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OLIVEIRA, M.

regulamentação do canabidiol no Brasil: como nasce a expertise leiga (2017)

Introdução
- Anny Fischer, tratando sua lha portadora da síndrome CDKL5 que causa convulsões
refratárias a tratamentos conhecidos (p. 190).

- Pioneira no uso do cvd e tudo começou em um grupo do Facebook (p. 191).

- As dosagens eram debatidas entre mas famílias, sem acompanhamento médico.

- Método: Teoria ator-rede (LATOUR, 2005): mapeamento dos atores e as controvérsias que
zeram parte da regulamentação alcançada em 2015.

- Diálogo, con ito de posições e quebra de certezas marcam uma controvérsia.

- Relação entre humano (família) e não-humano (cvd) para demonstrar como identi ca-se o
surgimento de um leigo diferenciado, dotado de linguagem, de um saber e de um
posicionamento que ajudaram a impulsionar a regulamentação do cvd no Brasil.

- Método: Mol (2002) método “virada praxioológica”: cujo objetivo não era interrogar como
conhecemos o mundo, mas de mostrar os diversos modos de ser que habitam o mundo.
- Mol. Não é o problema da verdade que está em jogo, mas os diversos processos, as diversas
maneiras de ser (p. 192).

O leigo diferenciado
- Professor Carlini já tinha evidenciado a e cácia do cvd para convulsões, em 1980, (Unifesp)
(Cunha et al., 1980).
- As famílias usavam o cbd sem saber de tais evidencias e registravam o numero de convulsões
controlando o a dosagem do canabidiol e outros medicamentos… experiências de exercício
cientí co! (p. 192).
- Elas informavam os médicos, estudavam na Internet, trocavam informações entre si,
acompanhavam seus lhos com registros e métodos.
- Assim passaram a formar opinião sobre a ciência.
- Desmamar de outros medicamentos
- Seguir com o uso mesmo sem o aval médico cientí co porque está dando certo! (p. 192).

Reclassi cai!ao do CDB na ANVISA e rede clandestina de distribuição


- A ciência não conseguia acompanhar os casos que produziam esse conhecimento pela
ilegalidade do cbd. (p. 193).

- Alguns médicos se arriscavam e outros se negavam a qualquer acompanhamento.

- 1998, portaria do ministério da saúde sobre substância de controle especial: Art. 62, determina
que as plantas na lista "E" (que podem originar substâncias entorpecentes) e as substâncias
da lista “F" (substâncias de uso proscrito no Brasil) não poderão ser objeto de prescrição e de
manipulação de medicamentos alopáticos ou homeopáticos.

- A marinha constava nas duas listas (E e F) até 2015 (ANVISA, 2015).

- Com a história da ANNY no documentário Ilegal, a ANVSA começou a considerar a


reclassi cação do cbd. Só o cbd iria para a lista de Substâncias controladas e a maconha
continuaria proibida.

- Duas formas para uma substância asir da lista:

- 1 não viciar.

- 2 ter uso terapêutico (CPCON/ANVISA, 2014).

- A USP aproveitou e publicou carta pedindo a reclassi cação atestando a segurança dizendo
que o cbd era um tipo de antagonista do thd (psicoativo) (ZUARDI et al., 2014)(p. 193).

- Em 2014 haveria eleições presidenciais e o diretor da ANVISA (DIRCEU BARBANO) TERIA


SIDO PRESSIONADO PELO GOVERNO A NAO RECLASSIFICAR (ISTO É) (p. 194).

- Parlamentares da oposição dizia que a ANVISA iria legalizar a maconha.

- Depois das eleições o cbd foi reclassi cado (p. 194).


- Depois da reclasi cação grupo de cultivadores de maconha formou uma "rede de
distribuição" de estrato de cannabis rico em cbd para pobres, no RJ. Fizeram um banco
genético de sementes e desenvolveram um método de extração que envolve menor uso
de insumos sintéticos e processos industriais (gelo seco e cozimento) (MARTINS, 2016).
- Os cultivadores também começaram a pesquisar, mobilizando médicos e fazerem
experiências.(p. 195).
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- Famílias que experimentaram o óleo clandestino aprovaram e relataram e cácia. E
muitos passaram a cultivar em casa.
- A rede de visava para de distribuir. A ideia era dar instrumentos para as famílias realizar o
autocultivo, na tentativa de reduzir possíveis penas e forçar a regulamentação do
autocultivo.

O canabidiol em meio ao proibicionismo


- Dado o proibicionismo, a força pela regulamentação fragmentou a união, cientistas teriam que
car do "lado certo da luta anti drogas” e aqueles que se manifestaram juntaram-se as famílias
que não dialogar com o proibicionismo incialmente. Ao nal, aceitaram o pressuposto do
proibicionismo, demandando a importação apenas do cbd separado da cannabis como um
todo (p. 196).

- Os cultivadores entraram em cena justamente através de suas lutas contra o proibicionismo e


também in uenciaram as famílias, parte delas também aderiram a luta pelo autocultivo que,
mesmo em cepas ricas em cbd ainda assim era maconha e assim zeram frente ao
proibicionismo.

LAY Expertise: o ativismo da maconha e da AIDS


- (p. 196).

- O Conselho federal de Medicina que se opunha a permitir que médicos prescrevessem cbd,
adotou o critério do "uso compassivo” para liberar a prescrição que a ANVISA exigia.

De nição de uso compassivo” pelo CFM:

Uso compassivo: disponibilização de medicamento novo promissor para


uso pessoal de paciente não participante de programa de acesso
expandido ou de pesquisa clínica, ainda sem registro na Anvisa, que
esteja em processo de desenvolvimento clínico, destinado a
pacientes portadores de doenças debilitantes graves e/ou que
ameacem a vida, sem alternativa satisfatória com produto registrado no
país (CFM, 2014). (p. 197).

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