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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS


COMPONENTE CURRICULAR AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

ALARILSON COSTA
ALEXANDRE AMAZONAS
DARLINDA SANTOS
ISABELLA VASCONCELOS
JAMILLE VALÉRIA
KELSON BATISTA
MARIA DA CONCEIÇÃO
NATHÁLIA MACIEL
RENATA HIPÓLITO
VERIDIANO FERNANDES
WALBER CAMPOS

ESTUDO DE CASO: Sobre existência de estudos ambientais(EIA/RIMA) do aterro


controlado do Perema no Município de Santarém-Pa e compará-lo com de um aterro
implantado em outro município do país.

Santarém-Pa
Maio /2014
ALARILSON COSTA
ALEXANDRE AMAZONAS
DARLINDA SANTOS
ISABELLA VASCONCELOS
JAMILLE VALÉRIA
KELSON BATISTA
MARIA DA CONCEIÇÃO
NATHÁLIA MACIEL
RENATA HIPÓLITO
VERIDIANO FERNANDES
WALBER CAMPOS

ESTUDO DE CASO: Sobre existência de estudos ambientais (EIA/RIMA) do aterro


controlado do Perema no Município de Santarém-PA e compará-lo com de um aterro
implantado em outro município do país.

Relatório apresentado ao componente


curricular Avaliação de Impacto
Ambiental, como requisito básico para
obtenção de nota e avaliado pela
professora: Ynglea Goch.

Santarém-Pa
Maio /2014
ALARILSON COSTA
ALEXANDRE AMAZONAS
DARLINDA SANTOS
ISABELLA VASCONCELOS
JAMILLE VALÉRIA
KELSON BATISTA
MARIA DA CONCEIÇÃO
NATHÁLIA MACIEL
RENATA HIPÓLITO
VERIDIANO FERNANDES
WALBER CAMPOS

ESTUDO DE CASO: Sobre existência de estudos ambientais (EIA/RIMA) do aterro


controlado do Perema no Município de Santarém-Pa e compará-lo com de um aterro
implantado em outro município do país.

Relatório apresentado ao componente


curricular Avaliação de Impacto
Ambiental, como requisito básico para
obtenção de nota e avaliado pela
professora: Ynglea Goch.

-----------------------------------------------------------------
Nome/Instituição – Professor (a)

OBS:

Relatório avaliado em: __/_/_


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 4

2 OBJETIVOS............................................................................................... 5
2.1 Geral: .......................................................................................................... 5
2.2 Especificos................................................................................................... 5

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO .................................................................... 6


3.1 Conceitos de AIA, EIA/RIMA e Licenciamento ambiental. .................. 6
3.1.1 AIA-Avalição de Impacto Ambiental ............................................................................ 6
3.1.2 EIA/RIMA- Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental............. 7
3.1.3 Licenciamento Ambiental ............................................................................................... 7
3.2 Definiçõesde Lixão , Aterro Controlado e Aterro Sanitário ................. 8
3.2.1 Lixão ............................................................................................................................... 9
3.2.2 Aterro Controlado ......................................................................................................... 10
3.2.3 Aterros sanitários .......................................................................................................... 12
3.3 Aterro Sanitários X EIA/RIMA e Linceciamento Ambiental um
desafio para muitos os municípios do país. ..................................................... 13
3.3.1 Desafio para os diversos municipios do país ................................................................ 13
3.3.2 Desafio para município de Santarém ........................................................................... 14

4 METODOLOGIA .................................................................................... 16
4.1 Tipo de estudo .......................................................................................... 16
4.2 Local de Estudo ....................................................................................... 16
4.3 Fontes de Informações ............................................................................. 17
4.4 Instrumento de coleta de dados .............................................................. 17
4.5 Aspectos Éticos ......................................................................................... 17

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................... 18
5.1 Análise dos dadosdo Aterro do Perema ................................................. 18
5.1.1 Existência do EIA/RIMA e o licenciamento ambiental ou outros documentos ........... 18
5.1.2 Em relação a geração de residuos ................................................................................. 19
5.1.3 Em relação as operacionalização e as ocorrências no aterro do Perema ...................... 20
5.1.4 Com relação as questões ambientais............................................................................. 21
5.1.5 Em relação às questões sociais ..................................................................................... 23
5.2 EIA /RIMA do Aterro do Municipio de São Carlos. ............................ 24
5.3 Análises comparativa entre dos dados do Aterro do Perema e dos
dados do Aterro de São Carlos. ....................................................................... 28
CONCLUSÃO ................................................................................................... 31

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA ................................................................ 32

ANEXO............................................................................................................... 34
4

1 INTRODUÇÃO

A geração de resíduos é diretamente proporcional ao consumo e a disposição final


destes resíduos é de fundamental importância. E uma das alternativas ambientalmente viáveis
para resolver este problema é a construção de aterros sanitários.
Porém, a implantação de um aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos deve ser
precedida de licenciamento ambiental por órgão ambiental competente, nos termos da
legislação vigente, além disso, deve-se fazer uma avaliação de critérios ambientais (geologia,
geotécnica, recursos hídricos, etc.), de uso e ocupação do solo (legislações, titularidade da
área, núcleos populacionais, etc.) e operacionais (infraestrutura, clinográfica, espessura do
solo, etc.), tanto para o correto gerenciamento desses aterros quanto para manutenção dos
recursos naturais. No entanto, no Brasil são poucos os aterros que possuem esse
licenciamento ambiental, pois a maioria funciona como os chamados lixões, onde apenas 14%
dos municípios brasileiros têm aterro sanitário.
E a realidade do município do Santarém – Pará, não é diferente dos outros municípios
do país, pois a maioria dos resíduos sólidos gerados no município é depositada em um lixão,
apesar de o projeto inicial ser de um aterro controlado. Pois, desde sua implantação sempre
funcionou sem critério nenhum de cuidados, os resíduos eram dispostos em locais sem o
mínimo de planejamento e controles, principalmente no que diz respeito o acesso de pessoas.
Como base nessas informações, o presente estudo preocupou-se em fazer um
levantamento de dados relacionados aos estudos ambientais como, por exemplo,
o(EIA/RIMA) do aterro controlado do Perema e se o mesmo possui o licenciamento
ambiental, conforme determina as leis vigentes, e então fazer um comparativo com os estudos
ambientais de um aterro de outro município país.
5

2 OBJETIVOS

2.1 Geral:
 Apresentar um estudo de caso: sobre existência de estudos ambientais (eia/rima) do
aterro controlado do Perema no município de Santarém-Pa e compará-lo com de um
aterro implantado em outro município do país.

