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ARQ 1004 - PLANEJAMENTO URBANO/REGIONAL

ÁREA DE PLANEJAMENTO 4
Gabriela Bandeira, Maria Antônia, Priscila Vieira e Vitor Pamplona
Regiões Administrativas

Região Administrativa é uma divisão regional organizada pelo Estado para facilitar a administração de tais. Estas regiões são
divididas artificialmente, pois não levam em conta critérios geográficos ou culturais.
A área de planejamento 4, é formada por três regiões administrativas: Cidade de Deus, Barra da Tijuca e Jacarepaguá.

Contexto Urbano:

● A Região Administrativa da Cidade de Deus é formada pela comunidade Cidade de Deus, que fica na Zona Oeste do
município do Rio de Janeiro. A região era um sub-bairro que pertencia ao bairro de Jacarepaguá, mas, por decreto
municipal, foi desmembrada de Jacarepaguá, e tornou-se oficialmente o bairro Cidade de Deus.

● A Região Administrativa da Barra da Tijuca abrange os bairros: Joá, Itanhangá, Barra da Tijuca, Camorim, Vargem
Pequena, Vargem Grande, Recreio dos Bandeirantes e Grumari. Assim como Jacarepaguá, é um dos bairros que mais
cresceram no Rio de Janeiro na virada do século XX para o século XXI; passou de 24.126 habitantes em 1980 para 394.037
habitantes em 2020. Atualmente, é considerado um centro financeiro, gastronômico, hoteleiro e de entretenimento da
capital estadual.

● A Região Administrativa de Jacarepaguá fica na Zona Oeste do Rio de Janeiro e abrange parte dos maciços da Tijuca e
da Pedra Branca. Ela abrange os bairros: Jacarepaguá, Anil, Gardênia Azul, Curicica, Freguesia de Jacarepaguá,
Pechincha, Taquara, Tanque, Praça Seca e Vila Valqueire. O bairro ainda é um dos maiores e mais importantes do
município, com um dos metros quadrados que mais encarecem por ano. O seu índice de desenvolvimento humano, no ano
2000, era de 0,769, o 104.º colocado entre 126 regiões analisadas na cidade do Rio de Janeiro. Sendo considerado baixo,
porém esse índice já foi drasticamente defasado em função da rápida transição de bairro rural para bairro que o
Jacarepaguá sofreu na última década; ganhou melhorias principalmente pelo setor privado.
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AP 4.1

Região Administrativa: Cidade de Deus

● População: 36.515 habitantes


● Área: 1,2km²
● Densidade demográfica: 30.429 hab/km²
● IDH: 0,751
● IDH-R: 0,663
● IDH-E: 0,894
● Esperança de vida ao nascer: 66,66 anos
● Renda per capta: R$207,56

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AP 4.2

Região Administrativa: Barra da Tijuca

Barra de Tijuca:

● População: 394.037 habitantes


● Área: 48km²
● Densidade demográfica: 8.209 hab/km²
● IDH: 0,959
● IDH-R: 1,000
● IDH-E: 0,996
● Esperança de vida ao nascer: 77,84 anos
● Renda per capta: R$2488,47

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AP 4.1

Região Administrativa: Jacarepaguá

Jacarepaguá:

● População: 158.000 habitantes


● Área: 75km²
● Densidade demográfica: 2.106 hab/km²
● IDH: 0,769
● IDH-R: 0,742
● IDH-E: 0,858
● Esperança de vida ao nascer: 57,51 anos
● Renda per capta: R$331,44

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Uso do solo

Lazer

Industrial

Educação e saúde

Residencial

Favelas

Comércio e serviços

Transporte

Institucionais e
infraestrutura pública
Não edificadas
Densidade demográfica
Renda per capta

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Resumo Diagnóstico Propostas

