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NIVELAMENTO APRENDIZAGEM NA EAD MEDIADA POR TIC

TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO (TIC) E
O AMBIENTE VIRTUAL DE
APRENDIZAGEM (AVA)

E
T
A
P
A
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Nivelamento sobre Aprendizagem na EAD mediada por TIC
Conteudista: Valéria Becher Trentin
Revisão: Janicéia Pereira da Silva

Nesta etapa, faremos reflexões sobre as transformações de um mundo globalizado


e pautado nas revoluções tecnológicas e científicas, as quais reafirmam as necessidades
de pensar e de articular uma proposta educacional adequada ao pleno desenvolvimento
humano, que necessita impactar todas as áreas do conhecimento. Essas transformações,
somadas à diversidade das relações estabelecidas no cotidiano escolar, tornam o exercício
da docência um desafio.
Nessa perspectiva tecnológica, os professores precisam criar situações de
aprendizagem nas quais os alunos coloquem conhecimentos em ação, pensem,
conceituem e construam conhecimentos acerca dos conteúdos envolvidos nas atividades
que realizam, e desenvolvam estratégias cognitivas, capacidade crítica e reflexão a
respeito das práticas, fornecendo e recebendo feedback, aprendendo a interagir com
colegas e professor e explorando atitudes e valores pessoais e sociais.

Vamos mergulhar no conhecimento?

3.1 O IMPACTO DAS TECNOLOGIAS DE


INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA
EDUCAÇÃO
O surgimento da tecnologia está relacionado com a história do homem e, portanto,
é um conceito complexo, que possui grande número de estudos acerca do tema.
Pesquisas demonstram que a principal era da tecnologia surgiu no século XVIII,
no período da Revolução Industrial, quando a tecnologia foi utilizada para a construção
das primeiras máquinas, o que contribuiu para as inovações tecnológicas. As principais
causas da Revolução Industrial foram a ascensão dos negócios e o desen­volvimento do
comércio. Assim, muitas inovações foram realizadas, como a criação de instrumentos de
trabalho, novos negócios, reorganização social, entre outras mudanças.
Mediante esse contexto, apresentaremos a linha do tempo com a evolução da
tecnologia:

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Pré-história

• 4 a 5 bilhões de anos atrás – o sol começa a produzir energia.


• 10 milhões de anos atrás – surgem as primeiras ferramentas: pedra, madeira e ossos.
• 1 a 2 milhões de anos atrás – os humanos descobrem o fogo.
• 25000 a 50000 a.C. – os humanos usam suas primeiras roupas.
• 10000 a.C. – os primeiros barcos são construídos.
• 6000 a 7000 a.C. – os primeiros tijolos feitos a mão são usados nas construções do
Oriente Médio.

Tempos Antigos

• 3500 a 5000 a.C. – o vidro é usado por humanos pela primeira vez.
• 3500 a.C. – invenção da roda.
• 3000 a.C. – as primeiras línguas são desenvolvidas pelos povos do sul da Mesopotâmia.
• 2000 a.C. – foi inventado o Shaduf, aparelho de irrigação, elaborado pelos egípcios,
que tinha como finalidade levantar coisas usando contrapesos.
• 1700 a.C. – surgimento do alfabeto semítico setentrional.
• 1000 a.C. – o ferro é muito utilizado para fabricar ferramentas e armas em todas as
partes do mundo.
• 600 a.C. – Tales de Mileto inventa a eletricidade estática.

Idade Média

• 700 a 900 d.C. – os chineses inventam a pólvora e os fogos de artifício.


• 852 d.C. – foi inventado o primeiro paraquedas.

Século XVII

• 1600 – Galileu Galilei inventa um termômetro.


• 1609 – Galileu Galilei constrói um telescópio e faz novas descobertas astronômicas.
• 1687 – Isaac Newton pública as três leis de Newton e a lei da gravitação universal.
• 1702 – Bartolomeo Cristofori inventa o piano.

Século XVIII

• 1712 – Thomas Newcomen desenvolve o motor a vapor.


• 1783 – os irmãos Joseph-Michel Montgolfier e Jacques-Étienne Montgolfier inventam
o balão de ar quente.

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Século XIX

• 1800 – Alessandro Volta faz a primeira bateria (conhecida como Pilha Voltaica).
• 1803 – Henry e Sealy Fourdrinier desenvolvem a máquina de fabricar papel.
• 1876 – Alexander Graham Bell patenteia o telefone, embora a verdadeira propriedade
da invenção ainda seja controversa até hoje.
• 1880 – Thomas Edison patenteia a moderna lâmpada elétrica incandescente.
• 1885 – Karl Benz constrói um carro com motor a gasolina.
• 1895 – o norte-americano Ogden Bolton Jr. inventa a bicicleta elétrica.

Século XX

• 1901 – o primeiro aspirador elétrico é desenvolvido.


• 1905 – Albert Einstein explica o efeito fotoelétrico.
• 1907 – Alva Fisher inventa a máquina de lavar roupas elétrica.
• 1921 – Karel Capek e seu irmão inventaram a palavra “robô” em uma peça sobre
humanos artificiais.
• 1928 – a geladeira elétrica é inventada.
• Anos 1950 – Percy Spencer, acidentalmente, descobre como cozinhar com micro-
ondas e, involuntariamente, inventa o forno de micro-ondas.
• 1954 – o físico indiano Narinder Kapany é pioneiro em fibra ótica.
• 1969 – os astronautas caminham na lua.
• 1973 – Martin Cooper desenvolve o primeiro celular portátil.
• 1976 – Steve Wozniak e Steve Jobs lançam o Apple I: um dos primeiros computadores
domésticos pessoais do mundo.
• 1981 – atingida pelo sucesso da Apple, a IBM lança seu próprio computador pessoal
acessível (PC).
• 1997 – as empresas de eletrônicos concordam em tornar o Wi-Fi um padrão mundial
para a internet sem fio.

