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1. OBJETIVO
De acordo com as Diretrizes Pedagógicas e Operacionais para a Educação em
Tempo Integral: “o objetivo geral é ampliar tempos, espaços e oportunidades de ensino
e aprendizagem aos estudantes da Rede Pública.” Isso deve ser feito “por meio da oferta
de atividades pedagógicas, culturais, artísticas, técnico-científicas e esportivas
relacionadas às áreas do conhecimento, concepções e eixos transversais do Currículo da
Educação Básica.” 
Para alcançar esse objetivo, a Secretaria de Estado de Educação, em 2019, visando
atender às metas e aos objetivos de seu Planejamento Estratégico 2019-2022, que
define, como resultado chave, “ampliar o percentual de estudantes com educação em
tempo integral para 10%”, propôs iniciativas, como “adequar as instituições
educacionais com infraestrutura física, tecnológica e garantia de recursos humanos aos
padrões de atendimento da educação em tempo integral”, bem como ampliar a oferta de
vagas para a educação em tempo integral em instituições educacionais capacitadas para
esse tipo de atendimento.”  

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2. INTRODUÇÃO

Do ponto de vista histórico, a Educação Integral em Tempo Integral, no Brasil,


partiu da experiência desenvolvida por Anísio Teixeira no Centro Educacional Carneiro
Ribeiro (BA), em 1950, e, posteriormente, no Distrito Federal, com as Escolas Parque,
em 1960. Inspirada na experiência pioneira do CECR, a Escola Parque de Brasília teve
início entre 1960 e 1964. O caráter inovador da proposta implicava mudanças
significativas da instituição escolar. A nova escola era uma comunidade socialmente
integrada, de modo a proporcionar uma real experiência de vida, sob a influência das
ideias pragmatistas de Dewey. (GUIMARÃES; SOUZA, 2018).
Já ao final da década de 1980 e início da seguinte, o debate nacional sobre a Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n 9394/96), no que se refere à
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escolarização em tempo integral. Então, a ampliação do tempo (no sentido de extensão


da jornada) nas escolas públicas brasileiras passou a ser efetivamente prevista em Lei a
partir da década de 1990 (LDB), tendo sido reafirmada no Plano Nacional de Educação
(PNE), na Lei 10.172/2001 e no Plano Nacional de Educação (PNE – Lei n 13.005/14). 
o

Em âmbito federal, desde 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional (LDB) – Lei n 9394/96 (Artigos 34 e 87) prevê o aumento progressivo da
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jornada escolar para a jornada em tempo integral. Além disso, o Plano Nacional de
Educação (PNE 2011-2020) expressa que 50% das escolas públicas no ensino
fundamental sejam atendidas e essas metas foram incorporadas pelo Plano Distrital de
Educação (PDE 2014-2024). (GUIMARÃES; SOUZA, 2018).
A temática da educação integral em tempo integral já ocupou a agenda político-
educacional por diversas vezes, a exemplo de discussões, no âmbito local e/ou nacional,
em defesa da universalização da escola em tempo integral e que culminou na
formulação de experiências como os Centros Integrados de Educação Pública (CIEP)
(Cavaliere; Coelho, 2003) e os Centros de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente
(CAIC) (Amaral Sobrinho; Parente, 1995), surgidos nas décadas de 1980 e 1990,
respectivamente. 