2.2 Especificos
 Conhecer as reais situações em que o aterro do Perema se encontra;
 Fazer um levantamento sobre os documentos de instalação e funcionamento,
principalmente os estudos ambientais (EIA/RIMA) do aterro junto aos órgãos
competente;
 Pesquisar a realidade de outro aterro implantado no país e seus respectivos estudos
ambientais EIA/RIMA;
 Comparar os estudos ambientais (EIA/RIMA) dos dois aterros com base na legislação.
6

3 REFERÊNCIAL TEÓRICO

3.1 Conceitos de AIA, EIA/RIMA e Licenciamento ambiental.

3.1.1 AIA-Avalição de Impacto Ambiental

Segundo o IBAMA (1995) A AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL-AIA é um


instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, de grande importância para a gestão
institucional de planos, programas e projetos, em nível federal, estadual e municipal.
Acreditamos que a AIA surgiu em resposta à necessidade crescente da afirmação de
valores ambientais, no que diz respeito às decisões dos processos de desenvolvimento e se
desenvolve como instrumento de avaliação global, contendo questões ambientais, políticas,
econômicas, sociais e técnicas dentro do processo de decisão.
Como procedimento, a AIA deve estar inserida no âmbito de uma política ambiental,
sendo definida como um conjunto compreendendo uma ação proposta a ser avaliada
(SANCHEZ, 1995). Termos de Referência para elaboração, um estudo técnico de avaliação
de impactos,bem como sua decodificação em linguagem acessível à população, mecanismos
de participação popular, análise e revisão, formalização da tomada de decisão.
No entanto, foi com o Decreto Federal nº 99.274, de 06 de junho de 1990, que trata da
regulamentação da AIA no Brasil, que se estabeleceu definitivamente que tal procedimento é
parte integrante do licenciamento ambiental de atividades que podem provocar significativos
impactos sócio-ambientais. Oliveira (1999) afirma que a regulamentação da conhecida
Resolução do CONAMA 001/86 teve por principal efeito definir o EIA (considerado etapa
central do processo de Avaliação de Impacto Ambiental) como a mais importante ferramenta
utilizada para o licenciamento de empreendimentos com potencial de degradação ambiental,
tornando aquele procedimento parte integrante e indissociável do licenciamento ambiental,
como estabelecem as Resoluções CONANA 001/86 e 237/97.
Além da íntima relação com o licenciamento ambiental, como se cristalizou no Brasil,
a AIA é considerada mundialmente como importante instrumento de gestão e proteção
ambiental (Bitar & Ortega, 1998), principalmente no que diz respeito à indicação de ações
preventivas que visam à sustentabilidade ambiental, como estabelece a Agenda 21.
7

3.1.2 EIA/RIMA- Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental

É um documento dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente e foi


instituto pela RESOLUÇÃO DA CONAMA Nº 001/86.
Atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas de significativo potencial
de degradação e poluição dependerão do Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e do
respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) para o seu licenciamento ambiental.
O EIA/RIMA deverá ser apresentado de acordo com o Termo de Referencia, que
constitui um documento de orientação quanto aos procedimentos a serem seguidos na
elaboração do mesmo, previamente acordado entre a FEPAM e a equipe contratada pelo
empreendedor para elaboração deste.
De acordo com a RESOLUÇÃO CONAMA 001/86 em seu artigo 2° determina que
dependerá da elaboração de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA), a serem submetidos à aprovação do órgão estadual competente e
IBAMA e caráter supletivo, o licenciamento de atividade modificadora do meio ambiente tais
como:
Inciso quinto: aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos e
perigosos.

3.1.3 Licenciamento Ambiental

O licenciamento ambiental configura-se como um relevante instrumento da Política


Nacional de Meio Ambiente para permitir a implantação e funcionamento de um
empreendimento ou de uma atividade. O licenciamento ambiental prévio de empreendimentos
potencial ou efetivamente causadores de degradação ambiental deve ser realizado com base
em estudos ambientais (EIA/ RIMA, RAP ou EAS), definidos pelas Resoluções CONAMA
01/86, 237/1997 e Resolução SMA 54/2004.
O Licenciamento é um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente licencia a localização, instalação, ampliação, modificação e operação de
atividades e empreendimentos utilizadores de recursos ambientais considerados efetiva ou
potencialmente poluidores ou daqueles que, sob qualquer forma, possam causar degradação
ambiental, desde que verificado, em cada caso concreto, que foram preenchidos pelo
8

empreendedor, os requisitos legais exigidos (OLIVEIRA, 2002). São duas as etapas do


licenciamento: Licenciamento preventivo que ocorre previamente ao desenvolvimento da
implantação do empreendimento e Licenciamento corretivo que ocorre simultaneamente ou
após a implantação do empreendimento.
Na verdade o objetivo do licenciamento ambiental é disciplinar a construção,
instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de
recursos ambientais, consideradas efetivamente ou potencialmente poluidoras bem como
aqueles capazes de causar degradação ambiental, por isso que é imprescindível que a
implantação de empreendimento venha acompanhada de seu respectivo licenciamento
ambiental.
O licenciamento ambiental de um aterro sanitário é composto por 3 etapas, Licença
Prévia (LP), Licença de Instalação (LI) e Licença de Operação (LO). A primeira é a
ferramenta mais importante, pois englobam vários outros instrumentos da política nacional de
meio ambiente, sendo a principal maneira de minimizar os impactos ambientais, por meio de
estudos de alternativa locacional e tecnológica, entre outros, inserindo a ótica ambiental antes
da definição do projeto. Portanto, a Licença Prévia comprova a viabilidade ambiental do
empreendimento através de estudos detalhados.
Por ser o licenciamento um documento de ato político-administrativo, é necessária a
verificação de documentos técnicos científicos para saber o tamanho do impacto ambiental
que o empreendimento pode causar.
Através da licençaambientalalcançadacomoprocedimentodelicenciamentoambiental,
o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições, exigências e
medidas de controle ambiental, as quais deverão ser obedecidas pelo interessado nas
diversas fases de implantação e funcionamento do empreendimento. Tal observância
é de extrema importância, pois, caso contrário, pode dar ensejo à cassação da
licença, responsabilidade civil e administrativa e, em determinados casos até
responsabilidade penal. (FINK, 2000p. 4)

