Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Diamantina
2021
Fabiula Fernandes de Souza
Diamantina
2021
26/07/2021 SEI/UFVJM - 0414519 - Documento
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
Documento assinado eletronicamente por Douglas Frederico Guimarães San ago, Servidor, em
21/07/2021, às 10:51, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.
Documento assinado eletronicamente por Paulo Sérgio Mar ns, Usuário Externo, em 26/07/2021,
às 14:06, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539,
de 8 de outubro de 2015.
https://sei.ufvjm.edu.br/sei/controlador.php?acao=documento_imprimir_web&acao_origem=arvore_visualizar&id_documento=448094&infra_siste… 1/2
Dedico este trabalho ao amor da minha vida, meu pai Sílvio Demétrio de Souza. Te amarei
para sempre!
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por me conceder saúde e sabedoria para seguir
sempre em frente. Obrigada por ser a minha força e o meu guia em todos os momentos. A ti,
Senhor, toda honra e toda a glória. Ao meu anjo da guarda, por estar sempre ao meu lado.
Aos meus pais, Silvio e Marilac, que nunca mediram esforços para me ensinar o
caminho do bem, e sempre me apoiaram em todas as etapas da minha vida. Sem vocês, eu não
chegaria até aqui. Muito obrigada por tudo! O amor que sinto por vocês é incondicional.
Ao meu maravilhoso marido Otávio, obrigada pelo apoio incondicional, você é mi-
nha inspiração, meu amor, meu porto seguro. Te amo!
À minha família, sinônimo de amor e união. Minha vó Carmelita, meus tios e tias,
primos, minha sogra Maria de Lourdes, meus cunhados, irmãos e sobrinhos. Obrigada por
acreditarem no meu sonho e sempre me motivarem a seguir em frente. É muito bom saber que
posso contar com vocês em todos os momentos. Amo vocês!
Ao meu orientador, Professor Paulo César de Resende Andrade, pela oportunidade
de realizar este trabalho. Obrigada pela confiança e por me atender com tanta paciência. Agra-
deço por todos os ensinamentos compartilhados de forma admirável, e por me guiar nos primei-
ros passos da graduação e pós-graduação. Muito obrigada por tudo!
Agradeço também aos professores Alexandre e Douglas, pelos ensinamentos.
Aos meus amigos de mestrado, em especial Danyelle Fernandes, obrigada pelo com-
panheirismo.
A todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho, o meu
muito obrigada!
Tenha coragem de seguir seu coração e sua intuição. De algum modo, eles já sabem em que
você realmente quer se tornar (SMITH, 2013, p. 23).
RESUMO
Os métodos de ensino precisam se adequar às transformações tecnológicas, uma vez que os
alunos se mostram cada vez mais inseridos neste meio. O uso das Tecnologias Digitais de Infor-
mação e Comunicação no Ensino de Física é citado pela BNCC na competência 3 e destaca o uso
de softwares e aplicativos no processo de ensino desta disciplina. Uma alternativa para inclusão
das aulas experimentais no Ensino de Física é o uso dos laboratórios Virtuais de Aprendizagem
que são recursos digitais que permitem simular experimentos com o apoio dos Softwares Educa-
cionais. Este estudo tem por objetivo a produção de um material didático e instrucional contendo
roteiros com atividades experimentais para auxiliar as aulas de Física do 1º ano do Ensino Mé-
dio por meio de simulações disponíveis nos softwares educacionais LabVirt e Phet. O Phet e
LabVirt possuem uma interface lúdica e interativa com tutoriais e simulações com potencial de
serem importantes aliados ao reforço dos conteúdos estudados em sala de aula e também para
introdução e construção de novos conteúdos. A apostila é composta por 13 roteiros de aulas,
divididos entre 9 conteúdos trabalhados no primeiro ano do Ensino Médio: Grandeza Vetorial,
Deslocamento e Tempo, Velocidade e Tempo, Aceleração, Queda Livre, Força Peso, Força de
Atrito, Forças de Ação e Reação e Energia Mecânica. Os roteiros são divididos em 2 grupos,
6 roteiros com exemplos e atividades trabalhadas no software Phet e os outros 7 roteiros no
software LabVirt. As escolas públicas brasileiras apresentam um grande deficit de laboratórios
de Física presenciais, portanto a apostila se apresenta como uma alternativa a esses laboratórios,
sendo vista, então, como uma ferramenta a mais para ser usada em sala de aula ou de forma
remota. O aluno pode acessar os softwares de inúmeras localizações e formas diferentes, resol-
vendo atividades, aprendendo de uma forma lúdica e didática. Ao utilizar o material proposto
espera-se que os alunos e professores conheçam e se familiarizem com mais de um software,
ampliando as possibilidades de aplicações dos conteúdos estudados.
SE Softwares Educacionais
DF Distrito Federal
LP Laboratório Presencial
KA Khan Academy
2D Duas Dimensões
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2 REVISÃO DE LITERATURA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.1 Características da Educação Regular no Brasil . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2 Políticas Públicas Educacionais voltadas para Tecnologia . . . . . . . . 32
2.3 Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação . . . . . . . . . 34
2.4 Ensino de Física . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
2.5 Laboratórios Virtuais de Aprendizagem (LVA) e Softwares Educativos . 39
2.5.1 Tracker . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
2.5.2 PhET . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
2.5.3 Khan Academy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.5.4 LabVirt . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
2.5.5 Modellus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
2.5.6 Physics 101 SE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.5.7 Interactive PhysicsTM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
2.5.8 Algodoo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
3 METODOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.1 A escolha do conteúdo abordado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
3.2 Organização da sequência didática . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
3.3 A escolha do Software . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento tecnológico se intensificou a partir da segunda metade do século
XX, trazendo transformações sociais, econômicas, políticas e culturais em todo cenário mundial.
Com a popularização do computador e consequentemente da internet, as informações se torna-
ram fontes mais acessíveis e rápidas para busca e compartilhamentos de conhecimento (COLL,
2008).
Os métodos de ensino precisam se adequar às transformações tecnológicas, uma vez
que os alunos se mostram cada vez mais inseridos neste meio. A Pesquisa Nacional por Amos-
tras de Domicílios Continua-PNAD (IBGE, 2018) aponta que 79,1% dos domicílios brasileiros
utilizam a internet por meio de celulares, computadores, tablets, televisão, entre outros. E, em
se tratando de jovens com faixa etária entre 14 e 17 anos, 87,7% utilizam a internet de forma
contínua. Estas idades correspondem normalmente aos alunos que frequentam o Ensino Médio
do Brasil.
A tecnologia tem se tornado uma ferramenta cada vez mais importante para os meios
de Ensino-aprendizagem, um exemplo disso é o crescimento da Educação a distância (EAD).
Segundo a Base Nacional Comum Curricular-BNCC (BNCC, 2020), os jovens estão inseridos na
cultura digital e, além disso esta prevê que Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação
(TDIC) sejam introduzidas nas atividades relacionadas a todas as áreas do conhecimento.
O uso das TDIC no Ensino de Física é citado pela BNCC na competência 3 e destaca
o uso de softwares e aplicativos, prevendo que o aluno seja estimulado a identificar, analisar,
modelar e solucionar problemas dos mais variados assuntos através do uso da tecnologia, além
do desenvolvimento do pensamento computacional e estimulação da criatividade e senso crítico.
Os conteúdos de Física são trabalhados no decorrer dos três anos do Ensino Médio
e estão distribuídos basicamente entre Física Mecânica (1º ano), Física Térmica (2ºano) e Física
Eletromagnética (3º ano). As aulas experimentais são muito importantes no Ensino da Física,
pois proporcionam aos alunos uma participação ativa na aprendizagem dos conteúdos e permi-
tem que o aluno assimile de maneira mais diversificada os conteúdos teóricos trabalhados nas
aulas (PARREIRA; DICKMAN, 2020).
O Projeto de lei 6.964-B de 2006 (BRASIL, 2006) acrescenta o art. 27-A a Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (BRASIL, 1996) que estabelece diretrizes e bases da
Educação Nacional, e dispõem sobre a obrigatoriedade da existência de Laboratórios de Ciências
e de Informática nas escola públicas de Ensino Fundamental e Médio. Todavia, a maioria das
escolas brasileiras não tem Laboratórios de Ciências, o que limita os professores na utilização
desse método de ensino, tornando as aulas de Física basicamente teóricas. Segundo o Censo
da Educação Básica (INEP, 2019), apenas 40,9% das escolas estaduais brasileiras oferecem o
recurso de Laboratório de Ciências, entretanto, 78,7% dispõem de computador de mesa para os
alunos, 90% usam internet em suas dependências e 65,8% disponibilizam internet para o fim de
Ensino-aprendizagem.