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No contexto de discussão da Lei de Diretrizes e Bases, aprovada em 1996 (Brasil,
1996), e do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2001 (Brasil, 2001), a
questão também ressurgiu. Embora, historicamente, tenha sido possível visualizar
momentos de maior ou menor atenção a ela, pode-se afirmar que é temática que, ao
longo do século XX, veio à tona por diversas vezes. (Parente, 2016, 6).
A temática da educação integral em tempo integral faz parte atualmente da agenda
político-educacional em âmbito nacional, tendo em vista a aprovação da meta 6 do PNE
relativa à oferta de “[...] educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta
por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e cinco por
cento) dos (as) alunos (as) da educação básica” (Brasil, 2014). (Parente, 2016, 6).
Além disso, compreende-se que a ação do Estado pode mostrar-se de forma mais
ou menos contínua, efetiva e legítima, por meio de programas mais ou menos
estruturados, com grandes ou pequenos impactos a depender da maneira como são
articulados os interesses dos atores envolvidos no processo de decisão política. Diante
dessa concepção, defende-se que o Estado, nas diferentes esferas administrativas, tem o
papel de assumir a coordenação dessa política de educação integral em tempo integral, a
fim de que a articulação tempos escolares (a exemplo do tempo integral) e tempos de
vida de fato ocorra e que os diferentes sujeitos da educação tenham seus direitos
garantidos para vivenciar tempos justos e humanos de escolarização (Arroyo, 2004;
Parente, 2010; 2015). (Parente, 2016, 2, 3).
No que se refere à distinção entre política de Estado e política de governo,
comumente, aquelas políticas que não possuem perspectivas de continuidade para além
dos mandatos são chamadas de políticas de governo; e aquelas pautadas em medidas de
continuidade, geralmente fortalecidas por ações legais, por planejamento a longo prazo,
para além de mandatos e pautadas na participação e no interesse geral da população, são
chamadas de políticas de Estado. 
Este documento, portanto, apresenta o objetivo da Educação em Tempo Integral –
ETI, a legislação e a concepção pedagógica que amparam os projetos da ETI, bem como
expõe suas principais ações e os desafios para sua manutenção. Em última análise,
oferece dados de atuação dos professores na Educação em Tempo Integral. 

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3. MARCO LEGAL

A Educação em Tempo Integral foi uma conquista histórica, a partir da visão e


perspectiva de atendimento aos estudantes das Unidades Escolares Públicas como uma
política social, tendo suas ações, legalmente respaldadas em uma legislação consistente,
como a Constituição Federal; o Estatuto da Criança e do Adolescente; a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional; o Plano Nacional de Educação; o Plano
Distrital de Educação; a Lei Orgânica do Distrito Federal; o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação e de Valorização dos Profissionais da Educação; e a
Resolução nº 2/2020-CEDF (Alterada pela 1/2021, 2/2021 e 3/2021), entre outros
documentos. O final da década de 1980, e início da década de 1990, foi um período
marcado pelo debate sobre a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei
9.394, aprovada em 1996. Tal Lei faz referência à escolarização em tempo integral no
contexto atual, conforme pode ser observado: 

Art. 34 – A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro anos de trabalho
efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola. §
O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas
de ensino. 
Art. 87 § 5º Serão conjugados todos os esforços objetivando a progressão das redes escolares
públicas urbanas de ensino fundamental para o regime de escolas de tempo integral.

Posteriormente, em 1990, a Lei nº 8.069, veio contribuir também para o debate da


Educação Integral, reafirmando a importância de uma educação que vise ao pleno
desenvolvimento do indivíduo e seu preparo para a cidadania e o trabalho, apresentado
no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). 
Adiante, a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional)
reacende o tema da Educação Integral prevendo o aumento progressivo da jornada
escolar para o regime de tempo integral (artigos 34 e 87, § 5º), reconhece e valoriza as
iniciativas de instituições que desenvolvem, como parceiras da escola, experiências
extraescolares (Art. 3°, inciso X). Também a Lei Orgânica do Distrito Federal (LODF),
em seu Art. 221, dispõe que: “A Educação, direito de todos, dever do Estado e da

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família, nos termos da Constituição Federal, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, fundada nos ideais democráticos de liberdade, igualdade,
respeito aos direitos humanos e valorização da vida, e terá por fim a formação integral
da pessoa humana, sua preparação para o exercício consciente da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.” 
Isso posto, para fortalecer as ações anteriormente desenvolvidas, o Plano Nacional
de Educação (PNE), Lei nº 13.005/2014, indica parâmetros para a oferta de Educação
em Tempo Integral, estabelecendo Objetivos e Metas, quais sejam:

Meta 6: oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50%


(cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos,
25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica.
Estratégia 6.1: promover, com o apoio da União, a oferta de educação básica
pública em tempo integral, por meio de atividades de acompanhamento
pedagógico e multidisciplinares, inclusive ulturais e esportivas, de forma que
o tempo de permanência dos(as) alunos(as) na escola, ou sob sua
responsabilidade, passe a ser igual ou superior a 7 (sete) horas diárias durante
todo o ano letivo, com a ampliação progressiva da jornada de professores em
uma única escola (BRASIL, 2014). 

