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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

SISTEMA DE ALERTA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS ÀS


UNIDADES POLICIAIS NA ESTRADA NACIONAL NÚMERO
SEIS (EN6)

Youguero Manassa Macombe

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Agosto de 2022


ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

SISTEMA DE ALERTA DE ACIDENTES RODOVIÁRIOS ÀS


UNIDADES POLICIAIS NA ESTRADA NACIONAL NÚMERO
SEIS (EN6)

SUPERVISOR:

ENG.º. ELSO SEBASTIÃO GUILENGUE


REALIZADO POR:
YOUGUERO MANASSA MACOMBE

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Agosto de 2022


DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu, Youguero Manassa Macombe, declaro por minha honra que o presente trabalho é da minha
autoria e nele observei os requisitos e recomendações da Escola Superior de Ciências Náuticas,
concernentes à elaboração de trabalhos de investigação científica.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obter
qualquer grau académico.

Maputo, ____ de_____________de_______

O estudante

______________________________________

(Youguero Manassa Macombe)

i
DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho aos meus pais Manassa Jossefa Macombe e Elisa
Evaristo Ducucha e aos meus tios Juvêncio Pedro Maenzana e Rosa Maenzana
pessoas que se empenharam incansavelmente para que o meu processo estudantil
continuasse firme.

ii
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço à Deus pelo dom da vida e por me permitir caminhar na vida
académica para obtenção do grau de licenciatura em Engenharia Electrónica e de
Telecomunicações.

Em segundo lugar agradeço ao meu tio Juvêncio Pedro Maenzana pelos suportes e concelhos da
vida académica e profissional. Também endereço um especial agradecimento a Jéssica Magaia
pelos ensinamentos e forças motivacionais, aos meus amigos e companheiros Leonel José,
Valdimiro Plantão, Yuran José, Edilson Manjate e Ayrton Cossa, pelas batalhas e partilhas de
conhecimento para se alcançar um objectivo comum.

Um especial agraciamento ao meu supervisor Eng º. Elso Sebastião Guilengue pela paciência,
profissionalismo e contribuição de ideias ricas que orientaram na elaboração e culminação do
presente trabalho.

iii
RESUMO

O sistema de alerta de acidentes rodoviários tem sido usado com pouca frequência em algumas
regiões do mundo. Por se tratar de uma tecnologia moderna e em fase de descobertas e
aprimoramentos na sua infraestrutura, apresenta diversas formas de transmissão e recepção do
alerta, com tudo, o objectivo principal do projecto é desenvolver um sistema que possa alertar às
unidades policiais da ocorrência de um acidente rodoviário. A introdução do sistema irá reduzir de
forma significativa à comunicação atrasada de informações relativas a ocorrência dos acidentes
rodoviários, uma vez que, as unidades policiais dependem exclusivamente das pessoas que
circulam na rodovia para obtenção de informações relacionadas com ocorrências de acidentes
rodoviários. Para realização do presente trabalho foram feitas pesquisas a partir de documentos
relacionados com o tema, teses, artigos científicos e entrevistas feitas aos automobilistas da via e
agentes da polícia. O sistema é divido em duas partes principais, à unidade de transmissão que será
inserida no veículo e a unidade de recepção que estará situada nas unidades policiais. A unidade
de transmissão é composta por um microcontrolador que interliga o sensor HMC5883L que faz a
coleta de dados do posicionamento do veículo, o GPS que rastreia a localização do veículo e por
fim o GSM que envia as informações do estado da viatura para números pré-definidos, localizados
nos postos das unidades policiais, que poderão identificar à informação através do tablet, celular,
ou outro dispositivo com tecnologia GSM e pelo som duma sirene. Os testes do sistema foram
realizados em diferentes situações, em ambientes fechados e abertos para aferir a fiabilidade do
modulo GPS usado, que mostrou funcionar perfeitamente em ambientes abertos e com dificuldades
em ambientes fechados. Foi feito o teste de recepção da mensagem por intermédio do módulo
GSM, constatou-se que a mensagem é recebida num intervalo de 10 à 30 segundos. Por último foi
feito o teste do modulo HMC5883L, através da submissão do módulo em diferentes posições e
variavam os seus valores de x, y e z permitindo desse modo definir intervalos de alerta.

Palavras-chaves: Sistema, Alerta, Acidentes, GSM, GPS, HMC5883L.

iv
ABSTRACT

The road accident alert system has been used infrequently in some regions of the world. As it is a
modern technology and, in the discovery, and improvement phase of its infrastructure, it presents
different ways of transmitting and receiving the alert, however, the main objective of the project
is to develop a system that can alert the police units of the occurrence of a road accident. The
introduction of the system will significantly reduce the delayed communication of information
related to the occurrence of road accidents, since the police units depend exclusively on people
traveling on the highway to obtain information related to the occurrence of road accidents. To
carry out the present work, research was carried out from documents related to the theme, theses,
scientific articles and interviews with road drivers and police agents. The system is divided into
two main parts, the transmission unit that will be inserted in the vehicle and the reception unit that
will be located in the police units. The transmission unit is composed of a microcontroller that
connects the HMC5883L sensor that collects vehicle positioning data, the GPS that tracks the
vehicle's location and finally the GSM that sends the vehicle's status information to pre-set
numbers. defined, located at the police units' posts, which will be able to identify the information
through the tablet, cell phone, or other device with GSM technology and by the sound of a siren.
System tests were carried out in different situations, indoors and outdoors, to assess the reliability
of the GPS module used, which proved to work perfectly in open environments and with
difficulties indoors. The message reception test was carried out through the GSM module, it was
found that the message is received within an interval of 10 to 30 seconds. Finally, the HMC5883L
module was tested, by submitting the module to different positions and varying their x, y and z
values, thus allowing to define alert intervals.

Keywords: System, Alert, Accidents, GSM, GPS, HMC5883L.

v
ÍNDICE GERAL

DECLARAÇÃO DE AUTORIA i

DEDICATÓRIA ii

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO iv

ABSTRACT v

ÍNDICE DE FIGURAS x

ÍNDICE DE TABELAS xii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS xiii

I. INTRODUÇÃO 1

I.1. Contextualização 1

I.2. Descrição do Problema 2

I.2.1. Problema 2

I.2.2. Pergunta de Pesquisa 3

I.3. Hipóteses 3

I.4. Justificativa 3

I.5. Objectivos 4

I.5.1. Objectivo Geral 4

I.5.2. Objectivos Específicos 4

I.6. Metodologia 4

I.6.1. Quanto à Natureza 4

I.6.2. Quanto à Forma de Abordagem 5

vi
I.6.3. Quanto aos Objectivos 5

I.6.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos 5

I.6.5. Amostra 6

I.6.6. Técnicas de Coleta da Dados 6

I.6.7. Quanto às Técnicas de Analise dos Dados 6

I.6.8 Limitações 7

I.7. Estrutura do trabalho 7

II. REVISÃO DA LITERATURA 9

II.1. Sistemas de alerta de acidentes rodoviários 9

II.1.1. Tipos de sistemas de alerta de acidentes rodoviário 9

II.1.1.1. Sistema de localização de viaturas por GPS 9

II.1.1.2. Help Connect “Sistema Automático de Chamadas de Emergência” 11

II.2. Sistema GSM 12

II.2.1. Arquitetura do Sistema GSM 13

II.2.1.1. Switching System (Sistema de Comutação) 14

II.2.1.2. Base Station System (Sistema de Radio) 15

II.2.1.3. Operation and Support System (Sistema de gerência e suporte a operações) 16

II.2.2. SIM Card 16

II.2.3. Short Message Services (SMS) 17

II.2.4. Módulo GSM SIM800L 17

II.3. Sistema GPS 19

II.3.1. Funcionamento 20

II.3.2. Cálculo da distância 20

vii
II.3.3. Cálculo da posição do receptor 21

II.3.4. Módulo GPS NEO 6M 23

II.4. Componentes para a montagem do sistema de alerta de acidentes 25

II.4.1. Placa Arduíno 25

II.4.2. Modulo HMC5883L 28

II.4.3. 30

II.4.4. 31

II.4.5. 31

II.4.6. Fios Condutores 32

II.5. Tipos de acidentes rodoviários numa Estrada Nacional 33

II.6. Procedimento usado para comunicação da ocorrência de um acidente rodoviário na EN6;


33

III. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE ALERTA DE ACIDENTES RODOVIARIOS


AS UNIDADES POLICIAS NA EN6 35

III.1. Descrição dos blocos principais do sistema 36

III.2. Descrição do diagrama em blocos do sistema 37

III.3. Princípio de Funcionamento do sistema 38

III.4. Fluxograma do circuito 40

III.5. Discrição das ligações dos pinos para o circuito do sistema 41

III.6. Circuito eléctrico do sistema 43

III.7. Circuito físico do sistema de alerta de acidentes rodoviários as unidades policiais na


EN6 45

III.8. Ambiente de Desenvolvimento Integrado 45

IV. ANÁLISE E DISCURSÃO DOS RESULTADOS 48

IV.1. Teste do sensor HMC5883L 48

viii
IV.2. Teste do Módulo GSM SIM800L 50

IV.3. Teste do Módulo GPS NEO 6M 51

V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES 53

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 55

Apêndice 1 A

Apêndice 2 I

Apêndice 3 J

Anexo K

ix
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Sistema de localização de viatura por GPS 10

Figura 2: Diagrama funcional do Help Connect 11

Figura 3: Arquitetura do sistema GSM. 14

Figura 4: SIM Card 16

Figura 5: Módulo GSM SIM800L 18

Figura 6: Posicionamento dos satélites na Órbita Terreste 19

Figura 7: Base de funcionamento do sistema ECEF. 22

Figura 8: Base de funcionamento do sistema ECEF em 2D. 22

Figura 9: Módulo GPS NEO 6M 24

Figura 10: Placa Arduíno UNO Rev3 SMD 25

Figura 11: Interpretação dos pinos do Arduíno 26

Figura 12: Microcontrolador ATmega328 27

Figura 13: Modulo HMC5883L 29

Figura 14: Diagrama de pinos do HMC5883L 29

Figura 15: Buzzer. 31

Figura 16: Push Button 31

Figura 17: Protoboard 32

Figura 18: Jumpers 32

Figura 19: Diagrama em blocos do sistema 35

Figura 20: Diagrama em blocos do sistema de alerta de acidentes rodoviários as unidades policiais
na EN4 37

