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Presentation
Cláudio Pereira Elmir and Marluza Marques Harres / 7
The Body and the Soul of the World. Micro-History and the
Construction of the Past
Sandra Jatahy Pesavento / 179
10
Temístocles Cezar*
Abstract
The purpose of this text is to propose a discussion
over historical knowledge in the 19th century, from notions
of narrative, local colour and science.
Resumo
O objetivo deste texto é o de propor um debate
acerca do conhecimento histórico no século XIX, a partir
das noções de narrativa, cor local e ciência.
*
Professor do Curso de Graduação e no Programa de Pós-Graduação em Histó-
ria da UFRGS. Doutor em História pela EHESS de Paris.
**
Uma versão anterior deste trabalho foi apresentada no Seminário “A escrita da
história: modos (I)”, no dia 26 de maio de 2003, promovido pelo Curso de
Graduação e pelo Programa de Pós-Graduação em História da UNISINOS/RS,
com o apoio do GT Teoria da História e Historiografia da ANPUH/RS.
HISTÓRIA
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UNISINOS Vol. 8 Nº 10 JUL/DEZ p.2004
11-34
1
Do mesmo autor, ver também 2003, p. 20-22.
2
Sobre a noção de hístor, ver Benveniste (1969, p. 173).
II
3
Sobre a querela entre antigos e modernos, ver Fumaroli (2001, p. 7-218); ver
também Kriegel (1996a, p. 269-280).
4
Sobre essa questão, ver Momigliano (1983, p. 244-293) e Kriegel (1996b, p.
221-264); ver também Guimarães (2000, p. 111-143), sobretudo a parte
dedicada às relações entre o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e a
Sociedade dos Antiquários do Norte da Dinamarca durante o século XIX.
5
Uma versão resumida do texto de 1783 encontra-se em Mably (1982).
III
6
Ibid. Para Dionisio de Halicarnasso, “desse modo Tucídides violava os critérios,
estabelecidos por ele mesmo, para justificar a inclusão de discursos na sua
própria obra (I,22)”; citado por Ginzburg (2002, p. 16).
7
Neste mesmo contexto, um pouco antes e na Alemanha, Johann Martin
Chladenius publica em 1752 Allgemeine Geschichtswissenschaft (Ciência da Histó- 17
ria), um importante tratado sobre o método histórico, no qual lança as bases de
um modelo hermenêutico para uma historiografia cujo curso do tempo estimu-
la sua reescritura incessantemente e também para uma certa “relatividade” das
interpretações históricas. De Chladenius, ver os excertos (Chladenius, 1988, p.
54-71). Ver também os comentários de Koselleck (1990, p. 272-273; 1997, p.
74-77).
8
A expressão surge em 1765, quando Voltaire, sob o pseudônimo de abade
Bazin, publica em Amsterdã La philosophie de l’histoire (edição moderna, Gene-
bra, Brumfitt, 1963). Em 1774, Herder publica a crítica à filosofia volteriana
em Auch eine philosophie der geschichte, traduzida para o francês como Une autre
philosophie de l‘histoire (edição moderna bilíngüe: Paris, Aubier, Éd. Montaigne).
IV
9
Ibid., p. 298.
10
A influência de Voltaire não se limita ao século XIX. Kriegel chega a falar que
suas concepções equivalem “quase” ao programa dos Annales (ibid., p. 292-
293). Jacques Le Goff confirma esta impressão ao colocar Voltaire como um
dos pais da nouvelle histoire francesa, representada pelas diversas gerações dos
Annales; ver Le Goff (1988, p. 47-48).
11
Da mesma autora, ver também 1996, p. 27-37. Eu agradeço à professora Carine
Flickinger (Universidade de Genebra) por me passar seus textos.
12
Por exemplo: Barante é citado por Januário da Cunha Barbosa, primeiro secre-
tário do IHGB, no seu Discurso de fundação da instituição, enquanto
Chateaubriand e Victor Cousin pelo visconde de São Leopoldo, primeiro pre-
sidente do IHGB, no seu “Programa Histórico”. Os dois textos estão publica-
dos na Revista do IHGB, 1839, 1, respectivamente p. 13 e p. 65. Ver também
Coutinho (1968, p. 7).