3.2 Definiçõesde Lixão , Aterro Controlado e Aterro Sanitário

Dentre as várias opções de destino dos resíduos sólidos, o lixão, aterro controlado e os
aterros sanitários ainda são o mais comum devido, principalmente, ao seu baixo custo e à
grande capacidade física de absorção, quando comparada às outras formas de tratamento final
dos resíduos, como a incineração, compostagem e a reciclagem. Porém, o grande problema
destas três formas de disposição de resíduos sólidos é, sem dúvida, o risco de contaminação
9

dos recursos naturais, especialmente os lixões que não recebem nenhum tipo de planejamento
e controle.

3.2.1 Lixão

resíduos sólidos municipais, que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo, sem
medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. O mesmo que descarga de
resíduos a céu aberto ou vazadouro. Os lixos assim lançados acarretam problemas à saúde
pública, como proliferação de vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos), geração
de maus odores e, principalmente, poluição do solo e das águas subterrâneas e superficiais,
causado pela infiltração e escoamento do chorume (líquido de cor preta, mal cheirosa e de
elevado potencial poluidor, produzido pela decomposição da matéria orgânica contida no
lixo).
Acrescenta-se a esta situação o total descontrole dos tipos de resíduos recebidos nestes
locais, verificando-se até mesmo a disposição de dejetos originários de serviços de saúde e de
indústrias. Ainda associam-se aos lixões a criação de animais e a presença de pessoas
(catadores), os quais, algumas vezes, residem no próprio local.
Cerca de 88% dos resíduos sólidos produzidos no Brasil não recebem nenhum tipo de
tratamento e vão para lixões. Dos municípios do país com mais de 50 mil habitantes, 70%
possuem lixões e a ausência de saneamento básico e de consciência sobre noções básicas de
higiene, comprometendo desta forma a saúde de um grande contingente da população
exposta. Os lixões acabam sendo a opção de vida de uma grande parte da população
brasileira. Pessoas que, sem trabalho ou recursos que o auxiliem na sobrevivência acabam
indo para o lixo na busca de restos, orgânicos ou não, que tenham algum tipo de utilização.
E os municípios do estado do Pará vivem essa realidade, quase todos têm lixões, um
exemplo é o conhecido lixão de Aurá da região metropolitana de Belém que funciona desde
meados 1990 e que tinha uma previsão para funcionar por apenas dois anos, mas após 23 anos
ainda funciona, que de acordo com revista CREA (2014)em uma reportagem sobre lixões o
fim o está próximo diz que o lixão de Aurá com seu acúmulo de detritos tem matado aos
poucos o rio que lhe dá nome e ameaçando os principais mananciais da capital.
10

Conforme dados do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, o País ainda possui 2.906
lixões, distribuídos em 2.810 municípios, e 1.310 unidades de aterros controlados, localizados
em 1.254 municípios.
E no município de Santarém o problema é com o “Aterro Controlado”do Perema que
funciona como deposito de lixo, ou seja, um lixão, como está afirmando o relatório de
operacionalização (2013) O aterro do Perema funcionava apenas como deposito de lixo, sem
critério nenhum de cuidados, os resíduos eram dispostos em locais sem o mínimo de
planejamento e controles, principalmente no que diz respeito ao acesso de pessoas, acesso de
veículos, quantidade e tipo de resíduos disposto, monitoramento das águas superficiais e de
poços do interior do Aterro, assim como as águas das comunidades adjacentes, tudo isso
atrelado à precária manutenção do local.
O problema é que o governo municipal ainda sabe o que fazer para obedecer a esse
prazo determinado pela lei, como o prazo de adequação terminando a tarefa do município é
complexo, pois tem que desativar o lixão e construir um aterro seguindo as normas legais
como relata em uma entrevista o gestor ambiental José Palheta, que até agosto 2014, o
município de Santarém tem que ter um aterro sanitário, porém o município não tem área para
se implantar um aterro sanitário.
No entanto, esse prazo pode ser prorrogado até Dezembro, onde os municípios têm
que se adequadar, ou seja, acabar com lixões e transformá-los em aterros sanitários ou
desativá-los, de acordo com a Revista CREA (2014) que em uma reportagem sobre lixões o
fim está próximo cita que Agosto de 2014 é o prazo final para as prefeituras de todo o país
(isso inclui as 144 prefeituras paraenses) encerrarem as atividades dos conhecidos lixões,
abrindo espaço para os aterros sanitários, conforme determina a lei nº 12.305/2010, que
institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

3.2.2 Aterro Controlado

O aterro controlado consiste na técnica de disposição de resíduos sólidos domésticos


no solo, que procura reduzir os danos ou riscos à saúde pública e sua segurança e nos
impactos ambientais. Esse método, normalmente não confiável, inclui a cobertura dos
resíduos por uma camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho. Esta
forma de disposição produz, em geral, um comprometimento maior, pois, similarmente ao
aterro sanitário, a extensão da área de disposição é limitada. Mas, como não dispõem de uma
impermeabilização de base, nem sistemas de tratamento de chorume ou de gases gerados,
11