Figura 21: Fluxograma do Sistema de alerta de acidentes rodoviários 41

x
Figura 22: Circuito Eléctrico do Sistema 44

Figura 23: Circuito físico do sistema de alerta 45

Figura 24: Ambiente de desenvolvimento Integrado (IDE), v.1.8.17. 46

Figura 25 a): Teste do Sensor HMC5883L. 49

Figura 26 b): Teste do Sensor HMC5883L. 49

Figura 27: Teste do GSM SIM800L - Recepção da Mensagem. 50

Figura 28: Teste do GSM SIM800L - Envio da Mensagem 51

Figura 29 a): Teste do Módulo GPS NEO 6M. 52

Figura 30 b): Teste do Módulo GPS NEO 6M. 52

Figura 31: Mapa da Estrada Nacional Número Seis (EN6). H

xi
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Características do Arduíno UNO Rev3 28

Tabela 2: Discrição dos pinos para GSM SIM800L 42

Tabela 3: Discrição dos pinos para GPS NEO 6M 42

Tabela 4: Discrição dos pinos para HMC 5883L 42

Tabela 5: Discrição dos pinos do Arduíno com outros componentes 43

Tabela 6: Orçamento do material para concepção do protótipo. F

xii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ANE – Administração Nacional de Estradas;

BSS – Base Station System;

EN6 – Estrada Nacional Número Seis (6);

GSM – Global System for Mobile Communication (Sistema Global para Comunicações
Movéis);

GPS – Global Positioning System (Sistema de Posicionamento Global);

INE – Instituto Nacional de Estatística;

IDE - Integrated Development Environment;

INATTER – Instituto Nacional de Transportes Terrestes;

OMS – Organização Mundial da Saúde;

OSS – Operation and Support System;

PRM – Polícia da República de Moçambique;

SMS – Short Message Service (Serviço de Mensagens Curtas).

SAARUP - Sistema de Alerta de Acidentes Rodoviários as Unidades Policiais;

SACFR - Sistema de Alerta e Correção da Faixa de Rodagem;

SIM – Subscribe Identity Module;

SLV – Sistema de Localização de Viaturas;

SS - Switching System

xiii
UART - Universal Asynchronous Receiver-Transmitter;

I2C - Inter-Integrated Circuit;

xiv
CAPÍTULO
I. INTRODUÇÃO

I.1. Contextualização

Estrada Nacional Número seis (EN6), liga a cidade central e portuária Beira à Machipanda, que
faz fronteira com o Zimbabué numa extensão de 286 quilómetros. Mas a EN6 cruza também com
outras estradas, tais como, EN280, EN282, EN1, EN260 e EN7, que fazem a ligação rodoviária
com outras províncias do centro, norte e sul do país, sendo por isso, que por ela, se movimentam
todos os dias, várias centenas de veículos. Ela começa da província de Sofala, concretamente no
município da Beira (cidade) e passa pelo município de Dondo e de seguida pelo distrito de
Nhamatanda, ainda no distrito de Nhamatanda ela passa pelo posto administrativo de Tica. Na
província de Manica ela passa pelos municípios de Gondola, Chimoio e distrito de Manica até ao
posto administrativo de Machipanda. A EN6 cruza as duas províncias no Inchope, que é a sede do
posto administrativo do distrito de Gondola, pertencente à província de Manica. (Francisco, Maio
de 2012).

Esta estrada apresenta um total de nove (9) unidades policiais, dos quais, dois são comandos
províncias e quatro são comandos distritais. Os três restantes são postos de controlo. Para as
unidades policiais prestarem serviços de atendimento a uma sinistralidade rodoviária, depende das
informações reportadas pelos circulares da área em questão. A informação transmitida às unidades
pode ser por intermedio de uma chamada telefónica, reportagem de um canal televisivo ou rádio
transmitindo em direto, presencial (quando um individuo vai ao encontro da unidade policial) e
em certos casos quando um agente circula pela via e depara-se com a sinistralidade. Desta forma,
se nenhuma pessoa presenciar ou deparar-se com o acidente rodoviário e caso os envolvidos na
sinistralidade não estejam em condições de reportar a situação, as unidades policiais não terão
informações da sua ocorrência, dai que o estudo vai ser levado a entender a recepção
tardia/atrasada de informações relativas à ocorrência de acidentes rodoviários na EN6 para as
unidades policiais.

1
Para o real funcionamento do sistema, dependerá da existência de uma rede móvel estável e fiável.
No preciso momento às redes móveis atuantes no país são três (3), concretamente à Movitel, Tmcel
e Vodacom. A Movitel é a única rede móvel com capacidade de cobrir toda extensão da EN6 e
sem oscilações do sinal, por outro lado as restantes duas redes têm o feito com muitas dificuldades
e em algumas zonas há inexistência das mesmas, principalmente no troço da cidade da Beira até
Inchope.

I.2. Descrição do Problema

Na estrada nacional número seis (EN6) ocorrem diversos tipos de acidentes rodoviários, na sua
maioria causados por excesso de velocidade por parte dos automobilistas, não respeitando assim
o código de estrada. Após a ocorrência dos acidentes, há uma necessidade imediata da intervenção
das unidades policiais para o controlo do tráfego, fazer a perícia e em outros processos ligados ao
acidente. Porém, tem-se observado um atraso por parte das unidades policiais na resposta dos
acidentes, uma vez que a polícia depende das chamadas dos cidadãos para alertar a ocorrência de
um acidente.

Há casos em que um troço da estrada fica completamente intransitável, complicando o fluxo


normal das viaturas, em outras circunstâncias o carro acidenta e é projectado para alguns metros
longe da estrada, de tal forma que outros automobilistas e peões não consigam identificar a
ocorrência do sinistro e da viatura, dessa forma a polícia não terá nenhuma informação da
ocorrência do acidente, se o acidente for grave poderá resultar na morte dos passageiros.

I.2.1. Problema

Inexistência de um sistema de recepção de informações relativas à ocorrência dos acidentes


rodoviários na EN6 para as unidades policiais.

2
I.2.2. Pergunta de Pesquisa

Em que medida, a introdução de um sistema de alerta de acidentes rodoviários reduzirá a


comunicação atrasada de informações relativas à ocorrência dos acidentes rodoviários na EN6 para
as unidades policiais?

I.3. Hipóteses

Introduzindo o sistema de alerta de acidentes rodoviários, poderá reduzir significativamente a


comunicação atrasada de informações relativas à ocorrência dos acidentes rodoviários na EN6 para
as unidades policiais.

I.4. Justificativa

A escolha do tema surgiu mediante o fato do problema ocorrer numa estrada muito movimentada
e que serve de corredor principal para actividades económicas terrestes entre o porto da Beira e o
Zimbabué.

A motivação do autor surge da necessidade de implementação de um sistema de alerta automática


de acidentes rodoviários às unidades policiais na EN6. Tendo em conta que a não existência de um
sistema do género, contribui de forma significativa na recepção atrasada de informações
relacionadas com acidentes rodoviários.

No âmbito social, este projecto poderá contribuir com a redução das comunicações atrasadas de
informações sobre acidentes e garantir que as unidades policiais recebam informações de forma
quase instantânea. Tendo em conta que o principal elemento do sistema rodoviário é a pessoa, o
comportamento das pessoas que usam e circulam no ambiente rodoviário é o principal responsável
pela segurança na estrada e pelos acidentes que acontecem, desta forma quanto mais rápido se
atende um acidente, mais chances tem de se salvar a vida da pessoa.

Cientificamente o estudo visa desenvolver um sistema que apresenta mecanismos para enquadrar
a estabilidade do bom uso e eficiência na recepção instantânea e automática da informação de
ocorrência de acidentes rodoviários, será um sistema que fará com que as unidades policiais não

3
dependam somente das chamadas dos cidadãos. Após a sua conclusão o mesmo poderá ser usado
para aquisição de conhecimentos no avanço das comunicações, exigindo um estudo das
tecnologias electrónicas e de telecomunicações (GSM, GPS e Sensores). Também irá contribuir
na inovação de projectos relacionados com programação de sistemas informáticos e de
geolocalização

I.5. Objectivos

I.5.1. Objectivo Geral

Desenvolver um sistema de alerta de acidentes rodoviários às unidades policiais na Estrada


Nacional Número Seis (EN6).

I.5.2. Objectivos Específicos

⮚ Identificar os tipos de acidentes rodoviários numa Estrada Nacional;


⮚ Descrever o procedimento usado para comunicação da ocorrência de um acidente rodoviário
na EN6;
⮚ Descrever o sistema de alerta de acidentes rodoviários às unidades policiais na EN6;
⮚ Construir um protótipo do sistema;
⮚ Testar o desempenho do sistema.

I.6. Metodologia
Tipo ou Método de Estudo
I.6.1. Quanto à Natureza
O estudo consistiu numa pesquisa aplicada, visto que apresenta uma solução práticas para o
problema usando conhecimentos dos ramos da informática, electrónica e telecomunicações.

4
Após a identificação do problema, foi desenvolvido um protótipo como forma de solucionar o
mesmo.

I.6.2. Quanto à Forma de Abordagem

Para o presente trabalho, a escolha da forma de abordagem foi baseada nos seguintes elementos:

Quantitativo – por ser mais apropriado para fazer o levantamento das necessidades, foram usadas
técnicas estatísticas para se identificar a rede móvel mais predominante na EN6 e para estipular a
média de atraso das comunicações.

Qualitativa – por manter um vínculo entre o Homem e o mundo real, possibilitando no estudo
específico do comportamento dos indivíduos que circulam na estrada perante um acidente
rodoviário, permitindo explorar determinado assunto que ainda não se tem conhecimento.

I.6.3. Quanto aos Objectivos

Quanto aos objectivos o estudo teve duas análises, primeira do tipo exploratório por ter agregado
o levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que circulam com frequência na região em
estudo e com algumas agentes das unidades policiais. Por último foi explicativa/explanatória,
devido à explicação dos motivos da recepção tardia das informações relativas aos acidentes
rodoviários paras as unidades policiais.

I.6.4. Quanto aos Procedimentos Técnicos

Pesquisa Bibliográfica – foram usadas referencias teóricas publicadas na internet nomeadamente,


teses, manuais, páginas web, artigos científicos, jornais digitais, mapas e outras ferramentas
relacionadas com a pesquisa.