A publicação da Lei nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020 que regulamenta o


Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb), de que trata o Art. 212-A da Constituição Federal,
revoga dispositivos da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007 e, dentre outras
providências, destina recursos financeiros para o fomento e oferta de educação em
tempo integral nas unidades escolares públicas. Com a Resolução nº 2/2020-CEDF e
suas alterações (Alterada pela 1/2021, 2/2021 e 3/2021), que estabelece normas e
diretrizes para a educação básica no sistema de ensino do Distrito Federal, indicando
como um dos seus princípios fundamentais o respeito ao estudante, sujeito de toda ação
educativa, na sua unicidade e multidimensionalidade, como ser ativo e participante no
seu processo de formação integral. A Resolução também afirma que no Art. 21, § 2º “A
jornada integral, além do desenvolvimento de competências e habilidades, requer a
incorporação do espaço e do tempo no planejamento, de forma orgânica e estruturada,
para o efetivo trabalho escolar, ao longo de todo o percurso” (DISTRITO FEDERAL,
2020). 

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4. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA

4.1 Concepção Pedagógica

A redação das Diretrizes Pedagógicas e Operacionais para a Educação em


Tempo Integral esclarece que a Educação em Tempo Integral respalda-se na ideia de
ampliação dos tempos escolares, haja vista possibilitar a crianças, adolescentes e jovens
envolver-se em atividades educativas, artísticas, culturais, esportivas e de lazer, a fim de
reduzir a evasão, a reprovação e a defasagem idade-ano, bem como promover uma
prática pedagógica que otimize a formação integral e integrada do estudante, tanto nos
aspectos cognitivos quanto nos socioemocionais. 
Assim, comparando a proposta educacional formulada por Anísio Teixeira e a
atual proposta da Educação em Tempo Integral, observa-se que ambas ancoram-se na
mesma perspectiva de ampliação de tempos, espaços e oportunidades educacionais
como premissa do preparo dos estudantes para as mudanças constantes do mundo
contemporâneo. 
Com base nessa breve diferenciação, é possível encontrar diversos programas e
ações de ampliação da jornada escolar, ora caracterizados como políticas de governo,
ora como políticas de Estado. Atualmente, observamos a retomada da proposta de
escolarização em tempo integral, sendo desenvolvida em todo país, principalmente
sobre a administração das esferas estaduais e municipais, muitos idealizam essa política
como solução para os graves problemas educacionais. (CAPUCHINHO; CROZATTI,
2018).

4.2 Princípios da Educação em Tempo Integral 

De acordo com os Pressupostos Teóricos do Currículo em Movimento da


Educação Básica da SEEDF (2014, p.28-30), citados nas Diretrizes Pedagógicas e
Operacionais para a Educação em Tempo Integral, os princípios da Educação Integral
são: I. A integralidade; II. A intersetorialidade; III. A transversalidade; IV. O diálogo

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escola-comunidade; V. A territorialização; VI. O trabalho em rede; e VII. A
convivência. 

5. PRINCIPAIS AÇÕES DA EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL

As principais ações da educação em tempo integral é disponibilizar espaços


pedagógicos nas unidades escolares e professores capacitados para que sejam
desenvolvidas atividades com os estudantes no período contrário às aulas da Base
Nacional Comum. Essas atividades envolvem o reforço pedagógico em português e
matemática para os estudantes que encontram maior dificuldade nessas disciplinas, além
de atividades lúdicas, motoras e artísticas e culturais.    
Nesse sentido, o Currículo em Movimento do Distrito Federal, que visa orientar o
trabalho pedagógico das escolas do DF abre espaço para grandes temáticas de interesse
social que produzem convergência de diferentes áreas do conhecimento, como:
sustentabilidade ambiental [BNCC - preservação da natureza], valores humanos,
respeito e valorização das diferenças [BNCC - afirmar valores e estimular ações que
contribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais humana, socialmente
justa] (DISTRITO FEDERAL, 2014, p. 11).  
A Secretaria de Estado de Educação, em 2019, visando atender às metas e aos
objetivos de seu Planejamento Estratégico 2019-2022, que define, como resultado chave
“Ampliar o percentual de estudantes com educação em tempo integral para 10%”,
propôs iniciativas como: “adequação das instituições educacionais com tempo integral
com infraestrutura física, tecnológica e garantia de recursos humanos aos padrões de
atendimento da educação em tempo integral. E a ampliação da oferta de vagas para a
educação em tempo integral em instituições educacionais capacitadas para esse tipo de
atendimento; e a implementação de políticas públicas para a educação em tempo
integral”. 

