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INTEGRAL”.
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INTRODUÇÃO
Estes instrumentos apontam para uma atuação de caráter crítico que perpasse a
aparência do objeto e se materialize na defesa e/ou conquista de direitos.
No espaço ora analisado, o escopo da atuação profissional se refere ao acesso e
permanência dos discentes na escola, ou seja, contribuir para que os educandos, além de
acessarem a matrícula, permaneçam na escola ocupando a condição de sujeito de direitos.
A implementação do Serviço Social nas escolas municipais de João Pessoa está
referendada na Lei 11.385/2008, a qual cria o Serviço Social nas escolas públicas de João
Pessoa. Apesar de se reconhecer que a referida lei tem necessidade de alteração no texto
quanto a algumas prerrogativas da profissão, admite-se também que a iniciativa legal
abriu um vasto campo de atuação profissional, o texto da lei preconiza:
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Cabe ressaltar que no intervalo de sete anos foram realizados dois concursos
públicos, favorecendo a contratação de cerca de cem profissionais com cumprimento de
carga horária de 30 horas semanais.
A atividade compreende uma ação interdisciplinar envolvendo além do professor,
tido como ator principal do espaço escolar, uma equipe de profissionais composta por
psicólogo, supervisor escolar e orientador educacional e gestores escolares um geral e um
adjunto.
A política educacional no Brasil está disciplinada pela lei 9.394/96, Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), instrumento legal resultante de um
exaustivo processo de luta com participação da sociedade civil, movimentos sociais e
instituições atuantes na trajetória de redemocratização do país.
Apesar do texto original do projeto ter sofrido diversas alterações de corte
democrático, é pertinente destacarmos os incisos I “- igualdade de condições para o
acesso e permanência na escola; e VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos
oficiais”, do Artigo 3º. Texto que ratifica a educação como direito de todos e dever do
Estado, preconizado no Artigo 205 da Constituição Federal.
De acordo como a referida Lei os níveis educacionais são formados por Educação
Escolar que compreende a Educação Básica e a Educação Superior. A formação da
Educação Básica constitui a Educação Infantil, o Ensino Fundamental I (1º ao 5º Ano), e
Ensino Fundamental II (6º ao 9º Ano) e Ensino Médio. Nosso campo de atuação ocupa a
educação infantil e o Ensino Fundamental I, no modelo de ¨educação em tempo integral”1,
elemento central da nossa discussão.
DESENVOLVIMENTO
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O termo “educação em tempo integral” escrito entre aspas, se justifica pela constatação da autora da
discussão, compreender que, as condições objetivas vivenciadas no cotidiano da escola objeto deste estudo,
não permite a oferta de educação integral, apesar da permanência dos estudantes cumprir as 10 horas diárias.
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A proposta de educação integral no Brasil, data da década de 1950, por inciativa
do governo da Bahia, idealizada pelo professor Anísio Teixeira2, autor do primeiro
projeto de educação integral implantado no Brasil.
Nesta proposta inicial a educação integral:
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Teórico e Educador brasileiro, criou o primeiro modelo de Escola com Educação Integral em Salvador.
3
Belo Horizonte/MG, Apucarana/PR, Nova Iguaçu/RJ.
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...retoma e valoriza a Educação Integral, como possibilidade de
formação integral da pessoa. Ressalte-se, contudo, que o PNE
avança para além do texto da LDB, ao apresentar a educação em
tempo integral como objetivo do Ensino Fundamental e, também,
da Educação Infantil. Além disso, o PNE apresenta, como meta,
a ampliação progressiva da jornada escolar para um período de,
pelo menos, 7 horas diárias, além de promover a participação das
comunidades na gestão das escolas, incentivando a instituição de
Conselhos Escolares. (Brasil, 2012, p. 03).
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trabalho do assistente social na política de educação, neste caso, a educação básica. De
modo que, este profissional possa:
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A atuação da equipe técnica pedagógica na qual está inserida a assistente social
está pautada em um Plano de Trabalho previamente construído em consonância com o
Projeto Político Pedagógico da escola. A iniciativa de uma atuação profissional centrada
nos valores que fundamentam o Projeto Ético Político Profissional se configura como um
desafio permanente, frente ao cenário sob o qual consolida a prática educacional.
Neste sentido, frente ao contexto no qual se materializa diversas expressões da
questão social no cotidiano da escola, compreendemos a necessidade da atuação
fundamentada na perspectiva crítica da leitura da realidade no sentido de exercer uma
intervenção para além da imediaticidade, sendo este um dos principais desafios, proposto
pelo projeto profissional, tendo em vista que as tramas do cotidiano exigem respostas
rápidas. E este cotidiano nos remete a compreensão apreendida por Yolanda Guerra,
quanto a instrumentalidade do Serviço Social:
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A população atendida oriunda de comunidades carentes, geralmente ocupadas
pelo tráfico de drogas, famílias extensas, que vivem em moradias precárias e com baixo
grau de escolaridade, fator que gera desemprego e consequentemente envolvimento na
criminalidade e mundo do tráfico de drogas como estratégia de sobrevivência.
Acrescenta-se a essas condições a alta incidência na realidade familiar das diversas
formas de violência.
Quanto ao modelo de gestão democrática recomendado pela LDB, a qual deverá
ser consolidada por meio dos conselhos deliberativos, podemos afirmar conforme
Cavalcante (2014, p. 4), “a gestão democrática e participativa na política de educação,
proposta na legislação vigente, no espaço dos conselhos escolares não sucumbi
definitivamente, ela passa a ser boicotada, ou seja, os espaços existem, porém não se
legitimam na prática”. Neste cenário o profissional se depara com um campo minado por
correlação de forças e micropoder. No entanto, não pode perder de vista que:
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para o fortalecimento do Conselho Escolar e outros mecanismos de participação e
controle social, colabora no planejamento, execução e avaliação dos planos e projetos da
unidade escolar, sensibiliza o corpo docente, gestores e demais profissionais da escola
quanto as condições socioeconômicas e culturais dos discentes, acompanha as ações
desenvolvidas pela educação inclusiva e colabora nas ações pedagógicas
interdisciplinares.
Diante dos apontamentos antepostos, os quais desvelam mediações que a
intervenção profissional se depara no espaço da “escola em tempo integral”, ressaltamos
que são expressivos os desafios quanto a sua concepção legal e a efetividade, tendo em
vista a relevância desse espaço para educação, desenvolvimento e proteção dos discentes.
A nossa inquietação e compromisso prioritário é com a defesa intransigente dos direitos
da população atendida, neste caso, o acesso e a permanência dos educandos no espaço
escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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...o trabalho do/a assistente social, no campo da educação, não se
restringe ao segmento estudantil e nem às abordagens individuais.
Envolve também ações junto às famílias, aos professores e
professoras, aos demais trabalhadores e trabalhadoras da
educação, aos gestores e gestoras dos estabelecimentos públicos
e privados, aos/às profissionais e às redes que compõem as
demais políticas sociais, às instâncias de controle social e aos
movimentos sociais, ou seja, ações não só de caráter individual,
mas também coletivo, administrativo-organizacional, de
investigação, de articulação, de formação e capacitação
profissional (CFESS, 2012, p. 33).
REFERÊNCIAS
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CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS). Código de Ética Profissio-
nal do Assistente Social. Resolução n. 273, de 13 de março de 1993. Publicada no Diário
Oficial da União, Brasília, 30 mar. 1993. Brasília: CFESS, 1997.
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