Pesquisa Experimental – alcançada através da construção de um protótipo do sistema, com base


em componentes electrónicos que foram submetidos à diferentes testes para aferir o seu bom
funcionamento e analisar o seu comportamento.

5
I.6.5. Amostra

Tendo em conta que a amostra é uma parcela convenientemente selecionada do universo


(população); um subconjunto do universo.

A amostra a ser analisada para o desenvolvimento deste projecto foi obtida através das respostas
de um grupo reduzido de agentes da polícia situados nos postos de controlo da EN6 e cobradores
das transportadoras NAGI e CITY LINK que circulam na mesma estrada. Obteve-se uma amostra
de 330, que correspondente a 0.8% do universo de 4,133,040 habitantes que vivem nas províncias
de Sofala e Manica, colhendo as suas opiniões em relação ao problema observado pelo
pesquisador.

I.6.6. Técnicas de Coleta da Dados

A pesquisa é quantitativa e qualitativo, deste modo, foram usadas as seguintes técnicas:

Entrevista não estruturada – é composta por questões abertas sem nenhuma ordem de respostas e
é realizada pelo pesquisador.

Experiências de campo – foram feitos testes dos dados de componentes do sistema que funcionam
em ambientes abertos.

I.6.7. Quanto às Técnicas de Analise dos Dados

Por ser uma pesquisa qualitativa, convém aplicar as técnicas de analise de dados da pesquisa
qualitativa:

Método indutivo – neste método é feita a generalização das respostas dadas pelos entrevistados,
onde se as premissas forem verdadeiras a sua conclusão será possivelmente verdadeira, mas não
necessariamente verdadeira.

6
I.6.8 Limitações

Na pesquisa laboral – por ter sido um laboratório caseiro, o projectista/pesquisador teve limitações
no cálculo do ângulo exacto para obtenção do sinal GPS, o intervalo de tempo que leva para
recepção de informações,

I.7. Estrutura do trabalho

De um modo geral o presente trabalho encontra-se dividido em cinco (5) capítulos na seguinte
disposição:

Capítulo I

Este capítulo enquadra o tema do trabalho, onde será apresentada a contextualização, a


problematização, justificativa, hipótese, os objectivos que o trabalho pretende alcançar e a
metodologia usada para elaboração do trabalho.

Capítulo II

Este capítulo foca-se na fundamentação teórica do projecto, na qual foram abordadas teorias
científicas de diferentes autores e que, ajudaram no desenvolvimento do presente trabalho.
Culminando deste modo com a montagem do sistema de alerta de acidentes rodoviários às
unidades policiais.

Capítulo III

Este capítulo é referente ao desenvolvimento do sistema de alerta de acidentes rodoviários às


unidades policiais, onde são descritos os blocos que compõem o sistema, os componentes, o
princípio de funcionamento, o fluxograma, o circuito eléctrico e o ambiente de desenvolvimento
para programação do sistema. Passando assim a possibilitar a montagem física do protótipo.

Capítulo IV

7
O quarto capítulo é referente a descrição dos procedimentos usados para o teste do circuito, de
forma a possibilitar a analise e discussão dos resultados obtidos com os esperados. Indicando
também as limitações do sistema.

Capítulo V

O quinto capítulo é dedicado as considerações finais do trabalho, com a colocação das conclusões
obtidas com a realização do projecto e as recomendações necessárias para futuros projectos
relacionados com o tema.

8
CAPÍTULO
II. REVISÃO DA LITERATURA

II.1. Sistemas de alerta de acidentes rodoviários

Um sistema de alerta é qualquer sistema de natureza técnica ou biológica, empregado por um


indivíduo ou grupo de indivíduos, para informar sobre um possível perigo futuro. O objectivo de
qualquer sistema de alerta é permitir aos seus usuários tomarem as providencias necessárias para
diminuir ou eliminar um perigo iminente. (“Sistema de alerta”, 2019, p.1).

Os sistemas de alerta de acidentes rodoviários são resultados de uma área especifica e concreta de
sistemas de alerta, são vistos como ferramentas que consistem em aplicações informáticos de
recolha sistemática de dados sobre o fenómeno da sinistralidade, a partir das quais se tem tomado
as medidas preventivas de combate ao fenómeno. (Leal, 2008, cit. por Manuel, 2015).

II.1.1. Tipos de sistemas de alerta de acidentes rodoviário

II.1.1.1. Sistema de localização de viaturas por GPS

Os sistemas de localização de viaturas por GPS funcionam tendo precisamente por base o sistema
GPS. Esta é a sigla para Global Positioning System, que em português se traduz como Sistema de
Posicionamento Global.

No caso dos sistemas de localização por GPS utilizados nos serviços prestados pela Catrack, este
sistema de radionavegação por satélite, disponibiliza informações aos aparelhos sobre a
localização e o tempo a que circulam as viaturas. Os dados transmitidos pela viatura são
encaminhados através da rede de comunicações GSM/GPRS para servidores da Catrack e estes,
por sua vez, podem ser monitorizados quer pela sala de controlo da Catrack, que funciona 24 horas
por dia, 365 dias por ano para poder dar respostas às situações de emergências que vão surgindo,
quer pelos sistemas de monitorização usados pelo cliente. Os clientes podem acompanhar em

9
tempo real a localização e a trajetória dos seus veículos, através do computador, tablet ou
smartphones desde que tenham uma ligação à internet.

Figura 1: Sistema de localização de viatura por GPS

Fonte: Catrack (2017).

● Detetor de Acidentes

O detector de acidentes gera alerta na possibilidade de ter ocorrido um acidente. Esta componente
de segurança dá a garantia aos clientes da Catrack de que, em caso de acidente, o sistema gera
automaticamente um alerta para a equipe de apoio permanente. Os funcionários da Catrack dão
imediatamente início ao processo de validação dos factos e, após a localização da viatura,
procedem a mobilização dos meios públicos de socorro para o local.

Sistema de Localização de Viaturas por GPS (SLV_GPS), apresenta o mesmo princípio de


funcionamento com o Sistema de Alerta de Acidentes Rodoviários as Unidades Policiais
(SAARUP). Deferindo na componente controlo, o SLV_GPS apresenta uma central de controlo
da situação rodoviária, daí que, só é feita a prestação de socorro após o comunicado da equipe
presente na sala de controlo o fazer. Por outro lado, o sistema SAARUP é totalmente independente

10
de uma sala de controlo, os dados da situação rodoviárias são enviados directamente para a central
que irá prestar a assistência. O sistema SLV_GPS apresenta algumas aplicações adicionais em
relação ao SAARUP, tais como: Controlo de rota do veículo e assistência técnica ao condutor em
casos de anomalias no veículo.

II.1.1.2. Help Connect “Sistema Automático de Chamadas de Emergência”

Num avanço importante para a segurança dos motociclistas, a Bosch desenvolveu um sistema de
chamada automática para as motas, reduzindo o tempo de resposta dos serviços de emergência em
caso de acidentes com veículos motociclos. (Junceiro, 2020).

O sistema usa um algoritmo de colisão inteligente, instalado na unidade do sensor inercial do


veículo “mota”, para detectar acidentes. Através de uma aplicação para smartphone (Vivatar), que
é conectada com o sistema por intermedio do Bluetooth, o Help Connect transmite informações
sobre o local do acidente e sobre o condutor para o centro de assistência Bosch e daí para os
serviços de emergência.

Figura 2: Diagrama funcional do Help Connect

Fonte: SHIFTING-GEARS (2020).

11
O Help Connect baseia-se em informações do controlo de estabilidade Bosch MSC instalado no
motociclo e, mais especificamente, na sua unidade de sensor inercial. A um ritmo de cem vezes
por segundo, este sensor integrado mede a aceleração e a velocidade angular, ou seja, a rapidez
com que a posição angular de um objecto muda com o tempo. O sensor pode assim calcular com
precisão a posição atual do motociclo e o angulo de inclinação. Além disso o algoritmo de colisão
permite que o sensor detecte automaticamente se o motociclo esteve envolvido num acidente ou
se sofreu uma queda ao estacionar. Não requer uma unidade de controlo adicional, o que torna
mais fácil a integração no motociclo. Para alem das informações sobre a localização, o Help
Connect transmite também todo os dados médicos fornecidos pelo motociclista ao Centro de
Assistência Bosch. Estes dados podem ser vitais para os serviços de emergência. A pedido, outras
pessoas podem ser automaticamente contactadas com informações sobre o acidente.

O Sistema Automático de Chamada de Emergência (Help Connect), apresenta algumas relações


com o SAARUP. Eles têm o mesmo objectivo, que é reduzir o tempo de resposta aos acidentes de
viação, através do alerta automático após a ocorrência de um acidente. O Help Connect usa um
aplicativo que serve de ponte de comunicação entre o sistema e o centro de controlo da Bosch e
por fim a informação chega ao serviço de prestação de socorro. Enquanto o SAARUP não precisa
de dispositivos intermediários ou de uma central de comunicação, ele faz a comunicação directa
entre o sistema e as unidades de apoio. Devido a natureza da sua aplicação o sistema Help Connect
apresenta uma evolução que não se encontra no sistema SAARUP, que é o controlo de estabilidade
MSC. Ele permite controlar os dispositivos de travagem, amortecimento, aceleração, velocidade e
outros acessórios encontrados no motociclo, evitando dessa forma a queda ou a derrapagem do
motociclo em curvas e locais escorregadios.

II.2. Sistema GSM

Em 1982, foi criado na Europa o grupo GSM (Group Especial Mobile) para desenvolver um padrão
digital europeu único. A introdução do padrão GSM se deu inicialmente no mercado europeu em
1991. Ao final do ano de 1993, vários países não europeus na América do Sul, Ásia, além da África
do Sul e Austrália começaram a operar e adotar o GSM e o padrão tecnicamente equivalente e a

12
partir dele desenvolvido. Atualmente GSM é a sigla de Global System for Mobile Communications
(Sistema Global para Comunicações Moveis).

Segundo Bralhe-to, Silva, Bisque e Costa (SD), o sistema GSM é um sistema celular digital de
segunda geração, concebido com o propósito de resolver os problemas de fragmentação dos
primeiros sistemas celulares.

