso era de terra batida e no Boaventura foi Apresentado em 17.09.1947,
inverno minava tanta água que até parecia um açude. Autorizado em 28.08.1948 e Ordenado em
02.12.1955.
Mesmo assim, o casal era feliz e seguiam fazendo a
obra do Senhor, apesar dos obstáculos.

Boaventura é apresentado oficialmente

Passados exatos três meses, em 17 de setembro do mesmo ano, durante a Assembleia Geral
Ordinária – AGO da Convenção Estadual das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no

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Maranhão – CEADEMA, sua apresentação à frente do campo de Redenção foi confirmada e a sua
credencial de Evangelista foi assinada pelo Pastor Jose Ramos, que presidia a igreja da capital
maranhense.

Boaventura voltou com um título novo, mas a realidade continuava a mesma – pobreza e
incredulidade. Em todo o campo de Redenção havia 96 crentes distribuídos em 14 cidades, e mais
32 crentes na sede, chegando a 128 crentes no total. O trabalho era difícil e o evangelho sofria
terríveis perseguições. Muitos se negavam a ouvir a Palavra e outros ameaçavam a integridade física
do pastor. Ainda assim, o evangelho continuou sendo pregado e um grande templo medindo seis
metros de frente, com nove metros de fundo foi erguido – um grande feito para a época.

Será que você sabe como era ser pastor na década de 1940? Durante a década de 1940, enquanto
muitas regiões do Brasil passavam por um processo de industrialização e urbanização, o Nordeste
continuava com baixa industrialização, dependência da agricultura, com altos índices de pobreza e
o analfabetismo era superior a 70% da população. O Brasil era predominantemente católico e
apenas 5% da população se declarava evangélica. Ser crente significava, muitas vezes, ser excluído
da família, perder o emprego e até ser agredido fisicamente. Os pastores nordestinos sobreviviam
com poucos recursos, tendo que trabalhar na diária para ajudar no sustento da família, pois além
das igrejas serem pequenas, os crentes eram muito pobres.

O Pastor Boaventura não chegou a trabalhar na diária porque exercia várias profissões. Mesmo
assim, ele fazia roças onde plantava gêneros alimentícios como arroz, feijão e milho às margens
dos rios. Mesmo assim, algumas vezes foi necessário a irmã Inácia pescar com uma peneira para
não passarem fome. Ela pegava peixes tão pequenos que nem era necessário destripá-los, bastava
fritar. Outras vezes, ele precisou colher folhas de jaborandi para o alimento da família – essa era a
vida de um pastor!

Nesse período, a evangelização não era fácil. Além de muitos não aceitarem sequer ouvir a
mensagem, a maioria não sabia ler e era difícil que entendessem que o que a Bíblia diz é mais
importante do que o que padre ou mesmo o pastor diz. Pela graça de Deus, o Pastor Boaventura
utilizou dos muitos talentos que recebeu e das muitas habilidades que desenvolveu para alcançar o
coração de muitos e ganhar alguns, como disse Paulo: “Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios
chegar a salvar alguns” (1 Coríntios 9.22).

Para a evangelização da região, o Pastor Boaventura usou como instrumento um presente que seu
pai José Romão de Souza havia herdado de seu avô - Vicente José de Souza - uma velha vitrola,
que logo seria apelidada de “a caixa falante”. Com esse instrumento levou o evangelho a região de
Itapecuru até Brejo, indo de um povoado a outro, atraindo os ouvidos incrédulos por meio da mais
alta tecnologia da época, pois era muito difícil de ser adquirida. Por meio da “caixa falante”, movida
à manivela, muitos locais difíceis foram alcançados pelo evangelho e muitas vidas se rederam aos
pés de Cristo.

Mas você acha que ele parava na mensagem pregada nos discos? Claro que não! Logo que a “caixa
falante” terminava de falar ele começava a contar prosas e recitar poesias, pois era a estratégia usada
para levar o ouvinte a ouvir o Evangelho de Cristo Jesus. Alguns dos versos que ele recitava são
estes:

Meus senhores e minhas senhoras,


Peço a vossa atenção,
Para ouvirdes nesta hora,
Falar da renovação

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E da graça de Jesus Cristo
O autor da Salvação.

Não foi um grande pregador,


Que arquitetou este sermão,
Mas foi um servo de Deus
Que obteve liberação
E hoje é salvo por Cristo,
O autor da redenção.

