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Curso de Leitura e Interpretação

de FISPQ - CLIF

Educação e aprendizado à distância

NORMA REGULAMENTADORA NR-26


SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E
COMUNICAÇÃO DE PERIGO

MÓDULO 1: COMPREENDENDO OS PERIGOS E RISCOS


DE PRODUTOS QUÍMICOS
CURSO DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE FISPQ - CLIF REBRAEN - CHEMICAL RISK
EAD - NORMA REGULAMENTADORA NR 26 - SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA E COMUNICAÇÃO DE PERIGO

Autora:
MsC. Camilla Colasso
Chemical Risk Toxicologist

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ÍNDICE:

Introdução

O que é perigo?

O que é risco?

Qual a diferença entre perigo e risco?

O que é Toxicologia?

Por que entender a Toxicologia?

Como a toxicologia influencia a vida das pessoas?

O que é via de exposição

Respiratória

Dérmica

Oral

Formas de exposição

Doenças ocupacionais

Dematoses ocupacionais

Doenças respiratórias ocupacionais

Prevenção das doenças ocupacionais

Bibliografia

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INTRODUÇÃO

Observe as figuras abaixo:

Das imagens acima, quais ilustram perigo ou risco?

Você se confundiu?
É comum ocorrer a confusão no conceito do que é perigo e do que é risco.

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Vamos esclarecer essa dúvida. Veja o exemplo abaixo:


Você está de férias em uma praia, e lê a seguinte placa:

Para você, a placa informa um perigo ou risco? Qual palavra deveria estar
escrita na placa? O que o tubarão pode fazer?
O tubarão pode matar, porque é carnívoro e ataca o ser humano para se
alimentar. Assim, a capacidade de matar ou ferir um indivíduo é uma
característica dele, ou seja, oferece um perigo sendo considerado perigoso.
Na placa, portanto, deveria constar a palavra: PERIGO

Porém, se você ignorar a placa e entrar no mar para se banhar, você está
correndo perigo ou risco?
Quando nos expomos a algum perigo, estamos correndo risco. Nesta situação,
corremos o risco de sermos ou não atacados pelo tubarão, logo, a chance de
sermos mortos ou feridos é grande, pois estamos expostos.
Agora que ficou um pouco mais claro, vamos conceituar.

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O QUE É PERIGO?

Capacidade intrínseca de um agente (seja físico, químico ou biológico) com


potencial suficiente para causar algum tipo particular de efeito, seja à saúde
humana e/ou ao meio ambiente.

No caso ilustrado acima, é a capacidade que o tubarão tem de provocar algum


dano, efeito ou morte ao ser humano.

O QUE É RISCO?

É a PROBABILIDADE de que uma perda ou dano ocorra motivada pela


exposição ao agente (físico, químico ou biológico).

RISCO (R) é diretamente relacionado com: EXPOSIÇÃO (E) e PERIGO (P)

R=ExP

No caso ilustrado acima, é a probabilidade de sermos atacados pelo tubarão,


devido à exposição (entrar no mar onde ele se encontra).

Risco = Exposição (entrar no mar) x Perigo (tubarão)

Agora que os conceitos estão mais claros vamos pensar no ambiente de


trabalho.

Durante a sua jornada de trabalho, você se expõe a diversos produtos


químicos. Se estes produtos apresentam algum perigo, como: tóxico,
inflamável, irritante aos olhos, entre outros, e você se expõe SEM as condições
adequadas (EPI, EPC, e outros), pode correr alguns riscos.

JÁ OUVIU FALAR EM TOXICOLOGIA!?

A toxicologia faz parte de nossas vidas desde a pré-história, porém, não


nos damos conta.

Desde o início das civilizações, o ser humano sempre teve necessidade


de encontrar venenos extraídos de animais e plantas, para caçar, guerrear,

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assassinar, etc. Assim inicia-se a Toxicologia: ciência especializada na procura


de tais substâncias que provocam efeitos nocivos - "envenenamento" - nas
pessoas ou em animais.

O QUE É TOXICOLOGIA?

É o estudo da interação entre um agente tóxico (produto químico -


veneno) e organismos vivos (homens, animais, plantas).

Porque entender a Toxicologia?