De acordo com (“Historia da Telefonia Celular”, s.d), GSM é um padrão de comunicação digital
para telefonia celular. O sistema recebeu este nome por representar um grupo criado na Europa em
1982, que formulou um padrão de comunicação celular operando numa frequência de 900 MHZ.

Por sua vez Silva, Rocha e Freire (s.d), sustentam as definições dos autores supracitados, dizendo
que, o sistema GSM é um sistema com múltiplos serviços que permitem formas diferentes de
comunicação, dependente da natureza da informação transmitida. De forma genérica, os serviços
são agrupados em serviços de voz (onde a informação transmitida é a própria voz) e serviços de
dados (onde são agrupados os outros tipos de serviços, por exemplo, o fax).

II.2.1. Arquitetura do Sistema GSM

O GSM é subdividido em três grandes sistemas: o SS (Switching system), o BSS (base station
system) e OSS (operation and support systema).

Os elementos básicos para se formar uma rede GSM são mostrados na figura abaixo:

13
Figura 3: Arquitetura do sistema GSM.

Fonte: Logicengenharia (s.d).

II.2.1.1. Switching System (Sistema de Comutação)

Este sistema é responsável por executar as chamadas e realizar funções especificas. As funções
são listadas abaixo:

Home Location Register (HLR) - O HLR é um banco de dados usado para armazenar e gerenciar
os assinantes de uma determinada operadora. É considerado o banco mais importante pois
armazena informações do perfil do cliente ou assinante. Sempre que um cliente novo entra na base
de uma determinada operadora, ele é cadastrado no HLR desta operadora.

Mobile Services Switching Center (MSC) – Este Sistema é que executa as chamadas telefónicas.
Controla as ligações de origem até o destino, duração das chamadas, faz a tarifação e é instalado
de maneira integrada com o VLR.

14
Visitor Location Registor (VLR) – É um banco de dados que contem informações sobre onde o
assinante está localizado atualmente numa determinada área de serviço (MSC). Quando o assinante
está em uma área de roaming, o VLR envia um requerimento de nova informação do assinante no
HLR, por sua vez o HLR envia esta informação e atualiza dentro do VLR.

Autentication Center (AUC) – Faz a autentificação e codificação dos parâmetros que identificam
a identidade do usuário e garante a confidencialidade de cada chamada. Protege a rede de diferentes
fraudes existentes.

Equipament Identity Register (EIR) – É um banco de dados que contem informações sobre o
aparelho. Ele ajuda a bloquear as chamadas se o celular for roubado.

Message Center (MXE) – É um nó que provê integração de voz, fax, e o envio de mensagem.

Mobile Service Node (MSN) – É um nó que manipula os serviços de rede inteligente nos
celulares.

Gateway Mobile Service Switching Center (GMSC) – O Gateway é uma porta usada para
conectar duas redes. Este Gateway é implementado no MSC. O MSC é então referenciado como
GMSC.

GSM Interworking Unit (GIWU) – São dois hardware e software que provém a interface de
comunicação de dados numa rede. Por meio deste, o usuário pode falar e transmitir dados na
mesma chamada. Este sistema é localizado fisicamente no MSC/VLR.

II.2.1.2. Base Station System (Sistema de Radio)

Todas funções referentes a ondas de rádios são executadas neste sistema. O sistema é subdividido
em BSC (Base Station Controller) e BTS (Base Transceiver Station).

BSC – Controla todas as funções referentes ao link entre o MSC e o BTS. Tem grande capacidade
do MS handover, configuração de células e controle de radio frequência.

15
BTS – É um equipamento necessário para prover um serviço em cada célula numa rede. Um grupo
de BTS é controlado pelo BSC.

II.2.1.3. Operation and Support System (Sistema de gerência e suporte a operações)

O OSS é visto como o gerente de todos os elementos do sistema que integram a rede GSM. Faz a
conexão entre o SS e o BSS. Pode ser usado para controlar todos os elementos da rede em vários
tipos de plataformas. O sistema é baseado em plataforma UNIX.

II.2.2. SIM Card

O SIM (Subscribe Identity Module) é um tipo de smart card (cartão inteligente), especialmente
projectado para telecomunicações, que é utilizado dentro do aparelho celular GSM para identificar
o usuário para o sistema. Consiste em um cartão de plástico que contem um microcomputador,
com suas portas de entrada e saída, memórias e sistema operacional, com mecanismos de
segurança incorporados. O cartão é visualmente identificado pelo número serial do chip que é
único mundialmente, gravado no corte plug-in, denominado ICCID- Integrated Circuit Card
Identification.

Figura 4: SIM Card

Fonte: Carlos, I (s.d)

16
Todos os aparelhos GSM possuem o SIM Card. Esse cartão possui todas as informações do
assinante, lista das redes permitidas ao usuário, informações sobre a última localização, lista de
discagem rápidas, memórias, etc.

II.2.3. Short Message Services (SMS)

O serviço short message service (SMS) corresponde ao envio e recepção de mensagens


alfanuméricas contendo comprimento de até 160 caracteres. Estas mensagens são exibidas no
display das estações móveis.

O SMS pode ser considerado como serviço de Paging avançado, ou serviço de troca de mensagens
ponto a ponto. A diferença mais marcante se situa na possibilidade enviar mensagens a partir das
próprias estações móveis, sem necessidade de passar pela central de atendimento.

O SMS também pode ser implantado no modo Broadcasting, ou seja, fazendo com que as
mensagens transmitidas pela operadora cheguem a todos os usuários, ou a grupo de usuários
específicos. Isto pode ser útil, por exemplo, para informar condições de estradas, condições
meteorológicas, acidentes, cotação da moeda no país, etc.

II.2.4. Módulo GSM SIM800L

O SIM800L é um módulo de telefonia móvel Quad-Band GSM/GPRS, que funciona nas bandas
de 850, 900, 1800 e 1900 MHZ. Este pequeno dispositivo nos permite adicionar voz, SMS e dados
aos nossos projectos de Arduíno.

Especificações:

● Efetua e recebe chamadas de voz;


● Envia e recebe mensagens SMS;
● Envia e recebe dados GPRS (TCP/IP, HTTP, etc.);
● Interface de comando AT com detecção de transmissão automática.

17
Figura 5: Módulo GSM SIM800L

Fonte: Circuitos Digitais do México (2022)

Pinos do Módulo

5 Vin – Tensão de entrada do módulo;

GND – Terra;

Vdd – Fonte de alimentação de 3,4V a 4,4V com mínimo de 2 A;

Tx – Transmissor do módulo;

Rx – Receptor do módulo;

RST – Entrada de Reset do módulo.

Existem outras versões múltiplas do SIM800 disponíveis. As escolhas dos modelos dependem das
necessidades da aplicação. As características de diferentes modelos são dadas abaixo.

● SIM800L tem funcionalidade FM;


● SIM800C tem funcionalidade Bluetooth;
● SIM800F é compatível com pinos do módulo SIM900;
● SIM868 é uma versão dual sim com GNSS e formato menor.

18
II.3. Sistema GPS

Segundo (Dilão, s.d, p.1), GPS é um sistema de posicionamento geográfico que nos dá as
coordenadas de um lugar na terra, desde que tenhamos um receptor de sinal de GPS.

Acompanhando o mesmo fio de pensamento Schamber (2000), define o GPS (Global Positioning
System) Sistema Global de Posicionamento como um sistema projectado para fornecer o
posicionamento instantâneo bem como a velocidade de um ponto sobre a superfície da terra ou
próximo a ela.

Este sistema foi desenvolvido pelo departamento de defesa dos EUA, inicialmente criado com fins
militares estratégicos. O sistema conta com 24 satélites, sendo 03 reservas. Estes satélites
denominados NAVISTAR (Navegation System with Time and Ranging) estão distribuídos em seis
(6) orbitas distintas, a uma altitude aproximada de 20 mil Km, com um plano orbital a uma
inclinação de 55º em relação ao plano equatorial e um período de revolução de 12 horas siderais.
Os satélites GPS funcionam com energia solar, possuem baterias de segurança para mantê-los em
funcionamento em caso de um eclipse solar. Pequenos foguetes acoplados em cada satélite os
mantém percorrendo seu curso correto.

Figura 6: Posicionamento dos satélites na Órbita Terreste

Fonte: Mozaik (s.d)

II.3.1. Funcionamento

19
Os satélites transmitem dois sinais de radio de baixa potência, designados L1 e L2. Os receptores
GPS civis usam a frequência L1 de 1575,42 MHZ em UHF. Estes sinais viajam até a Terra
passando através de nuvens, vidro e plásticos, mas não atravessam barreiras sólidas, como prédios
e montanhas.

Um sinal GPS contem 03 diferentes bits de informação: Código pseudo-aleatório, dados de


efeméride e dados de almanaque. O código pseudo-aleatório é simplesmente um código de
identificação que mostra qual satélite está transmitindo a informação.

Os dados de efeméride, os quais são constantemente transmitidos por cada satélite, contem
informações importantes sobre a situação de cada um deles (boa ou ruim) e também a data e hora
atuais. Esta parte do sinal é importante para a determinação de uma posição.

Os dados de almanaque informam ao receptor GPS onde cada satélite deveria estar em qualquer
hora ao longo do dia. Cada satélite transmite dados de almanaque, enviando informações sobre sua
orbita para cada satélite do sistema.

Cada satélite envia os dados contendo a sua posição exacta (posição e elevação) e o momento de
início de transmissão destes dados. O receptor GPS interpreta esses dados. Com essa informação
é possível medir o intervalo de tempo passado entre o momento da transmissão do sinal e sua
recepção, de modo a determinar a distância que existe entre o receptor e o satélite. Calculando a
distância a pelo menos três (3) satélites é possível determinar a posição corrente sobre a Terra onde
esta colocado o receptor.

II.3.2. Cálculo da distância

Como não é possível esticar uma fita métrica desde a nossa posição na Terra até cada um dos
satélites, é necessário determinar a distância de uma outra forma. No caso vertente, medindo o
tempo que um sinal de velocidade conhecida demora à chegar até nós, aplicando a fórmula:

𝑥
𝑣=
𝑡

20
Onde: v – é a velocidade da luz (299792,458 km/s), x - a distância e t - o tempo.

Adaptando esta fórmula ao caso específico do GPS, temos Pr = C(TS-TR) o chamado pseudorange
que dá uma estimativa aproximada da distância a que o satélite se encontra do receptor.