26
Uma alternativa para inclusão das aulas experimentais no Ensino de Física é o uso
dos Laboratórios Virtuais de Aprendizagem (LVA). Eles são recursos digitais que permitem
simular experimentos com o apoio dos Softwares Educacionais (SE). Exemplos disso, são os
softwares educacionais gratuitos Phet e LabVirt, que têm caráter didático e podem ser acessados
por qualquer pessoa em qualquer lugar, não limitando seu uso somente ao ambiente escolar. Em
casa por exemplo, os alunos podem realizar tarefas e fixar conteúdos vistos em sala de aula,
além de compartilhar as atividades com professores e colegas (SANTOS; FREITAS; LOPES,
2020).
No primeiro ano do Ensino Médio, o aluno começa a se familiarizar com novas
disciplinas em sua grade curricular, a Física é um exemplo. A introdução do uso de softwares
educativos nesta primeira etapa do Ensino Médio é interessante para que alunos e professores
os utilizem como apoio ao método de ensino atual, voltado para quadros e livros didáticos. Eles
disponibilizam simulações dos conteúdos de Física, por meio de uma interface interativa e po-
dem proporcionar a alunos e professores a realização de experimentos e criação de atividades
de forma simples e realista (SANTOS; FREITAS; LOPES, 2020).
O estudo publicado por Oliveira e Toledo (2019) demonstra que o emprego do Phet
(portal online, gratuito que apresenta simulações em várias áreas das Ciências) nas aulas de
Física do 3º ano do Ensino Médio, possibilitou ao aluno uma visualização mais clara e realista
dos conceitos de eletricidade, facilitando a associação da teoria com a prática.
Ideia semelhante é apresentada por Campos et al. (2017) que em seu estudo disponi-
bilizou um site com simulações computacionais para o ensino de Física Térmica, conteúdo do 2º
ano do Ensino Médio. Concluíram que os alunos se mostraram mais motivados e interessados
com as simulações desenvolvidas no Phet e que o processo de aprendizagem dos conceitos da
Física se tornou mais fácil e didático.
Silveira e Vasconcelos (2017) também trazem seus pareceres em seu trabalho que
buscou investigar a importância do LabVirt no processo de Ensino-aprendizagem de Química
(radioatividade). Os autores concluíram que o uso da ferramenta facilitou o processo de Ensino-
aprendizagem, visto que os alunos afirmam que o processo de entendimento foi facilitado com
o uso do software.
Oliveira (2018) constatou em sua pesquisa sobre o uso do LabVirt e Phet nas aulas
de Física relacionadas aos conteúdos de Termologia, que os softwares contribuíram para o desen-
volvimento do Ensino-aprendizagem dos conceitos e possibilitaram uma melhor compreensão
entre o conteúdo teórico e prático, tornando-os mais próximos da realidade.
Silva e Filho (2020) fazem considerações importantes sobre as aplicações dos
Softwares Educacionais em tempos de pandemia, e constataram que o ensino a distância, ado-
tado pelas escolas por consequência do isolamento social, necessita de diferentes metodologias
para suprir a falta de ensino presencial e manter o nível de aprendizado de forma satisfatória.
Uma alternativa indicada é o uso dos softwares educacionais de simulação para apoiar o en-
27
2 REVISÃO DE LITERATURA
Os próximos tópicos apresentam um breve levantamento sobre as Características da
Educação Regular no Brasil, Programas de Políticas Públicas Educacionais e projetos voltados
para a inclusão digital das escolas, o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação na Edu-
cação e no Ensino de Física, Laboratórios Virtuais de Aprendizagem e Softwares Educativos.
2.1 Características da Educação Regular no Brasil
A educação é um direito essencial ao ser humano. A Lei de Diretrizes e Bases
para Educação Nacional (LDB) - Lei 9394/96 (BRASIL, 1996) afirma que o acesso à educação
básica é direito de todo ser humano e ela deve ser vista como um fator de transformação social,
intelectual e moral. Nesse sentido é imprescindível um sistema educacional de qualidade para
toda a população.
Todavia, quando se trata de populações de baixa renda, países pobres e principal-
mente com desigualdades sociais alarmantes, como é o caso do Brasil, o cenário fica pouco
favorável à implantação efetiva de tal direito a população. A importante questão que se coloca,
portanto, não é somente assegurar na Lei o direito a educação, mas garantí-lo de fato na prática
social, por meio do acesso, permanência e aprendizagem na escola, problema ainda enfrentado
pela Educação Brasileira (COLARES; PACÍFICO; ESTRELA, 2009).
De acordo com o Art. 21, incisos I e II, da LDB (BRASIL, 1996), a Educação Re-
gular no Brasil compõe-se de Educação Básica, formada pela Educação Infantil, Ensino Funda-
mental e Ensino Médio e a Educação Superior, responsável pela graduação e as pós-graduações
(aperfeiçoamento, especialização, mestrado e doutorado), conforme representado na Figura 1.
PÓS
GRADUAÇÃO
EDUCAÇÃO
SUPERIOR
GRADUAÇÃO
EDUCAÇÃO REGULAR
BRASILEIRA
ENSINO MÉDIO
EDUCAÇÃO ENSINO
BÁSICA FUNDAMENTAL
EDUCAÇÃO
INFANTIL
na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização (Tabela 1), sempre
que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar (BRASIL, 1996). A Secre-
taria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) zela pela Educação Infantil, pelo
Ensino Fundamental e pelo Ensino Médio.
A primeira etapa da Educação Básica é a Educação Infantil, que tem por finalidade
o desenvolvimento da criança até os seis anos de idade inserindo aspectos sociais, físicos, psi-
cológicos e intelectuais, em complemento aos cuidados familiares (LANA, 2015). A Educação
Infantil é oferecida em creches, para crianças de zero a três anos de idade, e pré-escolas para
crianças de quatro a cinco anos. A segunda etapa da Educação Básica é o Ensino Fundamental,
responsável pela formação básica do cidadão, é obrigatório e gratuito na escola pública a partir
dos seis anos de idade de acordo com o art. 32 da LDB.
O Ensino Médio, etapa final da Educação Básica, objetiva a formação e aprofunda-
mento dos conteúdos adquiridos no Ensino Fundamental. Tem a duração mínima de três anos,
com ingresso a partir dos quinze anos de idade conforme art. 35 da LDB. A Constituição Fe-
deral de 1988 determina a progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade da sua oferta,
embora atualmente a matrícula neste nível de ensino não seja obrigatória.
O acesso à Educação Superior ocorre geralmente a partir dos 18 anos. O tempo de
permanência neste tipo de ensino depende de cada curso, que se decompõe em graduação e pós-
graduação e tem por finalidades o desenvolvimento científico, tecnológico, incentivo a pesquisa,
investigação e melhor atendimento do ser humano e ambiente que habita (LANA, 2015).
A Constituição Federal de 1988, art. 205, diz que a educação é direito de todos e
dever do Estado e da família. Deve ser promovida e incentivada com a colaboração da socie-
dade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho. A organização do sistema educacional brasileiro seus níveis,
etapas e modalidades se dividem entre as habilidades e responsabilidades da União, estados e
municípios, conforme Quadro 1.
Segundo o Censo Escolar da Educação Básica realizado pelo Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira-INEP realizado em 2019, o Brasil conta com
180.610 mil escolas de Educação Básica, sendo que 77,1% dessas escolas são públicas, ou seja,
a maioria dos estudantes brasileiros está nas escolas públicas e a participação das escolas da rede
privada passou de 21,1% em 2015 para 22,9% em 2019. A maior rede de Educação Básica do
país está sob a responsabilidade dos municípios, concentrando 108,366 mil escolas (INEP, 2019).
31
Quadro 1 – Instituições públicas e privadas estão a cargo da União, dos Estados e Municípios.
UNIÃO (FEDERAL) ESTADOS MUNICÍPIOS
Responsável por instituições Responsáveis por instituições
de Educação Superior criadas estaduais de nível fundamental Responsáveis por instituições
e mantidas pelos órgãos federais e médio dos órgãos públicos de Ensino Infantil e Fundamental.
de educação e iniciativa privada. e privados.