podem comprometer a qualidade das águas subterrâneas e a atmosfera das áreas vizinhanças
(HAMADA, 2009).
No entanto os aterros controlados são mais eficientes que os lixões e FUNASA (2006),
destaca que o aterro controlado é uma técnica de disposição de resíduos sólidos no solo,
visando à minimização dos impactos ambientais. Esse método utiliza alguns princípios de
engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte
na conclusão de cada jornada de trabalho. Este método de disposição produz poluição, porém
de forma controlada, geralmente, não dispõe de impermeabilização de base (podendo
comprometer a qualidade das águas subterrâneas), nem de sistemas de tratamento do
percolado (termo empregado para caracterizar a mistura entre o chorume e a água de chuva
que percola no aterro) e do biogás gerado.
Para implementação dos aterros controlados é necessária à licença ambiental pelo
órgão competente. FUNASA (2006) menciona que o método é mais indicado que o lixão, mas
em virtude dos problemas ambientais que causa e aos seus custos de operação, é de qualidade
técnica bem inferior ao aterro sanitário.
A NBR 8.419 ABNT (1985), define aterro controlado de resíduos sólidos urbanos
como: “Técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou
riscos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este
que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma
camada de material inerte na conclusão de cada jornada de trabalho”.
No município de Santarém o conhecido aterro do Perema é um aterro controlado
segundo o seu projeto, no entanto por falta dessas infraestruturas citada acima, gerenciamento
adequado os estudos ambientais como (EIA/RIMA), passou a funcionar como um lixão.
Como afirma em uma entrevista o Gestor Ambiental José Palheta.
O projeto é de aterro controlado, mas praticamente dez anos ele está sendo utilizado
como lixão, porém já foram feito algumas adequações, pois em 2009 ele sofreu
algumas situações que resultou em ação do ministério público, por ser um aterro
controlado e está sem os devidos controles como rege não só a normas de aterro
controlado como próprio procedimento e para atender o TAC do ministério público
faltava o cercamento da área um dos controles, acesso e controle das pessoas e
veículos e controle efluente tanto líquido quanto gasoso e adequações começaram a
ser feitas a feita de um dois anos pra cá.

Essas adequações são citadas no relatório de operacionalização do aterro do Perema


2013que confirma que a partir de abril de 2013 a Coordenadoria Municipal de Saneamento
Básico – CSAN vem realizando atividade com o intuito de atender esses requisitos legais
mínimos para o local, porém todos esses atendimentos parecem perder sua importância
quando as necessidades solicitadas não são atendidas.
12

Notadamente fica claro que o aterro controlado do Perema, não funciona como aterro
controlado e sim como um lixão, apesar dessas adequações citadas pelo entrevistado e pelo
relatório de operacionalização, constatamos que a atual situação do aterro do Perema é critica
como de muitos municípios do país e está longe ser considerado um aterro controlado.

3.2.3 Aterros sanitários

Conforme a NBR 8419/1992 da ABNT o aterro sanitário também é uma técnica de


disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde pública e ao meio
ambiente, minimizando os impactos ambientais. Tal método utiliza princípios de engenharia
para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi-los ao menor volume
permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada trabalho, ou
intervalos menores, se necessário.
Segundo a Lei nº 12.305/96(BRASIL, 2010) no parágrafo 3° inciso VII, a destinação
final ambientalmente adequada: destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem,
a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas
pelos órgãos competentes do Sisnama, do SNVS e do Suasa, entre elas a disposição final,
observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública
e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos;
Aterro sanitário também pode ser definido como um aterro de resíduos sólidos
urbanos, ou seja, adequado para a recepção de resíduos de origem doméstica, varrição de vias
públicas e comércios.
É um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo,que
fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas,
permite a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental, proteção
à saúde pública; ou, forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos no solo,
através de confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente, solo,
de acordo com normas operacionais específicas, e de modo a evitar danos ou riscos
à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais (AMBIENTE
BRASIL, 2008).

Classificação dos aterros


Os aterros sanitários podem ser classificados de maneiras diferentes segundo FUNASA,
(2006):
•Aterros de superfície;
•Aterros com depressões e ondulações;
•Método da rampa;
13

•Método da trincheira;
•Método da área;
•Aterros em valas.
O processo que envolve o aterro sanitário, basicamente, possui os seguintes serviços:
terraplanagem, forração do terreno com material impermeável, de preferência argila,
canalização das águas da chuva e do lixiviado, tubulação para saída de gases, plantio de
grama e, finalmente, instalação de uma cerca ao redor da área de serviço. Em geral, um aterro
sanitário deve ter vida útil de, no máximo, dez a quinze anos, mas alguns deles chegam a
durar até vinte anos, o que torna sua implantação mais vantajosa do ponto de vista econômico
(IPT, 2000; BIANA, 2007)
Os aterros sanitários têm como objetivo controlar e monitorar os impactos que podem
ser causados pela deposição dos resíduos no local, a fim de minimizar os riscos ambientais e
de saúde pública. Porém, de acordo com a Pesquisa Nacional em Saneamento Básico
realizado em 2008 (IBGE, 2010), a porcentagem de municípios que possuem aterros
sanitários no Brasil ainda é muito baixa (Tabela 1).
Tabela 1 - Destino final dos resíduos sólidos, por unidades de destino dos resíduos no
Brasil entre 1989 e 2008

Fonte: IBGE

3.3 Aterro Sanitários X EIA/RIMA e Linceciamento Ambiental um desafio para


muitos os municípios do país.

3.3.1 Desafio para os diversos municipios do país

Muitos municípios brasileiros enfrentam o mesmo desafio é que adequar os seus


aterros sanitários, pois muitos até tem projetos de aterros sanitários mais funcionam como
lixão, pois não tem o estudo de viabilidade técnica ambiental e nem o documento que é muito
importante para sua instalação e funcionamento o chamado licenciamento ambiental, pois
para adquirir esse documento é preciso se fazer os estudos ambientais como por exemplo o
14

FCE- Formulário de Caracterização de Empreendimentos para se conseguir a concessão da