Meus senhores e minhas senhoras,


Sei que as coisas não vão melhorar,
Mas é certo que pioram,
A quem Cristo não aceitar.
Neste momento e nesta hora,
Se não me falta a memória,
Eu vos digo nesta hora,
Aceite a Jesus,
Antes de vocês irem embora.
Aceitai a salvação,
Através da redenção,
Pois Deus oferece remissão,
Que culmina em teu perdão,
Agora não digas não,
Pra tomar sua decisão,
Pois dela e somente dela
Depende sua salvação.

Rebusquei subsídios,
Da homilética e da gramática
Da gramática e retórica,
Na hermenêutica procurei,
Preguei, preguei, preguei,
Assim evangelizei,
Depois no afã de declamar,
Pus-me a monologar;
E por último compreendi
Que Jesus morreu na Cruz,
Somente para nos salvar.
Se eu pregasse como o sol,
Mensagens cálidas, fulgentes e vitalizantes,
Como raios perfilhantes
Na noite fria emanante,
Ousasse falar como o sol
Dando avisos ao viandante,
Como trovão tonitruante,
Fazendo estremecer a terra,
Mostrando que o homem erra
Relâmpagos fuzilando as trevas,
Percorrendo o universo,

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Onde habitam os perversos,
Mas que o nosso recurso,
É crer em Cristo que não erra,
Pelo contrário oferece perdão
Pois é o autor da salvação.

O pastor-lavrador que faz lamparinas

As dificuldades eram constantes no ministério do jovem Boaventura. Um dia, no ano de


1948, quando viajava para São Luís com o objetivo de participar de uma convenção, a passar
em uma ponte de madeira, na cidade de Vargem Grande, o carro em que vinha capotou e os
passageiros foram arremessados quase dez metros de distância, mas, milagrosamente,
ninguém teve ferimentos graves e puderam ficar à margem do rio aguardando o dia clarear.
Entretanto, depois de algum tempo, outro problema surgiu, é que onças começaram a rondar
os sobreviventes, assustando-os com estrondosos rugidos pelo resto da noite. Tudo o que
podiam fazer era orar, e assim fizeram até o dia clarear.

Mesmo acidentado, o jovem Boaventura viajou a pé com os demais companheiros, até São
Luís, e com muito proveito participou da convenção de 1948. Nessa convenção hospedou-
se no bairro Estiva, indo a pé para as reuniões convencionais no templo central, localizado
na Rua do Passeio, centro da cidade, percorrendo exatos 33km diariamente, pois não tinha
dinheiro para o transporte de bonde. Além disso, durante estes 15 dias sua alimentação foi
pão e picolé, devido à precariedade do trabalho e a sua própria pobreza. Em 28 de agosto
de 1948, com a presença do missionário Nels Julius Nelson, foi autorizado a Evangelista para
continuar servindo ao senhor na Assembleia de Deus em Redenção.

Passada a convenção, Pastor Boaventura retornou para Redenção e deu continuidade ao


trabalho e, como as perseguições eram constantes, ele, ao lado do Pastor José Cândido
Rodrigues e do irmão Francisco Lino de Oliveira foram presos, sem causa justa, a mando do
chefe político da região, mas pela misericórdia de Deus logo foram soltos, entretanto, o zelo
do Senhor se manifestou em favor de Seus servos e o mandate da prisão ficou paralítico
horas depois que os pôs em liberdade. Glória a Deus!

Em 09 de agosto de 1949, em São Luís, o jovem Boaventura permutou com o Pastor Messias
Alves dos Santos e foi pastorear a igreja do Senhor no povoado Rio Novo (hoje cidade de
Paulino Neves). Lá a vida não era fácil também, e para o seu próprio sustento e da pregação
do evangelho, trabalhou como funileiro. Porém, ele não tinha as ferramentas necessárias e
nem dinheiro para comprá-las, então, para iniciar seu negócio, fez um martelo e um compasso
de madeira, usou a lata de tirar água do poço e a tesoura de cortar tecidos de sua esposa.
Certamente suas lamparinas não eram bonitas, mas numa região em que as luminárias eram
do tipo morrões (um pedaço de pano torcido dentro de uma garrafa com querosene), as
lamparinas mal-acabadas que produzia eram um luxo, além de serem muito mais econômicas.

Em 24 de agosto de 1951, em São Luís, ele foi enviado para pastorear a igreja onde havia
recebido a Cristo, a Assembleia de Deus em Magalhães de Almeida. Já bem mais experiente
e com crentes de mais recursos, construiu o primeiro templo.