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6. DESAFIOS PARA MANUTENÇÃO DA EDUCAÇÃO EM TEMPO
INTEGRAL

Os principais desafios para o êxito dessas ações se trata dos recursos financeiros
disponibilizados para as escolas, principalmente no que diz respeito à verba para
alimentação dos estudantes que devem receber entre 3 e 5 refeições nos dias em que
ficam em turno integral na unidade escolar. Outro grande desafio é a falta de
profissionais disponibilizados para acompanhar os estudantes durante as atividades e
principalmente os estudantes com necessidades especiais, como por exemplo a baixa
quantidade de ESVs disponíveis para cada unidade de ensino. Os espaços físicos
limitados também são um fator de grande importância para atender esses estudantes.
Quanto menor as possibilidades de espaços físicos para o atendimento dos estudantes no
período de desenvolvimento da parte flexível, menor a quantidade de turmas que
poderão usufruir da oferta. Também é desafio oferecer atividades em outros territórios
culturais por falta de transporte e dificuldade em realizar parcerias.

7. DADOS DE ATUAÇÃO DOS PROFESSORES NA EDUCAÇÃO


EM TEMPO INTEGRAL

Em parágrafo único, o Art. 4º da Portaria n  55, de 24 de janeiro de 2022, esclarece


o

que a distribuição da carga horária de trabalho dos servidores integrantes da CMPDF


em exercício nas Unidades Parceiras é realizada de acordo com o regime de trabalho,
respeitando o disposto nas legislações e no Plano de Trabalho vigentes. De acordo com
o Art. 5º da mesma Portaria, os servidores integrantes da CMPDF que atuam nas
UEs/UEEs/ENEs podem ter as seguintes cargas horárias:

I. 40 (quarenta) horas semanais, em jornada ampliada, no turno diurno, sendo 05 (cinco)


horas em regência de classe e 03 (três) horas, em coordenação pedagógica, diárias,

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perfazendo 25 (vinte e cinco) horas em regência de classe e 15 (quinze) horas em
coordenação pedagógica. 

II. 40 (quarenta) horas semanais, no regime de 20 (vinte) mais 20 (vinte) horas, sendo 04
(quatro) horas em regência de classe, por turno, em 03 (três) dias da semana, e 04
(quatro) horas em coordenação pedagógica, por turno, em 02 (dois) dias da semana,
perfazendo 12 (doze) horas em regência de classe e o restante, em coordenação
pedagógica. 
III. 20 (vinte) horas semanais, nos turnos matutino, vespertino ou noturno, sendo 04
(quatro) horas em regência de classe em 03 (três) dias da semana e 04 (quatro) horas em
coordenação pedagógica em 02 (dois) dias da semana, perfazendo 12 (doze) horas em
regência de classe. 

7.1 Distribuição da carga horária

Detalhadamente, são distribuídas da seguinte forma (cf. Art. 5º da Portaria 55, de


24 de janeiro de 2022): 
I. §1º As 40 (quarenta) horas semanais, em jornada ampliada, perfazem 25 (vinte e
cinco) horas em regência de classe, que equivalem à carga total de até 30 (trinta)
aulas semanais; 
II. §2º As 20 (vinte) horas semanais perfazem 12 (doze) horas em regência de
classe, que equivalem à carga total de até 15 (quinze) aulas semanais; 
III. §4º A carga horária diária em regência de classe para os professores com 20
(vinte) horas semanais, nos Anos Finais do Ensino Fundamental [...] será de 05
(cinco) tempos de cinquenta minutos, não devendo haver horários vagos entre as
aulas.
Em algumas Unidades Escolares, o atendimento de 10 horas de jornada diária
alcança apenas parte deles. Nessa perspectiva, a Educação em Tempo Integral é
oferecida a um grupo de estudantes. O atendimento, nesse caso, é feito por professores
habilitados que cumprem a jornada de 5 horas diárias, sendo complementado por mais 5
horas, com a atuação de professores habilitados para parte flexível.