13
Para um comentário explicativo, ver Gauchet (1986, p. 251-252). Ver também
Gosmann (1990, p. 257-284) e Hartog (1986, p. 57-58).
14
Neste sentido, Thierry explica a importância da noção de cor local na sua Histoire
de la conquête de l’Angleterre par les Normands: “Eu restituí cuidadosamente a
todos estes nomes suas fisionomias normandas, a fim de obter assim um mais
alto grau desta cor local que me parece uma das condições não somente do
interesse, mas ainda da verdade histórica”; Thierry (1825, p. XXVI).
15
Versão resumida em Humboldt (1988, p. 105-118).
VI
16
Ver também Pomata (1989, p. 12).
17
Somente uma versão resumida desta obra foi publicada em vida do autor, entre
1858 e 1882. Ver a apresentação de Alexandre Escudier à versão francesa
(Droysen, 2002), sobretudo p. 7-9 e 27-28. Sobre o historismo alemão, ver
também Escudier (2003, p. 743-777) (o autor menciona também as diferenças
entre Ranke e Droysen nas páginas 764-766).
18
Neste sentido, ele propõe quatro tipos de escrita histórica: investigante, narra-
tiva, didática e discursiva (ibid., p. 341-390).
VII
19
“O historiador deve sempre escrever bem e jamais se endomingar” (Langlois e
Seignobos, 1898, p. 272).
Referências
Resumo:
O texto discute teoricamente o caráter narrativo
do conhecimento histórico, especialmente por meio de
artigo clássico de Lawrence Stone (1979), e propõe uma
rápida análise historiográfica do livro O maior crime da
terra (1996), de Décio Freitas. Na seqüência, esta obra é
confrontada à tipologia (narrativa tradicional x narrativa
atual) estabelecida pelo historiador inglês.
Abstract:
The text draws on the historical knowledge in the
article by Lawrence Stone (1979) and suggests a brief 35
historiographical analysis of the book O maior crime da
*
Este texto foi escrito para ser lido no Seminário “A escrita da história: modos
(I)”, promovido pelo Curso de Graduação e pelo Programa de Pós-Graduação
em História da UNISINOS e pelo GT Teoria da História e Historiografia da
ANPUH-RS, e realizado entre os dias 26 e 30 de maio de 2003. Agradeço a
Edla Eggert pelos comentários e a Imgart Grützmann pela contraleitura.
**
Doutor em História pela UFRGS. Professor da UNISINOS.
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35-52
1
Para uma discussão teórico-metodológica recente acerca da presença do “quan-
titativo” no trabalho das Ciências Humanas, ver o texto de Silva Jr. (2003).
2
Ver, sobre o “sujeito” e sua incorporação no debate teórico francês das Ciências
Humanas, Rodrigues da Silva, 2002, p. 29-45.
44 III
3
“Por trás de um discurso historiográfico que aparece como inovador, inspirado
nas ciências sociais mais modernas, vê-se ressurgir a antiga noção de natureza
humana permanente, noção esta também antinômica à historicidade” (Dosse,
2001, p. 266).
IV
Referências
52
Edla Eggert*
*
Professora do curso de Graduação em Pedagogia e no Programa de Pós-Gradu-
ação em Educação da UNISINOS. Mestre em Educação pela UFRGS e doutora
em Teologia pela Escola Superior de Teologia.
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53-59
1
Na história do trabalho intelectual brasileiro, duas mulheres também foram
resgatadas somente depois da década de oitenta: Nísia Floresta, que escrevia
sobre a educação das mulheres e dirigiu uma escola para moças no Rio de
Janeiros nos anos 1938-1849 (veja em Floresta, 1989), e Maria Lacerda de
Moura, que escrevia sobre educação, casamento, divórcio e religião (veja Leite,
1979).
2
Veja também um texto sobre os cheiros das mulheres que invadem a teologia
em Pereira (1996, p. 98-101).
Referências
58 DAVIS, N. 1997. Nas margens. Três mulheres do século XVII. São Paulo, Com-
panhia das Letras, 326 p.