Século XXI

• 2001 – a Apple revoluciona o mundo da música ao revelar o seu leitor de música iPod
MP3.
• 2001 – a enciclopédia on-line Wikipédia é fundada por Larry Sanger e Jimmy Wales.
• 2001 – Bram Cohen desenvolve o compartilhamento de arquivos BitTorrent.
• 2007 – a Amazon.com lança o seu leitor de livros eletrônicos (e-books) Kindle.
• 2007 – a Apple apresenta um celular touchscreen chamado iPhone.

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• 2010 – a televisão 3D começa a ficar mais amplamente disponível.
• 2011 – lançamento de Tablet Motorola com Honeycomb (primeira versão do
sistema Android desenvolvido especificamente para tablets), Galaxy Note (primeiro
smartphone do mundo com tela HD Super AMOLED e primeiro aparelho Android com
recursos de uma caneta, a SPen) e Galaxy Nexus (celular que marcou a estreia do
Android 4.0 Ice Cream Sandwich, primeiro do Google a fazer sucesso).
• 2012 – lançamento do carro elétrico Tesla Model S (com processador Tegra da Nvidia,
segundo modelo desenvolvido pela Tesla e que está entre os mais vendidos da marca
até hoje).
• 2013 – lançamento de Iphone 5S (primeiro celular com impressão digital); televisões
em 4K (popularização da tecnologia Ultra HD ao redor do mundo); Playstation 4 (o
console foi um dos mais importantes da década e é, atualmente, o 4º mais vendido
de todos os tempos; e Xbox One (primeira vez que a Microsoft utilizou blu-ray nos
videogames).
• 2014 – lançamento de Echo e Alexa (assistente pessoal e inteligência artificial
da Amazon); Xiaomi Mi Band (primeira pulseira inteligente para monitoramento
de atividades físicas com preço acessível); Oneplus One (primeiro celular com
CyanogenMod instalado de fábrica, em vez do Android padrão).
• 2015 – primeiro protótipo de carro autônomo do Google (veículo 100% autônomo,
sem volante, acelerador ou freio).
• 2016 – lançamento de Airpods (primeiro fone de ouvido sem fio da Apple).
• 2017 – lançamento de Nintendo Switch (inovador console híbrido Switch).
• 2018 – lançamento do Samsung Galaxy S9, primeiro celular com câmera com abertura
variável.
• 2019 – lançamento do Flexpai, da Royole, primeiro smartphone com tela dobrável do
mundo; a Coreia do Sul foi o primeiro país a adotar a tecnologia 5G.
• 2020 – sistema instantâneo de pagamentos PlX, que mudou o modo de transferir e
receber dinheiro no Brasil.
• 2021 – Clubhouse (rede social exclusiva para áudios, instigou outros players a pensar
em ferramentas de áudio).

Fonte: adaptado de https://escolaeducacao.com.br/evolucao-da-tecnologia/; https://bit.ly/3JAiEss.


Acesso em: 20 ago. 2022.

Por meio dessa linha do tempo, compreendemos que a tecnologia é um


saber que advém de estudos e conhecimentos teóricos e práticos da pesquisa
tecnológica. Nesse contexto, contribui para a reconstrução e a transformação
social, que se torna importante para as relações humanas, possuindo estreita
relação com conhecimentos empíricos e científicos.

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Nesse momento, você pode pensar que a EAD surgiu com a internet. Não, ela
não surgiu com a internet. A EAD surgiu muito antes da internet!
Moore e Kearsley (2008) descreveram, no livro Educação a Distância: Uma Visão
Integrada, a história da EAD, dividida em cinco gerações, e destacaram os períodos
históricos e os avanços tecnológicos de cada época, apontando experiências de diferentes
países, como Estados Unidos, Grã-Bretanha e Inglaterra. No entanto, enfatizaremos as
ações e os programas desenvolvidos no Brasil.

PRIMEIRA GERAÇÃO: ENSINO POR CORRESPONDÊNCIA

Segundo Moore e Kearsley (2008), a primeira geração ocorreu no período entre o


início da década de 1880 e início da década de 1920, e foi considerada o primeiro modelo
pedagógico de EAD, centrado em uma prática individualizada, com estudo independente,
pautado nas comunicações textual e impressa. Como, nessa época, o correio era a
tecnologia mais avançada como meio de comunicação, os estudantes recebiam os
materiais por correspondência, em formato de apostilas, para estudo e testes de
avaliação. Depois de preenchidos, deveriam ser, novamente, postados via correio, para a
correção das atividades (MOORE; KEARSLEY, 2008).