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A proposição recomenda que as Unidades Escolares devem atender aos
estudantes com professores habilitados nos dois períodos (matutino e vespertino); os
estudantes atendidos nessa modalidade devem frequentar 3 ou 5 dias de atendimento,
conforme organização pedagógica escolhida pela Unidade Escolar; os docentes da parte

flexível poderão atender grupos de até 30 estudantes. Para organização do trabalho


pedagógico, sugere-se professores com jornada de 40h (20h/20h) voltados ao
atendimento de 3 dias/semana da parte flexível; e professores de 40h, para atendimentos
de 5 dias/semana. 
Os docentes que trabalharem na Educação em Tempo Integral serão
responsáveis pelo acompanhamento do estudante no horário destinado ao Projeto de
Formação de Hábitos Individual e Social (60 minutos por dia) para completar sua
jornada de trabalho de 5h diárias, de acordo com a grade horária montada pela Unidade
Escolar. Nessa etapa, propõe-se que os profissionais de apoio à educação possam
auxiliar os docentes nas oficinas referentes à parte flexível, e na formação de hábitos
individual-social (no horário das refeições), ajudando no desenvolvimento de hábitos
dos estudantes. 
A designação do coordenador para Educação em Tempo Integral deverá seguir
as normativas da SEEDF. A parte flexível poderá ser realizada em instituições parceiras,
desde que haja aprovação da área competente. No período em que o estudante estiver na
instituição parceira, o professor da parte flexível deverá estar envolvido nas atividades
pedagógicas da Unidade Escolar. 

7.2 Educação Integral: Ampliação Progressiva de Tempo (9 horas)

Para a execução e a operacionalização da modalidade de Educação em Tempo


Integral, a sugestão é que as Unidades Escolares que atendem aos estudantes no regime
de 9 horas diárias tenham o direito de receber o repasse do Programa de
Descentralização Administrativa e Financeira (PDAF), referente ao segundo período de
atendimento da Educação em Tempo Integral, proporcional ao número de estudantes
atendidos no âmbito do programa.

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7.3 Rede Integradora

Há ainda a Rede Integradora em Educação Integral – Coordenação Regional de


Ensino Plano Piloto/Cruzeiro, já implementada em 2017, que é uma parceria entre as

Escolas Classes e Escolas Parque desta Regional de Ensino, constituída por 17


(dezessete) Escolas Classes e 05 (cinco) Escolas Parques. […] Nesta proposta, os
estudantes realizarão uma jornada escolar diária de 10 (dez) horas, dividida em 02 (dois)
períodos de 05 (cinco) horas diárias em cada Unidade Escolar (Escola Classe e Escola
Parque). Essa modalidade contempla 100% dos estudantes de um dos turnos da escola.
Assim, os estudantes iniciam seu turno escolar na Escola Classe, com duração de 05
(cinco) horas com o professor regente pedagogo de anos iniciais e continuam seu
percurso pedagógico nas Escolas Parque, também com professores regentes das áreas
específicas de Artes e Educação Física por mais 05 (cinco) horas. 
A outra parte dos estudantes realizará esse percurso pedagógico de forma
inversa. [...] O atendimento da Rede [...] obedecerá às orientações e determinações do
Programa Novo Mais Educação, visto que todas as Escolas Classe participantes deste
projeto foram orientadas a realizar o cadastro no referido programa. Assim, poderá
contar, para execução do trabalho pedagógico, com os Mediadores de Aprendizagem e
Facilitadores, conforme definido pelo Programa. Portanto, nessa organização do
trabalho pedagógico, o estudante terá diariamente 05 (cinco) horas de aula na Escola
Classe e 05 (cinco) horas na Escola Parque, assim distribuídas:

Nas Escolas Classes: 

I. Os professores dos Anos Iniciais ministrarão os componentes curriculares da


Base Nacional Comum, exceto Arte e Educação Física, mais o
Acompanhamento Pedagógico de Língua Portuguesa e Matemática do Novo
PME, totalizando 25 (vinte e cinco) horas de regência semanal. 