LI- Licença de Instalação para Aterro Sanitário de pequeno porte, com capacidade de 3t/dia <
Quantidade Operada < 15t/dia e RCA- Relatório de Controle Ambiental ou EIA- RIMA-
Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental a critério da FEAM, para
aterro de médio porte ,com capacidade de 15t/dia e quantidade operada 100t/dia e maioria
não faz.
De acordo com dados da DN COPAM n°52/2001 em Minas Gerais, cerca de 20% dos
municípios, o lixo sequer é coletado e o que é coletado, em sua maioria é levado sem
tratamento aos lixões ou cursos d água. Isso significa dizer que grandes partes dos municípios
mineiros não possuem sistema de tratamento e destinação final de lixo licenciados, ou seja,
não possuem licenciamento ambiental.
No estado do Pará não é diferente, a maioria dos municípios possuem lixões e se
existem projetos de aterros sanitários os mesmos não estão de acordo como determina as leis
vigentes, ou seja, não possuem documentos de estudos ambientais e consequentemente não
tem o licenciamento ambiental, um exemplo é o aterro de Aurá que fica na região
metropolitana de Belém como já citado anteriormente, mas segundo reportagem da revista
CREA (2014) após 23 anos Aurá ainda funciona sem licença ambiental e os gestores dos
municípios envolvidos têm colecionado autuações dos órgãos ambientais por muitos aterros
sanitários não possuírem esse documento.
Conforme a mesma revista CREA (2014) „„O novo destino do lixo na RMB, foi
definido, será a CPTR-Marituba, uma Central de Processamento de Resíduos Urbanos e que
foi dada entrada para licenciamento ambiental junto a SEMA-Secretária de Estado do Meio
Ambiente”.
O que fica claro, que os municípios têm que vencer esse desafio, pois quem não se
enquadrar poderá ser multado e responsabilizado pelos danos causados ao meio ambiente.

3.3.2 Desafio para município de Santarém

O desafio para município de Santarém-Pará é resolver o problema do aterro do Perema


que desde que foi inaugurado o local apresenta problema é o Ministério Público do Estado do
Pará (MPE), através da Promotoria de Meio Ambiente, tem pedido constantemente a
interdição imediata do aterro controlado do Perema e as ações são movidas a partir de
denúncias dos próprios moradores que residem na comunidade onde o aterro está instalado,
além disso, o aterro do Perema não apresenta os estudos ambientais como, por exemplo, o
15

EIA /RIMA também não possui o licenciamento ambiental como relata em uma entrevista o
gestor ambiental José Palheta.
Na parte documental o aterro precisa concluir o licenciamento ambiental isso é fato,
porém com a nova política nacional dos resíduos sólidos 2010, algumas exigências
têm que ser atendidas, mas de acordo com minha experiência aterro sanitário do
Perema tem condições de ser transformado em aterro sanitário, no entanto
economicamente vai ter um custo muito grande, porém é mais viável do que se
procurar outra área que Santarém não tem, o município vai ter que gasta com essas
adequações, aliás, não só o município de Santarém mais quase todos os outros
municípios do país.

Na verdade essas exigências determinada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos é


um desafio de gestão compartilhada para o município de Santarém, pois além da falta de
documentos que o atual aterro não tem, ainda tem as dos moradores locais que estão
insatisfeitos e reclamam da forma como o lixo é depositado no local e que não recebe nenhum
tipo de tratamento adequado como proposto no projeto inicial de instalação do aterro
controlado.
16

4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo


De acordo com o tema proposto será necessário à realização de dois tipos de pesquisa.
Primeiramente, do ponto de vista dos procedimentos técnicos, será necessário realizar uma
pesquisa bibliográfica (PB) para o levantamento de referenciais teóricos que fundamentam o
tema proposto por meio de escritos e eletrônicos.
O segundo o estudo baseia- se em uma pesquisa de campo, onde será feito um estudo
de caso para o conhecimento real da situação do aterro controlado.
O método utilizado foi qualitativo-descritiva em que os dados obtidos serão em
formas de palavras ou imagens. Pode-se definir resumidamente como uma pesquisa empírica
que investiga um problema contido um determinado contexto real, sendo com muitas fontes
de dados e de evidência de sua ocorrência.

4.2 Local de Estudo


O estudo foi realizado no aterro do Perema localizado no município de Santarém
situado ao norte do Brasil, na Mesorregião do Baixo Amazonas, microrregião de Santarém, é
o centro polarizador da Região Oeste do Pará – área que abrange 722.358 km² e abriga vinte e
sete Municípios. Constitui-se em centro polarizador porque oferece melhor infraestrutura
econômica e social (escolas, hospitais, universidades, estradas, portos, aeroporto,
comunicações, indústria e comércio etc.) e tem um setor de serviços mais desenvolvido. O
Aterro do Perema como é denominado possui uma área de 68 hectares e distância
aproximadamente 14,0 km do centro da Cidade, localiza-se na Rodovia PA 370 – Santarém
Curuá Una km 15(ver fig.01 e 02).

Fig. 01: Imagens de Satélite Aterro Perema Fig.02: Aterro do Perema


Fonte: Google Earth. Fonte: Maria da Conceição.
17

4.3 Fontes de Informações


As informações foram obtidas através de estudo bibliográfico para melhor
embasamento teórico, em artigo publicado, em livros, revistas, jornais, redes eletrônicos,
através de uma pesquisa em um documento cedido por um colaborador que responde pelo
cargo de Gestor Ambiental da Coordenadoria de Saneamento Básico, e em seguida realizou-
se uma pesquisa de campo onde se aplicou a técnica de observação.

4.4 Instrumento de coleta de dados


O instrumento utilizado para obtenção de dados será uma entrevista oral com uso
câmeras fotográfica, a mesma foi utilizada para capturar imagens e gravação de vídeos,
análise dos documentos cedidos e consultas em bibliografias especializadas no assunto.

4.5 Aspectos Éticos


O consentimento para a realização da pesquisa sobre o aterro do Perema foi obtido
através de um ofício junto Coordenadoria de Saneamento Básico-CSAN. Em relação ao
aspecto ético, será mantido sigilo os documentos cedidos.
18

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Análise dos dadosdo Aterro do Perema

5.1.1 Existência do EIA/RIMA e o licenciamento ambiental ou outros documentos

Antes da implantação do aterro controlado do Perema não se realizou os estudos


ambientais como EIA/RIMA e, consequentemente o aterro controlado do Perema não tem o
licenciamento ambiental, pois para fazer a solicitação do licenciamento ambiental de
empreendimentos potencial ou efetivamente causadores de degradação ambiental junto aos
órgãos ambientais competentes o licenciamento deve ser realizado com base em estudos
ambientais. Segundo os coordenadores e gestores ambientais responsáveis pelo aterro do
Perema o licenciamento ambiental está fase de conclusão. Durante a pesquisa, só tivemos
acesso ao relatório de operacionalização de 2013, (ver. 03), que um documento que descreve
as melhorias que estão sendo feitas no aterro, e as que foram solicitadas e ainda não foram
que atendidas por parte do governo municipal.