SEGUNDA GERAÇÃO: MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA

Os meios de comunicação de massa marcam o surgimento da segunda geração,


que teve início, no Brasil, ainda na década de 1920, quando começou a se fazer uso do
rádio e da televisão (MOORE; KEARSLEY, 2008). A ampliação de recursos modificou o
modelo pedagógico, que passava a contar com uma maior variedade de tecnologias para
a gravação e a transmissão de aulas. Entretanto, o acesso aos materiais e o meio de
comunicação entre professores e alunos permaneceram sendo realizados por correio
(MOORE; KEARSLEY, 2008).
A partir dos anos 1960 e 1970, a televisão passou a ser usada para a educação
brasileira, por meio de diferentes iniciativas e projetos, tendo, como principais finalidades,
o treinamento dos professores e a oferta do ensino supletivo nos níveis primário e
secundário, o que tornou possível associar o conceito de EAD com a comunicação de
massa (MOORE; KEARSLEY, 2008).

TERCEIRA GERAÇÃO: EXPERIÊNCIAS EM EAD

Moore e Kearsley (2008) ressaltam que, no final dos anos 1960, a terceira geração
foi reconhecida pela reorganização da educação sob o ponto de vista pedagógico
da EAD, o que gerou uma nova modalidade, que fazia uso associado e integrado das

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tecnologias disponíveis, elaborando kits de materiais (recursos impressos, transmissões
via rádio e televisão e vídeos pré-gravados, telefone e conferências por telefone)
para a realização de experiências práticas, que foram muito utilizadas na capacitação
e na formação profissional na área da EAD (MOORE; KEARSLEY, 2008). No entanto,
permanecia a relevância do material impresso como principal recurso de transmissão de
conteúdo, apesar da existência de novas tecnologias. Nesse período, também surgiram
as universidades abertas, com ensino totalmente a distância (MOORE; KEARSLEY, 2008).

QUARTA GERAÇÃO: TELECONFERÊNCIA

Na quarta geração, fez-se uso mais efetivo da teleconferência (conferência a


distância), tecnologia que viabilizou a interação em tempo real, transformando o processo
de ensino-aprendizagem e as relações de comunicação entre professores e alunos
(MOORE; KEARSLEY, 2008). No início da década de 1970, foi criado, como uma iniciativa
do Ministério da Educação (MEC), do Centro Nacional de Pesquisas e Desenvolvimento
Tecnológico (CNPq) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o projeto Satélite
Avançado de Comunicações Interdisciplinares (SACI), com o objetivo de estabelecer um
sistema nacional de teleducação, via satélite. O projeto se destinava ao oferecimento de
programas educacionais para o atendimento das quatro séries do primeiro grau, a partir
de um sistema integrado de televisão, rádio e material impresso. Eram disponibilizadas
aulas pré-gravadas via satélite, usando linguagem de telenovela e suporte de material
impresso para os alunos. O projeto SACI também foi utilizado para o treinamento de
professores em regiões remotas do país (MOORE; KEARSLEY, 2008).

QUINTA GERAÇÃO: COMPUTADOR E INTERNET

Geração marcada pelas aulas virtuais, por meio de computador e internet. Com
o surgimento da internet, inicia-se uma nova evolução na forma de educação, pois é
possível conectar grupos de estudos pelo mundo todo. Como as tecnologias das gerações
anteriores, a tecnologia da internet estimula novas ideias de como organizar o ensino a
distância (MOORE; KEARSLE, 2008).
Moore e Kearsley (2008) descreveram o que se vive na quinta geração, porém,
podemos considerar que vivemos essa geração de forma evoluída, com tecnologias que
ultrapassam as distâncias geográficas, garantindo o acesso às formas de comunicação,
caracterizadas pelo uso das redes de computadores e da internet e por meio de Ambientes
Virtuais de Aprendizagem (AVA) (MOORE; KEARSLE, 2008).
Mediante a utilização das tecnologias ao longo da EAD, podemos perceber que,
no nosso cotidiano, a educação está em processo de transformação, de maneira a
ensinar e a aprender, ampliando os sentidos e favorecendo a criação de novas formas

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de compreender e de lidar com a construção do conhecimento. Ao conhecermos essa
trajetória histórica e a importância dela para a democratização do ensino, podemos fazer
reflexões e pensar em novas formas de mediar o conhecimento com os nossos alunos na
sociedade da informação.
Antes de aprendermos a respeito das ferramentas tecnológicas que podem ser
utilizadas na educação atualmente, vale destacar que a difusão das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC) foi responsável pela criação de experiências a partir das
quais as informações foram criadas, distribuídas, usadas e manipuladas, de acordo com a
evolução tecnológica.
Afinal, o que são as TIC?
As TIC são constituídas pelo conjunto de recursos tecnológicos utilizados,
de maneira integrada, nos processos informacionais e comunicativos. Na educação,
são consideradas, também, recursos didáticos que podem oportunizar novas trocas,
possibilidades de interação do aluno com o professor e com a realidade social a partir do
uso das ferramentas (MATTAR, 2012).
Nesse contexto de interação e tecnologias, podemos ressaltar que as atividades
dessas interações podem ser realizadas por meio de mediações síncronas e assíncronas
– mas você sabe o que são essas mediações?

A mediação síncrona é aquela em que o professor e o aluno devem utilizar o


meio no mesmo instante, ou seja, utilizando uma ferramenta em tempo real. Por exemplo:
chat, audioconferência, videoconferência e groupware.

A mediação assíncrona acontece quando o professor envia uma mensagem


ao aluno, que pode lê-la ou respondê-la em outro momento. Por exemplo: fórum, e-mail
e blogs.

Agora que aprendemos o que significam as mediações síncrona e assíncrona,


conheceremos as ferramentas tecnológicas que são utilizadas na Educação.

Vamos lá?!