22,90%
0,40%
60%
16,70%
pela rede privada, com 29,1% e 2,7% distribuídas entre rede municipais e federais. No Ensino
Médio, a infraestrutura das escolas estaduais e escolas privadas apresentam diferenças signifi-
cantes, por exemplo, em relação a disponibilidade de laboratórios de Ciências e o conjunto de
materiais científicos, eles são encontrados na rede estadual para, respectivamente, 40,9%, 34,7%
das escolas e na rede privada em 62,4% e 51,9% das escolas (INEP, 2019).
Já em relação a disponibilidade de recursos tecnológicos as escolas estaduais e pri-
vadas apresentam percentuais próximos, por exemplo, computadores de mesa para os alunos e
internet são encontrados na rede estadual para, respectivamente, 78,7% e 90,2% das escolas e
na rede privada para 75,8% e 93,6% das escolas (INEP, 2019). Estes dados nos mostram que as
escolas apresentam um número maior de recursos tecnológicos do que laboratórios de Ciências,
então tais recursos tecnológicos poderiam ser utilizados como uma nova forma de estudo de
Ciências, no Ensino Médio, por exemplo.
Segundo o INEP, cerca de 7,5% milhões de estudantes estão matriculados na rede
pública estadual de ensino, em sua maioria totalmente inserida no mundo virtual (INEP, 2019)
e os laboratórios de informática são um recurso disponível em 82,7% das escolas de Ensino
Médio.
De acordo com Oliveira (2015) o uso correto desses laboratórios possibilitaria e
aprimoraria o uso da tecnologia pelos alunos, o acesso a informações e a realização de múlti-
plas tarefas em todas as dimensões da vida humana, além de qualificar os professores por meio
da criação de redes e comunidades virtuais. O autor ainda ressalta que a introdução das tecno-
logias digitais de informação e comunicação no Ensino de Física, sendo bem utilizadas pelos
professores e alunos, poderá operar como um recurso que impulsiona e dinamiza o processo de
aprendizagem, fora e dentro da escolas.
2.2 Políticas Públicas Educacionais voltadas para Tecnologia
Diversas políticas públicas educacionais, organizadas em programas ou projetos,
foram implementadas na linha de ação do Estado, em âmbito local e nacional, com fins de adoção
de tecnologias digitais de informação e comunicação na educação. Alguns desses projetos serão
abordados nesta seção.
As políticas sociais se iniciam em meados do século XIX, originadas das revol-
tas e conflitos das primeiras revoluções industriais. É de responsabilidade do Estado, o zelo
pelo social, visando à diminuição das desigualdades provenientes do desenvolvimento sócio-
econômico (HÖFLING, 2001). Para Bendrath e Gomes (2010), as políticas públicas voltadas
para a as áreas educacionais, buscam um Ensino Público gratuito de qualidade, democrático,
sólido e que integre toda comunidade escolar em seus projetos.
Criado pelo Ministério da Educação no ano de 1997, o Programa Nacional de Tec-
nologia Educacional (ProInfo), tem o objetivo geral de promover o uso da tecnologia como
ferramenta de enriquecimento pedagógico no Ensino Público fundamental e médio e se destina
a estudantes e professores da rede pública de ensino. O Decreto n° 6.300, de dezembro de 2007,
foi reestruturado para promover o uso pedagógico das tecnologias de informação e comunicação
33
nas redes públicas de Educação Básica. O Quadro 2 apresenta de forma resumida os objetivos
específicos do ProInfo (BRASIL, 2007).
utiliza tecnologias como computador ou qualquer outro equipamento que usa internet como
recurso principal.
Neste estudo, optou-se por utilizar o termo TDIC, porque serão aplicadas tecnologias
que necessitam do uso de computadores e celulares, como ferramentas principais. Para Zanella
e Lima (2017) é necessário que as escolas se adaptem as tecnologias e se apropriem de sua
utilização, pois os alunos estão cada vez mais inseridos ao mundo tecnológico. Os autores
acrescentam ainda que o uso das TDIC em sala de aula pode ser um meio de aprendizagem
participativa, expressiva e ligada ao processo de relacionamento entre vários conteúdos para
aprofundar o processo de ensino.
Alves et al. (2009) defendem que o movimento tecnológico aplicado à educação, po-
dem ser identificadas, basicamente, duas grandes tendências à educação: a tendência sistêmica
e a tendência hipermidiática.
que o processo de inclusão dos computadores nos currículos escolares vem sendo estudada desde
o início dos anos 70. Devido ao avanço tecnológico na sociedade, as instituições educacionais
deveriam passar por mudanças e inserir em seus métodos e currículos o uso das tecnologias.
Silva et al. (2016) destacam que o computador é apresentado como um equipamento auxiliar
ao processo metodológico de ensino, além de facilitar a aprendizagem através de várias formas
lúdicas em que os conteúdos podem ser apresentados aos alunos.
A internet disponibiliza uma grande quantidade de recursos que podem ser utiliza-
dos para o processo de Ensino e Aprendizagem, como os softwares educativos que apresentam
um leque de possibilidades de novos conhecimentos e descobertas (PAULA et al., 2014). Para
Almeida e Ross (2014), os softwares educativos possibilitam ao aluno uma forma dinâmica e
interativa de ensino, entrelaçando diversão, capacidade de criação e raciocínio, favorecendo o
entendimento dos assuntos estudados através dos livros e em sala de aula. Entretanto, Valente
et al. (1999) diz que os softwares educativos devem ser escolhidos de forma criteriosa, ser ade-
quado ao projeto pedagógico da escola e apropriado aos alunos destinados.
Segundo Bertoldi (1999), os softwares educacionais são classificados em softwares
de Exercício e Prática, softwares Tutoriais, softwares de Simulações e Modelagem e softwares
de Jogos. Os softwares de Exercício e Prática são fáceis de serem utilizados, estimula os alunos
trabalhando conteúdos já conhecidos, mas não dominados inteiramente. Os alunos podem repe-
tir os exercícios que são escolhidos de forma aleatória várias vezes até atingirem os objetivos
propostos pelo programa, que identifica rapidamente as respostas erradas.
Os Tutoriais podem apresentar conteúdos novos, revisar conceitos já estudados e ve-
rificar se a compreensão do conteúdo foi efetiva contando com recursos sonoros e gráficos, para
atrair a atenção e interesse do aluno. Os softwares de Simulações e Modelagem são um modelo
simbólico ou representativo de ambientes reais utilizando o meio digital, possibilitando a reali-
zação de simulações com resultados semelhantes ao mundo real (DIM; ROCHA, 2011). Jogos
em um cenário educativo devem oferecer entretenimento com objetivo de transmitir algum tipo
de aprendizagem, em regra apresentam um cenário de desafios ou competições (BERTOLDI,
1999).
O uso de TDIC em sala de aula apresenta grandes desafios, principalmente em esco-
las de ensino público, que apresentam dificuldades em vários setores. Gesser (2012) apresenta
algumas limitações e consequências do uso das TDIC (Quadro 4).
Os recursos de softwares usados para estimular a aprendizagem, com o suporte da
internet são conhecidos como objetos educacionais digitais (OEDs), podem ser usados dentro ou
fora da sala de aula, como jogos, animações, videoaulas e simuladores (CHINAGLIA, 2015). De
acordo com o edital de convocação para o processo de inscrição e avaliação de coleções didáticas
para o programa nacional do livro didático, esses objetos devem ser apresentados nas categorias
“audiovisual, jogo eletrônico educativo, simulador e infográfico animado, ou congregar todas
ou algumas dessas categorias, devendo cada objeto ser identificável, armazenável em mídia e
passível de disponibilização em ambiente virtual” (PNDL, 2014, p. 77).
37
Como existem inúmeros softwares disponíveis, a escolha das OEDs para ambien-
tes educacionais deve ser feita de forma criteriosa, devem ser ferramentas de uso apropriado
ao processo de Ensino e Aprendizagem e devem estar alinhados ao o conteúdo indicado pelo
professor.