Fig.03: Capa do Relatório de Operacionalização 2013.


Fonte: José Palheta.
19

5.1.2 Em relação a geração de resíduos

Atualmente o município de Santarém, coleta em torno de 5 mil toneladas de resíduos


sólidos por mês. Toda essa quantidade é lançada diretamente no aterro sanitário do Perema,
sem qualquer tipo de separação ou tratamento, onde dezenas de catadores vivem revirando o
lixo em busca de materiais que tenham algum valor econômico (ver fig.04). Esses dados são
mais precisos, devido esses resíduos coletados diariamente serem pesados em balança
utilizada para quantificar os resíduos domiciliar/comercial e serviço de saúde (ver quadros 1e
2).

Fig.04: Resíduos Coletados para reciclagem


Fonte: Alarilson Costa

Nos Quadros 1 e 2 apresentamos a pesagens mensais com base nos registros realizados em 2013.

Fonte: CSAN

Conforme mostra a fig.04, os resíduos gerados pela população a maioria vai para o
aterro do Perema e é separado e reaproveitável pelos catadores que vendem esses materiais
20

para empresas que trabalham com reciclagem e que tem isso como a única fonte de renda. Já
nos quadros 1 temos quantidade de resíduos sólidos domiciliares e comerciais gerados no
município de Santarém e na vila de Alter do Chão em tonelada por mês, de acordo com os
dados do quadro 1 o mês que mais gera resíduos é o de Dezembro com um total de 5.554,52
Ton./Mês e o mês menos gera esses resíduos sólidos é o de Fevereiro com um total de
3.648.74 Ton./Mês. E no quadro 2 são os resíduos hospitalares que a quantidade é bem menor
em relação os resíduos domiciliares e comerciais, mas que também são depositados no Aterro
do Perema em uma área separada e depois incinerados.

5.1.3 Em relação as operacionalização e as ocorrências no aterro do Perema

De acordo com a visita de campo e análise do documento cedido sobre aterro do


Perema, constatamos que há falta de equipamentos para a operacionalização adequada do
Aterro deixa os resíduos sem acondicionamento organizado e adequado deixando assim
inviável o planejamento para novas áreas de descarrego como mostra a figura 05 e também
por receber os resíduos da cidade de Santarém e de outros municípios vizinhos, sendo
inicialmente projetado como um aterro controlado acabou por não suportar a demanda,
resultando em um lixão a céu aberto.

Fig.05: Resíduos sem acondicionamento adequado


Fonte: José Palheta.

Com relação às ocorrências, os riscos de acidentes são muito eminentes, pois


funcionários da prefeitura trabalham em meio aos urubus e aos entulhos acompanhando o
transporte do lixo levado as células para ser compactado (ver fig.06). Embora o município
21

tenha assinado um termo de ajuste de conduta-TAC do ministério público referente ao


controle de acesso tanto de pessoas quanto de carros na área do aterro do Perema,notou-se que
esse controle ainda contém falhas, uma vez, que foi observado constantemente o fluxo de
carros e de pessoas na área do aterro do Perema como mostra a figura 07.Além disso, a falta
de iluminação pública durante a operação noturna nas vias de acesso para as células
impossibilitando a trafegabilidade dos caminhões e oferecendo risco para os catadores que
trabalham á noite.

Fig.06: Func. Acompanhando transporte dos resíduos. Fig.07: Acesso de pessoas no Aterro.
Fonte: Alarilson Costa Fonte: Alarilson Costa.

5.1.4 Com relação as questões ambientais

No aterro do Perema a falta de infraestrutura como terraplanagem, drenagem das vias


e um quantitativo de maquinário necessário para cobertura do resíduo é uma condicionante
para a estabilidade dos locais de descarrego. Conforme os dados do relatório de
operacionalização em 2013 há em atividade uma célula de aproximadamente 22 metros de
altura de resíduos compactados, mas sem cobertura na sua totalidade podendo desmoronar em
virtude de percolação de águas superficiais e sem a devida drenagem necessária,
principalmente no período de chuvas dos primeiros meses do ano. Essa situação, também
considerada de risco de acidente, pode levar a um desmoronamento dessa“pilha” de resíduos,
resultando além dos impactos ambientais para as comunidade próximas, mas a risco de morte
de trabalhadores do local. (ver fig.08).
22

Fig.08: Trabalhadores próximos a células


Fonte: Maria da Conceição

O aterro tem deficiência na drenagem dos lixiviado de acordo o relatório de


operacionalização 2103, o que compromete o funcionamento do sistema de tratamento. Outro
tratamento inexistente é a drenagem de gases que ao longo do tempo de disposição dos
resíduos não foram dados sequência de construções, sendo assim esses gases (na sua maioria
inflamáveis) encontram-se confinados sob as células de resíduos.
Mas, acreditamos um fator bastante relevante é falta de manutenção da lagoa de
chorume, material resultante da decomposição da matéria orgânica fica exposto sem nenhum
controle sem as devidas estruturas necessárias e que corre de risco de transbordo para
caneletas de águas pluviais que deságuam em igarapé de comunidades próximas, no ano
de2010 essa lagoa ainda não estava muito cheio do líquido denominado de chorume como
mostra a figura 09, no ano 2013 por falta de manutenção essa lagoa de chorume já estava
com uma quantidade considerável do líquido, porém ainda é visível a divisão da mesma com
observa-se na figura 10. Já no ano 2014 a quantidade do líquido é tanta que nem aparece mais
a divisão isso se deve falta de manutenção da mesma.