FIORENZA, E.S. 1995. Discipulado de iguais. Uma ekklesia-logia feminista críti-
ca da libertação. Petrópolis, Vozes, 404 p.
FIORENZA, E.S. 1992. As origens cristãs a partir da mulher. Uma nova
hermenêutica. São Paulo, Paulinas.
FLORESTA, N. 1989. Opúsculo humanitário. Introdução e notas de Peggy
59
Resumo:
O texto procura analisar a crônica como um gêne-
ro literário de fronteira, entre literatura e história, e que
se caracteriza por realizar uma leitura sensível do tempo,
seja para inventar o passado, explicar o presente ou cons-
truir o futuro.
Resumé:
Le texte analyse la chronique comme un genre
littéraire frontalier, entre la litteráture et l’histoire, et qui
se caracterise comme une lecture sensible du temps, soit
pour inventer le passé, expliquer le présent ou construire
le futur. 61
*
Professora do curso de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Histó-
ria pela UFRGS. Mestre em História da Cultura pela PUCRS e doutora em
História Social pela USP.
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61-80
1
O Independente, 06.10.1895.
2
Kodak, 08.09.1917.
3
Degradante cena, 17.07.1881.
Ides ter agora uma tirania municipal. [...] Sim uma tirania,
coisa de que necessitais para a vossa felicidade. Eu não cortejo
o povo, falo-lhe a dura verdade que há muito ele devera ter
4
Gazeta da Tarde,08.06.1895.
5
Ibid.
80
Charles Monteiro*
Resumo
As crônicas de Aquiles Porto Alegre, escritas entre
1915 e 1925 e selecionadas por Deusino Varela em 1940,
elaboravam a memória de uma “outra” cidade: a velha
Porto Alegre. Nessas crônicas era lembrada a pequena e
pacata cidade do século XIX, com aspectos interioranos,
que podia ser percorrida a pé, onde os habitantes se co-
nheciam e os nomes das ruas eram dados pelos seus mora-
dores. Entre a história e a literatura, estas crônicas tinham
um tom nostálgico e buscavam perpetuar a memória de
uma cidade menor, social e culturalmente menos com-
plexa diante de um presente instável e em rápido proces-
so de mudança.
Abstract
The chronicles by Aquiles Porto Alegre, written
*
Professor do curso de História e no Programa de Pós-Graduação em História da
PUCRS. Mestre em História pela PUCRS e doutor em História pela PUCSP.
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81-96
1
Sigo aqui a proposta de Souza (1992, p. 75-76).
2
Nesta introdução Pierre Nora retoma e amplia o conceito de “lugar de memó-
ria”, que a princípio se referia apenas aos lugares físicos onde se materializava a
memória nacional francesa (monumentos, mausoléus, museus), para englobar
lugares simbólicos como a História da França de Lavisse ou os Quadros de Geo-
grafia da França de Vidal de la Blanche.
5
Para conhecer a biografia de Aquiles Porto Alegre, ver Martins (1978, p. 453)
e Neves (1987, p. 71). Seu interesse pelo passado da cidade de Porto Alegre,
como cronista e historiador, testemunha ocular das mudanças da paisagem
social, cultural e urbana, foi retomado e continuado por seu filho Augusto
Porto Alegre, que também foi funcionário dos Correios e Telégrafos, jornalista
e historiador.
6
Segundo Laytano, Aquiles Porto Alegre destacou-se como “um poeta ótimo,
prosador elegante e escorreito, jornalista de bom gosto e historiador que fez da
crônica e da biografia seus temas principais”.
7
Consegui identificar 63 das 125 crônicas de Aquiles Porto Alegre reunidas na
História popular de Porto Alegre (1940) nas obras originais de onde elas foram
retiradas.
8
Na “nota do organizador”, Varela esclarecia aos leitores que “o presente capítu-
lo foi escrito em 1919”. Logo, a realidade descrita por Aquiles referia-se à
década de 1870.
Referências
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*
Prof. de Literatura Brasileira do UniRiter, doutor em Teoria da Literatura (PUCRS)
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1
Ibid.; Pinto, 1998 (cf. Montaigne, 1980, p. 305)
Referências
Márcia Tiburi*
*
Professora do curso de Graduação e no Programa de Pós-Graduação em Filoso-
fia da UNISINOS. Mestre em Filosofia pela PUCRS e doutora em Filosofia pela
UFRGS.