E-MAIL OU CORREIO ELETRÔNICO

O e-mail é um dos serviços mais utilizados na internet. É um recurso que permite


a troca de mensagens por meio de textos, figuras e outros arquivos via internet. O
correio eletrônico funciona por meio da comunicação assíncrona, ou seja, o remetente
e o destinatário da mensagem não precisam estar conectados simultaneamente.

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As mensagens ficam registradas, podendo ser lidas e respondidas, de acordo com a
disponibilidade de acesso. Pode-se dizer que o correio on-line revolucionou esse tipo de
comunicação, aproximando pessoas remotamente distantes.

VIDEOAULAS

As aulas são gravadas em vídeo e, posteriormente, transmitidas on-line. As


gravações, quando disponibilizadas, podem ser acessadas pelos alunos. Vale destacar
que há diferentes formatos de videoaulas: gravação do professor; entrevista; mesa
redonda; utilização de recursos gráficos com imagens, sons e interatividade. A utilização
das videoaulas busca possibilitar um conteúdo mais atrativo, contribuindo para a
aprendizagem do aluno, por meio dos recursos audiovisuais.

PODCASTS

Os podcasts são conteúdos de mídia em formato de áudio, que apresentam


características de programas de rádio. No mesmo intento das videoaulas, podem ser
criados em diferentes formatos, desde falas, entrevista ou, até mesmo, em formato
de radionovela (com enredo, história e uso de efeitos sonoros). A vantagem é que,
normalmente, geram arquivos menos robustos em comparação às videoaulas, sendo mais
fáceis de serem baixados e ouvidos.

WEBCONFERÊNCIA

A webconferência permite a transmissão simultânea de imagens e de sons em


dispositivos de comunicação (câmera, fones e microfones), viabilizando uma comunicação
bidirecional entre professores, tutores e alunos, possibilitando a interação em tempo
real. Dependendo da ferramenta, podem ser utilizados recursos para o uso simultâneo
de uma sala de bate-papo, compartilhamento de telas, imagens e arquivos e anotações,
oportunizando, assim, a realização de uma aula ou, mesmo, de uma reunião on-line,
gravada ou não.

FÓRUNS E CHATS

Os fóruns e os chats são ferramentas de comunicação, sendo o fórum utilizado


de modo assíncrono e o chat, dos modos síncrono e simultâneo. Essas ferramentas
tecnológicas permitem, principalmente pelo recurso da escrita, o debate, a interação de
professores, tutores e alunos e o compartilhamento de ideias, dúvidas, atividades etc. Em

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ambos os casos, as conversas e as demais escritas, normalmente, ficam armazenadas
e disponíveis para acesso posterior. São recursos que podem contribuir para uma
aprendizagem mais colaborativa, voltada para a construção do conhecimento.

SITES E BLOGS

São páginas de acesso via internet. Os sites divulgam informações e conteúdos


on-line com os mais variados e diferentes assuntos. Os blogs, normalmente, têm um
formato mais simples, o que permite a criação e a edição, sem haver a necessidade de
conhecimentos de programação, tendo sido, inicialmente, usados como diários eletrônicos,
mas, hoje, são usados também para fins pedagógicos, como material complementar às
aulas, com a possibilidade de inserção de comentários em cada publicação.

3.2 O AMBIENTE VIRTUAL COMO ESPAÇO


DE APRENDIZAGEM
Segundo Santinello (2015), AVAs são páginas, na internet, que disponibilizam
ferramentas síncronas e assíncronas. Permitem buscar informações e auxiliar professores
no processo de EAD.

Figura 18 – Ambiente Virtual de Aprendizagem

Fonte: https://blog.santoagostinho.com.br/wp-content/uploads/2020/06/menino-estudante-am-
biente-virtual.jpg. Acesso em: 20 ago. 2022.

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No contexto do AVA, destacamos que os recursos mediáticos tornam os conteúdos
mais atrativos e interativos, aproximando, assim, os conteúdos da realidade dos alunos.

_Você sabia que o AVA é


um espaço social?
Os ambientes virtuais de aprendizagem oferecem espaços virtuais ideais para
que os alunos possam se reunir, compartilhar, colaborar e aprender juntos. Vale ressaltar
que, no Brasil, esses ambientes virtuais, ou plataformas para educação on-line, ficaram
consagrados com o nome de AVAs, mas também receberam nomes e siglas diferentes,
em inglês, como Ambientes Integrados de Aprendizagem (Integrated Distributed
Learning Environments – IDLE), Sistema de Gerenciamento de Aprendizagem (Learning
Management System – LMS), e Espaços Virtuais de Aprendizagem (Virtual Learning
Spaces – VLE) (PAIVA, 2010).
Os AVAs, ainda, oferecem uma interface gráfica e algumas ferramentas, como das
comunicações assíncrona (fórum, e-mail, blog e mural) e síncrona (chat); de avaliação e de
construção coletiva (testes, trabalhos, wikis, glossários); de instrução (textos, atividades,
livros, vídeos); de pesquisa de opinião (enquetes, questionários); e de administração (perfil
do aluno, cadastro, emissão de senha, criação de grupos, banco de dados, configurações,
diários de classe, geração de controle de frequência e geração de relatórios, gráficos e
estatísticas de participação) (PAIVA, 2010).
Agora que você já sabe o que é o AVA, a seguir, compreenderemos como ele
funciona na prática.

Fonte: adaptado de https://www.ead.com.br/o-que-e-ava. Acesso em: 20 ago. 2022.