II.3.3. Cálculo da posição do receptor

Uma vez conhecidas as distâncias a cada um dos satélites há que calcular as coordenadas
tridimensionais da posição do receptor: XR, YR, ZR.

Para isso há que recorrer novamente ao Teorema de Pitágoras e ao triângulo retangular:

1
𝐶(𝑇𝑆 − 𝑇𝑅) = ((𝑋𝑆 − 𝑋𝑅)2 + (𝑌𝑆 − 𝑌𝑅)2 + (𝑍𝑆 − 𝑍𝑅)2 )2

Onde:

C: Velocidade da luz;

TS: Tempo de emissão;

TR: Tempo de recepção;

XS, YS, ZS: Posição do satélite;

XR, YR, ZR: Posição do receptor.

Os parâmetros conhecidos são TS (hora de emissão do sinal), XS, YS, ZS (posição do satélite) e a
velocidade da luz C (299792,458 Km/s). As incógnitas são quatro: XR, YR, ZR (posição do
receptor) e TR (hora de recepção do sinal).

O GPS utiliza um sistema de coordenadas cartesianas ECEF (Earth Centered – Earth Fixed) –
mais concretamente WGS-84, é um sistema de coordenada que tem origem no centro de massa da
Terra e, estando-lho fixo, roda com ela.

21
Figura 7: Base de funcionamento do sistema ECEF.

Fonte: Marino, T.B (s.d)

Para aumentar a clareza da imagem vamos tirar a Terra da frente e projectar a posição do satélite
e o receptor, apenas em 2D, no plano XY (rodando os eixos apenas para manter a orientação de
um sistema cartesiano a duas dimensões: com o eixo YY na vertical e dos XX na horizontal).

Figura 8: Base de funcionamento do sistema ECEF em 2D.

Fonte: Marino, T.B (s.d)

E agora vamos utilizar o Teorema de Pitágoras para determinar a distância h, no plano XY, entre
o satélite S e o receptor R.

22
Ou seja:

1
ℎ = ((𝑋𝑆 − 𝑋𝑅)2 + (𝑌𝑆 − 𝑌𝑅)2 )2

E o passo seguinte é uma nova aplicação do mesmo Teorema que permite-nos determinar a
distância SR. Vendo “por cima”, para ficar mais claro.

Ou seja:

1
𝑆𝑅 = (ℎ2 + (𝑍𝑆 − 𝑍𝑅)2 )2
1
𝑆𝑅 = ((𝑋𝑆 − 𝑋𝑅)2 + (𝑌𝑆 − 𝑌𝑅)2 + (𝑍𝑆 − 𝑍𝑅)2 )2
1
𝐶(𝑇𝑆 − 𝑇𝑅) = ((𝑋𝑆 − 𝑋𝑅)2 + (𝑌𝑆 − 𝑌𝑅)2 + (𝑍𝑆 − 𝑍𝑅)2 )2

Nota: Os cálculos e raciocínios atrás descritos permitem, no entanto, ter-se noção dos fundamentos
trigonométricos que servem de base a toda a implementação do GPS ou de qualquer outro sistema
semelhante.

II.3.4. Módulo GPS NEO 6M

O NEO – 6M é um pequeno módulo com capacidade de se comunicar com o Sistema Global de


Navegação por Satélite (GNSS). Isto é, ele pode obter informações de sua própria localização no
mundo, sua velocidade, hora atual (GMT) e outros recursos.

23
Figura 9: Módulo GPS NEO 6M

Fonte: Circuitos Digitais do México (2022)

Pinos do Módulo

● Vcc – Alimentação do módulo (3,3 à 5V);


● GND – Terra;
● Rx – Pino de recepção da interface UART;
● Tx – Pino de transmissão UART.

Especificações

● Modelo: GY – GPS6MV2;
● Antena externa de cerâmica;
● Velocidade padrão: 9600 bps;
● Altitude limite: 50Km
● Temperatura de operação: -40º C à 85º C;
● Velocidade limite: 500m/s
● Consumo de corrente: 10mA à 100mA.

24
II.4. Componentes para a montagem do sistema de alerta de acidentes

II.4.1. Placa Arduíno

É uma plataforma de computação física com um microcontrolador que permite um controlo de


entrada e saída de sinais e dispositivos. Podemos até dizer que o Arduíno tem o comportamento
muito similar ao de um computador, pois podemos criar programas para manipular as entradas e
saídas, como por exemplo, sensores, leds, relês, etc. (Zuim, s.d, p.1.).

O Arduíno foi criado em 2005 por um grupo de pesquisadores: Massimo Banzi, David Cuartielles,
Tom Igoe, Gianluca Martino e David Mellis. O objectivo era elaborar um dispositivo que fosse ao
mesmo tempo barato, funcional e fácil de programar, sendo dessa forma acessível a estudantes e
projectistas. Foi adotado o conceito de hardware livre, o que significa que qualquer um pode
montar, modificar, melhorar e personalizar o Arduíno, partindo do mesmo hardware básico.

Figura 10: Placa Arduíno UNO Rev3 SMD

Fonte: Filipeflop (2014).

Assim, foi criada uma placa composta por um Microcontrolador ATMega da ATMEL, circuitos
de entrada e saída e que pode ser facilmente conectada à um computador e programada via IDE

25
(Integrated Development Enviroment) ou ambiente de desenvolvimento integrado, utilizando uma
linguagem baseada em C/C++, sem a necessidade de equipamentos extras além do cabo USB.

Figura 11: Interpretação dos pinos do Arduíno

Fonte: Zuim (s.d).

● GND – Tem a função de fechar o circuito eléctrico e fornecer um nível de referência lógico
comum em todo o circuito;
● RESET – Reinicia o Arduíno;
● IOREF – Referencia da entrada/saída, fornece a referência da tensão com a qual o
microcontrolador opera;
● AREF – Tensão de referência para as entradas analógicas; I
● ANALOG IN – Servem como entradas analógicas, mas também funcionam como entradas ou
saídas digitais. Usam um conversor analógico digital ADC, esta representação digital de sinais
analógicos permite que o processador (que é um dispositivo digital) meça o sinal analógico e
use-o em sua operação;

26
● DIGITAL – São pinos projectados para serem configurados como entrada/saída. Digital é a
forma de representar tensão em 1bit, quando ligados estão em um estado de tensão ALTA de
5V e quando desligados estado BAIXO de 0V;
● Tx & Rx – São pinos seriais do Arduíno, são usados para trocar dados entre a placa Arduíno
e outro dispositivo serial, como computadores, monitores, sensores, atuadores;
● ICSP – Permite que o usuário programe o firmware das placas do Arduíno;
● USB – Interface de alimentação e comunicação entre o computador e o microcontrolador;
● Microcontrolador ATmega328 - É um microcontrolador Advanced Virtual Risc (AVR).
Suporta processamento de dados de 8 bits, tem 1 KB de memória somente para leitura
programável apagável electricamente (EEPROM). Se a alimentação eléctrica fornecida ao
microcontrolador é removida, mesmo assim, ele pode armazenar os dados e fornecer resultados
após o fornecimento da alimentação eléctrica.

Figura 12: Microcontrolador ATmega328

Fonte: Lionchip (2019)

27
Características
Tabela 1: Características do Arduíno UNO Rev3

Microcontrolador ATmega328
Tensão de operação 5V
Tensão recomendada (entrada) 7-12 V
Limite da tensão de entrada 6-20 V
Pinos digitais 14 (seis pinos com saída PWM)
Entrada analógica 6 pinos
Corrente continua por pino de entrada e saída 40 mA
Corrente para o pino de 3.3 V 50 mA
Quantidade de memoria FLASH 32 kb (ATmega328) onde 0.5KB usado para
bootloader
Quantidade de memoria SRAM 2 KB (ATmega328)
Quantidade de memoria EEPROM 1 KB (ATmega328)
Velocidade de clock 16 MHz

II.4.2. Modulo HMC5883L

O módulo bussola electrónica HMC5883L é um modulo que contem um sensor magnético de três
(3) eixos cartesianos (x, y e z) dispostos em posições perpendiculares uns aos outros. Foi
desenvolvido pela Honeywell, o modulo converte o campo magnético em saída de tensão
diferencial em 3 pinos de eixos.

28
Figura 13: Modulo HMC5883L

Fonte: Microcontroller slab (s.d)

As máquinas não tripuladas, como por exemplo robôs e drones, não podem sentir em que direção
se movem, ao contrário dos humanos. Portanto, precisam de magnetómetros. Eles sentem o campo
magnético e com base neste campo magnético, indicam a direção de um dispositivo no qual
magnetómetro está integrado. Podemos usar o HMC5883L para determinar a direção dos objectos.

Diagrama de Pinagem

O módulo de magnetómetro HMC5883 consiste em XC6206P332MR IC junto com outros


componentes.

Figura 14: Diagrama de pinos do HMC5883L

Fonte: Microcontroller slab (s.d)

29
Os pinos 3, 5, 6, 7 e 14 são pinos NC (Normalmente Comum). Eles não têm nenhuma função e é
por este motivo que são desconectados. Os pinos 1 e 16 são de comunicação para interface I2C
(SCL – 1 e SDA – 16).

SCL (Serial Clock) é uma entrada de relógio mestre/escravo que recebe o sinal de relógio de um
dispositivo mestre. O magnetómetro actua como um escravo quando fazemos a interface com um
microcontrolador. SDA (Serial Data) é um pino de dados serial.

Pino 2 é da fonte de alimentação, requer tensão na faixa de 2,16V a 3.6V para o sensor funcionar.
Por possuir um regulador de tensão integrado, pode ser alimentado directamente com 5V, sem
necessidade de um conversor adicional. Pinos 9 e 11 são para aterramento.

● Pino_4 é o S1 e deve ser ligado ao VDDIO;


● Pino_8 é a entrada positiva de ajuste. Ele remove o magnetismo passado armazenado no
sensor;
● Pino_10 é para o capacitor de reservatório, deve ser de 4.7 µF;
● Pino_12 é uma conexão no lado do drive da correia de ajuste/reinicialização.
● Pino_13 fornece energia para a interface IO. Deve ser 1.71V.
● Pino_15 é de interrupção de dados prontos, indica quando os dados estão prontos.

O HMC5883L mede a força do campo magnético em uma faixa de -8 a +8 gauss com uma precisão
de 1-2 gaus.