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1
Nicholsen (1977) analisa essa expressão de Adorno, relacionando questões da
Teoria Estética e do Ensaio como Forma.
2
Os estrangeirismos, que Adorno utiliza abundantemente em seus textos e que
eram, para ele, os “judeus da linguagem”, são aqui o modelo declarado da
sutileza política de Adorno e revelam uma tendência declaradamente anti-
heideggeriana.
3
Ibid. Ver parágrafo 64,“Moral e etilo”.
4
Os primeiros três capítulos do livro recebem tais subtítulos.
ADORNO, T. 1990. Der Essay als Form. In: ADORNO, T. (org.). Gesammelte
Schriften. Frankfurt am Main, Suhrkamp.
ADORNO, T. 1992. Mínima moralia: reflexões a partir da vida danificada. São
Paulo, Ática, 216 p.
ADORNO, T. e HORKHEIMER, M. 1984. Dialética do esclarecimento. Rio de
Janeiro, Jorge Zahar, 254 p.
BATAILLE, G. 1989. A literatura e o mal. Porto Alegre, L&PM, 222 p.
BENJAMIN, W. 1984. Origem do drama barroco alemão. São Paulo, Brasiliense,
276 p.
BURTON, R. 2000. Anatomy of melancholy. Montana, Kessinger, 547 p.
DESCARTES, R. 2000. Le discours de la méthode. Paris, Librairie Genérale
Française, total de páginas?
MONTAIGNE, M. 1996. Ensaios. São Paulo, Abril Cultural, 279 p.
NICHOLSEN, S.W. 1997. Exact imagination, late work. On Adorno’s aesthetic.
Massachusetts, The MIT Press.
NIETZSCHE, F. 1987. Para além do bem e do mal. Lisboa, Guimarães, 262 p.
NIETZSCHE, F. 1995. Ecce homo. Como alguém se torna o que é. São Paulo,
Cia. das Letras, 169 p.
NIETZSCHE, F. 1998. Genealogia da moral. São Paulo, Cia das Letras, 179 p.
PLATÃO. 1993. Fedro. In: Obras completas. 2ª ed., Madrid, Aguillar.
TRÍAS, E. 2002. La filosofía y su poética. Archipiélago. Cuadernos de Crítica de
la Cultura, 50:página inicial-final?
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1
Doutora em História pela PUCRS. Professora do Curso de Graduação e do
Programa de Pós-Graduação em História da UNISINOS.
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JUL/DEZ p. 123-130
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Referências
Resumo:
O texto busca indicar a contribuição da literatura
para a discussão sobre a escrita biográfica, a qual não
pode ser desconsiderada pelos historiadores interessados
em narrar a vida de um indivíduo. Trata especialmente
da ilusão da unidade individual e da relação individual/
social.
Résumê:
Le texte essaie d’indiquer l’apport de la littérature
pour la discussion sur l’écriture biographique, lequel ne
peut pas être méprisé par les historiens qui veulent écrire
sur la vie d’un individu. Le texte analyse surtout l’illusion
de l’unité individuelle et le rapport entre l’individu et la 131
collectivité.
*
Professor no curso de Graduação e História pela UFRGS. Mestre em História
pela UFRGS e doutor em História pela UNICAMP.
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10 JUL/DEZ
JUL/DEZ p. 131-142
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1
Christopher Hill, por exemplo, conhecido historiador marxista, escreveu uma
excelente biografia de Oliver Cromwell. Ver Hill (1988).
2
Grifo meu.
3
As traduções do francês são de minha responsabilidade.
4
Para essa discussão, indico Gouldner (1983).
5
Com uma abordagem semelhante, ver Velho (1999).
Referências
142
Resumo:
O texto apresenta uma reflexão sobre história oral
na qual são examinados importantes aspectos do proces-
so de rememoração.
Abstract:
This work presents a reflection on oral history in
which relevant aspects of the rememorizing process are
examined.