Durante a jornada de trabalho, entramos em contato com produtos


químicos, que se usados inadequadamente, podem provocar efeitos
desagradáveis para a nossa saúde. Logo, a toxicologia tem como objetivo
fornecer informações para que seja possível controlar o uso destes produtos
químicos no ambiente de trabalho de forma que sejam utilizados
adequadamente, prevenindo possíveis danos e estabelecendo o uso seguro
destes produtos químicos.

Observe as Figuras abaixo (Figura 1). Trabalhadores em contato com


substâncias químicas no local de trabalho sem o uso do Equipamento de
Proteção Individual - EPI. Em ambas as figuras, o líquido atingiu a pele, e para
entender qual o efeito que o líquido provocará na pele e na saúde dos
trabalhadores, utilizam-se os conhecimentos da Toxicologia, que determina
quais os efeitos nocivos (tóxicos) que esse líquido (produto químico) provocará
nos trabalhadores.

Figura 1. Trabalhador em contato com produto químico

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Como a toxicologia influência a vida das pessoas?

A toxicologia influencia de diversas maneiras a nossa vida. Observe as


figuras abaixo:

Figura 2. Alimentos contaminados com agrotóxicos

Figura 3. Indivíduo bêbado

Figura 4. Indivíduo fumando

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Figura 5. Derramamento de produto no trabalhador

Sabemos que a ingestão de alimentos com elevada concentração de


"agrotóxicos" pode afetar a saúde e desenvolver doenças ao longo do tempo.
Assim como o consumo exagerado de bebida alcoólica provoca danos ao
organismo e o hábito de fumar causa doenças. No ambiente de trabalho, a
exposição a produtos químicos de forma inadequada também provoca danos.

Todas as figuras descritas acima ilustram a maneira com que a


Toxicologia está presente em nossas vidas sem nos darmos conta.

O conhecimento dos efeitos nocivos que o "agrotóxico", a bebida


alcoólica, o cigarro e os produtos químicos provocam à saúde humana, é
devido à Toxicologia, ou seja, é devido ao estudo do contato desses produtos
com o organismo.

Por conta desses estudos, sabemos que o hábito de fumar provoca


câncer, o de ingerir bebida alcoólica por um longo período gera problemas no
fígado (cirrose). O indivíduo que ingere muito álcool - "o bêbado", começa a
falar demais, sente tonturas, vontade de vomitar, etc. Tais efeitos se devem à
ingestão demasiada de bebidas alcoólicas causando a intoxicação de nosso
organismo.

Assim, notamos que a toxicologia é uma ciência conhecida e antiga, mas


que muitas vezes passa desapercebida em nosso dia a dia. Mas agora que
compreendemos a sua importância em nossas vidas, vamos nos aprofundar
mais e entendê-la melhor.

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O QUE É VIA DE EXPOSIÇÃO?

Via de exposição é por onde o produto químico entra em contato com o


nosso corpo (organismo); dependerá do agente químico e da exposição.

As principais vias de exposição no ambiente de trabalho (ocupacional)


são: via dérmica (pele) e ocular, inalatória (respiração) e oral (boca). As figuras
abaixo descrevem as vias.

1. Via respiratória

A respiração é fundamental para o ser vivo, e pode ser resumida como o


ato de inalar e exalar ar pela boca, cavidades nasais e até pela pele. Esse
processo é fundamental para que ocorram as trocas gasosas (oxigênio - O2 e
dióxido de carbono - CO2) no pulmão. Para que a respiração se dê, alguns
órgãos fundamentais estão envolvidos, tais como: fossas nasais, faringe,
laringe, traqueia, brônquios e alvéolos pulmonares, conforme figura 6.

Além da respiração de O2 ela também contribui para a eliminação de


toxinas que são formadas em nosso corpo.

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Figura 6. Sistema respiratório

A via respiratória é uma importante porta de entrada para os produtos


químicos em nosso corpo, seja através de partículas líquidas ou sólidas
suspensas no ar, como gases, vapores, poeiras, etc. No ambiente de trabalho
podemos inalar esses produtos e estes provocarem efeitos nocivos à nossa
saúde.

