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https://novaescola.org.br/conteudo/11790/alfabeto-russo-
conheca-o-alfabeto-cirilico
Copa do Mundo
Com a Copa do Mundo de 2018 que acontece na Rússia, o encontro cultural entre
países mostra as muitas peculiaridades que a Europa Oriental manifesta quando
comparada aos países ocidentais, como o Brasil. Entre essas expressões está o alfabeto
cirílico, utilizado pelo idioma russo e mais outros cinco países. Por meio de uma
história de expansão política e cultural, o cirílico se estendeu até países não-eslavos,
como a Mongólia, e o resultado foi que hoje cerca de 252 milhões de pessoas usam o
cirílico no dia a dia.
LEIA MAIS Literatura russa tem mais em comum com o Brasil do que se imagina
São 33 caracteres, sendo 10 deles para representar vogais ou ditongos crescentes e 20
para consoantes, tendo assim mais elementos que a versão brasileira do alfabeto
latino. Mas Diego Leite de Oliveira, professor do Departamento de Letras Orientais e
Eslavas da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) explica
que o “alfabeto diferente” é uma barreira “perfeitamente transponível” para quem
deseja conhecer um pouco da literatura russa, por exemplo. “Uma diferença marcante
em relação à língua portuguesa é a maior tendência da escrita russa de manter a
correspondência de um som para cada representação gráfica, o que não ocorre
sempre no português, os ‘sc’, ‘ch’ e o ‘ç’ são a prova”, demonstra.
Fabrício Galleti foi aluno do Clube de Cultura Russa, outra escola de língua e cultura
russa em São Paulo, com atividades em Brasília e Recife. Para ele, é justamente a
curiosidade em aprender outros idiomas que supera a diferença entre os alfabetos – e
a música e a literatura russas realmente o ajudaram. “Tudo é diferente e ainda não tem
muito material acessível para aprender cirílico, o que não acontece com outras línguas
do nosso alfabeto, por exemplo, então recorrer a obras está sendo um melhor
caminho”, indica.
Neste ano, entretanto, o aluno já encontrou vários livros sobre russo nas lojas, mas
defende que o aprendizado vai para além do grande evento esportivo: “Com certeza a
Copa do Mundo desperta o interesse geral pela Rússia, mas para mim a vontade de
dominar a leitura e escrita é maior”. Como dica, Fabrício diz que smartphones e
computadores brasileiros já permitem baixar a versão cirílica do alfabeto, o que tornou
os aparelhos seus aliados na hora de treinar russo. “A fonética é mais difícil porque
existem sons que não falamos e são diferentes do português”, conclui.