2.4 Ensino de Física
A palavra Física tem origem do Grego physis que significa natureza. É a ciência
que estuda fenômenos naturais capazes de serem analisados pela observação e experimentação,
como os fenômenos relacionados com a Mecânica, Termologia, Acústica, Ondulatória, Óptica,
Eletricidade, Física Moderna, entre outras. A Física Mecânica, por exemplo, é uma das áreas da
Física que está bem próxima do nosso cotidiano, facilitando a visualização de muitos fenômenos
sobre os movimentos dos corpos, desde os movimentos de veículos e pessoas até o movimento
de grandes corpos como aviões, navios e os planetas.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) apresentam
diretrizes para o Ensino de Física no Ensino Médio, que devem ser trabalhadas para a formação
de um cidadão atualizado, participativo, atuante e que compreenda de questões do meio em que
vive. A Física deve apresentar-se, portanto, como um conjunto de “competências especificas
que permitam perceber e lidar com os fenômenos naturais e tecnológicos, presentes tanto no
cotidiano mais imediato quanto na compreensão do universo distante, a partir de princípios, leis
e modelos por ela construídos” (MEC, 2019, p. 59).
Porém, percebem-se grandes dificuldades no processo de Ensino e Aprendizagem
da Física no Ensino Médio, a disciplina é tradicionalmente tomada pelos alunos como uma dis-
ciplina complexa, por necessitar de muitos cálculos matemáticos em seus conteúdos, muitas
fórmulas e por não encontrarem aplicação do conteúdo nas atividades de seu dia-a-dia (SAN-
TOS; SOUZA et al., 2016).
As aulas de Física utilizando quadro, pincel e giz, para o ensino da teoria e resolução
de exercícios, vêm sendo utilizados por muito tempo pelos professores que acabam aprisionados
ao o mesmo método que aprenderam na sua formação profissional. Segundo Castro (2019), os
38
métodos tradicionais usados nas aulas, acabam dificultando a aprendizagem do aluno e limitando
o interesse em certos conteúdos estudados.
O ensino de Ciências Exatas é prejudicado pela falta de aulas experimentais, além
da pouca carga horária de aulas e a falta de profissionais com formação especifica (DIOGO;
GOBARA, 2007). Costa e Barros (2015) e Araújo e Abib (2003) evidenciam que isso se mostra
como uma grande limitação ao Ensino e Aprendizagem da Física. Aulas experimentais geram
interesse e curiosidade e são práticas de conteúdos teóricos vistos em sala. Buscam ilustrar os
conceitos físicos, para melhor visão e compreensão dos alunos em relação a fenômenos que
acontecem cotidianamente.
As aulas experimentais na disciplina de Física são essenciais para que os alunos
tenham aprendizado efetivo e satisfatório. Proporcionam ao aluno associar os conteúdos vistos
na teoria, a experimentos práticos, através de materiais e equipamentos que permitem facilitar
a aprendizagem e compreensão de conceitos (SILVA, 2016).
Porém, grande parte das escolas de Ensino Médio não têm Laboratórios Presenciais
para aulas práticas em ciências, e as que os tem, ainda encontram limitações para o uso. Pro-
blemas como a falta de recursos disponíveis para a aquisição de materiais, limitação de carga
horaria destinada á formação das aulas práticas, dificuldade dos professores para a execução de
tais aulas, pela falta de segurança, entre outros, dificultam ainda mais a introdução das aulas
práticas (LEAL et al., 2018).
Segundo Martines et al. (2018), as tecnologias estão cada vez mais inseridas na
sociedade e consequentemente nas escolas, e se tornam um instrumento importante no processo
de ensino e aprendizagem e alternativa de recurso pedagógico em salas de aula. Os autores
destacam ainda que o uso do computador nas escolas vem aumentando e rompendo barreiras de
ensino. As TDIC usam a tecnologia a favor do enriquecimento do processo educacional, aliados
aos métodos usados normalmente, como quadro e livros.
Uma alternativa para escolas que não podem promover as atividades didáticas prá-
ticas do Ensino de Ciências (voltados ao Ensino da Física, Química, Biologia e a Matemática)
presencialmente, seria o uso das TDIC, por exemplo, os Laboratórios Virtuais de Aprendiza-
gem (LVA), que possibilitam a realização de atividades experimentais, através da simulação de
equipamentos, materiais e variáveis. Zanella e Lima (2017) afirmam que a tecnologia deve ser
usada pelas escolas, já que seus alunos estão totalmente inseridos ao mundo tecnológico.
Os conteúdos de Ciências Exatas, como por exemplo, a Física, se tornam temíveis
para boa parte dos alunos. É de grande importância a busca de ferramentas que facilitam o
processo de aprendizagem dessas disciplinas, as TDIC podem instigar a curiosidade e melhorar
a relação de aluno e professor (FORBELONI, 2014).
O Ensino da Física aliado ao uso das tecnologias se torna uma nova alternativa ao
método de ensino do conteúdo. Neste sentido, o acompanhamento do professor é essencial, para
auxiliar e dar suporte técnico no uso das ferramentas. O uso da informática no processo Ensino
39
sejam visualizadas diversas variáveis como velocidade, aceleração, geração de gráficos, utilizar
sistemas de coordenadas e sistema métrico, exportar dados para outros programas, como o Excel
(MESQUITA et al., 2017).
2.5.4 LabVirt
Silveira e Vasconcelos (2017) explicam que o LabVirt é um software educativo gra-
tuito, desenvolvido pela Universidade de São Paulo - USP e utilizado na pesquisa e reforço ao
conteúdo estudado em sala de aula. As simulações disponíveis são relacionadas às disciplinas de
Física e Química, contento problemas sobre o conteúdo desejado. A cada término de simulação
são apresentadas aos alunos questões que buscam avaliar o seu grau de entendimento, espera-se
que o aluno responda corretamente as questões, entretanto, se houver erros, o simulador indica
o que está errado dando uma nova chance ao aluno.
O Software está disponível nas versões Modellus 2.5 (Windows XP), Modellus 3
(Windows Vista) e Modellus 4.01(Java) para utilização em qualquer sistema operacional. Para
utilização do Modellus não é necessário que o usuário possua conhecimentos de programação,
o que o torna acessível para alunos e professores.
44
O Physics aborda desde assuntos mais básicos Física até os mais complexos, suas
seções estão dividas em conteúdos da mecânica, dinâmica, térmica, moderna, gravitação, óptica,
ondulatória, termodinâmica, entre outras.
2.5.7 Interactive PhysicsTM
O Interactive PhysicsTM é um software educacional desenvolvido pela Design Si-
mulation Technologies, tem foco no Ensino e Aprendizagem da Física, Ciências, Tecnologia,
Engenharia, Artes e Matemática, através de simulações e modelagens dos mais variados fenô-
menos físicos. A ferramenta (Figura 9) permite que os usuários modifiquem em tempo real pro-
priedades físicas da área da simulação e identifiquem as mudanças ocorridas instantaneamente,
além da possibilidade de criar recursos dentro do software como cordas, blocos, molas, motores,
45
polias, medir e variar grandezas como aceleração, peso, massa, momento, simular movimentos,
desenvolver gráficos e tabelas para melhor visualização dos resultados, entre outras. O Interac-
tive PhysicsTM não é gratuito e sua versão é disponibilizada somente em inglês (AMORIM;
SANTOS, 2018).
2.5.8 Algodoo
Na visão de Germano et al. (2016), o Algodoo (Figura 10) é um software livre,
desenvolvido pela Algoryx Simulation AB em 2009, apresenta simulações em duas dimensões
(2D).
É uma ferramenta educacional dedicada ao ensino de Ciências e possui uma interface
lúdica em formato de desenho animados, onde os usuários possa criar jogos e experimentos
relacionados aos conteúdos da Física de maneira divertida.
A interface da ferramenta permite que o usuário crie suas próprias simulações,
através de recursos simples e que ele mesmo possa desenhar ou adicionar, como planos,
quadrados, círculos, cordas, fluidos, molas, lentes e pode movimentar e editar esses recursos de
forma fácil e simples ou até mesmo simular grandezas como atrito, gravidade, peso, massa, etc.
46
3 METODOLOGIA
Esse trabalho foi realizado por meio de pesquisa bibliográfica, que é basicamente a
metodologia utilizada para o desenvolvimento do estudo exploratório de enfoque qualitativo. A
pesquisa bibliográfica tem como finalidade, segundo (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 166),
“colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre de-
terminado assunto” e deve compreender a bibliografia existente relacionada ao tema de estudo.