2. Via dérmica

A pele é o revestimento externo do corpo humano. É o nosso maior órgão e


também o mais pesado.

Suas principais funções são: proteção dos tecidos mais profundos de


ameaças externas físicas, regulação da temperatura - perda de calor, proteção
contra a desidratação, reserva de nutrientes e ainda conter terminações
nervosas sensitivas (sentido de tato).

A pele pode ser dividida em: epiderme, derme e hipoderme, conforme


mostra a Figura 7.

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Figura 7. Constituição do tecido dérmico

Alguns produtos químicos atuam diretamente sobre a pele, causando


efeitos nocivos, como corrosão, irritação, alergia e outros. Como os produtos
ácidos ou básicos (soda cáustica, ácido sulfúrico e outros), que provocam
queimaduras e corrosões na pele, por exemplo.

Já outros compostos penetram nas camadas mais profundas da pele


(derme e hipoderme) e atingem a corrente sanguínea, provocando um efeito
distante do local de contato.

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3. Via oral
Se pensarmos em nosso dia a dia, a via digestória é extremamente
importante. É através da ingestão de alimentos que obtemos a energia
necessária para realizarmos todas as nossas atividades e nos mantermos
saudáveis. Também é de onde retiramos os nutrientes necessários para as
diversas funções do nosso organismo, como crescimento, reprodução,
locomoção, entre outros.

O sistema digestório tem extensão desde a boca até o ânus e mede em


torno de 6 a 9 metros em um ser humano adulto e apresenta uma série de
órgãos envolvidos na realização da digestão, conforme ilustra a figura 8.

Figura 8. Sistema digestivo

Quando pensamos em nosso local de trabalho e no contato com os


produtos químicos, a via oral não é tão comum, pois não os ingerimos, porém,
muitas vezes após manipulá-los, levamos as mãos à boca antes mesmo de
lavá-las, e assim podemos nos intoxicar devido ao descuido.

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Agora que já definimos o que são as vias de exposição, vamos nos


aprofundar mais.

FORMAS DE EXPOSIÇÃO

Tempo de exposição

Será que o tempo de contato com um produto químico perigoso


influencia nos possíveis efeitos à saúde?

O tempo de contato com os produtos químicos pode ser curto ou longo,


isto quer dizer que podemos realizar uma atividade durante um dia de trabalho
no qual manipulamos uma determinada substância por apenas alguns minutos,
ou exercer uma rotina profissional em que o contato com o produto seja diário,
de uso constante e tempo indeterminado.

O tempo de contato com produto químico interfere na toxicidade (nos


efeitos nocivos). Alguns agentes provocam danos à saúde em um curto período
de tempo, enquanto outros podem provocar danos após um longo período de
tempo.

Esse curto período de exposição é chamado de exposição aguda (até 24


horas após o contato/exposição), e a exposição por um longo período de tempo
é chamado de exposição crônica (meses e anos de contato com o agente
químico).

Exemplo de exposição aguda: dor de cabeça e desconforto gastrointestinal


devido à ingestão de bebida alcoólica.

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Exemplo de exposição crônica: desenvolvimento de câncer devido o hábito de


fumar.

Tipo de efeito
Agora que sabemos as vias de contato e o tempo de contato, vamos
conhecer mais sobre o local do efeito tóxico (nocivo).

Leia o caso a seguir.

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Caso: João trabalha em uma indústria química, todos os dias ele


organiza o almoxarifado e separa os produtos conforme as recomendações.
Em um determinado dia, João carregava um produto que sem querer caiu e
atingiu sua mão. Após uns 10 minutos ele percebeu que sua mão estava
vermelha, com ardência e coçando. João foi atendido na enfermaria e
medicado.

O caso de João mostra que em apenas alguns minutos após o contato


do produto químico com sua mão os efeitos nocivos se manifestaram
(vermelhidão, ardência e coceira). Esse efeito é chamado de efeito local: onde
o agente químico entrou em contato, provocou uma ação.

Efeito tóxico local: Ocorre no local do primeiro contato entre o organismo e o


agente químico.
Ex.: Irritação da pele

Outro tipo de efeito é o chamado efeito sistêmico.