Fig.09: Lagoa de Chorume em 2010 Fig.10: Lagoa de Chorume em 2013


Fonte: Maria da Conceição Fonte: José Palheta
23

Fig.11: Lagoa de Chorume em 2014


Fonte: Alarilson Costa

Segundo o relatório de operacionalização 2013, em novembro foi realizado sem custo


e através de parceria do Comitê Gestor de elaboração do PMGIRS com a Universidade
Federal do Oeste do Pará – UFOPA as análises de águas superficiais e de poços do Aterro do
Perema e de localidades próximas (fig.12). Segundo os gestores durante essa análise não foi
encontrado nenhum resultado relevante relacionado à contaminação, ver resultado da análise
em anexo.

Fig.12: Coleta de amostra de água dos poços próximos ao aterro.


Fonte: José Palheta

5.1.5 Em relação às questões sociais

Conforme a COOPRESAN – Cooperativa de Recicláveis de Santarém, no aterro há


64 trabalhadores, mas segundo o relato de alguns catadores, só no período noturno trabalham
no local em torno de 70 catadores, porém esses que trabalham á noite, dificilmente trabalham
no período diurno e relação às condições de trabalho são precárias e de extrema
vulnerabilidade, pois eles estão juntos ao lixo, ficando expostos a doenças decorrentes de
24

inúmeros fatores associados a este ambiente. Em nenhum momento os catadores se dão conta
do risco que estão sujeitos ao desempenhar essa atividade insalubre, nesse ambiente hostil e
degradante que hoje se encontra o aterro municipal de Santarém, a maioria desses
trabalhadores não tem os EPI‟s necessários que pode atenuar esses riscos, segundo alguns
catadores eles não tem dinheiro para comprar os EPI‟s e só usam esses equipamento de
segurança quando encontram lá no aterro em meio os resíduos ( ver fig.13). Além disso, esses
catadores moram próximos a área do aterro em barracos improvisados muitos feitos de banner
utilizados em comerciais que são despejados no aterro como mostra fig.14.

Fig.13: Catadores em meio os resíduos. Fig.14: Barracas onde os catadores moram.


Fonte: Alarilson Costa. Fonte: Alarilson Costa.

5.2 EIA /RIMA do Aterro do Municipio de São Carlos.

Para divulgar esses estudos ambientais a prefeitura lançou uma nota pelos meios de
comunicações locais com seguinte conteúdo: A Prefeitura Municipal de São Carlos torna
público que requereu à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB a Licença
Prévia para implantação de novo Aterro Sanitário de São Carlos para resíduos sólidos
domiciliares, na rodovia Luiz Augusto de Oliveira (SP-215), km 162 - São Carlos, mediante a
apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental, e que nos
termos da Deliberação Consema nº 34/2001, encontra-se aberto o prazo de 45 (quarenta e
cinco) dias, a contar desta data, para solicitação de Audiência Pública à CETESB, a qual deve
ser protocolada ou enviada por carta registrada, postada no prazo acima definido e dirigida ao
25

Departamento de Avaliação de Impacto Ambiental, Av. Prof. Frederico Hermann Jr. 345 -
Alto de Pinheiros - CEP: 05489-900 São Paulo- SP.
O Relatório de Impacto Ambiental - RIMA, foi elaborado a partir de informações que
constam do EIA - Estudos de Impactos Ambientais, para a implantação de um novo aterro
sanitário de resíduos sólidos domiciliares do município de São Carlos – SP.
A necessidade de se instalar um novo aterro sanitário no município de São Carlos,
encontra amparo, no fato de o atual aterro sanitário do município, estar em operação desde
meados da década de 1990 e atualmente, encontrar com a sua capacidade em receber resíduos,
praticamente esgotada, devendo encerrar suas atividades no final do ano de 2010.
O novo aterro sanitário deverá ser implantado em uma área de 565.685,33 m²,
localizada no Km 162 da Rodovia – Luiz Augusto de Oliveira, SP-215, pertencente a duas
fazendas (Felicíssima e Invernada), na zona rural do município de São Carlos. Esta área situa-
se a oeste da malha urbana, próxima à divisa com os municípios de Ribeirão Bonito e Ibaté e
já foi declarada de utilidade pública pela municipalidade (Decreto Nº415/2008 da Prefeitura
Municipal de São Carlos). É importante destacar que, atualmente, o município de São Carlos
gera 160 toneladas de resíduos sólidos domiciliares diariamente, podendo, próximo ao ano de
2032, gerar cerca de 320 toneladas diariamente.
O projeto do novo aterro sanitário a ser implantado atende os requisitos básicos de
desempenho obrigatórios, ou seja, uma “vida útil” mínima de 22 anos, devendo receber nesse
período 1.944.502 toneladas de resíduos sólidos domiciliares, que ocuparão um volume
estimado em 2.798.192 m³. Somados aos 15% do material de cobertura (diária e final), a
capacidade nominal do novo aterro deverá se aproximar de 3.291.991 m³(ver fig.15).

Fig.15: Áreas aptas para ser implantadas o aterro.


Fonte: EIA/RIMA do aterro de São Carlos
26

As atividades relacionadas à elaboração dos Estudos de Impactos Ambientais – EIA e


do Relatório de Impacto Ambiental - RIMA envolveram procedimentos de análise de dados
primários, levantamentos e investigações de campo, ensaios de laboratório, complementados
por dados secundários. Para sua execução foi alocada uma equipe de profissionais,
especialistas nas áreas de geologia, engenharia (civil, química e sanitária), biologia, ecologia,
arqueologia, história e ciências sociais.
A seguir passa-se a apresentar o Relatório de Impacto Ambiental - RIMA composto
por uma síntese das etapas e atividades relacionadas à concepção do projeto, às alternativas
tecnológicas e locacionais, a metodologia para avaliar eventuais impactos ambientais que
poderão ocorrer nas fases de instalação, operação e pós-encerramento da instalação do novo
aterro sanitário, bem como as medidas a serem tomadas para minimizar esses impactos, bem
como os programas de monitoramento de todas as atividades relacionadas ao novo
empreendimento.
Os estudos ambientais foram realizados conforme o Termo de Referência indicou o
local de estudos para o novo aterro sanitário. E esses estudos ambientais apresentados para o
Aterro Sanitário de São Carlos estão organizados em dois volumes, a saber:
Volume I - Estudos de Impacto Ambiental – EIA;
Volume II - Relatório de Impacto Ambiental – RIMA e anexos.
 As principais itemizações são:
 Caracterização do Empreendedor e do Empreendimento, com a descrição dos
objetivos e das justificativas, da sua localização, do histórico da concepção do projeto,
da situação fundiária, etapas de implantação e dos instrumentos jurídicos para sua
regularização;
 Métodos e técnicas utilizados para a realização dos estudos ambientais;
 Delimitação da área de influência do empreendimento;
 Diagnóstico Ambiental atualizado dos ambientes físico, biótico e socioeconômico das
áreas de influência direta e indireta do Empreendimento, com ênfase para os aspectos
geotécnicos locais, através de levantamentos de dados primários e secundários e de
campanhas de campo, complementadas por serviços de escritório (ver fig.15 e 16).
27