_COMO FUNCIONA O
AMBIENTE VIRTUAL DE
APRENDIZAGEM?
No AVA, o acesso ocorre por meio de login e senha, a serem fornecidos no momento
que o aluno realizar sua matrícula na instituição. Cada AVA funciona de forma diferente,
porém todos têm um ponto em comum: o sistema pode ser acessado por alunos,
professores e também pela diretoria de uma instituição. No entanto, cada um deles terá
um nível de acesso diferenciado, visualizando, assim, o ambiente de formas diferentes.

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Veja a seguir as funções que normalmente são visíveis aos alunos:

• Aulas ao vivo ou gravadas.


• Bibliografia da disciplina e materiais de apoio.
• Canal direto de contato com professores, outros alunos e com a secretaria da
instituição.
• Área de entrega de provas e exercícios.
• Emissão de boletos para pagamento do curso.
• Emissão de certificados e declarações.
• Acompanhamento de notas.
• Debates e fóruns avaliativos.

Entre as funções que, normalmente, são visíveis aos professores:

• Gestão de alunos matriculados na disciplina.


• Gestão de provas e atividades.
• Canal de transmissão de mensagens para turmas distintas.
• Organização dos conteúdos do curso.
• Criação e aplicação de avaliações e exercícios.

_QUAIS AS VANTAGENS DO
AMBIENTE VIRTUAL DE
APRENDIZAGEM?
Por ser um espaço coletivo com o objetivo de tornar o processo de aprendizagem
mais acessível e dinâmico, além de facilitar a comunicação entre alunos e professores, o
AVA apresenta uma série de vantagens. Veja a seguir:

POTENCIALIZA A APRENDIZAGEM

Por ser uma plataforma que reúne todos os conteúdos em um só lugar, o AVA dá ao
aluno a possibilidade de acessar o material de estudo sempre que precisar. As videoaulas
ficam disponíveis na plataforma, sendo que o aluno pode revê-las quantas vezes quiser.
De igual forma, as apostilas e os exercícios também ficam disponíveis para revisão no
ambiente, sempre à disposição.

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Essa facilidade, de ter o conteúdo à mão quando necessário, é uma grande
vantagem para quem tem horários corridos e precisa acessar o material de estudo de
qualquer lugar. Você escolhe a hora e o lugar para assistir as suas aulas e fazer revisões.
Basta dar o play!

COLOCA O ALUNO COMO PROTAGONISTA


Por reunir todo o conteúdo em um só lugar e não estipular horários, o AVA dá


ao aluno muito mais autonomia sobre seu processo de aprendizagem, pois ele escolhe
o melhor horário para assistir as suas aulas (caso não sejam ao vivo), pode realizar as
atividades quando tiver tempo, visualizar o calendário do curso por completo e controlar
seus prazos, o que o ajuda a desenvolver mais responsabilidade, foco em seus objetivos
e protagonismo em sua jornada rumo ao diploma.

POSSUI ACESSO EM DIVERSOS DISPOSITIVOS


Uma das maiores vantagens do AVA é que, uma vez que seu objetivo é proporcionar
o acesso de qualquer lugar, ele visa a ser compatível com diversos modelos de dispositivo
e se adaptar a diferentes plataformas como celular, computador ou tablet.
Essa capacidade de adaptação, também conhecida como responsividade, tem se
intensificado nos últimos tempos, em decorrência do aumento na origem de tráfego,
vinda de dispositivos móveis, e dá aos alunos e professores maior controle e liberdade
sobre onde e quando acessar a plataforma.

PROPORCIONA PERSONALIZAÇÃO DAS AULAS


O AVA reúne informações sobre o progresso de cada aluno em seu sistema e é


capaz de fornecer aos professores uma visão geral de todas as turmas, séries e disciplinas.
Esses dados ajudam a instituição a avaliar se sua metodologia de ensino tem sido efetiva
e quais seus pontos fortes e fracos com base no desempenho dos alunos.
Além disso, com base nesses dados, os professores, junto à instituição, podem
identificar as disciplinas que os alunos têm mais dificuldades e criar estratégias para
melhorar o processo de aprendizagem de cada aluno, de forma personalizada.

COMPLEMENTA O ENSINO PRESENCIAL E FACILITA A MODALIDADE EAD


O AVA também pode ser utilizado para complementar o ensino presencial,


disponibilizando conteúdo de apoio às aulas presenciais. A ferramenta pode fazer parte
da rotina da instituição, criando uma metodologia de ensino inovadora, com base em um
modelo híbrido, em que o conteúdo pode ser acessado on-line pelos alunos.
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Além disso, o AVA é uma ferramenta imprescindível para a viabilização da EAD, pois
é por meio dela que 90% das interações entre aluno e instituição serão realizadas, uma
vez que, na maioria dos cursos a distância, o aluno só precisa comparecer ao polo, mais
próximo de sua residência, uma vez a cada semestre para realizar uma avaliação.

Fonte: adaptado de https://www.ead.com.br/o-que-e-ava. Acesso em: 20 ago. 2022.

A partir das aprendizagens das ferramentas tecnológicas utilizadas na educação,


podemos compreender que estas vêm possibilitando experiências significativas, que
auxiliam na organização do processo pedagógico, tornando-se, assim, a aprendizagem
mais atrativa. Nesse sentido, vale ressaltarmos que as tecnologias contribuem muito
para que ocorram profundas alterações na educação, o que permite que as práticas
pedagógicas, na modalidade presencial, estão aptas a utilizar as tecnologias para auxiliar
no processo de ensino-aprendizagem.