Você já tinha imaginado que um pastor, nos anos de 1940, quando a maioria dos povoados
sequer tinham acesso a luz elétrica, pudesse evangelizar, tendo como estratégia uma vitrola?
Eu confesso que nunca imaginei isso e fiquei muito feliz quando conhecei essa história. Mas,

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e essa história de fazer lamparinas, o que vocês acharam? Quem aqui sabe o que é uma
lamparina?

O que nós podemos aprender com o Pastor Boaventura? Eu quero convidar você a fazer
uma lista de talentos e habilidades. Faça isso: pegue uma folha de papel e escreva todas as
coisas que você sabe fazer e em seguida ore agradecendo por elas e entregando-as a Ele.
Deus pode fazer coisas maravilhosas por meio e cada um de nós. O Pastor Boaventura não
tinha muito, mas colocou tudo nas mãos de Deus, usando cada talento para anunciar o
evangelho. Que o Senhor nos ajude a fazer o mesmo, em nome de Jesus! Amém.

Você sabe quais outros talentos e estratégias o Pastor Boaventura utilizou para pregar o
evangelho? O que vocês acham? Amanhã continuaremos nossa história e você vai descobrir.
Mas tenho um desafio para você hoje: traga uma oferta especial para nossa Sedac. Você pode
fazer muito para o Reino de Deus e a Sedac também, se você contribuir. Nossa secretaria
precisa de um espaço para criar materiais, gravar programas educativos, formar professores
e treinar crianças para a obra do Senhor. Nossa meta é dar oferta de R$_____ e sua
contribuição é muito importante!

CAPÍTULO 3:
Música: “Cada talento usar”
Versículo para Memorizar: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o
Senhor e não para as pessoas, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança.
É a Cristo, o Senhor, que vocês estão servindo” (Colossenses 3.23,24).
Tempo histórico: de 1951 a 2017
Objetivo: Compreender que Deus honra o compromisso e o empenho de seus servos, fazendo-
lhes properar em meio às adversiades.
Palavras-chave: Dedicação e conquistas.
Recursos de apoio: uma Bíblia, pôster da história missionária, ícones, um prédio-caixa (para
apresentar o eafio missionário), telhas e tijolos antigos, diploma, capelo e demais objetos que
retratem as profissões que ele exerceu.

Na nossa última aula, o Pastor Boaventura estava pastoreando a igreja em que aceitou a Cristo
e estava indo muito bem. Será que ele vai ficar lá, ou vai aceitar outro desafio maior? Na
verdade, ele não demorou muito lá, ficou por pouco mais de quatro anos e no dia 2 de
dezembro de 1955, foi transferido durante a Confraternização de Pastores e Evangelistas das
Assembleias de Deus no Maranhão e Piauí, em Timon, para liderar o trabalho em Caxias. Foi
também neste evento, que recebeu a ordenação pastoral do saudoso pioneiro Alcebíades
Pereira Vasconcelos, com oração feita pelo seu irmão, Pastor Estevam Ângelo de Souza, que
já exercia o cargo de Vice-Presidente da Assembleia de Deus em São Luís.

Ao chegar em Caxias, vendo a precariedade financeira da igreja e a necessidade de construir


um templo, pediu a Deus em oração para que lhe desse condições de comprar ou fazer tijolos
e telhas de forma acessível. Na verdade, a igreja não tinha nada além do terreno – não tinha
dinheiro, não tinha materiais, nem onde fazer tijolos ou telhas, mas tinha a fé e um pastor
com uma pequena prática para fazer todos os tijolos. Enquanto aguardava a resposta,
continuava trabalhando e orando.

Certo dia o Pastor Boaventura convidou alguns pastores piauienses para cooperarem com
ele, pois, apesar da Assembleia de Deus em Caxias existir havia treze anos, como não tinha
templo, não era conhecida na cidade. Os pastores piauienses atenderam ao convite, mas no

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dia que deviam viajar para seus campos, sem que soubesse o porquê, o Pastor Boaventura
prendeu suas bagagens. Os pastores pediram insistentemente para ele entregar os seus
pertences, mas não os atendeu. Eles, então, pediram que sua esposa interviesse, mas ele não
entregou a bagagem, e, quando a irmã Inácia perguntou o motivo pelo qual estava fazendo
aquilo, ele respondeu que havia sentido que devia prender, e só entregaria quando sentisse
que devia entregar. Como só havia um transporte ao dia, eles passaram todo aquele dia mal-
humorados, reclamando que haviam perdido compromissos com as suas igrejas. Entretanto,
na hora do noticiário, foram surpreendidos com um terrível aviso que dizia: “O ônibus que saiu
de Caxias colidiu com um carro madeireiro, e 39 pessoas morreram”. Os pastores teriam viajado
naquele ônibus e fora o Senhor quem colocou aquele sentimento no coração de Seu servo
Boaventura. Naquele momento a tristeza e a revolta se transformaram em alegria e a gratidão
tomou conta de todos. Eles glorificaram a Deus pelo maravilhoso livramento.

