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Podcast
Disciplina: Dimensão humana na Governança Corporativa
Título do tema: A moral e a ética: os aspectos psicossociais e
do caráter nas boas práticas da Governança Corporativa.)
Autoria: Janaína P. R. Firmino
Leitura crítica: Jefferson Willian Bucci

Abertura:

Olá, ouvinte! No podcast de hoje vamos falar sobre os aspectos morais e éticos
envolvidos nos temas da Governança.

Como primeira questão, gostaria de abordar o tema Conflito de interesses.


Esse assunto é comum quando se estuda Governança em todo o tipo de
organização que depende de um sistema compartilhado de gestão.

Portanto, é possível perceber esse comportamento em organizações públicas


privadas e de terceiro setor.

Apenas como uma curiosidade o conflito de interesses não acontece apenas no


mundo empresarial. O conflito de interesses é inerente à natureza humana e
pode ser observado sempre que duas ou mais pessoas apresentem interesses
diferentes a respeito da mesma situação. Levando esse caso para a dimensão
da moral e da ética, a questão a ser observada é a conduta de cada uma das
partes interessadas sobre a defesa dos seus interesses.

Há pessoas que ao defender seus próprios interesses também podem avaliar os


interesses das outras pessoas, ou seja, o bem-estar coletivo. Há outras pessoas
que não fazem isso, portanto, pensam em si e não se preocupam se as outras
partes serão prejudicadas. Na pior das hipóteses há pessoas que pensam em si
e querem intencionalmente prejudicar as outras partes.

Quando o tema é governança, o conflito de interesses tem como prerrogativa a


tendência de um comportamento antiético em relação aos interesses da
organização.

Infelizmente os exemplos que vou trazer agora ilustram bem essa ideia, veja só:

Lavagem de dinheiro, corrupção, suborno, manipulação de pessoas, lobby,


desvio de dinheiro público, fraudes contábeis, Caixa 2, nepotismo (que é a
contratação de familiares em organizações públicas).

Esses acontecimentos estão presentes em empresas com sistemas de


governança nas esferas públicas e privadas e, mesmo com a instituição de um
sistema legal, composto também por códigos de conduta como o código de ética,
e no caso específico da governança corporativa até um manual de boas práticas
de governança, nem sempre conseguem ser evitados.
Quando estudamos individualmente o comportamento do ser humano frente a
esses acontecimentos, geralmente as discussões são conduzidas a partir da
compreensão da aderência ou não deste indivíduo em relação a moral, que é
um sistema socialmente organizado e pronto, apresentado a nós desde criança
e que devemos seguir como uma conduta básica de convivência.

Quando somos crianças, geralmente alguém nos diz o que seria mais adequado
fazer. Então, seguir essa orientação é uma questão de obediência. A partir do
momento em que o ser humano se torna autônomo, no sentido de conseguir
refletir sobre o seu pensamento e sobre as suas decisões, podemos
compreender que ele entendeu quais são os preceitos Morais daquela sociedade
em que ele vive. A partir desse entendimento, a decisão de cumprir ou não uma
regra social torna-se uma questão ética.

Sabendo que corromper, enganar, manipular pessoas, roubar, prejudicar o outro,


para atender os próprios interesses é uma conduta que não corresponde aos
valores morais apreendidos, cabe ao indivíduo aplicar os seus próprios critérios
de julgamento nos momentos de escolha. Dificilmente uma pessoa que pratica
a corrupção o faz sem intencionalidade.

Podemos entender nesse momento que uma das características da conduta


ética é a intenção consciente, ou seja, fazer algo com o propósito de atingir um
determinado objetivo.

As vantagens pessoais que um indivíduo pode obter a partir de comportamentos


antiéticos pode estar relacionado a sua personalidade e a maneira como ele vê
o mundo e se vê no mundo. Existe uma questão importante e relevante a ser
considerada quando o tema é personalidade que são os transtornos de
personalidade. Existem muitos estudos recentes e não tão recentes assim sobre
uma personalidade específica conhecida por psicopatia. Em alguns desses
estudos, os pesquisadores revelam que existe uma frequência de pessoas com
Transtorno de Personalidade Antissocial ocupando cargos que possuem grande
poder de decisão.

Nem sempre é possível reconhecer os traços de personalidade de um indivíduo


apenas por observação ou até pela convivência com ele. Porém, infelizmente,
na maioria das vezes os resultados das suas decisões e ações tem a intenção e
o interesse de prejudicar pessoas e empresas. E como a governança corporativa
poderia lidar com essa situação?

A princípio, da mesma maneira que ela lida com o comportamento de todos.


Aplicando as boas práticas de conduta reconhecidas internacionalmente em
conjunto com a aplicação dos dispositivos legais sempre que necessário.

Torna-se também um objetivo da governança, sempre que possível, contratar ou


escolher profissionais que sejam competentes e que também apresentam
características de confiança como um bom caráter e habilidades
socioemocionais. Não é uma tarefa fácil mas é uma tarefa necessária quando a
governança tem o propósito de cuidar do bem-estar coletivo.
Fechamento:

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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