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A palavra “ideologia” é composta pelos vocá bulos gregos eidos, que 111 dica
“ideia”, e logos, com o sentido de “raciocínio”. Assim, ideologia significa qualquer
conjunto de ideias que se propõ e a orientar o comportamento, a maneira de pensar
e de agir das pessoas, seja individualmente, seja em sociedade. Em um sentido
amplo, a ideologia se apresenta como aquilo que seria ou é ideal para um
determinado grupo.
Na busca da hegemonia política, o filó sofo e político italiano Antô nio Cramsci
(1891-1937) Gramsci recomenda a reforma intelectual e moral da sociedade por
meio de pessoas influentes como políticos, mú sicos, artistas, famosos,jornalistas e
por todos os meios disponíveis que possam manipular a opiniã o pú blica. Mediante
essas açõ es, é possível modificar o senso comum do “certo” e do “errado”. Com o
uso intenso da mídia, das artes da literatura, das escolas, universidades e por via
de palavras de ordem e a massificaçã o de uma “nova cultura”, cria-se o “homem
coletivo”, que passivamente assimila a “filosofia nova” e passa a pensar como todo
o mundo. A partir desse momento, quem ousar discordar do “senso comum
modificado” sofrerá o patrulhamento ideoló gico.
Esse patrulhamento tem como objetivo desqualificar quem faz oposiçã o e pensa
diferente, O propó sito é desprestigiar quem se manifesta contrá rio à ideologia. As
pessoas que oferecem resistência sã o estigmatizadas e sã o acusadas com termos
pejorativos tais como “fundamentalista”, “homofó bico”, “preconceituoso”,
“machista”, “racista” e “reacioná rio” dentre outros. Desse modo sã o construídas
muralhas invisíveis que amordaçam o cidadã o temeroso da censura. Assim, a
liberdade de expressã o é controlada pelas grades do “politicamente correto”.
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2. Ideologia de Gênero
Assim, do contexto social marxista que deu origem à “luta de classes” surgiu na
pó s-modernidade a ideologia culturalista como sendo “luta de gêneros”, ou seja,
uma fantasiosa “luta de classes entre homens e mulheres”.
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O conceito marxista de família
Nesse livro, ele pretende explicar a gênese da realidade familiar por meio de um
viés de liberdade sexual desraigada e casamento dissolú vel. Marx dividiu os tipos
familiares de quatro maneiras, quais sejam: família consangü ínea, família
punaluana, família sindiá smica e família monogâ mica. Sua veraz crítica e seu
conceito de patriarcado é com a família monogâ mica, pois em seu entendimento
ela “baseia-se no triunfo do homem” e “os laços conjugais nã o podem ser rompidos
por qualquer uma das partes” (ENGELS, 2014, p. 67).
Na visã o marxista, esse modelo de matrimô nio escraviza o cô njuge a ter relaçõ es
sexuais apenas com o seu cô njuge, e, na opiniã o do soció logo, isso é uma
discrepâ ncia, tendo em vista que a liberdade sexual é necessá ria para a sociedade
(ENGELS, 2014, p. 70-72). Desse modo, a intençã o de Marx é desconstruir o
sistema patriarcal e promover a liberdade sexual. Por isso, afirma-se que a
ideologia de gênero é desdobramento do marxismo que também pretende eliminar
o modelo familiar monogâ mico, patriarcal e heterossexual.
Diante de tal construçã o teó rica e filosó fica, surgiu o conceito feminista de gênero,
isto é, que a pessoa do sexo feminino nã o nasce mulher, sendo a construçã o social
da sociedade machista que a transforma em mulher. A partir daí nasceu a
expressã o “empoderamento”, para sinalizar a luta pela igualdade de gêneros e a
busca da libertaçã o sexual, em que todos podem fazer opçã o de querer ser homem
ou mulher.
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II. CONSQUÊNCIAS
A ideologia de gênero ensina que os papéis dos homens e das mulheres foram
socialmente construídos e que tais padrõ es devem ser desconstruídos. Essa
posiçã o nã o aceita o sexo bioló gico (macho e fêmea) como fator determinante para
os papéis masculino e feminino. Sob esse aspecto, alguém pode ser biologicamente
homem e desejar desenvolver comportamento típico de mulher e vice-versa. Faz-
se ainda apologia à prá tica do homossexualismo e do lesbianismo. Tal posiçã o
despreza os papéis biblicamente constituídos (Rm 1.25-32; Ef 5.22-33).