3.3 MATERIAIS DIDÁTICOS


O material didático é uma ferramenta indissociável à educação (DO ESPÍRITO
SANTO; BOHRZ, 2015). Nesse sentido, é importante compreendermos como os materiais
didáticos (conteúdo e mídias) são produzidos, transmitidos e recebidos. De acordo com
Neder (2009):

ao selecionar os textos que serão trabalhados e, ainda, ao planejar e


elaborar os guias didáticos que servirão de apoio para os alunos, os
professores, ou a equipe responsável pelo ensino, devem ter muito
claros os objetivos do estudo de determinado conteúdo, na perspec-
tiva do projeto do curso e da concepção de currículo adotada (NEDER,
2009, p. 18 apud DO ESPÍRITO SANTO; BOHRZ, 2015, p. 2).

Nesse contexto, destacamos Preti (2010), o qual ressalta que o material didático
necessita:

a) redação clara, objetiva, direta, com moderada densidade de infor-


mação; b) sugestões explícitas ao longo do texto (o que é importante
e relevante, sugestão de leituras, atividades); c) texto estruturado
de maneira que propicie coerência interna (“costura”, articulação) e
localização fácil da informação (por meio da numeração, destaques,
ícones, etc.); d) apresentação clara dos objetivos; e) linguagem simples
e científica, ao mesmo tempo (PRETI, 2010, p. 73 apud DO ESPÍRITO
SANTO; BOHRZ, 2015, p. 3).

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Além do conteúdo impresso, o material didático pode ser composto por outros
recursos, como os multimídias. Nesse sentido, Moran (1995, p. 3) detalha o modo como os
elementos de uma obra audiovisual se relaciona com o processo educacional e apresenta
propostas de utilização:

• Sensibilização: o vídeo é utilizado visando à contextualização de um novo tema, de


forma a gerar o interesse e despertar a curiosidade do aluno acerca dos assuntos a
serem abordados na sequência.
• Ilustração: o vídeo é utilizado como apoio a uma exposição sobre determinado
assunto, com o objetivo de ampliar o espaço de ensino-aprendizagem por meio da
apresentação de cenários alheios ao ambiente educacional.
• Simulação: o vídeo é usado para demonstrar situações, fatos ou procedimentos,
cuja realização no ambiente de ensino-aprendizagem é inviável, em função das suas
limitações espaço-temporais (MORAN, 1995).
• Conteúdo: o vídeo é empregado para apresentar informações sobre determinado
assunto.
• Produção: o vídeo é utilizado para registro e documentação das atividades
desenvolvidas em sala de aula.

Mediante o contexto destacado, vale ressaltarmos que, na articulação entre as


diferentes mídias que integram o material didático, é preciso avaliar muito bem em que
momentos cabem materiais produzidos em mídia impressa ou digital, pois depende de
cada contexto. O foco no público-alvo, ou seja, no aluno, é fundamental. Além disso, deve
ser equilibrado e harmônico para motivar a aprendizagem.

3.4 RECURSOS QUE AUXILIAM NA


APRENDIZAGEM
Iniciaremos com os recursos que auxiliam na aprendizagem, fazendo a seguinte
pergunta: você conhece softwares educativos?

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Figura 19 – Software educativo

Fonte: https://a.fsdn.com/con/app/proj/luzdosaber/screenshots/screen4.jpg/max/max/1. Acesso


em: 20 ago. 2022.

Os softwares educativos são programas de computador criados com o objetivo de


facilitar o processo de ensino-aprendizagem escolar, que proporcionam interatividade e
personalização, de acordo com os objetivos propostos para desenvolvimento em cada
nível de educação.

Você sabia que o uso de softwares na educação também serve para mapear
a aprendizagem dos estudantes, avaliando os benefícios, os malefícios, o que foi
desenvolvido e o que é necessário desenvolver.

Segundo Maziero, Andrade e Rubio (2020), existem alguns tipos de softwares


educacionais, como os tutoriais.

Os tutoriais são softwares cujas informações são apresentadas aos estudantes


seguindo uma sequência particular, em que o próprio software tem o controle do que pode
ser apresentado ao estudante; podem ocorrer também na forma em que o estudante
escolhe a informação que deseja. “Em ambos os casos, a informação que está disponível
ao aprendiz foi definida e organizada previamente. Ele está restrito a essa informação e o
computador assume o papel de uma máquina de ensinar” (VALENTE, 1999, p. 90). Nesse
contexto, o professor cria as situações a serem apresentadas aos estudantes e realiza
interações para saber se estão conseguindo manipular as informações recebidas pelo
software, transformando-as em conhecimento.

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_VOCÊ JÁ OUVIU FALAR EM
LABORATÓRIO VIRTUAL?
Figura 20 – Laboratório virtual de matemática

Fonte: https://i.ytimg.com/vi/9noXSKFxrso/maxresdefault.jpg. Acesso em: 20 ago. 2022.

VAMOS CONHECER O QUE É UM LABORATÓRIO VIRTUAL E SABER COMO


FUNCIONA NA PRÁTICA?

Fonte: adaptado de https://blog.saraivaeducacao.com.br/laboratorio-virtual/. Acesso em: 20 ago.


2022.