*
Professora e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em História da
UNISINOS. Doutora em História pela UFRGS.
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JUL/DEZ p. 143-156
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1
Devemos lembrar que o movimento de constituição da história como ciência se
fez acompanhar pela rejeição do testemunho e pela ênfase na fonte escrita.
2
Fernando Catroga (2001, p 44) fala em termos de memória privada e memória
pública, “sendo difícil não reconhecer que ambas coexistem e se formam em
simultâneo”.
3
Estamos pensando neste caso não em patologias da memória, mas no seu funci-
onamento normal, onde sobressaem, como já referido por Halbwachs, as nego-
ciações e acomodações em relação às experiências posteriores aos aconteci-
mentos.
4
Nossas considerações sobre a autobiografia estão apoiadas em Jozef (1997) e
Lejeune (1989).
5
Segundo Lejeune, este plano de transcrição está já ligado à montagem e não
serve de base para estudo sociolingüístico, nem de poética do texto.
Referências
156
Resumo:
Buscando a relação entre a Micro-História e a His-
tória Regional ou Local, organizou-se corpus teórico e des-
tacaram-se unidades para Análise de Conteúdo que foram
organizadas em categorias: História Regional e Local,
Método Qualitativo, Micro-História, Interdisciplinaridade
e Estranhamento. No presente texto expõem-se tais cate-
gorias, exemplificando com as diferentes etapas de uma
pesquisa em desenvolvimento sobre o grupo valdense, entre
os imigrantes na região colonial italiana do Rio Grande
do Sul. Conclui-se reconhecendo as possibilidades dos
indícios na reconstrução histórica da região ou da locali-
dade, desde que haja uma abordagem metodológica
interdisciplinar.
Abstract:
Searching the relationship between Microhistory and
1
Doutora em História Social, docente no Programa de Pós-Graduação da PUCRS.
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Considerações finais
Referências
Resumo:
O texto analisa a legitimidade da micro-história
enquanto estratégia metodológica de redução da escala
de análise para aprofundar o potencial de interpretação
das fontes, discutindo os limites da proposta historiográfica.
Resumé:
Le texte porte sur la legitimité de la microhistoire,
qui se propose comme une stratégie méthodologique de
réduction d’échelle de l’ analyse pour mieux interpreter
les sources, tout en discutant les limites de cette
proposition historiographique. 179
*
Professora do curso de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Histó-
ria pela UFRGS. Mestre em História da Cultura pela PUCRS e doutora em
História Social pela USP.
HISTÓRIA
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2004
Referências
- É aos céus que tu deves subir, Astolfo [...], aos campos lívidos
da Lua, onde um interminável depósito conserva dentro de
ampolas enfileiradas – (como na carta de Copas) – as histórias
que os homens não viveram, os pensamentos que bateram uma
vez aos portais da consciência e se desvaneceram para sempre,
as partículas do possível descartadas no jogo das combinações,
as soluções às quais se poderia chegar e não se chega... (Ítalo
Calvino)
*
Estes comentários, apresentados na mesa-redonda da qual provém o título do
artigo, foram feitos por ocasião do Fórum “Escala e legitimidade no saber
histórico: desafios da pesquisa na pós-graduação”, realizado na UNISINOS no
dia 26 de agosto de 2003. Propositalmente, foi mantida a estrutura oral de
exposição do texto, para esta publicação.
**
Doutor em história pela UFRGS. Professor da UNISINOS.
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JUL/DEZ p. 191-205
2004
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***
Referências
203
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CALVINO, Í. 1991. O castelo dos destinos cruzados. São Paulo, Companhia das
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CONSTANTINO, N.S. de. 2004. O que a micro-história tem a nos dizer sobre
o regional e o local? História UNISINOS, 8(10): neste número; ver página
205
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(Dossiê Ivone Gebara). Revista Mandrágora, 3(3):9-16.
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Teses:
TAGLIANI, C.R.A. 1997. Proposta para o Manejo Integrado da Explora-
ção de Areia no Município Costeiro de Rio Grande – RS. Um Enfoque
Sistêmico. São Leopoldo, RS. Dissertação de Mestrado. Universi-
dade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, 158 p.