Depois de algum tempo em Caxias, mesmo sem muita prática, o pastor falou com os irmãos
Jacinto Ferreira Bispo e um irmão conhecido como Rôxo para lhe ajudar, e eles
prontificaram-se para fazer o material, mas faltava o local apropriado. Foi então que o Pastor
Boaventura falou com o irmão Sebastião Paulino dos Santos (conhecido como Sebastião
Colaço), dirigente da Congregação do povoado Itapecuruzinho, e ele cedeu suas terras para
fazer as telhas e o irmão Jacinto as terras para fazer os tijolos, já que a composição das terras
eram diferentes, servindo cada uma para um tipo de material. Com a ajuda das duas famílias
e de muitos crentes da região, foram fabricadas 4.500 telhas, e 5.500 tijolos, que depois de
secados ao sol e assados, salvo algumas caçambadas que foram levadas pelo irmão Osvaldino
Teixeira Lima, todo os tijolos e telhas foram levados em carros de boi e nos lombos dos
animais, guiados por crentes que iam e vinham da cidade ao povoado a pé. Com a construção
milagrosa do templo, os crentes da Assembleia de Deus em Caxias deixaram de ser
andarilhos, como eram chamados, pois, por se me mudarem constantemente, eram
zombados pelos descrentes.

Em Caxias, como nos demais campos por onde passou, o Pastor Boaventura usou todos os
talentos que Deus lhe deu. Quando precisava ele era fotógrafo, carpinteiro, marceneiro,
eletricista, encanador hidráulico, serralheiro, ferreiro, flandeiro (funileiro), contador,
soldador, desenhista, lavrador, oleiro, reparador de máquinas e acima de tudo pregador do
evangelho, não importava o serviço, se era honesto e ajudava a obra e a sua família, estava
disposto. Nas histórias dos irmãos Jacinto e Sebastião, que por quase cinco anos o
acompanharam, ele era também um homem cheio de sabedoria e simplicidade, afável,
ensinador e que sabia tratar suas ovelhas com cuidado – um pastor diferente, com cheiro de
ovelha, pois se misturava com elas. Hoje a cidade de Caxias tem muitos templos e conta com
sete campos desmembrados (Caxias, Boa Hora, Brejinho, Buriti Corrente, Caxirimbú, Nazaré
do Bruno e povoado Quilombo), dado ao grande crescimento da obra – glória a Deus pelos
pequenos começos e pelos grandes homens que anonimamente ajudaram a construir essa
linda história.

De Caxias para São José de Ribamar – novos ares e desafios

Durante a Assembleia Geral Ordinária de 1960, em Vitorino Freire, o Pastor Boaventura foi
transferido para São José de Ribamar, ainda como congregação de São Luís, pois seu irmão,
o Pastor Estevam Ângelo de Souza, precisava de um auxiliar. Numa das missões dadas a ele,
ao visitar o povoado de Jussatuba, em Icatu, foi recebido por cerca de 800 pessoas da região,
enraivecidas com sua presença, ovos pobres, insultos e um facão faziam parte da recepção a
ele, porém jamais parou sua jornada. Numa visita seguinte um dos manifestantes tentou
impedir a obra com um revólver em punho, mas o pastor tomou o revólver e o trabalho

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prosseguiu. Hoje o povoado de Jussatuba é um campo da CEADEMA, onde uma igreja vida
e ativa glorifica a Deus e anuncia a Cristo.

Sua jornada na Ilha de São Luís foi curta e em 19 de agosto de 1961, em Codó, foi transferido
para a cidade de Timon, visto que a igreja passava por uma crise administrativa, tendo apenas
7 crentes na cidade. Logo começou a trazer os que estavam afastados, e unidos com os
irmãos, o Pastor Boaventura fez a ampliação do templo e construiu uma casa pastoral de
tijolo cru. Com a ampliação do templo, e com o apoio da igreja, em 1963 hospedou pela
primeira vez uma Convenção, sendo transferido para a cidade de Bacabal no dia 9 de agosto,
último dia da convenção e empossado no dia 30 de agosto de 1963 do mesmo ano.