A pesquisa bibliográfica foi realizada através de fontes estatísticas e arquivos pú-
blicos, como os dados do IBGE e Censo Escolar relacionados ao uso de tecnologia e meios de
comunicação nas escolas e residências e o conteúdo programático indicado as aulas de Física
pela BNCC. Foram analisados também livros didáticos de Física, artigos científicos, sites da
internet e softwares educacionais. Além de conteúdos relacionados ao Ensino de Física e utili-
zação das TDIC na escola e principalmente a sua importância, no momento atual, no processo
de Ensino e Aprendizagem de Física para alunos do Ensino Médio.
3.1 A escolha do conteúdo abordado
A BNCC estruturou competências que devem ser desenvolvidas pelos alunos ao
longo de toda Educação Básica, definidas em cada etapa da escolaridade (Educação Infantil,
Ensino Fundamental e Ensino Médio). As competências gerais da Educação Básica para o En-
sino médio estão organizadas em quatro áreas do conhecimento (BNCC, 2020).
• Linguagens e suas tecnologias (Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Arte e Educação Fí-
sica);
• Matemática e suas Tecnologias (Matemática);
• Ciências Humanas e Sociais (História, Geografia, Sociologia e Filosofia);
• Ciências da Natureza suas Tecnologias (Biologia, Química e Física).
Cada área do conhecimento apresenta competências específicas e habilidades que
devem ser desenvolvidas pelo aluno durante o Ensino Médio. Uma das competências que devem
ser desenvolvidas em Ciências da Natureza suas Tecnologias é a utilização das TDIC no processo
de Ensino-aprendizagem dos conteúdos de Física, Química e Biologia.
As competências da Física se baseiam em trabalhar com o aluno uma investigação
e compreensão dos fenômenos físicos e que ele seja capaz de lidar com situações reais de seu
dia a dia. Além de trabalhar as áreas tradicionais da Física, como Mecânica, Térmica, Óptica e
Eletromagnética, especificadas em sete subáreas (INEP, 2019):
1. Conhecimentos Básicos e Fundamentos;
2. Movimento, Equilíbrio e as Descobertas das Leis Físicas;
3. A Mecânica e o Funcionamento do Universo;
4. Energia, Trabalho e Potência;
5. O Calor e os Fenômenos Térmicos;
6. Oscilações, Ondas, Óptica e radiação;
7. Fenômenos Elétricos e Magnéticos.
48
taneamente, realizar e repetir experimentos quantas vezes for preciso (ARANTES; MIRANDA;
STUDART, 2010).
53
O sumário da apostila (Figura 12) detalha em tópicos todos os assuntos que serão
abordados, ele está dividido inicialmente em duas partes, Parte Um e Parte Dois. A primeira
54
trata dos softwares educacionais e a segunda apresenta aos usuários as simulações disponíveis
no material e a bibliografia utilizada.
4.1 Parte Um
A Parte Um aborda os dois Softwares Educacionais que serão utilizados nas simu-
lações, o PhET (Figura 13 e 14) e LabVirt (Figura 15 e 16), onde é apresentado ao usuário uma
explicação detalhada sobre os Softwares, inclusive os links onde suas páginas podem ser en-
contradas na internet, além de todos os passos que o usuário deve seguir dentro da página do
software para localizar as simulações descritas na apostila. Cada passo citado está acompanhado
de figuras, retiradas das páginas, para facilitar o acesso do usuário por meio da identificação vi-
sual.
4.2 Parte Dois
A Parte Dois da apostila é composta por 13 roteiros de aulas, divididos em 2 grupos,
7 primeiros roteiros no software LabVirt e 6 roteiros no software Phet. Cada roteiro contém
um breve resumo sobre o conteúdo da física abordado, descrito dentro de uma interface em for-
mato retangular, como de fosse uma caixinha, de coloração diferente do texto, para que chamar
visualmente atenção do aluno (Figura 17).
As atividades são apresentados logo após cada resumo, cada atividade oferece ao
usuário figuras retiradas das simulações, detalhando que deve ser desenvolvido e recursos dis-
55
poníveis dentro das mesmas. Desde a página principal até a atividade especifica que deve ser
realizada. Todos os caminhos estão descrito de forma lúdica e didática.
Os roteiros de aulas estão divididos entre 9 conteúdos trabalhados no primeiro ano
do Ensino Médio, Grandeza vetorial, Deslocamento e tempo, Velocidade e tempo, Aceleração,
Queda livre, Força peso, Força de atrito, Forças de ação e reação e Energia mecânica.
4.2.1 Simulações LabVirt
A primeira simulação da apostila é ‘‘Uma questão de gravidade’’ (Figura 18) e tem
como tema central a força peso. O usuário deve calcular o peso de um astronauta, de acordo com
cada planeta onde ele se encontra. E preencher uma tabela com os dados colhidos ao decorrer da
atividade (Figura 19). Espera-se que o aluno ao realizar esta atividade, compreenda o conceito
de força peso de um corpo e suas unidades de medida e diferencie massa e peso de um corpo.
57
A três próximas simulações do LabVirt têm como tema central o Movimento Retilí-
neo Uniforme. Na simulação ‘‘Caminhões’’ (Figura 20) o aluno deve calcular a distâncias entre
dois caminhões que partem de pontos distintos e têm velocidades diferentes, após um determi-
nado tempo.
Na Simulação ‘‘Corrida de Stockcar’’ (Figura 21), dois carros estão disputando uma
corrida o usuário deve calcular o tempo máximo em que um deles pode parar no box, sem que
perca a corrida. Nessa simulação o usuário pode acompanhar como os carros se comportam
durante a corrida e acompanhar em tempo real como se comporta o gráfico velocidade dos
carros.
Já na simulação ‘‘Encontro de automóveis’’ (Figura 22) o aluno deve calcular o
ponto de encontro de dois carros que saem de pontos distintos, de acordo com as velocidades es-
pecificadas na atividade. Nessa simulação o aluno também pode acompanhar como se comporta
o gráfico de velocidade dos automóveis.
58
A simulação ‘‘Lei de Hooke’’ (Figura 31), tem como tema central a Lei de Hooke.
Nessa simulação o aluno deve analisar o comportamento de molas nas duas situações deter-
minadas na atividade (Figura 32). Espera-se que o aluno ao realizar esta atividade compreenda
conceito de força de força elástica e suas unidades de medida, compreenda conceito deformação
da mola por meio da lei de Hooke, analise situações que envolvam força elástica.
A simulação ‘‘Balançando’’ (Figura 33), tem como tema central o Equilíbrio. Nessa
simulação o aluno deve equilibrar a balança utilizando diversos objetos como massas variadas
disponíveis na simulação. Inclusive estão disponíveis também alguns objetos com massas miste-
riosas, com isso o aluno deve descobrir o valor dessas massas, equilibrando a balança, utilizando
os outros objetos que possuem massa conhecida (Figura 34).
A simulação ‘‘Atrito’’ (Figura 35) tem como tema centram a Força de atrito. Nessa
atividade o aluno deve analisar como se comporta a temperatura da superfície de dois livros de
acordo com a velocidade do atrito aplicado. Espera-se com essa atividade que o aluno compre-
enda o conceito de força de atrito e resistência do ar e suas unidades de medida.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mestrado profissional, coordenado pelo Programa de Pós-Graduação em Educa-
ção (PPGED) da UFVJM, orienta que o mestrando desenvolva um produto didático para a con-
clusão do curso. A Portaria Normativa no 17/2009/MEC (BRASIL, 2009), que dispõe sobre
o mestrado profissional no âmbito da CAPES, no § 3o do art. 7o, discorre sobre os tipos de
produtos que podem ser gerados a partir dos trabalhos de conclusão do curso na modalidade de
mestrado profissional, entre eles, o desenvolvimento de materiais didáticos e instrucionais.
O presente trabalho apresentou um material didático e instrucional em formato de
apostila com sugestões de atividades para serem utilizadas por alunos e professores em dois
softwares educacionais, PhET e LabVirt, para apoio ás aulas de Física. O conteúdo contemplado
são tópicos da Física Mecânica, trabalhadas geralmente no primeiro ano do Ensino Médio.
Conforme apresentado neste trabalho, as escolas públicas brasileiras apresentam um
grande deficit de laboratórios de física presenciais, portanto a apostila se apresenta como uma
alternativa a esses laboratórios, sendo vista então como uma ferramenta a mais a ser usada em
sala de aula ou de forma remota. O aluno pode acessar os softwares de inúmeras localizações e
formas diferentes, resolvendo atividades, aprendendo de uma forma lúdica e didática.