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II. O estudante na Escola Classe terá 17 (dezessete) horas da Base Nacional
Comum e 8 (oito) horas de Acompanhamento Pedagógico de Língua Portuguesa
e Matemática, conforme critério do Programa Novo Mais Educação. 

Nas Escolas Parques: 

I. As atividades Complementares Artísticas, Culturais, Esportivas e Motoras do


Novo PME (cultura e artes e/ou esporte e lazer) terão carga horária de 7 (sete)
horas semanais. 
II. As atividades da Base Nacional Comum, artes e educação física, perfazem um
total de 8 (oito) horas. 
III. As atividades de Formação de Hábitos Individual e Social, 10 (dez) horas
semanais (fls. 411 a 413).

ATUAÇÃO DOS PROFESSORES NAS UNIDADES ESCOLARES QUE


OFERTAM A EDUCAÇÃO INTEGRAL: AMPLIAÇÃO PROGRESSIVA DE
TEMPO.

Conforme a nova redação conferida ao Art. 51 da Portaria 55, “serão garantidos


às UEs que ofertam atendimento da Educação Integral Parcial 02 (dois) professores de
40 (quarenta) horas semanais de qualquer área do conhecimento (podendo ser de
jornada ampliada ou 20h/20h), a cada 100 (cem) estudantes, para atuação nas atividades
pedagógicas.” (Art. n 10 da Portaria no 80/2022); ou 04 (quatro) professores de 20
o

(vinte) horas semanais. 


Para a escolha dos Coordenadores Pedagógicos Locais, os quantitativos estão
definidos na Portaria n 55, de 24 de janeiro de 2022, da Secretaria de Estado de
o

Educação do Distrito Federal, cujo Artigo 48 passa a vigorar com as seguintes


alterações: “o quantitativo de Coordenadores Pedagógicos Locais, no diurno e no

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noturno, quando for o caso de UEs/UEEs/ENEs que ofertem o Educação 100% Integral
e Atendimento complementar e/ou intercomplementares [...] será definido de acordo
com a seguinte disposição:

 
I. ‘Educação Integral: Ampliação Progressiva de Tempo (9 horas); Educação
Integral Parcial: além da aplicação do quantitativo relativo ao quadro do Art. 47,
as UEs
II. que ofertam Educação Integral Parcial farão jus a 01 (um) Coordenador
Pedagógico Local, desde que atendam a partir de 100 (cem) estudantes’; 
III. ‘Educação Integral em Tempo Integral (10h): além da aplicação do quantitativo
relativo ao quadro do Art. 47, as UEs que ofertam Programa Educação Integral
em Tempo Integral – (100% Integral) – farão jus a 01 (um) Coordenador
Pedagógico Local, desde que atendam a partir de 100 (cem) estudantes’; 
IV. ‘EP Rede Integradora (CRE Plano Piloto) / Atendimento intercomplementar:
haverá 03 (três) Coordenadores Pedagógicos Locais, com carga horária de 40
horas semanais, sendo – 01 (um) da área de Artes; um da área de Educação
Física; e um geral; 
V. EP da Natureza de Brazlândia / Atendimento Intercomplementar: haverá 03
(três) Coordenadores Pedagógicos Locais, com carga horária de 40 horas
semanais, sendo – 01 (um) da área de Artes; um da área de Educação Física; e
um geral’; 
VI. EP Anísio Teixeira de Ceilândia / Atendimento Complementar: haverá 04
(quatro) Coordenadores Pedagógicos Locais, com carga horária de 40 horas
semanais, sendo – 01 (um) da área de Dança; um de Música; um de Artes; e um
de Educação Física.’

A nova redação do Artigo 40 da Portaria n 55/2022, conferida pelo artigo 7º da


o

Portaria no 80/2022, no inciso V, ainda prevê que, para o exercício das atividades de
Coordenador Pedagógico Local, o servidor deve ter habilitação compatível com a

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etapa/modalidade da Educação Básica atendida na UE/UEE/ENE e, no caso das Escolas
Parque, com a área de atuação.

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