Ao tomar posse em Bacabal, o pastor Boaventura Pereira Sousa lembrou da visão que que
Deus lhe deu, em 9 de novembro de 1946, quando lhe mostrou que construiria o grande
templo Central da Assembleia de Deus em Bacabal. Isto aconteceu 40 anos antes do
lançamento da pedra fundamental do templo. Em Bacabal fez o desmembramento das
seguintes congregações: Bom Lugar, Cordeiro, Lago Verde, São Luiz Gonzaga e Bela Vista,
hoje sedes de campos da CEADEMA.

Para atender à área social, criou o Colégio Gunnar Vingren, pois ao visitar o campo viu que
os filhos dos crentes não tinham o direito de estudar em escolas públicas e os seus pais não
podiam pagar escolas particulares. Além de criar, juntamente com irmã Maria Soares, o
Colégio Gunnar Vingren, também regularizaram a escola Benemérita Evangélica, que foi
criada pelos pastores José Pio da Paz e Manuel Alves Ribeiro, alargando o alcance social da
igreja e ganhando a confiança dos bacabalenses. Durante sua gestão, aumentou o templo da
rua Getúlio Vargas duas vezes e construiu o atual templo central, situado na Rua da
Assembleia de Deus.

Mas nem só de alegrias foi a sua estadia em Bacabal. No dia 24 de dezembro de 1994 a irmã
Inácia, sua companheira de tantas jornadas, partiu para estar com o Senhor, deixando uma
lacuna que jamais será esquecida. Depois de um tempo, foi orientado pelo Pastor Estevam,
que disse: “procura uma serva de Deus e casa, não deves continuar nessa solidão!” Ao que
ele respondeu: “casarei, se Deus mostrar a pessoa que vi em sonho, há três anos”. O Pastor
Estevam Ângelo de Souza então falou: “Se Deus mostrou, essa pessoa aparecerá”.

Em 1995, viajaram a Jerusalém e, ao chegar ao Muro das Lamentações, ele olhou pessoas
meterem pedaços de papéis nas fendas do muro. Perguntou ao cicerone do que se tratava
aquilo e ele lhe disse: “se você tiver qualquer problema, faça um bilhete a Deus, ponha na
fenda do muro, e Deus responderá.” Foi a primeira vez, que ouviu que Deus lesse bilhete,
disse ele, mas, seguindo o que lhe foi dito, pois viu nisso uma direção divina, escreveu um
bilhetinho, pedindo que Deus resolvesse seu problema de casamento. Quando chegou de
Jerusalém e foi à casa do seu sobrinho, Pastor Levi Câmara de Sousa, se deparou com a
pessoa que Deus o havia mostrado dois anos antes da sua esposa falecer e então teve a
resposta que precisa, agora já não precisava continuar só.

Seu casamento com a irmã Severina de Jesus Ribeiro Sousa foi marcado para o dia 14 de
fevereiro de 1996, e seu irmão, o Pastor Estevam Ângelo de Souza realizaria a cerimônia.
Infelizmente, durante o trajeto para Bacabal, o carro em que estavam seu irmão, o Pastor
Francisco Lima e sua filha Semida Sousa Belfort, colidiu com outro veículo e todos faleceram
– um dia triste na história da igreja Maranhense.

Já com o sentimento de dever cumprido, embora com a mente cheia de ideias e projetos,

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depois de 32 anos à frente da Assembleia de Deus de Bacabal, o Pastor Boaventura pediu
sua jubilação no dia 22 de março de 1996, indicando o Pastor Francisco Soares Raposo Filho
para sucedê-lo e no dia 30 de março, em cerimônia realizada pelo Pastor Antônio Meton
Soares, casou-se com a missionária Severina de Jesus Ribeiro Sousa, com quem teve uma
única filha – Maria Keren Ribeiro Sousa.

No dia 19 de abril de 1996 passou oficialmente a direção da igreja em Bacabal ao seu Co-
Pastor Francisco Soares Raposo Filho, que está à frente da igreja desde então, fazendo uma
obra excelente, para a Glória de Deus.