_Quais os benefícios dos


laboratórios virtuais?
Já é possível ter uma ideia dos grandes benefícios ligados aos laboratórios virtuais,
independentemente da modalidade de curso escolhida. Eles são formas de otimizar tempo
e recursos dentro da instituição de ensino superior (IES), para oferecer uma experiência
prática completa dentro da proposta pedagógica dos cursos.
Os proveitos de sua aplicação nas instituições passam por questões de engajamento,
aprendizado, financeiras e ligadas à complexidade da formação fornecida.

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Quer saber mais sobre as vantagens dessa tecnologia? Entre as várias utilidades
dos laboratórios virtuais, selecionamos três benefícios para as IES que podem inspirar
e estimular a busca por esse tipo de solução educacional.

1. LETRAMENTO DIGITAL

Um dos pontos que fazem com que os laboratórios virtuais sejam recursos
eficientes para quaisquer modalidades de curso é a  aproximação que promove
entre alunos e tecnologias.
Esse tipo de interação também beneficia o processo de  engajamento dos
estudantes, que estão mais adaptados à dinâmica de jogos, redes sociais, aplicativos
e sites. Isso torna o conteúdo mais leve e, consequentemente, mais simples de ser
assimilado e replicado na vivência profissional dos alunos. 
Essa é uma forma de aplicar metodologias ativas de ensino na base pedagógica do
curso, promovendo interação direta com as teorias explicadas e discutidas em
sala de aula.

2. PREPARAÇÃO PRÁTICA

A união entre o que é aprendido na teoria e a prática no laboratório faz com que os
estudantes possam captar, de forma mais completa, o conteúdo. Além disso, a simulação
bem-feita permite que o ambiente e os desafios da prática profissional possam ser
transpostos para o ambiente virtual, de forma prática e acessível.

3. FLEXIBILIDADE

Por fim, mas não menos importante, oferecer flexibilidade é um dos grandes


trunfos do laboratório virtual. É possível tirar dúvida, quando necessário, sem precisar
realizar deslocamentos, ao utilizar um equipamento que faz parte da nossa rotina, que é
o computador, o tablet ou o celular. 
Além disso, há um ganho em  acessibilidade na educação em dois aspectos da
palavra:

• O primeiro é o impacto financeiro, nem que seja para ir até a sede da IES, ou comprar
algum material extra, como equipamento de proteção individual (EPI). 
• O segundo se refere às adaptações das plataformas, para melhor atender a pessoas
com deficiência, seja com legendas, recursos de voz etc.

A flexibilidade também fortalece a postura protagonista do aluno, que pode

18
tanto utilizar esse recurso de acordo com a sua necessidade como em uma preparação
para provas, por exemplo.

_COMO O LABORATÓRIO
VIRTUAL FUNCIONA?
Como o laboratório virtual funciona? Existem alguns modos de funcionamento,
como veremos a seguir. 
Os laboratórios virtuais podem estar integrados às plataformas das próprias
instituições de educação.
Outra opção é serem hospedados em sites ou, até mesmo, disponibilizados
como um software, com ou sem acesso à internet. Geralmente, a aula prática é
precedida de uma aula teórica, que irá apresentar o conteúdo necessário para que a
experiência empírica seja bem aproveitada.
Diferentemente de um laboratório tradicional, no laboratório virtual todos têm a
oportunidade de participar de todas as etapas da prática ou experimento e de
repeti-las, caso sintam que é necessário para o entendimento.
Uma forma diferente de utilizar esse recurso é integrá-lo ao laboratório
tradicional.  Com isso, é possível simular a prática ou experimento antes de realizá-lo
“ao vivo”, o que oferece maior perícia e nível de segurança, além da participação de todos
os alunos em alguma etapa do processo.

Fonte: adaptado de https://blog.saraivaeducacao.com.br/laboratorio-virtual/. Acesso em: 20 ago.


2022.

_COMPETÊNCIAS E
HABILIDADES DO
ACADÊMICO DA EAD
Para além da separação física, a EAD é caracterizada por um novo entendimento
acerca da concepção de tempo. Nessa perspectiva, o tempo permanece sendo utilizado
como uma forma de medir a aprendizagem, mas é preciso levar em conta as especificidades
do tempo virtual. De acordo com Lévy (1999), o tempo virtual pode ser definido pela
ausência de limites e de obstáculos que são comuns na vida cotidiana, oportunizando
uma realidade virtual, capaz de representar um mundo “sempre acordado”.

19
Assim, pode contribuir para o atendimento das necessidades individuais de cada
aluno e dos diferentes ritmos de aprendizagem. No entanto, vale destacar que a EAD “não
representa uma solução simples para quem não tem tempo para um curso presencial. A
modalidade de Educação a Distância proporciona uma certa plasticidade por superar a
questão do espaço, e não a falta de tempo” (OLIVEIRA, 2003, p. 180).
Mediante o anunciado, destacamos que a flexibilidade é uma característica da EAD,
a qual pode ser entendida pela expansão dos espaços e dos tempos, e pela criação de
formas alternativas de assistência para a realização das aulas (como o agendamento de
encontros virtuais, a promoção de atividades extras etc.). Dessa forma, a flexibilidade da
EAD pode auxiliar o aluno a desenvolver as capacidades de aprendizagem e de autonomia
(MAIA; MATTAR, 2007).
Assim, podemos compreender que a EAD apresenta como características:

• Relação entre professor e aluno para além dos espaços convencionais e com tempos
diferenciados.
• Ampliação dos espaços de interação entre estudantes, por meio das ferramentas e
dos recursos de comunicação.
• Espaços privados ou coletivos para comunicação, orientação e ampla possibilidade de
acompanhamento de processo pelo uso dos recursos tecnológicos.
• Clara proposta de trabalho e com disponibilização de conteúdo didático (maior do que
em situações presenciais).
• Flexibilidade de tempo e de comunicação – respeito aos diferentes ritmos de
aprendizagem.
• Ênfase para a autonomia e para o diálogo.