Efeito sistêmico: É quando um agente químico entra em contato com o nosso
corpo, e provoca o efeito nocivo em um local distante da via de exposição.
Exemplo: a inalação de vapores de solvente pode provocar sonolência, tontura
e enjoo.

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Relembrando:

Aprendemos o que é toxicologia e como ela afeta nossa vida; o que é


perigo e risco; como os agentes químicos entram em contato com o nosso
corpo e que o tempo deste contato é importante para o aparecimento dos
efeitos nocivos.

Agora vamos entender quais os efeitos nocivos que os agentes


químicos podem causar à saúde humana.

DOENÇAS OCUPACIONAIS

O contato com produtos químicos perigosos no ambiente de trabalho


sem os devidos cuidados e segurança, pode causar efeitos nocivos a nossa
saúde e o desenvolvimento de algumas doenças. Essas doenças são
chamadas de doenças ocupacionais ou doenças do trabalho.

Muitos produtos químicos perigosos podem afetar alguns órgãos como:


cérebro, fígado, rins, pele, pulmão e outros, e acarretar o desenvolvimento de
doenças, sendo que as mais comuns são as do sistema respiratório e da pele.

Quando os produtos químicos afetam a pele as enfermidades são


chamadas de dermatoses ocupacionais, e quando atingem o sistema
respiratório são chamadas de doenças ocupacionais respiratórias.

DERMATOSES OCUPACIONAIS

Aquelas conhecidas como dermatoses ocupacionais afetam com maior


frequência as mãos, antebraços, braços, pescoço, face e pernas. Porém, em
alguns casos, todo o corpo pode ser atingido.

Alguns exemplos de doenças dérmicas provocadas por exposição a


produtos químicos:

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Trabalhador de indústria de borracha com vitiligo ocupacional, doença causada pela exposição
ao produto químico - monobentil éter de hidroquinona (MBEH)

Trabalhador da indústria de galvanoplastia com dermatite alérgica de contato, exposição ao


cromato, aceleradores de borracha, entre outros produtos.

Trabalhador da indústria de cimento. O contato frequente com cimento provocou alergia


severa, comprometendo os membros inferiores e superiores.

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Trabalhador da indústria do cimento com dermatite alérgica de contato devido à exposição ao


cromato e outros compostos químicos.

DOENÇAS OCUPACIONAIS RESPIRATÓRIAS

As doenças pulmonares de origem ocupacional são causadas pela


inalação de partículas, névoas, vapores ou gases nocivos encontrados no
ambiente de trabalho.

O local exato das vias aéreas ou dos pulmões onde a substância inalada
irá se depositar e o tipo de doença pulmonar que irá ocorrer dependerão do
tamanho e do tipo das partículas inaladas. As partículas maiores podem ficar
retidas nas narinas ou nas vias aéreas, mas as partículas menores atingem os
pulmões, podendo se dissolver e passar para a corrente sanguínea. A maioria
das partículas sólidas que não se dissolvem, são removidas pelas defesas do
organismo.

O corpo possui vários meios para eliminar as partículas aspiradas. Nas


vias aéreas, o muco recobre as partículas de modo a facilitar a sua expulsão
por meio da tosse.

Nos pulmões, existem células removedoras que "engolem" a maioria das


partículas, tornando-as inofensivas, porém, em alguns casos, as partículas não
são retidas e provocam danos aos pulmões.

Alguns exemplos de doenças respiratórias provocadas por exposição a


produtos químicos estão descritos na tabela abaixo:

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Porém podemos evitar o desenvolvimento das doenças ocupacionais se


tomarmos os devidos cuidados e precauções, conforme descrito a seguir.

PREVENÇÃO DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS

 Reconhecimento dos perigos dos produtos;


 Reconhecimento de que alguns indivíduos podem ser mais susceptíveis
que outros;
 Controle da exposição através de eliminação, substituição ou
engenharia;
 Proteção e higiene pessoal;
 Informação apropriada e treinamento dos trabalhadores;
 Monitoração e vigilância à saúde;
 Sistemas para diagnóstico, tratamento e relato de doenças;
 Equipamento de proteção individual adequado;
 Condições do local de trabalho;
 Equipamento de proteção coletiva (EPC) adequado.

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BIBLIOGRAFIA

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