II.4.3. Buzzer

Buzzer também conhecido como campainha piezo. É basicamente um pequeno altifalante, que se
pode ligar directamente a um Arduíno, que faz soar um tom numa frequência definida.

30
Figura 15: Buzzer.

Fonte: FBELE (s.d).

II.4.4. Push button


É um botão utilizado para dar ordem de acionamento sempre que pulsado.

Figura 16: Push Button

Fonte: Solar botics (s.d).

II.4.5. Protoboard
É uma placa de teste com orifícios e conexões capazes de conduzir, dividida em algarismos e
letras, na secção de algarismos conduz na posição vertical, na secção das letras conduz na posição
horizontal.

31
Figura 17: Protoboard

Fonte: Analog Device (2017).

II.4.6. Fios Condutores


São condutores electrónicos usados para fazer a ligação entre os componentes nas placas, por
forma a deixar o circuito mais perceptível e fácil de fazer manutenção.

Figura 18: Jumpers

Fonte: MSSElectronica (2019).

32
II.5. Tipos de acidentes rodoviários numa Estrada Nacional

O artigo 151 do código de estrada e regulamento de sinais de transito pág. 96, define acidente de
viação como toda lesão externa ou interna e toda perturbação nervosa psíquica ou dano patrimonial
e moral que resulta da acção de uma violência exterior súbita produzida por qualquer veículo ou
meio de transporte em circulação na via publica. Por sua vez o Instituto Nacional de Estatística
[INE] (2019, p.3) acrescenta que um acidente de viação é um acontecimento inesperado e
indesejado, que pode resultar em vítimas humanas, materiais ou financeiras.

De salientar que, os acidentes rodoviários resultam de uma anomalia num sistema, essa anomalia
pode ser resultado de um ou mais elementos rodoviários que são caracterizados por muitos fatores
como sendo, via, veículo e homem de acordo com (Isaque, 2002 p.16).

Segundo Germano (1996, p.68) contrai Isaque, dizendo que o comportamento humano é a causa
dos acidentes rodoviários porque “Conduzir não é um simples acto, um mero movimento físico,
mas o complexo de operações técnicas necessárias e adequadas a pôr e manter o automóvel em
circulação.

De acordo com a Polícia da República de Moçambique [PRM] (2009 p.8), classificam os acidentes
rodoviários da seguinte forma: Choque entre carros, Atropelamento, Despiste/Capotamento,
Choque entre carro/moto e Choque com obstáculo fixo.

Tendo em conta que algumas regiões da estrada nacional número seis (6) se encontram em um
estado precário de transitabilidade, isso possibilita muitas das vezes a ocorrências dos acidentes
rodoviário do tipo despiste/capotamento e choque entre carros.

II.6. Procedimento usado para comunicação da ocorrência de um acidente rodoviário na


EN6;

Em Moçambique, os acidentes rodoviários constituem um grande problema social e económico,


ceifando milhares de vidas por ano e destruindo bens públicos e privados de elevado valor

33
económico. As mortes por acidentes rodoviários têm vindo a aumentar drasticamente no país. De
acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde OMS (2015), anualmente em
Moçambique as autoridades têm divulgado a morte de cerca de 1.700 pessoas nas diversas estradas
do país. Mas a OMS estima que o número real de mortes seja superior a 8.000. Pode se observar
que o factor humano e o mau estado das estradas, têm sido vistos como sendo os principais factores
de crescimento dos números de acidentes nas rodovias, que a maioria deles culmina em mortes.

Segundo Instituto Nacional de Transportes Terrestres INATTER (2012 p.11), apesar de se registar
a redução de casos de acidentes de viação no país, o número de vítimas tende a aumentar e a
resposta aos sinistros é muito lenta, fazendo com que haja situações de perdas de vida devido à
demora ou ausência de socorro adequado. Com a existência de um sistema automático de controlo
das sinistralidades, poderias de forma rápida, responder os casos de acidentes.

O procedimento usado para identificação da ocorrência de um acidente rodoviário é feito na base


da denuncia dos cidadãos. Pode se observar que, para que as unidades policiais efetuem uma
operação de atendimento aos acidentes rodoviários depende de uma chamada por parte dos
cidadãos, desta forma, quanto mais a chamada demora, também o atendimento irá demorar
influenciando no tempo de resposta do acidente, que pode culminar em morte por parte do
acidentado ainda em vida.

Para que seja reduzido o nível de sinistralidade rodoviário, é necessário apontar um sistema capaz
de alertar as unidades policiais com o objetivo de reduzir as mortes por desaparecimento após
ocorrência de um acidente na estrada nacional número seis (6).

34
CAPÍTULO
III. DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA DE ALERTA DE ACIDENTES
RODOVIARIOS AS UNIDADES POLICIAS NA EN6

Neste capítulo são explicadas de forma detalhada as partes que integram o sistema desenvolvido,
ou seja, a parte física do sistema (hardware), assim como a parte lógica do sistema (software).

De uma forma geral, o sistema de alerta de acidentes rodoviários as unidades policiais na EN6
será composto por quatro (4) blocos principais, nomeadamente:

⮚ Bloco de coleta de dados: por intermédio da bussola digital HMC5883L e GPS;


⮚ Bloco de acionamento manual: por intermedio do botão push;
⮚ Bloco de análise e processamento: por intermédio do Arduíno;
⮚ Bloco de alerta: por intermédio do GSM e Buzzer.

Acionamento Manual

Push Button

Alerta
Coleta de dados
Análise e Processamento

HMC5883L GSM SIM800L


&
GPS NEO 6M Arduíno Uno Rev3 Buzzer

Figura 19: Diagrama em blocos do sistema

Fonte: Autor (2022)

35
III.1. Descrição dos blocos principais do sistema

Bloco de coleta de dados

Tem a função de detectar os valores das coordenadas cartesianas (X, Y e Z), de acordo com a
posição do sensor HMC5883L, os valores das variáveis vão mudando de acordo com a posição do
sensor. Os dados coletados pelo sensor são enviados para o microcontrolador do Arduíno, através
da interface de comunicação I2C.

Bloco de acionamento manual

Em caso de incerteza no funcionamento do sensor HMC5883L, pode se recorrer ao push button


para o acionamento do bloco de alerta no sistema. O acionamento é feito de forma manual pelo
condutor do veículo ou um dos tripulantes caso esteja ao seu alcance, apenas pressionando o botão.
Ele também pode ser pressionado mesmo com o sensor funcionando perfeitamente.

Bloco de análise e processamento

O módulo Arduíno é responsável pelas conexões físicas de todos componentes do sistema, recebe
os dados enviados pelo bloco de coleta dedos, faz uma análise comparando com os dados já
existentes no microcontrolador, posteriormente a informação é processada com finalidade de se
tomar uma decisão, que pode ou não acionar o alerta.

Por outro lado, o microcontrolador recebe um pulso do push button e aciona o alerta sem
necessidade de nenhuma analise.

Bloco de alerta

É composto por dois (2) componentes, GSM e Buzzer. Eles executam acções de acordo com as
instruções dadas pelo Arduíno, só entram em operação quando o sistema detecta valores
indesejáveis nas variáveis X, Y e Z ou quando é acionado o push button. O GSM envia uma SMS
para um ou mais números configurados no Arduíno e o Buzzer soa o alarme de forma sonora.

36
Push
Button

Antena

GPS NEO
6M
Arduíno Uno Rev3
HMC5883L
Microcontrolador
ATmega328

Antena
GSM
SIM800L
9 – 12
V Buzzer

Regulador de
tensão 12V
para 5V

Figura 1: Diagrama em blocos do sistema de alerta de acidentes rodoviários


as unidades policiais na EN4

Fonte: Autor (2022)

III.2. Descrição do diagrama em blocos do sistema

⮚ HMC5883L: é o sensor responsável pela detecção das coordenas x, y e z, que variam os


valores de acordo com a movimentação ou inclinação do módulo, os valores podem ser
negativos ou positivo.
⮚ Fonte de alimentação (9-12V): através do conector USB, a placa do Arduíno recebe a tensão
necessária para fazer funcionar o próprio Arduíno e alimentar os diversos dispositivos nele
conectados.

37
⮚ Push Button: botão acionado de forma manual, permite que o sistema envie mensagem sem
precisar verificar os dados dos variáveis x, y e z.
⮚ Buzzer: é responsável por emitir um som quando o sensor HMC5883L está numa posição
indesejada, isto é, fora dos parâmetros pré-definidos no sistema, ou quando é pressionado o
botão push. O som é audível apenas no interior do veículo.
⮚ Arduíno Uno Rev3: é a placa que contem o microcontrolador que comanda todo sistema,
permitindo desse modo a intercomunicação de todos componentes nele conectados.
⮚ GPS NEO 6M: tem a função de fornecer as coordenadas exactas do posicionamento do
sistema. O GPS tem uma linha de comunicação com os satélites geoestacionários, que o
permite ter as coordenadas do sistema a cada instante.
⮚ Antena GPS: é responsável por realizar a troca de informações entre o GPS e os satélites, com
um ganho entre 4 à 5 dBi.
⮚ GSM SIM800L: faz o rastreio das torres de telefonia moveis mais próximas e estabelece uma
comunicação, permitindo ao GSM estabelecer chamadas, envio e recepção de mensagens. E é
através dele que são enviadas as mensagens de pedido de ajuda, contendo as coordenadas do
sistema.
⮚ Antena GSM: é responsável por estabelecer a comunicação entre o GSM e as torres de
telefonia movel, com um ganho de 3dBi.
⮚ Regulador de tensão: tem a função de garantir que o modulo GSM receba a tensão especifica,
uma vez que o GSM apenas funciona com uma tensão entre 4.1 à 5V com uma corrente de 2.

III.3. Princípio de Funcionamento do sistema

Para melhor percepção do funcionamento do sistema de alerta de acidentes rodoviários às unidades


policiais na EN6, pode se dividir o sistema em duas partes que são resultados da composição dos
quatros blocos principais do sistema, nomeadamente: processamento da informação e
recepção/visualização da informação.

A primeira parte é composta por um sensor de bussola electrónica HMC5883L, que faz a recolha
dos dados relacionado com a posicionamento do sensor no interior do veículo. Os dados recolhidos
são indicados através das variáveis X, Y e Z, podem variar de acordo com os movimentos do

38
sensor. As informações do sensor são enviadas instantaneamente para o microcontrolador, o
microcontrolador já contém informações pré-definidas do posicionamento normal do veículo.