Fig.15: Área Diretamente Afetada (ADA) com cultura de cana-de-açúcar e localização dos núcleos de
habitação Fonte: EIA/RIMA do aterro de São Carlos.

Fig.16: Localização das Áreas –ADA-AID-AII


Fonte: EIA/RIMA do aterro de São Carlos

 Prognóstico das Alterações Ambientais sobre a Área de Estudo e sua região de


entorno;
 Identificação e avaliação dos impactos ambientais, ações geradoras, medidas
mitigadoras e de monitoramento;
 Análises dos dados obtidos nas fases anteriores e hierarquizados segundo sua natureza,
intensidade, grau de reversibilidade e outros atributos;
 Análise e discussão das alternativas ao uso e ocupação propostos;
 Elaboração de Programas Ambientais, incluindo custos, com ênfase aos programas de
Acompanhamento e Monitoramento dos Impactos Ambientais; e
 Conclusões e Recomendações.
28

5.3 Análises comparativa entre dos dados do Aterro do Perema e dos dados do
Aterro de São Carlos
De acordo com os dados analisados dos dois aterros, percebemos que o aterro do
Perema está muito longe de ser considerado um aterro controlado e muito menos um aterro
sanitário se comparado com o aterro de São Carlos, pois o mesmo não possui inúmeros
documentos que regularizam sua instalação e funcionamento como, por exemplo, os estudos
ambientais como o EIA/RIMA, e consequentemente não possuirá o licenciamento
ambiental,pois para ficar regularizado precisam desses estudos ambientais, outro agravante é
que o mesmo foi implantado em uma área sem qualquer estudo de viabilidade técnica
ambiental, para saber se aquela área oferecia condições para se implantar um aterro.No caso
do aterro de São Carlos, o mesmo possui os documentos necessários para instalação que a é
licença prévia, pois já realizou os estudos ambientais como, por exemplo, o RAP e o
EIA/RIMA e está com o licenciamento ambiental em andamento junto às órgãos ambientais
competentes. Com a relação o estudo de viabilidade técnica ambiental do aterro de São Carlos
é bem diferente do aterro do Perema, pois enquanto que para o aterro do Perema não foi feito
esse estudo como citado anteriormente, o do aterro de São Carlos está bem detalhada em seu
EIA/RIMA, nesse estudo foi zoneada 21 áreas que ofereciam melhorias condições para ser
implantado o aterro, porém, foi feito novos estudo e foram escolhida6 (seis) áreas (ver
fig.17,18,19,20,21,22), mas a escolhida foi a área 20 (ver fig.17), sendo que dividiram essa
área em duas que são 20A- 20B, onde a área mais favorável para a implantação do novo
aterro sanitário localiza-se no entorno da área 20A, pois a área em questão apresenta uma
série de vantagens do ponto de vista de sua viabilização para o empreendimento, dentre as
quais destaca-se, o fato das condições geológicas (e ambientais, em geral) se mostrarem
favoráveis, não se localizar em Área de Segurança Aeroportuária, além da menor distância ao
centro gerador dentre as alternativas elencadas.

Fig.17: Delimitação da Área9, e detalhe de seu entorno represa e pequenas propriedades.


Fonte: EIA/RIMA do aterro de São Carlos
29

Fig.18: Delimitação da Área16 e detalhe de seu entorno, via de acesso em local de cultivo de cana de
açúcar.
Fonte: EIA/RIMA do aterro de São Carlos

Fig.19: Delimitação da Área18 e detalhe de seu entorno, plantio de cana-de-açúcar


Fonte: EIA/RIMA do aterro de São Carlos

Fig.20: Delimitação da Área19 e detalhe de seu entorno, linha de alta tensão.


Fonte:EIA/RIMA do aterro de São Carlos

Fig.21: Delimitação da Área20 detalhe de seu entorno plantio cana-de-açúcar.


Fonte: EIA/RIMA do aterro de São Carlos
30

Fig.22: Delimitação da Área21 e detalhe de seu entorno, pastagem “pasto sujo”.


Fonte: EIA/RIMA do aterro de São Carlos
31

CONCLUSÃO

Concluímos que a falta de estudo de impacto ambiental (EIA), acarretou em vários


problemas não apenas de ordem ambiental, mas também social, já que a área de implantação
do projeto encontra-se em uma área onde já era habitada em seu em torno, não tendo um
prévio levantamento socioeconômico dessa mesma população, desta maneira o aterro em
questão está em uma situação muito mais próxima a de um Vazadouro a céu aberto (Lixão) do
que um Aterro Sanitário, quando comparado a outros aterros implantados no país como, por
exemplo, o aterro de São Carlos.
Tendo em vista essa situação e de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) 12.305/2010 na qual à área tem que estar adequada a nova lei em vigor até 03 de
agosto de 2014 e deve atender todas as novas adequações para seu funcionamento sendo que,
a não adequação do mesmo acarretará em sua desativação, com isso tendo que se encontrar
uma nova área passando por todo processo desde o início novamente.
Portanto, é importante ressaltar que além de se implantar um aterro no município,
primeiramente tem que se trabalhar a educação ambiental da população local, senão são mais
recursos jogados lixos.
32

REFERENCIA BIBLIOGRAFICA

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Sólidos; altera a Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
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BIANA, S. M. de S. Seleção de Áreas para Implantação de Aterros Sanitários no município


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33

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09/05/2014
34

ANEXO
35
36

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