No início do desenvolvimento deste trabalho, cumprindo o objetivo específico de
encontrar softwares educacionais voltados para o ensino de física, foi percebido que estes em
quantidades significativas. Mesmo aqueles que são gratuitos, como o PhET e o LabVirt, apre-
sentam um portfólio extenso e completo na abordagem prática de disciplinas relacionadas a área
das ciências. Logo, trata-se de recursos com grande potencial a ser explorado, principalmente
pelas instituições de ensino.
Na escolha do conteúdo básico guiado pela BNCC para o ensino de física, não houve
dificuldade em relacionar cada tema com uma simulação dentro dos softwares. O trabalho con-
sistiu em identificar as simulações compatíveis com o do 1º ano do Ensino Médio, visto que há
dentro dos softwares uma clara organização das simulações, por temas centrais dos conteúdos
básicos. E também em elaborar um objetivo para cada ambiente simulado, conforme apresen-
tado na apostila, fruto deste trabalho. Principalmente a ser tratar do software PhET, que oferece
ao aluno um número maior de simulações, sem objetivos claros, sendo necessário a proposição
de atividades didáticas com roteiros e objetivos bem definidos para o aluno. Apesar do LabVirt
ser mais detalhado de informações dentro das suas simulações, ele apresenta um ambiente um
pouco ‘‘engessado’’ para edições e criações do aluno.
A metodologia utilizada para escolha dos softwares educacionais, se mostrou efici-
ente no cumprimento do objetivo principal deste trabalho, pois os softwares escolhidos PhET e
LabVirt renderam material necessário para construção do Material Didático e Instrucional para
Apoio ás aulas práticas de física.
A utilização de recursos digitais já era observada pelas instituições de ensino que
buscavam modernizar o seu método, atingir mais alunos, reduzir custos e ainda garantir a qua-
lidade, um exemplo é a Ead. Dessa forma as TDIC vinham ganhando espaço, até o momento
68
em que durante o desenvolvimento deste trabalho fomos surpreendidos por uma pandemia, com
forte apelo para o distanciamento social. Elevando a demanda das TDIC em variadas atividades,
seja no ramo educacional, empresarial e social. Neste contexto, as 33 páginas que se encontram
no APÊNDICE A, que é o produto deste trabalho de mestrado, não é apenas um auxílio didático
para o professor ou uma lista de atividades a ser cumprida pelo aluno. Ela exerce também a mis-
são de apresentar ao aluno um boa forma de utilização das Tecnologias digitais de informação
e comunicação.
69
REFERÊNCIAS
AFONSO, C. A. Internet no brasil–alguns dos desafios a enfrentar. Informática Pública, v. 4,
n. 2, p. 169–184, 2002.
ALMEIDA, J.; ROSS, P. Softwares educativos: Alternativas para aprender e ensinar em sala
de recursos multifuncional-tipo i. Os Desafios da Escola Pública Paranaense na Perspectiva
do Professor PDE-Cadernos PDE, v. 1, 2014.
BRASIL. Lei nº 16964-b, de 03 de maio de 2006. acrescenta o art. 27-a à lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, que estabelece diretrizes e bases da educação nacional,
dispondo sobre a obrigatoriedade da existência de laboratórios de ciências e de informática
nas escola públicas de ensino fundamental e médio. Diário Oficial [da] República
Federativa do Brasil, 2006. Disponível em: <https://www.camara.leg.br/proposicoesWeb/
fichadetramitacao?idProposicao=322752>. Acesso em: 10 jan. 2019.
COLL, C. Aprender y enseñar con las tic: expectativas, realidad y potencialidades. Boletín de
la institución libre de enseñanza, v. 72, n. 1, p. 7–40, 2008.
COSTA, L. G.; BARROS, M. A. O ensino da física no brasil: Problemas e desafios. In: XII
Congresso Nacional de Educação. [S.l.: s.n.], 2015. p. 26–29.
71
DIM, C.; ROCHA, F. d. Apin: Uma ferramenta para aprendizagem de lógicas e estímulo do
raciocínio e da habilidade de resolução de problemas em um contexto computacional no ensino
médio. In: XIX Workshop sobre Educação em Computação. [S.l.: s.n.], 2011.
DIOGO, R. C.; GOBARA, S. T. Sociedade, educação e ensino de física no brasil: Do brasil
colônia ao fim da era vargas. Proceedings from Simpósio Nacional de Ensino de Física,
2007.
ECHALAR, A. D. L. F.; PEIXOTO, J. Inclusão excludente e utopia digital: a formação docente
no programa um computador por aluno. Educar em Revista, SciELO Brasil, n. 61, p. 205–222,
2016.
FERREIRA, L. A. M.; NOGUEIRA, F. M. de B. Impactos das políticas educacionais no
cotidiano das escolas públicas e o plano nacional de educação. @ rquivo Brasileiro de
Educação, v. 3, n. 5, p. 102–129, 2015.
FORBELONI, J. V. Caderno de práticas pedagógicas e o uso das tics. Joaquim Inácio de
Azevedo Neto, Maria Tereza de Melo Baracho Lima.–Mossoró, RN: EdUFERSA, 2014.
FRANÇA, M. J. M. Utilização de softwares na simulação e videoanálise de alguns tópicos
de física para o ensino médio. Tese (Doutorado) — Universidade Federal do Rio de Janeiro,
2019.
GERMANO, E. D. T. et al. O software Algodoo como material potencialmente significativo
para o ensino de física: simulações e mudanças conceituais possíveis. Dissertação
(Mestrado) — Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2016.
GESSER, V. Novas tecnologias e educação superior: Avanços, desdobramentos, implicações e
limites para a qualidade da aprendizagem. IE Comunicaciones: Revista Iberoamericana de
Informática Educativa, Asociación para el Desarrollo de la Informática Educativa (ADIE),
n. 16, p. 23–31, 2012.
GROSSI, M. G. R.; SANTOS, A. J.; COSTA, J. W. Inclusão sociodigial: a implantação do
proinfo em minas gerais//sociodigital inclusion: implementation proinfo in minas gerais.
CONJECTURA: filosofia e educação, v. 20, n. 2, p. 175–201, 2015.
HÖFLING, E. D. Estado e políticas (públicas) sociais. Cadernos Cedes, SciELO Brasil, v. 21,
n. 55, p. 30–41, 2001.
IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua-PNAD Contínua. [S.l.]:
IBGE Rio de Janeiro, 2018.
INEP, A. Instituto nacional de estudos e pesquisas educacionais anísio teixeira. Boletim de
Serviço Eletrônico em, v. 1, p. 02, 2019.
KHANACADEMY. Ambiente de aprendizado digital para alunos e professores. 2019.
Disponível em: <https://pt.khanacademy.org>. Acesso em: 27 nov. 2019.
LABVIRT. Laboratório Didático Virtual. 2019. Disponível em: <http:
//www.labvirt.fe.usp.br/indice.asp>. Acesso em: 27 nov. 2019.
LANA, Z. M. de O. The regular schooling and the formal environmental education: Rising,
principles and normative elements. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia
Ambiental, v. 19, n. 2, p. 1110–1123, 2015.
72
OLIVEIRA, A. I.; MELO, E.; JÚNIOR, J. S. Uso do khan academy como avaliação continuada
em cálculo i. In: Anais do Workshop de Informática na Escola. [S.l.: s.n.], 2018. v. 24, n. 1,
p. 373.
PAULA, A. C. de; LUZ, L. R. M. V. da; VIALI, L.; LAHM, R. A. Softwares educacionais para
o ensino de física, química e biologia. Revista Ciências & Ideias, 2014.
PHYSICS. Praeter Software Physics 101 SE. 2020. Disponível em: <http:
//www.praetersoftware.com/new/physics101/>. Acesso em: 21 fev. 2020.
PNDL, G. D. L. Pnld 2014: língua portuguesa: ensino fundamental: anos finais. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2014.
RICARDO, E. C.; FREIRE, J. C. A concepção dos alunos sobre a física do ensino médio: um
estudo exploratório. Revista Brasileira de Ensino de Física, SciELO Brasil, v. 29, n. 2, p.
251–266, 2007.
SANTOS, D. O.; WARTHA, E. J.; FILHO, J. C. d. S. Softwares educativos livres para o ensino
de química: Análise e categorização. ENEQ-ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE
QUÍMICA, v. 15, 2010.
SANTOS, F. B. d. Aplicação do método de aprendizagem da khan academy em uma disciplina
inicial de ensino superior de química. 2014.