Enquanto o sistema estiver em funcionamento, o modulo GPS irá enviar informações da


localização exacta do sistema a cada segundo, possibilitando dessa forma a localização do veículo
em qualquer canto ao longo da EN6.

As informações do sensor HMC5883L são comparadas com as já existentes no microcontrolador,


caso haja discrepância entre os valores o microcontrolador irá enviar informações da localização
e o tipo de acidente que ocorreu ao módulo GSM SIM800L. De seguida o módulo GSM irá mandar
uma mensagem para os números definidos como destinatários da informação, neste caso as
unidades policiais e alguns familiares caso necessário.

A segunda etapa esta relacionada com a recepção da informação de alerta da ocorrência de um


acidente rodoviário, neste caso o pedido de socorro.

Os postos e comandos das unidades policiais serão responsáveis pela infra-estrutura que irá agregar
a recepção da informação. Cada unidade policial nas proximidades da EN6 terá um Tablet com
capacidade de suportar uma tecnologia GSM ou mais, para a recepção das informações enviadas
pelo sistema, concretamente, as coordenas do ponto onde ocorreu o acidente, que será
acompanhado por um link com acesso direto ao google map para garantir o melhor conhecimento
da trajectória que será percorrida.

O Tablet deve estar conectado a uma rede de dados para garantir a visualização da localização
através do google map, caso contrário só poderá localizar o ponto na qual o veículo esta através
das coordenadas geográficas.

O dispositivo será de uso exclusivo ao atendimento de mensagens de alerta de acidentes


rodoviários. Contudo, estará conectado a um altifalante que ira emitir um som capaz de ser audível
por todos presentes na unidade.

39
III.4. Fluxograma do circuito

De um modo geral o princípio de funcionamento acima descrito pode ser resumido pelo
fluxograma ilustrado na figura 18.

40
Inicio

Leitura dos dados


x, y e z (sensor
HMC5883L)

Recepção de Botão
coordenadas geográficas
(GPS)

Processamento no
Microcontrolador

X >= N
Y >= P

Não Z >= S

Sim

Enviar mensagem GSM


Acionar Sirene
(tipo de acidente e link)

Fim

Figura 2: Fluxograma do Sistema de alerta de acidentes rodoviários

Fonte: Autor (2022).


41
Discrição das ligações dos pinos para o circuito do sistema

O módulo GSM SIM800L é alimentado pelo regulador de tensão, e comunica com o Arduíno
através dos seguintes pinos:

Tabela 2: Discrição dos pinos para GSM SIM800L

GSM SIM800L 5V GND Tx Rx


Arduíno Uno GND 10 11
Rev3
Regulador de + -
Tensão

Fonte: Autor (2022).

O módulo GPS NEO 6M comunica com o Arduíno pelos seguintes pinos:

Tabela 3: Discrição dos pinos para GPS NEO 6M

GPS NEO 6M Vcc GND Tx Rx


Arduíno Uno 5V GND 4 3
Rev3

Fonte: Autor (2022).

O sensor HMC 5883L comunica com o Arduíno pelos seguintes pinos:

Tabela 4: Discrição dos pinos para HMC 5883L

HMC 5883L Vcc GND SDA SCL


Arduíno Uno 5V GND A4 A5
Rev3

Fonte: Autor (2022).

A tabela abaixo descreve a ligação do Arduíno com outros componentes pertencentes ao sistema.

42
Tabela 5: Discrição dos pinos do Arduíno com outros componentes

Arduíno Uno Rev3 Buzzer Push Button


5–2 + 1
GND - 2

Fonte: Autor (2022).

III.5. Circuito eléctrico do sistema

Para o desenho virtual do sistema foi usada a plataforma Fritzing. É um software usado para
desenhar circuitos. O seu IDE permite fazer desenho da placa de circuito impresso, desenhos do
esquema e desenho das ligações em protoboard.

No circuito a baixo, o Arduíno recebe uma alimentação de 5V e suporta até 12V. Os pinos 3 e 4
são usados de interface para transmissão e recepção do modulo GPS e 10,11 tem a mesma função
com o GSM. Para alimentação do GSM é usado um regulador de tensão de 12V - 2A na entrada e
5V - 2A na saída, para permitir a alimentação do modulo com precisamente 5V - 2A.

O botão será conectado no pino de entrada 2 e o buzzer no pino de saída 5.

O barramento negativo da protoboard é conectado ao GND para permitir a comunicação do terra


do microcontrolador com outros dispositivos.

O sensor HMC 5883L tem saídas analógicos, no entanto, seus pinos são conectados as entradas
analógicas 4 e 5 do Arduíno.

43
Figura 22: Circuito Eléctrico do Sistema

Fonte: Autor (2022)

III.6. Circuito físico do sistema de alerta de acidentes rodoviários as unidades policiais na


EN6

44
Figura 23: Circuito físico do sistema de alerta

Fonte: Autor (2022).

III.7. Ambiente de Desenvolvimento Integrado

Para a criação do programa sketch que garante o funcionamento do sistema, foi usada a plataforma
Integrated Development Environment – IDE, 1.8.17. O software Arduíno é uma plataforma
electrónica de código aberto onde, o utilizador pode dizer à sua placa o que fazer enviando um
conjunto de instruções para o microcontrolador da placa. Para fazer isso, você usa a linguagem de
programação Arduíno (baseada em Wiring) que é essencialmente C ou C++.

A figura abaixo mostra os principais pontos encontrados nesta plataforma.

45
Figura 24: Ambiente de desenvolvimento Integrado (IDE), v.1.8.17.

Fonte: Autor (2022).

1. Barra de menu: Dá acesso as ferramentas necessárias para criar e salvar sketches do Arduíno;
2. Botão de verificação: Compila seu código e verifica erros de ortografia ou sintaxe;
3. Botão upload: Envia o código para a placa que esta conectada, com o Arduíno Uno, neste
caso. As luzes na placa piscarão rapidamente durante o upload;
4. Novo sketch: Abre uma nova janela contendo um sketch em branco;
5. Nome do sketch: quando o sketch é salvo, o nome do sketch é exibido aqui;

46
6. Abrir sketch existente: Permite abrir um sketch salvo ou um dos exemplos armazenados;
7. Salvar sketch: Isso salva o sketch que você tem actualmente aberto;
8. Monitor serial: Quando a placa esta conectada, esta função exibirá a informação serial do seu
Arduíno;
9. Área de código: Esta área é onde você compõe o código do sketch que diz ao Arduíno o que
fazer;
10. Área de mensagem: Esta área informa o status do salvamento, compilação de código, erros e
muito mais;
11. Console de textos: Mostra os detalhes de uma mensagem de erro, tamanho do programa que
foi compilado e informações adicionais;
12. Placa e portas serial: Informa a você qual placa esta sendo usada e em qual porta serial ela
esta conectada.

IV. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

De forma a verificar o funcionamento do sistema em relação aos resultados esperados foram


realizados os seguintes testes:

IV.1. Teste do sensor HMC5883L

O sensor HMC5883L é responsável por efetuar a leitura das variáveis x, y e z que ilustram o
posicionamento do mesmo. São posteriormente enviados ao microcontrolador. Para aferir o seu
funcionamento foi usado um código já existente na biblioteca do módulo, que foi carregado ao

47
Arduíno e tinha como finalidade testar o desempenho e a eficiência do sensor, conforme ilustra a
figura 25 b).

O sensor foi submetido a diferentes testes de posições com objectivo de extrair dados das variáveis
x, y e z em diferentes estados (vertical, horizontal, obliquo, virado para este, oeste, norte e sul) e
com variação brusca do seu posicionamento. Enquanto o eixo Z estiver com a seta indicada para
um sentido específico (seta indica para cima “700…800”) e com precisão na indicação, os seus
valores vão se manter estáticos ou com mínimas variações. Por outro lado, os valores de X e Y
terão variações bruscas de acordo com o sentido do movimento. A mesma teoria se aplica quando
se analisa cada eixo de forma independente. O módulo tem auto grau de sensibilidade a mudança
de posição, dessa forma, é necessário usar intervalos longos de valores para definir uma acção em
caso do intervalo ser alcançado ou não, opera com dificuldade em ambientes com temperaturas
extremas. Devido ao seu elevado grau de sensibilidade é muito usado em projectos de robótica e
outros testes de choques e colisões, além desses campos também será útil no presente projecto por
apresentar características que compactam com as necessidades do sistema.

Figura 25 a): Teste do Sensor HMC5883L.

48
Fonte: Autor (2022).

Figura 26 b): Teste do Sensor HMC5883L.

Fonte: Autor (2022).

IV.2. Teste do Módulo GSM SIM800L

O GSM SIM800L permite o envio da informação em formato mensagem do microcontrolador para


qualquer dispositivo móvel ou fixo que tenha uma infraestrutura GSM. É necessário que o número
do destinatário esteja mencionado na programação do Arduíno, desta forma a mensagem será
enviada. Leva em média 10 à 30 segundos para recepção da mensagem, após ser enviada. O
módulo é alimentado por uma tensão de 5V e 2A, o Arduíno tem nos seus pinos de saída apenas
50 mA. Para suprir a corrente necessária no modulo foi usado o regulador de tensão 12V - 2A para
5V - 2A. Opera com temperaturas compreendidas entre -45º à 85º C. Quando submetido às altas
temperaturas leva em média 20 minutos à 1h para enviar mensagem, com possibilidades de não o
fazer.

49
O modulo foi testado em um compartimento fechado e em um espaço livre. Apresentou um óptimo
funcionamento nos dois ambientes, neste caso, conclui-se que para o seu melhor funcionamento
ele precisa estar numa área com cobertura das células de antenas de comunicação móvel.

Figura 27: Teste do GSM SIM800L - Recepção da Mensagem.

Fonte: Autor (2022).

Figura 28: Teste do GSM SIM800L - Envio da Mensagem

Fonte: Autor (2022).