Podemos inferir que a EAD é caracterizada, basicamente, pela separação do


professor e do aluno no tempo e no espaço (geograficamente), sendo que o controle do
aprendizado é feito de forma mais intensa pelo aluno, o que caracteriza o estudo como
independente. A comunicação entre alunos e professores é mediada por documentos
impressos ou alguma forma de tecnologia.
Percebemos que o acadêmico da EAD desenvolve habilidades que geram certas
capacidades que não são observadas na educação presencial. O aluno demonstra
autonomia nos estudos, pois é possível estabelecer horários e locais convenientes e
oportunos, respeitando o ritmo de aprendizagem.
Afirma a capacidade auto-organizativa e o aprendizado autodirigido, justamente,
pelo fato de a distância geográfica impedir que professores e alunos estejam no mesmo
espaço e no mesmo tempo.
O autoconhecimento, a disciplina e a determinação são fatores característicos da
EAD, desenvolvidos e motivados pelas separações física e geográfica entre professores

20
e alunos. Esses fatores são desenvolvidos conforme as necessidades de cada indivíduo,
que, inseridos em contextos diferenciados e diversificados, apresentam, também, graus
distintos de necessidades.
Também podemos destacar, como característica da EAD, o fato de o aluno se
adequar aos modelos de ensino propostos pela instituição, utilizando diferentes meios
tecnológicos. São competências que o indivíduo desenvolve para viver em sociedade,
principalmente, em uma sociedade que, a todo instante, modifica-se e que exige
indivíduos capazes, capacitados para viver em grupo e desenvolver atividades voltadas
para o coletivo.
Belloni (2001, p. 5) enfatiza que “os indivíduos das sociedades contemporâneas
necessitam desenvolver competências múltiplas, aprender a trabalhar em equipe e se
adaptar a situações novas”. Para sobreviver e se integrar ao mercado de trabalho, o cidadão
precisa desenvolver uma série de capacidades novas, como autogestão, resolução
de problemas, adaptação, flexibilidade diante de novos desafios, responsabilidade
e aprendizado de forma autônoma. Por fim, é preciso trabalhar em grupo, de modo
cooperativo e pouco hierarquizado.
Assim, ao fazermos uma análise, podemos inferir que o aluno a distância é diferente
do aluno presencial. Essa diferença emerge devido ao aluno, na EAD, ter aptidões voltadas
para o estudo de forma autônoma, além da existência, nessa modalidade de ensino, de
habilidades de comunicação distintas.

Com base no exposto, podemos destacar que o aluno, na EAD, engloba:

• a motivação para o aprendizado, tendo visão de futuro;


• a realização do planejamento das ações;
• o comprometimento, a disciplina e a perseverança;
• a consciência das responsabilidades, sendo capaz de ser o gestor da própria
aprendizagem, mantendo direção e foco nos objetivos (PALOFF; PRATT, 2004).

A Figura 21 apresenta algumas características, apontadas por Paloff e Pratt


(2004), que retratam o aluno na EAD.

21
Figura 21 – Características do aluno virtual de sucesso

CARACTERÍSTICAS DO ALUNO VIRTUAL DE SUCESSO


Sabe utilizar e explorar as potencialidades dos recursos tecnológicos.
Mantém a mente aberta e a capacidade de reflexão.
Utiliza as experiências no processo de aprendizagem.
Comprometimento consigo próprio e com o grupo.
Está preparado para compartilhar as experiências educacionais para contribuir no
processo de ensino.
Dedica-se aos estudos com o tempo e a qualidade necessários.
Estabelece uma comunicação permanente com o professor e os colegas.
Tem automotivação e autodisciplina.
Sabe trabalhar, coletivamente, com os colegas, para atingir os objetivos de aprendizagem
e do curso.
Considera que a aprendizagem pode ocorrer em quaisquer espaços e em tempos
diferentes.
Fonte: Paloff; Pratt (2014, p. 50-51)

Diante das mudanças promovidas pelas tecnologias ao longo da história da


humanidade e, especialmente, dos impactos que o desenvolvimento das TIC causaram
na reconfiguração do processo de ensino-aprendizagem da EAD, os papéis dos atores
envolvidos nesse contexto foram revistos e, em certos casos, transformados, como o
papel do aluno (SOUZA; FRANCO; COSTA, 2016).
Seja denominado aluno universal (MAIA; MATTAR, 2007), aluno aprendiz
(TAROUCO; MORO; ESTABEL, 2003), aprendiz virtual (MAIA; MATTAR, 2007), novo
aprendente (GUIMARÃES, 2012), seja referido com outras denominações, o fato é
que compreendemos que o estudante é um indivíduo que passa a fazer parte de uma
comunidade educacional diferenciada e que a opção pela modalidade a distância, com
aporte tecnológico virtual, apresenta alguns pré-requisitos. Tais requisitos dizem respeito
ao trato com as novas ferramentas, que dão suporte à aprendizagem, à adequação da
organização pessoal, à motivação e aos objetivos, e às exigências do curso escolhido
(SOUZA; FRANCO; COSTA, 2016).

22
_REFERÊNCIAS
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