SILVA, E. C. d.; FERNANDES, J. A.; SILVA, B. D. d.; MORELATTI, M. R. M. Integração
de computadores nas práticas pedagógicas de professores de matemática. Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, 2016.
SILVA, J. d. P. B. da; FILHO, D. M. L. Softwares educacionais e suas aplicações em tempos
de pandemia: estudo sobre possibilidades de aplicação. Brazilian Journal of Development,
v. 6, n. 7, p. 50866–50878, 2020.
SILVA, J. d. S. d. A utilização do laboratório didático e das atividades experimentais em física
no ensino médio das escolas públicas. 2016.
SILVEIRA, F. A.; VASCONCELOS, A. K. P. Investigação do uso do software educativo
labvirt no ensino de química. Revista Tecnologias na Educação, v. 23, n. 9, p. 1–13, 2017.
SMITH, D. Como pensar igual Steve Jobs. 1. ed. São Paulo: Planeta do Brasil Ltda, 2013.
v. 1. 192 p.
SOUZA, J. A. de; CIRILO, E. M.; SILVA, N. D. da; MORAES, M. F. C. de C.; RODRIGUES,
M. F. et al. A importância das tecnologias de comunicação e informação (tic) como ferramenta
pedagógica na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental. Revista Mosaico,
v. 8, n. 2, p. 48–50, 2017.
STAUB; GABRIELA, L. M.; COSTA, M. P. da; WELTER. A importância do uso da
informática no processo ensino-aprendizagem da matemática. SEMIC, 2015.
TEODORO, V.; VIEIRA, J.; CLÉRIGO, F. Introdução ao modellus: Experiências com
modelos matemáticos em física-química e matemática. Monte de Caparica: Faculdade de
Ciências e Tecnologia (para mais informações ver http://phoenix. sce. fct. unl. pt/modellus
ou http://www. krev. com), 1996. Acesso em: 26 jun. 2019.
TRACKER. Free Video Analysis and Modeling Tool for Physics Education. 2020.
Disponível em: <http://physlets.org/tracker/>. Acesso em: 20 fev. 2020.
VALENTE, J. A. et al. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas:
Unicamp/NIED, v. 6, 1999.
VARY, J. P. Report of the expert meeting on virtual laboratories. Citeseer, 2000.
VILLAR, C. R. B. S.; GOMES, T. S. Uso da plataforma khan academy no laboratório de
informática em uma escola da rede municipal de santos: incentivo e motivação ao aprendizado
de matemática. Educação Online, n. 25, p. 40–62, 2017.
WOLFF, J. d. S. Avaliação de softwares educacionais: critérios para seleção de softwares
educacionais para ensino de matemática. Ciência e Conhecimento–Revista Eletrônica da
Ulbra, v. 3, p. 1–14, 2008.
ZANELLA, B. R. D.; LIMA, M. d. F. W. P. Refletindo sobre os fatores de resistência no uso
das tics nos ambientes escolares. Scientia cum Industria, v. 5, n. 2, p. 78–89, 2017.
75
Caro estudante
Bem vindo à apostila Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação no ensino: material Didático
e Instrucional para apoio ás aulas práticas de física. Esta apostila é um conjunto de atividades de física
mecânica, com exercícios práticos, para serem trabalhados por meio de simulações através dos softwares
O Phet e LabVirt possuem uma interface lúdica e interativa com tutoriais e simulações com potencial
de serem importantes aliados ao reforço dos conteúdos estudados em sala de aula e também para introdução
e construção de novos conteúdos. Estão disponíveis de forma gratuita em suas paginas da internet e podem
ser utilizados em qualquer equipamento com acesso a internet. No Phet, inclusive, é possível salvar as
Para que seu estudo se torne proveitoso e prazeroso, esta apostila está organizada em 2 capítulos,
o primeiro capítulo trata da apresentação dos softwares educacionais Phet e LabVirt. Já o capítulo 2 é
composto por 13 roteiros de aulas, divididos em 2 grupos, 6 roteiros com conteúdo teórico e atividades
material didático, seguem uma organização de acordo com 9 tópicos importantes da disciplina de física:
- Grandeza vetorial;
- Deslocamento e tempo;
- Velocidade e tempo;
- Aceleração;
- Queda livre;
- Força peso;
- Força de atrito;
- Energia mecânica.
ensino de física, através da implementação de meios tecnológicos, como os softwares Phet e LabVirt, que
permitem simular os conteúdos de física, tornando-os mais próximos da realidade dos alunos. Além da
facilidade de acesso a esses meios, alunos e professores podem acessá-los por meio de computadores,
I Parte Um
1 Os Softwares Educacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.1 PhET 9
1.2 LabVirt 10
II Parte Dois
2 Simulações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Tabela 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
I
Parte Um
1 Os Softwares Educacionais . . . . . . . . . . . . 9
1.1 PhET
1.2 LabVirt
1. Os Softwares Educacionais
1.1 PhET
O PhET, sigla em inglês para Tecnologia Educacional em Física, é um portal online, gratuito que
apresenta simulações em várias áreas das ciências, como Física e Matemática. Foi desenvolvido por
milhões de possibilidades de simulações, todas bem planejadas e avaliadas antes de serem disponibilizadas.
A interface do PhET é semelhante à de jogos, tornando-o mais atraente pelos alunos (ARAÚJO et al.,
2015).
O software PhET está disponível gratuitamente em sua página da internet (em português) pelo link
Para acessar as simulações desta apostila, clique no circulo rosa, que indica a as simulações relacionadas a
disciplina de física (Fig. 1). Então, você será direcionado para a página "simulações"(Fig. 2), selecione os
campos "FÍSICA"e "MOVIMENTO", e todas simulações PHET contidas nesta apostila estarão disponíveis
para uso.
1.2 LabVirt
O LabVirt é um Software educativo gratuito, desenvolvido pela Universidade de São Paulo - USP
são relacionadas às disciplinas de Física e Química, contento problemas sobre o conteúdo desejado.
A cada término de simulação são apresentadas aos alunos questões, que buscam avaliar o seu grau de
entendimento, espera-se que o aluno responda corretamente as questões, entretanto, se houver erros, o
simulador indica o que está errado dando uma nova chance ao aluno. (SILVEIRA; VASCONCELOS,
2017).
O LabVirt está disponível gratuitamente em sua paginas da internet pelo link (http://www.labvirt.fe.usp.br),
Para continuar a navegação pela página, escolha o conteúdo desejado, simulações de física e você será
1.2 LabVirt 11
redirecionado para página das simulações (Fig. 4(a)), clique em "Simulações do LabVirt (NOVO)"para
acessar as simulações desta apostila, que estão distribuídas nos tópicos 1.1.1 e 1.1.4 da página simulações
2 Simulações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.1 Simulações LabVirt
2.2 Simulações PhET
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
2. Simulações
Olá estudante, neste capítulo são apresentadas a você, as simulações a serem realizadas no PhET e
LabVirt. Ele está dividido em duas seções, 2.1 contém as simulações do LabVirt e a 2.2 as simulações
relacionadas ao PhET. Cada subseção, contém um breve resumo da parte teórica do conteúdo que será
Atenção!
Para realização das atividades você vai precisar de lápis, borracha, papel e algum equipamento
eletrônico com acesso a internet, como por exemplo, computador, tablet. Em caso de dúvida sobre o
conteúdo, solicite ajuda do professor responsável pela disciplina. Preparados? Então vamos começar!
Tema Central: Força Peso. A força peso (P) é calculada pelo produto da massa do corpo (m) pelo
valor da gravidade (g), que varia de acordo com o ambiente que o corpo está. (FUKUI et al., 2016).
P = m×g (2.1)
m = massa (kg)
g = gravidade (m/s2 ).
partirá para uma missão. Ao clicar em iniciar, o astronauta começará sua viagem em busca de amostra dos
solo lunar, mas ao chegar a lua, ele começou a se sentir uma sensação estranha, seu corpo aparentava estar
mais leve. Utilizando a simulação (Fig. 6(a)), responda por que o astronauta têm essa sensação? Após sua
visita á lua, o astronauta resolveu visitar outros planetas, para saber qual seria o efeito da gravidade lá.
Problema 2.1 Escolha os planetas do sistema solar e calcule o peso do astronauta (Fig. 6(b)) em cada um
deles. Para selecionar o planeta basta clicar encima dele. Calcule o peso e complete a Tabela 1 a seguir:
S = S0 + v × t (2.2)
v = Velocidade (m/s).
t = tempo (s).