• Mobilidade limitada ao BRT e ônibus. ● Melhora no sistema de transporte público,


buscando atender um número maior de áreas e,
• Caracterização ambiental importante: grande parte da RA é o por consequência, atender um número maior de
maciço da Pedra Branca e da Tijuca, além da existência da bacia pessoas e acabar dando um maior acesso à
hidrográfica de Jacarepaguá. diferentes áreas da cidade.
● Investir e estruturar de maneira adequada o
• A RA da Barra da Tijuca sendo uma centralidade com a sistema de saneamento, com objetivo de
concentração de oferta de empregos da região. melhorar a qualidade de vida de uma grande
parcela da população e diminuir impactos e
• Densidade demográfica baixa, tirando a comunidade de Rio das problemas ambientais (com a diminuição, por
Pedras e a Cidade de Deus. exemplo, na poluição dos corpos d’água no
Complexo Lagunar de Jacarepaguá).
Investimento e estruturação de sistemas
• Presença da Cidade de Deus (RA independente) no meio da sua

viários, que visam tornar o acesso e a utilização
área.
de espaços algo mais democrático e voltado
para um maior número de pessoas.
• Presença de grandes terrenos vazios e/ou subutilizados como ● Repensar o modelo atual de
antigos galpões industriais. desenvolvimento urbano da região segundo
os pressupostos fundamentais da
• Presença de grandes terrenos murados de propriedade privada. sustentabilidade ambiental em área urbana,
procurando promover um avanço
• Baixo investimento em infraestrutura urbana (problemas com socioeconômico e a melhoria da qualidade
saneamento). ambiental.
● Proteção e estruturação do Parque Estadual
• Alto índice de ocupações irregulares de controle da milícia. da Pedra Branca em Vargem Grande, e a
criação do Parque Ecológico Cafundá Astrogilda.
JACAREPAGUÁ
Proposta de projeto

Áreas subutilizadas:

Nossa ideia é identificar as áreas


subutilizadas ao longo da extensão
da RA de Jacarepaguá que não
estão tendo função social, ou seja,
estão abandonadas, e construir
estruturas com objetivo de suprir as
necessidades dos habitantes atuais.
Essas construções seriam possíveis
a partir do capital acumulado pelo
Estado. Assim, um capital enorme
não ficaria parado sem função
social.

Áreas não edificadas


Proposta de projeto

Áreas que antes não eram edificadas podem ser


edificadas de diferentes formas:

● Quadra Aberta:

"Christian de Portzamparc", em texto já clássico no


meio arquitetônico brasileiro, defende a quadra
aberta como uma solução contemporânea para os
grandes aglomerados urbanos. Segundo o arquiteto
francês, seria uma conciliação entre as cidades da
primeira e segunda eras, abrindo as portas para a
terceira era da cidade."
A quadra aberta é por essência um elemento híbrido
conciliador. Permite a diversidade, a pluralidade da
arquitetura e recuperar o valor da rua e da esquina
da cidade tradicional.
A relação entre os distintos edifícios e a rua se dá
por alinhamentos parciais, o que possibilita
aberturas visuais e o acesso mais generoso ao sol.
ÁREAS DE INTERVENÇÃO
Área 1

A área de estudo 1 se localiza no bairro de Jacarepaguá, bem perto da


Cidade de Deus, e possui 180.650 m² de extensão.
Atualmente, o local é usado para eventos e torneios, e acreditamos que
podemos mudar o uso e adensar a ocupação, e assim, conseguimos
trazer mais qualidade de vida para seus moradores.
No seu entorno imediato há um conjunto de casas residenciais e muitas
ruas muito estreitas e sem calçadas para seus moradores andarem.
Percebe-se que nessa área não há comércios, o que dificulta a vida de
seus moradores e deixa a área mais vazia.
Área 1

É possível acessar essa área através do BRT


transcarioca (em verde) ou através da linha
amarela (em laranja), mas mesmo assim essa área
se caracteriza por estar em um difícil acesso,
sendo assim, isolada.
Acreditamos que se trouxermos uma tipologia de
quadras abertas com uso misto, essa área pode
ficar mais atrativa para seus moradores. Há
muitas residências no seu entorno, mas ainda há
muitas pessoas em situação de vulnerabilidade.