50
IV.3. Teste do Módulo GPS NEO 6M

A função do módulo GPS NEO 6M é de mandar dados refentes a localização do sistema. Tem uma
comunicação direta com os satélites e por sua vez manda as informações para o microcontrolador
que organiza e manda os dados para o GSM. O GSM envia uma mensagem contendo a localização
exacta do sistema. O módulo precisa de 1 à 15 minutos em média para estabelecer à comunicação
com o satélite após ser alimentado. Uma vez estabelecida à comunicação, o módulo irá mandar
informações da localização a cada segundo. Quando submetido à temperaturas extremas e tensões
elevadas, apresenta anomalias no seu funcionamento que podem danifica-lo. Foram feitos testes
com tensão acima de 5V que acabou por danificar alguns módulos com o mesmo modelo.

O módulo foi testado em ambientes abertos e fechados, posteriormente movido para diferentes
locais. O sistema apresentou falhas de localização geográfica quando submetido em ambientes
fechados, tais como, interior da casa e edifícios, também irá apresentar mau funcionamento quando
estiver em condutas subterrâneas, túneis, etc. No caso específico de Moçambique, concretamente
à EN6 não existem túneis e o sistema funciona bem em ambientes abertos, deste modo, o sistema
é ideal para região em estudo.

Figura 29 a): Teste do Módulo GPS NEO 6M.

Fonte: Autor (2022).

51
Figura 30 b): Teste do Módulo GPS NEO 6M.

Fonte: Autor (2022).

Limitações do sistema
⮚ Só funciona em áreas com cobertura do sinal móvel;
⮚ Não permite informar ao destinatário de forma especifica todos os tipos de acidentes que
tenham ocorrido;
⮚ O módulo GPS NEO 6M usado no protótipo funciona com dificuldades em ambientes
fechados. Para se ter uma boa comunicação com os satélites é necessário estar em ambientes
abertos e com altura elevada.

52
CAPÍTULO
V. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

Conclusões

O presente trabalho teve como principal objectivo o desenvolvimento de um sistema de alerta de


acidentes rodoviários as unidades policiais na EN6, para a sua concretização foram associados
conhecimentos referentes a diversas ares de estudo, com principal destaque a área da Engenharia
Electrónica e de Telecomunicações.

Com base nos objectivos específicos deste trabalho pode-se afirmar que o objectivo geral foi
alcançado, visto que todas as tecnologias usadas para o desenvolvimento do trabalho foram
descritas, fez-se também a descrição de todos elementos que compõem o sistema de forma a
apresentar o princípio de funcionamento e posteriormente fazer a construção e apresentação do
protótipo do sistema proposto.

De forma a se analisar os resultados do desempenho do sistema, alguns testes foram feitos que
permitem afirmar que o sistema realiza correctamente o envio de informação por intermédio do
GSM. A informação enviada contém uma mensagem descrevendo ocorrência de um acidente, o
local exacto na qual o acidente ocorreu. Também foram feitos testes que possibilitam o envio da
informação de forma instantânea sem a necessidade de passar por um sensor HMC5883L para
confirmar a ocorrência de um acidente, apenas pressionado o botão pushup logo a informação é
enviada.

A partir da avaliação do desempenho do sistema de alerta e análise dos níveis de sinais das
companhias de telefonia móvel na EN6, pode se dizer que o mesmo poderá contribuir de forma
positiva e significativa no alerta de ocorrência de acidentes rodoviários as unidades policiais na
EN6.

53
Recomendações

Como forma de melhorar o desempenho do presente sistema, são apresentadas as seguintes


recomendações:

⮚ Expansão do sistema, com vista a garantir o seu funcionamento em qualquer canto do país. Até
o momento o sistema foi desenhado para operar na estrada nacional número seis, que liga a
cidade da Beira e o distrito de Machipanda província de Manica. Por se tratar de um troço com
poucas lacunas da rede móvel a nível central. Foi usado um chip da companhia móvel nacional
“Movitel S.A” que contem a maior cobertura de voz e dados a nível regional.
⮚ Implementação de sistema GPS mais robustos tanto para protótipo assim como, para o projecto
real. Um sistema GPS com alto grau de qualidade ira permitir localizar o veículo em qualquer
canto ou estado, mesmo por baixo da água.
⮚ Para os futuros estudos, sugere-se que o sistema tenha uma interface de comunicação entre o
condutor e o destinatário pré-programado. Desta forma não ira limitar o uso do sistema apenas
para o alerta de acidentes, ele pode ser usado para pedir ajuda em caso de uma avaria mecânica,
assistência medica a distância, informações da direção e muitas outras coisas.

54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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https://www.solarbotics.com/?s=push+button&post_type=product&dgwt_wcas=1.

Zuim. (s.d). Interpretação dos pinos do Arduíno. Disponível em https://ezuim.com.

57
Apêndice 1
Código fonte do sistema de alerta de acidentes rodoviários na EN6

#include <SoftwareSerial.h>

#include <Wire.h>

#include <MechaQMC5883.h>

#define Buzzer 5

#define Button 2

MechaQMC5883 qmc;

char Received_SMS;

short LOCATION_OK=-1;

String SMS;

String link;

String number = "+258858051051";

SoftwareSerial sgsm(10, 11);

float gpslat, gpslon;

void setup()

//==========HMC588L/GPS=========

Wire.begin();

Serial.begin(9600);

qmc.init();

// ============Buzzer================

pinMode(Buzzer, OUTPUT);

A
pinMode(Button, INPUT_PULLUP);

Serial.begin(9600);

sgsm.begin(9600);

Serial.begin(9600);

Serial.println("Starting ...");

delay(1000);

ReceiveMode();

void loop() {

String RSMS;

while(sgsm.available()>0){

Received_SMS=sgsm.read();

Serial.print(Received_SMS);

RSMS.concat(Received_SMS);

LOCATION_OK=RSMS.indexOf("LOCATION");

if(LOCATION_OK!=-1){

Serial.println("Found LOCATION");

SendMessage1();

ReceiveMode();

LOCATION_OK=-1;

//==============Buzeer/Button =======================

B
if(digitalRead(Button) == LOW)

delay(100);

digitalWrite(Buzzer, HIGH);

delay(5000);// 25 000 -> 30s

SendMessage();

} else {

digitalWrite(Buzzer, LOW);

if (Serial.available() > 0)

switch (Serial.read())

case 's':

digitalWrite(Buzzer, HIGH);

delay(5000);// 25 000 -> 30s

SendMessage();

//==============HMC5883L==========================

int x,y,z;

qmc.read(&x,&y,&z);

Serial.print("x: ");

Serial.print(x);

C
Serial.print(" y: ");

Serial.print(y);

Serial.print(" z: ");

Serial.print(z);

Serial.println();

delay(300);

if (z > 400){

Serial.println("ACIDENTE");

digitalWrite(Buzzer, HIGH);

/*tone(3, 900);

delay(10);

noTone(3);

delay(1000);

SendMessage();*/

delay(1000);

SendMessage();

delay(1000);

/*else if ( (x < -300) ){

Serial.println("Virado para Esquerda");

tone(3, 900);

delay(10);

SendMessage();

D
delay(1000);

SendMessage();

}*/

else {

Serial.println("NORMAL");

noTone(3);

void Serialcom()

delay(500);

while(Serial.available())

sgsm.write(Serial.read());

while(sgsm.available())

Serial.write(sgsm.read());

void ReceiveMode(){

sgsm.println("AT");

Serialcom();

E
sgsm.println("AT+CMGF=1");

Serialcom();

sgsm.println("AT+CNMI=2,2,0,0,0");

Serialcom();

void SendMessage()

sgsm.listen();

sgsm.print("\r");

delay(1000);

sgsm.print("AT+CMGF=1\r");

delay(1000);

/*Replace XXXXXXXXXX to 10 digit mobile number &

ZZ to 2 digit country code*/

sgsm.print("AT+CMGS=\""+ number +"\"\r");

delay(1000);

//The text of the message to be sent.

String SMS = "ALERTA DE ACIDENTE RODOVIARIO";

sgsm.println(SMS);

/*sgsm.print("Latitude :");

sgsm.println(gpslat, 6);

sgsm.print("Longitude:");

sgsm.println(gpslon, 6);*/

F
String link = "https://goo.gl/maps/zQzLXr8kie3uZA446";

sgsm.println(link);

delay(1000);

sgsm.write(0x1A);

delay(1000);

sgsm.print("https://www.google.com/maps/?q=");

sgsm.print(gpslat, 6);

sgsm.print(",");

sgsm.print(gpslon, 6);

sgsm.println();

Serial.println("Data Sent.");

delay(500);

void SendMessage1()

sgsm.listen();

sgsm.print("\r");

delay(1000);

sgsm.print("AT+CMGF=1\r");

delay(1000);

/*Replace XXXXXXXXXX to 10 digit mobile number &

ZZ to 2 digit country code*/

G
sgsm.print("AT+CMGS=\""+ number +"\"\r");

delay(1000);

//The text of the message to be sent.

String SMS = "LOCALIZACAO ATUAL:";

sgsm.println(SMS);

/*sgsm.print("Latitude :");

sgsm.println(gpslat, 6);

sgsm.print("Longitude:");

sgsm.println(gpslon, 6);*/

String link = "https://goo.gl/maps/zQzLXr8kie3uZA446";

sgsm.println(link);

delay(1000);

sgsm.write(0x1A);

delay(1000);

sgsm.print("https://www.google.com/maps/?q=");

sgsm.print(gpslat, 6);

sgsm.print(",");

sgsm.print(gpslon, 6);

sgsm.println();

Serial.println("Data Sent.");

delay(500);

H
Apêndice 2
Orçamento do material necessário para concepção do protótipo
Tabela 6: Orçamento do material para concepção do protótipo.

Fonte: Autor (2022).

Orçamento do Projecto
Nº Material Quantidade Preço/Unidade (MT) Total
1 Arduíno Uno Rev3 1 1450.00 1450.00
2 Modulo GPS NEO6M 1 1450.00 1450.00
3 Modulo GSM SIM800L 1 1000.00 1000.00
4 Modulo HMC 5883L 1 800.00 800.00
5 Regula de tensão 5V – 2A 1 350.00 350.00

6 Fios conectores - -
7 Protoboard 1 230.00 230.00
8 Buzzer 2 50.00 50.00
9 Botão pushup 1 30.00 30.00
TOTAL 5360

I
Apêndice 3
Guião de entrevista

J
Anexo
Mapa da EN6 (Beira – Machipanda)

Figura 31: Mapa da Estrada Nacional Número Seis (EN6).

Fonte: Administração Nacional de Estradas (2016).

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