Problema 2.2 Dois caminhões partem de pontos distintos em uma estrada com velocidades diferentes.
igual a 80 Km/h. Utilizando a simulação "caminhões"(Fig. 7) , calcule a distância dos caminhões após 1h.
Para solucionar esta atividade, você vai utilizar os conceitos do MRU descritos no exercício 2.1.2.
Problema 2.3 Dois carros inicialmente parados vão disputar uma corrida, o carro vermelho está a uma
velocidade de 170 km/h e o carro azul a 180 km/h. O carro mais veloz precisa fazer uma parada para
abastecer. Utilizando a simulação "Corrida de Stockcar"(Fig.8), calcule o tempo máximo que o carro azul
Para solucionar esta atividade, você vai utilizar os conceitos do MRU descritos no exercício 2.1.2.
Problema 2.4 Duas famílias vão sair de férias com seus carros. Uma família partirá com carro 1 de São
Paulo em direção ao Rio de Janeiro e a outra família fará o caminho inverso, do Rio de Janeiro para São
Paulo, com o carro 2, ambas percorrerão uma distância de 600 Km . Utilizando a simulação "Encontro de
automóveis"(Fig.9) , calcule os pontos de cruzamento dos carros e tempo necessário para o encontro, de
R:................................................................................................
R:................................................................................................
R:................................................................................................
Problema 2.5 A simulação "As bexigas"(Fig.10) apresenta duas pessoas que seguram duas bexigas
encima de um edifício com 100m de altura. Ao abandonar estas bexigas simultaneamente do topo do
R:................................................................................................
R:................................................................................................
R:................................................................................................
20 Capítulo 2. Simulações
Dica: A queda livre despreza a resistência do ar e a corda foi considerada totalmente elástica.
Problema 2.6 Uma criança e um lutador de sumô saltam de Bung Jump do alto de um prédio de 125
metros de altura. O lutador de sumô tem 150 Kg e a criança tem 30 Kg. Utilizando a simulação "Bung
Jump"(Fig. 11), responda: Qual deles começa a esticar a corda primeiro e por quê?
R:....................................................................................................
A força de atrito ocorre quando superfícies entram entram em contato entre si por movimento ou
escorregamento.
Fat = µ × N (2.3)
Problema 2.7 A simulação "O mistério das telas"(Fig. 12) apresenta uma comparação entre três
superfícies que recebem o lançamento de uma bola de boliche. Você deverá escolher entre três tipos de
pista e identificar qual efeito em cada uma vai interferir na trajetória da bola. Qual a diferença da distância
(a) Terra?
R:........................................................................................................................
(b) Gelo?
R:........................................................................................................................
(c) Areia?
R:........................................................................................................................
Uma das formas para se fazer a soma vetorial é pela regra da poligonal. Una os vetores um a um ,
pela origem e extremidade (ponta), conforme número de vetores. Em seguida trace uma linha entre
TOSCANO, 2016).
→
− −
Exemplo 2.1 — Exemplo: Soma vetorial. Dados os vetores →
−
a, b e→
c (Fig. 13). Calcule a soma
desses vetores.
→− −
Então pela regra do polígono o vetor soma →
−s = →
−
a + b +→
c (Fig. 14) é representado:
Para realização da atividade a seguir você deve utilizar a simulação "adição de vetores"(Fig. 15(a)) no
→
− →
− →
− →
−
Problema 2.8 Dados os vetores A = 10 cm, B = 8 cm, C = 5 cm e D = 2 cm. Represente-os na simulação
2.2 Simulações PhET 23
Tema Central: Lançamento oblíquo. O corpo em lançamento oblíquo apresenta a trajetória de uma
parábola. Neste lançamento a ação da gravidade ocorre na direção vertical, e na direção horizontal
TOSCANO, 2016).
24 Capítulo 2. Simulações
Direção horizontal:
X = V0 × cos(α ) × t (2.4)
Direção vertical:
VY = V0 × sen(α ) − g × t (2.6)
α = Ângulo de inclinação (o ).
Para realização da atividade a seguir você deve utilizar a simulação "Movimento de projétil"(Fig. 16)
Ao clicar no campo Lab, você será direcionado á pagina da simulação, basta preencher os campos
com as informações fornecidas pela atividade da atividade e encontrar os resultados. A Fig. 18 presenta
Figura 18: Ferramentas simulação Movimento de projétil. (a) Trena para medir distância; (b) Alvo que
indica tempo, distância e altura em qualquer ponto da trajetória; (c) Variação do ângulo; (d) Variação da
velocidade inicial; (e) Apagar tudo; (f) iniciar simulação; (g) Distância alcançada pelo objeto; (h) Variação
do objeto a ser lançado; (i) Reiniciar simulação do zero.
Problema 2.9 Um canhão lança do solo uma bola de futebol com velocidade inicial de 20 m/s. Em
relação a horizontal o canhão está com inclinação de 47o , a resistência do ar é desprezível. Determine:
Problema 2.10 Um canhão lança do solo uma bala com velocidade inicial de 18m/s. Calcule o ângulo
26 Capítulo 2. Simulações
necessário para que a bala atinga a distância de 15m. Dados: g= 9,81 m/s2 .
A energia mecânica de um corpo ou conjunto de corpos é dada pela soma entre a energia potencial
Em = Ec + E p (2.7)
Para realização da atividade a seguir você deve utilizar a simulação "Energia na Pista de Skate"(Fig.
19) no campo "Medições"(Fig. 20(a)). E para atividade 2, utilize o campo "Gráficos"(Fig. 20(b)).
Problema 2.11 Considere um skatista com massa de 60 kg, em repouso, no topo esquerdo de uma rampa
(c) Considere um skatista com massa de 85 kg,faça uma comparação os dados obtidos na alterna-
tiva (a).
Problema 2.12 Agora, utilizando o campo "Gráficos", vamos colocar o skatista em repouso no topo
esquerdo em duas pistas diferentes, uma em formato de "U"e outra em formato de "W". Analisando uma
Tema Central: 2o Lei de Newton - Lei de Hooke. O módulo da força elástica é calculado pelo
produto da constante elástica pelo valor da deformação sofrida pela mola. (GONÇALVES FILHO;
TOSCANO, 2016).
F = −k × ∆x (2.8)
∆x = deformação (m)
Para realização da atividade a seguir você deve utilizar a simulação "Lei de Hooke"(Fig. 21(a)) no
Problema 2.13 Uma mola tem constante elástica k = 200 N/m. Ao se aplicar determinada força nessa
2.2 Simulações PhET 29
Problema 2.14 Dadas duas molas M1 com k = 100 N/m e M2 com k = 500 N/m. Aplicando- se uma
(d) Agora, considere a mola M2 com k = 100 N/m e força aplicada de -50 N/m. Calcule a
deformação da mola.
Tema Central: Equilíbrio. O somatório das forças de um corpo em equilíbrio de ser nulo, ou seja,
igual a zero. Portanto pela 1a lei de Newton, este estará em repouso (equilíbrio estático) ou em
Para realização da atividade a seguir você deve utilizar a simulação "Balançando"(Fig. 22(a)) no
A (Fig. 22(c)), apresenta a simulação, lá você tem a opção de selecionar diferentes massas para
Problema 2.16 Agora vamos utilizar os objetos misteriosos da simulação. Tente equilibrar a balança
(c) Simulação
Fonte: PHET, 2021.
2.2 Simulações PhET 31
Para realização da atividade a seguir você deve utilizar a simulação "Atrito"(Fig. 23).
Problema 2.17 Um livro da disciplina de química está sobre um livro de física. Utilizando a simulação
atrito, discorra sobre o acontece com a temperatura e com as moléculas da superfície de contato dos livros,
quando:
ARAÚJO, Francisco Vanderli et al. Uma aplicação do software educacional PhET como ferramenta
didática no ensino da eletricidade. Informática na educação: teoria & prática, v. 18, n. 2, 2015.
FUKUI, Ana et al. Ser protagonista: física, 1 ano (ensino médio). 3. ed. São Paulo: Editora SM, jan.
2016. v. 1, p. 3–400.
GONÇALVES FILHO, Aurélio; TOSCANO, Carlos. Física: interação e tecnologia. 2. ed. São Paulo:
SILVEIRA, Felipe Alves; VASCONCELOS, Ana Karine Portela. Investigação do uso do software
2017.
59