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Alexandre de Azeredo Coutinho, 4 ano LMT

Ideias do Artigo: O corpo em ação: a experiência incorporada na prática

musical

Autor: Wânia Mara Agostini Storolli Universidade de São Paulo (USP)

Segundo o artigo os processos de aprendizagem musical se firmam a partir do


sistema sensório-motor por isso a importância de se trabalhar o movimento
com consciência corporal para saber o que se esta fazendo e para ter ideias a
partir de uma base criar variaçãoes em cima do que foi proposto. Com o
avanço de pesquisas na área foi concluído que o corpo não é so um
instrumento que age sobre comando da mente mas também interfere nos
processos cognitivos e que provoca transformações nele e ao redor por suas
ações.

O corpo ganha maior relevância como foco de estudo a partir do século XIX.
durante o século XX que o entendimento sobre o corpo e seus processos
passa por mudanças significativas. O corpo pode ser considerado como o
principal responsável pela realização musical e o encarregado da criação
musical e criatividade. Para entender como algo é tocado ou seja como a
musica é feita é necessário compreender como o corpo funciona para poder
reproduzir o que se quer. Contudo entender seu funcionamento é uma
ferramenta indispensável para o processo de aprendizagem. Os estudos
contemporâneos tendem a perceber o corpo através da sua atuação no mundo
indo contra a separação imposta entre corpo-mente. Longe de chegarem a
uma conclusão é um momento para se avaliar as práticas atuais pois estão
chegando a concepções diferentes das já existentes sobre o corpo e que
consequentemente atualiza a metodologia atualmente empregada ou
reforçando a mesma. Foi constatado que não há limites absoluto entre o
interno e o externo (corpo e mente) e uma relação entre meio e corpo
sugerindo que ambos se adequam, dessa relação cria se então o
conhecimento que é atualizado sempre e tem como base essa relação de
corpo meio e mente.

Uma proposta que revoluciona a concepção de corpo e o processo de


cognição, conceito de embodied mind “mente incorporada”, por Francisco
Varela, Evan Thompson e Elanor Rosch publicado pela primeira vez em 1991,
The embodied mind: cognitive science and human experience. Nesse trabalho
estuda-se a noçaõ que a mente não é apenas um lugar em que entram
informações e saem mas um lugar autonomo e em constante transformação,

a coginiçao depende das experiências do corpo a partir de sua capacidades


sensória-motor, segundo os autores, a percepção e a ação são inseparáveis na
cognição vivida. Conclui-se portanto que os aspectos cognitivos dependem da
ação do corpo no mundo logo se chega a relação existente entre conhecimento
e experiência.

Greiner em seus estudos fala que o corpo não é so um lugar que as


informações chegam e saem do mundo para o mundo mas um sistema
complexo de trocas experimentais em constante transformação. Se
entendermos o corpo como um simples lugar de armazenamento afirmamos
que ele é manipulado por algo superior a ele dai voltamos a separar mente e
corpo. Outra proposta de concepção de corpo e o processo de cognição é o
conceito de embodied mind “mente incorporada” por Francisco Varela, Evan
Thompson e Elanor Rosch publicado pela primeira vez em 1991, The embodied
mind: cognitive science and human experience. A partir da interação entre
ciências cognitivas e experiências corporais, a tese faz uma relação com
tradições budistas e a filosofia que acaba por chegar no tempo “mente
incorporada” que ve o corpo como um sistema em construção sem hierarquia
entre espirito, mente e corpo. A assimilação de informações ocorre por um
processo que o corpo participa também logo o corpo se adequa para incorporar
o que se quer a partir da sua atuação portanto o processo de aprendizagem
ocorre ao passo que o corpo se modifica para absorver o conhecimento.
Com esta nova ideia cientifica supõe-se que o aprendizado esta totalmente
interligado ao processo que o corpo passa para reter conhecimento. “os
mesmos mecanismos neurais e cognitivos que nos permitem perceber e mover
são os que criam nossos sistemas conceituais e modos da razão” (Greiner,
2005, p. 45). O neurocientista Rodolfo Llinás afirma que até “o pensamento é
um movimento interiorizado” e que “a mente é produto de diversos processos
evolutivos que ocorrem no cérebro, mas apenas das criaturas que se movem”

A importância do corpo no processo de musicalização e as relações entre


movimento e percepção musical foi estudado por Dalcroze que notou a
necessidade de um treinamento corporal para estudantes de musica e criou
exercícios a partir de ritmos que se alicerça em 3 pilares movimento do
corpo,treinamento auditivo e improvisação.

Gertrud Grunow (1870-1944) pedagoga musical estudou a relações específicas


entre som e movimento, desenvolvendo sua experimentação em conexão à
sua atividade pedagógica na escola Bauhaus, na Alemanha, era professora de
um curso de harmonização.

“Grunow havia observou nas aulas de canto, que os cantores assumiam


determinadas posturas ao produzir determinados sons. Partindo dessa
constatação desenvolveu analogias entre sons e movimentos; ampliando
posteriormente o sistema para as correspondências de cor e forma. (Schoon,
2006, p. 45, tradução do autor do artigo) “A voz é produzida pelo corpo, que
também são movimentos podem ser estudados pelo estudo do corpo porwuem
permite conhecer o som e a atuação sobre o corpo. Para concluir o corpo é
indispensável para a pratica do ensino musical mas deve ser conduzido de
forma que pela sua ação possa acontecer o incorporação do conhecimento.

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