O profeta fora enviado a uma naçã o que se recusava ouvir a palavra de Deus (Is
1.2-6,10-17; 6.9-13). Nesse cená rio de podridã o moral e espiritual, Deus levantou
um atalaia para profetizar contra a naçã o. Dentre as reprimendas, o profeta
vaticinou “seis ais” que confrontavam o comportamento inadequado daquele povo.
O quarto “ai” era um alerta acerca da perversã o dos valores. Tratava-se de uma
dura advertência acerca do extremo perigo do relativismo cultural (Is 5.20).
O quinto “ai” era uma condenaçã o aos presunçosos que se julgavam sá bios e ú nicos
donos da verdade (Is 5.21).
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E o sexto e ú ltimo “ai” repreendia a corrupçã o, o suborno e a perversã o do direito
(Is 5.23). Essas atitudes reprová veis e imorais causaram a derrocada daquela
naçã o (Is 5.24,25).
Identidade de gênero
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3. Desvalorização do Casamento e da Família
Tudo passa a ser relativizado e permitido, isto é, ninguém poderá afirmar que
algum modo de relaçõ es entre os sexos possa ser mau ou antinatural. O casamento
heterossexual e a família tradicional sã o totalmente desconsiderados. Esses e
outros males sã o resultados da depravaçã o humana e sinais da iminente volta de
Cristo (2 Tm 3.1-5).
A depravação da sexualidade
Convém aqui registrar que a prá tica da zoofilia é tipificada como crime (Art. 32, Lei
9.605/1998), a necrofihia (Art. 212, Có digo Penal Brasileiro), bem como a
pedofilia, é considerada crime contra vulnerá vel previsto no Có digo Penal
Brasileiro (Art. 217-A), além de ser tipificada como doença na categoria
“Transtornos da preferência sexual” listada na Classificaçã o Internacional de
Doenças (CID-10, Có digo F65.4).
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Apesar de estarmos conscientes desses fatos, sabemos que a cultura se modifica e
seus conceitos e valores podem ser relativizados. Entretanto, as Escrituras
Sagradas ensinam que as verdades divinamente reveladas independem da cultura,
e, portanto, nã o sã o passíveis de alteraçã o. Para o cristã o, a autoridade e a
inspiraçã o divina das Escrituras sã o fatos inquestioná veis.
A Palavra de Deus revela que o homem foi criado macho e fêmea (Gn 1.27). Entre
outros propó sitos divinos estava a uniã o heterossexual entre um homem e uma
mulher. Portanto, a revelaçã o divina contida na Bíblia Sagrada está acima da
ideologia de gênero e transcende a cultura pó s-moderna relativizada de nossa
época.
Deus criou dois sexos anatomicamente distintos: “E criou Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Portanto,
biologicamente, o sexo está relacionado à s formas do corpo humano e aos ó rgã os
genitais. Assim sendo, os seres humanos nascem pertencendo ao sexo masculino
ou ao sexo feminino, O homem é designado como macho e a mulher como fêmea.
Por conseguinte, nã o podemos alterar a verdade bíblica para acomodar a ideologia
de gênero, pois a cultura permanece sob o julgamento de Deus (1 Pe 4.17)
Paulo alerta a igreja de Corinto: “nada podemos contra a verdade, senã o pela
verdade” (2 Co 13.8). No contexto dessa passagem, tanto o “evangelho” quanto a
“retidã o moral” é apresentado como conceito da verdade. Essa expressã o paulina
indica que rejeitar a verdade, seja ela no campo da ética, seja da moral, implica
combater contra aquEle que é a verdade — Cristo e seu evangelho. Portanto, nã o é
possível anular a verdade, ainda que alguma ideologia o queira fazer.
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Aqui está evidenciado um princípio geral: nã o importa o que o homem faça para
torcer a verdade, no final, quer queira quer nã o, a verdade triunfará sobre a
falsidade e o engano. Pode até ser que a verdade fique oculta ou subjugada por um
determinado espaço de tempo, mas por fim ela ressurgirá triunfante.
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Deve-se ensinar, ainda, o respeito e a nã o discriminaçã o, mas também a
diferenciaçã o entre os sexos a fim de coibir a inoportuna “luta de gêneros” (Gn
1.27; 1 Co 11.11,12; Ef 5.22-25).
Por fim, o que se pode afirmar é que a ideologia de gênero pretende relativizar a
verdade bíblica e impor ao cidadã o aquilo que deve ser considerado como ideal.
Acuada pelo “patrulhamento ideoló gico”, parcela da sociedade nã o esboça reaçã o,
faz concessõ es em nome do “politicamente correto”, e o mal vem sendo propagado.
No entanto, os cristã os possuem o dever de reagir e “batalhar pela fé que uma vez
foi dada aos santos” (Jd 3).