LÍNGUA PORTUGUESA

Vozes verbais e funções do SE – II

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VOZES VERBAIS E FUNÇÕES DO SE – II

Voz passiva: o objeto direto da voz ativa torna-se sujeito paciente.

Os juízes inocentaram aqueles réus → Voz ativa.

aqueles réus: objeto direto

Aqueles réus foram inocentados pelos juízes → Voz passiva analítica.

Aqueles réus: sujeito paciente
foram inocentados: verbo ser + particípio → o verbo auxiliar e o verbo principal devem
concordar com o sujeito paciente.
pelos juízes: agente da passiva

Inocentaram-se aqueles réus → Voz passiva sintética.

aqueles réus: sujeito paciente
Inocentaram-se: o verbo concorda com o sujeito paciente.

Obs.: É preciso atenção a essa concordância do verbo com o sujeito paciente. Exemplo:
a frase “joga-se búzios” está incorreta. O sujeito paciente está no plural “búzios”. O
correto, então, seria “jogam-se búzios”.
Alugam-se casas. Aluga-se casa.
Vendem-se casas. Vende-se casa.
Doam-se filhotes de poodle. Doa-se filhote de poodle.

ATENÇÃO
Esse assunto é muito explorado em provas de concurso.
5m

O ator revela a verdadeira versão à imprensa.

Frase na voz ativa.
Revela: verbo transitivo direto
O ator: sujeito
a verdadeira versão: objeto direto
à imprensa: objeto indireto
ANOTAÇÕES

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A verdadeira versão é revelada à imprensa pelo ator.

Frase na voz passiva analítica.
A verdadeira versão: sujeito paciente
é revelada: verbo “ser” + particípio (no feminino singular, para concordar com “versão”)
à imprensa: objeto indireto
pelo ator: agente da passiva
10m

Revela-se a verdadeira versão à imprensa.

se: partícula apassivadora → transforma o objeto direto em sujeito paciente.
Revela: verbo transitivo direto e indireto
a verdadeira versão: sujeito paciente
à imprensa: objeto indireto

Obs.: O sujeito não pode ser preposicionado. O objeto direto, em sua origem, não é
preposicionado.

ATENÇÃO
Verbos que permitem objeto direto: verbo transitivo direto e verbo transitivo direto e indireto.
15m

O pedreiro necessita de auxiliares (voz ativa)

O pedreiro: sujeito
Necessita: verbo transitivo indireto
de auxiliares: objeto indireto
Não há objeto direto nessa frase – por isso, não é possível transformar essa frase em voz
passiva analítica.

O atleta correu durante as férias (voz ativa)

O atleta: sujeito
Correu: verbo intransitivo
durante as férias: adjunto adverbial de tempo
Não há objeto direto nessa frase – por isso, não é possível transformar essa frase em voz
passiva analítica.
ANOTAÇÕES

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O povo é alegre durante a Copa (voz ativa)

O povo: sujeito
É: verbo intransitivo
Alegre: predicativo do sujeito
durante a Copa: adjunto adverbial de tempo
Não há objeto direto nessa frase – por isso, não é possível transformar essa frase em voz
passiva analítica.
20m

O pedreiro necessita de auxiliares (voz ativa)

Necessita-se de auxiliares
Essa frase não está na voz passiva sintética, pois não há como transformar essa voz
ativa em voz passiva analítica. Nessa frase não há sujeito. Logo, esse “se” não é partícula
apassivadora. Esse “se” é o “índice de indeterminação do sujeito”. Por esse motivo, o
verbo permanece na 3ª pessoa do singular.
Necessita-se de auxiliares: essa frase está na voz ativa.
de auxiliares: objeto indireto

O atleta correu durante as férias (voz ativa)

Correu-se durante as férias
Essa frase não é voz passiva sintética, pois não há como transformar essa voz ativa em
voz passiva analítica.
durante as férias: adjunto adverbial
Nessa frase, não há sujeito. Logo, esse “se” não é partícula apassivadora.
Esse “se” é o “índice de indeterminação do sujeito”. Por esse motivo, o verbo permanece
na 3ª pessoa do singular.