O Pastor Boaventura seguiu a Cristo pelos próximos vinte e um anos, congregando,


ensinando, pregando, visitando, participando de tudo o que sua vitalidade física permitia,
pois sua mente estava sempre à frente de seu próprio tempo. Ele montou seu próprio
memorial em sua residência, um misto de lembranças e sonhos, uma verdadeira fonte de
inspiração para jovens vocacionados e para aqueles que desejam conhecer um pastor-
pioneiro, cuja história de vida provoca marcas para além de sua própria existência. Quem
visita a sua residência e tem a oportunidade de conversar com sua viúva, em especial, fica
com a impressão de que não está fazendo nada. É como se sua história gritasse: ande, faça
alguma coisa com o que você sabe; e se não sabe ainda, aprenda para ter algo a oferecer a
Deus!

O Pastor Boaventura foi chamado ao descanso dos justos, passando a estar com o Senhor, a
quem por 73 anos serviu com toda inteireza de coração, no dia 11 de julho de 2017, aos 90
anos, no Hospital Regional de Bacabal Dra. Laura Vasconcelos. Inesquecível entre os mortais,
alma imortal diante do Eterno, continua sendo o pastor com mais tempo de ministério na
Assembleia de Deus no Maranhão, tendo servido por 70 em sua casa – um profícuo
ministério cujos frutos somente a eternidade revelará – a nós, cabe somente tentar imitá-lo.

Ufa! Essa história é mesmo de tirar o fôlego, não é verdade? Setenta e três anos servindo ao
Senhor, dos quais 70 foram dedicados ao santo ministério - que grande feito! Glória a Deus!
Será que você tem esse vigor? Quantos não ficam pelo caminho ou desanimam por muito
menos, não é mesmo? Mas, e você, aprendeu alguma coisa que gostaria de levar para sua
vida? O que foi? (deixe as crianças falarem). Que profissão ele teve que você ainda não
conhecia? Qual das profissões você gostaria de ter? Eu tenho uma preferida também, é
_________________________________________________________.

Deus quer usar nossa vida, nossos talentos e tudo o que temos para a glória dEle. Não
podemos sequer imaginar que o que temos é somente para nós, porque isso não é verdade.
Deus nos dotou de aptidões e capacidades para que tenhamos o nosso sustento e para que a
Sua obra tenha o que é necessário.

É preciso entendermos que somos do Senhor, que pertencemos a Ele. Quando pensamos
desta maneira, fica fácil fazer a obra do Senhor e também contribuir com Sua casa.

Hoje é o nosso último dia de EBF, você trouxe a sua oferta? Lembre-se, a nossa oferta é para
a construção do prédio da nossa secretaria, a Sedac, que produz materiais importantes para
a evangelização das crianças, como esta EBF.

Nós vamos agora orar por todas as crianças de nosso estado, para que elas sejam alcançadas
pelo evangelho. Vamos também orar por cada um que ofertou para que o Senhor continue

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abençoando as suas vidas e recompensando pela sua fidelidade em contribuir com a obra do
Senhor.

Pesquisa histórica: André Câmara


Texto didático: Suely Lima Chaves
Revisão: Mateus Jucar

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Poliane Pereira. Trajetória e ministério do pastor Boaventura Pereira


Sousa na Assembleia de Deus em Bacabal (1963-1996). Trabalho de Conclusão de
Curso (Graduação em História), São Luís- MA, 2017.

ALMEIDA, Poliane Pereira. Oralidade, memória e escrita: uma análise sobre


Boaventura Pereira Sousa na Assembleia de Deus em Bacabal-MA (1963-1996). IN.
ENCONTRO DE HISTÓRIA ORAL. XV, 2020. Belém. Anais.

CÂMARA, André. CEADEMA, cumprindo o ide na terra das palmeiras. São Luís-
MA. Gráfica e Editora Excelência, 2020.

OLIVEIRA, Poliane Pereira Almeida de. Boaventura Pereira Sousa: memória,


oralidade e escrita na Igreja Assembleia de Deus (1963 – 1996). Dissertação de
mestrado em História Universidade Federal do Maranhão. São Luís, 2023.

SILVA, Rayfran Batista da. História da Assembleia de Deus em São Luís. Edição dos
90 anos. São Luís -MA. Gráfica e Editora Shalom, 2016.

SILVA, Rayfran Batista da. História da Assembleia de Deus no Maranhão. Vol 1. São
Luís -MA: Edigraf, 20001.

SOUSA, Boaventura Pereira. Autobiografia e eventos que a história não divulgou -


Boaventura Pereira Sousa. São Luís-MA: Gráfica e Editora Excelência, 2016.

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