Então, com uma mistura de usos (comercial e


residencial), poderíamos trazer mais segurança e
qualidade de vida para seus moradores.
Área 2

A área de estudo 3 fica localizada no bairro de Jacarepaguá, bem perto


da Cidade de Deus, e possui 283.475 m² de extensão.
Atualmente, há um galpão abandonado nesse local, e acreditamos que
se retirarmos ele e construirmos residências, esse espaço vai ser mais
bem aproveitado e ter uma função social, que hoje não possui.
Essa área se localiza do lado da Estrada dos bandeirantes (em laranja),
onde está o corredor da Transcarioca que tem vários pontos de BRT (em
verde), ou seja, é uma área de fácil acesso, porém seu entorno imediato
não possui muitas casas, nem comércios, há apenas residências e
comércios do outro lado da rodovia, que deixa essa área mais isolada e
perigosa.

Nossa proposta para essa região é implantar edifícios de uso misto


seguindo o conceito da quadra aberta, pois assim essa área pode ficar
mais atrativa para futuros moradores.
BARRA DA TIJUCA
Proposta de projeto

Campo Olímpico de Golfe

Com uma área de mais de 1 milhão de metros


quadrados, o Campo Olímpico não cumpre sua
função social por dois motivos: não ser um
esporte atende o público em geral, é necessário
que seja que seja vinculado ao clube para
frequentá-lo, e pela demanda de habitação
atual, é uma área que poderia ser adensada
com empreendimentos residenciais de interesse
social, buscando suprir as necessidades dos
habitantes atuais.
Essas construções seriam possíveis a partir do
capital acumulado pelo Estado. Assim, um
capital enorme não ficaria parado sem função
social.
Proposta de projeto

Proteção, preservação e recuperação do


meio ambiente

A degradação ambiental das Lagoas da Tijuca e de


Camorim, percebe-se duas principais condições
responsáveis: ocupação irregular (tanto de condomínios
residenciais, por ação de grandes incorporadoras
imobiliárias, quanto nas favelas, por ação dos moradores
de baixa renda), geralmente acompanhada de aterros
indiscriminados, e a falta de equipamento sanitário para
recolher e tratar os esgotos despejados in natura, pelos
imóveis comerciais, industriais e residenciais.
Dessa maneira, propomos que haja um maior investimento
e melhor gestão do sexto eixo temático da Agenda
Ambiental Urbana, que desde 2019 propõem uma melhoria
na Qualidade da Água e do Saneamento em grandes
centros urbanos.
Além disso, também com a criação de novas áreas
residenciais que possam abrigar uma população de mais
baixa renda, e por consequência diminuindo em parte o
número de ocupações irregulares, poderemos ver uma
melhora significativa.
Proposta de projeto

Aprimoração, alteração e adaptação do Plano


Piloto à nova realidade existente no bairro

Buscando uma solução concreta, e que pudesse realmente


enfrentar os problemas encontrados atualmente no bairro —
como foi dito anteriormente, causados por anos de uma
expansão urbana baseada, sobretudo, nos interesses de
importantes incorporadores imobiliários, restringindo uma
possibilidade de desenvolvimento urbano sustentável —
propomos que o plano pensado por Lúcio Costa nas décadas
de 1960 e 1970 seja revisitado e adaptado de acordo com a
nova realidade existente no bairro da Barra da Tijuca (e a
Baixada de Jacarepaguá). Através de novas políticas, e um
plano de leis mais eficaz — que terá como um dos principais
objetivos regulamentar agentes imobiliários, suas ações e
influência nos parâmetros de intervenção urbana —, será
possível atingir, assegurar e priorizar uma melhor qualidade
ambiental, um desenvolvimento urbano mais sustentável e
consequentemente uma melhor experiência de vida para
seus habitantes, além de um maior acesso aos direitos de
cada cidadão.
Instrumentos de desenvolvimento urbano

Outorga Onerosa do Direito de Construir (OODC): IPTU Progressivo:

Esse instrumento se classifica como uma ferramenta de gestão do Por meio desse instrumento é permitido pela Constituição
território e de financiamento do mesmo. A partir dele, o poder Federal que municípios apliquem alíquotas progressivas de IPTU.
público municipal permite que o proprietário de um imóvel Isso pode acontecer em dois cenários: em relação ao valor venal
construa acima do índice de aproveitamento (IA) básico (mínimo que os corretores podem cobrar pelos imóveis que
estabelecido pela legislação. comercializam) do imóvel, à sua localização e o seu uso; e a
Para isso, é preciso que esse uso adicional do solo seja benéfico chamada “progressividade no tempo” que tem a função de
para a cidade e além disso deve ser paga uma taxa ao município penalizar o proprietário que não dá o adequado destino à sua
para obter tal potencial construtivo adicional. propriedade imobiliária, sob o ponto de vista do cumprimento da
função social da propriedade.
Consórcio imobiliário:
Parcelamento, Edificação ou Utilização Compulsórios
Esse instrumento viabiliza uma parceria público/ privado. Nesse (PEUC)
cenário, o proprietário de um determinado terreno transfere ao
poder público municipal um imóvel, e este se responsabiliza pelo Este instrumento tem como objetivo combater a aglomeração de
desenvolvimento de um empreendimento imobiliário no local. Após terrenos desocupados ou subutilizados que acabam
a construção do empreendimento, o proprietário original recebe corroborando a especulação imobiliária. Estabelece-se um prazo
como pagamento novas unidades, que somam o valor equivalente
para o loteamento ou construção das áreas vazias, subutilizadas
ao preço da terra antes das obras de loteamento e urbanização
realizadas. ou não utilizadas nas áreas definidas pelo Plano Diretor
Municipal.
CIDADE DE DEUS
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Cidade de Deus

Em 1964 o governador Carlos Lacerda respondendo


a pressão da especulação imobiliária, buscou
erradicar as favelas existentes na zona sul, levando
as famílias para regiões mais afastadas da cidade, é
o caso da Cidade de Deus, que foi planejada para
abrigar 10000 famílias naquele momento mas com a
demanda por habitação crescendo com tempo as
construções irregulares começaram a crescer
exponencialmente, mesmo o local não sendo bem
servido de infra estrutura urbana.
Bibliografia

Plano Piloto para a urbanização da baixada compreendida entre Barra da Tijuca, o Pontal de Sernambetiba e Jacarepaguá.
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maio 2023.

DA COSTA SILVA Gabriela. (In)Sustentabilidade ambiental na ocupação urbana da Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro.
Revista Risco, Rio de Janeiro, v. 5, p. 80-99, 2007

SIRI, William. Siri: Na Zona Oeste, o transporte público não é direito! Diário do Rio, Rio de Janeiro, 18 nov. 2021. Disponível em:
<https://diariodorio.com/siri-na-zona-oeste-transporte-publico-nao-e-direito/>. Acesso em: 10 maio 2023

CEDADE. Saneamento da Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Jacarepaguá. Rio de Janeiro. 42 p. Disponível em:
<https://cedae.com.br/Portals/0/SITE%20PSBJ_julho.pdf>. Acesso em: 11 maio 2023

BENEDETTO DE CARVALHO, Regina Paula. Qualidade urbana/ambiental no território carioca: o caso do planejamento da Baixada de
Jacarepaguá, Rio de Janeiro. Portal de Periódicos Eletrônicos - PUC Minas - Caderno de Geografia, v.23, n. 40. 22 p. 02 maio
2013.

PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO. Rio Prefeitura, 2023. Área de 36 mil metros quadrados do Parque Olímpico será transformada em
parque público urbano. Disponível em:
<https://prefeitura.rio/esporte/area-de-36-mil-metros-quadrados-do-parque-olimpico-sera-transformada-em-parque-publico-ur
bano/ >. Acesso em: 11 maio 2023

PREFEITURA DO RIO DE JANEIRO. Prefeitura do Rio de Janeiro - Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Cidade do Rio
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Acesso em: 11 maio 2023

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