O povo é alegre durante a Copa (voz ativa)

É-se alegre durante a Copa
Essa frase não é voz passiva sintética, pois não há como transformar essa voz ativa em
voz passiva analítica.
durante a Copa: adjunto adverbial
Nessa frase, não há sujeito. Logo, esse “se” não é partícula apassivadora.
ANOTAÇÕES

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Esse “se” é o “índice de indeterminação do sujeito”. Por esse motivo, o verbo permanece
na 3ª pessoa do singular.
25m
O uso da partícula apassivadora transforma o objeto direto em sujeito paciente. Assim,
depende da presença do objeto direto. Por isso, a partícula apassivadora somente pode ser
usada em verbo transitivo direto e em verbo transitivo direto e indireto.
O índice de indeterminação do sujeito é utilizado quando não é possível apassivar a
frase: verbo transitivo indireto e verbo intransitivo.
30m

ATENÇÃO
Objeto Direto Preposicionado
A criança comia o bolo.
A criança: sujeito
Comia: verbo transitivo direto
o bolo: objeto direto
É possível transformar essa frase em voz passiva analítica:
O bolo era comido pela criança.
Comia-se o bolo. Voz passiva sintética

A criança comia do bolo.

A criança: sujeito
Comia: verbo transitivo direto
do bolo: objeto direto preposicionado
Não é possível transformar essa frase em voz passiva analítica, pois o objeto direto está
preposicionado. Logo, também não será possível transformar essa frase em voz passiva
sintética.

Comia-se do bolo.
Comia: verbo transitivo direto
Se: índice indeterminador do sujeito
do bolo: objeto direto preposicionado
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FUNÇÕES DO “SE”

• P.A. (partícula apassivadora) – depende da existência de Objeto Direto:

– o verbo transitivo direto (VTD); e
– o verbo transitivo direto e indireto (VTDI).
• I.I.S. (índice de indeterminação do sujeito):
– o verbo intransitivo;
– o verbo transitivo indireto;
– o verbo de ligação;
– o verbo transitivo direto com objeto direto preposicionado.
35m

Adendo – Predicativo do objeto: característica que o sujeito concede ao objeto.

O juiz considerou o réu culpado.
Juiz: sujeito
O réu: objeto direto
Culpado: predicativo do objeto direto
Réu e Culpado: estruturas sintáticas diferentes. A característica de culpado foi concedida
pelo juiz (sujeito).
Apassivação: O réu foi considerado culpado pelo juiz.
O réu: sujeito paciente
culpado: predicativo do sujeito
Pronominalização: O juiz considerou-o culpado.
Considerou: verbo transitivo direto
O: objeto direto
Culpado: predicativo do objeto direto

O juiz ouviu o réu culpado.

réu e culpado: estão dentro da mesma estrutura sintática. Esse réu já era culpado quando
o juiz o ouviu. A característica não foi concedida pelo sujeito.
O juiz: sujeito
O réu culpado: objeto direto (o: adjunto adnominal; núcleo: réu; culpado: adjunto
adnominal)
40m
Apassivação: O réu culpado foi ouvido pelo juiz.
O réu culpado: sujeito paciente
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Pronominalização: transformar objeto direto em pronome

O juiz ouviu-o.
Ouviu: verbo transitivo direto
o: objeto direto
45m

Adendo – Predicativo do objeto: característica atribuída pelo sujeito.

Eu deixei minha mãe preocupada.
Eu: sujeito (fez com que a preocupação chegasse à mãe)
Deixei: VTD
minha mãe: OD
preocupada: predicativo do OD

Ele considerou a sua proposta válida.

Ele: sujeito
Considerou: VTD
a sua proposta: OD
válida: predicativo do OD

Você faz os seus problemas de escudo.

Você: sujeito
Faz: VTD
os seus problemas: OD
de escudo: predicativo do OD

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Elias Gomes Santana.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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