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PLANO ESTRUTURANTE DE MATEMÁTICA

O Plano Estruturante é um instrumento de planejamento semanal das aulas de Matemática para os anos finais do Ensino Fundamental, proposto pelo Programa
Aprendizagem na Idade Certa – MAIS PAIC/ SEDUD -CE. O plano prevê e organiza ações que serão operacionalizadas pelo professor, de forma sequenciada, em consonância
com a abordagem metodológica de ensino e de aprendizagem de matemática através da resolução de problemas.
Essa abordagem possibilita aos alunos mobilizar conhecimentos e desenvolver a capacidade para gerenciar as informações que estão a seu alcance. Assim, com a
resolução de problemas, os alunos terão oportunidade de ampliar seus conhecimentos acerca de conceitos e procedimentos matemáticos bem como de ampliar a visão que
têm dos problemas, da Matemática, do mundo em geral e desenvolver sua autoconfiança.(PCN, 1997)
O Plano Estruturante, em sua primeira versão, foi implementado em 2017 na Rede municipal de Ensino de Fortaleza. A Secretaria Municipal da Educação fez uma
pequena adaptação e reorganizou a estrutura para atender tanto a realidade das escolas de tempo parcial como a realidade de tempo integral. Nessa primeira versão, o
plano se apoia nas concepções dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e na organização dos blocos temáticos da matriz de referência de Matemática do Sistema
Nacional da Avaliação da Educação Básica (SAEB). Em 2019, o plano apresentará nova alteração para se ajustar à Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

Plano Estruturante reformulado

O novo Plano Estruturante apresenta campos para o preenchimento das aulas.


• No espaço detinado às aulas, existem campos fechados, em que o professor apenas assinala e campos abertos em que há necessidade de o professor escrever/
digitar. Como orientação de planejamento, sugere-se que, primeiramente, o professor registre as unidades temáticas que estão relacionadas com as ideias de
equivalência, ordem, proporcionalidade, interdependência, representação, variação e aproximação. A BNCC e, consequentemente o plano estruturante, apontam 5
unidades temáticas, a saber: números, álgebra, geometria, grandezas e medidas, probabilidade e estatística.
A seleção da unidade temática pode não se restringir a uma única escolha para não dar ao ensino da Matemática o caráter estanque. Nesse sentido, o professor
pode trabalhar em uma mesma aula a integração de unidades temáticas, por exemplo, números, geometria e probabilidade e estatística. O importante é que todos
os blocos sejam trabalhados em uma semana de aula.

Os PCNs ressaltam exatamente essa integração entre unidades temáticas e afirmam que o professor deve ter clareza sobre os blocos de conteúdo(unidades
temáticas) como referência para seu trabalho. Segundo os parâmetros, (1997,p.19)
A aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à apreensão do significado; apreender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe vê-lo em

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suas relações com outros objetos e acontecimentos. Assim, o tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques e numa rígida sucessão linear deve dar lugar a uma
abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas. O significado da Matemática para o aluno resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais
disciplinas, entre ela e seu cotidiano e das conexões que ele estabelece entre os diferentes temas matemáticos.

• No campo objetos de conhecimento, o professor registra conteúdos, conceitos e processos. Os objetos de conhecimento são apresentados com uma progressão
das aprendizagens à medida que há um avanço do 6º ano para o 9º ano. O registro dos objetos de conhecimento deve ser feito após a escolha da unidade temática.
• No campo destinado às habilidades, o professor expressa as aprendizagens essenciais que devem ser asseguradas aos alunos nos diferentes contextos escolares.
A organização das habilidades descrita na BNCC está relacionada a um objeto de conhecimento e a uma unidade temática. Esse arranjo expressa apenas uma
possibilidade de agrupar. Os agrupamentos propostos na BNCC não devem ser tomados como modelo obrigatório para o desenho dos planos de aula. Isso significa
que é possível fazer novos agrupamento e traçar novas habilidades a um dado objeto de conhecimento. Assim, para o registro da habilidade, o professor escreve
apenas o código, caso a habilidade seja a mesma da BNCC; caso não seja, é necessário escrevê-la.
Ao lado da habilidade, há um campo opcional que também se refere à habilidade, o descritor. Esse campo deve ser preenchido apenas quando a habilidade
registrada para aula coincidir com as habilidades presentes na matriz de referência do Sistema Nacional da Avaliação da Educação Básica (SAEB), do Sistema
Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) e da Secretaria Municipal da Educação(SME).
• No campo objetivo, pode ser traçada a delimitação da habilidade já apontada na aula. Assim, ao se selecionar a habilidade EF06MA08 “ Reconhecer que os
números racionais positivos podem ser expressos nas formas fracionária e decimal, estabelecer relações entre essas representações, passando de uma representação
para outra e relacioná-los a pontos na reta numérica”, poderia ser extraído como objetivo de uma aula apenas “reconhecer que os números racionais positivos
podem ser expressos nas formas fracionária e decimal e na próxima aula outros elementos dessa mesma habilidade”.
• No campo Competência socioemocional, o preenchimento é opcional. Ao selecioná-lo, o professor trabalhará as competências por meio dos diálogos
socioemocionais. O professor observando a necessidade da turma, planejará aulas que integrem o contéudo já programado com as competências socioemocionais. O
trabalho é verdadeiramente dialógico, pois além do conteúdo do componente curricular dialogar com a competência socioemocional, o professor também promoverá
atos dialógicos entre o docente e a turma e entre os próprios discentes.
O objetivo é fazer com que as competências socioemocionais sejam trabalhadas de forma intencional nas aulas de Matemática. Elas não serão mais importantes
que os conteúdos, mas serão tão importantes quanto. A proposta não é ensinar a competência, mas, a partir de avaliações formativas, possibilitar que os alunos
se percebam e busquem trabalhar melhor suas atitudes. Para avaliação formativa, um importante instrumento é a rubrica. A partir da aplicação, o professor
mediará momentos de feedback individuais e coletivos com os alunos. São algumas competências socioemocionais: determinação, organização, foco, persistência,
responsabilidade, iniciativa social, assertividade, entusiasmo, empatia, respeito, confiança, tolerância ao estresse, autoconfiança, tolerância à frustração, curiosidade
para aprender, imaginação criativa e interesse artístico.
• Na metodologia, o professor fará, inicialmente, o registro dos Momentos Didáticos (MD). Na Matemática, são traçados 10 momentos: 1.Apresentação do conteúdo
proposto, 2.Vivências, 3. Verificação da Aprendizagem (atividade classe, prova, ADR), 4. Retomada da atividade de casa, 5. Revisão (TD, Estratégia Diversificada), 6.

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Orientações para atividade de casa, 7. Revisão da Matemática elementar, 8. Desafios matemáticos (olimpíadas, raciocínio lógico e outros), 9. Rubrica socioemocional
e 10. Avaliação da aula com a turma.

Em uma aula, o professor pode selecionar um ou mais códigos numéricos referentes aos momentos didáticos. Ao lado de cada um deles, ele registra o Tempo
Previsto (TP), descreve a metodologia e lista os recursos a serem utilizados. Após a descrição da metodologia propriamente dita, o professor registra os recursos. Caso ache
necessário, ainda existe um espaço para o registro das observações.
O Plano Estruturante não se trata de uma ação a mais para o professor, ele deve ser sempre compreendido como parte do processo de tomada de decisão sobre a
forma de agir, no dia-a-dia da prática pedagógica.

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